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Radiologia P8 - MT2

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(
Vitória Campos
)Radiologia
Tireóide
Órgão bilobulado, encapsulado, localizado na região anteroinferior do pescoço, no compartimento infra-hióideo.
Os 2 lobos tireoideanos são unidos medial e inferiormente pelo istmo. Além desses lobos existe um lobo extra (piramidal) que está presente em 30% da população. Origina-se da região superior do istmo ou da porção mediana adjacente a cada lobo, e ascende até o osso hióide.
O suprimento sanguíneo da tireóide é efetuado pelas artérias e veias tireóideas. Existem duas artérias tireóideas, uma superior e uma inferior de cada lado.
· A artéria tireóidea superior é ramo da carótida externa e penetra no lobo através do seu ápice.
· A artéria tireóidea inferior é ramo do tronco tireocervical, que se origina da artéria subclávia.
A drenagem venosa provém das veias tireóideas superior e média, que desembocam na veia jugular interna; e das veias tireóideas inferiores, que desembocam na veia braquiocefálica.
A drenagem linfática é realizada pelas cadeias de linfonodos pericapsulares, jugular interna, pré-traqueal, para-traqueal, pré-laríngea, nervo laríngeo recorrente, retrofaríngea e retroesofágica.
A inervação é feita pelo plexo simpático cervical e nervo vago. O nervo laríngeo recorrente localiza-se posteriormente a glândula tireóide e constitui um reparo anatômico importante nos processos expansivos da tireóide.
A tireóide é dividia em lóbulos compostos de 20 a 40 folículos, supridos por ramos das artérias tireóideas.
Cada folículo pode variar entre 50 a 500um e é composto por células foliculares, agrupadas em formações esféricas, sendo que seu conteúdo é preenchido por colóide – substância que contém tireoglobulina e hormônios tireóideos. Entre esses folículos encontram-se as células parafoliculares ou células C, secretoras de calcitonina.
Doenças difusas
Bócio
Bócio é um termo não específico e refere-se a um aumento da glândula tireóide.
Possui etiologia variada, de processos inflamatórios ou doenças não neoplásicas até neoplasias.
A presença de bócio não reflete o estado funcional da glândula, que pode ser eutireóideo, hipotireóideo ou hipertireóideo.
A hiperplasia tireóidea frequentemente resulta de distúrbios do sistema de feedback hormonal, na qual a produção diminuída do hormônio tireóideo leva a um aumento da produção de TRH pelo hipotálamo e TSH pela hipófise. Assim, esse aumento de TSH estimula as células foliculares, determinando a hiperplasia e levando ao aumento da glândula. 
Os bócios não tóxicos tem predomínio no sexo feminino (8:1) e pico de incidência entre 35 a 50 anos. Alguns bócios volumosos podem exercer efeitos compressivo sobre o esôfago e a traquéia, determinando disfagia e estridor inspiratório.
Sagital, sem contraste
Axial, sem contraste
Tireoidite aguda
É a inflamação da glândula tireóide com infiltração de leucócitos, geralmente causada por bactérias – Shtapylococcus, Streptococcus e gram negativas, especialmente após trauma cervical – ou menos freqüente por fungos.
Na maioria dos casos o microorganismo provém de estruturas infectadas do pescoço, como a faringe.
Os pacientes geralmente apresentam febre, mal-estar, calafrios, edema cervical e dor, que se agrava com a deglutição.
Frequentemente hormônios tireóideos séricos estão normais, mas podem estar diminuídos ou aumentados.
Exame tomográfico do pescoço. Exame normal para comparação (A). aquisição axial (B) e coronal (C e D), mostrando volumosa coleção do lobo direito (LD) que rechaça a carótida comum (CC) e comprime veia jugular interna (JI) homolateral e estende-se ao introito torácico. Nota-se também deslocamento da traquéia (T) para a esquerda. E: esôfago; LE: lobo esquerdo.
Tireoidite granulomatosa subaguda ou De Quervain
É uma doença de etiologia viral sistêmica, frequentemente autolimitada. Os vírus envolvidos nessa doença são o Coxsackie, adenovírus, influenza, caxumba e sarampo.
A doença é mais freqüente em mulheres, principalmente mães jovens, cujos filhos contraíram alguma virose.
Os sinais e sintomas incluem frequentemente febre, aumento da glândula e dor a palpação.
O US da fase inicial da tireoidite subaguda mostra áreas focais hipoecócicas, de contornos irregulares e margens maldefinidas. Pode evoluir com formação de pseudonódulos.
O prognóstico é pior quando as áreas hipoecoicas aumentam de tamanho nos exames subseqüentes.
Tireoidite de Hashimoto
Também é denominada linfocítica crônica autoimune ou crônica autoimune.
Ocorre predominantemente em mulheres (9:1), de meia-idade e está associada a outras doenças autoimunes, como: lúpus eritematoso, doença de Graves e anemia perniciosa.
Os exames laboratoriais mostram a presença de autoanticorpos contra a tireoglobulina e tireoperoxidase.
A forma clássica pode se manifestar como aumento difuso da glândula. Nas fases iniciais, US pode mostrar pseudonódulos esparsos pelo parênquima. Porém progressivamente, a glândula adquire aparência de tireoidite crônica hipertrófica, com aumento de suas dimensões e hipoecogenicidade difusa. 
Por causa do processo inflamatório crônico, que Lea a destruição folicular, pode haver hipotireoidismo. Ao mapeamento com Doppler colorido, observa-se aumento da vascularização do parênquima, similar ao inferno tireoidano da doença de Graves.
Nas fases finais, a glândula encontra-se avascularizada ou pouco vascularizada.
Doença de Graves
Caracterizada por bócio difuso, hipertireodismo, orbitopatia infiltrativa e ocasionalmente dermatopatia infiltrativa.
É a causa mais comum de tireotoxicose.
O US demonstra bócio volumoso, ecogenicidade discretamente reduzida, ecotextura finamente heterogênea e contornos lobulados.
Em virtude da hiperfunção da glândula, há um acentuado aumento da vascularização do parênquima, detectado pelo Doppler, descrito como “inferno tireoidano). Esse aumento da vascularização deve-se as numerosas microfístulas arteriovenosas presentes na doença.
TI-RADS - nódulos
Até 67% da população avaliada com US terá um nódulo tireoidiano incidental.
A alta prevalência de nódulos da tireóide combinada com o crescimento geralmente indolente do câncer de tireóide apresenta um desafio para o atendimento ideal ao paciente.
O TI-RADS foi projetado em 2017 com a intenção de diminuir as biópsias de nódulos benignos e melhorar a precisão geral do diagnóstico.
As cinco características ultrassonográficas dos nódulos tireoidianos utilizados no TI-RADS são: composição, ecogenicidade, forma, margem e focos ecogênicos puntiformes. Cada item recebe pontos.
Nódulos menores que 5 mm não precisam de acompanhamento, mesmo que sejam TI-RADS 5. Isso ocorre porque é muito improvável que nódulos menores que 5 mm se tornem uma malignidade clinicamente significativa.
 O ponto de corte de 2,5 cm para punção aspirativa por agulha fina (PAAF) em lesões TR3 levemente suspeitas é baseado em estudos que mostram que os carcinomas de tireoide não têm sobrevida diminuída até atingirem esse valor limite.
O risco de malignidade é:
· TR1: 0,3%
· TR2: 1,5%
· TR3: 4,8%
· TR4: 9,1%
· TR5: 35%
Existem várias exceções para TI-RADS, onde este sistema não pode ser usado. 
Cada uma dessas exceções tem um risco maior de câncer de tireoide do que a população adulta normal:
· Crianças
· Nódulos ávidos de tireóide FDG-PET
· Linfadenopatia
· Fatores de risco conhecidos para malignidade da tireoide, como MEN tipo 2
· Composição
Lesões císticas ou lesões quase completamente císticas são benignas e não serão adicionados pontos adicionais (TI-RADS 1).
Isso também é verdade para lesões espongiformes que são sempre benignas e nenhuma caracterização adicional usando recursos de ultra-som é necessária.
· Cistos
Aqui um cisto típico.
Nenhuma avaliação adicional é necessária.
· Espongiforme
Os nódulos espongiformes têm aparência esponjosa, com pelo menos 50% de composição cística. 
Nenhuma caracterização adicional é necessária.
· Misto cístico/sólido
Em lesões mistas císticas/sólidas a quantidade de partes císticas e sólidas não é importante.
Esta lesão ganha 1 ponto para a composição mista cística/sólida.
· Lesõessólidas
A lesão em A, é quase completamente sólida.
Embora existam pequenas partes císticas, não é considerado um nódulo espongiforme, porque as pequenas partes císticas são muito menos do que 50% do nódulo total.
A lesão em B, é completamente sólida. Em nódulos sólidos, pelo menos 95% do nódulo deve ser sólido. 
Essa porcentagem deve ser uma estimativa, não é necessário calcular isso.
· Ecogenicidade
Uma lesão anecóica deve ser completamente preta, o que significa que é cística. Nenhuma caracterização adicional é necessária.
As lesões hiperecóicas e isoecóicas recebem 1 ponto, portanto, para a pontuação, não importa.
A ecogenicidade é comparada com o parênquima tireoidiano normal.
Hipoecóica significa que uma lesão é mais hipoecóica (mais escura) do que o parênquima tireoidiano normal.
Se a ecogenicidade não puder ser avaliada, por exemplo, devido a calcificações, 1 ponto é dado para a ecogenicidade.
Uma lesão muito hipoecóica é mais hipoecóica do que o músculo normal. Observe que o tumor é mais hipoecogênico em relação aos músculos da cinta (setas).
· Forma
A forma deve ser avaliada no plano axial.
Uma forma mais alta do que larga é um forte preditor de malignidade e, portanto, recebe 3 pontos.
· Margem
A margem geralmente é melhor avaliada no lado anterior.
· Suave: a margem é completamente lisa
· Mal definido: as margens do nódulo não podem ser claramente definidas a partir do parênquima tireoidiano. Esta é uma característica benigna e deve ser distinguida da margem irregular.
· Lobuladas ou irregulares: as margens são lobuladas, espiculadas, irregulares ou anguladas.
· Extensão extratireoidiana: difícil de analisar na ultrassonografia, deve haver invasão clara de estruturas próximas. O abaulamento do nódulo em estruturas próximas não é suficiente.
Nódulo mal definido. Observe como apenas algumas pequenas partes da borda do nódulo podem ser definidas (seta). A maior parte de sua margem é indistinta do parênquima tireoidiano. 0 pontos em TI-RADS.
Um nódulo com margens anguladas irregulares. 2 pontos em TI-RADS.
A imagem mostra uma margem lobulada irregular da superfície anterior. 2 pontos em TI-RADS.
· Focos ecogênicos
Os focos ecogênicos são a única categoria em que várias opções são possíveis e você deve escolher todas as que se aplicam.
Os pontos serão adicionados à pontuação total.
Isso significa que quando ambos os focos ecogênicos puntiformes e calcificações da borda estão presentes, os pontos TI-RADS são 2 + 1 = 3 pontos
0 pontos são dados para:
· Sem focos ecogênicos.
· Grandes artefatos de cauda de cometa > 1 mm.
Este nódulo apresenta grandes macrocalcificações com sombra acústica. TI-RADS: 1 ponto.
As calcificações da borda periférica podem ser completas ou incompletas. TI-RADS: 2 pontos.
Os focos ecogênicos pontuados também são conhecidos como microcalcificações. Eles são um forte preditor de malignidade e, portanto, recebem 3 pontos. 
O léxico do ACR definiu ainda mais essa categoria, pois na tireoide normal também pode haver focos ecogênicos visíveis.
Ecogênicos puntiformes devem ser chamados na situação em que são óbvios e visíveis apenas dentro do nódulo.
Pequenos artefatos de cauda de cometa com comprimento inferior a 1 mm também estão incluídos nesta categoria. TI-RADS: 3 pontos.
· Múltipos Nódulos
Quando há múltiplos nódulos, não deve haver mais de 4 nódulos classificados. A punção não é recomendada para mais de 2 nódulos.
No caso de nódulos múltiplos, deve ser amostrado o nódulo que preenche os critérios TI-RADS FNA, que não é necessariamente o nódulo dominante ou o maior.
Exemplos
Coluna vertebral
A coluna vertebral compõe a principal parte do esqueleto axial, proporcionando um eixo parcialmente rígido e ao mesmo tempo flexível para o corpo e um pivô para a cabeça. D essa forma, possui importante papel na postura, sustentação do peso do corpo, locomoção e proteção da medula espinhal e das raízes nervosas.
Ela é composta por 33 vértebras (variando de 32 a 35 vértebras), dispostas em cinco regiões, sendo que apenas 24 delas são móveis (7 cervicais, 12 torácicas e 5 lombares). No adulto, mede cerca de 72 a 75 cm de comprimento, e desse total um pouco menos de um quarto corresponde aos discos intervertebrais.
A coluna é dividida em três segmentos especializados para as distintas funções, sendo eles: anterior, médio e posterior.
· O segmento anterior (coluna anterior) é responsável por suportar peso e absorver impactos; 
· O segmento posterior mantém o alinhamento, limitando a movimentação entre as vértebras; 
· E o intermediário (coluna média) faz a ligação entre as colunas anterior e posterior, apresentando poucas funções mecânicas, mas sendo o segmento que abriga e protege a medula.
A coluna anterior é formada pelos corpos vertebrais e pelos discos intervertebrais, que ligam dois corpos adjacentes. O corpo é a parte da vértebra feira para suportar peso, já os discos são colocados entre dois corpos vertebrais, absorvendo impactos. Os corpos vertebrais e os discos absorvem 80% do peso e das cargas colocadas sobre a coluna, deixando apenas 20% para serem divididos entre as outras estruturas.
A coluna posterior é formada pela parte posterior das vértebras (arco vertebral) e pelas articulações facetárias (ou interapofisárias), junto com seus ligamentos. A principal função destas articulações é manter a coluna alinhada durante o movimento.
A coluna média interliga as duas colunas anteriormente mencionadas, promovendo união entre as mesmas por meio de duas pontes ósseas, os pedículos, um de cada lado. Entre os pedículos encontra-se o canal vertebral, que contém a medula espinhal e as raízes neurais, sendo limitado anteriormente pela face posterior dos corpos vertebrais e posteriormente pelos elementos do arco posterior.
Os corpos vertebrais gradualmente tornam-se maiores à medida que se aproximam do sacro, passando a seguir a diminuir progressivamente de tamanho até o cóccix. Nos adultos, as cinco vértebras sacrais encontram-se fundidas para formarem o sacro e as quatro vértebras coccígeas (variam de três a cinco) são parcialmente fundidas para formarem o cóccix.
Os corpos vertebrais são conectados entre si pelos discos intervertebrais e articulações interapofisárias e fixados anteriormente e posteriormente pelos ligamentos longitudinais. Posterolateralmente, os dois pedículos formam os pilares sobre os quais se apoia o teto do forame intervertebral. As facetas articulares, os ligamentos interespinhosos e a musculatura paravertebral contribuem para dar estabilidade à coluna.
Os discos intervertebrais são compostos por um anel fibroso (parte fibrosa externa, composta de lamelas concêntricas de fibrocartilagem) e por uma porção central chamada de núcleo pulposo . Os discos são mais espessos anteriormente nos níveis cervical e lombar e com espessura mais uniforme na região torácica. Em indivíduos jovens, os núcleos pulposos são compostos por cerca de 88% de água, sendo, dessa forma, responsáveis por grande parte da flexibilidade.
Articulações interapofisárias
As articulações interapofisárias, também denominadas de articulações facetárias, são articulações sinoviais que se situam posteriormente nas vértebras, sendo pares e formadas pelos processos articulares superior do corpo vertebral inferior e processo articular inferior do corpo vertebral superior. Contribuem para a estabilidade da coluna vertebral e a orientação dos movimentos, evitando o escorregamento anterior da vértebra superior.
Radiografias localizadas da coluna lombar nos planos frontal (A), lateral (8) e oblíquo (C) demonstrando as principais estruturas ósseas da região: 1) corpo vertebral; 2) espaço discai; 3) pedículo; 4) apófise articular superior; 5) apófise articular inferior; 6) espaço articular da interapofisária; 7) istmo interapofisário; 8) lâmina; 9) forame de conjugação; 10) apófise espinhosa; 12) apófise transversa; 13) canal vertebral.
Arco vertebral – pedículos e lâminas
O arco vertebral está fixado a cada lado do corpo vertebral, sendo formado por dois pedículos e duas lâminas.Os pedículos são processos cilindricos e curtos que se projetam posteriormente ao corpo vertebral para se encontrarem com duas placas ósseas achatadas, denominadas lâminas que se unem na linha mediana. 
As lâminas do arco vertebral são placas ósseas largas que se estendem no sentido posteromedial e ligeiramente para baixo a partir dos pediculos, formando a parede posterior do forame vertebral. Elas se unem no plano mediano para formarem o processo espinhoso e servem de inserção para os ligamentos amarelos.
Processos transverso, espinhoso e articulares
Podem ser observados sete processos originando-se do arco vertebral (um processo espinhoso, dois processos transversos e quatro processos articulares).
· Processo espinhoso mediano, surgindo na união das lâminas com sentido posterior e levemente inferior. Ele serve para inserção dos ligamentos interespinhosos e supraespinhosos, além de vários músculos.
· Processos transversos projetam-se posterolateralmente a partir das junções dos pedículos e lâminas. Atuam como alavancas e proporcionam fixações para os músculos profundos do dorso.
· Processos articulares dois superiores e dois inferiores, também se originando da união dos pedículos com as lâminas. Cada um deles apresenta uma faceta articular, que se situa dorsalmente nos processos superiores e ventralmente nos inferiores.
Forame vertebral
Os arcos vertebrais, juntamente com a superfície posterior do corpo vertebral, se unem para formar o forame vertebral (neural), os quais, em conjunto, formam o canal vertebral, que contém a medula espinhal, as meninges, os vasos e a gordura.
As incisuras vertebrais são entalhes identificados em uma visão lateral das vértebras, situadas acima e abaixo dos pedículos e anteriormente aos processos articulares. As incisuras superiores e inferiores de vértebras adjacentes, juntamente com o disco intervertebral, formam o forame intervertebral, onde estão localizados os gânglios sensitivos e por meio dos quais emergem as raízes nervosas, com seus vasos associados.
Vértebras cervicais
As vértebras cervicais possuem estrutura vertebral tÍpica, exceto nas duas primeiras, C1 e C2 (Fig. 1-28). A vértebra C1 é denominada de atlas e tem um formato de anel. As facetas articulares superiores articulam-se com os côndilos occipitais, não possuindo processo espinhoso ou corpo. Essa vértebra consiste apenas em arcos anterior e posterior, cada qual possuindo um tubérculo e uma massa lateral. Superiormente, atrás de cada massa lateral existe um sulco neurovascular ocupado pela artéria vertebral e pelo primeiro nervo espinhal. O atlas excede em largura as demais vértebras cervicais, apresentando processos transversos longos.
C2 é a mais forte das vértebras cervicais, sendo denominada de áxis, Ela apresenta duas grandes superfícies planas de sustentação (facetas articulares superiores) sobre as quais gira o atlas. A principal característica desta vértebra é a presença do processo odontoide (dente), que se projeta para cima a partir de seu corpo. Ele é mantido em posição (contra a face posterior do arco anterior do atlas) por meio do ligamento transverso do atlas, o qual impede seu deslocamento horizontal
Doenças degenerativas
A avaliação radiológica é o principal método de diagnóstico para avaliação das doenças degenerativas do sistemamusculoesquelético.
Alterações osteo-hipertróficas
A sobre carga mecânica induz a formação óssea nas margens articulares, que são denominadas de osteófitos.
Redução do espaço articular
Ocorre por degeneração das estruturas de partes moles sustentadoras das articulações, como discos intervertebrais, cartilagens e meniscos.
Pode acontecer o deslizamento de um corpo vertebral sobre o outro, fenômeno denominado de espondilolistese. A espondilolistese pode ter causa indeterminada, mas sua principal etiologia esta relacionada com fratura das lâminas posteriores das vértebras, denominada espondilólise.
Esclerose óssea
Decorrente de maior deposição óssea em determinadas estruturas em razão da sobrecarga mecânica. Mais frequentes nas articulações dos quadris, joelhos, tornozelos e coluna vertebral.
Anquilose óssea
Fusão de elementos ósseos distintos decorrentes do processo degenerativo. Muito comum na artrite reumatóide.
Cistos subcondrais
O processo degenerativo que ocasiona a destruição da cartilagem de revestimento deixa exposto o periósteo, que costuma afilar, e ocorre a formação de pequenas lesões císticas.
Hérnia de disco lombar
A hérnia de disco caracteriza-se pelo abaulamento ou protrusão posterior do disco intervertebral (< 25% da circunferência do disco) para o canal medular. Esta protrusão pode ser difusa ou focal, central ou lateralizada. Também pode ocorrer migração superior, inferior ou foraminal do disco,que pode romper e liberar fragmentos no interior do canal.
O quadro doloroso ocasionado pela herniação discal é, muitas vezes, incapacitante e decorre da compressão do disco herniado sobre o saco dural e as raízes nervosas. Pode ocorrer, ainda,a herniação do disco para o interior do corpo vertebral decorrente de uma fragilidade óssea dos platôs vertebrais, são os chamados nódulos de Schmorl.
Protrusão X extrusão
A hérnia de disco focal é mais especificamente classificada como protrusão ou extrusão, de acordo com a forma do material discal deslocado. 
A terminologia "protrusão" é utilizada quando a base do disco é mais ampla do que qualquer outro diâmetro do material deslocado.
A terminologia "disco extruso" é usada para uma projeção focal do disco, em que a base é mais estreita do que os demais diâmetros medidos no mesmo plano, havendo rotura de todas as camadas do ânulo fibroso. O material discal herniado pode migrar por via subligamentar nos sentidos superior e inferior, mantendo ou não conexão com o disco de origem.
Quatro níveis de compressão
Em pacientes com sintomas de compressão da raiz nervosa, existem quatro níveis que precisam ser estudados:
1. Nível do disco - Esta é a área mais comum onde os nervos são comprimidos. Principalmente por hérnia de disco e menos frequentemente por estenose espinhal.
2. Nível do recesso lateral - Esta é a área abaixo do disco onde o nervo corre mais lateralmente em direção ao forame. O estreitamento do recesso lateral é causado por artrose facetária, geralmente em combinação com hipertrofia do ligamento amarelo e abaulamento do disco.
3. Forame - Esta é a área entre dois pedículos, onde o nervo deixa o canal espinhal.
O estreitamento do forame é visto na artrose facetária, espondilolistese e hérnia de disco foraminal - geralmente um disco migrado de um nível inferior.
4. Extraforaminal - Esta é a área lateral ao forame.
A compressão do nervo nesta área é incomum, mas às vezes é causada por uma hérnia de disco lateral.
Nesses quatro níveis pode haver muita sobreposição de patologia. Por exemplo, uma hérnia de disco pode causar compressão do nervo ao nível do disco, mas também ao nível do forame ou extra-foraminal quando há migração do disco.
· Anatomia
Um disco normal é composto por um núcleo pulposo central e um anel fibroso periférico, que está contido nos limites do espaço discal;
O ligamento Flavum (amarelo) é um ligamento forte no lado interior posterior do canal vertebral que conecta as lâminas das vértebras adjacentes.
Como resultado do envelhecimento e instabilidade da coluna vertebral devido à artrose facetária, haverá mais estresse no ligamento flavum resultando em hipertrofia e fibrose.
A hipertrofia do ligamento flavum é geralmente vista em combinação com a artrose facetária e ambas resultam em estenose do recesso lateral ou, quando bilateral, em estenose espinhal.
Gordura epidural - Esta é a gordura que envolve o saco dural, que contém os nervos.
Gordura abundante pode ser vista na terapia com esteróides, obesos extremos e é raramente idiopática.
A gordura epidural abundante pode contribuir para a estenose do canal espinhal.
A hérnia de disco é o deslocamento de material do disco como núcleo pulposo, partes do anel fibroso e cartilagem, além dos limites do espaço do disco intervertebral.Pode ser focal ( < 90º), de base ampla ( 90º-180º) ou causada por abaulamento do disco (> 180º).
É denominada hérnia quando o deslocamento do material do disco é focal (< 25% da circunferência do disco).
O abaulamento assimétrico do tecido do disco maior que 25% da circunferência do disco é frequentemente visto como uma adaptação à deformidade adjacente.
Migração X Sequestro
A migração indica o deslocamento do material do disco para longe do local de extrusão, independentemente de ser sequestrado ou não.
O termo sequestro é usado para indicar que o material do disco deslocado perdeu a continuidade com o disco original.
Estenose do recesso lateral
A estenose do recesso lateral é um problema comum, especialmente em pacientes idosos.
A estabilidade da coluna vertebral diminui, o que resulta em instabilidade.
Isso resulta em hipertrofia das articulações facetárias e artrose, abaulamento do disco e mais estresse no ligamento flavum, resultando em hipertrofia.
Todos esses mecanismos levam à estenose do recesso lateral.
Em casos avançados de artrose pode formar-se um cisto sinovial, o que contribui para o estreitamento.
Estenose do canal vertebral
Causas de estenose espinhal:
· Mais comum
Artrose facetária bilateral em combinação com abaulamento do disco e hipertrofia do ligamento amarelo
· Menos comum
· Estreitamento congênito com pedículos curtos
· Lesão espinhal e hematoma epidural
· Tumores ósseos
· Espondilodiscite ou abscesso epidural
· Espondilolistese
Observe o estreitamento difuso do canal espinhal lombar. É melhor visualizada nas imagens de RM, mas já pode ser suspeitada na radiografia, pois os pedículos são muito curtos.
Nas imagens axiais de T2W você pode ver que não há LCR visível ao redor das raízes nervosas.
Isso significa que há uma estenose espinhal grave.
A gordura epidural comprime os nervos posteriormente.
Aqui um paciente com múltiplas metástases ósseas. Ao nível de L1L2 isso causa estenose espinhal com compressão dos nervos (seta vermelha). Não é tão comum que as metástases causem compressão do nervo no nível lombar. No nível torácico e cervical, as metástases frequentemente causam compressão porque não há muito LCR circundando o mielo.
As fraturas podem causar estenose do canal medular principalmente quando há deslocamento de estruturas ósseas como nas fraturas do tipo explosão e nas fraturas com rotação e translação. Aqui um paciente com uma velha fratura de ruptura. Há retropulsão do fragmento posterossuperior (seta vermelha) comprimindo a cauda (seta azul).
Estenose foraminal
Causas de estenose foraminal:
· Artrose facetária
· Hérnia de disco com migração ascendente
· Espondilolistese
A estenose do neuroforame é geralmente o resultado de uma combinação de hérnia discal ascendente e artrose facetária. Também é freqüentemente visto em pacientes com espondilolistese.
A espondilolistese é uma condição na qual uma vértebra desliza para a frente sobre a que está abaixo dela, geralmente L4 sobre L5.
O deslocamento resulta de espondilólise (fratura por estresse da pars interarticularis) ou de artrose facial com deslizamento das facetas.
Aqui um paciente com artrose facetária grave no lado direito no nível L4L5.
Compressão nervosa extraforaminal
A compressão do nervo extraforaminal é observada em cerca de 5% dos casos. Quase sempre é uma hérnia de disco lateral de nível inferior que comprime a parte extraforaminal do nervo.
Aqui um exemplo de uma hérnia de disco lateral que produz compressão da raiz nervosa e do gânglio de saída superior. Observe o nervo L4 (seta vermelha), que está sendo deslocado posteriormente por uma hérnia de disco lateral no nível L4-5 (seta verde).

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