Desenvolvimento da Dentição Decídua e Mista

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Lara de Aquino Santos 
Desenvolvimento da Dentição Decídua e Mista 
 
DESENVOLVIMENTO DA OCLUSÃO: 
 Pode ser classificado em três fases 
distintas, sendo elas, fase da 
dentição decídua, mista e dentição 
permanente. 
 
1. DENTIÇÃO DECÍDUA: 
 
→ Desenvolve-se durante o período pré-
natal; 
→ Se dá desde o período de nascimento até 
o início da erupção dentária; 
→ É constituída por 20 elementos 
dentários; 
→ O aparecimento do 1° molar permanente 
caracteriza a término dessa fase. 
Arcos Branquiais: 
→ O 1° arco branquial é responsável pela 
formação da face, bem como dos 
processos maxilares e mandibulares; 
→ A formação inicia a partir da 4° semana 
de vida intrauterina, através da migração 
de células da crista neural. 
Período Pré-Natal: 
→ O início da formação dos germes dos 
dentes decíduos ocorre a partir da 6° a 
14° semana de vida intrauterina; 
→ A forma básica do arco é determinada 
pelos germes dentais e pelo osso basal 
em crescimento; 
→ O desenvolvimento de toda a dentição 
decídua e dos primeiros molares 
permanentes se inicia bem antes do 
nascimento. E ao nascimento os dentes 
decíduos encontram-se apinhados na 
região anterior em suas bases ósseas. 
Roletes Gengivais: 
 
→ Refere-se aos processos alveolares 
recobertos por mucosa gengival 
firmemente inserida. 
Relação da Mandíbula com a Maxila: 
→ A mandíbula encontra-se distalmente à 
maxila (retraída). O processo de 
amamentação irá estimular o seu 
crescimento; 
→ Ela apresenta um potencial de 
crescimento maior quando comparada a 
maxila. 
Desenvolvimento da Cavidade Articular e 
Articulação Temporomandibular: 
 O ganho da cavidade articular está 
relacionado a necessidade de 
mastigação. Conforme os dentes vão 
erupcionando se tem o início da 
remodelação da ATM, aonde os 
incisivos não podem ser levados para 
frente sem que haja uma abertura. 
 
→ Recém-nascido: A cavidade articular é 
plana e a cabeça da mandíbula apresenta 
aspecto tosco. Essas características 
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facilitam o processo de amamentação 
(movimentos de ordenha). 
Dente Natal e Neonatal: 
 
→ Denomina-se dente natal aquele que 
aparece na cavidade bucal no momento do 
nascimento do bebê e dente neonatal 
aquele que aparece nas primeiras 
semanas de vida; 
→ A erupção do incisivo central precoce é 
considerada normal; 
→ É importante investigar se este trata-se 
de um dente decíduo da criança ou se é 
um dente supranumerário, e para isso 
faz-se necessário a realização de uma 
tomada radiográfica. 
Supranumerários: 
→ São formados por uma aberração 
durante o desenvolvimento da lâmina 
dentária. 
Erupção dos Dentes Decíduos: 
→ Geralmente ocorre por volta dos 6 
meses; 
→ A erupção dos incisivos centrais e 
laterais inferiores faz com que tenha o 
alargamento vestibular do osso, tanto no 
sentido transversal como 
anteroposterior; 
→ O arco sofre alteração pela atividade 
muscular quando os dentes já irrompem e 
os músculos estão em atividade; 
→ A língua e o lábio criam forças para a 
correta erupção dos incisivos, além de 
favorecer o correto posicionamento, 
desde que estejam em equilíbrio. 
Primeira Relação Oclusal: 
 
→ Se dá logo após a erupção dos incisivos 
centrais e laterais superiores; 
→ É a relação de contato dos dentes 
superiores com os inferiores. 
Chave de Oclusão: 
 
→ É considerada a relação oclusal decisiva; 
→ Cúspide mesiovestibular dos 1° molares 
decíduos superiores ocluindo com a fossa 
central dos inferiores; 
→ Faz com que tenha o aumento da 
dimensão vertical, e a diminuição da 
sobressalência e sobremordida. 
Guia de Oclusão Lateral (Guia Canino): 
 
→ Se dá logo após a erupção dos caninos; 
→ Inicia-se os movimentos de lateralidade; 
→ O desgaste dos caninos na dentição 
decídua é ocasionado pelos movimentos 
de lateralidade e isto é considerado um 
fator bom, pois estimula o crescimento 
da mandíbula; 
→ Quanto mais lateralidade é realizada, 
mais desgaste terá. 50% de estimulo de 
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crescimento é gerado pelos movimentos 
de lateralidade; 
→ Os caninos superiores ao erupcionarem 
deixam espaço na mesial, enquanto que os 
inferiores deixam espaço na distal, e 
estes são chamados de espaços primatas. 
2° Molares Decíduos: 
 
→ São os últimos dentes a irromperem; 
→ Relação terminal em plano entre a distal 
destes; 
→ Proporcionam maior estabilidade oclusal 
e da dimensão vertical; 
→ Guiam a posição/erupção do 1° molar 
permanente. 
Importante: 
→ Os dentes decíduos encontram-se 
verticalmente à base óssea, diferente da 
dentição permanente, que se encontra 
vestibularizados e lingualizados; 
→ A articulação temporomandibular 
encontra-se próxima ao plano oclusal. 
→ As incisais e oclusais estão localizadas no 
mesmo plano, com ausência da curva da 
Spee. 
Ângulo Interincisal 180°: 
 
→ É característico da dentição decídua. 
Curva de Spee: 
 
→ É uma curva ascendente que vai da incisal 
do incisivo inferior até a última cúspide 
do último molar irrompido; 
→ É ausente na dentição decídua em virtude 
de sua implantação verticalizada. 
Curva de Wilson: 
 
→ É uma curva médio-lateral que contata os 
pontos das cúspides vestibulares e 
linguais de cada lado do arco; 
→ É ausente na dentição decídua. 
Classificação de Baume (1950): 
→ É usada para definir a harmonia da 
posição dos dentes sucessores; 
→ Quanto maior for o espaço, melhor a 
possibilidade de uma relação de troca 
harmoniosa. 
Arco de Baume Tipo I: 
 
→ São aqueles com espaços generalizados 
entre os dentes anteriores, de canino a 
canino decíduo, tanto no arco superior 
como no arco inferior. 
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Arco de Baume Tipo II: 
 
→ São aqueles que não apresentavam 
espaçamento entre os dentes anteriores, 
de canino a canino decíduo em ambos os 
arcos. 
Arco de Baume Misto: 
→ São aqueles que apresentam os dois tipos 
de arco, sendo um tipo em cada arcada. 
Relação Distal dos Segundos Molares 
Decíduos: 
 
Relação de Plano Terminal Reto: 
 
→ Quando as faces distais dos 2° molares 
decíduos superiores e inferiores estão 
no mesmo plano vertical. 
Relação com Degrau Mesial: 
 
→ Quando a face distal do 2° molar inferior 
se encontra em uma relação mesial à face 
distal do superior. 
Relação com Degrau Distal: 
 
→ Quando a face distal do 2° molar inferior 
se encontra em uma relação distal a face 
distal do superior. 
Importante: 
→ A erupção dos 1° molares permanentes é 
considerada a segunda chave de oclusão. 
 
2. DENTIÇÃO MISTA: 
 
→ Caracteriza-se pela presença de dentes 
decíduos e permanentes 
simultaneamente nos arcos dentais, 
ocorrendo a transição para a dentição 
permanente; 
→ Pode ser dividida em 1° período 
transitório, período intertransitório e 2° 
período transitório. 
Primeiro Período Transitório: 
 
→ É caracterizado pela erupção dos 1° 
molares e dos incisivos permanentes. 
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Características: 
 
→ A posição eruptiva ocorre por lingual, e a 
língua equilibra a posição dos dentes 
entre ela e o lábio, garantindo que eles se 
anterioreze; 
→ Presença de diastemas entre os incisivos 
decíduos; 
→ Erupção mais labial dos incisivos da 
maxila, ocupando um perímetro maior no 
arco; 
→ O alinhamento dos incisivos dependerá 
do tamanho dos dentes decíduos e do 
perímetro do arco; 
→ Dstalização dos caninos decíduos 
durante a erupção dos incisivos 
permanentes, em prol de espaço; 
→ Aumento da dimensão transversal dos 
arcos na região dos caninos. 
Período Intertransitório: 
 
→ É caracterizado como um período de 
passividade, pois compreende o período 
de repouso na substituição dos dentes 
decíduos pelos permanentes, com 
duração aproximada de 1 ano e meio. 
Características: 
→ Ausência de espaço maxilar que leva o 
surgimento da fase do patinho feio; 
→ Não ocorre a erupção de qualquer dente 
permanente; 
→ Os incisivossuperiores estão inclinados 
labialmente e diastemas entre eles se 
fazem presentes; 
→ Os incisivos inferiores estão menos 
inclinados e raramente exibe diastema, 
porém é normal que haja desalinhamento 
dentário na região anteroinferior. 
Fase do Patinho Feio: 
 
→ É descrita por Broadbent como um 
posicionamento antiestético, porém 
fisiológico; 
→ O canino permanente é o responsável 
pelo surgimento dessa fase, porque os 
seus germes geram uma pressão contra 
as raízes dos incisivos laterais 
permanentes causando a convergência de 
suas raízes, além de divergência e 
vestibularização das coroas dos incisivos 
(aproximação das raízes e 
distanciamento entre as coroas); 
→ Essa fase não deve ter interferência 
ortodôntica, pois a pressão será 
transferida para a região das coroas, 
melhorando sua inclinação e fechando o 
diastema. 
Segundo Período Transitório: 
 
→ É caracterizado pela erupção dos 
caninos, pré-molares e 2° molares 
permanentes. 
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Características: 
→ Sequência favorável de erupção na 
mandíbula: Caninos, 1° pré e 2° pré. Já na 
maxila é: 1° pré, 2° pré e caninos; 
→ Os 2° molares permanentes só devem 
erupcionar após os caninos e pré-
molares, para não mesializar os 1° 
molares e impactar ou tirar o espaço dos 
caninos e prés; 
→ Presença do espaço livre de Nance na 
região posterior. 
Espaço Livre de Nance: 
 
→ Serve para alinhar os caninos e pré-
molares; 
→ Cerca de 0,9 mm na maxila e 1,7 na 
mandíbula; 
→ Esse espaço é essencial para o 
acomodamento dos dentes permanentes. 
Importante: 
→ Após a exfoliação dos molares decíduos 
os 1° molares inferiores permanentes 
caminharam para frente (mesial) para 
que não permaneçam com relação de 
plano terminal reto, e assim a cúspide 
mesiovestibular dos 1° molares 
superiores encaixem no sulco central do 
inferior (classe I).