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Neuropsicopedagogia: Ciência Transdisciplinar

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NEUROPSICOPEDAGOGIA
RESUMO INICIAL
“A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar que estuda a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana. Para isso, busca relacionar os estudos das neurociências com os conhecimentos da psicologia cognitiva e da pedagogia. Seu objetivo é promover a reintegração pessoal, social e educacional a partir da identificação, do diagnóstico, da reabilitação e da prevenção de dificuldades e distúrbios da aprendizagem.”
• NEURO – Do grego Neuron, nervo e Logos, estudo. A Neurologia é a especialidade que cuida de doenças do cérebro, medula, nervos e músculos. Portanto, o neurologista é o médico que se especializou em neurologia, treinado para investigar, diagnosticar e tratar distúrbios neurológicos. 
• PSICO – A expressão Psicologia deriva das palavras gregas "psyché" (alma, espírito) e "logos" (estudo, razão, compreensão). Psicologia poderia ser compreendida então como o "estudo da alma" ou a "compreensão da alma". É o estudo dos fenômenos psíquicos e do comportamento do ser humano por intermédio da análise de suas emoções, suas ideias e seus valores. O psicólogo diagnostica, previne e trata doenças mentais, distúrbios emocionais e de personalidade. 
• PEDAGOGIA – A palavra Pedagogia tem origem etimológica, na Grécia Antiga e vem das palavras: pais, paidos = criança; agein = conduzir; logos = tratado, ciência. Assim, a pedagogia é a ciência que tem por objeto de estudo a educação, o processo de ensino- aprendizagem. O sujeito é o ser humano enquanto educando.
• NEURO + PSICO + PEDAGOGIA – É uma ciência que estuda o sistema nervoso e sua atuação no comportamento humano, tendo como enfoque a aprendizagem, procurando fazer interrelações entre os estudos das neurociências com os conhecimentos da psicologia cognitiva e da pedagogia.
A relação mente cérebro, início do debate:
Foi Alcmeon de Crotona, médico grego que viveu por volta de 500 e 450 a.C. o primeiro a apontar o cérebro como única sede da razão e centro de todas as sensações. Sua posição foi adotada e amplamente divulgada pelo famoso médico grego Hipócrates (por volta de 460 a.C.). Mesmo assim, a visão encefalocentrista encontrou resistência. Será o coração ou o cérebro a sede da razão humana?
Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.). Ambos postularam que diferentes aspectos mentais (como emoção, pensamento, sensação) estavam relacionados a regiões específicas do corpo. Entretanto discordavam sobre a sede da mente: para Platão, era o cérebro a sede da alma racional, enquanto Aristóteles considerava o coração a sede da razão. O cérebro funcionaria apenas como um "radiador" corporal, com a função de esfriar o sangue vindo do coração.
O trabalho do médico romano Cláudio Galeno (129-217) foi fundamental para que a perspectiva encefalocentrista ganhasse mais espaço durante a Idade Média.
Galeno associou a imaginação, a inteligência e a memória com a substância cerebral, atribuindo ao cérebro o papel fundamental de sede de todas as faculdades mentais.
Como um grande admirador do trabalho de Platão, Galeno considerou que as três faculdades da mente (ou alma) seriam divididas em três partes, assim como aponta Platão: 
· os espíritos animais, originados no cérebro; 
· os espíritos vitais, originados no coração = os espíritos vitais, produzidos no ventrículo esquerdo do coração, eram carregados até a base do cérebro, onde se tornavam espíritos animais. Os espíritos animais eram armazenados nos ventrículos até serem necessários, sendo levados através dos nervos para os músculos, permitindo o movimento ou mediando as experiências sensoriais.
· e os espíritos naturais, originados no fígado. 
O valor atribuído por Galeno aos espíritos animais como responsáveis pela experiência sensorial perdurou por séculos na compreensão do funcionamento nervoso e isto se refletiu nos estudos de René Descartes (1596-1650), por exemplo.
As contribuições de René Descartes foram decisivas. Segundo ele, a mente era imaterial, indivisível, separada do corpo (extensão, matéria). Assim, propõe uma visão dualista, onde mente e corpo possuem naturezas distintas. Entretanto, para Descartes, a alma exerce suas funções junto à glândula pineal, onde os espíritos animais o circundam, produzindo seus efeitos. Quando a alma/mente quer recordar-se de alguma coisa, sua vontade faz com que a glândula pineal mova os espíritos animais até que eles encontrem os traços do objeto em questão.
Com Descartes, vemos que os espíritos animais ainda eram considerados como responsáveis pelas funções mentais. A ideia de espíritos animais responsáveis pela animação do corpo só será abandonada no final do século XVIII, com os estudos de Luigi Galvani e Alessandro Volta sobre a bioeletricidade. De qualquer maneira, o que se observa é a consolidação da ideia de cérebro como sede da razão e consequentemente, o estabelecimento do encefalocentrismo.
A perspectiva localizacionista
Considerar o cérebro como fundamental para a expressão da mente não é o suficiente. Também é necessário compreender como esse cérebro produz a mente. A perspectiva localizacionista busca atender esta questão. 
Antes, devem-se considerar dois pontos: que o cérebro possui estruturas diferenciadas; e que a mente humana possui processos mentais distintos - tais como memória, atenção, imaginação, percepção etc. 
Tendo isto em vista, podemos pensar em determinadas estruturas neurais responsáveis por funções mentais específicas.
Um rápido olhar sobre o cérebro humano nos permite observar diferentes estruturais óbvias: há dois hemisférios, um córtex que se subdivide em diversas dobras (as circunvoluções), um cerebelo, algumas cavidades (os ventrículos cerebrais), além das partes inferiores separadas do cérebro (como o tronco cerebral) e a medula espinhal. Ao se investigar o sistema nervoso e suas relações com a mente humana, é natural se supor que essas diferenças estruturais apresentem diferenças funcionais.
Em Galeno, vemos a substância cerebral sendo associada com a imaginação, inteligência e memória. Ao longo da Idade Média, esse pensamento foi mais desenvolvido e dando origem à doutrina ventricular, cuja premissa fundamental era a de que os ventrículos cerebrais seriam responsáveis por diferentes funções mentais. Ou seja, as funções cognitivas ocorriam não na matéria cerebral, mas em seus espaços internos. Cada ventrículo seria responsável por uma função cognitiva distinta.
No século XVI, o médico e anatomista Andreas Vesalius (1514-1564) publicou uma série de desenhos a partir de dissecações neuroanatômicas que permanecem ainda hoje como uma das melhores ilustrações nessa área. O interesse pela neuroanatomia fez com que a teoria doutrina ventricular fosse contestada, passando então as diferentes estruturas cerebrais a ocupar lugar de destaque no controle das funções mentais. De fato, Vesalius atribui ao córtex as funções cognitivas, contrariando assim a doutrina ventricular. Embora suas considerações não tenham sido suficientes para a mudança de pensamento, serviram como pontapé inicial para as discussões sobre o assunto.
A ideia de que o córtex cerebral é composto por áreas funcionalmente distintas não recebeu atenção do meio cientifico até o início do século XIX. É com os estudos sobre bioeletricidade de Luigi Galvani (1737-1798) e Alessandro Volta (1745-1827) no final do século XVIII e os estudos subsequentes sobre neurofisiologia do século XIX, que finalmente o cérebro é tomado em suas menores partes.
Dois eventos são fundamentais para o estabelecimento da perspectiva localizacionista: os estudos da frenologia, proposta por Franz Josef Gall (1758-1828) e Johannn Spurzheim (1776-1832), e os estudos anátomo-clínicos feitos por Paul Broca (1824-1880).
Foram os frenologistas responsáveis pela primeira grande teoria da localização cerebral moderna. Construída a partir do trabalho do médico anatomista Franz J. Gall em 1810, a frenologia possuía cinco princípios fundamentais: 
1) o cérebro é o órgão da mente; 
2) a mente é composta por um grande número de atributosespecíficos, morais e intelectuais congênitos, essenciais e irredutíveis chamados "faculdades", alguns intelectuais, outras afetivas; 
3) cada faculdade possui sua própria região específica no córtex cerebral composto por vários "órgãos"; 
4) certas pessoas são mais dotadas do que outras em relação a certas faculdades; assim, apresentam mais tecido cerebral no local correspondente do que as menos dotadas; 
5) como o formato do crânio reproduziria fielmente a superfície do córtex, podemos inferir a intensidade de diversas faculdades intelectuais do indivíduo observando a parte externa do formato do crânio.
Apesar de ter surgido como uma tentativa científica legítima de se estudar o cérebro, a frenologia degenerou gradualmente, ganhando rapidamente o rótulo de pseudociência do século XIX. 
É interessante notar, que apesar de ser uma "pseudociência", a visão de que as diferentes partes do cérebro servem a diferentes funções mentais acabou persistindo. Na verdade, se observamos com cuidado, podemos perceber que os quatro primeiros princípios são muito próximos de considerações neurocientíficas atuais¹.
¹ sobre o quarto ponto, referente à relação entre tecido cerebral e faculdades mentais, estudos atuais neurocientíficos têm apontado uma relação direta entre feixes cerebrais e determinadas funções cognitivas. Além disso, este princípio pode ser "adaptado" nos seguintes termos: faculdades mentais, quando em ação, exigem a ativação de determinado tecido cerebral.
A partir das considerações feitas pelos frenologistas, a perspectiva localizacionista ganha força no pensamento científico do século XIX. Uma grande discussão sobre a possibilidade ou não de um localizacionismo cerebral se desenvolve. 
Entretanto, estudos realizados por Pierre Paul Broca, aluno de Jean Baptiste Bouillaud (1796-1881), fervoroso defensor da frenologia, permitiram com que a perspectiva localizacionista estabelecesse raízes sólidas no debate estrutura x função.
Em 8 de abril de 1861, Pierre Paul Broca apresentou à Sociedade de Antropologia de Paris o caso do senhor Leborgne, em quem ele havia feito a autópsia no dia anterior. O paciente esteve internado por 21 anos, quando havia perdido a capacidade de falar com coerência. Basicamente, o paciente se expressava apenas usando sinais e parecia possuir todas as suas faculdades intelectuais intactas. Era capaz apenas de pronunciar uma única silaba - "Tan" (sílaba a qual o proporcionou o famoso apelido: "paciente Tan"). Confinado ao leito e a beira da morte, quando uma gangrena grave o levou aos cuidados de Broca, o paciente morreu pouco depois de ser avaliado pelo médico. Após sua morte, Paul Broca realizou uma autópsia e removeu o cérebro do paciente.
Segundo o que observou, o paciente "Tan" apresentava uma lesão claramente visível, situada principalmente no meio do lobo frontal, no hemisfério esquerdo. Para Broca, essa lesão no lobo frontal esquerdo era a causa da perda da fala no paciente. Nos anos seguintes, Paul examinou diversos outros pacientes como "Tan" e encontrou o mesmo padrão geral de dano no lobo frontal esquerdo, concluindo que a capacidade de produção da fala estava localizada nessa região. Em homenagem a ele, essa parte do cérebro é denominada atualmente de Área de Broca. O distúrbio que acometeu "Tan" ficou conhecido como afasia motora e se caracteriza pela incapacidade de articular verbalmente as ideias, mesmo que o aparelho vocal esteja intacto e a inteligência geral seja normal.
O método utilizado por Broca - o método anátomo-clínico - permitiu uma nova possibilidade para o estudo da função cerebral humana. 
Basicamente, consiste na observação das disfunções e alterações mentais e sua correlação com lesões cerebrais, derrames ou outros males encontrados no exame do cérebro do paciente, após a morte, para detecção dessas anormalidades. Importante, qualquer tentativa em restabelecer a perda da função linguística sempre resultava em desanimadores fracassos. De acordo com Broca, era mais difícil reeducar um afásico para recuperar sua função linguística do que ensinar uma criança a falar.
Ao estabelecer uma correlação rigorosa entre características anatômicas e comportamentais, Paul Broca deu a demonstração da localização cortical discreta de uma faculdade bem definida, dentro dos moldes da ciência do século XIX. Esta contribuição abriu um leque de possibilidades para o estudo das correlações entre os processos mentais e o funcionamento cerebral que até então não tinham sido consideradas. Broca apontava para a ideia de que o cérebro seria composto por vários centros funcionais, cada um responsável por uma função específica. A perda de uma estrutura neural levaria à perda da função mental associada a essa estrutura. O prejuízo funcional, por sua vez, dificilmente poderia ser aliviado, uma vez que as demais estruturas neurais preservadas já estariam comprometidas com suas respectivas funções.
A perspectiva anti-localizacionista
Defensores da posição globalista ou holista da época, tais como John Hughlings Jackson (1835-1911), Sigmund Freud (1856-1939) e principalmente Pierre Marie (1853-1940) questionaram essas conclusões, postulando que a linguagem, graças a seu aspecto dinâmico, não teria uma representação circunscrita no córtex cerebral. De acordo com essa abordagem, a função linguística dependeria de uma ação integrada do cérebro como um todo. Evidências experimentais também levantaram críticas à perspectiva localizacionista. Por exemplo, Karl Spencer Lashley (1890-1958), trabalhando com animais numa situação de aprendizagem de labirintos, concluiu que o córtex cerebral não apresenta qualquer especialização na aquisição desse tipo de aprendizagem. A esse princípio, Lashley denominou de equipotencialidade, ou seja, qualquer área cerebral tem a mesma potencialidade para executar uma determinada função. Lashley cunhou também outro termo, denominado de ação maciça, para expressar a ideia de que a eficiência de uma determinada função depende exclusivamente da quantidade de área cortical recrutada para a execução dessa função.  
Mais ainda, evidências clínicas que começaram a surgir no início do século XIX mostravam que intervenções conhecidas hoje como técnicas de reabilitação neuropsicológica eram capazes de aliviar déficits em funções mentais produzidas por lesões neurais. Por exemplo, Jonathan Osborne (1794-1864) descreveu em 1833 o caso de um paciente afásico que apresentou melhora do seu déficit linguístico ao ser submetido a um procedimento sistemático de repetição de palavras. Dessa forma, a possibilidade de recuperar uma função perdida graças a uma lesão cerebral inviabiliza a possibilidade de que, de fato, existisse uma rígida relação entre uma determinada estrutura neural e uma função mental específica.
O desfecho atual e o conceito de circuitaria neural
A busca por uma solução para o debate estrutura versus função teve início com Alexander Romanovich Luria (1902-1977), ao opor-se às perspectivas localizacionistas e anti-localizacionaistas. Luria propôs um modelo, cujo funcionamento normal do cérebro depende de três grandes sistemas funcionais que interagem de forma hierárquica e recíproca. Lesões em determinadas regiões cerebrais levariam a uma desorganização aguda de sistemas funcionais. Intervenções neuropsicológicas, por sua vez, seriam responsáveis por um processo de reorganização desses sistemas funcionais.
O conceito de sistemas funcionais fez com que a ideia de que uma única estrutura estaria associada a uma função específica fosse abandonada. A nova proposta, em substituição ao modelo localizacionaista, que pressupõe uma relação ponto a ponto entre uma estrutura e uma função, partiu do princípio de que uma função mental seria consequência da forma como diversas estruturas se relacionam entre si. De fato, sabe-se hoje que uma criança ao nascer já possui todas as suas estruturas neurais formadas. Entretanto, a comunicação sináptica entre essas estruturas ainda é bastante incipiente. Esta é a razão pela qual o bebê recém-nascido ainda não apresentagrande parte das suas funções mentais. Essas funções são adquiridas ao longo da vida graças à capacidade que diferentes estruturas neurais possuem de fortalecer conexões mútuas, formando assim diversos circuitos neurais.
De fato, parece existir uma relação inversamente proporcional entre a consolidação de um circuito neural e a capacidade de reabilitação de uma função mental associada a essa circuitaria neural. Quanto mais bem estabelecida a conexão entre diferentes estruturas, melhor o desempenho da função. Entretanto, prejuízos no funcionamento dessa circuitaria já bem estabelecida geram a perda da função com maior dificuldade de recuperá-la. Sem dúvida, o prognóstico para a reabilitação de uma função mental é bem melhor quando a perda de uma estrutura neural ocorre muito cedo no desenvolvimento infantil; ou seja, quando a participação dessa estrutura em um circuito neural ainda é mínima. O oposto também é verdadeiro. Pacientes neurológicos com idade avançada, que seguramente já apresentam circuitos neurais muito bem estabelecidos, não apresentam bom prognóstico com relação à recuperação da função comprometida devido a uma lesão cerebral.
Essa relação inversamente proporcional entre consolidação de um circuito neural e sua capacidade de reabilitação revela uma das principais limitações do método anátomo-clínico que, por razões óbvias, era empregado com pacientes em idade avançada. Portanto, não é de se estranhar que Broca, ao empregar diversas formas de reabilitação em seus pacientes afásicos, não obtivesse grande sucesso.
Considerações finais
Das questões filosóficas tradicionais referentes ao debate mente e cérebro às atuais investigações experimentais, as mais diversas considerações sobre a composição do sistema nervoso, seu funcionamento e sua expressão em atividade mental foram elaborados. 
Ao pensarmos nos dias atuais sobre um desenvolvimento desse campo, nos vemos ainda hoje guiados pelas mesmas questões que incentivaram os pensadores antigos. Por isso, não é absurdo dizer que muitos dos conceitos que atravessam o campo científico encontram suas origens nas especulações antigas e provavelmente já estavam presentes em civilizações pré-históricas.
Atualmente reunidas em torno da neurociência, as áreas relacionadas ao estudo do cérebro e da mente têm gerado grande expectativa em relação ao entendimento final da natureza do cérebro humano. Em sua busca de compreender a natureza da cognição humana, muito tem sido dito. Entretanto, ainda não conseguimos visualizar uma resposta única e simples para o enigma cérebro/mente. Talvez, nossas pequenas "vitórias" só tenham sido possíveis pelo trabalho persistente da neurociência: essa busca incessante pela compreensão de como o cérebro produz a mente.
Escrito por: Fabiano S. Castro, doutorando em psicologia clínica pela PUC-Rio
LIVRO NEUROPSICOPEDAGOGIA
Autor: Andreza Carla de Souza Lopes
Editora: Intersaberes – Curitiba, 2020. 1ª Edição.
1º Capítulo: História e Fundamentos da Neuropsicopedagogia 
A mente e o comportamento são predeterminados por fatores biológicos ou são desenvolvidos e moldados pelo ambiente?
Metafísica: natureza ou física é uma das disciplinas fundamentais da filosofia que examina a natureza fundamental da realidade, incluindo a relação entre mente e matéria, entre substância e atributo e entre potencialidade e atualidade
Relação mente-corpo: requer uma visão interdisciplinar, já que envolve a ciência, filósofos e pensadores.
Essa relação vem sendo discutida desde a Idade Média, com a tentativa de responder uma questão: O que é a alma? Muitos pensadores utilizavam a espiritualidade para fundamentar seus dogmas.
No entanto, com o surgimento da neurociência, os dois modos de clássicos de avaliar o problema, à luz da filosofia, são estabelecidos com a discussão do dualismo e fisicalismo. 
Dualismo
O dualismo é uma visão filosófica que afirma que a realidade é constituída por duas partes que não podem ser reduzidas uma à outra. 
O dualismo é um dos elementos fundamentais da metafísica.
René Descartes (1596 – 1650) afirma a existência de uma mente pensante e uma matéria extensa, apresentando, assim, a fonte da discussão posterior a respeito do problema da relação entre a mente e o corpo.
Dicotomia entre corpo e consciência.
Corpo: que é material está submetido a certos fatores, como as leis da física, o mundo externo e condições fisiológicas.
Mente: imaterial, não tem medida, extensão, peso ou qualquer outra forma que seja característica do corpo, encontrando-se livre desses fatores.
Os dois são distintos apesar da interação entre si.
“O significado mais comum do dualismo, contudo, foi estabelecido pelo filósofo alemão Christian Wolff (1679 – 1754), que identificava como dualistas aqueles admitiam a existência de substâncias materiais e substâncias espirituais. Este é o significado de dualismo mais comum e difundido no decorrer da tradição filosófica. Apesar dos diferentes modos de dualismos da história da filosofia apresentados nos parágrafos anteriores, Wolff afirmava que o criador do dualismo foi Descartes, quando identificou a existência de duas diferentes espécies de substâncias, a corpórea e a espiritual (a mente). Foi a partir da difusão dessa compreensão de Wolff que foi possível aos filósofos posteriores identificarem a presença do dualismo na tradição filosófica, seguindo-a mesmo até à antiga filosofia pré-socrática.”
Fisicalismo
“O fisicalismo pretende, em poucas palavras, explicar a mente sem ter que ir além do mundo físico.
O fisicalismo se distingue pela tese de que tudo o que "existe" ou tudo o que é "real" no mundo espaço-temporal é um "fato físico" ou uma "entidade física" e de que as "propriedades" dos fatos físicos ou são propriedades físicas em si, ou são propriedades "constituídas/realizadas/compostas" por propriedades físicas.”
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212010000100018
O fisicalismo foi defendido na filosofia por Otto Neurath (1882-1945) e Rudolf Carnap(1891-1970), em 1930, com a afirmação de que o fisicalismo é a tese metafísica que vê a mente como algo físico, sendo que a mente (emoções, sentimentos, sensações, desejos) nada mais é do que atividade cerebral.
Essas duas teses serviram de base para o surgimento de novas teorias em busca da resposta a esta dúvida psicológica essencial: A mente e o corpo são separados e distintos ou a mente é simplesmente uma experiencia subjetiva do cérebro? 
Correntes de estudo sobre a relação mente-cérebro 
Eliminativismo ou materialismo eliminativo: concepção de que os conceitos mentais não têm lugar numa teoria adequada, e que a nossa perspectiva de senso comum sobre a mente está fundamentalmente errada, por fazer uso desses conceitos.
O eliminativismo tem sido frequentemente associado à tese materialista segundo a qual só podemos explicar a mente nos termos das neurociências, das ciências cognitivas e outras ciências empíricas. Atualmente, essas duas teses estão a ser combinadas numa única tese denominada materialismo eliminativista (ou materialismo eliminativo). Não se deve, entretanto confundir o eliminativismo com o reducionismo.
Em contraposição ao Eliminativismo, temos o dualismo de propriedades: afirma que propriedades mentais não podem ser reduzidas a propriedades físicas ou cerebrais, mas que os componentes da realidade têm natureza física.
John Hughlings Jackson, médico londrino que estudava filosofia e tinha como meta descobrir o funcionamento do sistema nervoso.
Ele reconhecia 3 possíveis soluções para o problema mente-corpo:
1ª: Dualismo cartesiano, com a ideia da “mente atuando pelo sistema nervoso por meio de uma agencia imaterial”;
2ª: Modelo Materialista, que tornava a mente e o corpo idênticos, assim a mente poderia ser explicada como inteiramente física;
3ª: Via a mente e o cérebro como diferentes, mas atuando em paralelo, isto é, sem interação causal, mas seguindo o mesmo caminho.
Interacionismo: Considera que o espírito e o cérebro constituem instituições independentes, pertencentes adois mundos que interagem por meio da física quântica.
Paralelismo: Deus intervém em cada caso particular de ação causal ou de interação entre alma e corpo, rejeitando a interação físico-psíquica e substituindo por um paralelismo físico-psíquico.
Teoria Neurobiológica atual: defende que o cérebro recebe diversos impulsos que atuam reciprocamente através de todas as interconexões estruturais e funcionais para produzir uma resposta motora integrada. 
Neuropsicologia: é uma ciência do século XX, mas suas raízes históricas remontam à Antiguidade, convergindo entre a psicologia e a neurologia, com o objetivo de comum de estudar a relação entre o comportamento e os funcionamentos cerebrais: A neuropsicologia estuda a relação entre o comportamento e o funcionamento do cérebro no contexto de lesão como em desenvolvimento normal. 
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1913 e seu desenvolvimento de fato ocorreu nos anos de 1940.
Paul Broca (1824-1880) descobriu a localização do centro principal da fala no cérebro, relacionada ao giro frontal superior e posteriormente identificada como Área de Broca.
Carl Wernicke (1848-1905) que localizou o giro temporal superior e o associou ao centro sensorial da fala, a área de compreensão das palavras, identificada como Área de Wernicke. 
Ambos utilizavam o método anatomoclínico.
Esse método consistia inicialmente em observação do paciente, realização de exame clinico em profundidade, e posteriormente, após a morte do paciente, envolvia a necrópsia do cérebro e da medula espinhal. Assim, o método permitia vincular dados clínicos com informações da neuroanatomia, sugerindo uma potencial relação de causalidade entre esses dois fatores e possibilitando a classificação de doenças neurológicas a partir de achados anatômicos.
Em 1954, Wilder Penfield (1891-1976) deu um impulso aos estudos da localização das funções cerebrais, em meados de 1940, com a cirurgia de pacientes com epilepsia mediante o uso do procedimento Montreal, ele estabeleceu por meio de estimulação elétrica, um detalhado mapa de processamento sensorial e passou a identificar as relações das áreas do córtex cerebral com diversas regiões do corpo humano.
Surge então as teorias antilocalizacionista, como a de Karl Lashley (1890-1958), com o conceito de equipotencialidade, que supõe a possibilidade de compensação da perda de uma função cortical por outra área cortical preservada.
Após a Segunda Guerra Mundial, a neuropsicologia passou a ter um novo método, com refinamento do conceito de localização cerebral, aliando-se à psicologia experimental e à psicometria, tendo como um de seus precursores o russo Alexander Luria.
Luria: O conceito de sistema e instância cultural no cérebro.
Alexander Luria (1902-1977), deu ênfase a complexidade dos sistemas funcionais cerebrais e contribuiu para a avaliação e a reabilitação neurológica, ele criou a bateria de testes Luria-Nebraska. Ele é considerado um dos fundadores da neuropsicologia e teve papel primordial no desenvolvimento da psicologia histórico-cultural.
O autor desconstrói a ideia de função ao sugerir que, em suas formas complexas, ela não pode ser atribuída a um único órgão ou tecido. A noção de sistema sugere alto grau de plasticidade e de compensação entre suas partes, cujas modalidades complexas de cognição seriam, segundo ele, um exemplo privilegiado de funcionamento sistêmico, com diferentes áreas cerebrais trabalhando em conjunto para sua consecução. Luria, identifica três sistemas com base em contribuições funcionais específicas:
As áreas primárias (de projeção) que recebem impulsos da periferia ou os enviam para ela.
As secundárias (de projeção-associação), onde as informações que chegam são processadas ou programas são preparados.
As terciárias (zonas de superposição), os últimos sistemas dos hemisférios cerebrais a se desenvolverem e responsáveis, no homem, pelas formas mais complexas de atividade mental que requerem a participação em concerto de muitas áreas corticais.
Segundo Fuentes et al (2014), a aprendizagem é fruto do desenvolvimento dessas unidades funcionais.
Com base nas concepções definidas por Luria, a neuropsicologia se desenvolveu como uma área de interface entre as neurociências e as ciências do comportamento, cujo enfoque principal é o estudo da relação entre o sistema nervoso, o comportamento e a cognição, considerando-se as capacidades mentais mais complexas, como atenção, linguagem, memória, consciência e funções executivas.
Sínteses:
A neurociência tem três principais áreas ligadas a seus fundamentos: neurofisiologia, neuroanatomia e neuropsicologia.
O dualismo é a dicotomia entre corpo e consciência, em que o corpo, que é material, está submetido a certos fatores, tais como as leis da física, o mundo externo e determinadas condições fisiológicas. 
Todavia, as técnicas contemporâneas de varredura cerebral demonstram que a atividade do cérebro pode ser observada como resultado do fato de que o corpo recebe sensações, o que sugere que existe uma interconexão íntima entre ambos.
O monismo é a teoria que diz que a mente e o corpo são, na realidade, uma única substância. Os monistas, também chamados materialistas ou fisicalistas, afirmam que ambas são matéria, e os monistas idealistas apoiam que ambas estão situadas na mente.
Em filosofia, materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a única substância. Como teoria, o materialismo pertence à classe da ontologia monista. Assim, é diferente de teorias ontológicas baseadas no dualismo ou pluralismo. Em termos de explicações da realidade dos fenômenos, o materialismo está em franca oposição ao idealismo e ao metaficismo, deixando bem claro que o materialismo pode sim se correlacionar com o idealismo e vice-versa em alguns casos, mas o real oposto da materialidade é mesmo o sentido da metafisicidade.
Funcionalismo: a mente é uma função do cérebro. Essa teoria exclui o significado, a intencionalidade, a irracionalidade e a emoção.
Monismo não redutivo: Ele é não redutivo porque não insiste que as propriedades mentais sejam nada além de propriedades físicas. Pelo contrário, ele está disposto a aceitar que as propriedades mentais sejam de um tipo diferente das propriedades físicas, e não redutíveis ontologicamente a elas.
Questões
Questão: O paciente 1 apresenta fala espontânea, mas marcada por repetição e quantidade reduzida de palavras, ao passo que a compreensão da linguagem se mantém intacta. O paciente 2 consegue falar espontaneamente de maneira bastante fluente, mas com comprometimento do conteúdo do discurso. Apresenta ainda dificuldades acentuadas na compreensão da conversação. O paciente 3 consegue produzir um discurso fluente e carregado de sentido e também consegue entender o que lhe é dito, no entanto apresenta dificuldades marcantes na repetição de palavras, marcada por erros fonológicos e lexicais.
Com base nesse caso hipotético, os pacientes 1, 2 e 3 podem ser classificados, respectivamente, com os diagnósticos de afasia de: Broca, de Wernicke e de condução.
Questão: Apesar de a linguagem ser geralmente atribuída ao funcionamento do hemisfério cerebral esquerdo, existem evidências de um envolvimento do hemisfério direito em algumas atividades da linguagem. Com base nessa informação, é correto afirmar que o hemisfério direito esteja envolvido: no processamento da prosódia e de metáforas.
Questão: O método de discrepância entre habilidade (QI) e desempenho é um dos mais empregados no diagnóstico dos transtornos específicos de aprendizagem. A partir dessa informação, assinale a alternativa que apresenta uma limitação importante desse método.
A alta correlação entre medidas de inteligência e desempenho aumenta a probabilidade de erros de diagnóstico.
Questão: Com relação a pacientes com lesão no córtex pré‐frontal dorsolateral, é corretoafirmar que: seja normalmente observado um prejuízo na sensibilidade às contingências, o qual poderá ser avaliado por meio do teste de cartas de Wisconsin.
Questão: Godden e Baddeley (1980) estudaram o efeito do contexto na memória, realizando experimentos em que os participantes deveriam aprender uma lista de palavras para depois recordá-la em ambientes diferentes (por exemplo, debaixo d´água). Tais autores descobriram que: a recuperação é beneficiada quando ocorre no mesmo contexto onde aconteceu a memorização, enquanto a memória por reconhecimento não sofre efeito de contexto.
Questão: Um paciente apresenta déficits importantes em tarefas que envolvam memória não declarativa, mas os demais componentes de sua memória se apresentam intactos. O neuropsicólogo responsável pela avaliação levantou a hipótese de que quatro estruturas neurais poderiam apresentar comprometimento, sendo elas: amígdalas; cerebelo; hipocampo; e núcleos da base.
Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa correta:
Somente o hipocampo não poderia apresentar comprometimento.
Questão: Com relação ao método anatomoclínico, assinale a alternativa correta.
Baseia‐se em uma visão modular da mente.
Questão: No que se refere aos trabalhos de Broca e Wernicke:
1- Promoveram a ideia de localização cortical das funções cognitivas.
2- Forneceram evidência empírica para a ideia de organização modular do cérebro.
3- Promoveram o estudo de pacientes com lesão cerebral como fonte de inferências para modelos do funcionamento cognitivo normal.
4- Os dois trabalhos, em especial o de Wernicke, inspiraram a elaboração de modelos de processamento da linguagem.
Questão: O neuropsicólogo russo Alexander Luria organizou o córtex cerebral em uma hierarquia composta por três grandes áreas funcionais. A respeito dessas áreas, assinale a alternativa correta:
O córtex motor primário recebe comandos de regiões motoras associativas.
Questão: Em seu livro O Erro de Descartes, o neuropsicólogo Antônio Damásio relata casos de pacientes com lesão na porção orbitofrontal do córtex pré‐frontal. Considerando essa informação, quais são as característica(s) observada(s) em tais pacientes:
Dificuldade na inibição de comportamentos inapropriados;
Alterações de personalidade;
Pouca sensibilidade às consequências dos próprios comportamentos e
Menor sensibilidade às regras sociais.
Questão: Aos vinte e cinco anos de idade, Phineas P. Gage era funcionário de construção de ferrovias da empresa Rutland & Burlington. Devido a um acidente com explosivos, ele foi atingido por uma barra de ferro, que atravessou seu crânio na região frontal, deixando-o cego do olho esquerdo. Após o acidente, Gage, que sempre fora dedicado e bom trabalhador, apresentou severas alterações de comportamento, passando a agir de forma totalmente diferente de como era antes, com atitudes displicentes, arruaceiras e briguentas.
A respeito desse caso histórico e emblemático para a neuropsicologia e de aspectos relativos a distúrbios da personalidade:
A mudança do comportamento de Gage é atribuída à extensa lesão no lobo frontal, uma das regiões que regulam o controle dos impulsos.
Afirmativas:
· A aprendizagem e a memória são funções correlacionadas gerenciadas pelos lobos temporais.
· Atividades construtivas, habilidades visuoespaciais e percepção do tempo são algumas dimensões da função cognitiva.
· As contribuições do neurologista Alexander Luria foram fundamentais na ampliação da noção de sintoma e lesão como algo complexo e dinâmico, em contraposição com a visão mais localizacionista trazida pelas neurociências.
· De acordo com o neurologista Alexander Luria, as funções cognitivas são decorrentes da experiência social.
· Algumas das funções executivas possíveis incluem as habilidades organizacionais, o planejamento, o comportamento orientado para o futuro, a manutenção de atenção ou vigilância, a inibição, a autorregulação, a atenção seletiva e até mesmo a criatividade.
· Nos distúrbios da linguagem, verificam-se redução do volume verbal, estereotipias, ecolalia, perseverações e mutismo tardio.
· As consequências das lesões focalizadas do cérebro, os distúrbios provocados pelas lesões calosas que ocasionam uma desconexão inter-hemisférica, permitiram estabelecer a existência de uma especialização funcional de cada hemisfério conhecida como dominância.
· Os distúrbios da personalidade se devem às ligações do lobo frontal com o sistema límbico e com as estruturas que regulam as manifestações autonômicas da vida emocional.
· A neuropsicologia tem por objeto o estudo dos distúrbios cognitivos e emocionais, bem como o estudo dos distúrbios de personalidade provocados por lesões do cérebro.
· A neuropsicologia é também chamada de neurologia comportamental devido ao fato de receber e interpretar as informações sensoriais, ao comunicar- se com os outros e ao agir no mundo pela linguagem e pela motricidade.
· Dos três objetivos da neuropsicologia — diagnósticos, terapêuticos e cognitivos — o cognitivo é identificado como aquele que cria um vínculo entre a neurologia do comportamento e as ciências ditas humanas.
 2º Capítulo: Sistema Nervoso Central
O objeto principal de estudos da neurociência é o Sistema Nervoso Central (SNC). Com a compreensão do SNC, podemos entender o comportamento, a formação da mente e dos pensamentos, o funcionamento cognitivo, bem como sua regulação, por meio da transmissão sináptica e da ação de neurotransmissores, que agem na fundamentação da experiência e da aprendizagem, demonstrando a capacidade de plasticidade do sistema nervoso.
O sistema nervoso permite ao indivíduo perceber o ambiente e interagir com ele.
Ele foi completamente dissecado e descrito em detalhes: com uma divisão central, que consiste no encéfalo e na medula espinal.
E uma divisão periférica, que consiste na rede de nervos que percorrem o corpo. Apresenta um padrão de saliências (giros) e sulcos (fissuras) que pode ser identificado superfície cerebral de cada indivíduo, permitindo a divisão do cérebro em lobos, a qual foi a base de especulação de que diferentes funções estariam localizadas em diferentes saliências do cérebro.
O SNC é composto pelo encéfalo (cérebro: prosencéfalo; cerebelo: rombencéfalo; tronco encefálico: mesencéfalo) e pela medula espinal.
O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é composto por todos os nervos e células nervosas que se situam fora do SNC.
Cérebro e comportamento
O cérebro controla praticamente todas as atividades do corpo, e cada subdivisão regional é responsável por uma ou mais atividades, em que se encontram inter e intraligações responsáveis pelo comportamento humano.
Estrutura e funções do lobo frontal
O lobo frontal se encontra na parte mais anterior do encéfalo, mais precisamente ocupando todo o córtex cerebral a partir do sulco central. É considerado um lobo muito importante devido ao fato de que cumpre funções centrais no processamento da informação, especialmente as informações que têm um caráter executivo. 
Além disso, podemos dizer também que o lobo frontal está dividido em múltiplas regiões que o dotam de uma grande variedade de funções.
 Ao agruparmos as diferentes estruturas funcionais desse lobo, podemos falar de duas grandes áreas. Uma delas seria a área correspondente às funções motoras, o córtex motor, cumprindo todas as funções do movimento. A outra área seria o córtex pré-frontal, encarregado dos processos executivos, da tomada de decisões e de diferentes aspectos relacionados com a regulação das emoções.
Córtex motor
O córtex motor do lobo frontal será o gestor de todos os sistemas eferentes do corpo. Graças a ele, poderemos realizar todos os tipos de atos e ações motoras de caráter voluntário. Essa estrutura será encarregada tanto do planejamento do movimento quanto de transmitir as ordens aos músculos para que eles entrem em ação. É importante enfatizar que essa parte do córtex só se encarrega dos movimentos voluntários, o sistema motor involuntário tem sua base em outras estruturas, como nos gângliosda base e no cerebelo.
Podemos encontrar três subáreas relevantes de serem mencionadas dentro do córtex motor.
A área pré-motora. É a encarregada do planejamento e da programação dos movimentos. Antes da realização de qualquer movimento, os neurônios dessa área se encarregam de estabelecer os músculos e os passos necessários para que ele ocorra da forma correta.
A área motora primária. É a parte cortical que se encarrega de executar o passo a passo preparado pelo córtex pré motor. Ou seja, é a encarregada de iniciar a ação do movimento, enviando as ordens aos músculos.
A área de Broca. É a encarregada da produção da linguagem. Sua função é coordenar os músculos fonológicos para que a pessoa possa falar e pronunciar. Também está relacionada com a produção da escrita.
Essa região é responsável pelo sistema executivo e por processar a informação do cérebro humano. O córtex pré-frontal do lobo frontal é a base, em última instância, da cognição, do comportamento e da resposta emocional dos humanos. É a parte mediadora entre muitas outras estruturas que se distribuem ao longo do encéfalo, tendo um papel chave na tomada de decisões.
Não podemos deixar de mencionar que as funções executivas são um conjunto de habilidades cognitivas de ordem superior que controlam nosso comportamento e nossas emoções. De outro modo, podemos dizer que todos aqueles processos que tratam de gerir, organizar, coordenar e dirigir são realizados nessa área. Ela poderia ser descrita como o processador de um computador se fizéssemos uma comparação com essas máquinas.
Dentro dessa área cortical podemos distinguir três regiões com grande importância funcional:
O córtex frontal dorsolateral. Região conectada com outros locais de outros lobos que transforma o pensamento em planos, comportamentos e decisões. O córtex frontal dorsolateral está muito relacionado com processos psicológicos superiores como a memória de trabalho, a metacognição, o controle atencional, a flexibilidade cognitiva, etc.
A área cingulada. Suas funções estão altamente relacionadas com a regulação dos processos motivacionais. Encarrega-se de inibir ou incitar a ação no indivíduo. Também é encarregada de certos processos relacionados com a regulação e sustentação da atenção.
O córtex orbitofrontal. Cumpre a missão de controlar a afetividade e o comportamento social. Tem parte no processamento e regulação de emoções e estados afetivos, adaptando o comportamento em função do contexto.
Estrutura e funções do lobo parietal
Sentir um toque ou a intensidade de um abraço. Dançar. Conseguir se orientar em uma nova cidade durante uma viagem. Pegar um objeto e lembrar de um momento feliz do passado… Estes e muitos outros tipos de processos relacionados às sensações, memórias e orientação espacial são governados por essa importante área do nosso cérebro: o lobo parietal.
A sua importância está, acima de tudo, em ser a casa da maioria dos nossos processos perceptivos.
O lobo parietal é aquela área de integração onde passa boa parte da informação do restante das regiões cerebrais. É ele quem organiza, quem nos permite sentir e compreender a realidade que nos rodeia.
“O que aconteceria se eu lhe dissesse que o mundo ao seu redor, com suas cores ricas, texturas, sons e cheiros, é uma ilusão, um espetáculo que o seu cérebro cria para você? Se você pudesse perceber a realidade como ela é, ficaria surpreso com o seu silêncio incolor, inodoro e insípido. Fora do seu cérebro, há apenas energia e matéria”.
– David Eagleman, O Cérebro –
Lobo parietal, onde está localizado?
O cérebro é dividido em diferentes regiões: lobo frontal, parietal, occipital, temporal e ínsula. O lobo parietal é um dos maiores e fica perto do topo, bem no centro do córtex cerebral. Na frente dele está o lobo frontal e um pouco mais abaixo estão os lobos occipital e temporal.
Por sua vez, fica separado do restante das regiões pelo sulco parieto-occipital (que o separa do lobo frontal) e pelo sulco lateral, que estabelece um limite com o lobo temporal. Por outro lado, também é interessante lembrar que cada área do nosso cérebro é lateralizada. Ou seja, elas se formam através de um hemisfério direito e um hemisfério esquerdo.
Estruturas do lobo parietal
O nome do lobo “parietal” é derivado do latim, que significa “parede” ou “muro”. Simboliza essa estrutura intermediária localizada no centro do nosso cérebro onde um limite simbólico é estabelecido, uma fronteira onde se cruzam informações infinitas, processos e conexões.
Para entender melhor a complexidade e a relevância dessa área, vejamos como ela está estruturada abaixo:
Rotação pós-central ou área 3 de Brodmann. Aqui está localizada a principal área somatossensorial, responsável por receber e processar as informações dos sentidos.
Córtex parietal posterior. Essa estrutura é fundamental para processar todos os estímulos que vemos e para coordenar todos os movimentos.
Lobo parietal superior. Essa estrutura é fundamental para a orientação espacial e habilidades motoras finas.
Lobo parietal inferior. Esta região é uma das mais interessantes; é responsável por relacionar expressões faciais com emoções. Ao mesmo tempo, também é essencial para realizar operações matemáticas e executar a linguagem ou a expressão corporal.
Área sensorial primária. Nesta área do lobo temporal processamos todas as informações relacionadas à pele: calor, frio, dor…
Funções do lobo parietal
Como já dissemos, o lobo parietal participa de todos os processos sensoriais e perceptivos que são tão relevantes na nossa vida cotidiana. Muitas vezes, para dar um exemplo muito ilustrativo do que essa estrutura permite, uma pessoa pode traçar uma letra em nossa pele com o dedo e somos capazes de reconhecê-la.
No entanto, algo tão simples implica processos infinitos: sentir o toque na nossa pele, reconhecer os movimentos e associar essa sensação e seu traço com uma letra do alfabeto. É algo fascinante, mas as suas funções não terminam aqui. Vejamos o que mais ele nos permite fazer:
Funções sensoriais
Graças ao lobo parietal, podemos:
Reconhecer estímulos e saber, por exemplo, o que eles fazem, como eles são, que lembranças nos trazem, saber como nos sentimos quando tocamos algo, cheiramos, sentimos… Por exemplo, quando vemos um gato nos lembramos daqueles que tivemos no passado, sabemos que tipo de personalidade eles têm, o que sentimos ao acariciá-los, etc.
Também nos permite saber em que posição estamos, reconhecer se algo ou alguém está nos tocando, se sentimos frio, calor ou algum tipo de dor. Dessa forma, torna mais fácil para nós, por exemplo, tocar ou reconhecer qualquer parte do nosso corpo sem precisarmos olhar em um espelho (algo essencial quando nos vestimos).
Processos cognitivos e analíticos
Estudos como o realizado em 2008 na University of Psychology de Tempe, nos Estados Unidos, revelaram uma das mais recentes descobertas: graças aos avanços nas técnicas de neuroimagem, foi possível ver que o lobo parietal é fundamental na memória de curto prazo e de trabalho, bem como na memória episódica.
Esse tipo de processo cognitivo é essencial para reter informações de curto prazo. Depois, as utiliza para outros comportamentos e processos psicológicos complexos, como a tomada de decisões ou o cálculo matemático.
Por sua vez, este lobo cerebral é essencial para pensar em símbolos matemáticos, analisar sequências, números, etc.
Lesões no lobo parietal
As pessoas com danos traumáticos ou orgânicos (devido a um derrame, por exemplo) nos lobos parietais mostram sérios problemas quando se trata de reconhecer os seus corpos, orientar-se em um espaço, manipular ou alcançar objetos, desenhar, se limpar… Dessa forma, são muito comuns as apraxias (incapacidade de realizar movimentos de forma voluntária) e as agnosias (incapacidade de reconhecer objetos).
As afasias ou problemas de linguagem, bem como as ataxias (problemas de coordenação corporal e até visual), também são muito recorrentes nestes tipos de patologias associadas a lesões no lobo parietal.
Para concluir, poderíamosdefinir o lobo parietal como a casa onde mora uma grande parte dos nossos processos sensoriais. A nossa capacidade de nos movermos, interagirmos com o meio ambiente e as pessoas que nos cercam depende dessa estrutura.
Lobo temporal: a área da afetividade e da memória
Comunicar com eficácia. Ler e escrever. Lembrar de um beijo marcante. Experimentar o desejo sexual. Cuidar da nossa estabilidade emocional. Saber para que serve um livro ou um elevador. Se emocionar ao ver um filme. Todos estes e muitos outros processos são regulados por uma área muito específica: o lobo temporal.
Heráclito disse que nada na natureza é estável, tudo muda e tudo flui, inclusive os tecidos do nosso organismo. No entanto, há um aspecto que caracteriza cada um de nós: temos a sensação de que somos sempre os mesmos.
No entanto, as células dos nossos tecidos não são as únicas que mudam de tempos em tempos. O mesmo acontece com o cérebro e com cada um dos nossos processos mentais, com cada aprendizagem, com cada experiência, sensação e emoção.
Assim, por mais impressionante que pareça, o lobo temporal é a área do nosso cérebro que mais favorece nossas mudanças, pois graças a ele aprendemos, lembramos, nos motivamos, processamos informações, estabelecemos vínculos emocionais para podermos nos adaptar melhor ao nosso ambiente.
Grandes especialistas na área, como Francisco J. Rubia, doutor em medicina da Universidade de Düsseldorf e autor de livros como “O cérebro nos engana”, “O que você sabe sobre o seu cérebro?” e “O cérebro espiritual”, diz que as lesões e distúrbios associados ao lobo temporal são os mais estranhos e chamativos.
“Você não está percebendo o que está lá fora. Está percebendo o que seu cérebro lhe diz”.
-David Eagleman, Incognito-
Onde fica o lobo temporal?
Para localizar o lobo temporal, devemos visualizar a área contida na altura das orelhas. É separado do lobo parietal pela fissura de Sylvian e é, para muitos biólogos, uma das partes mais novas do cérebro; na verdade, só aparece nos vertebrados.
Da mesma forma e como todas as outras regiões do cérebro, não é uma estrutura anatomicamente isolada. Funciona em conjunto com as outras áreas, mas poderíamos dizer que é uma estrutura muito dinâmica, sensível e em constante interação com os sentidos e o nosso ambiente.
De fato, e esses dados são interessantes, estamos diante do lobo cerebral que tem mais conexões com o sistema límbico. Portanto, ele tem uma grande responsabilidade em um grande número de processos relacionados às nossas emoções e memória.
Áreas e funções do lobo temporal
O lobo temporal, como ocorre com todas as estruturas cerebrais, tem um hemisfério direito e um hemisfério esquerdo. Além disso, possui várias estruturas com múltiplas interconexões que favorecem certos tipos de funções. As mais conhecidas e estudadas são as seguintes:
Percepção auditiva
Memória
Fala
Compreensão da linguagem
Respostas emocionais
Percepção visual
Reconhecimento facial
Córtex auditivo
Perceber os sons, entender de onde eles vêm, identificar tons musicais, se comunicar de forma efetiva e coerente… Todos esses processos são mediados pelo córtex auditivo do lobo temporal, uma área-chave para a comunicação humana.
Córtex visual
O córtex visual do lobo temporal está envolvido em nossa capacidade de reconhecer objetos, rostos, assim como qualquer estímulo visual. Qualquer alteração nessa estrutura teria, sem dúvida, efeitos sérios. Não poderíamos identificar nada que nos rodeia.
Área de Wernike
A área de Wernike está dentro do córtex auditivo e desempenha um papel essencial: a compreensão da linguagem falada. Deve-se notar, no entanto, que essa estrutura apenas facilita a compreensão. A capacidade de se comunicar após decodificar uma mensagem é dada na área de Broca.
Giro angular
Ler e escrever, decodificar símbolos, compreendê-los, vincular grafemas a fonemas. Todos esses processos afinados e sofisticados requerem a capacidade de associar informações visuais com auditivas, algo que ocorre precisamente nessa área: o giro angular.
Giro supramarginal
Tocar um objeto e antecipar o que vamos sentir, ou reconhecer o que é apenas pelas sensações que nos produz. Acariciar alguém e experimentar um acúmulo de sensações valiosas e agradáveis​​… Esse tipo de experiência é mediado por uma estrutura tão pequena quanto poderosa: o giro supramarginal.
Área de associação parieto-temporo-occipital
A área de associação parieto-temporo-occipital envolve o lobo temporal, o parietal e o occipital. Esta área do nosso cérebro ainda não é conhecida profundamente, mas até agora sabemos que está relacionada com os seguintes processos:
Percepção espacial.
Atenção dirigida.
Integração visomotora.
O poder de nos posicionarmos e orientarmos nosso corpo ao ver um estímulo visual ou ao ouvir um som.
Também está relacionada a processos de memória (como reconhecer pessoas queridas)
Área de associação com o sistema límbico
Esta parte do lobo temporal é uma das mais interessantes e decisivas em muitos dos nossos processos sociais. Estas seriam algumas tarefas que realiza:
Relacionar as pessoas com experiências emocionais.
Facilitar a motivação.
Ajuda a adicionar um componente emocional a tudo que vemos.
Regula as emoções.
Favorece e regula o comportamento sexual.
Facilita o aprendizado.
Promove o desenvolvimento da personalidade.
Alterações e distúrbios no lobo temporal
Como já dissemos, biólogos e neurologistas acreditam que o lobo temporal é uma das estruturas mais novas do nosso cérebro. Ele se relaciona com a comunicação, com a leitura, a escrita…
Se a isso acrescentarmos o vínculo com a parte mais primitiva do nosso comportamento, o sistema límbico, compreenderemos a sua grande importância quanto ao número de doenças que podem envolver danos cerebrais ou alterações nesta área.
Por exemplo, um dos estudos mais recentes, realizado pela Unidade de Metabolismo Cerebral do Hospital Real MRC em Edimburgo, indica que as pessoas com depressão profunda apresentam várias alterações no lobo temporal.
Vamos ver quais outras implicações sofremos com um problema nessa área do cérebro:
Surdez cortical: a pessoa recebe a informação auditiva, mas o cérebro não consegue entendê-la.
Surdez
Distúrbios da linguagem, como afasias.
Heminegligência: problemas de orientação e incapacidade de reagir diante dos estímulos.
Amnésia anterógrada, problemas para lembrar de novos aprendizados e estabelecer novas experiências.
Síndrome de Klüver-Bucy: comum na doença de Alzheimer, caracteriza-se pela passividade, problemas de atenção e problemas sérios na regulação emocional.
Síndrome de Capgras: é um transtorno delirante em que o paciente acha que um amigo próximo ou parente foi substituído.
Para concluir, o lobo temporal realiza, como podemos ver, infinitas tarefas que nos permitem ser quem somos, pessoas que se adaptam ao seu ambiente e que também desempenham as funções mais distintas da nossa espécie: a comunicação, a escrita e a leitura.
Lobo occipital: estrutura e funções
Se a maioria de nós é capaz de perceber cada estímulo visual que nos rodeia, isso se deve, em essência, ao lobo occipital, área do nosso cérebro localizada na altura da nuca.
É impressionante como essa região, sendo a menor entre o restante dos lobos cerebrais, é a que mais marca a nossa vida cotidiana. O seu principal objetivo pode parecer simples no início: receber informações através dos nossos olhos para depois processá-las e conduzi-las ao lobo frontal para que ele emita uma resposta.
Agora, se analisarmos cuidadosamente a olhada que demos ao nosso redor, perceberemos que essa tarefa não é tão fácil quanto parece. Quando o nosso cérebro olha para cada estímulo, realiza um grande número de processos. Analisa as distâncias em relação à nossa posição, movimentos e tamanhos, e também processa a luz (cor).
Isso é algo que fazemos sem ter consciência, implica uma alta sofisticação neurológica, uma precisão absoluta, onde o lobo occipital nos permite nos movermos efetivamente no nosso dia a dia. É pequeno, mas altamente especializadoe eficaz. Vejamos mais algumas informações sobre ele.
“O cérebro é o órgão mais complicado do universo. Nós aprendemos muito sobre outros órgãos humanos. Nós sabemos como o coração bombeia e como o rim faz o que faz. Até certo ponto, já conseguimos ler as letras do genoma humano. Mas o cérebro tem 100 bilhões de neurônios. Cada um deles tem cerca de 10.000 conexões”.
-Francis Collins-
Lobo occipital: localização e estrutura
O lobo occipital está localizado na área posterior do córtex cerebral. Ocupa mais ou menos 12% do neocórtex e está ligado, por sua vez, ao córtex visual primário e de associação, e com o sulco calcarino, uma circunvolução que está justamente no seu interior. Todas essas conexões constituem um centro neural da visão humana e da percepção visual.
Também podemos dizer que, como ocorre em todos os nossos lobos cerebrais, possui um hemisfério esquerdo e um hemisfério direito. No entanto, cada um fica isolado do outro pela separação da fissura cerebral, se apoiando, por sua vez, no cerebelo e na dura-máter.
Funções e áreas do lobo occipital
A nossa compreensão do mundo é baseada quase exclusivamente no sentido da visão. O lobo occipital processa os estímulos visuais de forma permanente, analisando distâncias, formas, cores, movimentos…
Tudo que chega através da retina passa por esse centro de análise e processamento que, em seguida, envia as informações para o córtex cerebral. 
No entanto, essa transferência de informações deve primeiro passar por uma série de áreas. São as seguintes.
Área visual primária ou região 17 Brodmann. Estamos na região mais posterior do lobo occipital, também conhecida como V1. No caso de sofrer uma lesão nesta região, a pessoa seria incapaz de enxergar por que ela não poderia processar qualquer estímulo, mesmo que as suas retinas e seus olhos estejam em boas condições.
Área visual secundária (Brodmann’s 18) ou V2. Aqui se encontra o córtex pré-estriado e o córtex inferotemporal. O primeiro, além de receber informações da área visual primária, também é responsável por estimular a memória. Ou seja, podemos associar estímulos visuais a outros vistos anteriormente. Por outro lado, o córtex inferotemporal nos ajuda a reconhecer o que vemos.
Área visual terciária (19 de Brodmann) ou V3, V4 e V5. Esta área recebe informações das estruturas anteriores. A sua principal função é processar cores e movimentos.
Lesões no lobo occipital
Quedas, acidentes de trânsito, acidentes vasculares cerebrais, infecções; são muitas as condições que podem causar uma lesão ou alteração no lobo occipital. Essas lesões podem ser permanentes, como revelou um estudo realizado na Universidade de Nihon, Tóquio, Japão.
Vamos ver quais são os efeitos mais comuns:
Visão cega
A visão cega ou cegueira cortical aparece como consequência de uma lesão bilateral no córtex visual primário. Os pacientes com este problema veem formas difusas, estímulos vagos com os quais não conseguem reconhecer nem a forma, nem a cor, nem a situação e nem mesmo se estão se movendo ou não.
Alucinações visuais
Uma lesão nessa área do nosso cérebro também poderá produzir algo tão impressionante quanto chocante: alucinações visuais. A pessoa pode ver o que a rodeia de forma distorcida, com cores estranhas, com tamanhos distorcidos, muito grandes ou muito pequenos…
Para concluir, podemos dizer que o lobo occipital pode estar relacionado com outros processos que vão além da visão. Os neurologistas acreditam que ele também esteja envolvido no processo da memória, mas até hoje ainda não temos estudos conclusivos.
Neurônios
O que são (definição)
 
Os neurônios são células nervosas, que desempenham o papel de conduzir os impulsos nervosos. Estas células especializadas são, portanto, as unidades básicas do sistema que processa as informações e estímulos no corpo humano.
 
Características e funções dos neurônios
 
- Os neurônios possuem três partes principais: dendritos (onde ocorre a recepção das informações, é parte receptora do neurônio); corpo celular (responsável pela integração das informações) e axônios (transporta o impulso nervoso de um neurônio para outro ou de um neurônio para uma glândula ou fibra muscular).
 
- Os neurônios possuem as extremidades ramificadas (parte dos dendritos).
 
- A transmissão dos impulsos nervosos entre neurônios, ou de um neurônio para outro tipo de célula, ocorre através de uma reação físico-química.
 
Sinapse
 
A sinapse é o local de contato (comunicação) entre dois neurônios. A transferência do impulso nervoso nas sinapses ocorre graças aos neurotransmissores. Estes são biomoléculas (substâncias químicas), produzidas pelos neurônios e armazenados nas vesículas sinápticas (bolsas presentes nas extremidades dos axônios).
 
Células neurais e comportamento
Neurotransmissores
Síntese
Cérebro: O órgão, matriz do sistema nervoso que está localizado dentro do crânio nos seres humanos, é o principal centro de regulação e controle das atividades corporais: sede da consciência, do pensamento, da memória e da emoção. É ele, portanto, que permite ao homem identificar, perceber e interpretar o mundo que o rodeia. É composto por massa cinzenta e massa branca, sendo dividido em dois hemisférios por intermédio do corpo caloso, compreendendo também o tronco encefálico e o cerebelo.
A base do cérebro é composta por gânglios basais, tálamo e hipotálamo, atuando na coordenação de movimentos, organização da transmissão e recepção das informações sensoriais e atividades automáticas do corpo, respectivamente. A função do tronco cerebral é regular atividades como a deglutição e a frequência cardíaca. O cerebelo, abaixo do cérebro e sobre o tronco cerebral, coordena os movimentos do corpo ao utilizar as informações enviadas pelo cérebro a respeito dos membros.
Como funciona?
Dois tipos de células, a glia e o neurônio, constituem a maior parte do cérebro. A primeira tem a função de dar suporte e proteger a segunda, que carrega a informação sob a forma de pulsos elétricos.
A comunicação entre neurônios é realizada pelo envio de produtos químicos, neurotransmissores, pelas sinapses – junções especializadas por meio das quais as células do sistema nervoso mandam sinais formando circuitos biológicos.
Os nossos sentidos (visão, olfato, audição, tato e paladar) recebem informações do mundo que nos rodeia. Estas mensagens são enviadas como impulsos sensoriais primeiramente ao tálamo e depois para regiões do córtex cerebral específicas de cada sentido. Dessa maneira, o cérebro as reúne, organiza e armazena. De forma adequada, transmite impulsos nervosos que ditam o comportamento motoro e mantém as funções do corpo, como batimento cardíaco, pressão arterial, balanço hídrico e temperatura corporal.
O cérebro também produz hormônios que influenciam outros órgãos, reagindo a hormônios produzidos em outras partes do corpo também. Nos mamíferos, grande parte destas substâncias é liberada no sistema circulatório pelas glândulas pituitárias.
Enquanto o sistema nervoso dos vertebrados permite uma troca intensa de informações entre as diferentes partes do cérebro e da medula, nos vertebrados inferiores o cérebro controla principalmente o funcionamento de órgãos sensoriais.
	Cerebelo
	Definição: Uma parte do sistema nervoso central encontrada posteriormente ao tronco encefálico, que é responsável pela aprendizagem motora, coordenação e precisão das funções motoras.
Partes: dois hemisférios (direito e esquerdo), três lobos (anterior, posterior e flóculo-nodular).
Suprimento sanguíneo: artérias cerebelar superior, cerebelar anterior inferior e cerebelar posterior inferior.
	Tronco encefálico
	Definição: A parte mais caudal do encéfalo, que conecta as estruturas subcorticais e a medula espinhal. Ele controla as funções vitais (ex.: ciclo sono-vigília, consciência, frequência cardíaca e respiratória).
Partes: bulbo, ponte e mesencéfalo.
Suprimento sanguíneo: artérias cerebelares anterior inferior e posterior inferior, artéria espinhal anterior, ramos pontinos da artéria basilar,artérias perfurantes.
Tronco Cerebral
Como o nome sugere, o tronco cerebral (tronco encefálico) é uma estrutura situada na base do cérebro que conecta as estruturas subcorticais com a medula espinhal. Ele está associado com vários sinais vitais, como o ciclo sono-vigília, consciência e controle respiratório e cardiovascular. Nele também ficam a maioria dos núcleos dos nervos cranianos e, através dos tratos neurais, ele facilita a comunicação entre cérebro, medula espinhal e cerebelo.
O tronco encefálico é formado por três partes: bulbo, ponte (protuberância) e mesencéfalo.
Bulbo
O bulbo é a porção mais inferior do tronco cerebral, que fica na fossa posterior do crânio. Ela se continua com a medula espinhal abaixo e com a ponte cerebral acima.
Da sua face anterior emergem vários nervos cranianos e ali existem áreas elevadas, chamadas de protuberâncias, formadas por vários tratos e núcleos que atravessam o bulbo. Elas são a fissura mediana anterior, pirâmides (trato corticoespinhal), decussação das pirâmides, olivas (núcleo olivar inferior) e os nervos hipoglosso (NC XII), glossofaríngeo (NC XII) e vago (NV X). 
O bulbo também tem muitas estruturas anatômicas na sua face posterior. Isto inclui o sulco medial posterior, fascículos grácil e cuneiforme, tubérculos grácil e cuneiforme (núcleos respetivos), tubérculo trigeminal (núcleo espinhal do nervo trigêmeo), funículo lateral (fibras de substância branca lateral), metade inferior da fossa romboide (assoalho do quarto ventrículo), e o óbex. O suprimento arterial do bulbo é feito pelas artérias cerebelares anterior e posterior, juntamente com a artéria espinhal anterior.
Ponte Cerebral
Continuando um pouco acima, encontramos a ponte (protuberância). Ela é a porção central do tronco cerebral interposta entre o bulbo e o mesencéfalo. As funções da ponte (protuberância) cerebral são variadas e envolvem sono, respiração, deglutição, audição, controle da bexiga, equilíbrio e gustação, entre tantas outras funções motoras.
A face anterior da ponte (protuberância) tem aparência estriada e contém várias linhas paralelas em virtude da presença de fibras córtico-ponto-cerebelares, que a percorrem horizontalmente. Os sulcos pontinos superior e inferior separam a ponte (protuberância) das partes vizinhas do tronco encefálico, enquanto os nervos trigêmeo (NC V), abducente (NC VI), facial (NC VII) e vestibulococlear (NC VIII) saem de sua superfície ventral. Existe também o sulco basilar que a percorre longitudinalmente e aloja a artéria basilar. 
Hipotálamo: O hipotálamo é uma região do diencéfalo localizada abaixo do tálamo e acima da hipófise. Essa estrutura constitui um centro de controle do organismo e sua principal função é manter a homeostase, ou seja, manter o organismo funcionando em equilíbrio. Dessa forma, o hipotálamo é responsável por fenômenos vitais do organismo. Ele pode ser dividido em duas partes, anterior e posterior, e cada uma dessas partes apresenta regiões responsáveis por funções fisiológicas específicas.
Funções do hipotálamo
O hipotálamo regula o metabolismo a partir de sua ação sobre os centros de comandos de diversas funções do organismo. Além disso, essa região do cérebro controla o sistema endócrino, agindo diretamente sobre a glândula hipófise e indiretamente sobre outras glândulas. Assim, o hipotálamo apresenta diversas funções, como:
• Controle da pressão sanguínea:
• Controle da diurese;
• Controle da temperatura corporal;
• Controle da fome e da sede;
• Controle das emoções, como raiva e prazer;
• Controle dos hormônios da adenoipófise, estimulando-a ou inibindo-a por meio da ação dos hormônios de liberação e de inibição produzidos pelo hipotálamo. Alguns desses hormônios são: hormônio tireotrófico (TSH), hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH);
• Produção de hormônios da neuroipófise (ADH, hormônio antidiurético);
• Controle do sistema nervoso autônomo;
• Regulação indireta de diversas glândulas, como tireoide, adrenal, mamárias e sobre as gônadas
Tálamo: O tálamo é uma das regiões do diencéfalo (as outras são o hipotálamo e a glândula pineal). É um importante centro nervoso localizado no cérebro humano.
Características principais:
 - O tálamo está localizado na região central profunda do cérebro humano, acima do hipotálamo.
 - É composto por duas massas neuronais.
 - Possui cor cinza e formato oval.
 - Está organizado em núcleos de neurônios, com tratos de substância brancos intercalados.
 - Possui ligações com o córtex cerebral.
 Principais funções do tálamo
 - Transmissão de impulsos sensitivos originários da medula espinhal, do cerebelo, do tronco encefálico e de outras regiões do cérebro até o córtex cerebral.
 - Desempenha um papel importante na cognição (obtenção de conhecimentos) e na consciência.
 - Ajuda na regulação das atividades autônomas.
 
Neurotransmissores: são definidos como mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os sinais entre os neurônios, ou células nervosas e outras células do corpo. Esses mensageiros químicos podem afetar uma ampla variedade de funções físicas e psicológicas, incluindo frequência cardíaca, sono, apetite, humor e medo. 
Como os neurotransmissores funcionam
Para que os neurônios enviem mensagens por todo o corpo, eles precisam se comunicar uns com os outros para transmitir sinais. No entanto, os neurônios não estão simplesmente conectados uns aos outros. No final de cada neurônio há um pequeno espaço chamado sinapse e para se comunicar com a próxima célula, o sinal precisa ser capaz de atravessar esse pequeno espaço. 
Isso ocorre através de um processo conhecido como neurotransmissão.
Na maioria dos casos, um neurotransmissor é liberado do que é conhecido como o terminal do axônio após um potencial de ação ter alcançado a sinapse, um lugar onde os neurônios podem transmitir sinais uns aos outros.
Quando um sinal elétrico chega ao final de um neurônio, ele dispara a liberação de pequenos sacos chamados vesículas que contêm os neurotransmissores. Esses sacos derramam seu conteúdo na sinapse, onde os neurotransmissores se movem através do espaço em direção às células vizinhas. Essas células contêm receptores onde os neurotransmissores podem se ligar e desencadear mudanças nas células.
Após a liberação, o neurotransmissor atravessa a lacuna sináptica e se liga ao local do receptor no outro neurônio, estimulando ou inibindo o neurônio receptor dependendo do que o neurotransmissor é. Os neurotransmissores agem como uma chave e o local do receptor age como um bloqueio. Leva a chave certa para abrir bloqueios específicos. Se o neurotransmissor for capaz de funcionar no local do receptor, ele provocará mudanças na célula receptora.
Tipos de neurotransmissores
Existem várias maneiras diferentes de classificar e categorizar os neurotransmissores. Em alguns casos, eles são simplesmente divididos em monoaminas, aminoácidos e peptídeos.
Os neurotransmissores também podem ser categorizados em um dos seis tipos:
Aminoácidos
O ácido gama-aminobutírico (GABA) age como o principal mensageiro químico inibidor do corpo. O GABA contribui para a visão, controle motor e desempenha um papel na regulação da ansiedade. Os benzodiazepínicos, usados ​​para ajudar no tratamento da ansiedade, funcionam aumentando a eficiência dos neurotransmissores GABA, o que pode aumentar a sensação de relaxamento e calma.
O glutamato é o neurotransmissor mais abundante encontrado no sistema nervoso, onde desempenha um papel em funções cognitivas, como memória e aprendizagem. Quantidades excessivas de glutamato podem causar excitotoxicidade resultando em morte celular. Essa excitotoxicidade causada pelo acúmulo de glutamato está associada a algumas doenças e lesões cerebrais, incluindo a doença de Alzheimer, derrame cerebral e convulsões epilépticas.
Peptídeos
A ocitocina é tanto um hormônio quanto um neurotransmissor. É produzido pelo hipotálamo e desempenha um papel no reconhecimento social, na ligação e na reprodução sexual. A ocitocina sintética, como a pitocina,é freqüentemente usada como auxílio no trabalho de parto e parto. Tanto a ocitocina quanto a pitocina fazem com que o útero se contraia durante o trabalho de parto.
As endorfinas são neurotransmissores que inibem a transmissão de sinais de dor e promovem sentimentos de euforia e felicidade. Esses mensageiros químicos são produzidos naturalmente pelo corpo em resposta à dor, mas também podem ser desencadeados por outras atividades, como o exercício aeróbico. Por exemplo, experimentar um “corredor alto” é um exemplo de sentimentos prazerosos gerados pela produção de endorfinas.
Monoaminas
A epinefrina é considerada tanto um hormônio quanto um neurotransmissor. Geralmente, a epinefrina (adrenalina) é um hormônio do estresse que é liberado pelo sistema adrenal. No entanto, funciona como um neurotransmissor no cérebro.
A noradrenalina é um neurotransmissor que desempenha um papel importante no estado de alerta que está envolvido na resposta de luta ou fuga do corpo. Seu papel é ajudar a mobilizar o corpo e o cérebro para agir em momentos de perigo ou estresse. Níveis deste neurotransmissor são tipicamente mais baixos durante o sono e mais altos durante períodos de estresse.
A histamina atua como um neurotransmissor no cérebro e na medula espinhal. Ela desempenha um papel nas reações alérgicas e é produzida como parte da resposta do sistema imunológico aos patógenos.
A dopamina desempenha um papel importante na coordenação dos movimentos do corpo. A dopamina também está envolvida em recompensa, motivação e acréscimos. Vários tipos de drogas viciantes aumentam os níveis de dopamina no cérebro. A doença de Parkinson, que é uma doença degenerativa que resulta em tremores e prejuízos no movimento motor, é causada pela perda de neurônios geradores de dopamina no cérebro.
A serotonina desempenha um papel importante na regulação e modulação do humor, sono, ansiedade, sexualidade e apetite. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, geralmente referidos como ISRSs, são um tipo de medicação antidepressiva comumente prescrita para tratar depressão, ansiedade, transtorno do pânico e ataques de pânico. SSRIs trabalham para equilibrar os níveis de serotonina, bloqueando a recaptação de serotonina no cérebro, o que pode ajudar a melhorar o humor e reduzir sentimentos de ansiedade.
Purinas
A adenosina atua como neuromodulador no cérebro e está envolvida na supressão da excitação e melhora do sono.
O trifosfato de adenosina (ATP) age como um neurotransmissor nos sistemas nervoso central e periférico. Desempenha um papel no controle autonômico, na transdução sensorial e na comunicação com as células da glia. A pesquisa sugere que também pode ter uma parte em alguns problemas neurológicos, incluindo dor, trauma e distúrbios neurodegenerativos.
Gasotransmissores
O óxido nítrico desempenha um papel na afetação dos músculos lisos, relaxando-os para permitir que os vasos sanguíneos se dilatem e aumentem o fluxo sanguíneo para certas áreas do corpo.
O monóxido de carbono é geralmente conhecido como sendo um gás incolor e inodoro que pode ter efeitos tóxicos e potencialmente fatais quando as pessoas são expostas a altos níveis da substância. No entanto, também é produzido naturalmente pelo corpo onde atua como um neurotransmissor que ajuda a modular a resposta inflamatória do corpo.
Acetilcolina
A acetilcolina é o único neurotransmissor da sua classe. Encontrado nos sistemas nervosos central e periférico, é o principal neurotransmissor associado aos neurônios motores. Ela desempenha um papel nos movimentos musculares, bem como na memória e na aprendizagem.
Questões
Questão: Qual a função principal do cerebelo?
A principal função do cerebelo é a coordenação dos movimentos corporais por meio do controle integrado dos músculos, incluindo equilíbrio e postura.
Questão: Qual a estrutura responsável pela interligação dos hemisférios cerebrais?
Corpo caloso.
Questão: Qual a estrutura responsável pela expressão do comportamento sexual?
Hipotálamo
Questão: A fluoxetina alivia os sintomas da depressão afetando qual neurotransmissor?
A Serotonina.
Questão: No processo de sinalização celular, é chamada de célula-alvo aquela que:
É estimulada por uma molécula sinalizadora.
3º Capítulo: Funções Mentais Superiores: Sensação, Percepção e Atenção.
Os processos de percepção estão integrados pela experiencia de cada um. A mesma sensação pode gerar diferentes percepções em pessoas distintas. Um grupo de pessoas com os mesmos costumes podem ter percepções parecidas, tendo em vista que vivem experiencias semelhantes.
Reconhecimento de objetos 
Questões
Questão: Sobre a função da sensação:
Implica trazer informação, enquanto a percepção supõe a organização e a interpretação dos dados.
Questão: Áreas de processamento visual:
Questão: O estudo da percepção tem como principal objetivo analisar:
A interpretação de estímulos.
Questão: Quais fatores não influenciam os processos atencionais:
Apenas os estímulos externos.
Fatores que influenciam:
· Fatores top-down e bottom-up
· Motivações, interesses e valores
· A experiencia, que nos faz prestar atenção naquilo que nos é mais comum
· A interpretação da realidade a partir da percepção e do julgamento
Questão: Qual a definição de neurônios-espelho?
Neurônios que são ativados quando outra pessoa realiza a mesma ação, facilitando a imitação e a compreensão das ações.
Os neurónios-espelhos (Neuron Mirror) são células que estão localizadas no córtex pré-motor, denominando-se de neurónios viso-motores. Estas células, são ativadas pela execução de uma ação simples, que seja direcionada a objetivos e que respondem igualmente bem à própria mão ou a outra pessoa - permitindo entender a base neural. O lóbulo parietal superior, o lóbulo parietal inferior e a parte dorsal do córtex pré-motor são todos comumente envolvidos na imitação
Um neurónio espelho (português europeu) ou neurônio espelho (português brasileiro) (também conhecido como célula-espelho) é um neurônio que dispara tanto quando um animal realiza um determinado ato, como quando observa outro animal (normalmente da mesma espécie) a fazer o mesmo ato. Desta forma, o neurônio imita o comportamento de outro animal como se estivesse ele próprio a realizar essa ação. Estes neurônios já foram observados de forma direta em primatas, também existe em humanos e alguns pássaros.
Curiosidade: Alguns cientistas consideram este tipo de células uma das descobertas mais importantes da neurociência da última década, acreditando que estes possam ser de importância crucial na imitação e aquisição da linguagem. No entanto, apesar de este ser um tema popular, até à data nenhum modelo computacional ou neural plausível foi proposto como forma de descrever como é que a atividade dos neurónios espelhos suportam atividades cognitivas como a imitação.
Estudos de Iacoboni e Dapretto (2006) sugeriram um "circuito básico" para a Imitação que inclui três regiões: duas destas regiões fazem parte da rede de neurônios espelhos: o Giro frontal inferior (IFG) mais o córtex premotor ventral adjacente (PMC) e o rostral do lóbulo parietal inferior (IPL). A meta-análise utilizada sugere que no lobo frontal a parte dorsal do córtex pré-motora, em vez do IFG posterior e do córtex premonar ventral adjacente (STS) , são consistentemente activados na imitação fMRI.
4º Capítulo: Memória
Memória: faculdade de reter ou readquirir ideias, imagens, expressões e conhecimentos.
O modelo da psicologia cognitiva aponta que três operações fazem parte da memória: codificação, armazenamento e recuperação.
Memória Sensorial, de curto prazo e de longo prazo:
Memória e Aprendizagem
O que é condicionamento clássico?
Condicionamento clássico foi uma teoria introduzida por Ivan Pavlov. Ele explica que algumas formas de aprendizagem podem ser respostas involuntárias, emocionais e fisiológicas. Na época que Pavlov introduziu o condicionamento clássico, ele estava trabalhando em outra pesquisa. Ele notou que o cão que ele usou para o

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