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Sistemas Gerenciais de Apoio à Decisão Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. João Luiz Souza Lima Revisão Textual: Prof. Ms. Fátima Furlan Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas • Introdução • Velha Economia e Nova Economia • Dimensionamento das Oportunidades de Negócios • Processos ao Longo das Teorias Da Gestão • Fases do Desenvolvimento das Organizações Empresariais • Considerações Finais · Esta unidade tem como objetivo ajudá-lo a refletir sobre a importância do entendimento das diferenças entre a velha economia e a nova economia, do dimensionamento das oportunidades de negócios, da evolução dos processos ao longo das teorias da gestão e das fases do desenvolvimento das organizações empresariais. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade, abordaremos quatro assuntos que envolvem a importância do entendimento das diferenças entre a velha economia e a nova economia, do dimensionamento das oportunidades de negócios, da evolução dos processos ao longo das teorias da gestão e das fases do desenvolvimento das organizações empresariais. Assim a unidade está estruturada em quatro tópicos que vão nos guiar em nossa disciplina. São eles: • Velha Economia e Nova Economia; • Dimensionamento das Oportunidades de Negócios; • Processos ao Longo das Teorias de Gestão; • Fases do Desenvolvimento das Organizações Empresariais A atividade reflexiva irá explorar o nível de teorização de todos vocês para introduzir os conceitos acima identificados. Também serão disponibilizadas outras indicações de leituras no espaço “material complementar” e em “documentos da disciplina” e as referências bibliográficas utilizadas para elaboração desta unidade. Desta maneira, desejo a você bons estudos! ORIENTAÇÕES Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas Contextualização As grandes corporações da Era Industrial ou Velha Economia como Exxon, General Motors, Chevron, Ford, Walmart, Sears e Dupont estão dando lugar aos novos complexos da Nova Economia como Time Warner, Microsoft, Sony, Disney, Apple, IBM e Dell. Essas empresas transnacionais estão usando a nova revolução digital nas comunicações para conectar o mundo. Na Era Industrial, quando produzir bens era a forma mais importante da atividade econômica, ter propriedades era essencial para a sobrevivência física e para o sucesso. Nesta Unidade, abordaremos quatro assuntos que muito tem se falado e dis- cutido no mundo empresarial: velha economia “versus” nova economia; dimen- sionamento das oportunidades de negócios; processos ao longo das teorias de gestão; fases do desenvolvimento das organizações empresariais. No entanto, devemos tomar muito cuidado ao abordarmos esses assuntos, para que não se tornem apenas um modismo passageiro. O gestor contemporâneo deve se uti- lizar da Tecnologia da Informação (TI) como ferramenta estratégica, visando a busca da vantagem competitiva. 6 7 Introdução As grandes corporações da Era Industrial ou Velha Economia como Exxon, General Motors, Chevron, Ford, Walmart, Sears e Dupont estão dando lugar aos novos complexos da Nova Economia como Time Warner, Microsoft, Sony, Disney, Apple, IBM e Dell. Essas empresas transnacionais estão usando a nova revolução digital nas comunicações para conectar o mundo. Na Era Industrial, quando produzir bens era a forma mais importante da atividade econômica, ter propriedades era essencial para a sobrevivência física e para o sucesso. Velha Economia e Nova Economia A transformação da Velha Economia para a Nova Economia tem sido longa. O processo começou no início do século XX, com a mudança na ênfase de bens manufaturados para o fornecimento de serviços básicos. A progressão das prioridades econômicas da manufatura de bens e serviços básicos para transformação das relações humanas em produtos intangíveis constitui a maior mudança ocorrida nas relações econômicas. Na Nova Economia, as máquinas inteligentes na forma de hardwares, softwares e netwares substituem cada vez mais a mão-de-obra na agricultura, na manufatura e nos setores de serviços. Fazendas, fábricas e muitas indústrias de serviços estão se tornando rapidamente automatizadas. Cada vez mais, a mão-de-obra física e mental, de tarefas repetitivas desinteressantes para o trabalho conceitual altamente profissional, será substituída por máquinas inteligentes no século XXI. Em meados deste século, a economia terá os recursos tecnológicos e a capacidade organizacional para fornecer os bens e serviços básicos para a população humana em expansão, usando uma fração da força de trabalho atualmente empregada. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), talvez se precise apenas cinco por cento da população adulta para administrar e operar a tradicional capacidade industrial global por volta do ano de 2.050. Fazendas, fábricas e escritórios praticamente sem trabalhadores será a norma em todos os países. No entanto, novas oportunidades de emprego existirão em atividades pouco conhecidas hoje. A visão filosófica para a noção moderna de propriedade foi dada pela primeira vez no século XVII pelo filósofo britânico John Locke. A sua teoria afirmava que a propriedade privada era um direito natural e não algo que a autoridade da Igreja ou do Estado concedia como privilégio, condicional ao desempenho de obrigações sociais estabelecidas. Locke acreditava que cada homem cria sua própria propriedade acrescentando seu trabalho à matéria bruta da natureza, transformando-a em coisas de valor. 7 UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas Enquanto Locke se preocupava com a maneira como os seres humanos criavam a propriedade, Adam Smith estava mais interessado em como a propriedade passava a ser comercializada no mercado por meio da troca. Smith focalizou sua atenção na economia da troca de propriedades. Na primeira fase do capitalismo industrial, os bens, que eram feitos em casa ou por artesãos locais para permuta e apenas ocasionalmente para a troca no mercado, gradualmente passaram a ser produzidos em massa em fábricas. A casa em si foi transformada de um lugar de produção para um local de consumo. A casa foi durante milhares de anos o local primário de praticamente toda a atividade econômica. O próprio termo economia vem do grego oikos, que significa gerenciar a economia da casa. No final de 1900, o historiador e sociólogo norte-americano Harry Braverman afirmou que muito da produção ainda era centrado na casa, mesmo nas densas áreas urbanas e nas cidades em crescimento dos Estados Unidos da América. As famílias que viviam em regiões altamente industrializadas daquele país estavam produzindo a maior parte de seus alimentos em casa. Elas criavam aves, gado e cultivavam vegetais e compravam apenas batatas no mercado. Enquanto as roupas masculinas eram geralmente compradas em lojas, as das mulheres e crianças eram costuradas em casa, primeiro à mão, e depois com a máquina de costura. Atualmente, o trabalho está começando a diminuir mais uma vez sua importância. A automação dos processos de produção e a crescente substituição da tecnologia inteligente pelo trabalho humano estão permitindo a liberação dos seres humanos do duro trabalho manual. Avanços tecnológicos estão sendo empregados nos setores de manufatura, de ser- viços e de conhecimento, aumentando a capacidade produtiva praticamente em todo campo comercial enquanto se reduz a necessidade de trabalho humano no processo. É bem provável que com os novos avanços em tecnologia e aumentos dramáticos na produtividade, a semana de trabalho, que no início da Era Industrial se aproximava de 70 horas ou mais e foi reduzido continuamente no último século para 40 horas e atualmente para 35 horas na França e na Itália, continuará seu declínio histórico para 30 horas e até para 20 horas no século XXI, tornando o trabalho humano bem menos importante como aspecto dominador da vida diária das pessoas.8 9 Dimensionamento das Oportunidades de Negócios O economista francês Jean Baptiste Say é geralmente aceito como um dos pioneiros, ao definir o empresário como um organizador e coordenador de fatores de produção que compra os insumos necessários, transforma esses insumos em produtos acabados e os vende ao respectivo mercado consumidor. O economista austríaco Joseph Schumpeter atribuía ao empresário o papel inovador, de produtor do progresso técnico, de motor das transformações. Ele partiu da crítica do caráter estático da economia política clássica, ou seja, sem empresários audaciosos e suas propostas de inovações tecnológicas, a economia manter-se-ia numa posição de equilíbrio estático, num círculo econômico fechado de bens, nulos o crescimento real e a taxa de investimento. Muitos autores já estabeleceram ligações entre os conceitos schumpeterianos de circuito fechado e evolução e os conceitos de reprodução simples e reprodução ampliada, criados por Karl Marx. No caso das inovações tecnológicas, Schumpeter entendia a existência de cinco categorias de fatores: a fabricação de um novo bem, a introdução de um novo método de produção, a abertura de um novo mercado, a conquista de uma nova fonte de matérias-primas e a realização de uma nova organização econômica, tal como o estabelecimento de uma nova situação de monopólio. Schumpeter enfatizou ainda a natureza evolucionária do sistema capitalista, afirmando também que, numa situação de monopólio, as empresas enfatizarão menos a competição de preços, aumentando a competição em termos de inovações tecnológicas e de organização. A figura 1 foi concebida para ilustrar o modelo proposto por Joseph Schumpeter, no qual há uma forte correlação entre desenvolvimento econômico e utilização de tecnologia, sendo esta considerada como uma vantagem competitiva para a nação que adotar o modelo em questão. Desenvolvimento Econômico Tecnologia Vantagem Competitiva Figura 1 – Modelo de Joseph Schumpeter Fonte: LIMA, 1996 9 UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas A Tecnologia da Informação (TI) consiste num conjunto de equipamentos, aplicações, serviços e tecnologias que envolvem: hardwares, softwares e netwares. Ela é, atualmente, complexa, abrangente e inclui uma imensa variedade de recursos. A TI está transformando os valores atuais da sociedade. É muito mais profunda e rápida que qualquer outra transformação tecnosocial na história, alterando drasticamente o perfil de toda a sociedade e de suas organizações empresariais. A TI garante ganhos de produtividade desde que a organização administre bem a sua base informacional e saiba aproveitar as oportunidades que as novas tecnologias de informação oferecem (Lima, 1996). A Tecnologia da Informação (TI) possibilita às empresas as seguintes diferencia- ções estratégicas: a) Diferenciar serviços/ produtos das organizações; b) Mudar as relações de poder e pressão e de força política; c) Criar ou destruir dependências entre organizações; d) Estabelecer relações de fidelidade com os respectivos clientes e fornecedores; e) Reduzir prazos para atividades essenciais da organização; f) Mudar drasticamente as estruturas de custos; g) Criar canais de comunicação com o cliente/cidadão/mercado inimagináveis há alguns anos; h) Fortalecimento da competitividade da organização; i) Integrar processos de trabalho; j) Impactos da natureza essencialmente econômica (reduções de custos, aumento de ganhos, melhorias de fluxos de caixa etc.); k) Importância como agente facilitador do trabalho, bem como integrador da organização; e l) Desenvolvimento do uso das tecnologias de informações que objetivam manter a empresa ou organização na vanguarda tecnológica. A utilização da TI consiste numa estratégia competitiva para o sucesso da implementação de mudanças radicais na empresa. Enquanto a Reengenharia envolve a análise e o reprojeto dos fluxos e processos administrativos dentro das organizações ou mesmo entre elas, a TI envolve o conjunto de recursos oferecidos por computadores, redes de comunicações de dados e softwares integrados. As modernas redes de telecomunicações permitem que as organizações possam se utilizar simultaneamente das gestões baseadas nas tomadas de decisões centralizadas ou descentralizadas. O mesmo ocorre com as modernas ferramentas de suporte à decisão, como por exemplo, os acessos a bancos de dados e os softwares específicos de simulação de resultados que permitem que a tomada de decisões faça parte integrante e normal do trabalho de todos os colaboradores da organização. A comunicação de dados sem fios (via satélite) e os computadores portáteis (laptop) possibilitam ao pessoal de campo enviar e receber informações onde estiver. A utilização do videodisco interativo permite o efetivo contato com um cliente em potencial, contribuindo com o esforço de venda pessoal (Lima, 1996). 10 11 A TI possibilita ainda, que as empresas utilizem recursos de alto desempenho em termos de hardware, software e netware, visando à identificação e o rastreamento automático dos pontos de controle dentro dos processos administrativos e operacionais existentes. Isso altera violentamente a ideia de que o administrador precisa descobrir onde estão os pontos de controle. Os softwares de alto desempenho disponíveis atualmente também possibilitam a revisão instantânea dos planos estratégicos da alta administração (Lima, 1996). O futurólogo e consultor norte-americano John Naisbitt, autor do livro Paradoxo Global, vê o desenvolvimento da TI como sendo, ao lado do colapso do comunismo e do crescimento do sudeste asiático, uma das três mudanças recentes e importantes na economia mundial (Naisbitt, 1994). Ex pl or Processos ao Longo das Teorias Da Gestão Os princípios contidos na Organização Científica do Trabalho (OCT), também conhecida por Teoria da Administração Científica ou Taylorismo, os quais foram idealizados no início do século XX nos Estados Unidos da América por Frederick Winslow Taylor e seus seguidores, pregavam conceitos ligados à melhoria dos processos empresariais quando enfatizavam a análise do trabalho e sua decomposição em tarefas seriais. Da mesma forma que a melhoria dos processos aborda atualmente a questão da utilização de recursos tecnológicos para o incremento dessas melhorias, a OCT pregava a utilização da tecnologia para capacitar à mudança nos métodos de trabalho. O Taylorismo abordava vários princípios relacionados aos conceitos da melhoria dos processos empresariais, conforme descrito a seguir: a) Distinção clara entre a execução do trabalho e o seu projeto. b) A suposição clara de que existe um projeto ideal para qualquer processo de trabalho. c) A necessidade de medidas e controles da eficiência e eficácia do trabalho. d) A necessidade de que os trabalhadores deveriam seguir procedimentos padronizados (Taylor, 1970). Taylor e outros adeptos da OCT encaravam a organização empresarial de um ponto de vista altamente mecanicista e viam no trabalhador um elemento do sistema, racional e maximizador do lucro. A OCT exerceu influência em muitas das ideias relativas à direção das organizações. A diferença entre os princípios da OCT e os da melhoria dos processos empre- sariais é que os últimos oferecem a possibilidade de tornar novamente completos trabalhos que tenham sido fragmentados e especializados pelo Taylorismo. 11 UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas A Teoria das Relações Humanas, através dos estudos realizados nos Estados Unidos da América na década de 30 por Kurt Lewin e Elton Mayo, estabeleceu alguns conceitos que contribuíram na formação dos princípios da Reengenharia de Processos. Os estudos de Lewis concentraram-se na melhoria das interações humanas dentro de pequenos grupos de trabalho. Os estudos de Mayo concentraram- se na compreensão das relações sociais de pequenos grupos (Kwasnicka, 1987). A Teoria das Relações Humanas foi aplicada em muitas empresas industriais,visando ao aperfeiçoamento dos trabalhadores das linhas de produção (linhas de montagem), além de ser utilizada como estratégia para a introdução de novas tecnologias e melhoria nos processos da empresa. A Reengenharia, por sua vez, utilizou esses conceitos no incremento da melhoria radical de resultados e o enfoque de avaliação e melhoria sobre os processos da empresa. As Teorias que criaram o movimento das Relações Humanas fizeram surgir uma visão diferente do empregado. Ele via a organização como um sistema social, com seus membros fortemente influenciados por relações intragrupos e com o indivíduo motivado por uma complexa hierarquia de necessidades conhecida como Pirâmide de Maslow. Embora reconhecendo a importância das necessidades econômicas, os adeptos das Relações Humanas davam ênfase às necessidades sociais, de status e outras, como básicas para a motivação dos participantes da organização. O movimento das Relações Humanas na indústria não esteve separado dos progressos fundamentais verificados na Ciência Behaviorista. A Teoria das Ciências Behavioristas – a psicologia, a sociologia e a antropologia – e as pesquisas nela efetuadas, exerceram profunda influência sobre o modo básico de ver o homem dentro da organização e da sociedade, tendo exercido, dessa maneira, papel importante na transformação da Ética Capitalista e da ideologia da Administração. Os conceitos contidos na Teoria Estruturalista também influenciaram os conceitos da melhoria dos processos empresariais. Esta última entendeu que sem o Estruturalismo, aumentam-se as dificuldades para o entendimento do complexo modelo organizacional. A Teoria Estruturalista foi aplicada não só exclusivamente na Administração, mas também na Economia, Antropologia, Filosofia, Linguística, Psicanálise, entre outras ciências. Os próprios conceitos de estruturalismo e de estrutura foram bastante significativos como influenciadores da melhoria dos processos empresarias. Estrutura é o conjunto formal de dois ou mais elementos que subsiste inalterado seja na mudança, seja na diversidade de conteúdo, ou seja, a estrutura se mantém mesmo com a alteração de um dos seus elementos ou das relações entre os mesmos. A melhoria dos processos compreende esse conceito na medida em que promove mudanças nos processos organizacionais modificando-os, às vezes até radicalmente, e estabelecendo uma nova ordem na estrutura das empresas. Outro aspecto relevante a ser considerado na Teoria Estruturalista como influenciador da melhoria dos processos é o fato dessa Teoria relacionar-se fortemente com a Teoria Sistêmica dando-lhe embasamento. 12 13 A Teoria Sistêmica contribuiu para dar à melhoria dos processos empresariais a visão sintética do todo e os subsídios necessários para lidar com a grande e complexa empresa. Esta, por sua vez, foi definida pela Teoria Sistêmica como sendo um sistema aberto formado por várias partes interagentes e interdependentes entre si. A Teoria Sistêmica possibilitou o estudo das relações entre os diversos elementos componentes do sistema, ou seja, o objetivo do sistema, as entradas, o seu processamento, as saídas, os mecanismos de controle do sistema e o seu processo de retroalimentação. A Teoria Sistêmica permitiu que a gestão empresarial pudesse evoluir no entendimento da organização através dos seus processos interno e externo. Para a gestão a empresa constitui um grande processo formado por vários subprocessos interdependentes e interagentes entre si. Portanto, o administrador ao estudar os princípios da melhoria dos processos notará a similaridade que há entre os processos e os sistemas existentes na organização. A gestão, muitas vezes, racionaliza os processos da organização, pregando aos administradores a manutenção da unicidade e da qualidade das informações. Esses princípios são derivados dos mesmos princípios consagrados que foram estabelecidos pela Teoria Sistêmica a partir de 1951. A Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO), criada na década de 60, influenciou a melhoria dos processos no tocante à melhoria contínua e sistemática da organização como um todo e na progressão da qualidade do atendimento aos clientes, ou seja, o “continuous improvement”. Essa Teoria tem como objetivo primordial aplicar o conhecimento obtido com a Teoria das Relações Humanas na moldagem dos processos de formação de grupos e das relações intergrupais a fim de assegurar a eficiência e a eficácia organizacional. Importante! Assim como a Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO), a Reengenharia tam- bém se utiliza dos grupos para a execução das melhorias organizacionais. Você Sabia? As Teorias que envolvem o Movimento da Qualidade influenciaram sobremaneira a melhoria dos processos. Dentre os precursores do Movimento da Qualidade destacamos a figura consagrada do norte-americano Edward Deming que admitia a mudança radical mas argumentava que a organização que não apoiasse a melhoria incremental contínua não teria condições de desenvolver uma mudança mais radical (Cruz, 1995). A tabela 1 a seguir, apresenta uma comparação entre as técnicas consagradas do DO e as técnicas propostas pela Reengenharia. Tabela 1 – Desenvolvimento Organizacional “Versus” Reengenharia Comparações entre o Desenvolvimento Organizacional (DO) e a Reengenharia Pontos Comparativos Desenvolvimento Organizacional Reengenharia de Processos 13 UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas Comparações entre o Desenvolvimento Organizacional (DO) e a Reengenharia Objetivos Assegurar a eficiência e a eficácia organizacional Cortar desperdícios e gerar mais eficiência e eficácia organizacional Premissa Equipes, reuniões de confrontação, pesquisa de alternativas e treinamento Times escolhidos de diferentes níveis hierárquicos e áreas da organização Técnicas Usadas Formação de grupos, examinando as suas interações Questionar a própria existência da organização Essência Treinar e sensibilizar para poder mudar Estabelecer as metas para o futuro da organização Administração Contemporânea Planejamento lógico e racional Ações com resultados imediatos Criadores da Técnica Consultores experimentados Acadêmicos de carreira Interfaces na Estrutura Matricial De cima para baixo Definição da Técnica Muito lenta e trabalhosa Muito rápida e inconsequente Importância Vital para o relacionamento humano e crescimento da organização Vital para a sobrevivência da organização Fonte: LIMA, 1996. Outro estudioso do Movimento da Qualidade que se preocupou inicialmente com mudanças radicais nos processos empresariais foi o romeno Joseph Juran (nasceu em 1904 na Romênia e emigrou para os Estados Unidos em 1912). Posteriormente, assim como Deming, Juran deu ênfase à melhoria disciplinada e contínua do processo (Juran & Gryna, 1991). O exemplo da utilização das técnicas de melhorias contínuas dos processos organizacionais é dado pelas empresas japonesas. Estas causaram grande impacto no Ocidente a partir da década de 70, quando demonstraram extrema competência no atendimento às exigências do mercado consumidor em que atuavam. As empresas japonesas também causaram, extremo desconforto aos meios empresariais ocidentais nos métodos que utilizavam para a colocação de produtos com preços acessíveis e qualidade muito acima da média dos concorrentes (Womack, Jones & Roos, 1994). Atualmente, as práticas gerenciais japonesas dedicam quase que a totalidade do tempo disponível no gerenciamento dos processos e na busca da melhoria contínua conhecida como Kaisen. Alguns estudiosos japoneses do Movimento da Qualidade, dentre os quais podemos destacar Kaoru Ishikawa e Masaaki Imai, passaram a escrever sobre essas práticas gerenciais adotadas e logo ficaram conhecidos nos meios empresariais e acadêmicos ocidentais. Porém, muitos especialistas em Reengenharia atribuem à origem do emprego da melhoria dos processos empresariais, pela primeira vez, no sentido que lhe é dado hoje na AdministraçãoContemporânea, ao norte-americano Michael Hammer. Michael Hammer, um ex-professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e atual consultor de renome nos países de língua inglesa, divulgou suas ideias através de um artigo publicado na revista norte-americana Harvard Business Review, em sua edição de julho / agosto de 1990. A palavra “melhoria dos processos” foi citada no título do artigo: Reengineering Work: Don’t Automate, Obliterate. 14 15 Como não há uma equivalência na tradução para a língua portuguesa das palavras “to engineer” ou “to reengineer”, o título do artigo de Hammer foi traduzido como: “Refazendo o Trabalho: Não Automatize, Destrua! ” (Lima, 1996). O artigo de Hammer fazia alusões à má utilização dos recursos de informática por parte das empresas ocidentais, ou seja, essas empresas apenas estavam informatizando os processos existentes sem ao menos reprojetá-los desde o início, visando assim à melhoria necessária para tornar a empresa eficiente e eficaz. Dizia que as empresas estavam operando por intermédio de regras mal articuladas, resultantes das pressões do cotidiano e de práticas gerenciais obsoletas (Moreira, 1994). Além disso, Hammer conseguiu dar um nome comum aos vários esforços semelhantes que estavam sendo desenvolvidos até então. Hammer defendia uma nova técnica de gestão: A Reengenharia, a qual deveria ser empregada a qualquer custo, mesmo que isso representasse uma mudança drástica envolvendo a destruição da estrutura antiga e o estabelecimento de uma nova ordem organizacional. Outro personagem que muito contribuiu para o incremento do estudo da Reengenharia foi o consultor canadense Thomas Davenport que se dedicou mais às mudanças organizacionais e divergia de Michael Hammer com relação à função reservada ao ser humano dentro da mudança. Davenport pregava a Reengenharia mas defendia a preservação das pessoas, tendo a Tecnologia da Informação (TI) como ferramenta facilitadora às inovações ou melhorias incrementais (Lima, 1996). A Reengenharia tem como filosofia básica à mudança dos paradigmas empresariais atuais, ou seja, a quebra dos padrões adotados até então na Administração de Empresas, possibilitando a transformação radical na forma de organizá-las, tornando-as eficientes, eficazes, flexíveis e voltadas aos seus clientes. A Reengenharia pode ser definida, conforme abaixo: a) Consiste no repensar dos propósitos da empresa (o que ela faz e como ela faz). b) Consiste na análise profunda dos atuais processos da empresa. c) Consiste na utilização da Tecnologia da Informação (TI) para modificar fundamentalmente a forma de condução da empresa e não para simplesmente fazê-la funcionar mais rápido. d) Consiste na transformação total da empresa através do remodelamento sem restrições de todos os processos existentes, tecnologias e sistemas administrativos, bem como da estrutura e valores da empresa (Lima, 1996). Na verdade, não estamos somente diante de um conceito novo para representar uma ideia antiga, mas sim, diante de uma quebra de padrões que está proporcionando mudanças radicais na forma de se organizar as empresas e alterar a concepção que se tem dos negócios. A Reengenharia deve ser entendida como o modo pelo qual se pode voltar à empresa para o cliente, garantir qualidade e produtividade nos principais processos 15 UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas organizacionais, obter maior agilidade e objetividade nas decisões e, finalmente, transformar as organizações no sentido de torná-las mais competitivas. Repensar a organização significa romper com o passado e pensar como as coisas deveriam ser independentemente de como estão sendo feitas nas circunstâncias atuais. Significa reinventar a empresa jogando fora os paradigmas existentes, concebendo maneiras totalmente novas de realizar o trabalho organizacional. Significa provocar transformações que devem ser dramáticas, no sentido de superar ganhos marginais ou incrementais. A Reengenharia permite o rompimento com os padrões estabelecidos no passado, possibilita a avaliação de maneira mais profunda à razão da própria existência da empresa e questiona radicalmente o seu funcionamento, assumindo circunstâncias totalmente novas, de maneira prática e profunda. De um modo geral, as organizações são orientadas por funções, tarefas e estruturas e não por processos. A estrutura através de pirâmides hierárquicas, denota muita rigidez e concentração do poder em alguns poucos executivos, geralmente do seu mais alto escalão. Isso leva a empresa a perder agilidade e competitividade diante da concorrência. A falta de visão nos processos faz com que os executivos enxerguem apenas até o limite de suas funções as quais passam a ser mais importante que os clientes permitindo que as responsabilidades se percam entre os departamentos (Rummler & Brache, 1990). Ninguém administra os espaços em branco no organograma. Portanto, a visão de processos é fundamental para a aplicabilidade da Reengenharia nas empresas e a sua concepção será definida no próximo tópico. O modelo administrativo tradicional baseado na “pirâmide hierárquica ou estrutura vertical” é fortemente combatido pela Reengenharia que visa à criação de um novo paradigma, partindo do princípio de que para tornar a empresa mais competitiva é preciso, a partir de sua reinvenção ou transformação, introduzir um modelo de gestão voltado para os processos e não para as funções fixas do organograma tradicional. Um processo pode ser subdividido em subprocessos que se inter-relacionam de forma lógica. O subprocesso é constituído por um determinado número de atividades que são ações necessárias para produzir resultados. Cada atividade é constituída por tarefas executadas pelas pessoas (Kamel, 1994). A Reengenharia possui algumas características básicas que devem ser levadas em consideração para a sua implementação, conforme segue: a) Objetivo Estratégico; b) Visão por Processos de Negócio; c) Melhoria Significativa nos Resultados; d) Impacto Organizacional Amplo e Profundo; e e) Esforço Abrangente e Multidisciplinar. 16 17 O processo pode ser entendido como a sequência de atividades que começa na percepção das necessidades explícitas e implícitas de um cliente e termina com a superação de suas expectativas, através da transformação dos insumos recebidos em produtos/serviços definidos e muitas vezes executados em parceria com clientes e fornecedores, conforme ilustrado na figura 2. A Reengenharia se integra perfeitamente às novas abordagens de administração voltadas para a melhoria dos processos empresariais. Dentre essas abordagens destacam-se o Gerenciamento da Qualidade Total (TQM), o Just-in-Time (JIT), o Kaisen, a Análise do Valor do Processo, o Manufacturing Resource Planning (MRP II), o Custeio Baseado na Atividade (Activity Based Costing - Custo ABC), o Downsizing e o Benchmarking. Ex pl or A figura 2 a seguir, apresenta as interfaces entre os vários processos da empresa e a integração destes com a Tecnologia da Informação (TI). Inventário do fornecedor/ pedido ao fornecedor Estoque de matérias- primas Estoque de matérias em processo Estoque de produtos acabados Pedidos de clientes em processo Inventário do cliente/ canal de vendas Lead-time (Tempo em dias) +$ -$ Fo rn ec ed or es Cli en te s/C on su m id or SUPLEMENTOS Desenvolvimento de fornecedores/ Acordos comerciais SERVIÇOS Assistência técnica/ Suporte pós-venda LOGÍSTICAS (SAÍDA) Coleta de pedido/ Distribuição/ Carteira de pedidos MARKETING/ VENDAS Promoção/ Propaganda/ Relacionamento/ Merchandising PLANEJAMENTO Planejamento da demanda/ S&OP/MPS/MRPCRP PRODUÇÃO Controle do chão de fábrica LOGÍSTICAS (ENTRADA) Programação de vendas sem movimentação/ Armazenagem Figura 2 – Visão dos Processos Empresariais na Indústria Fonte: Lima, 1996. 17 UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas O Gerenciamento da Qualidade Total (Total Quality Management- TQM) objetiva a melhoria contínua dos processos empresariais em termos de custo, tempo e qualidade para o atendimento das necessidades dos clientes. O TQM utiliza gráficos de processo ou fluxo para a compreensão dos processos existentes na empresa e suas abrangências, finalizando com a adequação de atividades para a implementação de melhorias. O Just-in-Time (JIT) tem como objetivo a melhoria contínua dos processos produtivos, possibilitando entre outros benefícios a redução dos estoques fabris. O JIT possui em sua filosofia e metodologia a aversão e ataque às perdas, ou seja, tudo aquilo que não agrega valor ao produto ou serviço. O Kaisen consiste num esforço sistemático e contínuo no qual todos na organização contribuem para que a lucratividade, a qualidade do produto e o prazo de entrega ao cliente sejam constantemente melhorados. A Análise do Valor do Processo visa a simplificação de um processo empresarial, reduzindo seu custo e tempo de execução. A metodologia básica dessa abordagem consiste na análise de cada etapa do processo onde é estabelecido um valor monetário para a etapa. Daí verifica-se se a etapa agrega valor ao processo como um todo. Caso contrário, a etapa é eliminada do processo. O Planejamento dos Recursos de Manufatura (Manufacturing Resource Planning - MRP II) consiste numa filosofia de Administração que busca a melhoria contínua do processo de manufatura através da utilização ótima das informações disponíveis sobre pedidos a serem faturados aos clientes, posição dos estoques existentes, centros produtivos e roteiros de produção, tempos associados à fabricação, custeio do produto, etc. O MRP II possibilita à empresa a melhoria dos seus processos interno e externo. O Custeio Baseado na Atividade (Activity Based Costing - ABC) tem como objetivo o corte dos custos através da análise do processo como um todo e da verificação das atividades que não agregam valor ao produto / serviço fornecido pela empresa aos seus clientes. O Custeio ABC prega a eliminação dessa atividade não só do cômputo geral da formação do custeio, mas também de sua eliminação definitiva do processo. O Custeio ABC está transformando a Contabilidade Gerencial tradicional com o envolvimento crítico maior desta área nos processos organizacionais. O Downsizing consiste na redução de níveis hierárquicos de uma organização para manter o essencial e a aproximação da base em relação à cúpula (direção). Geralmente, é acompanhado de uma descentralização do processo de tomada de decisões para os níveis inferiores da pirâmide hierárquica da organização. O Benchmarking consiste num processo contínuo no qual a empresa avalia seus produtos, serviços, processos administrativos e operacionais em relação aos seus mais fortes concorrentes ou mesmo às empresas notadamente reconhecidas como líderes em termos de excelência empresarial. É uma abordagem estruturada para se observar o mercado pelo lado de fora da empresa e da adaptação das melhores 18 19 práticas empresariais encontradas no aprimoramento dos processos internos e na busca de uma estratégia ideal para a empresa. O Benchmarking é a avaliação objetiva de como a empresa está posicionada no mercado em relação aos competidores de classe mundial ou do mesmo ramo de atividades. É um processo em que a empresa aprende com a experiência, observando o que a concorrência está fazendo no presente e projetando qual seria o seu desempenho no futuro. A implementação da Reengenharia de Processos passou a ser vista e apregoada por muitos empresários, executivos e consultores como a solução para os principais e mais urgentes problemas das organizações do final do século XX. Caso a organização não a adote, é improvável que sobreviva no século XXI, afirmava Michael Hammer. Por outro lado, o maior desafio para as organizações nos dias de hoje não é o nível de sua tecnologia ou competitividade, mas sim, o gerenciamento de seus recursos humanos. Partindo desse pressuposto de que não existe organização sem pessoas, podemos inferir que não haverá Reengenharia sem que as pessoas estejam envolvidas com ela. No entanto, a Reengenharia começou a rever seus postulados a partir do momento em que, com a desculpa de reduzir custos, muitas empresas se aproveitaram da sua bandeira para promoverem e realizarem demissões ou redução dos níveis hierárquicos (Downsizing) em suas respectivas estruturas organizacionais. Em outubro de 1995, numa conferência da empresa de consultoria Arthur D´ Litlle, representantes de algumas companhias bem-sucedidas dos Estados Unidos concordaram que a Reengenharia, experimentada por cerca de dois terços das maiores empresas americanas e europeias necessitava, ela própria, reestruturar- se um pouco (Lima, 2003). A reestruturação proposta pelos seus reformadores consistia na reformulação da ideia de cortes dos custos drásticos a serem efetuados no curto prazo em troca da introdução de conceitos de planejamento estratégico e de recursos humanos mais “holísticos” de longo prazo. As empresas norte-americanas e europeias que fracassaram na implementação de projetos de Reengenharia estavam muito mais interessadas em saciar a sede das bolsas de valores por soluções rápidas, normalmente pela demissão de funcionários, em vez da introdução de mudanças estruturais. Ao mesmo tempo em que destrói o moral das pessoas, esse método leva ao que se chama de “anorexia corporativa” com empresas muito enxutas para tirarem benefícios dos ciclos de alta na economia. O termo “anorexia corporativa”, que foi criado pelos militantes do movimento que criticou a Reengenharia recentemente, significa dizer que as empresas com estruturas organizacionais muito enxutas ou “magras” não estariam preparadas para enfrentar um reaquecimento da economia e, consequentemente, tenderiam a perder mercado para outras empresas mais preparadas dentro do respectivo segmento de mercado (Gibson, 1998). 19 UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas Importante! O indiano C. K. Prahalad, um dos principais militantes do movimento, professor da Universidade de Michigan e autor do livro “Competing for the Future”, afirmou que os executivos preferem cortar ativos a aumentar o faturamento líquido. Prahalad chegou à conclusão de que os dirigentes dedicam menos de 3% de suas energias para construir o futuro. Ele contesta não só a Reengenharia, mas todas as novas teorias e técnicas que levam à eliminação de níveis hierárquicos e de empregos (Lima, 1996). Você Sabia? As considerações de Prahalad nos levam a considerar o papel gerencial na implantação de qualquer nova medida sobre a estrutura da organização e aquelas empresas que não tiverem um corpo executivo disposto a pensar no amanhã e construir, consequentemente, um novo futuro não deverão aplicar a Reengenharia ou qualquer nova abordagem de Administração. O consultor brasileiro João Bosco Lodi afirmou que a Reengenharia nada mais é do que “um detestável renascimento do taylorismo noventa anos depois” (Lima, 2003). Lodi aponta para o fato de a Reengenharia focalizar o processo interno da empresa e não a totalidade do negócio e os seus resultados. No entanto, ele reconhece que a Reengenharia é uma nova fórmula de Administração e que o Taylorismo conduziu países como os Estados Unidos e o Japão ao pleno desenvolvimento econômico. Michael Hammer e Steve Stanton afirmaram que a Reengenharia é uma revolução e, conforme todas as revoluções – políticas, econômicas e sociais, ela inevitavelmente produziu os seus próprios contrarrevolucionários. Segundo Hammer e Stanton, a missão dos contrarrevolucionários é evitar a Reengenharia fazendo-a regredir para assim estabelecerem a manutenção do estado de coisas em vigor (Hammer & Stanton, 1995). Fases do Desenvolvimento das Organizações Empresariais Para melhor compreender as principais características das organizações empresarias ao longo do tempo, dividiremos o seu desenvolvimento em três fases, conforme descritoa seguir: • Fase 1 – Sociedade Comercial. Capital, terra e trabalho eram os responsáveis pelo crescimento das organizações nessa fase; • Fase 2 – Sociedade Industrial. Capacitação tecnológica que proporcionou a alavancagem das primeiras indústrias e o desenvolvimento científico proporcionado, ainda, pela utilização do capital, da terra e do trabalho foram os responsáveis pelo crescimento das organizações nessa fase; 20 21 • Fase 3 – Sociedade do Conhecimento. Capital intelectual é o grande fator responsável pela alavancagem das organizações nessa fase. O uso das máquinas transformou, radicalmente, a natureza da atividade produtiva, deixando sua marca nos costumes sociais através do último século. A invasão foi tamanha que, hoje, cientistas produzem interpretações mecanicistas do mundo natural. Filósofos e psicólogos articulam teorias mecanicistas da mente e do comportamento humano. E onde nós podemos ver isso? Veja em seu pulso. Há um relógio aí? O fato de estarmos sempre presos ao “tempo” é uma convenção mecanicista, já que um relógio é um dispositivo de controle dessa convenção. Isso demonstra que, hoje, vivemos presos a “processos”. Cadeias de lojas de refeições rápidas são outras evidências de que estamos presos ao tempo. Refeições rápidas existem porque você precisa poupar tempo, pois algum dispositivo social exige que você gaste seu tempo em outra atividade. Por outro lado, a atividade do fast-food dá emprego e renda a uma fração da população. Logo, é, também, necessária. Pense que, hoje, as cidades possuem um volume populacional maior do que havia em 1800; muitos vivem em apartamentos, e isso impede que possam ter uma horta, uma vaca ou algumas ovelhas. A abordagem mecanicista leva-nos a pensar de forma linear. Essa linearidade é explicada pelo sucesso obtido por Henry Ford na concepção e utilização da Linha de Produção, extraída dos conceitos defendidos por Frederick Winslow Taylor. Assim, o Mundo Ocidental passou a enxergar a realidade com base nas linearidades sugeridas pelas linhas de produção, considerando que esse seria o melhor sistema de interpretação das necessidades humanas. Entretanto, é possível enxergar, através de uma ótica circular, que os processos humanos não são tão “lineares” e que essa linearidade sugerida por Ford pode con- duzir organizações ao insucesso pela estagnação ou pelo reforço de ações incorretas. A sociedade industrial deixou marcas profundas e modificou a sociedade civil. Quantos anos as comunidades, principalmente as do interior, acertaram seus reló- gios pelo relógio da fábrica ou da antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro? As famílias passaram muito tempo orientando suas vidas particulares pelas necessidades das fábricas, que também reorganizaram a vida do comércio. As fábricas, estruturadas até a década de 80 em grandes dependências, com inúmeros prédios, ganharam status de pequenas cidades, com vida própria e processos complexos que demoravam muito tempo para serem concluídos. 21 UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas Considerações Finais Esta unidade teve como objetivo ajudá-lo a refletir sobre a importância do entendimento das diferenças entre a velha economia e a nova economia, do dimensionamento das oportunidades de negócios, da evolução dos processos ao longo das teorias da gestão e das fases do desenvolvimento das organizações empresariais. Essa compreensão permite que o gestor possa, com base naquilo que foi sucesso ou insucesso no passado, preparar o futuro da organização em que estiver atuando. 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites SAP Brasil Site Institucional SAP Brasil (uma das maiores empresas do mundo em sistemas de gestão. www.sap.com.br Livros A Terceira Onda TOFFLER, Alvin. A Terceira Onda. São Paulo: Record, 1997. 23 UNIDADE Desenvolvimento das Organizações Contemporâneas Referências BALLESTERO-ALVAREZ, Maria Esmeralda. Manual de Organização, Sistemas e Métodos. São Paulo: Atlas, 2007. CRUZ, T. Reengenharia na Prática. São Paulo: Atlas, 1995. GIBSON, R. (Organizador). Repensando o Futuro – Negócios, Estratégia, Concorrência, Controle, Liderança, Mercados e Globalização. São Paulo: Makron Books, 1998. HAMMER, M. & STANTON, S. A. A Revolução da Reengenharia - Um Guia Prático. Rio de Janeiro: Campus, 1995. JURAN, J. M. & GRYNA, F. M. Controle da Qualidade. São Paulo: McGraw Hill, 1991. Volume I. KWASNICKA, E. L. Teoria Geral de Administração. 2.ed. São Paulo, Atlas, 1987. LANDES, D. S. Riqueza e a Pobreza das Nações. 6.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. LIMA, J. L. de S. Proposta Metodológica para a Implementação da Reengenharia de Processos em Empresas dos Segmentos Químico e Petroquímico Brasileiro. Dissertação de Mestrado defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 26 de agosto de 1996. ________. Tecnologia, Novas Formas de Gerenciamento e Desemprego Industrial. Tese de Doutorado defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 14 de maio de 2003. MACEDO, R. B. M. Seu Diploma, Sua Prancha: Como Escolher a Profissão e Surfar no Mercado de Trabalho. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. NAISBITT, J. Paradoxo Global. Rio de Janeiro: Campus, 1994. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Sistemas de informação gerencial. São Paulo: Atlas, 2002. PRAHALAD, C. K. & HAMEL, G. Competindo Pelo Futuro. Rio de Janeiro: Campus, 1995. PORTER, M. E. Competição – On Competition – Estratégias Competitivas Essenciais. 5.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. SOROS, G. A Crise do Capitalismo – As Ameaças aos Valores Democráticos – As Soluções Para o Capitalismo Global. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. TAYLOR, F. W. Princípios de Administração Científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 1970. WOMACK, J. P. & Outros. A Máquina que Mudou o Mundo. 3.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994. 24 Sistemas Gerenciais de Apoio à Decisão Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. João Luiz Souza Lima Revisão Textual: Profa. Ms. Fátima Furlan Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações • Introdução • Ações de Empreendedorismo • Perspectivas das Organizações do Século XXI • Capacidade Inovadora e de Competição • Organização e Administração • Sistemas de Informações • Considerações Finais · Esta unidade apresenta as ações empreendedoras e os Sistemas de Informações, contendo as suas características, componentes, ambientes e ferramentais envolvidos. Além disso, são discorridas com detalhes as perspectivas das organizações do século XXI, a capacidade inovadora e de competição das organizações e os conceitos fundamentais de organização e administração. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta unidade, abordaremos cinco assuntos que envolvem as ações de empreendedorismo, as perspectivas das organizações do século XXI, a capacidade inovadora e de competição das organizações, os conceitos fundamentais de organização e administração e os conceitos de sistemas de informações. Assim a unidade está estruturada em cinco tópicos que vão nos guiar em nossa disciplina. São eles: · Ações de Empreendedorismo; · Perspectivas das Organizações do século XXI; · Capacidade Inovadora e de Competição; · Organização e Administração; · Sistemas de Informações. A atividade reflexiva irá explorar o nível de teorização de todos vocês para introduzir os conceitos acima identificados. Também serão disponibilizadas outras indicações de leituras no espaço “material complementar” e em “documentos da disciplina” e as referências bibliográficas utilizadas para elaboração desta unidade. ORIENTAÇÕES Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações UNIDADE Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações Contextualização Prezado (a) Aluno (a), Nesta unidade, abordaremos cinco assuntos que muito tem se falado e discutido no mundo empresarial. São eles: ações de empreendedorismo; perspectivas das organizações do século XXI;capacidade inovadora e de competição das organizações; conceitos fundamentais de organização e administração; e os conceitos dos sistemas de informações. Além disso, o gestor contemporâneo deve se utilizar da moderna Tecnologia da Informação (TI), visando à busca da vantagem competitiva. Bons estudos! 6 7 Introdução O economista norte-americano Lester Thurow (1996) afirmou recentemente que a ferramenta competitiva dominante no século XXI será a educação e a qualificação da força de trabalho. Para ele, existem cinco forças ou placas tectônicas (que flutuam no núcleo liquefeito da Terra) que contribuem para o aumento do desemprego e, consequentemente, para a queda dos salários. Ações de Empreendedorismo Lester Thurow se referiu ao movimento das cinco placas tectônicas econômicas que estão impulsionando todas essas mudanças e remodelando fundamentalmente a superfície econômica da Terra. A primeira placa refere-se ao fim do comunismo. Em 1989, um terço da humanidade vivia no mundo comunista e atualmente estas pessoas estão se juntando ao mundo capitalista. A segunda placa refere-se à alteração no mercado, no qual as indústrias baseadas em recursos estão sendo substituídas pelas indústrias que valorizam o conhecimento e aquilo que é produzido pelo próprio homem. A terceira placa refere-se à demografia. A população mundial está crescendo, está se modificando e está ficando mais velha. Por volta de 2015, segundo Thurow, em todas as democracias industriais do mundo, haverá uma maioria de eleitores com mais de 65 anos de idade. Para ele, essa nova condição irá mudar a sociologia, a psicologia, os negócios, os orçamentos dos governos etc., portanto, haverá uma possibilidade inédita na história da sociedade ser dominada pela terceira idade. A quarta placa refere-se à globalização da economia em que as indústrias poderão produzir e vender qualquer coisa em qualquer lugar da face da Terra. A quinta e última placa refere-se à possibilidade de o mundo não ser unipolar com apenas uma potência econômica, política ou militar dominante, como foi o Império Britânico no século XIX ou os Estados Unidos no século XX. Num jogo econômico global, em que nenhuma nação desempenhará essa liderança, o panorama ficará bastante diferente. Portanto, a nova fase da competição global envolverá um jogo entre três superpotências econômicas: Estados Unidos, Europa e Japão. Esse jogo determinará quem dominará o século XXI. 7 UNIDADE Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações Em geologia, as placas continentais movimentam-se porque flutuam no magma liquefeito (matéria espessa e viscosa) do núcleo interior da Terra. Em economia, as placas são impulsionadas por correntes poderosas de tecnologia e ideologia. São essas correntes que estão abalando os alicerces do capitalismo do século XXI, porque a tecnologia e a ideologia estão na verdade se separando. Um exemplo de ilustrar essa situação pode ser retratado a seguir: a tecnologia está fazendo da habilidade e do conhecimento do ser humano as únicas fontes de vantagem competitiva sustentável. Portanto, a empresa deve se preocupar com o modo como irá conectar essas habilidades humanas à sua organização. Mas, ao mesmo tempo, as empresas estão reduzindo e reestruturando essas atividades. Ex pl or Uma mudança importante na indústria está ocorrendo em relação aos produtos decorrentes do processo de fabricação. A nova lista de indústrias-chave inclui: a microeletrônica, a biotecnologia, as novas indústrias de materiais-ciência, as telecomunicações, a aviação civil, a robótica e as máquinas-ferramenta (software e hardware para computadores). Essas são as indústrias-chave da primeira parte do século XXI. O Japão, a União Europeia e os Estados Unidos são no momento concorrentes equivalentes. E todos os três estão competindo pelo mesmo Grupo de indústrias, para assegurar que seus cidadãos tenham um padrão de vida de classe mundial na primeira metade do século XXI. Para Michael Porter (1999), a competição e a estratégia das empresas estão inextricavelmente interligadas. Porter acredita que a chave para a rentabilidade e para o crescimento – na realidade para a sobrevivência – consiste na demarcação e no constante aprimoramento de uma posição competitiva diferenciada; a prosperidade decorre da habilidade de aumentar continuamente a produtividade; e uma parcela substancial do progresso social deriva principalmente das inovações no setor privado. Esses temas, segundo ele, têm demonstrado a sua consistência e durabilidade, não obstante as drásticas mudanças na paisagem competitiva. A competição continuará no século XXI a proporcionar os pilares intelectuais abrangentes para as estratégias das empresas e dos países. Para Porter, o estado da competição num setor depende de cinco forças básicas, que estão diagramadas na figura 1. A potência coletiva dessas forças determina, em última instância, as perspectivas de lucro do setor. Essa potência varia de intensa, em setores como pneus, latas de metal e siderurgia, em que nenhuma empresa aufere retornos espetaculares sobre o investimento, a moderada, em setores como serviços e equipamentos para a exploração de petróleo, bebidas não alcoólicas e artigos de toalete, onde há espaço para retornos muito elevados. A figura 1 apresenta o Modelo de Michael Porter, onde a as forças que governam a competição numa determinada indústria, tais como: o setor, os fornecedores, os clientes, os novos entrantes no setor e a ameaça de produtos ou serviços substitutos. 8 9 O megainvestidor George Soros (1999) teceu algumas considerações críticas acerca da atual crise do capitalismo. Soros disseca a atual crise e a teoria econômica em geral, revelando como as premissas teóricas se combinaram com o comportamento humano para induzir à atual situação tumultuosa. Soros acredita que a fé obsessiva nas forças de mercado obscurece a percepção de instabilidades cruciais e como elas deflagraram uma reação em cadeia que eclodiu na atual crise – uma crise com o potencial de se tornar muito grave. Porém, ele revela uma saída, e essa saída exige a adesão irrestrita ao conceito de sociedade aberta como um ideal permanente. Figura 1 – Modelo de Michael Porter Soros afirma também, que as Organizações do Terceiro Setor ao lado do papel da opinião pública e da sociedade civil revestem-se de importância vital, pois, numa democracia, os políticos e os governantes são sensíveis às demandas populares. Nas verdadeiras democracias, os estadistas talvez assumam a liderança na mobilização da opinião pública. Essa liderança é imprescindível à formação de uma coalizão de países que compartilhem da mesma visão de comprometimento com o advento da sociedade aberta global. (SOROS, 1999. p. 295 – 310). O desafio supremo do século XXI consiste em estabelecer um conjunto de valores fundamentais que se apliquem a uma sociedade global fortemente baseada nos negócios. Apenas assim a sociedade será capaz de salvar não somente o sistema financeiro, mas também a nossa civilização. (SOROS, 1999. p. 131 – 132) 9 UNIDADE Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações Perspectivas das Organizações do Século XXI A indústria responde por aproximadamente 22% da riqueza gerada no mundo – algo em torno de doze trilhões de dólares, segundo o Banco Mundial. Mas o setor é fortemente castigado pela retração da economia internacional em 2008. Com vendas mais fracas, muitas fábricas reduzem a produção e cortam postos de trabalho. O cenário destoa da notável performance alcançada durante a década de 1990, quando a produção industrial mundial cresce a uma taxa de 2,8% ao ano, de acordo com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) – dados obtidos pelo site: www.unido.org. As nações em desenvolvimento, cujos investimentos estrangeiros diretos no setor produtivo e avanço tecnológico nas fábricas fazem com que, na década de 2000, a taxa de expansão do PIB industrial cresçaquase três vezes mais nas nações em desenvolvimento que nas desenvolvidas. A fatia do PIB correspondente ao setor industrial é de 34% nos países em desenvolvimento, contra 24% nos países desenvolvidos, onde há queda da participação na produção mundial – de 85,5% em 1980 para 76,0% em 2010. Ainda assim, não existe alteração significativa na posição de liderança dos EUA, Japão e Alemanha. Essa novidade é um dos efeitos da globalização, que, entre outras implicações, transfere fábricas de nações ricas para países em desenvolvimento. Isso ocorre principalmente na indústria pesada, que demanda muita matéria-prima, energia e mão-de-obra. Como oferecem boa infraestrutura, trabalhadores qualificados e mal remunerados, e telecomunicações e transportes baratos, esses países se vêm transformando em novos polos industriais. Em contrapartida, as nações ricas voltam-se cada vez mais para os segmentos industriais de alta tecnologia (informática, biotecnologia, telecomunicações, aeroespacial etc.), cuja lucratividade é incomparavelmente maior. A indústria vem criando formas alternativas e mais eficientes de atuação. O modelo de fabricação em série e venda baseada em estoques, difundido a partir de 1913, cede espaço à chamada customização. Nesta, as fábricas produzem sob encomenda, atendendo a especificações do consumidor final. Isso só ocorre porque, apesar de o produto ser padronizado, é possível modificar algumas de suas características, graças a adaptações nas linhas de montagem. De acordo com estudos recentes, cerca de 20% dos automóveis vendidos no continente americano são feitos sob encomenda. Na Alemanha, o índice é ainda mais alto: 60%. A medida visa a acabar com o encalhe de veículos nos pátios das montadoras. A informática também vem aderindo cada vez mais à customização. Em 2010, a empresa norte-americana Dell consolida um sistema de vendas de equipamentos por telefone e internet em que o cliente define as especificações do computador que deseja adquirir. 10 11 Outra tendência é a adoção de padrões comuns nas linhas de montagem dos vários países, permitindo que um mesmo produto seja fabricado em várias partes do mundo – de preferência onde os custos são mais baixos. Esse processo põe fim à identidade nacional dos produtos, o famoso “made in”. E é marcante no setor automotivo, tanto na produção de veículos quanto na fabricação de peças e acessórios. As alterações na estrutura produtiva da indústria são tão grandes que alguns estudiosos já apontam o surgimento de uma nova categoria industrial: a das fábricas de inteligência intensiva, que exigem grandes investimentos em tecnologia. Cerca de 85% do preço de um chip (componente fundamental das indústrias de computadores) corresponde a gastos com pesquisa, engenharia e design. Listada como uma corporação industrial que produz computadores, a IBM ocupa menos da metade de seus funcionários na fabricação de máquinas. A maior parte trabalha na criação de softwares, marketing, projetos e integração de sistemas de computadores. Tabela 1 – Pesquisa Industrial UNIDO Líderes por Setor em 2000 País Produção Mundial (em %) Alimentos EUA 22,6 Japão 13,4 Alemanha 08,7 França 05,4 Reino Unido 04,7 Itália 04,7 Metalúrgica EUA 23,8 Japão 17,2 Alemanha 16,2 França 06,6 Itália 04,6 Têxtil EUA 18,9 Itália 12,3 Japão 09,4 Índia 08,1 Alemanha 05,2 Siderúrgica Japão 19,4 EUA 16,9 Alemanha 09,1 Itália 06,7 Índia 04,3 Fonte: www.unido.org 11 UNIDADE Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações A Pesquisa Industrial Anual de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra as principais mudanças da distribuição regional do setor nos últimos 15 anos. Na década de 1970, a indústria concentra-se nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Entretanto, esse desenho muda consideravelmente. Em 1970, São Paulo e Rio de Janeiro concentram 61,3% do emprego e 71,9% da produção industrial nacional; a Grande São Paulo responde, sozinha, por 42,2% do valor da transformação industrial. Em 1985, a participação relativa desses dois estados cai para 56,6% no emprego e 61,2% na produção. Segundo o estudo do IBGE, esse movimento reside nos impactos do II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), implementado a partir de 1975, que reorienta parte dos investimentos produtivos para outras regiões. Também contribuem volumosos investimentos em infraestrutura (transporte, energia e telecomunicações), que alargam o mercado brasileiro e facilitam a instalação de unidades industriais em novas áreas; as elevadas taxas de crescimento do PIB nacional (média anual de 6,1% entre 1970 e 1985); a expansão do sistema de incentivos fiscais, associados às Superintendências para o Desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste (Sudam e Sudene) e à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa); e, por último, as novas fronteiras agrícola e mineral. Entre 1985 e 2010, a taxa de crescimento econômico (média anual de 2,4%) e os investimentos diminuem, mas mudanças no ambiente nacional e internacional engendram importantes mudanças estruturais na indústria brasileira. As inovações tecnológicas e organizacionais, a abertura comercial, a criação do Mercosul, a estabilidade monetária, as privatizações, a redução do peso do Estado nos investimentos produtivos e a guerra de incentivos fiscais entre municípios e estados promovem importante reestruturação produtiva das indústrias. Como efeito global dessas mudanças, mantém-se a trajetória de desconcentração regional, mas a um ritmo menos intenso que o observado no período anterior. Paralelamente, observam- se alterações inter-regionais relevantes, com o crescimento da importância relativa das aglomerações industriais no interior dos estados, particularmente em cidades de porte médio do eixo Sul – Sudeste. A cada ano, a produção industrial assume maior importância nas exportações. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), em 1964 os produtos manufaturados representam apenas 6,2% das vendas externas do país, contra 85,4% das mercadorias básicas, como minérios e produtos agrícolas em estado bruto. No quinquênio 1997/2001, a participação dos manufaturados nas exportações é de 57%, e a dos básicos reduz-se a 25,3%. Ao ampliar a parcela de produtos de maior valor na pauta de exportações, a indústria contribui para a busca do equilíbrio na balança comercial. A indústria experimenta grande transformação com a abertura comercial iniciada em 1990. Após longo período de reserva de mercado, os produtos nacionais passam a disputar com os importados a preferência do consumidor. A competição mostra que é possível oferecer produtos melhores a preços menores. A perspectiva de perder espaço no mercado interno leva a indústria 12 13 brasileira a um esforço para tornar-se mais moderna e competitiva. O IBGE, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Ministério da Ciência e Tecnologia, realiza levantamento inédito sobre inovação tecnológica na indústria brasileira. A Pesquisa Industrial – Inovação Tecnológica (PINTEC) acompanha, no triênio 2008/2010, um universo de 72 mil empresas, utilizando metodologia aceita internacionalmente, o que permite comparações com países como Canadá, Austrália e os da União Europeia. O estudo indica que em 2000 as indústrias brasileiras investem 3,8% do faturamento em inovações tecnológicas, o que equivale a 22 bilhões de reais. Entre 1998 e 2000, 22,7 mil empresas (ou 31,5% das pesquisadas) implementam produtos e processos. De 72 mil indústrias, 6,3% inovaram nos produtos, 13,9% nos processos de produção e 11,3% nos produtos e processos. A taxa de inovação é maior segundo o porte da empresa, variando de 26,6% para as menores (de dez a 49 empregados) a 75,6% para as maiores (500 ou mais funcionários). A indústria brasileira apresenta taxa de inovação semelhante à da Espanha, onde 34,8% das empresas que inovam gastam 1,86% da receita para esse fim. A comprade máquinas e equipamentos absorve mais de 50% dos gastos com inovação. O item pesquisa e desenvolvimento (P&D) ocupa a segunda posição, com mais de 3,7 bilhões de reais, 0,64% da receita em 2010. Quanto maior é a empresa, maiores o investimento e a continuidade das atividades de P&D. Em 2010, 90% do total gasto advém de empresas que o fazem de forma contínua. Os maiores porcentuais de gastos em P&D sobre a receita são da indústria de bens de capital e das indústrias intensivas em tecnologia (fabricantes de equipamentos eletrônicos, de informática e comunicações). As empresas inovam para manter ou ampliar a participação no mercado ou para melhorar a qualidade de seus produtos. As 46 mil empresas que não investem não o fazem pelas condições do mercado, que não exige ou não permite inovações, e por dificuldades como custo e risco. Capacidade Inovadora e de Competição As alterações nos processos produtivos e nas novas formas de utilização do trabalho não têm condições de conviver com as velhas práticas da relação capital – trabalho. Dentre os novos padrões balizando as novas estratégias trabalhistas e as novas práticas de emprego, Lima (2003) enumera as seguintes: a) Aumento da Flexibilidade. Inúmeros regulamentos, normas governamentais e legislativas têm sido relaxadas como forma de permitir a reorganização do trabalho. A descentralização e a desregulamentação têm sido adotadas como elementos essenciais na consolidação de um novo modelo de relação capital – trabalho. Essas modificações no âmbito externo têm sido acompanhadas por práticas dentro das empresas. As decisões passam a depender das esferas diretamente ligadas à identificação do problema, estimulando o potencial criativo dos trabalhadores em todos os níveis da organização. Associado a 13 UNIDADE Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações isto, bem como ao novo papel da firma, têm sido observadas substanciais mudanças nas regras do trabalho e no grau de participação dos trabalhadores nas decisões das empresas, que tem aumentado. b) A Empresa como Elemento Chave. Do lado patronal a empresa atuando individualmente tem emergido como o principal agente das estratégias e decisões relativas às relações trabalhistas. Isso tem implicado um fortalecimento dos administradores na introdução de modificações de qualquer espécie nas relações de emprego. c) Crescente Importância do Desenvolvimento dos Recursos Humanos. Em face da valorização que o mercado passou a atribuir à qualidade do trabalho e do papel desta no aumento da competitividade, via maior produtividade, tanto as empresas como os governos têm se voltado para investimentos no desenvolvimento e formação de recursos humanos. Isso, por sua vez, tem levado a novas formas de remuneração compatíveis com as novas relações trabalhistas que se estabelecem, em particular a flexibilidade de remuneração, com prêmios associados a desempenho, flexibilidade, inclusive para baixo, e maneiras específicas de remunerar o trabalho terceirizado ou por tarefas. d) Enfraquecimento dos Sindicatos. Com as reformulações na produção e nos empregos, as mudanças nas formas de ocupação, o aumento da participação dos trabalhadores na gestão das empresas e a diminuição do seu tamanho, tem havido uma diminuição do espaço do sindicato como representante coletivo dos trabalhadores. Além de se adaptar às novas práticas, eles redobram seus esforços para recrutar novos filiados, agora mais reticentes em ter o sindicato como seu interlocutor. Com isso crescem, também, suas dificuldades de obter recursos para financiar suas atividades. Tudo isso levou nesse mercado ao menor crescimento das oportunidades de emprego e até mesmo, setorialmente, à sua própria redução. Essa redução manifestou-se de forma particular onde a ocupação se dava sob a forma tradicional de carreiras e empregos fixos por um grande período de tempo, que, às vezes, se estendia por toda a vida ocupacional das pessoas. O mercado de trabalho passou a ser comandado pelo lado da demanda de mão- de-obra – ou da oferta de empregos – tendo em vista o excesso de oferta – ou de demanda de empregos – relativamente às oportunidades oferecidas, reduziu o poder de barganha dos já empregados e dos novos ingressantes no mercado, diminuindo suas expectativas de ganhos, ou exigindo deles mais qualificações e mais empenho na procura de oportunidades e na manutenção das já encontradas. As grandes empresas, anteriormente conhecidas por oferecerem uma carreira que se estendia por toda a vida profissional do indivíduo, abandonou essa estratégia, passando a adotar não só a redução dos empregos como também recorrendo à maior rotatividade. Daí as novas oportunidades passaram a surgir mais frequentemente nas pequenas empresas e, no caso, das grandes, só aquelas que ficaram na ponta dos desenvolvimentos tecnológicos, ou que conseguiram gerar ou se diferenciar 14 15 no mercado de modo a permitir sua ampliação. A mudança de emprego por parte dos empregados, anteriormente vista de forma pejorativa, encaradas como sinal de instabilidade, passaram a ser consideradas uma coisa normal, e o empregado passivo, executando uma única tarefa e obedecendo a comando, passou a ser desprezado em função daqueles mais dinâmicos e ambiciosos, flexíveis na realização de várias tarefas e capazes de oferecer novas ideias. Macedo afirma que, “Pressionadas por seu mercado e pela crescente competitividade, as empresas responderam aprimorando seus processos produtivos e de administração, com vistas ao alcance de maior eficiência. Isso, por sua vez, exigia um novo relacionamento empresa – empregado e um novo perfil deste último. Assim, surge um novo jogo que, inegavelmente, oferece maiores riscos tanto para a empresa como para o empregado”. (MACEDO, 1998. p. 143). Os departamentos de recursos humanos das empresas estão evoluindo na direção das transformações apontadas até aqui. No passado, eles se chamavam de “departamento pessoal” e/ou “relações industriais” e eram voltados basicamente para uma função meramente operacional de contratar mão-de-obra, cadastrar empregados, administrar salários e benefícios e dar treinamento aos funcionários. Atualmente, eles assumiram nas empresas mais modernas uma função estratégica e a figura do antigo Chefe de Pessoal passou a ser de um Consultor em Recursos Humanos – área conhecida como R. H. –, com funções bem mais sofisticadas, como a de participar no desenvolvimento das estratégias das empresas como recrutar e selecionar pessoal, implantar e difundir a cultura da empresa e acompanhar a tendência internacional na gestão destes recursos. Os arquivos de dados viraram bancos de dados, os salários são tratados como pacotes de compensação e, ao lado do custo dos empregados, examina-se também o valor que eles adicionam à empresa e qual o retorno que ela vai ter com a contratação e treinamento deles. O empregado é tratado como “colaborador”, deve ter uma “visão holística da empresa” (visão global) e o seu treinamento passa a ser individualizado. (MACEDO, 1998). Na verdade, o que está acontecendo é que o aumento da competitividade das empresas impõe um aumento de competitividade das pessoas, seja como colaboradores na atuação dessas empresas, seja na disputa pelos postos de trabalho que elas oferecem. O que é necessário é que as pessoas passem a se colocar quase como empresários dos serviços que oferecem, adotando métodos de aprimoramento equivalentes ou próximos daqueles que as empresas utilizam na gestão de seus negócios. Em síntese, é preciso garantir que o empregado agregue valor para a empresa, ou seja, é preciso garantir que o empregado funcione. Por exemplo, um engenheiro pode ser muito eficiente em desenhar uma planta ou em planejar um novo método de construção. Mas é preciso que aquilo que concebeu também funcione. Para as empresas isso significa criar valor adicionado, ou seja, é preciso que essa planta e esse novo método gerem algum resultado tangível.Há quem chame de “efetividade” essa combinação de eficiência com eficácia. 15 UNIDADE Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações Importante! O paradigma anterior era conhecido como Fordismo – Taylorismo, associado a dois grandes nomes, Henry Ford e Frederick Winslow Taylor. Você Sabia? As empresas inovaram para manter ou ampliar a participação no mercado ou para melhorar a qualidade de seus produtos. As 46 mil empresas que não investiram não o fazem pelas condições do mercado, que não exige ou não permite inovações, e por dificuldades como custo e risco. A pesquisa realizada pelo IBGE demonstrou que a indústria nacional está procurando a equivalência com as indústrias dos países mais evoluídos do mundo, o que quer dizer que o empresário nacional está consciente da importância da equiparação da indústria brasileira frente à indústria mundial. Por sua vez, o uso de máquinas e equipamentos que facilitam e potencializam o trabalho humano existe desde o início da Revolução Industrial, no século XVIII. Essa etapa do desenvolvimento produtivo foi chamada de mecanização. O que surge no século XX são equipamentos de operação automática, capazes de auto- regulamentação, nos quais a interferência humana é bem menor que na simples mecanização. Os robôs, por exemplo, atuam na indústria automobilística de ponta (EUA, Alemanha, Itália e Japão), em etapas que exigem alta precisão, trabalhos repetitivos ou atividades de risco para as pessoas. A tendência é a redução ao mínimo da ocupação humana, com a diminuição drástica dos empregos. No entanto, a indústria continua sendo o segmento de maior importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) de qualquer país, desenvolvido ou em desenvolvimento. A figura 2, a seguir, apresenta uma empresa que tem uma situação ideal, dentro do sistema capitalista que conhecemos, ou seja, parte do lucro gerado retorna à empresa na forma de investimentos na produção. Por sua vez, o incremento dos investimentos na produção tende a manter a geração de novos empregos. 16 17 Figura 2 – Empresa Capitalista Ideal A análise da capacidade inovadora e de competição permite a moldagem do futuro e nada é mais satisfatório do que se poder preparar o próprio futuro, planejando-o e administrando-o de maneira adequada e eficiente. Segundo Landes (1998), nos últimos 600 anos, as mais ricas nações do mundo têm sido predominantemente europeias. No final do século XX, a balança começou a pender para a Ásia, onde países como o Japão cresceram a taxas assombrosas. Landes estuda a história econômica das nações como um processo, tentando compreender como as culturas do mundo atingiram ou retardaram o sucesso econômico e a realização material. Os países do Ocidente, afirma Landes, prosperaram cedo devido à interação de uma sociedade aberta, vital, concentrada no trabalho e no saber, o que redundou em aumento de produtividade, criação de novas tecnologias e esforço no sentido da concretização de mudanças. A vantagem essencial da Europa reside em invenção e “Know-How”, tal como se aplicam na guerra, no transporte, na geração de energia e na perícia em metalurgia. Mesmo assim, invenções hoje tão banais quanto os óculos e o relógio foram, em seu dia, poderosas alavancas que modificaram o equilíbrio de forças entre potências econômicas mundiais. 17 UNIDADE Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações As novas nações que irão vencer no aspecto econômico estão percorrendo os mesmos caminhos para o poder, enquanto as nações retardatárias irão fracassar, de algum modo, na tentativa de duplicar essa fórmula crucial para o sucesso. Portanto, a chave para aliviar boa parte da pobreza do mundo está em entender as lições que a história guarda para nos ensinar. A implementação de mudanças no mercado de trabalho afeta diretamente as pessoas envolvidas no tocante a compreensão da nova situação. É muito importante que os partidários de um novo cenário entendam o quanto é difícil e traumático para a as pessoas, principalmente as mais humildes: a transição da fase pré-mudança para a fase pós-mudança não é simples e nem tampouco fácil. Aspectos que julgamos absolutamente normais deverão ser repensados e talvez abandonados, o que pode causar estranhamento e resistências. Entretanto, todos sabemos que o capitalismo é muito dinâmico nesse sentido e as análises aqui apresentadas conseguem causar certa empolgação em virtude de promover a mudança mantendo o estado das coisas. Organização e Administração O homem é um animal social com tendência à organização e administração dos seus assuntos. O homem é um animal que se organiza. O termo “social” implica que os seres humanos tendem a estabelecer relações cooperativas e interdependentes. O comportamento humano se orienta para uma meta e, segundo a concepção da história, foi classificado dualisticamente da seguinte forma: a) O homem é agressivo e competidor. Portanto, o homem é mau; b) O homem tem boa natureza e é cooperador. Portanto, o homem é bom. As organizações, por sua vez, são classificadas em: a) Famílias; b) Clãs; c) Grupos não formais (Ad Hoc); d) Organizações formais; e) Atividades militares e religiosas. A organização, em termos conceituais, pode ser definida das seguintes formas: 1. “.... Uma organização existe quando as pessoas interagem entre si para realizar funções essenciais que auxiliem a alcançar uma meta...” (Richard Daft)1. 2. As organizações são: (a) orientadas para uma meta, ou seja, gente com uma finalidade; (b) sistemas psicossociais, gente trabalhando em grupos; (c) sistemas tecnológicos, gente usando conhecimentos e técnicas; e (d) uma unificação de atividades estruturadas, gente trabalhando junto. 1. Professor de Administração e Economia da Vanderbilt University (EUA). 18 19 3. A organização consiste na capacidade que a empresa tem de criar organismos, estruturas e sistemas integrados. A figura 3, a seguir, apresenta a organização e os seus elementos constitutivos. Figura 3 – Elementos Constitutivos da Organização A organização, conforme apresentado na figura 4, a seguir, tem as seguintes variáveis básicas: a) Pessoas; b) Tarefas; c) Estrutura; d) Tecnologia; e) Ambiente. Figura 4 – Variáveis Básicas da Organização 19 UNIDADE Ações Empreendedoras e os Sistemas de Informações A Administração é o processo pelo qual os recursos (humanos, financeiros, tecnológicos, materiais etc.), não relacionados entre si, são unificados em um sistema total para alcançar determinado objetivo. Em outras palavras, a Administração visa à união dos diversos elementos, cooperadores e/ou conflitantes. A Administração inclui a coordenação de recursos humanos e outros recursos (materiais, tecnológicos, financeiros, equipamentos etc.), visando a atingir o objetivo. Com frequência se fala de pessoas que dirigem seus negócios, mas habitualmente a conotação é de esforço em grupo. A Administração envolve quatro elementos básicos que podem ser assim identificados: (1) voltados para objetivos, (2) através de pessoas, (3) por meio de técnicas, e (4) em uma organização. As definições características indicam que a administração constitui um processo de planejamento, organização, direção e controle. Portanto, a Administração consiste num conjunto de técnicas que contribuem para a empresa trazendo melhoria nos processos e métodos de trabalho. Sistemas de Informações Para Oliveira (2002, p. 31), “sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam uma determinada função”. Ambiente, níveis, características e componentes de um sistema e como a empresa é vista como um sistema. A figura 5 a seguir, mostra alguns exemplos de elementos que compõe o ambiente da empresa, se o sistema for considerado. Figura 5 – Ambiente Empresa 20 21 Outro aspecto a ser abordado é o ambiente do sistema, principalmente quando o sistema considerado é a própria empresa tratada
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