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DIAGNÓSTICO-PSICOPEDAGÓGICO-CLÍNICO-2

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1 
 
 
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO CLÍNICO 
1 
 
 
Sumário 
 
Diagnóstico: O que é? ..................................................................................... 3 
Etapas do diagnóstico .................................................................................. 6 
Diagnóstico do distúrbio de aprendizagem .................................................. 9 
Psicopedagogia Clínica .............................................................................. 12 
O papel do psicopedagogo ....................................................................... 15 
Diagnóstico e intervenção na clínica psicopedagógica .............................. 18 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a INSTITUIÇÃO, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Diagnóstico: O que é? 
 
O diagnóstico psicopedagógico pode ser entendido como o processo inicial de 
investigação de uma queixa, no qual o psicopedagogo deve fazer uma leitura 
dinâmica e global do sujeito, de sua família e do processo de escolarização, buscando 
organizar os dados obtidos de forma única e pessoal. Pretende-se, assim, formar uma 
compreensão global de como o sujeito aprende e dos desvios que podem estar 
envolvidos nesse processo, que o estão impedindo de se desenvolver na 
aprendizagem. “O diagnóstico psicopedagógico significa uma investigação da 
aprendizagem que considera a totalidade dos fatores intervenientes no ato de 
aprender” (MIRANDA, 2008). 
Faz-se necessário observar a especificidade do diagnóstico psicopedagógico 
no sentido de haver uma busca, uma investigação sobre o aprender e o não aprender. 
Captar a especificidade do diagnóstico psicopedagógico é identificar as 
características que o torna singular. 
No diagnóstico do problema de aprendizagem, Paín (1985) acredita ser 
importante conhecer o tipo de vínculo que o paciente pretende criar com o terapeuta. 
Com esse fim, ela procura saber como ele foi encaminhado ao consultório e se está 
lá por vontade própria. O diagnóstico favorece o entendimento da relação do sujeito 
com os pais, com o outro e de sua história de vida. Dessa forma, Paín acredita que a 
não aprendizagem está associada a fatores como a constituição orgânica e a história 
pessoal do sujeito. 
O processo de diagnosticar é como levantar hipóteses. Uma boa hipótese ou 
teoria explica uma grande quantidade de dados observáveis que são originados de 
diferentes níveis de análise. 
Torna-se preocupante os efeitos nocivos de uma ação diagnóstica realizada 
sem os devidos cuidados, não considerando a história de vida.do sujeito do aprender. 
A clínica psicopedagógica é o espaço que possibilita tal atendimento mais 
individualizado. 
 
 
4 
 
 
Para Weiss (2012), o diagnóstico psicopedagógico possibilita a compreensão 
da forma individual do aprender, ou seja, da singularidade do sujeito. A autora ressalta 
a importância de a intervenção psicopedagógica ocorrer a partir das características 
individuais. Diante da queixa da não-aprendizagem o psicopedagogo deve buscar o 
sintoma, ou seja, o que é percebido pelo próprio indivíduo ou pelo outro. 
É importante destacar que por ser uma investigação, não se pretende 
enquadrar o sujeito em determinadas categorias nosológicas e sim, compreender a 
sua forma de aprender e os possíveis desvios que estão ocorrendo no processo. 
Para a identificação do problema, que é o centro de toda a pesquisa, é 
necessário um olhar atento, reflexivo e límpido do psicopedagogo. Portanto, uma 
observação direta é fundamental. O olhar é a base da observação. Para que se dê 
efetivamente o olhar, é necessário ao psicopedagogo: silenciar, escutar, ver e 
participar. 
Alicia Fernández (1991, p. 23) elaborou um modelo próprio de diagnóstico, 
chamado “diagnóstico interdisciplinar familiar de aprendizagem em uma só jornada” 
(DIFAJ). Com o DIFAJ ela pretende observar como o conhecimento é concebido por 
todos os integrantes da família e como ele se articula com o sintoma apresentado 
pelo paciente. Neste modelo diagnóstico, a criança e sua família compartilham de 4 
horas em uma única visita no hospital. Durante estas horas são atendidos por 
diversos especialistas que emitirão opiniões, no sentido de esboçar um diagnóstico. 
Esta técnica diagnóstica proposta por Fernández, possibilita ao psicopedagogo 
articular as respostas dos integrantes da família quando ocorre a consulta com os 
pais e com os irmãos do paciente. A criança participa de todas as consultas e ouve o 
que acham dela. Após esse momento, será a vez da própria consulta quando ela terá 
possibilidade de dizer o motivo pelo qual ela se encontra lá ou quais são suas 
expectativas. Cabe ao psicopedagogo observar pontos em comum e distanciamentos 
entre os motivos da consulta dos integrantes da família: pais, irmãos e o próprio 
paciente. O mais importante é que o terapeuta observe o ponto de vista do paciente 
e crie uma relação de confiança. Segundo Fernández, a família, participando do 
processo de diagnóstico, tem a oportunidade refletir e levantar questões sobre o 
problema do filho, considerando a vida do casal e as relações que envolvem o grupo 
familiar, ao mesmo tempo. Tal momento é muito significativo para o processo 
diagnóstico. 
5 
 
 
O diagnóstico é uma das peças chaves para uma intervenção eficiente. Não 
basta ao psicopedagogo conhecer técnicas e provas, pois cada caso é singular e 
exige do profissional, além da competência teórica, um olhar sensível e particular. 
Cada paciente que chega à clínica traz junto sua história, suas individualidades 
e suas relações de coletividade, para o psicopedagogo é sempre um novo e complexo 
começo, que evoca seguidamente um novo olhar. “O sucesso de um diagnóstico não 
reside no grande número de instrumentos utilizados, mas na competência e 
sensibilidade do terapeuta em explorar a multiplicidade de aspectos revelados em 
cada situação”. (WEISS, 2000, p.30) 
Pode-se afirmar que o procedimento de sequência diagnostica é composto de 
várias etapas, que se distinguem pelo objetivo da investigação. Dentre elas, tem-se a 
entrevista contratual e o enquadramento, essencial para definir os parâmetros e 
variáveis que intervêm no processo, e a anamnese, realizada com os pais ou os 
responsáveis do entrevistado, para a compreensão das relações familiares e sua 
relação com o modelo de aprendizagem do sujeito. 
 
Figura 1 – Diagnóstico psicopedagógico 
Fonte – Internet 
 
 
 
 
6 
 
 
Etapas do diagnóstico 
 
O diagnóstico psicopedagógico é composto de várias etapas que se 
distinguem pelo objetivo da investigação. Desta forma, temos a anamnese só com os 
pais ou com toda a família para a compreensão das relações familiarese sua relação 
com o modelo de aprendizagem do sujeito; a avaliação da produção escolar e dos 
vínculos com os objetivos de aprendizagem escolar; a avaliação de desempenho em 
teste de inteligência e viso-motores; a análise dos aspectos emocionais por meio de 
testes e sessões lúdicas, entrevistas com a escola ou outra instituição em que o 
sujeito faça parte; etc. Esses momentos podem ser estruturados dentro de uma 
sequência diagnóstica estabelecida. 
Existem diferentes modelos de 
sequência diagnóstica, sendo que nos 
deteremos no modelo desenvolvido por 
Weiss (1992). As etapas que compõem o 
modelo e o caracterizam: 1) Entrevista 
Familiar Exploratória Situacional (E.F.E.S.); 
2) Entrevista de anamnese; 3) Sessões 
lúdicas centradas na aprendizagem (para 
crianças); 4) Provas e Testes (quando 
necessário); 5) Síntese diagnóstica – Prognóstico; 6) Entrevista de Devolução e 
Encaminhamento. 
Quanto a sua sequência e maneira de aplicá-las, as etapas podem ser 
mudadas de acordo com cada prática psicopedagógica. 
 Entrevista Familiar Exploratório Situacional (E.F.E.S.): 
 Visa a compreensão da queixa nas dimensões da escola e da família, a 
captação das relações e expectativas familiares centradas na aprendizagem escolar, 
a expectativa em relação ao psicopedagogo, a aceitação e o engajamento do paciente 
e de seus pais no processo diagnóstico e o esclarecimento do que é um diagnóstico 
psicopedagógico. Nesta entrevista, pode-se reunir os pais e a criança. É importante 
que nessa entrevista sejam colhidos dados relevantes para a organização de um 
 
Existem muitos fatores que interferem 
no processo de aprendizagem, porém a 
criança não é a única responsável 
pelos problemas que enfrenta ou que 
se encontra. Mas também, não é a 
busca de culpados por esses 
problemas que permitirá encontrar 
soluções. 
 
LEMBRE-SE 
7 
 
 
sistema consistente de hipóteses que servirá de guia para a investigação na próxima 
sessão. 
 Entrevista de Anamnese: 
É uma entrevista, com foco mais específico, considerada como um dos pontos 
cruciais de um bom diagnóstico, visando colher dados significativos sobre a história 
do sujeito na família, integrando passado, presente e projeções para o futuro, 
permitindo perceber a inserção deste na sua família e a influência das gerações 
passadas neste núcleo e no próprio. Na anamnese, são levantados dados das 
primeiras aprendizagens, evolução geral do sujeito, história clínica, história da família 
nuclear, história das famílias materna e paterna e história escolar. O psicopedagogo 
deverá deixá-los à vontade “... para que todos se sintam com liberdade de expor seus 
pensamentos e sentimentos sobre a criança para que possam compreender os 
pontos nevrálgicos ligados à aprendizagem” (Weiss, 1992, p. 62). 
 Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças): 
 São fundamentais para a compreensão dos processos cognitivos, afetivos e 
sociais, e sua relação com o modelo de aprendizagem do sujeito. A atividade lúdica 
fornece informações sobre os esquemas do sujeito. Winicott expressa assim sua 
opinião entre o brincar e a autodescoberta: “é no brincar, e somente no brincar, que 
o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: 
e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu” (1975, p. 80). 
Neste tipo de sessão, observa-se a conduta do sujeito como um todo, 
colocando também um foco sobre o nível pedagógico, contudo deve-se ter como 
postulado que sempre estarão implicados o seu funcionamento cognitivo e suas 
emoções ligadas ao significado dos conteúdos e ações. Para Paín (1992), podemos 
avaliar através do desenho, a capacidade do pensamento para construir uma 
organização coerente e harmoniosa e elaborar a emoção. 
 Provas e testes: 
As provas e testes podem ser usadas, se necessário, para especificar o nível 
pedagógico, estrutura cognitiva e/ou emocional do sujeito. O uso de provas e testes 
não é indispensável em um diagnóstico psicopedagógico, representa um recurso a 
8 
 
 
mais a ser utilizado quando necessário. É uma complementação que funciona com 
situações estimuladoras que provocam reações variadas. 
“As provas operatórias têm como objetivo principal determinar o grau de 
aquisição de algumas noções-chave do desenvolvimento cognitivo, detectando o 
nível de pensamento alcançado pela criança” (WEISS, 1992, p. 106). 
 Síntese diagnóstica 
A síntese diagnóstica é o momento em que é preciso formular uma única 
hipótese a partir da análise de todos os dados colhidos no diagnóstico e suas relações 
de implicância, que por sua vez aponta um prognóstico e uma indicação. Essa etapa 
é muito importante para que a entrevista de devolução seja consciente e eficaz. 
“Uma vez recolhida toda a informação (...) é necessário avaliar o peso de cada 
fator na ocorrência do transtorno da aprendizagem” (PAÍN, 1992, p. 69). 
 Entrevista de devolução e encaminhamento: 
É o momento que marca o encerramento do processo diagnóstico. “... Talvez 
o momento mais importante desta aprendizagem seja a entrevista dedicada à 
devolução do diagnóstico, entrevista que se realiza primeiramente com o sujeito e 
depois com os pais” (PAÍN, 1992, p. 72). É um encontro entre sujeito, psicopedagogo 
e família, visando relatar os resultados do diagnóstico, analisando todos os aspectos 
da situação apresentados, seguindo de uma síntese integradora e um 
encaminhamento. É uma etapa do diagnóstico muito esperada pela família e pelo 
sujeito e que deve ser bem conduzida de forma que haja participação de todos, 
procurando eliminar as dúvidas, afastando rótulos e fantasmas que geralmente estão 
presentes em um processo diagnóstico. Não é suficiente apresentar apenas as 
conclusões. É necessário aproveitar esse espaço para que os pais assumam o 
problema em todas as suas dimensões. 
Além dessas etapas, destacam-se ainda a Entrevista Operativa Centrada na 
Aprendizagem, que tem o objetivo de investigar os vínculos que o indivíduo possui 
com a aprendizagem, visando perceber o que o mesmo sabe fazer, o que lhe 
ensinaram e o que aprendeu a fazer; a avaliação do nível cognitivo por meio da 
aplicação de provas operatórias; a avaliação da produção escolar e dos vínculos com 
os objetivos de aprendizagem escolar; a avaliação de desempenho em testes 
9 
 
 
psicopedagógicos; a análise dos aspectos emocionais por meio de testes projetivos 
e sessões lúdicas; entrevistas com a escola ou outra instituição em que o sujeito faça 
parte, etc. Esses momentos irão se realizar com dimensões diferentes conforme a 
necessidade de cada caso. 
É de suma importância estar ciente que a obtenção de dados do avaliado não 
segue um modelo prefixado. Faz-se necessário conduzir o diagnóstico de maneira 
particular, aplicando- se os instrumentos ou técnicas que achar importante a depender 
da demanda que se apresenta, no intuito de captar ao máximo e de forma articulada 
os elementos na área cognitiva, afetivo-social e pedagógica. 
É significativo lembrar, ainda, que as etapas variam conforme a necessidade 
de cada caso. Esta sequência é organizada a partir dos primeiros contatos com o 
paciente. Uma ocasião marcante do diagnóstico é a entrevista de anamnese, pois 
nela são colhidos dados relevantes da história de vida do paciente. Importante 
observar outro instante deste processo, a entrevista “motivo da consulta”, quando o 
psicopedagogo deve relacionar elementos importantes para a compreensão do 
problema de aprendizagem. 
 
Figura 2 – Etapa do diagnóstico – Sessão lúdica 
Fonte -- Internet 
 
Diagnóstico do distúrbio de aprendizagem 
 
Investigação é um termo utilizado por Rubinstein (1987), e que definem a 
psicopedagogia. O profissional desta área deve vasculhar cada “canto” da pessoa, 
analisar o modo de como ela se expressa, seus gestos, a entonação da voz, tudo. O 
psicopedagogo deve também enxergar não só o que essa criança mostra, massaber 
perceber que ela pode ter algum problema imperceptível que está dificultando sua 
10 
 
 
aprendizagem e saber conduzí-la para outro profissional, como: psicólogos, 
fonoaudiólogos, neurologistas, etc., isso significa saber investigar os múltiplos fatores 
que levam está criança a não conseguir aprender. 
Fernández (1991) afirma que o diagnóstico, para o terapeuta, deve ter a 
mesma função que a rede para um equilibrista. É ele, portanto, a base que dará 
suporte ao psicopedagogo para que este faça o encaminhamento necessário. 
Diagnosticar nada mais é do que a constatação de que a criança possui algum 
tipo de dificuldade na aprendizagem, fato que normalmente só é detectado quando 
ela é inserida no ensino formal. Porém, uma vez realizada essa constatação, cabe à 
equipe investigar a sua causa e, para tanto, deve-se lançar mãos de todos os 
instrumentos diagnósticos necessários para esse fim. O diagnóstico psicopedagógico 
abre possibilidades de intervenção e dá início a um processo de superação das 
dificuldades. O foco do diagnóstico é o obstáculo no processo de aprendizagem. É 
um processo no qual analisa-se a situação do aluno com dificuldade dentro do 
contexto da escola, da sala de aula, da família; ou seja, é um exploração problemática 
do aluno frente à produção acadêmica. 
O objetivo do diagnóstico é obter uma compreensão global da sua forma de 
aprender e dos desvios que estão ocorrendo neste processo que leve a um 
prognóstico e encaminhamento para o problema de aprendizagem. Procura-se 
organizar os dados obtidos em relação aos sete diferentes aspectos envolvidos no 
processo de aprendizagem de forma particular. Ele envolve interdisciplinaridade em 
pelo menos três áreas: neurologia, psicopedagogia e psicologia, para possibilitar a 
eliminação de fatores que não são relevantes e a identificação da causa real do 
problema. 
É nesse momento que o psicopedagogo irá interagir com a criança, com a 
família e a escola, partes envolvidas na dinâmica do processo de ensino-
aprendizagem. Também é importante ressaltar que o diagnóstico possui uma grande 
relevância tanto quanto o tratamento, por isso ele deve ser feito com muito cuidado, 
observando o comportamento e mudanças que isto pode acarretar no sujeito. 
Conforme Fonseca, distúrbio de aprendizagem está relacionado a um grupo 
de dificuldades específicas e pontuais, caracterizadas pela presença de uma 
disfunção neurológica. Já a dificuldade de aprendizagem é um termo mais global e 
11 
 
 
abrangente com causas relacionadas ao sujeito que aprende, aos conteúdos 
pedagógicos, ao professor, aos métodos de ensino, ao ambiente físico e social da 
escola. 
Diante de todo o contexto envolvendo distúrbios de aprendizagem, é 
necessário que muito se reflita acerca de como podemos contribuir na aprendizagem 
dessas crianças. Uma conclusão prévia que já nos atrevemos a traçar é de que não 
é prudente inserirmos todas as crianças com distúrbio de aprendizagem num mesmo 
grupo. 
As crianças portadoras de distúrbio de aprendizagem não são incapazes de 
aprender, pois os distúrbios não é uma deficiência irreversível, mas uma forma de 
imaturidade que requer atenção e métodos de ensino apropriados, assim, as tarefas 
devem ser adaptadas de acordo com a necessidade de cada criança, lembrando que 
todas são diferentes e aprendem de maneiras e em tempo diferente. Os distúrbios de 
aprendizagem não devem ser confundidos com deficiência mental. Considera-se que 
uma criança tenha distúrbio de aprendizagem quando: 
 a) Não apresenta um desempenho compatível com sua idade quando lhe são 
fornecidas experiências de aprendizagem apropriadas; 
b) Apresenta discrepância entre seu desempenho e sua habilidade intelectual 
em uma ou mais das seguintes áreas; expressão oral e escrita, compreensão de 
ordens orais, habilidades de leitura e compreensão e cálculo e raciocínio matemático. 
O diagnosticador apresenta vantagens importantes que compensam. Uma 
delas é que ele possui muito mais dados sobre um sujeito do que geralmente um 
pesquisador tem sobre todo o grupo de sujeitos. Para diagnosticar deve haver: 
 • Sintomas apresentados; 
• O histórico inicial do desenvolvimento; 
• Histórico escolar; 
• O comportamento durante os testes; 
• Os resultados dos testes; 
12 
 
 
Embora um bom clínico deva estar consciente e fazer uso dos atributos únicos 
de um paciente, o processo científico na compreensão e no tratamento dos distúrbios 
mentais dependem de como eles apresentam variação “moderada”, diferenciando 
características de grupos dentro de nossa espécie. Se assim, não for, o trabalho com 
saúde mental se reduz apenas a tratar os problemas que cada um enfrenta na vida 
ou a recriar o campo para cada indivíduo único. 
Faz-se necessário recordar que os diagnósticos são um emaranhado de 
situações associadas, que dependem de algumas poucas restrições de peso e de 
muitas restrições mais leves. Nem todos os pacientes com determinados distúrbios 
apresentam os sintomas característicos, como dito antes, as crianças são distintas 
umas das outras, e apresentam características distintas. Ex: Nem toda criança autista 
têm estereotipias motoras ou aversão à fixação do olhar, embora sejam sintomas 
freqüentes do autismo. Estes sintomas oferecem evidências para este diagnóstico, 
mas sua ausência não viola uma restrição de peso. A tomada de decisão diagnóstica 
envolve a ponderação da adequação de diferentes diagnósticos competitivos às 
restrições de peso e às leves, fornecidas pelos dados. 
A finalidade do diagnóstico é encontrar o ponto neste espaço bidimensional 
que melhor se ajuste ao funcionamento cognitivo e emocional presente do paciente. 
Psicopedagogia Clínica 
 
De acordo com Wolffenbuttel (2005), a psicopedagogia oferece melhor reflexão 
sobre a aprendizagem de todos os sujeitos envolvidos. O objeto de estudo dela é 
compreender o aprender e o não-aprender. Onde existirem situações de 
aprendizagem, há espaço de reflexão psicopedagógica. Ela tem o seu olhar voltado 
sobre o ser humano em processo de construção de conhecimento, considerando as 
dimensões subjetivas e objetivas, auxiliando na busca da minimização dos problemas 
de aprendizagem e potencialização do aprender. 
A Psicopedagogia surgiu há poucos anos no Brasil e ainda é considerada uma 
área relativamente nova de estudos. 
Ela contempla uma abordagem ampla e integrada do sujeito a fim de compreender o seu 
aprender em todos os sentidos, a saber, em relação ao significado de aprender, à construção da 
13 
 
 
estruturação lógica, a um aprisionamento do corpo, a uma ressignificação de um organismo com 
problemas e outros. (WOLFFENBUTTEL, 2005, p.18) 
Nos estudos de Bossa (2000a) sobre a evolução da Psicopedagogia, observa-
se que, nesse processo histórico a Psicopedagogia Clínica obteve várias 
denominações, tais como pedagogia curativa, pedagogia terapêutica, psicopedagogia 
curativa e, finalmente, passa a assumir-se como Psicopedagogia. 
Na área da psicopedagogia, está a psicopedagogia clínica e a psicopedagogia 
institucional 
Segundo Bossa (2000a), o papel do psicopedagogo da clínica, é criar um 
espaço de aprendizagem, oferecendo ao sujeito oportunidades de conhecer o que 
está a sua volta, o que lhe impede de aprender, para que juntos, possam modificar 
uma história de não aprendizagem. 
A psicopedagogia clínica faz o papel de intervenção terapêutica, pois existe um 
profissional especializado no caso, o psicopedagogo e um sujeito com dificuldades 
no processo de aprendizagem. 
De acordo com Escott (2004), no diagnóstico psicopedagógico é necessário 
identificar, no desenvolvimento do sujeito e na relação com sua família e grupos 
sociais em que vive, o significado da não-aprendizagem. Dessa forma, a 
Psicopedagogia Clínica parte da história pessoal do sujeito, visando identificar sua 
modalidade de aprendizagem e compreender a mensagem de outros sujeitosenvolvidos nesse processo, seja a família ou a escola, buscando, implicitamente ou 
não, as causas do não-aprender. 
É de fundamental importância que o profissional de psicopedagogia consiga 
identificar como o sujeito se constitui, que transformações sofreu ao longo das 
diferentes etapas de vida, quais as estruturas e conceitos por ele construídos e a 
forma pela qual se relaciona com o conhecimento. 
Wolffenbuttel (2005, p.17), afirma que: 
O desejo está situado no nível simbólico, numa dimensão inconsciente. É o simbólico, 
através do não-dito, da atitude, que expressamos nossos sonhos, nossos erros, nossas falhas, 
nossos mitos. Esta dimensão responde também pelas significações de nosso aprender. Assim, nos 
faz únicos, cada um com sua história, seu imaginário, sua fantasia, seu medo, seu segredo, seu 
desejo de ser um aprendente ou não. 
14 
 
 
Tendo como referência o problema de aprendizagem na interseção desses 
níveis, as teorias que se ocupam da inteligência, do desejo, do organismo e do corpo, 
se separadas não conseguem resolver, o psicopedagogo clínico tem como dever não 
somente buscar compreender o porquê de o sujeito ter determinada dificuldade de 
aprendizagem, mas como ele pode vir a aprender e como se dará esse processo de 
aprendizagem. Essa compreensão iniciará no processo do diagnóstico. 
O objetivo da psicopedagogia clínica é diagnosticar e tratar os sintomas 
emergentes no processo de aprendizagem. O diagnóstico psicopedagógico busca 
investigar, pesquisar para averiguar quais são os obstáculos que estão levando o 
sujeito à situação de não aprender, aprender com lentidão e/ou com dificuldade; 
esclarece uma queixa do próprio sujeito, da família ou da escola. 
Clinicamente, o psicopedagogo deve reconhecer seu processo de 
aprendizagem, seus limites, suas competências, principalmente a intrapessoal e a 
interpessoal, pois seu objeto de estudo é um outro sujeito, sendo essencial o 
conhecimento e possibilidade de diferenciação do que é pertinente de cada um. Essa 
inter-relação de sujeitos, em que um procura conhecer o outro naquilo que o impede 
de aprender, implica uma temática muito complexa. 
Escott afirma que: 
[...] a Psicopedagogia Clínica tem como objetivo principal a investigação da etiologia e a 
intervenção nas dificuldades de aprendizagem em crianças, adolescentes e adultos, buscando a 
compreensão do processo de aprendizagem e suas fraturas, a partir do contexto desse e de todas as 
variáveis que intervêm neste processo. (2004, p.27). 
 
O “[...] objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico é identificar os desvios 
e os obstáculos básicos no Modelo de Aprendizagem do sujeito que o impedem de 
crescer na aprendizagem dentro do esperado pelo meio social” (WEISS, 2003, p. 32). 
Para Bossa (2002) os problemas de aprendizagem possuem origem na constituição 
do desejo do sujeito. 
O conhecimento psicopedagógico não se cristaliza numa delimitação fixa, nem nos déficits e 
alterações subjetivas do aprender, mas avalia a possibilidade do sujeito, a disponibilidade afetiva de 
saber e de fazer, reconhecendo que o saber é próprio do sujeito. (2002, p. 29). 
 
15 
 
 
 
 
O papel do psicopedagogo 
 
O papel inicial da psicopedagogia é 
focado no estudo do processo de 
aprendizagem, diagnóstico e tratamento dos 
seus obstáculos. O psicopedagogo irá fazer 
uma análise da situação do aluno para poder 
diagnosticar os problemas e suas causas. Ele levanta hipóteses através da análise 
de sintomas que o indivíduo apresenta, ouvindo a sua queixa, a queixa da família e 
da escola. Para isso, torna-se necessário conhecer o sujeito em seus aspectos 
neurofisiológicos, afetivos, cognitivos e social, bem como entender a modalidade de 
aprendizagem do sujeito e o vínculo que o indivíduo estabelece com o objeto de 
aprendizagem, consigo mesmo e com o outro. O psicopedagogo procura, portanto, 
compreender o indivíduo em suas várias dimensões para ajudá-lo a reencontrar seu 
caminho, superar as dificuldades que impeçam um desenvolvimento harmônico e que 
estejam se constituindo num bloqueio da comunicação dele com o meio que o cerca 
A psicopedagogia é um campo de conhecimento e atuação que lida com os 
problemas de aprendizagem nos seus padrões normais ou patológicos, considerando 
a influência da família, da escola e da sociedade no seu desenvolvimento. É uma 
ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, suas características, como 
se aprende, como a aprendizagem varia evolutivamente, como se produzem as 
alterações na aprendizagem, como reconhecer, tratar e prevenir essas alterações. 
 
O psicopedagogo procura, portanto, 
compreender o indivíduo em suas 
várias dimensões para ajudá-lo a 
reencontrar seu caminho. 
 
LEMBRE-SE 
 
A Psicopedagogia Clínica tem como foco diagnosticar e trabalhar os sintomas 
emergentes no processo de aprendizagem. Dá-se na relação entre um sujeito com sua 
história vital (pessoal) e sua modalidade de aprendizagem. 
LEMBRE-SE 
16 
 
 
O psicopedagogo é um profissional que pode auxiliar os alunos a lidarem com 
suas dificuldades circunstanciais de aprendizagem, a compreenderem o processo 
escolar e a descobrirem (ou redescobrirem) seus potenciais. 
Além do mais, o psicopedagogo pode oferecer a estes alunos a possibilidade 
de resgatar a própria autoestima e a motivação para a aprendizagem, bem como 
ajudá-los a acreditar que através de seu próprio esforço e capacidade podem 
aprender e se desenvolver com prazer 
A atuação do psicopedagogo não somente se limita ao contexto escolar. Ele 
também atua na parte clínica, dando uma significativa contribuição ao processo de 
desenvolvimento da criança como um todo. Nessa área, o profissional da 
psicopedagogia atua, principalmente, em clínicas especializadas, voltadas para a 
promoção do desenvolvimento da criança com retardo mental, síndrome de Down, 
Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, etc. (SCOZ et al., 2011). 
Ao psicopedagogo cabe saber como se constitui o sujeito, como este se 
transforma em suas diversas etapas de vida, quais os recursos de conhecimento de 
que ele dispõe e a forma pela qual produz conhecimento e aprende. É preciso, 
também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o que é aprender. 
Esclarece Scoz (2011, p. 6), que "a psicopedagogia estuda o processo de 
aprendizagem e suas dificuldades, e numa ação profissional deve englobar vários 
campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os". 
Podemos dizer que a psicopedagogia possui seu foco de atenção voltado para 
a compreensão do processo de aprendizagem, procurando entender a relação que o 
aprendiz estabelece com essa atividade. 
Diante disto, observa Barbosa (2006, p. 37), que: 
Quando dizemos que a Psicopedagogia se preocupa com o ser completo, que aprende, não 
podemos esquecer que faz parte da completude deste ser a capacidade de aprender em interação 
com aquilo ou aquele que ensina; e que a ação de ensinar não é sempre exercida pelo professor, 
assim como a de aprender não é de responsabilidade somente do aluno. 
Hoje, o trabalho da Psicopedagogia é evitar ou minimizar o fracasso escolar, 
facilitando o processo de aprendizagem, que, na ótica da Psicopedagogia, deve ser 
cognitivo, afetivo e social (FERNÁNDEZ, 2010). Entretanto, a psicopedagogia ainda 
17 
 
 
continuará modificando-se, seguindo seu caminho e construindo-se onde quer que 
exista um sujeito em aprendizagem. 
 
Na instituição escolar, a exemplo do que ocorre na clínica, o psicopedagogo 
trabalha com diagnóstico e intervenção. Ainda de acordo com Bossa (2007), o 
trabalho na instituição escolar, voltado para a psicopedagogia, apresenta as 
seguintes naturezas: 
a) uma psicopedagogia voltada para o grupo de alunos que apresentam 
dificuldades na escola, cujo objetivo é reintegrar e readaptar o aluno à situação de 
sala de aula, possibilitando o respeito às suas necessidades e ritmos; 
 b) uma assessoriajunto a pedagogos, orientadores e professores, destinada 
a trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir 
os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e o cognitivo, através da 
aprendizagem dos conceitos, as diferentes áreas do conhecimento. 
 Na instituição escolar, o psicopedagogo, numa ação preventiva, deve adotar 
uma postura crítica frente ao fracasso escolar, visando propor novas alterações de 
ação voltadas para a melhoria da prática pedagógica nas escolas, recorrendo, 
principalmente a planos de prevenção, fazendo com que o professor possa ensinar 
com prazer para que, por isso, seu aluno possa aprender com prazer. 
Dessa forma, percebe-se que o psicopedagogo possui um papel importante na 
contribuição da dinâmica escolar. E que sua atividade caracteriza-se pelo aspecto 
interacional, ou seja, pode fazer parte de uma equipe interdisciplinar atuando nas 
questões de discussão de problemática docente, discente e administrativa. Sua 
missão é contribuir nas diversas formas no processo educativo. Para tanto, esse 
profissional necessita ter bem claro como se processa todo o trabalho escolar. 
 
Figura 3 – Psicopedagoga com criança 
18 
 
 
Fonte - Internet 
 
Diagnóstico e intervenção na clínica psicopedagógica 
 
“O sucesso de um diagnóstico não reside no grande número de instrumentos 
utilizados, mas na competência e sensibilidade do terapeuta em explorar a 
multiplicidade de aspectos revelados em cada situação”. (WEISS, 2000, p.30) 
No diagnóstico psicopedagógico é realizada uma investigação na qual se 
procura compreender a forma que o paciente aprende e os desvios que ocorrem 
nesse processo. 
Para Weiss (2004), o diagnóstico psicopedagógico tem como objetivo básico 
identificar os desvios e os obstáculos básicos no Modelo de Aprendizagem do sujeito 
que o impedem de crescer na aprendizagem dentro do esperado pelo meio social, 
possibilitando assim ao psicopedagogo fazer as intervenções e os encaminhamentos 
necessários. Podemos defini-lo como um processo de investigação referente ao que 
não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. 
A relação do paciente com o terapeuta é, também, de fundamental importância 
para o processo do diagnóstico. Essa relação implica na validade e qualidade do 
diagnóstico, por isso, é importante terem empatia, ou seja, se identificarem um com 
outro, apresentando confiança; respeito e engajamento. 
Weiss (2004), afirma que o processo diagnóstico tem base no 
interrelacionamento dinâmico e de condutas interdependentes entre o terapeuta que 
no caso é o diagnosticador e o paciente que é o diagnosticado, a comunicação que é 
estabelecida entre os dois faz com que o diagnosticador atue sobre o paciente sempre 
que apresentar qualquer conduta. Tudo na comunicação entre estes dois sujeitos 
deverá ser analisada durante o diagnóstico: a palavra, o modo de falar, a atitude, os 
gestos, a linguagem corporal, etc. 
 
 
19 
 
 
No diagnóstico é importante que todas as regras de relacionamento, horários 
e honorários sejam bem definidos desde o primeiro contato. Essas regras devem ser 
claras e definidas em conjunto com o paciente e sua família. Por isso, é necessário o 
estabelecimento de um contrato com os pais e a construção de um enquadramento 
com estes e com o sujeito. 
Weiss (2004) determina alguns aspectos importantes do contrato e do 
enquadramento: previsão de número aproximado de sessões e forma de 
encerramento do trabalho, definição de dias, horários e duração das sessões; 
definição dos locais; honorários contratados e forma de pagamento. Estes aspectos 
são essenciais para o estabelecimento do profissional psicopedagogo. 
Paín (1985) afirma que no motivo da consulta é importante observar porque e 
por quem o paciente chegou até o terapeuta, se foi pela escola, pela professora, por 
um médico ou pela família. Isso é importante, pois dessa forma o psicopedagogo 
consegue entender que tipo de vínculo o paciente irá estabelecer, revelando dessa 
forma o grau de independência com que o paciente assume seu problema. 
A entrevista do motivo da consulta permite conhecer as expectativas que os 
pais têm em relação à intervenção do psicopedagogo. Muitos pais, mesmo solicitando 
ou assumindo as consequências da consulta, apresentam resistências à ação do 
terapeuta. 
Conforme Paín (1985), no caso de um paciente que consulta por problemas de 
aprendizagem, serão as seguintes as áreas de indagação predominantes: 
antecedentes natais na fase pré-natal que abrange as condições de gestação e 
expectativas do casal e da família, onde as doenças durante a gestação, dados 
genéticos e hereditários, serão solicitados somente se o caso justificar; fase peri-natal 
que envolve as circunstâncias do parto, sofrimento fetal, cianose ou lesão, entre 
outros danos que costumam ser causas de destruição de células nervosas que não 
se produzem e também de posteriores transtornos e fase neonatal que inclui a 
adaptação do recém-nascido, choro, alimentação, capacidade de adaptação da 
família do bebê através do respeito ao ritmo individual do bebê entendendo suas 
demandas. 
Existem três tipos de diagnósticos mais comuns dentro das provas projetivas: 
desenho da figura humana, relatos e desiderativo. 
20 
 
 
Segundo Paín (1985), o desenho da figura humana permite avaliar os recursos 
simbólicos do sujeito para referir a diferenças como criança/adulto; 18 
feminino/masculino; fada/bruxa, etc., o que revela o nível de sua adequação 
semiótica, cuja relação com a aprendizagem se teve oportunidade de enfatizar na 
ocasião em que se analisou a hora do jogo. 
Nas provas de relatos, Paín (1985) comenta que elas têm como instrução criar 
uma história ou antecipar seu final. São oferecidos ao sujeito estímulos gráficos ou 
verbais que sugerem certas relações ou transformações viáveis. O sujeito percorre 
um dos caminhos insinuados trazendo elementos mais ou menos originais. As 
lâminas e contos não são neutros, pelo contrário, apontam temas classicamente 
conflitivos, provocando defesas mais ou menos apropriadas. 
Em relação ao diagnóstico desiderativo, Paín (1985), afirma que as 
dificuldades, as falhas e os rodeios que os sujeitos com problemas de aprendizagem 
apresentam na prova denominada de desiderativo indicam sua dificuldade para 
recuperar intelectualmente objetos perdidos e reprimidos. 
Sabemos que as dificuldades de aprendizagem que chegam até o 
psicopedagogo clínico são diversas, não existe uma mais frequente que a outra, pois 
varia em cada caso, em cada contexto que o sujeito está inserido; por isso o 
psicopedagogo é um profissional qualificado, pois realiza um diagnóstico de 
intervenção e começa a obter seus resultados para, assim, identificar as dificuldades 
e realizar o tratamento necessário. 
Nesse sentido, acredita-se que as dificuldades de aprendizagem, sejam elas 
quais forem, somente serão vencidas por meio da interação da família, escola, 
professores e psicopedagogo clínico. 
 
 
 
21 
 
 
 
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