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Aula 9 - Infrações ético-disciplinares e Tribunal de Ética e Disciplina

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Ética geral e pro�ssional
Aula 9 - Infrações ético-disciplinares e
Tribunal de Ética e Disciplina
INTRODUÇÃO
Nesta aula, vamos conhecer a tipologia e as sanções ético-disciplinares na OAB. Estudaremos o processo ético-
disciplinar perante o Tribunal de Ética e Disciplina no Conselho Seccional da OAB.
OBJETIVOS
Identi�car sanções ético-disciplinares;
Relacionar as sanções com as hipóteses previstas no artigo 34 do EOAB;
Conhecer a competência do Tribunal de Ética e Disciplina.
O EOAB nos oferece um rol no artigo 34 com 29 hipóteses de condutas que con�guram infração ético-disciplinar,
se praticadas por advogados, perante a OAB. Não podemos esquecer que além deste artigo, também se
consideram como infração disciplinar, atos contrários às demais normas previstas no EOAB, CED, RGOAB e
provimentos.
Assim, temos no artigo mencionado 17 hipóteses passíveis de censura, 09 tipos que ensejam a sanção de
suspensão e 03 casos para exclusão. E acrescente-se que o processo ético-disciplinar instaurado perante o
Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional da OAB não afasta possíveis ações no âmbito criminal e cível. Vamos
conhecer primeiro as sanções ético-disciplinares previstas no EOAB:
Advertência
Artigo 36, parágrafo único, do EOAB - sanção levíssima - aplicável somente uma única
vez quando o fato for punível com censura e há atenuantes na conduta do advogado
que justi�cam a conversão de censura em advertência.
Censura
Artigo 36, caput, do EOAB – é uma sanção leve, uma reprimenda ou repreensão que
�cará anotada nos assentamentos do advogado.
Suspensão
Artigo 37, incisos e parágrafos, do EOAB – uma sanção grave em que há proibição de
advogar em todo o território nacional, por determinado período, podendo ser por prazo
indeterminado em algumas hipóteses previstas na lei.
Multa
Artigo 35, inciso IV, do EOAB – sanção acessória aplicada como agravante com a
sanção de censura e suspensão.
Exclusão
Artigo 38, incisos e parágrafo único, do EOAB – sanção gravíssima em que o advogado
é excluído dos quadros da advocacia como punição.
Os artigos 35 e 36, parágrafo único, apresentam as sanções disciplinares
aplicáveis aos inscritos na OAB. Não devemos esquecer a advertência que se
materializa através de um ofício reservado, sem �gurar nos assentamentos dos
inscritos, somente poderá ser aplicável uma única vez. Trata-se da hipótese em
que há as atenuantes do artigo 40 do EOAB. A censura �cará registrada nos
assentamentos dos inscritos. Ressalte-se que a reincidência sempre ocorrerá
na hipótese de aplicação de uma segunda sanção, salvo se a anterior for
advertência. E atenção, não há necessidade de identidade de tipos para
con�gurá-la, nem se aplica a regra do Direito Penal, ainda que o fato tenha sido
punido em 1998, o advogado continuará reincidente, salvo pedido de
reabilitação formal perante a OAB. 
Censura
A aplicação da censura está prevista nos incisos I ao inciso XVI e XXIX do artigo 34 do EOAB. Além deste rol,
temos ainda, os demais artigos do EOAB, CED, RGOAB e provimentos que ensejam a punição com censura. O
tribunal de ética poderá converter a censura em advertência na hipótese de acolhimento de atenuantes na
conduta do advogado, conforme estabelece o artigo 40 do EOAB c/c artigo 36, parágrafo único, do EOAB.
Art. 40 do EOAB. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas,
para �ns de atenuação, as seguintes circunstâncias, entre outras: 
I - falta cometida na defesa de prerrogativa pro�ssional; 
II - ausência de punição disciplinar anterior; 
III - exercício assíduo e pro�ciente de mandato ou cargo em qualquer órgão da
OAB; 
IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública. 
Parágrafo único. Os antecedentes pro�ssionais do inscrito, as atenuantes, o
grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as consequências da
infração são consideradas para o �m de decidir: 
a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção
disciplinar; 
b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis. 
Vamos conhecer as condutas típicas que resultam na aplicação da sanção de censura? O artigo 34 do EOAB diz:
Constitui infração disciplinar:
(Clique para ver os incisos e as explicações sobre eles)
Incisos I e II
I – exercer a pro�ssão, quando impedido de fazê-lo, ou
facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não
inscritos, proibidos ou impedidos; 
II – manter sociedade pro�ssional fora das normas e
preceitos estabelecidos nesta lei; 
No inciso I, encontramos a hipótese de exercício ilegal da pro�ssão por aqueles
estranhos aos quadros da OAB, como também a atuação de bacharéis em Direito não
inscritos, pessoas incompatíveis e advogados impedidos no âmbito de seu
impedimento. No inciso II, estamos diante da sociedade de fato, ou seja, quando
advogados utilizam a nomenclatura de uma sociedade de advogados sem, no entanto,
levar a registro na OAB seus atos constitutivos.
Incisos III e IV
III - valer-se de agenciador de causas, mediante
participação dos honorários a receber; 
IV - angariar ou captar causas, com ou sem a
intervenção de terceiros; 
Os incisos III e IV são muito semelhantes, mas a diferença repousa no fato de que na
primeira hipótese há a �gura do agenciador, um terceiro estranho à advocacia que
cobrará um percentual sobre a captação de clientela.
Incisos V e VI
V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial
ou para �m extrajudicial que não tenha feito, ou em que
não tenha colaborado; 
VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-
se a boa-fé quando fundamentado na
inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em
pronunciamento judicial anterior; 
Os incisos V e VI observam a má-fé do advogado que se con�gura no plágio do trabalho
de outrem, ou quando propositadamente assina trabalho elaborado por um terceiro. Na
hipótese seguinte temos a �gura do advogado que, mesmo sabendo que não há direito
a ser pleiteado, ingressa em aventura jurídica. O advogado deve abster-se de patrocinar
causas contrárias à ética e à moral.
Incisos VII, VIII, IX e X
VII - violar, sem justa causa, sigilo pro�ssional; 
VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do
cliente ou ciência do advogado contrário; 
IX - prejudicar, por culpa grave, interesse con�ado ao seu patrocínio; 
X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade
do processo em que funcione; 
No inciso VII, encontramos o dever de sigilo pro�ssional que inclui a recusa do
depoimento judicial. Um advogado não pode revelar informações que obteve em razão
da pro�ssão. Tal sigilo é inerente à pro�ssão, mesmo que autorizado pelo cliente.
Assim, deve sempre se recusar a depor como testemunha sobre fatos relacionados ao
seu patrocínio. Nos incisos VIII, IX e X, estamos diante do advogado que não é �el aos
interesses de seu cliente, mas ajuda o adversário. Na segunda hipótese, nos deparamos
com o pro�ssional que não é diligente, perde prazo causando prejuízos àquele que
con�ou no seu trabalho, ou ainda o advogado que tenta provocar nulidades no processo,
a denominada nulidade culposa.
Incisos XI, XII, XIII, XIV, XV e XVI
XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da
comunicação da renúncia; 
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando
nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; 
XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações
forenses ou relativas a causas pendentes; 
XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado,
bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para
confundir o adversário ou iludir o juiz da causa; 
XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação
a terceiro de fato de�nido como crime; 
XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do
órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois
de regularmente noti�cado; 
No inciso XI, temos a infração disciplinarcometida por aqueles que não cumprem as
recomendações do artigo 15 do CED em conjunto ao artigo 5º, parágrafo 3º, do EOAB e
o artigo 112 do CPC. O advogado pode renunciar a causa sem revelar os motivos, mas
deve respeitar os dez dias que a lei determina, além de noti�car o seu cliente acerca da
sua renúncia. O inciso XII vincula-se ao artigo 23 do CED. Observa-se que se trata de
recusa imotivada. No inciso XIII, encontramos a publicidade fora dos padrões
estabelecidos no CED e no provimento nº 94/2000. No inciso XIV, estamos diante da
deturpação de textos ou citações que possam confundir o Juízo. No inciso XV, estamos
diante de imputações que são verdadeiras, mas que não devem ser proferidas pelo
advogado e sim pela parte. Cuidado! Não estamos, aqui, diante da hipótese de calúnia.
Devemos observar que nossa imunidade não é absoluta. No inciso XVI, encontramos a
situação na qual há o descumprimento de alguma noti�cação da OAB com caráter
mandamental. Até aqui, estudamos as hipóteses passíveis de censura.
Inciso XXIX
XXIX - praticar, o estagiário, ato
excedente de sua habilitação. 
Neste último inciso que observa a habilitação do estagiário devemos recordar o artigo
29, parágrafo 1º, do RGOAB, que limita a atuação do estagiário, quando atua sozinho,
perante o poder Judiciário a fazer carga dos autos, solicitar certidões e assinar petições
de juntada de documentos.
Suspensão
A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício pro�ssional, em todo o território nacional, pelo prazo de
30 dias a 12 meses, mas nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do artigo 34, a suspensão perdura até que
satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária. São as hipóteses de: falta de prestação de
contas, retenção abusiva dos autos, não pagamento das contribuições à OAB e inépcia pro�ssional. É importante
mencionar que a suspensão não desobriga o inscrito dos pagamentos das contribuições obrigatórias à OAB, nem
tampouco desvincula o inscrito dos deveres éticos estabelecidos no EOAB e CED. Ademais, qualquer ato praticado
após o início da execução da penalidade disciplinar de suspensão será nulo. Ademais, o Tribunal de Ética e
Disciplina pode suspender preventivamente o advogado no caso de repercussão prejudicial à dignidade da
advocacia – Ver artigo 70, parágrafo 3º, do EOAB.
Vejamos as hipóteses do inciso XVII ao XXV do artigo 34 do EOAB:
XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a
fraudá-la; 
XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta; 
XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem
expressa autorização do constituinte; 
XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta
pessoa; 
XXI - recusar-se, injusti�cadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de
terceiros por conta dele; 
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em con�ança; 
XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de
regularmente noti�cado a fazê-lo; 
XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia pro�ssional; 
XXV - manter conduta incompatível com a advocacia; 
Dentre as hipóteses de conduta incompatível o parágrafo único do art. 34 elenca algumas de modo
exempli�cativo, por conseguinte inicia o parágrafo mencionando o verbo incluir: “Inclui-se”.
Parágrafo único. Inclui-se na conduta
incompatível: 
a) prática reiterada de jogo de azar, não
autorizado por lei; 
b) incontinência pública e escandalosa; 
c) embriaguez ou toxicomania habituais. 
Dos incisos XVII ao XXV, encontramos situações passíveis de suspensão, portanto mais graves. Trata-se de
fraude, vantagem exagerada, recusa em prestar contas ao cliente, retenção de autos após o prazo legal (artigo 356
do CP), uso de documento falso destinado a ato contrário a lei, incidir em erros em suas peças processuais que
denotem despreparo jurídico e de língua portuguesa, manter uma conduta contrária à moral e, por �m, deixar de
pagar as anuidades devidas à OAB depois de noti�cado a fazê-lo.
ATENÇÃO!
, Havendo excesso no prazo de vista dos autos fora do cartório, aplica-se o disposto no artigo 196 do CPC. A intimação para
devolução dos mesmos deve ser por mandado judicial para caracterizar a retenção indevida e intencional. A suspensão
prevista para tal conduta será aplicada exclusivamente pela OAB.
Dentre as hipóteses de conduta incompatível, o parágrafo único do artigo 34 elenca algumas de modo
exempli�cativo. Por conseguinte, inicia o parágrafo mencionando o verbo incluir: “Inclui-se”.
Exclusão
Os incisos XXVI, XXVII e XXVIII do artigo 34 do EOAB trazem situações ainda mais graves, logo puníveis com
exclusão, sanção gravíssima. Temos o uso de documento falso para inscrição na OAB, inidoneidade moral que
signi�ca um conceito indeterminado, embora denote a conduta que contamina a imagem da pro�ssão. Assim
cada caso será analisado pelo Conselho competente para tal. Acrescente-se, ainda, o crime infamante que é
aquele que acarreta desonra, indignidade, má fama, que causam repúdio social. Não existe um tipo penal
designado por crime infamante, mas é uma nomenclatura especí�ca da Ética pro�ssional.
XXVI - fazer falsa prova de qualidade dos requisitos para
inscrição na OAB; 
XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da
advocacia; 
XXVIII - praticar crime infamante; 
ATENÇÃO!
, Exclui-se o advogado por ocasião da aplicação da terceira sanção de suspensão. Esta será convertida em exclusão.
Vejamos uma decisão do Conselho Federal da OAB:
ACUSAÇÃO DE PRÁTICA DE CRIME INFAMANTE 
1. "Crime infamante não encontra de�nição em nosso ordenamento jurídico, sendo conceito indeterminado a
exigir interpretação casuística(...) 
4. Para a exclusão de advogado dos quadros da OAB não basta a imputação da prática de ilícito penal ou
mesmo a sua condenação; é imprescindível que o crime seja considerado infamante, como tal considerados
aqueles que revelem especial gravidade e que contribuam para denegrir a imagem do advogado e da advocacia
no seio da sociedade. 
Após um ano do cumprimento de qualquer
sanção disciplinar o inscrito poderá pedir
reabilitação, ato personalíssimo, desde que
apresente provas de bom comportamento. 
A única hipótese que ultrapassará o prazo de um
ano é a de crime o que implicará na reabilitação
criminal como requisito para a reabilitação junto à
OAB (artigo 41 do EOAB). 
A prescrição da pretensão punitiva dos inscritos é
de cinco (05) anos a contar da constatação o�cial
do fato pela OAB. Na hipótese o termo inicial é a
data do juízo de admissibilidade proferido pelo
relator designado pelo Presidente da Subseção ou
do Conselho Seccional, em processo ético-
disciplinar. A prescrição intercorrente ocorrerá
sempre que o processo ético �car paralisado por
mais de três (03) anos, podendo ser arquivado de
ofício ou a requerimento do interessado (artigo 43
do EOAB). 
TRIBUNAL DE ÉTICA E SUSPENSÃO PREVENTIVA
O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional
em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho
Federal (artigo 70 do EOAB). Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED), do Conselho Seccional
competente, julgar os processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio
Conselho, consultas em tese e litígios entre advogados. 
O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição principal pode suspendê-lo
preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão
especial para a qual deve ser noti�cado a comparecer, salvo se não atender à noti�cação. Neste caso, o processo
disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias (artigo 70, parágrafo 3°, do EOAB).
É importante mencionar que a jurisdição disciplinar não excluia comum e, quando o fato constituir crime ou
contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes (artigo 71 do EOAB).
Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os processos disciplinares,
instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio Conselho (artigo 70 do EOAB). A primeira fase do processo
disciplinar poderá ocorrer em uma subseção, mas o julgamento somente perante o Tribunal de Ética e Disciplina,
na sede da Seccional da OAB.
O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa
interessada (artigo 72 do EOAB) e o Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de admissibilidade da
representação e os procedimentos disciplinares (artigo 72, parágrafo 1º, do EOAB).
O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas
informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente (artigo 72,
parágrafo 1º, do EOAB).
Poderá ser instaurado de ofício ou mediante representação do interessado (artigo 55 do
CED).
A representação não poderá ser anônima (artigo 55, parágrafo 2º, do CED).
A representação será endereçada ao Presidente do Conselho Seccional ou ao Presidente da
Subseção, por escrito ou verbalmente (artigo 56 do CED). Podendo, também, ser dirigida ao
Tribunal de Ética e Disciplina para instaurar o processo ético-disciplinar e, neste caso, a
representação poderá ser dirigida ao seu Presidente (artigo 56, parágrafo único, do CED).
 A representação deverá conter a identi�cação do representante, com a sua quali�cação; a
narração dos fatos; os documentos e a indicação de outras provas a ser produzidas, bem
como, se for o caso, o rol de testemunhas, até o máximo de cinco; a assinatura do
representante ou a certi�cação de quem a tomou por termo, na impossibilidade de obtê-la
(artigo 57 do CED).
PRIMEIRA FASE DO PROCESSO ÉTICO-DISCIPLINAR
A
representação
Pres. (Conselho
Seccional/Subseção/TED)
Relator para
instrução
processual 
(artigo 58 do
CED). 
A instrução processual
poderá ocorrer no TED que
designará relator (artigo
58, parágrafo 1°, do CED).
Antes de enviar os autos para o relator, há juntada da �cha cadastral do representado e a certidão negativa ou
positiva sobre punições anteriores e/ou representações em andamento (artigo 58, parágrafo 2º, do CED). O relator
profere juízo de admissibilidade e elabora parecer propondo a instauração do processo ou arquivamento liminar,
no prazo de 30 dias, sob pena de redistribuição do feito pelo Presidente (artigo 58, parágrafo 3º, do CED). O
Presidente do Conselho/TED profere despacho instaurando o processo ético-disciplinar ou determinando o
arquivamento (artigo 58, parágrafo 4º, do CED). Observação importante: a competência para representações em
face de: (artigo 58, parágrafo 5º, do CED):
O primeiro Relator do Processo Ético, na forma do artigo 59 do
CED, uma vez instaurado o procedimento, procede à
noti�cação dos interessados e representado, prazo de 15 dias
(parágrafo 1°). A noti�cação inicial para a apresentação de
defesa prévia ou manifestação em processo administrativo
perante a OAB deverá ser feita através de correspondência,
com aviso de recebimento, enviada para o endereço
pro�ssional ou residencial constante do cadastro do Conselho
Seccional (artigo 137-D do RGOAB). 
Se ocorrer hipótese de revelia do representado será escolhido
um Defensor Dativo (parágrafo 2°) para dar continuidade ao
processo disciplinar. O representado deverá apresentar Defesa
Prévia, devidamente instruída, na eventual hipótese de rol de
testemunhas até no máximo cinco e, após esta fase, o Relator
realiza o despacho saneador, salvo se necessário a oitiva do
representante ou representado conforme estabelece o artigo
73, parágrafo 2° do EOAB (parágrafo 3º). 
Ainda nos parágrafos do artigo 59 do CED, as partes se
comprometem com o comparecimento das testemunhas,
salvo pedido expresso (parágrafo 4º), há a possibilidade de
diligências (parágrafo 5°) e poderá ocorrer o indeferimento de
provas quando ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias (parágrafo 6º). Há o prazo de 15 dias para as
razões �nais (parágrafo 8º) e após esse prazo, termina a
primeira fase do processo disciplinar. 
SEGUNDA FASE DO PROCESSO ÉTICO-DISCIPLINAR
É permitida a revisão do processo disciplinar, por erro de julgamento ou por condenação baseada em falsa prova
(artigo 73, parágrafo 5º, do EOAB). E mais. Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões de�nitivas
proferidas pelo Conselho Seccional, quando não tenham sido unânimes ou, sendo unânimes, contrariem lei,
decisão do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o Regulamento Geral, o Código de Ética e
Disciplina e os provimentos.
Além dos interessados, o Presidente do Conselho Seccional é legitimado a interpor o recurso referido neste artigo
(artigo 75, parágrafo único, do EOAB). E cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões proferidas por
seu Presidente, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos
Advogados (artigo 76 do EOAB).
Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleições (artigo 63 e seguintes), de
suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de cancelamento da inscrição obtida com
falsa prova.
O Regulamento Geral disciplina o cabimento de recursos especí�cos, no âmbito de cada órgão julgador (artigo 77
do EOAB). O artigo 69, parágrafos 1° ao 5°, do CED. Observa que o advogado que tenha sofrido sanção disciplinar
poderá requerer sua reabilitação, no prazo e nas condições previstos no Estatuto da Advocacia e da Ordem dos
Advogados do Brasil, no artigo 41. A competência para receber o pedido é do Conselho Seccional em que tenha
sido aplicada a sanção disciplinar. Nos casos de competência originária do Conselho Federal, perante este
tramitará o pedido de reabilitação. O pedido de reabilitação será instruído com provas de bom comportamento, no
exercício da advocacia e na vida social, cumprindo à Secretaria do Conselho competente certi�car, nos autos, o
efetivo cumprimento da sanção disciplinar pelo requerente.
A prescrição da pretensão punitiva dos inscritos é de 05 anos a contar da constatação o�cial do fato pela OAB, ou
seja, data do juízo de admissibilidade proferido pelo primeiro relator (artigo 43 do EOAB). A prescrição
intercorrente ocorrerá sempre que o processo ético �car paralisado por mais de 03 anos, podendo ser arquivado
de ofício ou a requerimento do interessado (artigo 43, parágrafo 1º, do EOAB).
ATIVIDADE PROPOSTA
O rompimento de duas adutoras da Cedae, esta semana, levou mais do que água e sujeira às casas dos
moradores do Parque São Francisco, no Quilômetro 32, em Nova Iguaçu. O acidente fez surgir, também,
advogados que montaram um escritório em meio à lama e, segundo moradores, acenavam com ganhos de R$ 8
mil a R$ 20 mil em indenizações por danos morais contra a Cedae. O escritório cobra comissão de 30%.
A rapidez dos advogados surpreendeu os técnicos da Cedae. Quando a equipe de manutenção chegou ao local
para fazer os reparos, já encontrou a banca montada por dois homens que se identi�caram como José Neto e
Mário Seixas, advogados do escritório Mallet, localizado no Centro do Rio. A cena se repetiu ontem. A atitude dos
dois pro�ssionais é uma prática condenada pelo artigo 7 do Código de Ética e Disciplina da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB).
"Isso é totalmente irregular. Trata-se de captação de clientela, o que é expressamente proibido pelo Estatuto do
Advogado. O máximo que um pro�ssional pode fazer para conseguir clientes é publicar anúncios publicitários. Ele
não pode se deslocar até o local onde os clientes estão para vender serviços. Eles são advogados, não
vendedores de bombom" a�rmou o presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/RJ, Paulo Saboya,
acrescentando que os dois pro�ssionais podem ser advertidos ou ter seus registros cassados pela Ordem. Apesar
da possibilidade deindenizações acenada pelos advogados, nem todos os moradores do Parque São Francisco
aceitaram a oferta. "Não bastasse perder tudo em casa, ainda aparece gente querendo ganhar dinheiro em cima
do meu sofrimento. Fui abordado pelos advogados ontem (terça-feira). Eles disseram que entrariam com uma
ação por danos morais em meu nome contra a Cedae. Rejeitei a oferta", disse o servente Jaime Lúcio Alves Costa,
de 37 anos. Para o presidente da Cedae, Wagner Victer, os advogados agiram de má-fé: "É um ato de má-fé. Esses
advogados não passam de exploradores da desgraça alheia, que Scam esperando a desgraça acontecer. Parecem
papa-defuntos na porta de hospitais. Ao lesar a Cedae, estão lesando o estado e os contribuintes"
Fonte 
JORNAL EXTRA. Publicação: 23 ago. 2007.
Analise o caso e responda:
1) Qual a tipi�cação da conduta dos advogados? 
2) Quais as sanções disciplinares estabelecidas no EOAB? 
3) Existem sanções que podem ser aplicadas por tempo indeterminado? 
4) É possível a exclusão dos advogados dos quadros da OAB? Em que circunstâncias?
Resposta Correta
Glossário

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