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Raciocínio Lógico LINGUAGEM FORMAL: SENTENÇAS, PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS E LINGUAGEM NATURAL LÓGICA SENTENCIAL “SENTENÇA”: é a expressão de um pensamento completo. São compostas por um sujeito (algo que se declara) e por um predicado (aquilo que se declara sobre o sujeito). Vejamos alguns exemplos do que vem a ser uma sentença. a) O mundo precisa de paz. Sujeito/ Predicado b) Os políticos não se preocupam com as reais necessidades do povo. c) Que dia você contribuirá com seus conhecimentos para ajudar o próximo? - Sentença interrogativa d) Que matéria mais agradável! - Sentença exclamativa e) Faça com os outros aquilo que gostaria que fizessem com você, seja caridoso. Exemplos de cada tipo de sentença a seguir: • Afirmativas Ex.: Eu serei aprovado no concurso. • Negativas Ex.: Não gosto de ficar em casa • Imperativas Ex.: Estude bastante para seu concurso. • Exclamativas Ex.: Que belo dia! • Interrogativas Ex.: Qual o seu nome? É importante ressaltar que o pensamento será uma sentença quando o mesmo tiver sentido completo, independentemente do seu tipo. SENTENÇAS ABERTAS São aquelas que não podemos determinar o sujeito da sentença. Uma forma mais simples de identificar sentença aberta é quando esta não pode ser nem V (verdadeiro) nem F (falso). Dica: falta informação Dentro da lógica, as sentenças ou pensamentos terão duas interpretações, ou será verdadeiro, ou será falso. Uma sentença de sentido aberto não é passível de interpretação. Iremos observar que são chamadas de sentenças abertas porque não são passíveis de interpretação. “O sujeito é uma variável que pode ser substituído por um elemento arbitrário, transformando a expressão em uma proposição que pode ser valorada como V ou F.” • Observe o exemplo a seguir: Ex.: Ela foi a mulher que demonstrou maior dedicação àquela família. Nesse exemplo não é possível determinar o sujeito, visto que não há referência anterior. Na lógica bivalente, os pensamentos devem ser interpretados de 2 (duas) formas, ou seja, podem ser valorados como (VERDADEIRO) ou (FALSO), conforme os Princípios Fundamentais da Lógica Proposicional. Na lógica trivalente, os pensamentos podem ser valorados como Verdadeiros, Falsos ou Incertos. AS TRÊS “LEIS DO PENSAMENTO” OU PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA LÓGICA PROPOSICIONAL Os que definiram a Lógica como a ciência das leis do pensamento sustentaram, frequentemente, que existem exatamente três leis fundamentais do pensamento, as quais são necessárias e suficientes para que o pensar desenvolva- se de maneira “correta”. Essas leis do pensamento receberam, tradicionalmente, os nomes de: • Princípio de Identidade; • Princípio de Contradição (por vezes, Princípio da Não Contradição); e • Princípio do Terceiro Excluído. Há formulações alternativas desses princípios, apropriadas a diferentes contextos. No nosso caso, as formulações apropriadas são as seguintes: • O Princípio de Identidade afirma que se qualquer enunciado é verdadeiro, então ele é verdadeiro. • O Princípio da Não contradição afirma que nenhum enunciado pode ser verdadeiro e falso. • O Princípio do Terceiro Excluído afirma que um enunciado ou é verdadeiro ou é falso. Ou seja, não há um terceiro valor. Há expressões às quais não se pode atribuir um valor lógico V ou F, observe atentamente os exemplos a seguir e as considerações realizadas: a. “Aquele é juiz do TRT da 1ª Região” • Refere-se a uma sentença aberta, visto que não é possível saber quem é o sujeito. b. “x + 5 = 10”. • Quem é o x? É número? É objeto? O que é x? • Caso o enunciado definisse, anteriormente, o “x” como pertencente aos números naturais, a sentença seria fechada (x E N / x + 5 = 10). c.“ {x E R/ x > 2}” • Qual o valor de x? • x pode ter inúmeros valores d. Que prova mais difícil! • Frase exclamativa. • Sentenças exclamativas são pensamentos subjetivos e, neste momento, não servem. Obs.: Frases exclamativas são consideradas como sentenças abertas, pois expressam pensamentos subjetivos, aos quais não temos interpretação formal. e. Você não vai tirar férias este ano de novo? • Frase interrogativa. • Não é possível interpretar uma pergunta. • Frases interrogativas serão sempre sentenças abertas. f. Filho meu, ouve minhas palavras e atenta para meu conselho. • Frase imperativa. • Frases imperativas serão sempre sentenças abertas. SENTENÇAS FECHADAS Depois de entendermos o que são sentenças abertas, podemos, de uma forma excludente, entender de forma simples o que são as sentenças fechadas. Bem, pode-se dizer que se trata de pensamentos completos, aos quais podemos determinar o sujeito. Ao determinar o sujeito, é possível interpretar e atribuir Verdadeiro ou Falso. Ex.: Marcelo foi aprovado no concurso para delegado de polícia. (V ou F) Sujeito Ex.: O prefeito do Rio de Janeiro participou do esquema de corrupção. (V ou F) PROPOSIÇÕES – LÓGICA PROPOSICIONAL Dá-se o nome de proposição a uma sentença (afirmativa ou negativa) formada por palavras ou símbolos que expressam pensamento de sentido completo, as quais se podem atribuir valor lógico, ou seja, valoração (verdadeiro ou falso). Esta valoração também é chamada de valor-lógico ou valor- verdade. Dica: tem presença de verbo e sentindo completo DIAGRAMA INTERPRETATIVO Tudo que está dentro do conjunto “sentenças” deve possuir sentido completo. Aquilo que não possuir sentido completo será considerado “expressões”. Se os pensamentos com sentido completo puderem ser valorados, eles passarão para o subconjunto chamado de “proposições”. Esses pensamentos poderão ser valorados em Verdadeiro ou Falso. Uma questão que deixa clara a relação entre proposições e sentenças é uma questão do concurso para o cargo de analista do SEBRAE realizada pelo CESPE em 2008, para o qual a banca realizou a seguinte afirmação a ser julgada: “A seguinte proposição ‘Ninguém ensina ninguém’ é um exemplo de sentença aberta.” • Uma proposição, por natureza, é uma sentença fechada. Assim, a afirmação está errada. • A sentença “Ninguém ensina ninguém” pode ser valorada. • Quantificadores lógicos. – São responsáveis por transformar as sentenças abertas em sentenças fechadas (proposições). – Os quantificadores são: - Todo (tudo, qualquer que seja etc. [tudo o que dá ideia de universalidade afirmativa]) - Algum (existe, alguém, ao menos um, pelo menos um etc. [tudo o que dá ideia de particularidade]) - Nenhum (ninguém, não há, não existe etc. [universalidade negativa]) REPRESENTAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES As proposições podem ser representadas por letras maiúsculas ou minúsculas. p: O estado do Espírito Santo é produtor de Petróleo. q: O mundo precisa de Paz. r: Renato é um aluno dedicado. PROPOSIÇÕES SIMPLES, BÁSICAS, PRIMITIVAS OU ATÔMICAS: São as proposições que expressam apenas um pensamento. Ex.: Guarapari tem lindas praias. Ex.: José passou no concurso. PROPOSIÇÕES COMPOSTAS, MOLECULARES OU FÓRMULAS PROPOSICIONAIS: São as proposições que expressam mais de um pensamento. As proposições compostas costumam ser chamadas de fórmulas proposicionais ou apenas fórmulas. Ex.: José passou no concurso e Guarapari tem lindas praias. As proposições compostas são ligadas por conectivos. LINGUAGEM DA LÓGICA FORMAL E TABELAS VERDADE Este assunto tem sido explorado por lógicos e matemáticos desde os tempos de Aristóteles, mas tomou rumos fascinantes principalmente a partir dos escritos de Frege no século XIX. Quando surgiram as primeiras linguagens formais (Frege, Peano, Russell, Carnap), o ponto de vista dos estudiosos era basicamente “realista” e “normativo”. • Linguagem da Lógica Formal. • Construção e aplicações das tabelas-verdade dos operadores: – conjunção; – disjunção inclusiva; – disjunção exclusiva; – condicional; – bicondicional;e – negação. As tabelas-verdade apresentam as possíveis interpretações para uma proposição simples ou composta, sabe-se que na lógica bivalente as valorações possíveis, valores lógicos, que se tem são: (V): verdade ou ( F): falso OPERADORES OU CONECTIVOS LÓGICOS CONJUNÇÃO “e, mas, tanto como” símbolo: ˄ Proposição composta formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas (operadas) pelo conectivo “e”. Exemplo: A prova foi fácil e raciocínio lógico é difícil. OBS: O “tanto como” não deve ser confundido com “tanto quanto”. DISJUNÇÃO INCLUSIVA (OU DISJUNÇÃO) “OU” símbolo: ˅ Disjunção inclusiva, que é uma proposição composta formada por duas proposições simples que estejam ligadas (operadas) pelo conectivo “ou”. Exemplo: A prova foi fácil ou raciocínio lógico é difícil. DISJUNÇÃO EXCLUSIVA “OU… OU…” símbolo: ˅ Temos agora o nosso terceiro operador lógico denominado de disjunção exclusiva. A proposição composta formada por duas proposições simples que estejam ligadas (operadas) pelo conectivo “ou… ou…” Exemplo: Ou a prova foi fácil ou lógica é fácil. Obs.: A afirmativa “a prova foi fácil ou lógica é fácil, mas não ambas” possuem o mesmo significado. Obs.: A banca VUNESP já utilizou um losango como símbolo de disjunção exclusiva CONDICIONAL “SE…, ENTÃO…” símbolo: → Esse é o principal dos operadores lógicos, isso se dá pela incidência em questões de concursos públicos e também pela sua complexidade. Denomina-se condicional a proposição composta formada por duas proposições que estejam ligadas (operadas) pelo conectivo “Se…, então…”; “Quando”; “Como” etc. Exemplo: Se a prova foi difícil, então lógica foi fácil. Também pode ser escrita das seguintes formas: • Se a prova foi difícil, lógica foi fácil. • A prova foi difícil, então lógica foi fácil. • Quando a prova foi difícil, lógica é fácil OBS: O condicional é o conectivo que mais costuma cair em prova A → B: o elemento que está antes é chamado de antecedente. O termo que está depois é chamado de consequente. Ex.: A prova foi difícil, consequentemente lógica foi fácil. A = A prova foi difícil B = Lógica foi fácil. Assim, pode-se dizer que lógica ser fácil é uma consequência de a prova ser difícil. OBS: Deve haver dois pensamentos ligados pelo conectivo Com os conectivos “e”, “ou”, “ou… ou”, os elementos podem ser comutados. Afirmar que “A prova foi fácil e raciocínio lógico é difícil.” é o mesmo que afirmar “Raciocínio lógico é difícil e a prova foi fácil”. O conectivo “se… então” é o único que não pode ser comutado. BICONDICIONAL “SE, E SOMENTE SE” símbolo: ↔ Tem-se agora o operador bicondicional, que será identificado pelo termo “se, e somente se”. A proposição composta é formada por duas proposições que estejam ligadas por esse conectivo. Exemplo: A prova foi difícil se, e somente se, lógica foi fácil. Obs.: O conectivo bicondicional pode ser comutado. Afirmar que “a prova foi difícil se, e somente se, lógica foi fácil” é o mesmo que afirmar “lógica foi fácil se, e somente se, a prova foi difícil”. NEGAÇÃO OU MODIFICADOR LÓGICO Símbolo: ¬ OU ~ Exemplo: A prova não foi fácil Não é verdade que a prova foi difícil É falso que a prova foi difícil. LINGUAGEM PROPOSICIONAL – TABELA-VERDADE LINGUAGEM DA LÓGICA FORMAL E T ABELAS- VERDADE Construindo as Tabelas-Verdade As tabelas-verdade nada mais são do que axiomas, são verdades absolutas e, por essa razão, muitas vezes não é preciso provar as tabelas-verdade. É interessante entender a interpretação delas, porque muitas questões que a princípio seriam “resolvidas” só por meio de tabelas-verdade podem ser resolvidas aplicando-se a teoria de conjuntos. Partindo desse pressuposto de que um pensamento pode ser ou verdadeiro ou falso, vamos aprender a construir as tabelas-verdade. O primeiro passo é sabermos quantas linhas temos para cada tabela; pois bem, para isso temos que saber se temos proposição simples ou composta. Em uma proposição composta formada por n variáveis proposicionais, ou seja, “n” pensamentos simples, a sua tabela-verdade terá 2n linhas. A base é o número 2 por se tratar da lógica bivalente e “n” significa o número de proposições simples. O “n” significa o número de proposições simples, pensamentos simples. É bivalente, porque uma proposição pode ser verdadeira ou falsa. O número de valorações possíveis é dado por 2 elevado a n. N. de linhas = 2n (proposições) Ex: Se trabalho e estudo matemática, então canso, mas não desisto ou não estudo matemática (não entra na contagem porque se repete) Logo, são 4 preposições 2n=2 elevado a 4= 2X2X2X2= 16 A preposição terá 16 linhas OBS: Nunca se conta preposições repetidas Quantas linhas possui a tabela-verdade da proposição P? Uma tabela-verdade para uma proposição simples é 2n = 2x1 = 2. A proposição P pode ser verdadeira ou falsa. Para um só pensamento, ele é verdadeiro ou falso. P V F Quantas linhas possuem a tabela-verdade da proposição composta P ˄ Q? Dentro da lógica bivalente: 2n , portanto 2x2 = 4 linhas Se há dois pensamentos, quais as possibilidades para dois pensamentos, simultaneamente? • As duas podem ser verdadeiras; • A primeira pode ser verdadeira, a segunda falsa; • A primeira pode ser falsa e a segunda verdadeira; e • As duas serem falsas. Cada linha corresponde a uma valoração. Quantas interpretações para P ˄ Q? Quatro interpretações, quatro valorações, quatro linhas. P Q V V V F F V F F É obrigado ser V-V; V-F; F-V e F-F? Não, desde que existam as quatro valorações possíveis, as quatro possibilidades. Monta-se uma coluna para P e uma coluna para Q. Quantas linhas terá essa tabela-verdade? 4 linhas, porque 2 elevado ao quadrado é igual a 4. Esse 4 deve ser dividido por 2 porque existem dois valores lógicos (V ou F) – 4 dividido por 2 = 2. Na coluna A devem ser colocados os valores lógicos de 2 em 2, até completar 4 linhas. (V, V, F, F) Na coluna B, 4 dividido por 2 = 2, que deve ser novamente dividido por 2 = 1. Os valores lógicos devem ser colocados de 1 em 1 (V, F, V, F) Quantas linhas possuem a tabela-verdade da proposição composta (P ˄ Q) ˅ R? Resolução Quantas linhas podem existir para esta valoração composta? 2n = 2x3 = 8 linhas Com duas linhas: metade de 2 = 1: 1V e 1 F; Com quatro linhas: metade de 4 = 2: 2 V e 2F. Metade de 2 = 1: 1V e 1 F. Com oito linhas: metade 8 = 4: 4 V e 4 F. Metade de 4 = 2: 2V, 2F, 2V e 2F; Metade de 2= 1: 1V, 1F, 1V, 1F, 1V, 1F, 1V, 1F. P Q R V V V V V F V F V V F F F V V F V F F F V F F F Num segundo exemplo: 3 proposições simples para formar uma proposição composta, P, Q e R. Essa tabela-verdade terá 8 linhas (2 elevado a 3= 2x2x2= 8) e uma coluna para P, outra para Q e outra para R O critério é o mesmo utilizado no exemplo anterior: Na coluna A, 8 dividido por 2, porque há dois valores lógicos (verdadeiro e falso) = 4, portanto, os valores lógicos devem ser colocados de 4 em 4. Na coluna B, 4 dividido por 2 = 2, portanto, os valores lógicos (verdadeiro e falso) devem ser colocados de 2 em 2. Na coluna C, 2 dividido por 2 = 1, portanto, os valores lógicos (verdadeiro e falso) devem ser colocados de 1 em 1. Quantas linhas possuem a tabela-verdade da proposição composta (P˄Q) ˅ (R˄S)? Resolução 2n = 2x4= 16 linhas Metade de 16 = 8: 8 V e 8 F; Metade de 8 = 4: 4V, 4F, 4V e 4F; Metade de 4 = 2: 2V, 2F, 2V, 2F, 2V, 2F, 2V e 2F Metade de 2 = 1 : 1V, 1F, 1V, 1F, 1V, 1F, 1V, 1F, 1V, 1F, 1V, 1F, 1V, 1F, 1V, 1F TABELAS VERDADE CONJUNÇÃO A conjunção é simbolizada por ^. O exemplo "João é alto e Maria é baixa" será simbolizado por "p^q" e a tabela verdade será: A conjunção sugere uma ideia de acumulação, portanto, se uma das proposições simples for falsa, é impossível que a proposição composta seja verdadeira.Conclusão: as proposições compostas conjuntivas (que contenham o conectivo e) só serão verdadeiras quando todos os seus elementos forem verdadeiros. Exemplo: "Paulo, Renato e Túlio são gentis e Carolina é engraçada." - Se Paulo, Renato ou Túlio não forem gentis ou Carolina não for engraçada, a proposição será FALSA. É necessário que todas as informações sejam verdadeiras para que a proposição composta seja VERDADEIRA. Macete pra ficar fácil de montar: A ideia agora é chegar ao resultado P ^ Q, ao efeito que o conectivo terá para a proposição composta. Para se descobrir o valor lógico da proposição composta são necessários dois passos: • O valor lógico das proposições simples. • O efeito do conectivo. No dia do aniversário do filho o pai vai lhe dar uma bola E uma bicicleta: duas proposições com o conectivo E. DANDO a bola e a bicicleta, no dia do aniversário, a promessa está cumprida. Se der a bola e NÃO DER a bicicleta, a promessa não foi cumprida. Se NÃO DER a bola e DER a bicicleta, não cumpriu com o prometido porque a promessa era de dar a bola e a bicicleta. Se NÃO DER nem a bola nem a bicicleta, a promessa não foi cumprida na totalidade. DISJUNÇÃO A disjunção é simbolizada por v. Trocando o conectivo do exemplo acima para ou teremos "João é alto ou Maria é baixa". Nesse caso, a frase será simbolizada por "pvq" e a tabela verdade será: A disjunção implica uma ideia de alternância, portanto, basta que uma das proposições simples seja verdadeira para que a composta também seja. Conclusão: as proposições compostas disjuntivas (que contenham o conectivo ou) só serão falsas quando todos os seus elementos forem falsos. Exemplo: "Minha mãe, meu pai ou meu tio me darão um presente." - Para que a afirmação seja VERDADEIRA, basta que apenas um entre a mãe, pai ou tio dê o presente. A proposição só será FALSA caso nenhum deles o dê. Macete pra ficar fácil de montar: Para o aniversário do filho, um pai promete dar uma bola OU uma bicicleta, sendo a bola a ideia da 1ª proposição e a bicicleta a ideia da 2ª proposição, utilizando o conectivo OU para ligar as duas proposições. • Se DER a bola e a bicicleta, a promessa foi cumprida porque é a bola OU a bicicleta. • Se DER a bola e NÃO DER a bicicleta, a promessa está cumprida. • Se NÃO DER a bola, mas DER a bicicleta, a promessa está cumprida. • Se NÃO DER nem bola, nem bicicleta, a promessa não foi cumprida. CONDICIONAL A condicional é simbolizada por →. É expressa pelos conectivos se e então, que interligam as proposições simples em uma relação de causalidade. O exemplo "Se Paulo é carioca, então ele é brasileiro" se torna "p→q" e a tabela verdade será: As condicionais possuem uma proposição antecedente e outra consequente, separadas pelo conectivo então. Na análise das condicionais, é necessário avaliar quais os casos em que a proposição pode ser possível, considerando a relação de implicação entre a antecedente e a consequente. Conclusão: As proposições compostas condicionais (que contenham os conectivos se e então) só serão falsas se a primeira proposição for verdadeira e a segunda falsa. Exemplo: "Se Paulo é carioca, então ele é brasileiro." - Para que esta proposição seja considerada VERDADEIRA, é necessário avaliar os casos em que ela é POSSÍVEL. De acordo com a tabela verdade acima, temos: 1. Paulo é carioca / Paulo é brasileiro = POSSÍVEL (verdadeira) 2. Paulo é carioca / Paulo não é brasileiro = IMPOSSÍVEL (Falsa) 3. Paulo não é carioca / Paulo é brasileiro = POSSÍVEL (Verdadeira) 4. Paulo não é carioca / Paulo não é brasileiro = POSSÍVEL (verdadeira) BICONDICIONAL A bicondicional é simbolizada por ↔. É lida através dos conectivos se e somente se, que interligam as proposições simples em uma relação de equivalência. O exemplo "João fica feliz se e somente se Maria sorri." se torna "p↔q" e a tabela verdade será: As bicondicionais sugerem uma ideia de interdependência. Como o próprio nome demonstra, a bicondicional é composta por duas condicionais: uma que parte de p para q (p→q) e outra no sentido contrário (q→p). Conclusão: As proposições compostas bicondicionais (que contenham os conectivos se e somente se) só serão verdadeiras quando todas as proposições forem verdadeiras, ou todas as proposições forem falsas. Exemplo: "João fica feliz se e somente se Maria sorri." - Significa dizer que: 1. Se João fica feliz, Maria sorri e se Maria sorri, João fica feliz = VERDADEIRO 2. Se João não fica feliz, Maria não sorri e se Maria não sorri, João não fica feliz = VERDADEIRO 3. Se João fica feliz, Maria não sorri = FALSO 4. Se João não fica feliz, Maria sorri = FALSO Macete pra ficar fácil de montar: Para o dia do aniversário, um pai promete ao filho que dará uma bola SE E SOMENTE SE der a bicicleta. O que isso quer dizer? Quer dizer que se der a bola também terá que dar a bicicleta, porém, se não der a bola, ele não poderá dar a bicicleta. Traduzindo para a Tabela Verdade: Se DER a bola TERÁ QUE DAR a bicicleta (bicondicional verdadeiro). Se NÃO DER a bola NÃO PODERÁ DAR A BICICLETA (bicondicional verdadeiro) DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (v) (OU...OU) Duas proposições P, Q em DISJUNÇÃO EXCLUSIVA, P v Q Na DISJUNÇÃO EXCLUSIVA só será VERDADEIRA quando os valores lógicos forem DIFERENTES. Macete pra ficar fácil de montar: No dia do aniversário do filho, o pai OU dá a bola OU dá a bicicleta, OU uma OU outra. O que isso quer dizer? Que o pai vai cumprir a promessa se DER uma e NÃO DER a outra. O pai pode dar as duas? Não, não pode dar as duas. O pai pode não dar nada? Também não. Para haver DISJUNÇÃO EXCLUSIVA, OU UMA OU OUTRA: OU dá a bola e não dá a bicicleta OU não dá a bola e dá a bicicleta. NEGAÇÃO A negação é simbolizada por ~. A operação lógica da negação é a mais simples e muitas vezes dispensa o uso da tabela verdade. Seguindo o mesmo exemplo, se João é alto (p) dizer que João não é alto (~p) é FALSO, e vice-versa. RESUMO GERAL É comum que os estudiosos da tabela verdade memorizem as conclusões de cada uma das operações lógicas. Para economizar tempo na resolução de questões, tenha sempre em mente que: Proposições Conjuntivas: Só serão verdadeiras quando todos os elementos forem verdadeiros. Proposições Disjuntivas: Só serão falsas quando todos os elementos forem falsos. Proposições Condicionais: Só serão falsas quando a primeira proposição for verdadeira e a segunda falsa. Proposições Bicondicionais: Só serão verdadeiras quando todos os elementos forem verdadeiros, ou todos os elementos forem falsos. PROPOSIÇÕES EQUIVALENTES Duas proposições são logicamente equivalentes quando: (1) Forem formadas pelas mesmas proposições simples; (2) Tiverem a mesma tabela-verdade. Guarde bem isso: no estudo de proposições equivalentes, todas as questões podem (mas, não devem) ser resolvidas por tabela-verdade. Além disso, a ideia é que a tabela-verdade sempre será um plano B. EQUIVALÊNCIAS BÁSICAS (PROPRIEDADES) Os dois primeiros itens trazem uma proposição composta do tipo “ou” e do tipo “e”, mas formada pelas mesmas proposições simples. Essas propriedades são chamadas de idempotentes. A ideia é que uma proposição composta formada pela mesma proposição simples é equivalente a ela própria. 1ª) p ^ p = p 2ª) p v p = p Ex.: estudo ou estudo. Trata-se de uma proposição composta do tipo “disjunção”. Isso é logicamente equivalente a dizer: estudo. A próxima propriedade é a propriedade comutativa (a ordem não importa): 3ª) p ^ q = q ^ p 4ª) p v q = q v p 5ª) p ↔ q = q ↔ p Isso também vale para a disjunção exclusiva (⊻). Para esses quatro conectivos, é possível trocar a ordem das proposições simples e a proposição continuará sendo equivalente. Ex.: “estudo e passo” é equivalente a “passo e estudo”. Ex.: “estudose e somente se passo” é equivalente a “passo se e somente se estudo”. O conectivo “se e somente se” pode ser trocado por “e”, “ou” e, até mesmo, “ou...ou”. Exceção: essa regra só não vale para a condicional. Propriedade associativa: 6ª) (p ^ q) ^ r = p ^ (q ^ r) 7ª) (p v q) v r = p v (q v r) Se houver uma determinada proposição composta formada por várias proposições simples e todas elas forem conjunção ou disjunção, não haverá ordem para elas. Propriedade da bicondicional (duas condicionais): 8ª) p ↔ q = (p → q) ^ (q → p) Trata-se da formação de duas condicionais. Com base nessas equivalências básicas e no conceito inicial de proposições equivalentes, vamos colocar uma coisa em prática: (p ↔ q) é logicamente equivalente a (p → q) ^ (q → p)? • Duas proposições são equivalentes quando são formadas pelas mesmas proposições simples; • Possuem a mesma tabela-verdade? Vejamos: Ao trocar a ordem das proposições, as tabelas-verdade não são iguais. Desse modo, observe que as tabelas-verdade são diferentes; portanto, não são equivalentes. Por fim: Essa tabela-verdade é a mesma da bicondicional. Então, fica provado, nessa situação, que as duas proposições são equivalentes. Macete para condicional Primeiro caminho: “inverte e nega”. P → Q ~Q → ~P Em todo caso em que essa regra for aplicada, deve-se preservar o condicional. Desse modo: “se não passo, então não estudo”. Segundo caminho: “troca pelo ou”. P → Q ~P v Q “Não estudo ou passo” Desse modo, as seguintes proposições são logicamente equivalentes: “se estudo, então passo”, “se não passo, então não estudo” e “não estudo ou passo”. Exemplos: “Se o minério é raro, então ele é valioso” é equivalente a: a. “Se um minério é abundante, então ele é valioso”. b. “Se o minério não é raro, então ele não é valioso”. c. “Se o minério é valioso, então ele é raro”. d. “Se o minério não é valioso então ele não é raro” e. “Se um minério é abundante, então ele não tem valor”. Se o veículo ultrapassar os 50 km/h, então seu motorista será multado. Uma afirmação equivalente à afirmação anterior é: a. Se o motorista não foi multado, então seu veículo ultrapassou os 50 km/h. b. O veículo não ultrapassou os 50 km/h e seu motorista não será multado. c. O veículo não ultrapassa os 50 km/h ou seu motorista é multado. d. Se o motorista foi multado, então seu veículo ultrapassou os 50 km/h. e. O motorista só será multado se o veículo ultrapassar os 50 km/h. Enquanto alternativa, existe uma situação chamada de troca pelo “se então”, tratando-se de uma adaptação da própria troca pelo “ou”. No exemplo de troca pelo “ou”, inicia-se por uma condicional e se encerra em uma disjunção, negando a primeira e mantendo a segunda: Condicional: p → q Disjunção: ~p V q Por outro lado, na regra do “se então”, ao invés de iniciar o processo por uma condicional, ele começará por uma disjunção e terminará em uma condicional, negando a primeira e mantendo a segunda: Disjunção: p V q Condicional: ~p → q Exemplo: A frase “O atleta venceu a corrida ou a prova foi cancelada” de acordo com a lógica proposicional é equivalente à frase: a. Se o atleta não venceu a corrida, então a prova foi cancelada b. Se o atleta venceu a corrida, então a prova foi cancelada c. Se o atleta venceu a corrida, então a prova não foi cancelada d. Se o atleta não venceu a corrida, então a prova não foi cancelada e. Se a prova não foi cancelada, então o atleta não venceu a corrida NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS É UM TIPO ESPECÍFICO DE EQUIVALÊNCIA. 1. Equivalência: o “plano B” também é válido, ou seja, é possível a aplicação da tabela verdade em uma questão de negação, visto que se trata se um tipo específico de equivalência. 2. Específico: para que se possa trabalhar com a negação, uma das proposições deve estar sendo “negada” ou negativada. Exemplos de questões: 1. ~ ou ¬ ~(P^Q) 2. Apresentação de forma explícita: “qual a negação da proposição?” ou “a negação da proposição é logicamente equivalente a...” Em determinados enunciados de questões, é possível que haja uma abordagem simultânea a proposição equivalente e a negação. 3. Termos “não é verdade”, “é falso”, é mentira” etc. inseridos de forma prévia a uma proposição composta. Negação da Conjunção e Disjunção ~(P^Q) ~(PvQ) Para ambos os casos, será necessário negar a primeira proposição e também a segunda. Após, deve ocorrer a troca do “e” pelo “ou” e vice-versa: ~(P^Q) = ~Pv~Q ~(PvQ) = ~P^~Q Obs.: A tabela verdade de ~(P^Q) e ~Pv~Q será a mesma para ambos os casos. O mesmo ocorre para ~(PvQ) e ~P^~Q. Exemplo: “PH é professor e nico é danado”. Qual é a negação da proposição? Resposta: “PH não é professor ou Nico não é danado” Exemplo: Observe a disjunção: “Marcelo não gosta de futebol ou Bruno não gosta de natação”, assinale a alternativa correta que apresenta a negação dessa disjunção. a. Marcelo gosta de futebol e Bruno não gosta de natação b. Marcelo gosta de futebol se e somente se Bruno gosta de natação c. Ou Marcelo gosta de futebol ou Bruno gosta de natação d. Marcelo gosta de futebol e Bruno gosta de natação e. Marcelo não gosta de futebol e Bruno não gosta de natação Negação da Condicional ~(p→q) p^~q Aplicação do procedimento “MANÉ”: • Manter a primeira proposição; • Negar a segunda proposição; • Troca do “Se então” para o “E”. Existe também na negação da condicional uma adaptação que precisa ser feita. O procedimento visto considera uma condicional que após aplicação do procedimento “MANÉ” resulta em uma conjunção. Pensado em uma adaptação, se por acaso houver a negação do “E” – ~(P^Q) –, é possível chegar em uma condicional (processo reverso): ~(P^Q) P → ~Q (Conjunção → Condicional) Obs.: É disparadamente mais comum que se trabalhe a negação do “e” para o “ou”. Ainda assim, caso não seja possível atingir o resultado, é possível que haja a necessidade de aplicação do procedimento “MANÉ”. Bicondicional x Disjunção Exclusiva Bicondicional onde tem-se o: Se e somente se versus a disjunção exclusiva que é o “ou, ou”, observando a tabela verdade de ambos. 1º É necessário compreender que, se tem duas proposições, A e B e nega-se, utilizando o conectivo da bicondicional:~ (A↔ B). Neste caso, repete-se o A, repete-se o B e se troca pelo “ou, ou”: A v B. Desta maneira, vai retirar da negação e ficará na afirmação, com as mesmas proposições simples. 2º A mesma situação ao contrário: Se a questão solicitar a ~ (A v B). Mantém-se a proposição A, mantém-se a proposição B trocando o conectivo “Se, somente se”: A↔B. Na bicondicional, só será verdadeiro quando os valores lógicos forem iguais, se não essa proposição composta será falsa. E no “OU” só será verdadeiro quando os valores lógicos forem diferentes, em qualquer outro caso será falso. • Analisando essas duas tabelas verdades, consegue-se concluir que quando uma é V a outra é F, quando uma é F a outra é V. Ou seja, um é a negação do outro. Por isso não se necessita fazer nada com a proposição, mantendo a proposição simples, trocando apenas o conectivo, sempre lembrando que tem que ter a negação (~). A negação da bicondicional ↔ é a disjunção exclusiva v, negação da disjunção exclusiva v é a bicondicional ↔. Exemplo: Analise a proposição composta a seguir: “Maria viaja para o Rio de Janeiro se e somente se Fernando viaja para São Paulo”. Assinale a alternativa que apresenta a negação dessa proposição composta. a. Maria não viaja para o Rio de Janeiro ou Fernando não viaja para São Paulo. b. Maria não viaja para o Rio de Janeiro e Fernando não viaja para São Paulo. c. Ou Maria viaja para o Rio de Janeiro ou Fernando viaja para São Paulo. d. Ou Maria não viaja para o Rio de Janeiro ou Fernando não viaja para São Paulo. e. Maria não viaja parao Rio de Janeiro ou Fernando viaja para São Paulo. Ao comentar a respeito da instabilidade cambial de determinado país, um jornalista fez a seguinte colocação: “Ou cai o ministro da Fazenda, ou cai o dólar”. Acerca desse comentário, que constitui uma disjunção exclusiva, julgue o item seguinte. A negação da colocação do jornalista é equivalente a “Cai o ministro da Fazenda se, e somente se, cai o dólar”. (Certo) LINGUAGEM FORMAL: SENTENÇAS, PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS E LINGUAGEM NATURAL LÓGICA SENTENCIAL SENTENÇAS ABERTAS AS TRÊS “LEIS DO PENSAMENTO” OU PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA LÓGICA PROPOSICIONAL SENTENÇAS FECHADAS PROPOSIÇÕES – LÓGICA PROPOSICIONAL diagrama interpretativo Tudo que está dentro do conjunto “sentenças” deve possuir sentido completo. Aquilo que não possuir sentido completo será considerado “expressões”. Se os pensamentos com sentido completo puderem ser valorados, eles passarão para o subconjunto chamado de “proposições”. Esses pensamentos poderão ser valorados em Verdadeiro ou Falso. Uma questão que deixa clara a relação entre proposições e sentenças é uma questão do concurso para o cargo de analista do SEBRAE realizada pelo CESPE em 2008, para o qual a banca realizou a seguinte afirmação a ser julgada: “A seguinte proposição ‘Ninguém ensina ninguém’ é um exemplo de sentença aberta.” • Uma proposição, por natureza, é uma sentença fechada. Assim, a afirmação está errada. • A sentença “Ninguém ensina ninguém” pode ser valorada. REPRESENTAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES LINGUAGEM DA LÓGICA FORMAL E TABELAS VERDADE OPERADORES OU CONECTIVOS LÓGICOS LINGUAGEM PROPOSICIONAL – TABELA-VERDADE LINGUAGEM DA LÓGICA FORMAL E TABELAS-VERDADE tabelas verdade Conjunção DISJUNÇÃO CONDICIONAL BICONDICIONAL DISJUNÇÃO EXCLUSIVA NEGAÇÃO Resumo geral PROPOSIÇÕES EQUIVALENTES Negação de Proposições Compostas É um tipo específico de equivalência.
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