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Bases Neurológicas, Neuropsicologia e Distúrbios da Aprendizagem - Resumos

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Bases Neurológicas, Neuropsicologia e distúrbios da Aprendizagem – Resumo.
Aula 1 – Neurociências, Neuropsicologia e as Bases Estruturais do Sistema Nervoso.
O que é Neurociência? Neurociência consiste no estudo sobre o sistema nervoso e suas funcionalidades, além de estruturas, processos de desenvolvimento e alguma alteração que possa surgir no decorrer da vida. É uma análise minuciosa sobre o que manda e desmanda em nossa vida. É importante adiantar que esta área de estudo trabalha com três elementos, a saber: o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos.
Campos da Neurociência
Neuropsicologia – Esta parte estuda a interação que há entre as ações dos nervos e as funções ligadas à área psíquica.
Neurociência cognitiva – este campo foca na capacidade cognitiva (conhecimento) do indivíduo, como o raciocínio, a memória e o aprendizado.
Neurociência comportamental – Quem segue esta linha procura estabelecer uma ligação entre o contato do organismo e seus fatores internos (emoções e pensamentos) ao comportamento visível, como a forma de falar, de se postar e até mesmo os gestos usados pela pessoa.
Neuroanatomia – Uma das partes mais complexas da neurociência, tem por objetivo compreender toda a estrutura do sistema nervoso. Com isso, o estudioso precisa separar o cérebro, a coluna vertebral e os nervos periféricos externos para analisar cada item com muita cautela a fim de compreender a respectiva função de cada parte e nomeá-la.
Neurofisiologia – por último, mas não menos importante, temos a neurofisiologia, que estuda as funções ligadas às várias áreas do sistema nervoso.
O sistema nervoso
O conceito: Sistema nervoso é o regulador das atividades corporais e se subdivide em três segmentos: Sistema Nervoso Central (SNC), Sistema Nervoso Periférico (SNP) e o Sistema Nervoso Autônomo (SNA).
Sistema Nervoso Central (SNC) – SNC ocupa o inferior da caixa craniana (encéfalo) e do canal raquidiano (medula espinhal).
Sistema Nervoso Periférico (SNP) – Compreende os gânglios nervosos, os nervos e o sistema Neurovegetativo.
Sistema Nervoso Autônomo (SNA) – Essa função é independente da vontade humana, por isso, o nome autônomo. São exemplos a digestão, os batimentos cardíacos, a excreção e outras que acontecem involuntariamente. O sistema nervoso autônomo se ramifica em duas partes: simpática e parassimpática, que agem de forma a proporcionar um equilíbrio corporal a chamada homeostase. A atividade simpática deixa o corpo alerta para tomar ação de caráter decisivo. Por exemplo, dilatar a pupila, boca seca, aceleração dos batimentos cardíacos e até promover a ejaculação. Por outro lado, e, com ação oposta, os parassimpáticos fazem o contraponto.
Ela propicia o repouso dos órgãos vitais. Causa a ereção, reduz os batimentos cardíacos, o indivíduo saliva mais, a pupila se contrai e etc.
Neurônios
Conceito: Base do sistema nervoso, os neurônios são células características do sistema nervoso que possuem a capacidade de estabelecer conexões entre si quando recebem estímulos do ambiente externo ou do próprio organismo. São os responsáveis por transmitir os impulsos nervosos ao cérebro. Temos cerca de 86 bilhões de neurônios e sua estrutura é geralmente a mesma: há o corpo celular, que acomoda o núcleo e as organelas celulares; o axônio, uma prolongação única, revestida de mielina (camada lipídica que atua na condução dos impulsos nervosos) e responsável por conduzir os impulsos; e os dendritos, que são ramificações tanto do coro celular quanto do axônio e realizam a comunicação entre os neurônios, por meio das sinapses.
Sinapses: É o local de contato (comunicação) entre dois neurônios. A transferência do impulso nervoso das sinapses ocorre graças aos neurotransmissores. Estes são biomoléculas (substâncias químicas), produzidas pelos neurônios e armazenados nas vesículas sinápticas (bolsas presentes nas extremidades dos axônios).
Classificação Geral dos Neurônios
Neurônios aferentes ou sensoriais – São responsáveis por levar uma informação dos receptores ou órgãos do sentido até o sistema nervoso central. Por via de regra, o neurônio aferente contém apenas um longo dendrito e um axônio curto, enquanto que a forma do corpo celular é arredondada.
Neurônio eferentes ou motores – São responsáveis por levar uma informação do sistema nervoso central para o músculo e glândulas. Por via de regra, estes neurônios possuem um longo axônio e pequenos e numerosos dendritos.
Interneurônios ou neurônios associativos – Constituem a maior parte dos neurônios. São todos aqueles que estão entre um neurônio aferente e eferente. São responsáveis pela decodificação e gerenciamento das informações provenientes dos neurônios aferentes, assim como todo o processo de tomada de decisão que eventualmente será comunicada ao neurônio eferente.
Células Glias ou Neuróglia
São diversos tipos celulares presentes no sistema nervoso central. Elas não geram impulsos nervosos, não formam sinapses e, ao contrário dos neurônios, são capazes de se comunicar através do processo de mitose, mesmo em indivíduos adultos. Assim, as células da glia atuam como células de suporte aos neurônios. Dentre as diversas funções exercidas por essas células, podemos destacar:
- Sustentação e isolamento de neurônios;
- Transporte de substâncias nutritivas aos neurônios;
- Participação no equilíbrio iônico do fluido extracelular; remoção de excretas e fagocitose de restos celulares.
Substância Branca e Cinzenta
A substância branca são os axônios de neurônios, a mielina. E a substância cinzenta são os corpos celulares e os dendritos.
Neurogênese
Por muitos anos, acreditou-se que o cérebro humano começava a se desenvolver na infância e parava na vida adulta, ou seja, você nascia com um número predeterminado de neurônios que iam morrendo ao longo de sua vida. No entanto, a Neurogênese prova o contrário: o cérebro humano continua se desenvolvendo na idade adulta, pois continua a produzir neurônios. O surgimento dessas novas células foi encontrado no hipocampo, ao redor dos ventrículos laterais. É uma grande descoberta, pois isso significa que a qualquer momento podem surgir novos neurônios e que eles podem migrar para outras partes do cérebro.
Plasticidade Neuronal
A plasticidade neural é a capacidade do cérebro em desenvolver novas conexões sinápticas entre os neurônios a partir da experiência e do comportamento do indivíduo. A partir de determinados estímulos, mudanças na organização e na localização dos processos de informação podem ocorrer. Através da plasticidade, novos comportamentos são aprendidos e o desenvolvimento humano torna-se um ato contínuo.
Esse fenômeno parte do princípio de que o cérebro não é imutável, uma vez que a plasticidade neural permite que uma determinada função do Sistema Nervoso Central (SNC) possa ser desenvolvida em outro local do cérebro como resultado da aprendizagem e do treinamento.
O cérebro
O cérebro é o “computador central” de nosso corpo, localizado dentro da caixa craniana, faz parte do sistema nervoso, para onde convergem todas as informações que recebemos. O cérebro representa apenas 2% da nossa massa corporal, porém consome mais de 20% do nosso oxigênio. Comanda as atividades como o controle das ações motoras, a integração dos estímulos sensoriais e as atividades neurológicas como a memória e a fala. O cérebro é formado por dois tecidos superpostos. O córtex cerebral, mais externo, é o mais extenso, de coloração branca é o núcleo cerebral, rico em fibras nervosas que estabelecem comunicação entre o córtex cerebral, os órgãos sensoriais e os músculos de todo o corpo. 
O córtex cerebral
O córtex cerebral é a camada mais externa do cérebro. A espessura do córtex cerebral varia entre 2 a 6mm. O lado esquerdo e direito do córtex cerebral são ligados por um feixe grosso de fibras nervosas chamado de corpo caloso. Em mamíferos superiores (como humanos, primatas e cetáceos), o cérebro tem uma superfície irregular, cheia de áreas mais protuberantes (chamadas de giros), intercaladas com pequenos vales (chamados de sulcos) e que dão a aparênciade "enrugado” ao cérebro. 
O cérebro de mamíferos menos desenvolvidos como camundongos e ratos tem poucos giros e sulcos, sendo a superfície cerebral mais lisa. As principais funções são: pensamento, movimento voluntário, linguagem, julgamento e percepção.
 Divisão de funcionamento do cérebro:
 - Lobo frontal: inteligência.
- Lobo temporal: audição.
- Lobo occipital: visão.
- Lobo parietal: motilidade e sensibilidade.
Hemisférios cerebrais
O cérebro é formado por duas metades chamadas de hemisférios cerebrais. A metade esquerda controla o lado oposto do organismo, ou seja, a ordem dos movimentos dirigidos para o lado direito parte do hemisfério esquerdo. Se o hemisfério dominante é o lado direito do cérebro, a pessoa será canhota.
Cerebelo
O cerebelo é a parte do encéfalo responsável pela manutenção do equilíbrio, pelo controle do tônus muscular, dos movimentos voluntários, e aprendizagem motora. Dependemos do cerebelo para andar, correr, pular, andar de bicicleta, entre outras atividades.
Tronco Encefálico
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais tais como:
- Recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça.
- Contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal.
- Regula a atenção, a função que esta é mediada pela formação reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico).
Medula Espinhal
A medula espinhal é a porção alongada do sistema nervoso central, que se inicia logo abaixo do bulbo, no forame magno, atravessando o canal das vértebras, estendendo-se até a primeira ou segunda vértebra lombar, atingindo entre 44 e 46cm de comprimento. A medula espinhal ocupa toda a extensão do canal vertebral no indivíduo adulto. Da ponta da medula espinhal sai um filamento terminal, que vai até o cóccix.
Sua função não é apenas a de um condutor de impulsos nervosos. Os circuitos neuronais medulares são importantes na produção dos movimentos musculares, pois eles exercem o controle direto sobre os músculos.
A medula espinhal tem a função de conduzir impulsos nervosos das regiões do corpo até o encéfalo, produzir impulsos e coordenar atividades musculares e reflexos.
Aula 2 – Funcionamento do Sistema Nervoso: Algumas funções importantes:
Consciência: Descoberta ou reconhecimento de algo, quer de algo exterior, como um objeto, uma realidade, uma situação etc., quer de algo interior, como as modificações sofridas pelo próprio eu, conhecimento do bem e do mal. A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, autoconsciência e a capacidade de perceber a relação entre si e o outro.
Setores Funcionais da Consciência
Vigília: premissa fundamental para a clareza da consciência.
Clareza da consciência: só com consciência clara se podem experimentar tais os objetos que se mostram no horizonte.
Consciência de si mesmo: o sujeito reconhece-se a si mesmo como vivente e atuante, com total coerência biográfica que, aliás, se mantém continuamente (em condições normais), ao longo da vida. À consciência de si mesmo corresponde a consciência da experiência, da realidade e do vivenciar o tempo.
Atenção
É um termo com diversos significados e que pode ser utilizado em âmbitos distintos. Para a psicologia, a atenção é uma qualidade da percepção que funciona como uma espécie de filtro dos estímulos ambientais, avaliando quais são os mais relevantes e dotando-os de prioridade para um processamento mais profundo.
Por outro lado, a atenção também é entendida como o mecanismo que controla e regula os processos cognitivos. Em certas ocasiões, chega mesmo a atuar de forma inconsciente.
Tipos de Atenção
Atenção seletiva: Pode-se escolher prestar a atenção em determinados estímulos e ignorar outros. O foco de atenção em estímulos informativos específicos aumenta a nossa capacidade para manipular aqueles estímulos para outros processos cognitivos, como a compreensão verbal ou a resolução de problemas.
Vigilância: É a capacidade de uma pessoa estar presente em um campo de estimulação durante um período prolongado, no qual ela procura detectar o aparecimento de um sinal (um estímulo alvo de interesse específico). Quando vigilante, a pessoa espera detectar um estímulo sinal que pode surgir num tempo desconhecido. 
Sondagem: Refere-se a um exame atento do ambiente quanto a aspectos específicos, ou seja, procura algo ativamente, sem que se saiba de que isso aparecerá, enquanto se está sondando pode ser que ocorram alarmes falsos, geralmente quando se encontram estímulos que desviam a atenção (por exemplo: estímulos semelhantes).
Atenção dividida: Nessa função, os recursos de atenção disponíveis são distribuídos para coordenar o desempenho de mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Geralmente é mais difícil realizar simultaneamente mais de uma tarefa controlada, porém, com o aumento da prática, pode-se manipular bem mais de uma tarefa ao mesmo tempo, mesmo que estas exijam compreensão e tomada de decisões.
Memória: Segundo Stemberg (2000) a memória é o meio pelo qual se recorre às suas experiências passadas a fim de usar essa informação no presente. Segundo Iida (1990) a memória é a capacidade de se armazenar conhecimentos adquiridos, ideias ou impressões, sendo de extrema importância para o desenvolvimento de uma interface que seja fácil de interagir e reaprender.
Tipos de memória
Memória de curta duração: Essa memória retém as informações por períodos extremamente curtos, de 10 a 20 segundos e ao longo dos quais as informações são totalmente esquecidas. A capacidade média de retenção é de sete itens não relacionados entre si, que pode variar de mais ou menos dois (Ilida, 1990).
Memória de longa duração: Segundo Ilida (1990) essa memória retém informações através do processo de treinamento e aprendizagem e tem uma duração um pouco mais longa, podendo sofrer associações ou combinações para serem lembradas seletivamente.
Divisões da Memória Quanto a sua Função
Memória semântica: é nossa memória para conteúdo ou significado. São informações que, uma vez armazenadas, não mudarão muito ao longo do tempo. Saber, por exemplo, qual animal é cinza, tem quatro patas e uma tromba ou para que serve um abridor de latas são exemplos de memórias de natureza semântica. Sendo ontem, hoje ou amanhã, via de regra, uma cadeira terá quatro pernas.
Memória Episódica: envolve o resgate de algumas informações que só fazem sentido dentro de um certo momento no tempo, um episódio. Saber o que comi no café da manhã, quando devo pagar o imposto de renda ou onde parei o carro por exemplo.
Inteligência
É a capacidade do organismo para se adaptar convenientemente a situações novas; conjunto de processos de pensamento que constituem adaptação mental; Propriedade de combinar de outro modo as normas de conduta para poder atuar melhor em situações novas; Faculdade de produzir reações satisfatórias sob o ponto de vista da verdade ou da realidade; O grau de eficácia que tem nossa experiência para solucionar nossos problemas presentes e prevenir futuros.
A capacidade agregada ou global para agir intencionalmente, para pensar racionalmente e para lidar de modo eficaz com o meio ambiente.
Inteligências múltiplas
Conceito: A teoria das inteligências múltiplas foi estudada pelo psicólogo Howard Gardner como contrapeso para o paradigma da inteligência única. Ele propôs que a vida humana requer desenvolvimento de vários tipos de inteligências.
Q.I – Quociente de Inteligência
QI significa Quociente de Inteligência, um fator que mede a inteligência das pessoas com base nos resultados de testes específicos. O QI mede o desempenho cognitivo de um indivíduo comparando as pessoas do mesmo grupo etário. O QI mede bem nossos talentos linguísticos, os pensamentos lógicos, matemáticos e analíticos,a facilidade de abstrair as construções teóricas, o desenvolvimento escolar, o saber acadêmico acumulado ao longo do tempo. Os grandes gênios do passado, avaliados dessa forma, apresentavam uma taxa de aproximadamente 180, o que o caracteriza um superdotado.
Emoção
É uma alteração intensa e passageira do ânimo, podendo ser agradável ou penosa, que surge na sequência de uma certa comoção somática. As emoções são reações psicofisiológicas, que representam modos eficazes de adaptação face às mudanças ambientais, contextuais e/ou situacionais. Em termos psicológicos, as emoções alteram a atenção e elevam o nível de determinados comportamentos na hierarquia de respostas do indivíduo. No que diz respeito à fisiologia, as emoções organizam as respostas de muitos sistemas biológicos, inclusive as expressões faciais, os músculos, a voz e o sistema endócrino, com vista a estabelecer um meio interno óptimo em prol de um comportamento mais efetivo.
Tipos de emoções
Emoções primárias: surgem durante a infância, sendo úteis para uma reação rápida quando emergem determinados estímulos do meio. Envolvem um elevado fluxo de energia e podem existir sem termos consciências delas, caso sejam inatas. Além disso, refletem diretamente as mudanças dos estados de espírito. É neste tipo de emoções que se enquadra o medo, a alegria, a tristeza, a raiva, a surpresa e a aversão.
Emoções secundárias: experimentadas mais tarde, dependem de uma aprendizagem e, portanto, de interações sociais. Implicam uma avaliação cognitiva das situações, envolvendo, por isso, as áreas do córtex pré-frontal. Temos como exemplos a vergonha, o ciúme, a culpa e o orgulho.
Emoções de fundo: causadas, por exemplo, por um esforço físico intenso, pelo remoer de uma decisão complicada de tomar ou pela ansiedade em relação a um acontecimento agradável/desagradável que nos espera. Temos como exemplos o bem-estar, o mal-estar, a calma ou a tensão.
Aula 3 – Bases Neurológicas do Processo de Aprendizagem.
Aprendizagem: é a aquisição de qualquer conhecimento ao partir que se percebe. Uma das características mais manifestadas depois de se ter recebido algum tipo de aprendizagem são as mudanças no comportamento, isto não só supõe a modificação de condutas que já se têm senão também a aquisição de novas condutas que se incorporarão ao produto dessa nova aprendizagem.
Condicionamento clássico: Descoberto pelo fisiologista russo Ivan Pavlov, o condicionamento clássico é um processor de aprendizagem que ocorre através de associações entre um estímulo ambiental e um estímulo que ocorre naturalmente.
Condicionamento operante: É um mecanismo que premia determinada resposta de um indivíduo até que ele ficar condicionado a associar necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa experiência, percebe que o acionar de uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o movimento cada vez que quiser saciar sua fome. 
A diferença entre reflexo condicionado e o condicionamento operante é que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo. 
Exemplos de condicionamento operante: Se um aluno tiver boas notas, recebe um elogio. Apresentação de um estímulo agradável após um comportamento desejado.
Se a criança faz birra leva uma repreensão; Apresentação de uma consequência desagradável após a realização de um comportamento não desejado.
Sistema Límbico
O sistema límbico é o responsável basicamente por controlar as emoções e as funções de aprendizado e da memória, localizado nas estruturas do cérebro, tem formato de um anel cortical de cor acinzentada, formado por neurônios, ele possui várias estruturas e cada uma delas tem suas funções. As estruturas do sistema límbico são:
- Hipotálamo
- Corpos mamilares
- Tálamo
- Giro cingulado
- Amígdala
- Hipocampo
Hipotálamo – O tamanho dessa estrutura é menor do que um grão de ervilha, representando menos de 1% do tamanho do cérebro, tem como função regular o sono, a libido, o apetite, e a temperatura corporal, fazendo o sangue resfriar.
Corpos mamilares – Se relaciona com o hipotálamo, tem função de regular os reflexos alimentares do homem, a deglutição e o desejo de algum alimento delicioso.
Tálamo – Se encontra nos dois lados do cérebro, é responsável pelos quatro sentidos do homem, e também é responsável pela sensação de dor, quente ou frio, pressão de um ambiente nos ouvidos.
Giro cingulado – Adjacência do Tálamo, estimular esse local com algum medicamento ou problema psicológico pode causar alucinações, alterações das emoções, estrutura que causa grande interesse aos neuropsicológicos, além de controlar o poder do olfato e da visão.
Amígdala – O cérebro possui duas amígdalas, está localizada no lobo temporal ambos os lados, responsável pela sensação de perigo, medo e ansiedade.
Hipocampo – Está localizado no lobo temporal, tem função pela memória recente, quando uma pessoa tem acesso a uma memória recente, o hipocampo faz com que o metabolismo aumente o fluxo sanguíneo.
Aula 4 – Distúrbios Cognitivos e Comportamentais na Visão Neuropsicológica.
Alterações em suas conexões e processamento de informações podem causar:
Dificuldade de atenção, organização, tomada de decisão, baixo rendimento escolar, problemas de aprendizagem e memorização.
Afasia
A afasia é por si só, a perda da capacidade e das habilidades de linguagem falada e escrita. A afasia é um sintoma comum na neurologia clínica, muitas vezes como consequência de um acidente vascular cerebral cuja localização geralmente se dá junto à artéria cerebral média esquerda ou nos ramos junto à região do cérebro responsável pela linguagem. Outras podem ser causadas por infecções e manifestações degenerativas locais comprometendo a área especificada. São 4 os tipos mais comuns de afasia:
- Afasia de Broca;
- Afasia de Wernicke;
- Afasia de Condução;
- Afasia Global.
Amnésia
É a perda da memória parcial ou completa. Tornando-se esquecida é comum e normal, como uma pessoa envelhece, no entanto, quando a perda de memória começa a interferir nas atividades da vida diária, ele precisa ser avaliado por um médico para ser um sinal de uma doença mais profunda. Tipos de perda de memória podem incluir:
Perder a memória imediata – Como esquecer pontos turísticos ou sons que são armazenadas apenas por alguns segundos.
Perda de memória recente ou perda de memória de curto prazo – isto inclui perda de pedaços de lembranças como números de telefone ou outros números e códigos que são armazenados temporariamente.
Longo prazo ou perda de memória remota – trata-se a perder mais permanentes memórias do passado. Este geralmente é sinal de uma profunda diminuição da memória ao invés da amnésia.
Amnésias Orgânicas
Amnésia retrógrada, onde a pessoa lembra somente dos fatos ocorridos após o trauma, mas não é capaz de lembrar-se do que aconteceu antes dele. feitas ou aprendidas antes.
Amnésia anterógrada ocorre o contrário, ou seja, o paciente não se lembra das coisas ocorridas depois do trauma, mas se lembra claramente das coisas
Amnésia global transitória é caracterizada por não ter causas que possam ser identificadas claramente, embora haja estudos sugerindo tratar-se de ataque isquêmico transitório ou enxaquecas. Esta variedade de amnésia tem normalmente muito boas chances de cura.
Existe também a amnésia psicogênica que é de origem psicológica e pode alterar a memória remota ou a memória recente. Este tipo de amnésia é desencadeado por crises emocionais, e acontece como um meio de defesa da mente para situações com as quais não consegue lidar.
Dislexia
A Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas (Definição adotada pela IDA – International Dyslexia Association, em2002).
Sinais da Dislexia
Na pré-escola: Dispersão, fraco desenvolvimento de atenção, atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem, dificuldade de aprender rimas e canções, fraco desenvolvimento da coordenação motora, dificuldade com quebra-cabeças, falta de interesse por livros impressos.
Na idade escolar: Dificuldade da aquisição e automação da leitura e da escrita, pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e alteração (sons iguais no início das palavras), desatenção e dispersão, dificuldade em copiar livros e da lousa, dificuldade na coordenação motora fina (letras, desenhos, pinturas, etc.) e/ou grossa (ginástica, dança, etc.), desorganização geral, constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de seus pertences, confusão na literalidade, dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc., vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas.
Discalculia
Discalculia é definido como uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa de compreender e manipular números. A discalculia pode ser causada por um déficit de percepção visual. O termo discalculia é usado frequentemente ao consultar especificamente à inabilidade de executar operações matemáticas ou aritméticas, mas é definido por alguns profissionais educacionais como uma inabilidade mais fundamental para conceitualizar números como um conceito abstrato de quantidades comparativas.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para os serviços especializados.
Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
Causas do TDAH
- Hereditariedade;
- Substâncias ingeridas na gravidez;
- Sofrimento fetal;
- Exposição a chumbo;
- Problemas familiares.
Aula 5 – Avaliação, Diagnóstico e Intervenção em Possíveis Casos de Distúrbio.
A avaliação neuropsicológica busca investigar quais as funções cognitivas que estão preservadas e as que estão comprometidas. Através do uso de instrumentos (testes, baterias, escalas) padronizadas para avaliação das funções cognitivas, o neuropsicólogo irá pesquisar o desempenho de habilidades como atenção, percepção, linguagem, raciocínio, abstração, memória, aprendizagem, processamento da informação, visucoonstrução, afeto, habilidades motoras e executivas.
Avaliação Psicopedagógica
A avaliação psicopedagógica tem como objetivo situar os recursos utilizados e as dificuldades da criança no processo de apropriação do conhecimento. Pretende-se obter uma compreensão global da forma de aprender e dos desvios que estão ocorrendo em seu processo de aprendizagem e adaptação escolar. É uma investigação do significado, da causa e da modalidade de aprendizagem do sujeito, suas possibilidades e impossibilidades no que diz respeito à aquisição do conhecimento, com vistas ao desenvolvimento do potencial da criança. Os procedimentos para a coleta de dados são:
- Entrevista inicial com responsável;
- Anamnese;
- Análise do material escolar;
- Avaliação comportamental e pedagógica.
Intervenção Psicopedagógica
Fala-se de intervenção como uma interferência que um profissional, tanto o educador, quanto o psicopedagogo realiza sobre o processo de desenvolvimento ou aprendizagem do sujeito, o qual pode estar apresentando problemas de aprendizagem. Entende-se que na intervenção o procedimento adotado interfere no processo, com o objetivo de compreendê-lo, explicitá-lo ou corrigi-lo.
Exemplifica-se como intervenções psicopedagógicas uma fala, um assinalamento, uma interpretação que o psicopedagogo realiza na escola em crianças com transtorno de déficit de atenção com a finalidade de desvelar um padrão de relacionamento, uma relação com o mundo e, portanto, com o conhecimento.
Postura Ética do Profissional
- Cuidado: o cuidado para abordagem com o paciente é essencial, cuidado com as palavras, com a forma de dialogar com o outro.
- Honestidade: Não esconder nada do paciente, sendo honesto quanto ao diagnóstico e quadro clínico.
- Humildade: Não se colocar numa posição altiva, de superioridade, mas saber ouvir o próximo, de maneira em que ele seja ouvido de maneira igualitária.
- Empatia: A necessidade da empatia, para não fazer com que a criança se sinta julgada, mas sim abraçada e que sinta confiança no método planejado para o estudo de caso e investigação.
- Respeito: Respeito para que a criança/paciente se sinta tranquila e respeitada independente do seu diagnóstico.
- Idoneidade: Ser um profissional bem capacitado e idôneo de sua prática, com zelo e com conhecimento adequados para melhor passar o feedback para seus pacientes de forma ativa.
- Formação teórico prática: Um profissional bem capacitado para exercer o poder de avaliar crianças e também ser preparado para entender e atender diversos campos de conhecimento.
Ajustes, Adaptações e Intervenções Básicas Para Alunos com TDAH.
As configurações a serem apresentadas são essenciais para ajudar crianças em sala de aula, como por exemplo:
- Reduzir tarefas, torná-las mais curtas ou dividi-las em partes, etapas.
- Reduzir as tarefas escritas e de copiar.
- Facilitar alternativas distintas de avaliação: oral, com projetos especiais.
- Utilizar suportes complementares na classe como gravadores, calculadoras, computadores, papel carimbo, etc.
- Pôr notas nas datas em que devem ser entregues as tarefas e trabalhos.
- Complementar, reforçar instruções verbais com informação visual.
- Dar cópias das notas básicas dos capítulos.
- Modificar, simplificar o texto do livro de exercícios.
- Ter em casa uma cópia do texto da escola.
Ajustes e intervenções específicas
No ambiente: Sentar-se em frente, perto do professor. Sentá-lo longe das distrações; limitar as distrações visuais; reduzir o nível de ruído quando necessária a concentração; Fazer cartazes e guias para referência do aluno.
Quanto a organização: Escrever as tarefas no quadro e explica-las oralmente; usar e seguir calendário diariamente; clarificar as tarefas no final do dia; conferir com o professor ou parentes os materiais necessários para levar para casa.
Dar-lhe materiais prontos para arquivar na pasta; ter pastas, cadernos, etc., com divisões e cores diferentes; ajudar a organizar a mesa e materiais. Colar uma lista na mesa de: “coisas por fazer”; dividir tarefas longas; limitar a quantidade de materiais sobre a mesa da criança.

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