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Isabela Santos – Med Resumos Semiologia Urológica Fundamentos de Anatomia e Fisiologia Órgãos genitais externos: pênis, bolsa escrotal, testículos, epidídimos, cordões espermáticos e canais deferentes. Observação: a uretra mantém relações anatômicas e funcionais com os órgãos genitais internos e externos. Pênis • Possui uma parte fixa denominada raiz do pênis que está situada no períneo e uma parte livre denominado corpo do pênis. • Os corpos cavernosos são envolvidos por uma membrana fibrosa e separados por um septo (os corpos cavernosos são as “laterais”). • O corpo esponjoso fica entre os corpos cavernosos e é atravessado em toda sua extensão pela uretra. • O corpo esponjoso da origem a um alargamento denominado glande peniana, que possui uma borda proeminente denominada coroa. • A pele que recobre o pênis dobra sobre si mesma, formando o prepúcio. • Entre a coroa e o corpo do pênis, existe o sulco balanoprepucial e na superfície uretral encontra- se o freio. • A ereção do pênis é um fenômeno vascular porque o sangue penetra nos espaços cavernosos através das artérias helicinas, causando distensão dos corpos cavernosos. Bolsa escrotal • O escroto é constituído de uma bolsa cutânea que contém os testículos, os epidídimos e os cordões espermáticos. • A rafe mediana divide o escroto em 2 sacos. Testículos • São estruturas ovais, pares, localizadas no interior das bolsas escrotais. • Cada testículo mede 4 a 5cm de comprimento, 3cm de largura e aproximadamente 2cm de espessura. • A função dos testículos são secretar hormônios esteroides e produzir espermatozoides. Epidídimos • É um órgão em formato de vírgula e que possui 3 partes facilmente reconhecíveis: cabeça, corpo e cauda. Cordões espermáticos • São estruturas formadas por veias, artérias, vasos linfáticos, tecido conjuntivo, músculo e pelo canal deferente. ´ Isabela Santos – Med Resumos • O canal deferente serve de suspensão para o testículo na bolsa escrotal. Órgãos genitais internos: próstata e vesículas seminais. Observação: a bexiga é um órgão genital interno, porém, é solitária anatomicamente e funcionalmente. Próstata • É uma glândula acessória da reprodução. • Durante a fase pré-puberal ela permanece funcionalmente adormecida e de tamanho reduzido. • Com a puberdade, a próstata “desperta” e começa a crescer sob o estímulo dos hormônios gonadotróficos. • Seu peso pode variar de 25 a 30g. • Próstata tem uma estrutura musculoglandular e mede em torno de 4cm no sentido transversal, 3cm de diâmetro vertical e em torno de 2cm de diâmetro anteroposterior. • Situa-se abaixo da bexiga, em torno do colo vesical, adiante do reto e atrás da sínfise pubiana. • A próstata é dividida em 6 lobos contíguos: anterior, posterior, lateral direito, lateral esquerdo, mediano comissural e mediano cervical. • A próstata localiza-se de tal maneira que sua face posterior fica próxima do reto, o que torna possível palpá-la pelo toque retal. • A próstata é uma glândula sexual acessória cuja função é criar um meio de transporte líquido adequado para os espermatozoides. Vesículas seminais • São órgãos lobulados, simétricos, situados atrás da bexiga e acima da próstata. • Cada vesícula seminal forma um curto canal que se une com a ampola do canal deferente, constituindo o canal ejaculatório. • Vesículas seminais são glândulas secretoras de um líquido albuminoso e alcalino capaz de ativar os movimentos dos espermatozoides, devido a riqueza em frutose. • A secreção seminal cujo pH é alcalino, protege os espermatozoides. Bexiga • Órgão muscular oco, localizado no assoalho pélvico. • É destinada a acumulação da urina e pode participar do quadro clínico das doenças que acometem os órgãos genitais. Uretra • Compreende três partes: prostática, membranosa e esponjosa. • Na uretra prostática desembocam os ductos ejaculatórios. • Na região inicial da uretra bulbar afluem os ductos das glândulas de Cowper. • A uretra constitui o conduto para a eliminação da urina, estendendo-se do orifício interno da bexiga ao meato uretral. Isabela Santos – Med Resumos • Nos homens tem importante função sexual pois serve para eliminar as secreções prostáticas e as glândulas de Cowper responsável pela ejaculação do esperma. Exame Clínico Anamnese • No diagnóstico das doenças do sistema genital masculino, entre os elementos de identificação, a idade e profissão possuem grande importância. • Existem determinadas doenças que incidem de forma preferencial ou exclusivamente determinadas faixas etárias. • Na puberdade e adulto jovem, predominam processos infecciosos, doenças sexualmente transmissíveis e tumores testiculares. • Após os 40 anos de idade, predominam o câncer peniano e doença de peyronie. • Após os 60 anos, se torna mais comum obstruções urinárias de origem prostática. Observação: identificar a profissão pode auxiliar no raciocínio diagnóstico, por exemplo, pessoas que trabalham em ambientes de temperatura elevada e as que são expostas a radiação ionizante, são mais propensas aos distúrbios espematogênicos. Sinais e Sintomas • Os órgãos genitais masculinos possuem uma dupla função (sexual e urinária) e por conta disso, os distúrbios miccionais e sexuais são mais propícios, seja de maneira isolada ou associada. • Os principais sintomas são: DOR, HEMATÚRIA, ALTERAÇÕES MICCIONAIS, RETENÇÃO URINÁRIA, PRIAPISMO, HEMOSPERMIA, CORRIMENTO URETRAL, EJACULAÇÃO PRECOCE, IMPOTÊNCIA SEXUAL E INFERTILIDADE. Dor • Pode ter origem no próprio órgão genital ou em suas adjacências. • Disúria (dor a micção) pode ser descrita como “ardência” ou “queimação”, indica inflamação do trato urinário inferior ou do meato externo. • Dor testicular de origem local ocorre na orquite traumática ou infecciosa. • Prostatite aguda pode haver dor na região perineal ou na região sacral. • Epididimite aguda, possui dor localizada. • Dor lombrossacra com irradiação para quadris e pernas, pode indicar CA de próstata e prostatite. Hematúria • Significa presença de hemácias na urina. Alterações Miccionais • A micção normal resulta de um mecanismo sincronizado dos músculos lisos da bexiga e da musculatura estriada que circunda a uretra posterior. Isabela Santos – Med Resumos • Quando a bexiga começa a se contrair, ocorre relaxamento do músculo estriado de forma reflexa ou voluntariamente, que produz a diminuição do comprimento da uretra e aumento no seu calibre, possibilitando a saída da urina. Observação: a ardência miccional é comum na prostatite e é sentida na uretra distal, glande ou nas proximidades. Urina residual • Após a micção normal, permanecem na bexiga aproximadamente 3 a 4 ml de urina, denominada urina residual. • A hiperplasia prostática impede o alargamento do lúmen uretral, a diminuição do seu comprimento e a redução da tensão de suas paredes contra o lúmen durante o início da micção, alterando sua urodinâmica. • À medida que o tecido prostático se desenvolve, aumenta o comprimento da uretra e redução do seu lúmen, aparecendo, as primeiras manifestações clínicas associadas ao esforço para iniciar a micção e redução da força e do calibre do jato urinário. • O resíduo urinário é diretamente proporcional ao grau de obstrução. • Se a bexiga não esvazia suficientemente após cada micção, o paciente sente necessidade de urinar mais vezes durante o dia e à noite (polaciúria e nictúria). Observações: • Em casos extremos, há incontinência de urgência ou incontinência de transbordamento ou a resistência periférica uretral se iguala e a urina passa a gotejar constantemente. • A urina que resta na bexiga após a micção permanece como um líquido estagnado que favorece a proliferação bacteriana. • Quando a infecção urinária está instaurada, sintomas de dor à micção, urina turva e odor desagradável surgem. Retenção urinária • É a incapacidadede esvaziar, parcial ou completamente a bexiga. • A passagem de um cateter provoca o desaparecimento do “globo vesical”. • A retenção pode ser dividida em completas e incompletas. • Completa: indivíduo é incapaz de eliminar quantidade mínima de urina. Hipertrofia Prostática Benigna • Ocorre em homens após os 40 anos devido à hipertrofia das células epiteliais e do tecido conjuntivo da zona de transição. • Envolve a uretra, a hipertrofia aumenta o volume prostático e leva a obstrução lenta e progressiva do lúmen uretral. • Altera as funções da bexiga como a de armazenamento e esvaziamento. • Sintomas: polaciúria, nictúria, urgência miccional, incontinência urinária. Priapismo Isabela Santos – Med Resumos • Ereção persistente, prolongada e dolorosa, sem desejo sexual. • O pênis apresenta-se ereto, doloroso e com aumento de volume. • As causas podem ser de origem neurogênica, infecciosa, traumática, hematológica e devido ao uso de injeções intracavernosas de substâncias vasoativas. • A persistência do priapismo pode gerar lesões graves e irreversíveis dos corpos cavernosos comprometendo a ereção. Hemospermia • Presença de sangue no esperma. • Pode ser originado por tuberculose, carcinoma, lesão cística do veromontano, inflamação da próstata e vesículas seminais e HPB. Corrimento uretral • Secreção que sai pelo meato de uretra. • As principais causas são uretrite e prostatite. • O corrimento uretral esbranquiçado que ocorre somente pela manhã é encontrado na prostatite, na uretrite não gonocócica e na uretrite traumática. • Corrimento uretral seroso e sanguinolento sugere estreitamento uretral, CA da uretra ou corpo estranho. Distúrbios sexuais • Os principais são de origem ejaculatória, orgásmica, libídica, disfunção erétil e dispareunia. • Dentre esses sendo disfunção erétil, ejaculação precoce, ausência de ejaculação, diminuição da libido, dispareunia e anorgasmia os que mais ocorrem. • Ejaculação precoce: incapacidade de controlar o processo de ejaculação, durante a permanência do pênis na vagina, normalmente, é de causa psíquica. Ejaculatória • Ejaculação precoce • Ausência de ejaculação: falha na emissão do esperma por obstrução dos canalículos ejaculatórios, por processos inflamatórios ou após simpactectomia. • Ejaculação retrógrada: é observado em lesões do colo da bexiga após cirurgia da próstata. Orgásmica • Anorgasmia: incapacidade de chegar ao orgasmo durante o coito, condição rara e de origem psicogênica. Libídica • Libido consiste no desejo sexual, que é uma atividade psíquica que sofre a influência de múltiplos fatores desde a imaginação até os estímulos em órgãos sensoriais. • Diminuição da libido: pode ser motivada por processo orgânico ou por fatores psicossociais • Ausência da libido: costuma acompanhar estados depressivos. Isabela Santos – Med Resumos • Outras causas de alteração da libido: alcoolismo, Doença de Parkinson, Doença de Addison, Insuficiência renal crônica e uso de medicamentos. Disfunção erétil • Consiste em uma impotência sexual • Pode ser primária ou secundária • De origem psicogênica ou orgânica Dispareunia • Consiste em dor ou desconforto durante ou após o ato sexual. • Pode ser ocasionada por fimose, frênulo curto, doença de Peyronie, uretrites, prostatites, herpes genital, balanites e traumas. Exame Físico • O exame físico dos órgãos genitais masculinos externos é realizado por inspeção e palpação. • O paciente deve ficar em decúbito dorsal ou de pé. • Já os órgãos genitais interno devem ser examinados através do toque retal. Observação: a inspeção deve ser antecedida de uma avaliação geral do corpo porque iúmeras afecções sistêmicas (endócrinas principalmente) geral alterações morfológicas visíveis. Exame do pênis • Inspeção do pênis é complementada pela palpação. • É necessário retrair completamente o prepúcio para obter boa visualização da glande e do sulco balanopreprucial. • Investiga-se o diâmetro (normalmente é de 8mm), aspecto e posição do meato uretral. • Para verificar o calibre do meato, é necessário realizar compressão anteroposterior da glande. • Já a palpação, pode revelar áreas de endurecimento, mudança de textura e posição. Exame da bolsa escrotal • É observado o formato, tamanho, características da pele e os aspectos vasculares. • A pele escrotal é enrugada, mas em crianças e adultos com insuficiência hormonal, apresenta-se lisa. • Processos inflamatórios, neoplásicos ou traumáticos alteram a configuração e o tamanho da bolsa escrotal. • Outras alterações podem ser originadas de orquite, torção testicular, epididimite, varicocele, atrofia e outros. Exame dos testículos • Em condições normais, o testículo esquerdo é mais baixo do que o direito. • SITUS INVERSUS: testículo direito se posiciona abaixo do esquerdo. Isabela Santos – Med Resumos • A palpação é o método de maior valor, deve ser realizado com delicadeza, principalmente pelo risco de disseminação venosa em neoplasia maligna. • Palpa-se um dos testículos comparando-o com o do lado oposto, avaliando a consistência, formato, contorno e tamanho. • Os testículos normais apresentam superfície lisa, consistência elástica e formato ovoide. • Palpam-se também os epidídimos, procurando identificar a cabeça, corpo e cauda e em seguida, palpam-se os cordões espermáticos, nesse momento é solicitado que o paciente realiza a manobra de valsava. • O exame termina após a busca pelo reflexo cresmatérico. • A atrofia testicular é observada após processos inflamatórios, bacterianos ou virais. Toque retal • É preciso que haja o posicionamento adequado do paciente, lubrificação abundante e que ocorra a introdução digital suave. • Posição de Sims ou lateral esquerda: mantem-se o membro inferior em semiextensão e o superior flexionado. • Posição genupeitoral: é a mais adequada e preferida pelos examinadores. • Posição de decúbito supino: o paciente deve ficar semissentado com as pernas flexionadas, o examinador passa o antebraço por baixo da coxa do paciente. Essa posição é indicada para enfermos com condições gerais precárias. Exame • O examinador deve usar luva descartável e gel lubrificante. • Antes do exame o paciente deve urinar, esvaziando a bexiga o máximo que puder. • O examinador palpa e percute a bexiga para verificar urina residual aumentada. • A região anoperineal deve ser inspecionada, observando a pele em volta do ânus em busca de sinais inflamatórios, fissuras, condilomas e abscessos. • A inspeção do orifício anal pode revelar mamilos hemorroidários. • É de extrema importância que o examinador informe ao paciente que durante o exame, ele poderá ter a sensação de estar evacuando. Durante o exame • Expõe-se o ânus com o dedo indicador e polegar da mão esquerda, coloca-se a polpa do indicador direito sore a margem anal e faz-se uma compressão continuada e firme com o intuito de relaxar o esfíncter externo. • Em seguida, introduz-se o dedo, lenta e suavemente por meio de movimentos rotatórios. • Durante o toque retal serão examinadas: • Parede anterior: próstata, vesículas seminais e fundo de saco vesicorretal. • Parade lateral esquerda e direita. • Parede posterior: sacro e cóccix. • Para cima, até onde alcançar o dedo. Isabela Santos – Med Resumos Observações: através do toque retal poderão ser diagnosticadas diversas doenças como fissura anal, hemorroidas internas, pólipos, neoplasias e outros. Exame da próstata • Avalia o tamanho, consistência, superfície, contorno, sulco mediano e mobilidade. • A próstata normal é palpável na parede anterior do reto como uma estrutura em formato de coração, com a base voltada para cima e o vértice para baixo. • Lobos laterais são separados por um sulco mediano. • Em condições normais a próstata tem o formato de uma noz grande, é regular, simétrica, depressível, com superfície lisa,consistência elástica e contorno preciso. Doenças do Pênis Fimose • É uma condição em que o prepúcio não consegue ser retraído. • Devido a isso, a glande não é possível ser exposta. • Pode ser congênita ou adquirida. • Pode operar com qualquer idade e nem sempre é necessário cirurgia. Parafimose • É quando a pele do prepúcio retrai e não consegue voltar para cobrir a glande do pênis. • Com isso, a glande incha e dificulta o retorno do prepúcio. • É grave devido ao risco de o prepúcio estrangular a glande diminuindo a circulação sanguínea. • Os sintomas são: dor, edema na glande, descoloração da glande e eritema. • O tratamento pode ser cirúrgico. Balanite • É a inflamação agudo ou crônica da glande. Postite • Inflamação aguda ou crônica do prepúcio Balanopostite • É quando se apresentam juntas, a inflamação da glande e prepúcio ao mesmo tempo, denomina- se balanopostite. • As principais causas são reação alérgica, irritação química, infecções fúngicas e reação medicamentosa. • A maioria dos casos ocorrem devido a condições de higiene precárias. • Balanopostite pode causar distúrbios miccionais e corrimento uretral. Hipospadia • O meato uretral externo se localiza na face ventral ou inferior do pênis, ou no períneo. Isabela Santos – Med Resumos • Consiste em uma anomalia congênita da uretra. • Ocorre por insuficiência na produção androgênica pelos testículos fetais. • Se classificam quanto a posição do meato em: balânica, peniana, penoescrotal, escrotal e perineal. Epispadia • Meato uretral externo localiza-se na face dorsal ou superior do pênis. • Se classificam em: balânica, peniana, penopúbica e completa. • As características são: pênis reduzido de tamanho, encurvado para cima e com excesso de prepúcio em sua face ventral ou inferior. Disfunção Erétil • Incapacidade em conseguir obter e manter a ereção do pênis suficiente que possibilite uma atividade sexual. • Uma falha de ereção ocasional não configura disfunção erétil. • Como a ereção é um fenômeno vascular, a disfunção erétil é classificada como um problema vascular. • A disfunção erétil pode ter origem vascular de origem arterial, hormonal e em decorrência de alteração na anatomia do pênis, como ocorre na doença de Peyronie. • Doença de Peyronie: espessamento fibroso que contrai e altera a anatomia do pênis, resultando em uma alteração da forma de ereção. Uretrite • É a inflamação da uretra. • Ocorre a produção de secreções anormais de urina ou sêmen através da uretra. • É mais comum em infecções sexualmente transmissíveis. • Causa corrimento (claro, esverdeado, amarelado, apenas pela manhã ou ao longo do dia). • Sintomas comuns: disúria, polaciúria e corrimento. • Pode ser ocasionada por gonococo ou clamídia. • O parceiro deve ser tratado e o medicamento de escolha é o Ciprofloxacino. Doenças dos Testículos Criptorquidia ou Criptorquia • É uma distopia testicular. • É um defeito de desenvolvimento no qual o testículo fica retido em alguma parte do seu trajeto normal (trajeto de descida). • O testículo encontra-se em sua via anatômica, porém, não chega à bolsa escrotal. • A depender do local da parada, a criptorquidia pode ser lombar, ilíaca ou inguinal e podem ser classificadas em intra-abdominal e intracanalicular. Isabela Santos – Med Resumos Torção do testículo • Rotação axial, torção ou vólvulo do cordão espermático. • Consiste em um acidente vascular que pode levar a isquemia, atrofia e gangrena de gônada. • Torção testicular intravaginal: pode ser chamada de torção testicular propriamente dita, o testículo e sua túnica ficam torcido no nível do anel inguinal externo e ocorre preferencialmente na primeira infância. • Aparece com mais frequência entre 10 e 15 anos de idade e raramente ocorre acima dos 35 anos de idade. • Torção testicular extravaginal: ocorre no período perinatal durante a descida do testículo e antes da fixação dele na túnica vaginalis. • A torção testicular surge após traumatismo, durante esforços exagerados ou durante atividades normais e até mesmo durante o sono. • Característico por uma dor lancinante, de aparecimento súbito, pode ser precedida de dor abdominal, é imprecisa e irradia para a virilha. • Ao exame físico: pele escrotal pode ser normal ou avermelhada, quente e edemaciada. • Todo o testículo apresenta-se doloroso, com superfície lisa. Orquite • É a inflamação crônica ou aguda do testículo. • É consequência da extensão de um processo inflamatório epididimário, o que caracteriza a epidídimo-orquite. • Orquite piogênica: formação de abscesso, quando o roto da origem à chamada piocele (cavidade com pus). • Orquite traumática: pode aparecer após vasectomia, traumatismo, manipulação cirúrgica sem história prévia de infecção. Os testículos possuem aumento de volume e sensibilidade por estarem dolorosos. • Orquite luética: é variável em suas manifestações clínicas. Neoplasias testiculares • A maioria ocorre no grupo etário mais jovem, entre 20 e 40 anos. • Podem ser classificadas em germinativas e não germinativas. • Germinativas: a exemplo seminoma, carcinoma embrionário e coriocarcinoma, tem malignidade variável, seminoma é o menos maligno e o mais frequente, já o coriocarcinoma é mais maligno. • Não germinativas: a exemplo as neoplasias de células intersticiais ou de Leydig e de Sertoli, sendo em geral benignas. • Quando surgem antes da puberdade, provocam precocidade sexual com megalopênis e se aparecem após a puberdade, determinam impotência sexual e infertilidade. • Principais exames complementares para o diagnóstico das neoplasias são marcadores tumorais como alfafetoproteína, fosfatase alcalina placentária e dosagens hormonais como HCG e exames de imagem. Isabela Santos – Med Resumos Gangrena de Fournier • Infecção polimicrobiana que evolui para fasciite necrotizante, afetando as regiões genital, perineal e perianal. • Tem evolução rápida e pode complicar com sepse, falência de múltiplos órgãos e óbito. • A hidrocele consiste no acúmulo do líquido seroso no interior da túnica vaginal do testículo por uma hiperprodução (inflamação do testículo) ou por reabsorção diminuída (obstrução linfática ou venosa). • Hidrocele pode ser primária ou secundária (traumática, infecciosa ou neoplásica). • A presença de bactérias anaeróbias produz ar e contribuem para flora polimicrobiana. Doenças da Próstata • Hiperplasia prostática benigna: a partir dos 40 anos de idade, o epitélio prostático periuretral inicia um crescimento lento e gradativo. • Pode crescer com mais rapidez em alguns indivíduos e com mais lentidão em outros. • Em torno dos 60 anos de idade, os homens já apresentam evidência palpável de hiperplasia benigna da próstata. • Nem todos apresentam manifestações obstrutivas. • Sintomas: polaciúria, nictúria, incontinência urinária, gotejamento e hipertrofia do músculo detrusor. Câncer da Próstata • O adenocarcinoma é a neoplasia maligna da próstata mais frequente. • Homens com mais de 80 anos de idade já possuem alguma ocorrência de neoplasia primária. • São no início androgênio-dependentes. • Seu crescimento é acelerado pelos androgênios e inibido pelos estrogênios. • Assintomático nos estágios iniciais e em casos avançados surge a dificuldade de eliminar urina e infecção urinária. Prostatite • É um processo inflamatório, agudo ou crônico, da glândula prostática, causado por microrganismos. • Agentes etiológicos: E. Coli, N. Gonorrhoeae, Pseudomonas, Klebisiella, Proteus, Estreptococos, Estafilococos e clamídia. • Alcançam a próstata por via hematogênica ou por via ascendente, partindo do meato externo da uretra. • Prostatite aguda: febre, calafrios, dor lombossacra e perineal, mialgia, artralgia, corrimento uretral e sintomas de irritação vesical. • Pode haver hematúria inicial ou terminal, quase sempre acompanhada dedor. • Toque retal evidencia uma próstata com volume aumentado.