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Afogamentos na Pediatria - Aula Prof Fernando

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PEDIATRIA 
 Afogament�� n� Pediatri� - Aul� Prof. 
 Fernand� 
 No que se refere aos afogamentos, é importante sabermos a gravidade do quadro, 
 instalar as medidas necessárias o mais rápido possível e manter a tranquilidade no 
 atendimento. É importante, também, o conhecimento das medidas de prevenção e 
 sobre como passar recomendações para os familiares, assim como ter o 
 conhecimento nas possíveis sequelas e complicações da hipóxia decorrente desse 
 quadro. 
 É a principal causa de mortes acidentais de crianças com idade inferior a 4 anos de 
 idade, mantendo uma prevalência alta apesar das medidas de prevenção. Fatores 
 ambientais, idade e condição socioeconômica contribuem para a ocorrência. 
 O tempo de submersão é determinante na gravidade do afogamento e toda 
 criança, mesmo em quadros leves, deve receber atendimento médico, sendo, 
 portanto, responsabilidade do médico adotar terapêuticas específicas para 
 minimizar complicações e melhorar o prognóstico. 
 O afogamento corresponde ao comprometimento respiratório decorrente da 
 submersão ou de imersão em líquidos, independente do seu desfecho de 
 sobrevivência ou morte. 
 No Brasil, corresponde a 20% do total de mortes por causas externas acidentais em 
 crianças e adolescentes com idade inferior a 15 anos, possuindo maior prevalencia 
 no sexo masculino. 
 Fatores de risco para afogamento 
 PEDIATRIA 
 Fisiopatologia 
 O afogamento pode durar de segundos a minutos, sendo a porcentagem de 
 sequelas e óbitos a seguinte: 
 Períodos curtos de submersão (2 a 5 minutos) = Não levam à morte e sequelas 
 A partir de 6 minutos de submersão = 56% de chance 
 11 a 25 minutos = 88% de chance 
 A partir de 25 minutos = 100% 
 Em relação à progressão do afogamento na vítima consciente temos que o 
 paciente inicia tentando cuspir e posteriormente ele engole a água, tentando 
 prender a respiração com posterior aspiração na via aérea, causando uma reação 
 inflamatória na laringe, chamada de laringoespasmo, o que impede o processo de 
 troca gasosa e leva a um quadro de hipóxia cerebral 
 Em relação à progressão do afogamento na vítima inconsciente, temos que a 
 aspiração de água leva a um aumento da permeabilidade da membrana 
 alvéolo-capilar, o que ocasiona a destruição do surfactante e à atelectasia com 
 redução da complacência pulmonar, levando a uma lesão pulmonar e 
 posteriormente à SARA (Síndrome da Angústia Respiratória Aguda). Sendo assim, 
 o pulmão de um paciente afogado é extremamente difícil de ventilar, sendo um 
 pulmão inflamado e com áreas de atelectasia, demandando parâmetros altos de 
 ventilação, sujeito a barotrauma e pneumotórax. 
 A hipóxia e a anóxia levam a um quadro de acidose metabólica, ocasionando 
 efeitos em órgãos, como efeitos cardiovasculares: 
 ● Aumento da RVS e pulmonar 
 ● Arritmias 
 ● Diminuição da contratilidade cardíaca, diminuindo o abastecimento 
 sistêmico de sangue e levando à falência de órgãos. 
 Como outros distúrbios relacionados ao afogamento, temos: 
 ● Hiponatremia em água doce 
 ● Hipernatremia em água salgada 
 ● Hipotermia em submersão, com diminuição de FC, consumo de O2 e 
 metabolismo celular 
 OBS: esses distúrbios conferem pior prognóstico neurológico e insucesso na RCP 
 Exames laboratoriais e diagnósticos 
 A indicação é individual e baseada na clínica 
 ● Raio X de tórax 
 ● Gasometria arterial 
 ● Eletrólitos 
 ● Glicemia 
 ● Ureia e creatinina 
 ● Hemograma 
 PEDIATRIA 
 ● Lactato 
 Estratificação de risco e guia de tratamento 
 Como dito anteriormente, a gravidade está muito relacionada com o tempo de 
 submersão. Imersões rápidas (5 a 10 minutos) raramente deixam sequelas. Um 
 tempo de submersão mais prolongado (acima de 25 minutos) culminam em PCR e 
 morte. 
 O atendimento deve ser sistematizado, seguindo o guia de ressuscitação CABDE. 
 Devemos manter um cuidado com possíveis lesões de coluna cervical, imobilizando 
 sempre que possível. 
 O tratamento de hipotermia (temperatura inferior a 35°C) tem por objetivo 
 aumentar a temperatura em 1°C a 2°C por hora até atingir 36°C 
 Na hipotermia leve (32 a 35°C) devemos retirar as roupas molhadas e frias, 
 envolver o paciente com toalhas aquecidas e lançar mão do uso de manta térmica. 
 Na hipotermia moderada (28 a 32°C) devemos oferecer O2 aquecido e 
 umidificado, SF EV aquecido, bolsa/manta térmica e fontes de luz. 
 PEDIATRIA 
 Complicações 
 ● Sepse 
 ● Insuficiência renal 
 ● SSIADH (Síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético) 
 ● Respiratórias 
 ❖ Síndrome do desconforto respiratório 
 ❖ Edema Pulmonar 
 ❖ Pneumotórax/pneumomediastino 
 ❖ Tratamento: VM protetora; corticóide em doses baixas; hidratar 
 adequadamente a vítima; diuréticos de maneira criteriosa. OBS: não 
 há benefício do uso de antibióticos profiláticos 
 ● Neurológicas 
 ● Metabólicas 
 ❖ Acidose metabólica 
 ❖ Distúrbios eletrolíticos 
 Prognóstico 
 Como alguns índices que pioram o prognóstico, temos: 
 ● Idade inferior a 3 anos 
 ● Duração da submersão superior a 5 minutos 
 ● Ausência de reanimação nos primeiros 10 minutos 
 ● Coma na chegada à emergência 
 ● pH inferior a 7,1 
 PEDIATRIA 
 Prevenção 
 A prevenção é a melhor forma de garantir um bom prognóstico. Visa minimizar 
 danos neurológicos e a morte. 
 ● Supervisão constante e ativa do adulto 
 ● Educar a criança a obedecer sinais de alerta 
 ● Não deixar nadar sozinha 
 ● Usar colete salva-vidas 
 ● Evitar pular, correr, empurrar próximo a piscinas, lagos, rios ou mares 
 ● Piscinas com tranca interna e grades de proteção com pelo menos 1,5 
 metros de altura 
 ● Baldes e recipientes vazios com o fundo para cima e longe do alcance das 
 crianças 
 ● Tampa do vaso sanitário trancada 
 ● Trancar portas de banheiros e lavanderia 
 ● Oferecer treinamento de SBV

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