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Gestão de Custos na Administração Municipal - 1

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GESTÃO DE CUSTOS NA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL – UNIDADE I 
 
É claro que a análise do custo possui 
aplicação em todos os 
empreendimentos e investimentos 
humanos, na era contemporânea. 
Saber de antemão o quantum, com 
a certeza de que é o melhor preço a 
ser pago, indubitavelmente é fator 
preponderante. 
Todavia, como se sabe, essa prática 
ainda não é uma realidade no 
âmbito do setor público municipal. 
Em especial, tratando-se desse 
 
tema como um ramo da Contabilidade, visando a produção de informações gerenciais, para 
planejamento e deliberações. O objetivo essencial é alocar criteriosamente os custos a serem aplicados 
na produção de bens e serviços. Isso, com a compilação de dados internos e externos. Com esse curso, o 
egresso estará apto a atuar com competência na Gestão de Custos na Administração Municipal, 
realizando com maior facilidade e segurança as relevantes tarefas que lhes sejam afetas na Gestão 
Pública, além de pontuar para progressão em sua carreira, pelo conhecimento adquirido. Ou, caso 
pretenda, participar com chances nos concursos públicos para a área e/ou outras correlatas. 
 
 A Gestão de Custos relaciona-se com os princípios da Administração 
Pública ao fornecer as informações para o gestor, possibilitando controlar os 
gastos, otimizá-los, saber da viabilidade de possíveis investimentos, a fim de 
atender as necessidades coletivas, com qualidade, transparência e respeito 
aos cidadãos. 
 
 
 
 
 
 
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ÍNDICE 
TÓPICOS PÁGINA 
1. GOVERNANÇA E GESTÃO MUNICIPAL 3 
1.1 Funções de Governança e Gestão 6 
1.2 A Gestão Municipal 7 
1.3 A Questão Social 12 
1.4 Políticas Públicas e Sustentabilidade 13 
1.5 Ciclo das Políticas Públicas 14 
1.6 Sustentabilidade 15 
1.7 Planejamento Estratégico 18 
2. GESTÃO ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO 20 
2.1 Gestão Digital Estratégica 26 
3. GOVERNANÇA E SUSTENTABILIDADE 28 
3.1 A Implantação da Gestão 32 
3.2 A Verificação da Gestão 36 
3.3 A Gestão Pública Ambiental 36 
3.4 Governo e Sustentabilidade 38 
3.5 Sustentabilidade 44 
4. CONTABILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL 49 
4.1 Peculiaridades Contábeis, Financeiras e Orçamentárias 49 
4.2 Estágios ou Etapas da Receita Orçamentária 49 
4.3 Conciliação Bancária 59 
4.4 Retenções de Tributos nos Órgãos Públicos Municipais 61 
4.5 Instrução Normativa 971/2009 62 
4.6 Composição da Receita de Fonte Livre 64 
4.7 Empenho, Liquidação e Pagamento 69 
4.8 O Detalhamento da Despesa 71 
5. PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO ESTRATÉGICO 73 
5.1 O Planejamento e o Orçamento na Constituição Federal de 1988 (CRFB/88) 73 
5.2 O Modelo de Planejamento, Execução e Controle na LRF 74 
5.3 A Classificação da Despesa Orçamentária 75 
5.4 Modelo de Decisão Governamental 79 
5.5 Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) 79 
5.6 A Escrituração da Contabilidade Pública 80 
5.7 Similaridade entre os Conceitos da Contabilidade Pública e os da Contabilidade de 
Custos 
81 
5.8 Sistema de Informação de Custos do Setor Público - SICSP 83 
5.9 Sistema de Custos do Setor Público 86 
5.10 Sistema de Custos do Setor Público e os Demais Sistemas de Informação 90 
6. BIBLIOGRAFIA 95 
 
 
 
3 
 
1. GOVERNANÇA E GESTÃO MUNICIPAL 
 
No que se refere ao setor público, a governança começou a ser discutida com a crise fiscal dos anos 
1980 que exigiu um novo arranjo político e econômico com a intenção de tornar o Estado mais eficiente. 
Nesse contexto oportunizou o debate sobre a governança na esfera pública e resultou no 
estabelecimento de princípios básicos que norteiam as práticas de governança nas organizações 
públicas nas esferas federal, estadual e municipal: transparência, integridade e prestação de contas 
(IFAC, 2001). 
Com o passar dos anos uma série de estudos internacionais sobre a boa governança no setor público 
foram publicados que reafirmaram os três princípios inicialmente preconizados pelo International 
Federation of Accountants (IFAC) e acrescentaram outros três: liderança, compromisso e integração. Já o 
Decreto Nº. 9.203, de 22 de novembro de 2017, define em seu Art. º os seguintes princípios da 
governança pública: 
I. capacidade de resposta; 
II. integridade; 
III. confiabilidade; 
IV. melhoria regulatória; 
V. prestação de contas e responsabilidade; 
VI. transparência 
Ainda, para melhor atender aos interesses da sociedade é fundamental garantir um comportamento 
ético, responsável, comprometido e transparente de liderança; reprimir a corrupção; implementar 
efetivamente um código de conduta e de valores éticos, garantir a adesão das organizações às 
regulamentações, normas e padrões; garantir a transparência, equilibrar interesses e envolver cada vez 
mais os stakeholders (cidadãos, usuários dos serviços, iniciativa privada). 
Assim, podemos entender que uma boa governança no setor público permite: 
 garantir a entrega de benefícios econômicos, sociais e ambientais para os cidadãos; 
 garantir que a organização tenha credibilidade e responsabilidade para com os cidadãos; 
 ter clareza de quais são os serviços prestados para cidadãos e usuários; 
 proporcionar transparência, mantendo a sociedade informada acerca das decisões tomadas e dos 
problemas envolvidos; 
 dispor e utilizar informações de qualidade e mecanismos sólidos de apoio a tomada de decisões; 
 
 
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 dialogar, compartilhar e prestar contas à sociedade; 
 garantir a qualidade e continuidade dos serviços públicos prestados; 
 promover o desenvolvimento contínuo dos líderes e dos colaboradores; 
 definir claramente os processos, responsabilidades, limites de poder e de autoridade; 
 selecionar a liderança tendo por base critérios como conhecimento, habilidades, competências e 
atitudes individuais; 
 avaliar o desempenho da organização, da liderança e dos colaboradores; 
 garantir a existência de uma gestão de riscos concreta; 
 utilizar-se de controles internos para manter a gestão adequada; 
 controlar as finanças de forma responsável; 
 fornecer aos cidadãos dados e informações confiáveis, tempestivas, relevantes e compreensíveis. 
 
 
AMPLIANDO SEU CONHECIMENTO 
http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/XIVCongresso/078.pdf 
 
No Brasil, diversas leis e decretos foram publicados para institucionalizar direta ou indiretamente 
condições de governança. A Constituição Federal de 1988 estabelece, no caput do art. 1º, que “a 
República Federativa do Brasil […] constitui-se em Estado Democrático de Direito”. Em relação a 
governança, isso quer dizer que o cidadão tem poder para escolher seus representantes e que o poder 
emana do povo e por isso, não está concentrado apenas no governo. Ainda na Constituição de 1988 em 
seus Art. 5º foi fixado direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, com vistas a criar as condições 
básicas necessárias à governança do Estado. A Assembleia Nacional Constituinte de 1988 também 
organizou político administrativamente a República Federativa do Brasil, que compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos. 
Além da Constituição de 1988, outros instrumentos surgiram para fortalecer a governança pública. 
Podemos destacar: o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto 
1.171, de 22 de junho de 1994), a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 04 de maio 
de 2000), o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública) instituído em 2005 e 
revisado em 2009 e em 2013. A Lei 12.813, de 16 de maio de 2013, que dispõe sobre o conflito de 
interesse no exercício de cargo ou emprego do Poder Executivo Federal; os instrumentos de 
http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/XIVCongresso/078.pdf
 
 
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transparência, como a Lei de Acesso à informação (Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011), que 
asseguram o direito fundamental de acesso à informação e facilitam o monitoramento e controlede 
atos e condutas da administração pública e o recente e já citado Decreto 9.203, de 22 de novembro de 
2017 que dispõe sobre a política de governança da administração pública federal direta, autárquica e 
fundacional. 
Apesar do avanço que esses instrumentos significam para a melhoria da capacidade de governança do 
setor público e gestão do Estado brasileiro, é preciso reconhecer que para atender a constantes 
demandas econômicas, sociais e ambientais é necessário fortalecer ainda mais os mecanismos de 
governança como forma de reduzir o distanciamento entre o Estado e os cidadãos. 
A sociedade deve exercer seu papel de principal interessado nos resultados do Estado, monitorando e 
propondo ações de interesses coletivos e, demandando novas estruturas de governança que 
possibilitem cada vez mais aprimorar isso de forma profissional, buscando o atendimento das 
expectativas da sociedade. 
Diante do exposto e como base em vários referenciais como artigos científicos, códigos, programas e 
guias de diversos países, podemos conceituar governança no setor público como sendo: 
Mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a 
atuação da gestão, visando a condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse e 
necessidades da sociedade. 
 
 
A governança assegura que os interesses dos administradores estejam 
alinhados aos interesses da comunidade. Ela garante que os processos e 
as estratégias estão sendo corretamente seguidos, além de promover 
uma cultura de prestação de contas e de controle. 
 
 
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1.1 FUNÇÕES DE GOVERNANÇA E GESTÃO 
Agora que já conhecemos o conceito de governança e como ela se aplica no setor público é importante 
sabermos diferencia-la do conceito e das funções da gestão. 
Governança associa-se com o processo de comunicação, análise e avaliação, liderança, tomada de 
decisão e direção, controle, monitoramento e prestação de contas, a Gestão, de forma complementar, 
refere-se ao funcionamento do dia a dia de programas e de ações no contexto de estratégias, políticas, 
processos e procedimentos que foram determinados pelo órgão, preocupando –se com a eficácia 
(cumprir ações priorizadas) e a eficiência (realizar as ações da melhor forma possível e com menos 
custos). 
A principal diferença entre os conceitos é que enquanto a governança provê direcionamento, monitora, 
supervisiona e avalia a atuação da gestão com vistas ao atendimento das necessidades e expectativas 
dos cidadãos, a gestão e demais stakeholders, a gestão é incorporada aos processos organizacionais, 
sendo responsável pelo planejamento, execução, controle, ação, enfim, pela execução dos recursos e 
poderes colocados à disposição para o alcance de seus objetivos. 
A gestão parte da premissa de que já existe um encaminhamento superior e que os mesmos devem ser 
executados da melhor forma possível em termos de eficiência. O quadro a seguir apresenta as principais 
funções da governança e da gestão: 
FUNÇÕES DA GOVERNANÇA FUNÇÕES DA GESTÃO 
➢ Definir o planejamento estratégico ➢ Implementar programas; 
➢ Supervisionar a gestão ➢ Garantir a conformidade com as regulamentações 
➢ Envolver os stakeholders ➢ Revisar e reportar o progresso das ações 
➢ Gerenciar riscos estratégicos ➢ Garantir a eficiência administrativa 
➢ Gerenciar conflitos internos ➢ Manter a comunicação com os stakeholders 
➢ Auditar e avaliar o sistema de gestão e controle ➢ Avaliar o desempenho e aprender 
➢ Promover o accountability (prestação de contas e 
responsabilidade e a transparência) 
 
 
 
DESTAQUE: Diferente de Governança, Governabilidade é o conjunto de 
condições necessárias ao exercício do poder. Compreende a forma de governo, 
suas relações entre os poderes e o sistema partidário. Diz respeito a 
capacidade política de decidir e expressa a possibilidade em abstrato de 
realizar políticas públicas. 
 
 
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1.2 A GESTÃO MUNICIPAL 
A palavra município é derivada do francês municipalité e do latim municipium, antiga denominação 
romana. Significa um território dotado de personalidade jurídica, autônoma, constituída por órgãos 
políticos e administrativos e que podem se diferenciar em três tipos: urbanos – que são os municípios 
constituídos por território urbanizado; rurais – são os constituídos, por vários núcleos populacionais de 
pequenas dimensões e por território não urbanizado e, misto – municípios que compreendem 
quantidades tanto de território urbano como de território rural. 
No nosso país, o município é a menor 
unidade político-administrativa existente. 
Todo o território nacional é dividido em 
municípios, menos o Distrito Federal e o 
arquipélago de Fernando de Noronha, que 
é um distrito do estado de Pernambuco. 
Os municípios são formados pelo poder 
executivo (Prefeitura) e pelo poder 
legislativo (Câmara Municipal). 
 
A partir da Constituição de 1934, os municípios começaram a ter alguma autonomia, naquilo que 
respeitasse ao seu interesse peculiar, falou-se pela primeira vez em autonomia política, ou seja, eleições 
para Prefeitos e Vereadores; autonomia financeira (impostos, taxas e outras rendas) e autonomia 
administrativa (organização dos serviços públicos). Surgia assim a Gestão Municipal. 
Porém foi a partir do início da década de 90, que se ampliaram os estudos e a atenção sobre os 
municípios, notadamente no que se refere à gestão municipal. Com a promulgação da Constituição 
Federal, em 1988, os municípios adquiriram status de 'entes federativos' além de terem estendidas suas 
competências e estabelecidos os processos de descentralização de ações e do poder decisório. A 
descentralização possibilitou, aos municípios, acesso a maiores parcelas de recursos públicos, mas, ao 
mesmo tempo, a atuação direta foi expandida a áreas que antes eram de responsabilidade do governo 
estadual ou federal. Com as novas responsabilidades e atribuições específicas assumidas pelos 
municípios, aumentaram tanto as exigências de profissionalização da gestão municipal quanto a 
necessidade de instituição de controles democrático-populares da ação pública (CAIADO, 2003). 
Na administração pública municipal, mais do que no governo federal ou estadual, é que se tem 
influência direta no dia a dia das pessoas, as quais exigem mudanças constantes, e reivindicam o 
 
 
8 
 
aumento da qualidade dos serviços públicos oferecidos, como transporte urbano, coleta de lixo, 
manutenção de áreas públicas, saúde, educação, segurança, transparência, entre outros. Pode-se assim, 
entender que, essa exigência pelo aumento da qualidade de vida individual e coletiva, obriga os gestores 
a repensar os seus modelos e processos de gestão, a fim de aumentar a efetividade dos serviços 
públicos prestados. Observa-se também, a ampliação, o compartilhamento e a transferência para o 
âmbito do governo municipal de responsabilidades que antes estavam restritas a outras esferas de 
governo (REZENDE; CASTOR, 2006). 
A gestão de municípios é uma tarefa desafiadora. Vai além da necessidade de se conciliar os mais 
diversos interesses e de atingir resultados com grande complexidade de mensuração; implica na busca 
pelas melhores informações em tempo ágil e a utilização dessas informações de forma efetiva, 
alinhando-as, por fim, aos anseios dos cidadãos e aos processos controlados e efetivos (CASTELLS, 2000; 
PFEIFFER, 2000; REZENDE, 2005). 
O Município detém competências legislativas em três níveis: 
1) exclusiva, a ser exercida na fórmula do “interesse local”, (art. 30, I, da CF); 
2) suplementar, na forma de suprir os vazios e indeterminações da legislação federal e estadual no que 
couber, ou seja, naquilo que for compatível, o que significa dizer naquilo que a norma superior não 
regulou, sobretudo nos aspectos ligados às condições locais (art. 30, II, da CF); e 
3) comum, na forma prevista na Constituição, que se pode realizar também por meio de cooperaçãotécnica, nos termos de lei complementar federal (art. 23). 
Como já foi dito, a parcela de competência que cabe ao Município, na distribuição feita pela 
Constituição, está consubstanciada nos atributos de sua autonomia e de sua condição como pessoa de 
direito público interno. No que diz respeito ao seu Governo, cabe aos eleitores eleger os seus 
responsáveis, ou seja, o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores. 
De forma geral podemos dizer que aos Municípios compete, enfim, prover a tudo quanto respeite ao 
seu peculiar interesse e ao bem estar da sua população, cabendo-lhe, entre outras, as seguintes 
atribuições: 
I - Elaborar o seu orçamento anual, o plano plurianual de investimentos e a lei de diretrizes 
orçamentárias, no que observará a Lei Complementar nº 101/2000 e os prazos; 
II - Instituir e arrecadar tributos; 
III - Fixar, fiscalizar e cobrar preços; 
IV - Dispor sobre a organização, a administração e a execução de seus serviços; 
 
 
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V - Organizar os quadros de servidores e instituir o regime jurídico; 
VI - Dispor sobre a administração e a utilização dos serviços públicos locais; 
VII - Planejar o uso e a ocupação do solo em seu território, especialmente em sua zona urbana; 
VIII - Estabelecer normas de construção, de loteamento, de arruamento e de zoneamento urbano, bem 
como as limitações urbanísticas convenientes à ordenação do seu território, respeitadas a legislação 
federal e estadual pertinentes, especialmente a Lei nº 10.257, de 10/07/01, conhecida como Estatuto da 
Cidade; 
IX - Conceder licença para localização e funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais, 
prestadores de serviços e quaisquer outros, renovar a licença concedida e determinar o fechamento de 
estabelecimentos que funcionem irregularmente; 
X - Estabelecer servidões administrativas necessárias aos seus serviços, inclusive aos dos seus 
concessionários; 
XI - Regulamentar a utilização dos logradouros públicos e determinar o itinerário e os pontos de parada 
dos transportes coletivos; 
XII - Fixar os locais de estacionamento de táxis e demais veículos; 
XIII - Regulamentar, conceder, permitir ou autorizar os serviços de transporte coletivo e de táxis, fixando 
as respectivas tarifas; 
XIV - Fixar e sinalizar as zonas de silêncio e de trânsito e tráfego em condições especiais; 
XV - Disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar a tonelagem máxima permitida a veículos que 
circulam em vias públicas municipais; 
XVI - Tornar obrigatória a utilização da estação rodoviária, quando houver; 
XVII - Sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem como regulamentar e fiscalizar sua 
utilização; 
XVIII - Realizar, direta ou indiretamente, a limpeza de vias e logradouros públicos, a remoção e o destino 
do lixo domiciliar e de outros resíduos de qualquer natureza; 
XIX - Ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários para funcionamento de 
estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços, observadas as normas federais pertinentes; 
XX - Dispor sobre os serviços funerários e de cemitérios; 
XXI - Regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar a afixação de cartazes e anúncios, bem como 
a utilização de quaisquer outros meios de publicidade e propaganda, exercendo o seu poder de polícia 
administrativa; 
 
 
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XXII - Cassar a licença que houver concedido, quanto a estabelecimento que se tornar prejudicial à 
saúde, à higiene, ao sossego, à segurança ou aos bons costumes, fazendo cessar a atividade ou 
determinando o fechamento do estabelecimento; 
XXIII - Organizar e manter os serviços de fiscalização necessários ao exercício do seu poder de polícia 
administrativa; 
XXIV - Dispor sobre o depósito e a venda de animais e mercadorias apreendidos em decorrência de 
transgressão de legislação municipal; 
XXV - Estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos; 
XXVI - Promover, entre outros, os seguintes serviços: a) mercados, feiras e matadouros; b) construção e 
conservação de estradas e caminhos municipais; c) transportes coletivos estritamente municipais; d) 
iluminação pública; 
XXVII - Assegurar a expedição de certidões requeridas às repartições administrativas municipais, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações, estabelecendo os prazos de atendimento; 
XXVIII - Instituir a Guarda Municipal destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações. 
 
 
 
 
A gestão municipal, tem se voltado para as questões relacionadas ao desenvolvimento local, contudo, 
cabe ainda aos agentes municipais, a gestão de outros temas complexos e importantes que versão sobre 
a sociedade: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, desenvolvimento urbano, 
desenvolvimento sustentável, gestão democrática, participação popular e controle social, gestão dos 
serviços públicos, entre outros. É importante, no entanto, que as ações municipais não sejam pensadas 
 
 
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de forma isolada, e sim através de programa que contemple medidas para superar os diversos entraves 
existentes no âmbito local. 
 
 
 
Após conhecer um pouco sobre a gestão municipal, é importante entender sobre a importância da 
necessidade do fortalecimento institucional dos Municípios na esfera Federal Brasileira, pois isso pode 
ser interpretado como facilitador das ações da gestão em favor da democratização, fortalecimento da 
cidadania e melhor qualidade de vida. 
 
 
A primeira cidade organizada do Brasil foi São Vicente, localizada no Litoral Sul 
de São Paulo. Ela foi fundada pelo militar português Martim Afonso de Souza 
em 22 de janeiro de 1532 e foi a capital dos paulistas por 177 anos. 
 
 
SAIBA MAIS: 
http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/manual_prefeito15ed2017_2.pdf 
 
 
http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/manual_prefeito15ed2017_2.pdf
 
 
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1.3 A QUESTÃO SOCIAL 
De forma geral, Questão Social é o conjunto de expressões 
de definem as desigualdades da sociedade e os fenômenos 
que ressaltam a diferença entre trabalhadores e capitalistas, 
no que concerne ao acesso de bens socialmente produzidos 
como direitos sociais e condições apropriadas de vida. São 
consideradas expressões da questão social fenômenos como 
o desemprego, a pobreza, a violência, o analfabetismo, a 
falta de serviços de saúde, a falta de moradia, entre outras. 
A Questão Social surgiu na Europa, no século XX com o 
objetivo de exigir a formulação e implementação de políticas 
sociais em prol da classe operária que estava em crescente 
fenômeno de pobreza. 
Esse fenômeno de pobreza teve sua origem principalmente com o processo de urbanização e 
industrialização, que conscientizou a classe operária das suas reais condições de trabalho, onde a 
questão social acabou atingindo contornos problemáticos para outras classes, em especial para a 
burguesia que viu-se obrigada e implementar políticas sociais. 
Como podemos perceber a questão social é muito vinculada a desigualdade social e nesse contexto foi 
surgindo o Terceiro Setor na sociedade, a fim de elaborar programas e projetos para amparar os 
necessitados e também auxiliar nos assuntos referentes a política. 
A questão social é o tema primário e 
central para o profissional de Serviço 
Social, cuja essência é a ciência social 
aplicada com foco na integração dos 
cidadãos à sociedade. 
Já na esfera da gestão das cidades ou 
municípios, as mudanças políticas e 
institucionais sobre o tema se tornaram 
visíveis, também, a partir da promulgação 
da Constituição de 1988, que apesar de 
 
 
 
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todos os seus limites, avançou nas definições e extensões de direitos sociais e políticos. 
Mais tarde em 2010, o Estatuto da Cidade, reafirmou a função social da cidade, da propriedade urbana e 
do interesse público. O princípio da função social da cidade assegura a atuação do poder público para o 
atendimento das necessidades de todos os cidadãosquanto a qualidade de vida, a justiça social e ao 
desenvolvimento das atividades econômicas, não deixando de observar as exigências fundamentais da 
ordenação da cidade. 
Pensar na questão social é reconhecer a necessidade de se respeitar o ser humano, para que este possa 
respeitar o território em que vive, pois ele próprio é a parte mais importante do meio ambiente. 
 
1.4 POLÍTICAS PÚBLICAS E SUSTENTABILIDADE 
Com o aprofundamento e expansão da democracia, as responsabilidades dos representantes populares 
e dos governos se diversificaram. É comum dizer que a principal função do Estado é promover e 
melhorar a qualidade de vida do cidadão. A qualidade de vida da população de uma cidade está 
relacionada ao atendimento de suas necessidades em áreas como saúde, educação, habitação, 
transporte, meio ambiente, assistência social, segurança. 
 
A partir desse contexto e, para oferecer produtos e serviços públicos que contemplem as diferentes 
áreas, os governos (federal, estadual e municipal) se utilizam das políticas públicas. 
Podemos conceituar políticas públicas como um conjunto de programas, ações e decisões tomadas 
pelos governos (nacional, estadual ou municipal) com a participação direta ou indireta da população e 
 
 
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de entes públicos ou privados, que objetivam atender determinado direito ou demanda da sociedade ou 
de determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico, diminuindo a desigualdade social. 
Os programas, ações e decisões precisam ser estruturados de modo funcional e sequencial para que 
possam ser colocados em prática. Esse processo é chamado de Ciclo das políticas públicas. 
 
1.5 CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
Também chamado de processo de formulação das políticas públicas, o ciclo das políticas públicas é 
composto de diversas fases. 
A primeira fase é a formação da agenda que se caracteriza pelo planejamento, que consiste em 
reconhecer o problema público que merece maior atenção no cenário real em que a população se 
encontra. Nessa fase são analisados: custo benefício; cenário local e suas necessidades; recursos 
disponíveis, urgência do problema; necessidade política. 
A segunda fase é a formulação da política propriamente dita, é a apresentação de soluções ou 
alternativas, caracterizada pelo detalhamento das alternativas definidas na agenda. Nesse momento 
organizam-se as ideias, alocam-se os recursos e consideram-se a opinião de especialistas na definição de 
objetivos e resultados que se pretende alcançar com as estratégias que são definidas. Os atores 
estabelecem suas propostas e as defendem. 
A terceira fase é a fase do processo de tomada de decisão. Nesse ponto é definido qual será o curso da 
ação que será colocado em prática, são definidos recursos e prazos para a ação da política. 
A quarta fase é chamada implementação da política, é o momento em que o planejamento e as 
escolhas são transformados em atos, ou seja, o planejamento é transformado em ação, por meio dos 
disponibilizados recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos disponibilizados para a 
executar a política pública. 
A avaliação é a quinta fase, ela deve ser realizada em todas as fases do ciclo, de forma a contribuir com 
possíveis correções de falhas e variações cabíveis para o sucesso da ação e de melhores resultados. 
 
 
 
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Veja exemplos de políticas públicas na área de Educação: 
http://www.fnde.gov.br/portal/arquivos/category/45-
projetosarquitetonicos?download=10373:quadra-coberta-vestiario-modelo-2-
pdf-projetoeletrico&start=20 
 
De acordo com o nível de sucesso ou insucesso da política, o poder público decide se reinicia o ciclo das 
políticas públicas com as alterações cabíveis, se o projeto é mantido da mesma forma ou se 
simplesmente é extinto. 
 
 
 
A política pública é considerada boa, quando cumprir, ao menos, as seguintes 
funções: 
 promover e melhorar a colaboração entre os atores; 
 constituir-se em um programa implementável. 
 
 
http://www.fnde.gov.br/portal/arquivos/category/45-projetosarquitetonicos?download=10373:quadra-coberta-vestiario-modelo-2-pdf-projetoeletrico&start=20
http://www.fnde.gov.br/portal/arquivos/category/45-projetosarquitetonicos?download=10373:quadra-coberta-vestiario-modelo-2-pdf-projetoeletrico&start=20
http://www.fnde.gov.br/portal/arquivos/category/45-projetosarquitetonicos?download=10373:quadra-coberta-vestiario-modelo-2-pdf-projetoeletrico&start=20
 
 
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1.6 SUSTENTABILIDADE 
Voltando a citar o documento Estatuto da Cidade, sobre o qual já comentamos no tema questão social, 
é importante destacar que ele estabelece, ainda, outras diretrizes sobre a política urbana para o alcance 
do desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade. 
Uma delas é a garantia do direito a cidades sustentáveis, ou seja, o direito de todo o cidadão à terra 
urbana, à moradia, ao saneamento básico, a infraestrutura, ao transporte, ao lazer e a outros serviços 
públicos, não só para as gerações atuais, como também para as futuras. Sobre o tema, o Estatuto da 
Cidade apresenta caminhos e estabelece objetivos em sintonia com acordos decorrentes de 
Conferências Mundiais de Desenvolvimento e Meio Ambiente. Orienta que a adoção de padrões de 
produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana, devem ser compatíveis com os limites de 
sustentabilidade ambiental. 
 
Mas o que é sustentabilidade? 
Sustentabilidade é um conceito relacionado ao desenvolvimento sustentável, 
formado por um conjunto de ideias, estratégias e demais atitudes ecologicamente 
corretas, economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas. 
Serve como alternativa para garantir a sobrevivência dos recursos naturais do 
planeta, ao mesmo tempo que permite aos seres humanos e sociedades soluções 
ecológicas de desenvolvimento. 
 
O desenvolvimento sustentável é aquele capaz de 
suprir as necessidades da geração atual, sem colocar 
em risco a capacidade de atender as gerações 
futuras. Por isso, a definição está vinculada aos 
termos “legado” e “continuidade”. 
Desenvolver-se de forma sustentável, seja em 
pequena esfera (no contexto de uma empresa, por 
exemplo), ou em larga esfera (no contexto de um 
país), pressupõe possibilitar às pessoas, agora e 
futuramente, atingir um nível satisfatório de 
desenvolvimento socioeconômico e cultural, fazendo 
uso razoável dos recursos naturais de forma a não 
esgotá-los para as próximas gerações. 
 
 
17 
 
Etimologicamente, a palavra sustentável tem origem no latim sustentare, que significa "sustentar", 
"apoiar" e "conservar". 
Existem alguns tipos de sustentabilidade, entre os mais significativos, podemos destacar: 
a) Sustentabilidade Ambiental e Ecológica: é a manutenção do meio ambiente do planeta, mantendo a 
qualidade de vida e os ecossistemas em harmonia. Em ações práticas, significa não poluir as águas, 
separar o lixo, evitar desastres ecológicos como queimadas e desmatamentos, entre outras ações; 
b) Sustentabilidade Social: é o conjunto de medidas estabelecidas para promover o equilíbrio e o bem 
estar da sociedade, por meio de diversas iniciativas que devem ter o objetivo de contribuir para os 
membros da sociedade que enfrentam condições desfavoráveis. Como exemplos práticos estão o 
incentivo aos programas de inclusão social, investimento em saneamento básico, incentivo a projetos de 
qualificação profissional, incentivo a programas culturais gratuitos e de educação pública de qualidade 
para pessoas com baixa ou sem renda, entre outras; 
c) Sustentabilidade Econômica: é procurar garantir o desenvolvimento econômico considerando 
estratégias que não provoquem impactos ambientais ou que prejudiquem a qualidade de vidas das 
pessoas. Entre algumas das ações que são consideradas economicamente sustentáveis, merecem 
destaque a utilização de energias renováveis, fiscalização ampla e constante para evitar abusos e 
arbitrariedades, bem como,para evitar que empresas ou pessoas cometam crimes ambientais. 
O tripé da sustentabilidade também é conhecido como Triple Bottom Line ou People, Planet, Profit: 
DIMENSÃO ECOLÓGICA DIMENSÃO SOCIAL DIMENSÃO ECONÔMICA 
Educação ambiental Valorização Direitos Humanos Competitividade de mercado 
Conservação dos recursos naturais Envolvimento comunitário Transparência 
Redução do desperdício Valorização do bem-estar social Prosperidade econômica 
Uso de energia limpa e renovável Bases éticas 
Criar laços de respeito com 
funcionários, fornecedores e 
sociedade 
Biodiversidade 
Investimento em políticas públicas 
e de inclusão social 
Estratégias de crescimento com 
base na preservação ambiental e 
bem-estar social 
Eliminar impactos ambientais 
 
 
 
18 
 
Dada a importância da questão ambiental, também a Constituição Federal, definiu no art. 225, a 
definição de meio ambiente exprime o conceito central do desenvolvimento sustentável ao firmar o 
direito comum de todos de usufruir de ambiente ecologicamente equilibrado e ao conferir ao Poder 
Público e a coletividade o dever de defende-lo para as gerações futuras. No art. 23 fica definido como 
competência comum à União, Distrito Federal e Municípios a proteção e o combate a poluição em todas 
as suas formas. 
Assim, de modo a evitar e corrigir distorções do crescimento urbano e da gestão da cidade e seus 
negativos efeitos sobre o meio ambiente, deve existir e ser respeitada uma cooperação entre os 
governos federal, estadual e municipal, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no 
processo de urbanização e no atendimento do interesse social. 
 
1.7 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
A concepção de planejamento estratégico para cidades não foi resultado de consenso entre urbanistas e 
gestores. Suas bases e princípios, pelo contrário, tiveram origem na prática empresarial, que, por sua 
vez, fundamentou-se em experiências de ordem militar. 
Foi após a Segunda Guerra Mundial que as empresas privadas compreenderam que o “longo prazo” 
tinha um grande impacto sobre suas finanças. Por isso, muitas delas migraram do orçamento anual para 
o quinquenal e procuraram ampliar o mercado e diversificar os produtos, dando origem ao que se 
chamou de 'orçamento-controle'. O passo seguinte, denominado 'planejamento de longo prazo', foi 
decorrente da necessidade de adaptar as empresas para um crescimento previsível, preparando-as 
técnica e administrativamente. No final dos anos 50, a "Escola de Negócios de Harvard" deu origem à 
estratégia corporativa global como resposta às novas tendências da gestão empresarial, aumentando a 
importância de se considerar o entorno do mercado, os consumidores e a concorrência (FERNANDEZ, 
1997). 
Sobre a base da Escola de Harvad buscavam-se ações de articulação entre a organização e seu entorno, 
dessa forma, o planejamento estratégico passou a ser ferramenta no planejamento das cidades a partir 
da década de 80. 
Considera-se assim que, o primeiro Planejamento Estratégico Municipal iniciou-se na cidade de São 
Francisco, Estados Unidos. Devido à forte crise econômica local, os empresários, prevendo o agravo da 
crise, formularam um plano visando melhorar a situação do setor público, por meio de iniciativas como 
apoio a moradias e densificação do solo urbano. Os resultados foram positivos; todavia, a prefeitura 
 
 
19 
 
daquela cidade não participou da formulação do Plano Estratégico do Município (PEM) por isso, em 
1983, foi elaborado um segundo documento, desta vez com a participação do poder público. Em 
meados da mesma década, outras 25 cidades americanas tinham seguido e aperfeiçoado a experiência 
(PASCUAL, 1999; REVENTOS, 2005). 
No Brasil, a partir da Constituição de 1988, iniciou-se um processo de descentralização que resultou em 
maior autonomia para os municípios brasileiros, porém o que também se verificou foi que as suas 
competências técnicas e administrativas se mostraram insuficientes diante das novas responsabilidades 
e demandas. Neste ponto constatou se que os tradicionais instrumentos de planejamento urbano, além 
de não serem adequados para as novas dinâmicas, não ofereciam apoio para as decisões e orientações 
necessárias para as ações e tomadas de decisões, resultando em uma gestão mais burocrática do que 
gerencial. 
Assim, para lidar com essa nova situação, faz-se faz necessário conceitos e instrumentos capazes de 
levar em consideração as transformações e desenvolvimentos que estão ocorrendo, pois, sem uma 
orientação clara de desenvolvimento que tome como base o potencial do município e sem flexibilidade 
de enfrentar as influências externas, o desenvolvimento do município pode ser bastante prejudicado. 
O Planejamento Estratégico pode ser um dos instrumentos para lidar com esses processos dinâmicos de 
mudanças e transformações. Vale ressaltar que o planejamento estratégico desenvolvido para setor 
privado não deve ter seu método diretamente transferido para o setor público, tendo em vista que 
trata-se de dois setores com características muito diferentes. 
 
 
IMPORTANTE: 
As Nações Unidas definiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
(ODS) como parte de uma nova agenda de desenvolvimento sustentável, onde 
os Estados-membros e a sociedade civil negociam suas atribuições. 
 
 
Conheça mais sobre os ODS: 
https://nacoesunidas.org/pos2015/ 
 
 
https://nacoesunidas.org/pos2015/
 
 
20 
 
2. GESTÃO ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO 
 
Informação vem da palavra latina informarem, que significa “dar forma”. Assim, podemos definir 
informação como sendo o conjunto de dados aos quais os seres humanos deram forma para torná-los 
significativos e úteis, de modo a terem valor adicional, além do valor dos fatos propriamente ditos. 
Já a “gestão da informação”, se consolidou em meados do século XX. Davenport (1988) é um dos 
autores pioneiros a identifica-la, afirmando que o tema ganhou mais destaque em 1986, depois de uma 
empresa trocar o nome do seu setor de marketing por Consultoria em Administração da Informação. 
Porém foi a partir do surgimento da Gestão do Conhecimento, na segunda metade da década de 1990, 
que a gestão da informação passou a ser encarada como uma grande área do saber, já responsável 
pelos estudos das formas e uso do conhecimento nas empresas e ganhou notoriedade entre os 
pesquisadores, principalmente aqueles dedicados a Teoria Organizacional (TO). 
 
 Gestão da Informação refere-se a um ciclo de atividade organizacional, ou seja, a aquisição de 
informações a partir de uma ou mais fontes, a detenção e a distribuição de informações para aqueles 
que precisam e a sua distribuição através de arquivamento ou até mesmo eliminação. 
A gestão da informação no âmbito do setor público tem como principal objetivo assegurar que a 
informação seja gerida de forma efetiva e eficiente para promover a qualidade da governança local. 
Além deste objetivo a gestão da informação no setor público objetiva: 
 Prestação de contas, mediante justificativa de decisões e ações; 
 Transparência, mediante fluxo confiável e tempestivo de informações a todos os interessados. 
 
 
21 
 
Cabe ressaltar que os processo de definição e racionalização das informações são de fundamental 
importância para o alcance dos objetivos estratégicos da organização, seja ela do setor público ou 
privado e, consequentemente para a promoção de uma boa governança. 
Segundo Wilson (1999), a gestão imprópria da informação pode gerar problemas de ordem diversas: de 
uma simples ineficiência até uma responsabilidade legal ou até mesmo um escândalo. Assim, a 
informação pode ser percebida como um produto que adquire valor agregado. 
O gerenciamento da informação, conforme Davenport (1997) é um conjunto estruturado de atividades 
que espelha a forma na qual uma organização captura, distribui, e usa informação e conhecimento, 
definir a gestão da informação como um processo ressaltamedição e busca de melhorias. 
Processo pode ser qualquer atividade ou conjunto de atividades que recebe uma entrada, adiciona valor 
e fornece um resultado a um cliente ou cidadão específico. Pode ser definido também como um 
conjunto de operações que transforma recursos em produtos (entradas e saídas) e que possui 
mecanismos de controle e monitoramento de qualidade. 
O processo de gestão da informação é constituído de várias etapas ou fases, variando de acordo da 
abordagem com a qual se está trabalhando. Na definição de Davenport (1997) um processo de gestão 
da informação é composto por quatro fases: 
1) Determinação dos requisitos ou necessidades da informação; 
2) Captura da informação; 
3) Distribuição da informação; 
4) Uso da informação 
A seguir, uma representação do processo da gestão da informação: 
 
 
 
22 
 
O processo de gestão da informação em organizações públicas guarda peculiaridades com relação à 
esfera privada. As empresas privadas costumam iniciar processos informacionais baseada nas 
necessidades e anseios do seu negócio. 
Os stakeholders de uma organização pública podem ser todos os cidadãos (pessoas físicas) e ainda 
pessoas jurídicas constituídas no país. Um processo de informação numa instituição pública pode ser 
iniciado por diversos motivos: melhorar a efetividade de sua missão, assegurar o acesso de um cidadão 
ou empresa com relação a determinadas informações de interesse público, prestar contas a sociedade 
sobre os programas do governo, preservar os registros sociais, econômicos e históricos do país, etc. 
Cada motivo desse pode trazer diferenças e particularidades à gestão da informação tanto com relação 
aos objetivos quanto em relação a análise custo/benefício dos processos informacionais. 
Por consequência, podemos concluir que a gestão da informação numa organização pública focar: a 
visão do futuro, a missão e os objetivos institucionais expressos por lei e regulamentos aos quais a 
instituição deve obedecer. 
No que corresponde a leis, podemos citar a LAI – Lei de Acesso à Informação, Lei nº. 12.527, de 16 de 
maio de 2012. Esta lei regulamenta o direito constitucional de acesso às informações públicas. Além de 
regulamentar a constituição, criou também mecanismos que possibilitaram, a qualquer pessoa, física ou 
jurídica, o recebimento de informações públicas dos órgãos e entidades, sem a necessidade de 
apresentar motivo ou justificativa. 
Especificamente o art. 8 da LAI dispõe sobre a obrigação dos órgãos e entidades públicas a promover, 
independentemente de qualquer tipo de solicitação ou requerimento, a divulgação em local de fácil 
acesso e circulação, de informação de interesse público coletivo ou geral eles produzidos. Essas 
informações divulgadas devem apresentar como conteúdo, no mínimo: 
I. registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades 
e horários de atendimento ao público; 
II. registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; 
III. registros das despesas; 
IV. informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, 
bem como a todos os contratos celebrados; 
V. dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e 
VI. respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. 
 
 
23 
 
Para cumprir com o disposto no referido artigo, os órgãos públicos deverão utilizar todos os meios 
legítimos que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação dos atos praticados e demais informações, em 
sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet). Esses sítios (sites) deverão atender entre 
outros, os seguintes requisitos: 
I. Conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, 
transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; 
II. Possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não 
proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; 
III. Possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e 
legíveis por máquina; 
IV. Divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; 
V. Garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso; 
VI. Manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; 
VII. Indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou 
telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e 
VIII. Adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com 
deficiência 
 
Todo o conteúdo expresso na LAI vale para os três Poderes da União (legislativo, executivo e judiciário), 
Estados, Distrito Federal e Municípios, inclusive para os tribunais de Contas e Ministério Público. 
Instituições sem fins lucrativos também são obrigadas a dar publicidade a informações referentes ao 
recebimento e a destinação dos recursos públicos por elas recebidos. 
 
 
DESTAQUE: 
Os servidores públicos devem ser permanentemente capacitados para 
atuarem na implementação de políticas de acesso à informação. 
 
 
SAIBA MAIS: 
Para conhecer um pouco mais sobre a Lei da Informação acesse 
https://youtu.be/HiVKTKkI3nE 
 
 
24 
 
Quanto ao uso da informação, Miranda (2007) sugere que a mesma está diretamente relacionada com a 
estrutura organizacional da organização, ou seja, pela forma com a qual se organizam os elementos de 
uma organização em relação as suas atribuições, responsabilidades e relacionamentos. 
As organizações mais complexas padronizam as informações, conservam as informações relevantes com 
o uso de ferramentas formais de documentação. Em estruturas menores, a organização inteira pode 
estar envolvida na interpretação do ambiente, na discussão e em todo o processo. 
Em instituições mais mecânicas, é comum a utilização de mídias menos ricas, porque o processo de 
redução de imprecisão é feito de cima para baixo, permitindo processos de comunicação mais verticais. 
As organizações burocráticas: podem ser consideradas similares a estruturas mecânicas, e as 
organizações públicas são normalmente burocráticas. 
Isso sugere que os processos de gestão da informação nas organizações públicas seguem, geralmente, a 
uma estrutura de decisão vertical e definida, dividida em funções, este formato costuma ser o 
tradicional organograma, que especifica uma estrutura mais ou menos piramidal. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
A figura ao lado apresenta uma maneira pela qual o uso da informação de acordo com a “pirâmide de 
decisão”. Podemos observar que diferentes níveis de decisão utilizam diferentes quantidades de 
informações para propósitos específicos 
 
Quantidade de informações x hierarquia organizacional x uso da informação 
 
 
 
Analisando a pirâmide de decisão, podemos constatar que a estrutura organizacional de uma 
organização pública ou privada, é responsável por projetar e organizar os relacionamentos entre os 
níveis hierárquicos, e, de maneira primordial, atuar no fluxo das informações essenciais da organização 
de maneira a: melhorar a comunicação Inter processos; equilibrar os centros de decisão; racionalizar o 
fluxo de informações; otimizar as atividades. 
 
 
DESTAQUE: 
O Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC) permite 
que qualquer pessoa, física ou jurídica, encaminhe pedidos de acesso à 
informação, acompanhe o prazo e receba a resposta da solicitação realizada 
para órgãos e entidades do Executivo Federal. 
https://esic.cgu.gov.br/sistema/site/index.aspx 
 
Fontes: Moresi, 2001; Daft e Lengel, 1996; Urdaneta, 1992; Taylor, 1996 
Ação Estratégica – Nível Organizacional 
Inteligência – Nível Organizacional; Processo Decisório; 
Estratégias, incerteza, subjetividade. 
GerênciaSênior. 
Conhecimento – Nível intermediário ; Aval iação e Apoio à 
Decisão; Tática, monitoramento, incerteza. 
Gerência média e intermediária. 
Informação – Nível operacional; Estruturação de 
significado. 
Profissionais da informação. 
Dados – Nível operacional ; Produção e serviços, 
tecnologias, regras, ob jetividade 
 Operação - ação imediata. 
 
 
26 
 
 
 
SAIBA MAIS: 
Gestão eficaz - planejamento na gestão pública, 
https://www.youtube.com/watch?v=5fVsJeWWniI 
 
 
 
Saiba um pouco mais sobre obter Resultados no livro 
https://books.google.com.br/books?id=XnmADwAAQBAJ&pg=PT223&dq=pir%C3% 
A2mide+de+decis%C3%A3o&hl=pt- 
BR&sa=X&ved=0ahUKEwiEhLXHsIzkAhWIDrkGHXlgB_QQ6AEIKDAA#v=onepage 
&q=pir%C3%A2mide%20de%20decis%C3%A3o&f=false 
 
 
2.1 GESTÃO DIGITAL ESTRATÉGICA 
Muitos autores acreditam que a humanidade está vivendo uma espécie de segunda revolução industrial 
capaz de provocar mudanças significativas no que se refere ao papel dos governos frente às suas 
comunidades e do papel destas na relação com as instâncias do poder público. Essas mudanças estão 
diretamente ligadas à sociedade da informação e a gestão digital estratégica. 
Gestão Digital Estratégica pode ser entendida 
como o gerenciamento de todos os recursos de 
uma organização, seja ela pública ou privada, para 
alcançar todos os objetivos e metas definidos. 
Como sugere o nome, a gestão digital estratégica 
representa uma maneira de gerir toda a 
organização, priorizando a utilização de planos e 
projetos estratégicos e tecnologias disponíveis, 
que devem ser elaborados por toda a estrutura 
organizacional necessária, bem como, com a 
participação dos stakeholders. 
 
 
 
27 
 
Geralmente, as organizações utilizam um “sistema” para realizar a gestão estratégica, que possa gerir as 
informações e contribuir para o processo de decisão estratégica. De acordo com Certo e Peter, são cinco 
as etapas para a elaboração de um sistema de gestão estratégica que devem ser observados: 
 Analisar o ambiente – realizar um monitoramento do meio ambiente interno e externo a fim de 
identificar seus riscos ou ameaças, oportunidades, forças e fraquezas; 
 Estabelecer a diretriz organizacional – determinar a meta ou metas da organização, juntamente 
com a missão e os objetivos; 
 Formular estratégias – definir como as ações organizacionais alcançarão seus objetivos; 
 Implementar estratégias – executar as estratégias desenvolvidas; 
 Elaborar o controle estratégico – monitorar e avaliar todo o processo para melhorá-lo e 
assegurar um funcionamento adequado. 
 
De fato, as últimas décadas do século XX apresentaram mudanças nos paradigmas da gestão pública, 
com a necessidade de novos modelos com ênfase gerencial, controle dos resultados e transparência. 
Essas mudanças não ocorreram por acaso na administração pública. O mesmo período de tempo foi 
marcado com novas experiências e técnicas de gestão no setor privado também. 
Novos temas surgiram com o tratamento de informações em grandes volumes e profundidade, a 
preocupação da excelência no atendimento ao cidadão, a redução de desperdícios e retrabalhos, a 
automação de produção de bens e serviços, entre outros. Ao mesmo tempo, o processo de 
redemocratização estimulou uma relevante pressão da sociedade por maior transparência nos 
governos, acompanhada pelo aumento da demanda da sociedade por melhor qualidade dos serviços 
públicos e de vida. 
Dentre as condições ambientais desse processo, não podemos deixar de valorizar as possibilidades 
proporcionadas pela tecnologia da informação e da comunicação, que hoje proporcionam aos 
municípios, utilizar a gestão digital estratégica, aproveitando as mudanças dos acontecimentos sociais e 
alterações da cultura local, resultantes do uso das tecnologias. 
No campo da tecnologia da informação, podemos destacar três tendências importantes a afetar a 
gestão pública: 
 A disseminação da tecnologia da informação; 
 O aumento da conectividade das pessoas; 
 Convergência de várias tecnologias. 
 
 
28 
 
A disseminação da tecnologia da informação, que em levado a uma popularização do uso dos recursos 
disponíveis, ou seja, cada vez mais a população assume a tecnologia como elemento fundamental para 
o funcionamento da sociedade e da administração pública. 
 
 
GESTÃO PÚBLICA DIGITAL 
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/primeiros-passos-
para-a-transformacao-digital-na-gestao-publica/ 
 
 
3. GOVERNANÇA E SUSTENTABILIDADE 
 
A evolução histórica das questões ambientais repercute desde a Revolução Industrial, que iniciou no 
século XVIII, na Inglaterra. Foi um marco importante na intensificação dos problemas ambientais, que 
logo atingiu vários espaços no planeta, promovendo o crescimento econômico e as perspectivas de 
riqueza com prosperidade e qualidade de vida, acompanhadas de um grande uso de energia e de 
recursos naturais, provocando em demasia a degradação ambiental. 
Vários problemas ambientais vieram com a urbanização em decorrência da Revolução Industrial, tais 
como: concentração populacional; consumo excessivo de recursos renováveis e não renováveis; 
contaminação das águas, solo e ar, desmatamentos, dentre outros. Vale ressaltar, que como a Inglaterra 
foi pioneira na Revolução Industrial a matéria prima utilizada pelas fábricas era o carvão mineral, como 
principal fonte de energia para movimentar as máquinas, pois este país possuía grandes reservas deste 
em seu subsolo. Contudo, a queima deste combustível fóssil emite grandes quantidades de gases 
tóxicos, intensificando o efeito estufa e causando a chuva ácida. 
Frente a essa realidade, as consequências dessa poluição começaram a serem denunciadas de forma 
intensiva por meio de documentos oficiais, livros, reportagens e outros meios de comunicação, desta 
forma, os líderes políticos de diversos países iniciaram a discussão sobre como lidar e reverter os 
problemas ambientais que já atingia todo o mundo. Assim, a primeira grande conferência realizada no 
mundo relacionada ás questões ambientais, foi a Conferência de Estocolmo, na Suécia em 1972. 
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/primeiros-passos-para-a-transformacao-digital-na-gestao-publica/
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/primeiros-passos-para-a-transformacao-digital-na-gestao-publica/
 
 
29 
 
Vinte anos após essa reunião de chefes de estado, em 1992 foi 
realizado no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre 
o meio ambiente e desenvolvimento, também conhecida como 
Eco-92. Neste evento, metas mundiais foram estabelecidas para a 
diminuição das emissões de carbono na atmosfera além de alguns 
documentos como a Carta da Terra e a Agenda 21. Com o intuito 
de renovar e acompanhar os compromissos estabelecidos na Eco-
92, foi realizada novamente no Rio de Janeiro, a Conferência 
Rio+20 no ano de 2012. Os temas principais dessa conferência 
foram: A economia verde e o desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
Para cumprir com os acordos estabelecidos e também para acompanhar as mudanças tecnológicas das 
indústrias e empresas, profissionais especializados para atender a novas demandas foram surgindo. 
Nesse contexto, pesquisas e estudos foram nascendo e se ampliando devido à crescente demanda, por 
parte dos ecologistas, empresas e legisladores, por políticas que alinhem a visão ambientalista à 
exploração racional dos recursos naturais. 
Mas, afinal, o que é a Gestão Ambiental? É uma área de conhecimento e trabalho que visa planejar e 
aplicar ações ambientalmente corretas em conjunto com as pessoas e empresas. Seu principal objetivo 
é pesquisar, pensar, idealizar e colocar em prática atividades humanas e empresariais que utilizem de 
maneira racional os recursos naturais do no planeta. Assim, é preciso primeiramente compreender 
como funciona a natureza e a sua importância, para entendermoso mundo em que vivemos. Sendo 
assim, explica-se que a natureza tem um princípio muito explícito de sobrevivência, cabendo à geração 
atual assegurar aos seus sucessores as mesmas condições ambientais, que receberam de seus 
 
 
30 
 
antepassados. Com isto devem manter as condições necessárias para a sobrevivência do meio 
ambiente. 
Desta forma, fica estabelecido o conceito 
de sustentabilidade quando se fala em 
ambientes naturais, significa que as trocas, 
as interrelações, a construção dos 
ambientes propícios, os pequenos detalhes 
que permitem a milhares de formas de 
vida, desde microrganismos até os 
mamíferos, se sustentarem 
sucessivamente, geracionalmente. 
 
Quais são os principais objetivos da Gestão Ambiental? 
 Uso de recursos naturais de forma racional. 
 Aplicação de métodos que visem à manutenção da biodiversidade. 
 Adoção de sistemas de reciclagem de resíduos sólidos. 
 Utilização sustentável de recursos naturais. 
 Tratamento e reutilização da água e outros recursos naturais dentro do processo produtivo. 
 Criação de produtos que provoquem o mínimo possível de impacto ambiental. 
 Uso de sistemas que garantam a não poluição ambiental. Exemplo: sistema carbono zero. 
 Treinamento de funcionários para que conheçam o sistema de sustentabilidade da empresa, sua 
importância e formas de colaboração. 
 Criação de programas de pós-consumo para retirar do meio ambiente os produtos, ou partes deles, 
que possam contaminar o solo, rios, dentre 4 outros. Exemplo: recolhimento e tratamento de pneus 
usados, pilhas, baterias de telefones celulares, peças de computador, dentre outros. 
 
Neste sentido, o Brasil elaborou uma legislação muito rica, do ponto de vista ambiental, porque, são as 
primeiras leis que levantam questionamentos de interesse público, acima das questões do interesse 
privado. Relata-se ainda, que em 1965, o Código Florestal Brasileiro deliberava sobre o interesse 
coletivo, a conveniências de todos os cidadãos está acima do direito da propriedade. 
Não é à toa que demorou um pouco, porque essa lei irritava quem era dono de terra. Dizia que aquilo 
que interessava ao povo estava acima daquilo que interessava ao fazendeiro. No entanto, com a edição 
 
 
31 
 
da Lei nº 6.938/81 o país passou a ter formalmente uma Política Nacional do Meio Ambiente, uma 
espécie de marco legal para todas as políticas públicas de meio ambiente, a serem desenvolvidas pelos 
entes federativos. Anteriormente, a esse fato cada Estado ou Município tinha autonomia para eleger as 
suas diretrizes políticas em relação ao meio ambiente de forma independente, embora na prática 
poucos realmente demonstrassem interesse pela temática. Em 1988 foi aprovada a Constituição Federal 
vigente, um documento extremamente importante que preconiza no caput do art. 225: “Todos têm 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
para as futuras gerações” (BRASIL, 1988) [grifos nossos]. 
Dessa forma, estabeleceu-se o instrumento legal da Política Nacional do Meio Ambiente que tem como 
objetivo, tornar efetivo o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, como prevê o 
princípio matriz contido na Carta Magna/88. E por meio ambiente ecologicamente equilibrado se 
entende a qualidade ambiental propícia à vida das presentes e das futuras gerações. Como 
mencionamos anteriormente, a urbanização foi um dos mais importantes subprodutos da Revolução 
Industrial, e criou um ambiente sem precedentes nas cidades. Por volta de 1850, havia mais cidadãos 
britânicos morando em cidades do que no campo, e quase um terço da população total vivia em cidades 
com mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes. 
Essas cidades eram cobertas de fumaça e impregnadas de imundice, e os serviços públicos básicos como 
o abastecimento de água, esgoto sanitários, espaços abertos, dentre outros, não acompanhavam a 
migração maciça de pessoas (DIAS, 2006). No começo deste processo histórico, a configuração territorial 
era simplesmente o conjunto dos complexos naturais. 
À medida que a história se desdobrou, a configuração territorial é dada pelas obras dos homens: 
estradas, plantações, casas, depósitos, portos, fábricas, cidades, dentre outros (SANTOS, 1988). 
Refletindo sobre esta perspectiva, podemos observar em termos de área territorial, no mundo atual, e a 
preservação do meio ambiente, no qual o espaço rural é bem mais amplo do que o espaço urbano. Isso 
ocorre porque o primeiro exige um maior espaço para as práticas nele desenvolvidas, como a 
agropecuária (espaço agrário), o extrativismo mineral e vegetal, além da delimitação de áreas de 
preservação ambiental e florestas em geral. 
No entanto, em termos populacionais e em atividades produtivas no contexto econômico e capitalista, a 
cidade, atualmente, vem se sobrepondo ao campo. Para tanto, observe o gráfico na sequência. 
 
 
32 
 
 
Podemos perceber, com a leitura do gráfico, que, pela primeira vez na história, a humanidade está se 
tornando majoritariamente urbana. Os dados após 2010 são apenas estimativas, mas revelam que a 
tendência desse processo é se intensificar nas décadas subsequentes. Note também, que a velocidade 
com que a urbanização acontece é cada vez maior, deixando a curva que representa a população urbana 
cada vez mais acentuada. 
Em geral, o que se observa, portanto, é a industrialização funcionando como um motor para a 
urbanização das sociedades. Em seguida, ampliam-se as divisões econômicas e produtivas, com o campo 
produzindo matérias-primas, e as cidades produzindo mercadorias industrializadas e realizando 
atividades características do setor terciário. Esse processo é acompanhado por um elevado êxodo rural, 
com a formação de grandes metrópoles e, em alguns casos, até de megacidades, com populações que 
superam os 10 (dez) milhões de habitantes. 
 
3.1 A IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO 
O fato de o Brasil ter sediado a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento - Rio 92 contribuiu para reforçar e disseminar a consciência ambiental no país (GEO 
BRASIL, 2002), trazendo importantes discussões acerca da globalização dos problemas ambientais no 
âmbito das políticas públicas. 
Após os acontecimentos citados anteriormente, o homem entra num processo de sensibilização 
ambiental e o contingente de pessoas preocupadas com o meio ambiente, que já é significativo, tende a 
 
 
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crescer ainda mais à medida que as populações se dão conta de que estes problemas não só afetam a 
qualidade de vida atual, mas comprometem a sobrevivência do próprio homem. A partir desses eventos 
significativos, um conjunto de ações dos setores governamental, empresarial e da sociedade, foi 
empreendido no sentido de fomentar um novo modelo de gestão focado no desenvolvimento 
sustentável. 
Assim, o processo de descentralização da gestão ambiental que já estava presente na esfera estadual, 
estendeu-se no âmbito municipal. Entendemos que o Município é a instância mais adequada para 
resolver os problemas ambientais, visto que todo impacto ambiental é, antes de tudo, local, o que 
fortalece o slogan ambientalista “pensar globalmente, agir localmente”. 
Com a implantação da Política Nacional de Meio Ambiente, os Municípios passaram a desempenhar um 
importante papel na defesa do meio ambiente, reforçado na Constituição da República/88, que 
reconheceu o Município como ente federativo, que pode e deve legislar sobre assuntos de interesse 
local, portanto tomando para si decisões em defesa do patrimônio natural e cultural, e 
consequentemente, proporcionando bem-estar aos cidadãos. Para a efetividade esperada é necessário 
que os Municípios estejam estruturados e capacitados para o enfrentamento dos conflitos gerados por 
diversos interesses. 
Como consequência desseprocesso, o Município passou a integrar o Sistema Nacional de Meio 
Ambiente (SISNAMA), cumprindo o dever de promover o equilíbrio ecológico, considerando o meio 
ambiente como um patrimônio público a ser assegurado e protegido. Tendo em vista o uso coletivo e 
observando as normas e os padrões federais da matéria, poderá elaborar diretrizes que tratem da forma 
como se dará a fiscalização e a preservação em seu território. 
É importante ressaltar que os problemas ambientais que afligem a maioria dos Municípios brasileiros 
repercutem diretamente na saúde pública e na qualidade de vida da população local. Como exemplo, 
podemos citar a ausência de saneamento básico, coleta e destinação final dos resíduos sólidos urbanos. 
Para os Municípios, a descentralização traz uma perspectiva de maior efetividade na aplicação dos 
recursos ambientais, em nível local, devido à proximidade para aferir os impactos decorrentes da 
degradação ambiental, bem como valorizar e aproveitar o saber ambiental das comunidades locais, que, 
por muitas vezes, indicam o caminho a ser percorrido, tornando-se fundamental para a gestão 
ambiental dos governos municipais. 
Segundo Souza (2003, p. 8): 
 
 
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“No processo de descentralização da gestão ambiental devem ser 
trabalhadas ações que visem à integração dos aspectos ambientais, incluam 
a participação social e analisem o impacto ambiental resultante das 
atividades, evitando-se a adoção de procedimentos que possam 
desencadear o efeito da fragmentação tanto em nível institucional, 
científico e ambiental [grifos nossos]”. 
 
Pensar a descentralização da gestão ambiental nos remete a uma reflexão sobre a importância da 
articulação institucional, na qual a interação entre governo e sociedade deve ser uma constante. 
Enveredar esforços para que não haja fragmentação da gestão ambiental, deve ser também uma 
premissa básica para tratar os assuntos relacionados ao meio ambiente. 
Como forma de amenizar possíveis fragmentações da gestão ambiental, é que houve a incorporação 
pelos diversos setores que atuam nos assuntos relacionados ao meio ambiente dos conceitos de 
interdisciplinaridade e transversalidade. A interdisciplinaridade é entendida como a interrelação dos 
meios físicos, aspectos bióticos e antrópicos, enquanto a transversalidade permeia as diversas áreas do 
planejamento governamental. 
Contudo, ainda não existe uma organização ecológica e política que satisfaça a tomada de decisões no 
campo ambiental. Para esclarecer pode-se citar o licenciamento, que vem sendo tratado de forma 
isolada e não com uma visão sistêmica que busca a integração, principalmente entre os governos 
federal, estadual e municipal, fato que gera desconforto entre os entes federativos. Vale ressaltar que 
ações estão sendo estruturadas a exemplo das comissões técnicas tripartites. 
Para garantir a participação da sociedade nas deliberações acerca dos caminhos almejados para o 
desenvolvimento sustentável, os Conselhos de Meio Ambiente Nacional, Estaduais e Municipais, têm-se 
apresentado como a forma mais difundida de participação. Os conselhos têm caráter deliberativo, 
sendo a instância máxima das decisões ambientais. 
A participação da comunidade torna-se de fundamental importância no processo de tomada de decisões 
do modelo de desenvolvimento desejado para o seu Município. Para tanto, é necessário estabelecer 
políticas públicas com programas de educação ambiental formal e informal, aliados a um processo de 
comunicação ambiental que garanta o acesso às informações, visando a uma maior compreensão dos 
assuntos de meio ambiente. 
Assim, a comunidade poderá auxiliar nas tomadas de decisões e contribuir para melhoria do nível 
profissional e de participação e, ainda, na melhoria da qualidade ambiental e das condições de vida da 
 
 
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população. A representação dos Municípios no Conselho Nacional de Meio Ambiente se dá por meio da 
Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA). A ANAMMA é uma instituição que 
representa os municípios nos assuntos relacionados ao meio ambiente, e desempenha importante papel 
ao fomentar a criação de órgãos ambientais municipais e apoiar as estruturações institucional, legal e 
operacional (PHILIPPI JÚNIOR et al, 1999, p. 13). 
Assim, a gestão ambiental começa com esse processo, estruturando os Conselhos Municipais de forma 
descentralizada, começando na periferia, em comitês que contribuam para se constituírem em um 
Conselho, virar ao contrário, olhar da periferia para o centro; fortalecer politicamente as 
administrações. 
Por sua vez, o Sistema Municipal de Meio 
Ambiente (SISMUMA), tem como órgão 
superior o Conselho Municipal de Meio 
Ambiente, cujo presidente é sempre o 
Secretário da pasta. Geralmente integram 
os SISMUMAs, os Conselhos Municipais 
de Meio Ambiente, os Códigos Municipais 
de Meio Ambiente e os Fundos de Meio 
Ambiente. 
 
Os objetivos dos Sistemas são: propor políticas públicas, normas e diretrizes; acompanhar a execução da 
política de meio ambiente e, ainda, desempenhar o poder de polícia administrativa. 
 
Desta forma, faz-se necessário aprimorar a relação entre a cidadania ambiental emergente e as 
empresas, discutindo os efeitos da ampliação do debate ecológico na tomada de posição das pessoas e 
as organizações não governamentais. Oliveira et al, diz que os sistemas de gestão ambiental (SGAs) têm 
sido uma das alternativas utilizadas pelas empresas para alcançarem estes objetivos. 
Eles exigem, em geral, a formalização dos procedimentos operacionais, instituem o seu monitoramento 
e incentivam a melhoria contínua, possibilitando a redução da emissão de resíduos e o menor consumo 
de recursos naturais. A nova formatação das relações empresariais tem demandado que as organizações 
sejam cada vez mais socialmente responsáveis e os SGAs têm sido uma das mais frequentes alternativas 
adotadas para este fim. 
 
 
 
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3.2 A VERIFICAÇÃO DA GESTÃO 
Após a implantação segue a fase de verificação, na qual se constatará até que ponto o desempenho do 
SGA foi o esperado e onde foi insuficiente, nessa etapa na qual se realizam auditorias. As auditorias são 
revisões estruturadas dos vários elementos do SGA, que indicam se os procedimentos e as práticas 
previstas foram corretamente implantados e identificam as não conformidades. As auditorias ajudam a 
organização perceber se está no caminho adequado, e na direção correta para de atingir os objetivos e 
metas definidos, como demonstra a figura a seguir. 
 
 
3.3 A GESTÃO PÚBLICA AMBIENTAL 
Segundo José Silva Quintas (2006), os trabalhadores de órgãos de gestão ambiental (prefeituras, órgãos 
estaduais e municipais de meio ambiente e o Ibama) e militantes de entidades da sociedade civil, que 
atuam na área (ONGs ambientalistas, movimentos sociais, associações comunitárias, entidades de 
classes dentre outros.), costumam tomar conhecimento diariamente de agressões e ameaças ao meio 
ambiente. 
De várias formas chegam denúncias e informações de desmatamentos ilegais, aterramento de 
manguezais, derramamento de óleo no mar, pesca predatória, tráfico de animais silvestres, lixões, 
lançamento de esgotos doméstico e industrial sem tratamento no mar e nos rios, destruição das 
 
 
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nascentes, e funcionamento de empreendimentos potencialmente poluidores sem licença ambiental e 
outras ocorrências, que põem em risco a integridade dos ecossistemas e interferem negativamente na 
qualidade de vida das populações afetadas. 
Por outro lado, José Silva Quintas (2006) nos explica que o poder público é o principal responsável pela 
proteção ambiental no Brasil, por meio de suas diferentes esferas, pode intervir no processo, de modo a 
evitar que os interesses de determinados atores sociais (madeireiros, empresários de construção civil, 
industriais, agricultores, moradores, dentre outros) provoquem alterações no meio ambiente que 
ponham em riscoa qualidade de vida da população afetada. Gestão ambiental pública, portanto, é vista 
como o processo de mediação de interesses e conflitos (potenciais ou explícitos) entre atores sociais 
que agem sobre os meios físico-natural e construído, objetivando garantir o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, conforme determina a Constituição Federal de 1988. 
Quintas (2006) explica como mediador principal deste processo, o poder público é detentor de poderes 
e obrigações estabelecidos na legislação, que lhe permitem promover desde o ordenamento e controle 
do uso dos recursos ambientais, incluindo a criação de incentivos fiscais na área ambiental, até a 
reparação e a prisão de indivíduos pelo dano ambiental. 
Neste sentido, o poder público estabelece padrões de qualidade ambiental, avalia impactos ambientais, 
licencia e revisa atividades efetiva e potencialmente poluidoras, disciplina a ocupação do território e o 
uso de recursos naturais, cria e gerencia áreas protegidas, obriga a recuperação do dano ambiental pelo 
agente causador, promove o monitoramento, a fiscalização, a pesquisa, a educação ambiental e outras 
ações necessárias ao cumprimento da sua função mediadora. 
 
 
 
 
38 
 
3.4 GOVERNO E SUSTENTABILIDADE 
O principal desafio dos governos e da administração pública no mundo contemporâneo é promover o 
desenvolvimento econômico e social sustentável, num ambiente de mudanças de paradigmas, que 
estão impactando de maneira profunda na sociedade vigente, em especial nas áreas econômicas, 
sociais, ambientais culturais e tecnológicas. 
Este desafio impõe aos governos e às administrações públicas a necessidade de repensar a questão da 
governança e do modelo de gestão pública, ao mesmo tempo em que exige mecanismos inovadores de 
relacionamento com a coletividade. 
A questão que se levanta não é em relação às 
teorias que reservam certa coerência, na 
intenção pública de ofertar serviços com 
qualidade. Identifica-se, porém, algumas 
práticas que no cerne dos ideais acadêmicos e 
técnicos, o qual vislumbram propósitos na 
perspectiva de atendimento do princípio 
público do bem coletivo, que por meio da 
prática da participação social se enxerga o 
avanço da democracia e a construção da boa 
política, fatores essenciais para contrapor as 
práticas viciadas e reprodutivas de interesses 
parciais. 
Considerar igualmente a questão da sustentabilidade como fator preponderante e de pano de fundo, à 
formulação de políticas públicas, parece ser condição imprescindível no contexto atual e futuro. A 
sustentabilidade se impõe como condição essencial para o estabelecimento de planos institucionais de 
desenvolvimento urbano, e apresenta algumas questões reflexivas como: 
 Somos na atualidade uma sociedade sustentável? 
 Quais os fatores que estão ligados à sustentabilidade? 
 E as gerações futuras, o que as esperam? 
 
 
 
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Frente a tantas indagações, há que se considerar que a atual sociedade urbana é um conjunto de 
relações sociais, e que, portanto, este tema não pode ser visto apenas do ponto de vista ambiental, mas 
também a partir de um estudo multidisciplinar e multifocal, e porque não dizer além dos muros da 
academia permeados por uma visão transdisciplinar. 
Assim, a própria definição e noção de desenvolvimento sustentável pressupõe um conjunto de aspectos 
complexos, pois segundo os pesquisadores Coutinho, Macedo Soares e Silva (2006 p. 766) asseveram 
que: 
“A noção de desenvolvimento sustentável integra as propostas do eco 
desenvolvimento e do desenvolvimento endógeno e local, abarcando as 
dimensões econômicas, política, tecnológica, ecológica e cultural, 
constitutivas de toda sociedade humana. Envolve, portanto, objetivos 
situados no tripé - equidade social-conservação ambiental e eficiência 
econômica [grifos nossos]”. 
 
Nesta mesma ótica, outros conceitos que impactam sobre a atividade de planejamento público, e estão 
também ligados pelas novas institucionalidades que envolvem o vínculo governamental e a sociedade, 
são relacionados ao significado de governança. 
 
Complementando essa ideia, é relevante refletirmos sobre a distinção do que significa governabilidade, 
pois na visão de Matias-Pereira (2009, p.67): “A governabilidade diz respeito ao exercício do poder e de 
legitimidade do Estado e do seu governo”. 
Ainda, para o mesmo autor, governança significa: “Governança é a capacidade que determinado 
governo tem para formular e implantar as suas políticas” (MATIAS-PEREIRA, 2009, p.67). Esta condição, 
 
 
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portanto, tem uma estreita relação com a formulação e execução de políticas públicas apropriadas às 
realidades urbanas. 
Outros autores, como Coutinho, Macedo Soares e Silva (2006, p. 766), entendem que a expressão 
governabilidade diz respeito às condições de legalidade de um determinado governo para atentarem 
para as transformações necessárias, enquanto que governança está relacionada à capacidade de colocar 
as condições da governabilidade em ação. 
Assim, governabilidade e governança dizem respeito à democracia e cidadania, não a um projeto de 
poder. Diante deste contexto, importante sabermos que o vocábulo governança, é originado do inglês 
governance, e tem o sentido de regulação social com vistas à governabilidade, vincula-se à 
probabilidade normativa de um “bom governo”, no sentido da participação, eficácia, inovação, 
confiabilidade, como condições para evitar métodos de pirataria nos governos, tais como: o 
clientelismo, favorecimentos imorais, corrupção, dentre outros. 
Seria então, no sentido de controlar as políticas do governo, sem ser incriminado de ingerência no plano 
político e social, transformar o ato governamental em ação pública, o ambiente governamental em 
espaço público, para articulação das ações do governo, questionando a governança por meio da 
demarcação do alcance da governabilidade, imperando aí o consenso controlado (COSTA; CARLEIAL, 
2016). 
 
 
 
 
A capacidade de governabilidade resulta da afinidade de legitimidade do Estado e do seu governo com a 
sociedade, enquanto que governança é a capacidade abrangente financeira e administrativa de uma 
 
 
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organização de praticar políticas. Sem governabilidade é impossível governança (MATIAS-PEREIRA, 
2009). 
Então, governança é o conjunto de normas, persuasão e procedimentos que são adequados à vida 
coletiva de determinada sociedade (MATIAS-PEREIRA, 2009). A democracia é um processo, é um viés 
que leva uma sociedade cada vez mais livre e participativa. A transparência da estrutura de poder 
estatal e o respeito aos interesses da sociedade são a única segurança de paz social. 
Do ponto de vista dos autores, os partidos políticos devem ser responsáveis pela governabilidade, pois 
somente assim existirá maior propriedade na governança. A Governança, portanto, é constituída por um 
conjunto de novos mecanismos do poder de controle, que existem para fazer com que uma organização 
atinja os objetivos estipulados pelos seus acionistas e demais participantes. Passam a ampliar a 
concepção restrita de gestão para a arte de governar, o que significa englobar o processo de 
participação (MATIAS-PEREIRA, 2009). 
Pode-se entender ainda que governança 
se refere a um processo de interação 
político-social, na qual se exige uma 
mudança na atuação pública, uma vez 
que se faz necessário reconhecer que os 
governos não possuem todas as 
respostas e, neste sentido, a 
participação social e a inteligência 
coletiva, são fatores determinantes em 
prol da concepção e implantação das 
políticas públicas (COSTA; CARLEIAL, 
2016). 
 
 
Dentro dos conceitos importantes refletidos para esta pesquisa, a definição de Políticas Públicas, que 
para Kauchakje (2007, p.61): “[...] são formas de planejamento governamental que têm o objetivo de 
coordenar os meios e os recursos do Estado, e também do setor privado para a realização de ações