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Dos juízes e do Ministério Público

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
Dos Juízes e do Ministério Público 
Dos juízes 
- Juízo é o órgão estatal atribuído da função jurisdicional, enquanto juiz/a é a pessoa física que age representando o 
juízo. Os órgãos jurisdicionais, que podem ser colegiados ou unipessoais, são compostos por um ou vários juízes e os 
seus respectivos auxiliares. 
- O processo é o instrumento pelo qual se assegura o exercício da jurisdição. O juiz é seu diretor, com a colaboração 
dos auxiliares. A direção não se aperfeiçoa de acordo com sua livre vontade, mas segundo regras previamente 
estabelecidas nas leis processuais, das quais ele é mero executor. Conduz o processo conforme os poderes que o CPC 
traz, observando o art. 139. 
Art. 139 CPC. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar 
o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores 
judiciais; Existe a autocomposição (prevalece a vontade das partes) e a heterocomposição (prevalece a vontade de um 
terceiro, como de um árbitro ou do juiz). Mesmo que você escolha a heterocomposição, ainda existe a possibilidade 
de se ter autocomposição no decorrer do processo. As partes aceitam melhor quando são elas que “decidem” seu 
destino. Art. 3º, §2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. §3º A conciliação, 
a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, 
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do 
conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns 
e tribunais; 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, 
hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais; 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública 
e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 
82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo 
regular. 
- Compete ao juiz, na direção do processo, observar, dentre outros, o princípio da imparcialidade, da isonomia 
substancial das partes, da celeridade processual, do estímulo à autocomposição. 
- O princípio da imparcialidade está embutido nos art. 144 e art. 145 do CPC. 
- O art. 144 traz as causas de IMPEDIMENTO, que, via de regra, são objetivas (de mais fácil demonstração). Essas 
causas são mais graves > independente da opinião do juiz, ele deve ser afastado do processo. O impedimento pode 
ser arguido a qualquer tempo. Os atos praticados por juiz impedido, incluindo a sentença, são nulos e ensejam ação 
rescisória, ainda que ele tenha conduzido o processo de forma equânime. Não há necessidade de prova de prejuízo. 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou 
prestou depoimento como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge 
ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em 
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato 
de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado 
de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do 
Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. 
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de 
advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que 
não intervenha diretamente no processo. 
- Já o art. 145 traz as causas de SUSPEIÇÃO, que são de cunho pessoal, nem sempre de fácil constatação ou 
demonstração. As causas de suspeição não são tão graves quanto às de impedimento, pois ela coloca o juiz como 
suspeito de ser parcial. Por menor gravidade, indica ao juiz hipóteses em que é conveniente que ele se afaste. Se não 
o fizer, a lei atribui às partes a possibilidade de argui-la e, no caso de o juiz querer continuar no processo, a decisão 
será do tribunal ao qual ele faz parte. A suspeição pode ser requerida com 15 dias, a partir da data de conhecimento 
do fato. Passado esse prazo e as partes não arguiram, a matéria vai se tornar preclusa, não podendo ser invocada 
posteriormente. 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que 
aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, 
em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. 
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. 
- O juiz não pode se eximir do seu dever de julgar alegando que a lei seja omissa. Em casos de lacuna no ordenamento 
jurídico, o juiz deverá aplicar algum precedente, a analogia, os costumes e/ou os princípios gerais do Direito (art. 4º, 
LINDB). 
- Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Princípio 
da Indeclinabilidade > o juiz não pode declinar do exercício da jurisdição > tem obrigação de trazer uma resposta à 
provocação, não necessariamente a resolução do mérito (devido a algum obstáculo, por exemplo).O juiz deve sempre 
proferir uma sentença, ainda que falte norma ou provas. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. Via de regra, utilizará os costumes, analogia 
e/ou princípios gerais do Direito. Porém, às vezes essas coisas não existem. Excepcionalmente, pode-se utilizar o 
sentimento de justiça do juiz (equidade) > é o que o juiz entende por justiça. Ex. que o juiz pode usar a equidade: art. 
85, § 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for 
muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º. 
- Ao julgar, o juiz deverá manter uma congruência entre o que está sendo decidido na sentença e os elementos da 
ação, indicados pelo autor em sua petição inicial. 
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não 
suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. Princípio da adstrição/da congruência. O juiz deve respeitar 
os elementos indicados pelo autor na petição inicial. Se o autor pediu X, o juiz não pode dar 2x. 
Do Ministério Público 
- O MP é o órgão através do qual o Estado procura tutelar o interesse público e a ordem jurídica. 
Art. 127 CF. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe 
a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
Art. 176 CPC. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos 
sociais e individuais indisponíveis. 
- No processo civil, o MP (“parquet”) ora age como parte, ora como fiscal da ordem jurídica (“custos legis” > fiscal da 
lei). Em alguns processos ele atuará como parte (autor) e em outros como fiscal da lei, acompanhando a tramitação 
do processo. 
- Quando ele atua como parte (autor), ele faz petições; pedidos. Quando ele atua como fiscal da lei, ele trará uma 
opinião, através de um parecer. 
Art. 177 CPC. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições constitucionais. 
Atuação como parte. Pleiteia direito alheio em nome próprio > substituto processual. Art. 201 do Estatuto da Criança 
e do Adolescente (Lei 8.064). Compete ao Ministério Público: III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os 
procedimentos de suspensão e destituição do poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, 
bem como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude; 
Art. 129 CPC. São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para 
a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
Art. 1.549 CC. A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, pode ser 
promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público. 
Art. 178 CPC. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem 
jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam: Chama o MP ao 
processo para acompanhar o processo. 
I - interesse público ou social; 
II - interesse de incapaz; 
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério 
Público. Interesse da Fazenda Pública não significa necessariamente um interesse público. 
- Outorgado o direito de ação ao MP, atribui-lhe o Código os mesmos poderes e ônus que tocam às partes. 
Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público: 
I - Terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; 
II - Poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer. 
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua 
intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º. 
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos 
e dará andamento ao processo. 
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para 
o Ministério Público. 
Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no 
exercício de suas funções. 
- É nulo o processo quando o MP não for intimado a acompanhar o processo em que devia intervir. 
Art. 279 CPC. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em 
que deva intervir. 
§1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz invalidará os atos 
praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado. 
§2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou 
a inexistência de prejuízo. Se não tiver existido prejuízo do ponto de vista do MP, às vezes não precisa anular. 
- MPU = MP Federal + MP do trabalho + MP militar + MP do Distrito Federal. 
- MPU + ministérios públicos estaduais formam o MP. 
 MP ESTADUAL MP FEDERAL 
1ª INSTÂNCIA Promotor de Justiça Procurador da República 
2ª INSTÂNCIA Procurador de Justiça Procurador Regional da República 
CHEFE Procurador Geral de Justiça Procurador Geral da República

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