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Vict�ria K. L. Card�so Paralisia facial periférica Introdução Nervo facial (VII par): é um nervo misto → ou seja, sensitivo (20%) e motor (80%). ● Por conta de sua ambivalência, pode haver paresia e parestesia facial, sendo mais comum a paresia. Nervo facial → origem, ramos, segmentos e inervações: ● Origem do núcleo motor: ponte do bulbo sulco contínuo → córtex frontal. ● Primeiro ramo: nervo superficial petroso maior. ○ Segmento: labiríntico. ○ Inervação: se anastomosa com o nervo petroso profundo, fazendo a inervação parassimpática das glândulas lacrimais, palatinas e nasais. ○ Possível quadro: olho seco ● Segundo ramo: nervo superficial petroso menor. ○ Segmento: labiríntico. ○ Inervação: se anastomosa com o ramo timpânico do nervo glossofaríngeo, auxiliando na inervação parassimpática das glândulas parótidas. ○ Possível quadro: diminuição salivar. ● Terceiro ramo: nervo estapédio. ○ Segmento: timpânico. ○ Inervação: músculo estapédio (músculo do estribo) (sistema parassimpático). ○ Possíveis quadros: diminuição da audição → pois ele reduz as vibrações auditivas passadas para a cóclea. ● Quarto ramo: corda do tímpano → possui uma função motora e uma sensitiva → passa por dentro da caixa timpânica. ○ Segmento: timpânico. ○ Inervação: glândulas submandibular, sublingual e broto gustativo. ■ Via Aferente: gustação dos ⅔ anteriores da língua → porção sensitiva. ■ Via Eferente: secreção glandular (sistema parassimpático) → porção motora. ○ Possíveis quadros: se acometer a via Aferente, pode causar diminuição da gustação; se acometer a via Eferente, pode haver diminuição salivar. ● Quinto ramo: nervo auricular posterior → motor e sensitivo. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Inervação: músculos da orelha e do ventre occipital do músculo occipitofrontal. ○ Inervação sensitiva: parte do pavilhão auricular. ● Sexto ramo: nervo do ramo digástrico. ○ Inervação: ventre posterior do músculo digástrico. ○ Função do músculo digástrico: elevação do osso hióide, sustentação durante a deglutição e a fala, abre a boca e abaixa a mandíbula. ● Sétimo ramo: nervo do ramo estilóideo. ○ Inervação: músculo estilo-hióideo. ○ Função do músculo estilo-hióideo: se estende entre o osso temporal e o osso hióide → facilita a retração da língua, age na deglutição e mantém a via aérea aberta durante a inspiração. ● Ramos terminais: inervação motora da musculatura da mímica facial. ○ Local da divisão: ao atravessar o osso mastóideo e chegar na parótida. ○ Ramificação: ramos faciais e ramos cervicais. ○ Ramos faciais: temporal, zigomático, bucal e mandibular. Segmentos do nervo facial: ● S. Pontínuo (intracraniano). ● S. Meatal. ● S. Labiríntico. ● S. Timpânico. ● S. Mastóideo. ● S. extratemporal. Paralisia central x periférica: ● Primeiro ponto: existem 3 porções maiores de segmento do nervo facial. ○ Segmento supranuclear: está presente acima do núcleo, ou seja, no córtex - antes da decussação das pirâmides - então, toda lesão aqui causa uma paralisia facial CENTRAL, de acometimento CONTRALATERAL à lesão. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ■ Afeta o terço inferior do rosto contralateral à lesão→ exclui a área de testa e olhos. ○ Segmento nuclear: está presente no núcleo, ou seja, no bulbo - especificamente na decussação das pirâmides - então, toda lesão aqui causa uma paralisia facial PERIFÉRICA, de acometimento IPSILATERAL à lesão. ■ Afeta toda a hemiface ipsilateral à lesão. ○ Segmento infranuclear: está abaixo do núcleo e aqui os segmentos se ramificam, mas o principal ponto é que as lesões ocasionarão uma paralisia facial PERIFÉRICA IPSILATERAL. ■ Segmentos → pontínuo (intracraniano), meatal, labiríntico, timpânico, mastóideo e extratemporal. Doenças que cursam com paralisia facial periférica: ● Causas extracranianas: ○ C. Traumáticas: laceração facial, contusão, fratura de mandíbula, causas iatrogênicas, paralisia do neonato (trauma de parto). ○ C. Neoplásicas: tumor de parótida, tumor de conduto auditivo externo e neuroma facial. ○ C. Congênita: ausência de musculatura facial. ● Causas intratemporais: ○ C. Traumáticas: fratura da pirâmide petrosa, fratura de osso temporal, ferimentos penetrantes e causas iatrogênicas. ■ Fratura de osso temporal → muito comum em acidente de moto, mesmo com capacete → nesse caso o pcte chega com otorragia, sangramento, tontura, hipoacusia e evoluindo com paralisia facial periférica. ○ C. Neoplásicas: tumor glômico, colesteatoma, neuroma de facial, hemangioma, meningioma e neuroma de acústico (é a mesma coisa de schwannoma). ■ Localização mais comum do schwannoma = forame estilomastóideo. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ C. Infecciosas: OMA, OMC, otite externa maligna e Herpes zoster oticus. ○ C. Idiopáticas: Paralisia de Bell, Síndrome de Melkersson Rosenthal. ○ C. Congênitas: osteopetrose e colesteatoma. ● Causas intracranianas: ○ Causas iatrogênicas. ○ Neoplasias. ○ C. Congênitas - Síndrome de Moebius e ausência de unidade motora. ■ Síndrome de Moebius: paralisia congênita parcial ou completa do nervo facial (bilateral), comumente associada a outros pares cranianos, sobretudo o nervo abducente. Comumente cursa com malformações de membros e estruturas orofaciais. ● Outras causas: ○ Diabetes → sempre pedir hemoglobina glicada e glicemia de jejum. ○ Eclâmpsia. ○ HIV → o pcte com HIV pode evoluir com paralisia facial periférica sem explicação. ■ É simplesmente pelo acometimento viral. ○ Outros vírus → herpes, coronavírus, doença de Lyme, síndrome de Guillain Barré (neuropatia). ○ Doenças musculares → sarcoidose e amiloidose. Obs: no caso da síndrome de Guillain Barré, que é uma neuropatia, pode haver evolução do quadro com paralisia facial periférica, junto com sintomas respiratórios (dispneia) e falta de mobilidade de MMII. Obs: mesmo com várias etiologias que cursam com paralisia facial periférica, a principal causa é a paralisia de Bell (que não possui agente etiológico definido) → 80% é idiopático, mas se houver uma pesquisa mais a fundo, a maioria é por etiologia viral. AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM PARALISIA FACIAL Características da paralisia periférica: ● 80% dos casos de início súbito são por paralisia de Bell. ● Principal agente: herpes zoster. ○ Já se inicia o aciclovir, pois é o agente mais comum. ● Primeiro ponto da investigação: diferenciar se a causa é central ou periférica. ○ Na paralisia central, há apenas acometimento do movimento voluntário do terço inferior da face. ○ Ponto importante: na paralisia central NÃO há alterações da @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so gustação, de secreções salivares e lacrimais. Perguntas para fazer: ● Quando começou. ○ Pode ser súbita ou tardia. ○ No caso do aparecimento súbito, o pensamento é mais em infecções e traumas e no caso de aparecimento tardio, gradual, a suspeita é de tumores. ● Sintomas associados. ● Infecção recente. ● Comorbidades. ● Está em uso de medicamentos. ● Tem sintomas auditivos. Possíveis sintomas - quadro clínico geral: ● Acometimento unilateral (é o mais comum, mas pode ser bilateral) e acomete toda a hemiface (terço superior, médio e inferior). ○ Testa com enrugamento durante a mímica. ○ Olho não fecha ou com dificuldade para fechar → paralisia do músculo orbicular do olho. ■ O paciente perde a capacidade de fechar o olho (nervo facial - VII) mas mantém sua capacidade de abrir (nervo óptico - II par). ■ Lagoftalmia - incapacidade de fechar o olho completamente. ■ Sinal de bell - deslocamento do globo ocular para cima e para fora na tentativa de fechar o olho. ■ Síndrome da lágrima de crocodilo (reflexo gustolacrimal) - lacrimejamento durante a alimentação → direcionamento equivocado da regeneração das fibras gustatórias, tanto do nervo facial, quanto do glossofaríngeo. ■ Sinal de mingazzini - ao tentar fechar o olho, a pálpebra superior contralateral se eleva. ○ Ausência de “rugas” no canto externo do olho ao sorrir. ○ Desvio do sulco nasolabial para o lado afetado (desvio de rima labial)e abertura da rima labial para o lado normal. ○ Sincinesia → contrações involuntárias da musculatura do lado paralisado. ■ É uma complicação pós-paralisia que causa um movimento involuntário e indesejado, associado a movimentos voluntários ou reflexos de alguns músculos faciais. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Início do quadro → pode ser lento ou súbito. ● Alteração de sensibilidade. ○ Não costuma haver dor, mas pode acontecer. ○ Dor mais comum associada → otalgia, devido ao 5* ramo do facial (nervo auricular posterior). ● Alteração motora. ● Pode haver alteração gustativa. ● Secura lacrimal. ● Diminuição de saliva. Classificação de House Brackmann → para o comprometimento da função motora: ● Grau I: normal. ○ Função facial normal em todas as áreas. ● Grau II: disfunção leve. ○ Geral: leve fraqueza notável apenas à inspeção. ○ No repouso: simetria e tônus normais. ○ Ao movimento: ■ Testa: função entre boa e moderada. ■ Olho: fechamento completo com mínimo esforço. ■ Boca: leve assimetria. ● Grau III: disfunção moderada. ○ Geral: diferença evidente, mas não desfigurante, com sincinesia e/ou espasmo hemifacial não severo. ○ No repouso: simetria e tônus normais. ○ Ao movimento: ■ Testa: movimento entre moderado e leve ■ Olho: fechamento completo com esforço. ■ Boca: levemente fraca com o máximo esforço. ● Grau IV: disfunção moderadamente severa. ○ Geral: fraqueza evidente e/ou com assimetria desfigurante. ○ No repouso: simetria e tônus normais. ○ Ao movimento: ■ Testa: nenhum movimento. ■ Olho: fechamento incompleto. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ■ Boca: assimetria com o máximo esforço. ● Grau V: disfunção severa. ○ Geral: movimentação discretamente perceptível. ○ No repouso: assimetria evidente. ○ Ao movimento: ■ Testa: nenhum movimento. ■ Olho: fechamento incompleto. ■ Boca: movimento discreto. ● Grau VI: paralisia total. ○ Nenhum movimento. Objetivos do diagnóstico: ● Investigar a causa. ● Realizar TC de crânio, para excluir AVC. ● Verificar se a causa é por tumor. Diagnóstico: ● Otoscopia: é fundamental, para pesquisa de otite média, otite externa maligna ou tumores. ● Topodiagnóstico: verifica a localização da lesão nos ramos do facial da região intramastóidea. ○ Teste de Schirmer: avalia o lacrimejamento. ■ Produção < 5 mm = insuficiente - grave. ■ Produção 5-10 mm = moderado. ■ Produção > 10 mm = normal. ○ Reflexo do músculo estapédio: imitanciometria → avalia a mobilidade do sistema tímpano-ossicular e verifica a presença ou ausência de reflexos acústicos. ■ Também fornece dados sobre a integridade da orelha média. ■ O comprometimento do facial pode comprometer a função do músculo estapédio e causar hipoacusia. ○ Avaliação da gustação nos dois terços anteriores da língua: avalia a disgeusia → dar para o paciente sal e açúcar para ver se ele sente o gosto e a diferença. ■ O comprometimento do facial pode causar disgeusia. ● Exames laboratoriais: ○ Hemograma. ○ Glicemia em jejum e teste de tolerância à glicose → para diabetes mellitus. ○ Sorologias. ○ Exames metabólicos. ○ Líquor → apenas se suspeita de meningite. ● Exames sorológicos: @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Pesquisa de herpes zoster = avaliação de saliva → é a melhor maneira de confirmar a presença do vírus na fase de replicação. ○ Sorologias para Lyme → IgG e IgM, confirmado por Western Blot. ○ Sorologia para HIV. ● Exames otorrinolaringológicos: ○ Audiometria tonal → há perda neurossensorial. ○ Teste de Rinne → o paciente vai continuar ouvindo o som após o diapasão não tocar mais na mastóide → condução aérea melhor que a condução óssea. ■ Indica hipoacusia neurossensorial, há superioridade da condução aérea. ■ CA > CO. ○ Teste de Weber → com o diapasão centralizado e tocando na testa, o paciente não ouvirá o som do lado afetado, mas ouvirá pela orelha não afetada. ■ Indica hipoacusia neurossensorial. ■ Lateralização do som para o lado normal. ○ Logoaudiometria ou audiometria vocal → diminuição da capacidade auditiva (hipoacusia). ○ Imitanciometria → verifica o reflexo do estapédio. ■ Timpanometria - curvas de Jerger → nesse caso será uma curva tipo A. ○ ABR ou BERA (PEAT). ● Ressonância nuclear magnética (RNM): importante para pesquisa de tumores. ● Testes eletrofisiológicos: ○ Teste de excitabilidade nervosa (NET) → usado até < 3 semanas de paralisia. ○ Teste de estimulação máxima (MST) → usado até < 3 semanas de paralisia. ○ Eletroneurografia (ENoG) → usado até < 3 semanas de paralisia → a partir do 3⁰ dia. ○ Eletromiografia (EMG) → paralisias crônicas > 3 semanas de paralisia. ■ Não é um exame muito indicado para os casos súbitos. ○ Objetivo: na Paralisia de Bell e na paralisia facial traumática identificam o grau de degeneração @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so nervosa, sendo indicados se houver necessidade cirúrgica. ■ São testes complementares e desnecessários para o diagnóstico, mas úteis na descrição da degeneração do nervo. Tratamento geral: ● Tratar a causa base, caso reconhecida. ● Corticóide → prednisona. ○ Iniciar com 60 mg e desmame por 15 dias. ● Aciclovir → 2000 mg em 7 dias. ● Fisioterapia. ● Liberação miofascial. Paralisia facial traumática Características gerais: ● Está relacionado a traumas no osso temporal ou a lesões diretas sobre o nervo facial. ● Os traumas do osso temporal podem ser fechados e abertos. ○ Traumas fechados ou não penetrantes: são provocados por contusões cranioencefálicas, sendo as fraturas longitudinais as mais comuns, ocasionadas por impactos temporoparietais. ○ Traumas abertos ou penetrantes: são causados, quase exclusivamente, por armas de fogo, sendo pouco letais, mas com alto grau de sequela. Paralisias de início tardio - completas ou incompletas: ● Não indicam secção do nervo facial. ● Sugerem lesão por edema e compressão nervosa. ● Tratamento paralisias incompletas: corticosteróides - prednisona, 1 mg/kg/dia, por 7 dias, seguida de retirada progressiva. ○ Para minimizar o edema do nervo e o dano neural. ● Tratamento paralisias completas: corticoterapia + exames eletrofisiológicos nas primeiras semanas. ○ Comprometimento nervoso > 90% → tratamento cirúrgico para descompressão do nervo facial. ○ Comprometimento nervoso < 90 → mantém-se o tratamento clínico. Paralisias completas e imediatas: ● Indicam lesão por transecção do nervo facial. ● Realizar eletroneuromiografia. ● Tratamento: no caso de transecção do nervo facial, faz-se anastomose terminal + corticosteróides - prednisona, 1 mg/kg/dia. Obs: independente da paralisia ser tardia ou imediata, todos os pacientes realizar uma TC dos ossos temporais. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Paralisia de Bell Características gerais: ● É a causa mais comum de paralisia facial periférica, sendo de origem idiopática e um diagnóstico de exclusão. ○ É comumente unilateral, mas pode ser bilateral (raro). ○ Quando bilateral é porque acomete os 2 neurônios motores do nervo facial. ● Etiologia: indefinida → é uma doença idiopática. ○ Apesar disso, na maioria das vezes a causa é por uma etiologia viral (não definida especificamente). ○ No caso dessa possibilidade viral, se pede um RT-PCR para aquele vírus que se desconfia → na prática não se pede, mas na teoria e nos livros sim. Investigar possíveis diagnósticos diferenciais - se existe causa definida: ● Contato com carrapato - Doença de Lyme. ● Presença de vesículas dolorosas - Herpes Zoster. ○ Localização: em um dermátomo. ● Presença de vesículas simples em base eritematosa - Herpes simples. ○ Localização: no pavilhão auditivo. ● Otorréia - otite média. ○ Pesquisa para OMA, OMC, otite externa maligna (necrotizante). ○ Tratamento com amoxacilina ou amoxacilina com clavulanato. ○ Se for otite externa necrotizante → ciprofloxacino. ● Surgimento congênito ou neonatal. ● Outros → colesteatoma, tumores parotídeos e schwannomas do acústico. Quadro clínico: ● Paralisia facial periférica (geralmente unilateral). ○ Início súbito→ instalação em 24-48h. ■ Se atentar ao tempo!!! ○ Pode haver sinal de Bell → deslocamento do globo ocular para cima ao fechar o olho com força. ○ Pode haver Sinal de mingazzini - elevação da pálpebra contralateral ao tentar fechar o olho. ● Pode haver: ○ Dor retroauricular. ○ Parestesia em face. ○ Alterações gustativas. ○ Olho seco. ● Sintomas auditivos: hipo ou hiperacusia e/ou algiacusia → ocorre em 30% dos casos → disfunção do músculo estapédio. Fatores de pior prognóstico: ● Hiperacusia. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Ausência de lacrimejamento. ● Idade > 60 anos. ● Diabetes mellitus. ● Hipertensão arterial. ● Ausência do reflexo do estapédio. ● Paralisia completa. ● Dor intensa e degeneração maior que 95% na ENoG nas 3 primeiras semanas de paralisia. Tratamento: ● De forma geral: início do retorno dos movimentos faciais em 85% dos casos em até 3 semanas. ○ Os outros 15% começam a melhorar em 3 a 6 meses. ● Corticoterapia com prednisona → 1 mg/kg/dia (máx. 80 mg), por 1 semana. ○ + desmame por 1 semana, com redução da dose. ● Colírio lubrificante → deve ser à base de metilcelulose, para o ressecamento do olho, caso haja→ previne úlceras de córnea. ● Se há desconfiança de herpes, associar com aciclovir: ○ Se desconfiança de herpes simples: 200-400 mg de aciclovir, 5x ao dia, VO, 7-10 dias. ○ Se desconfiança de herpes zoster: aciclovir, 800 mg, 5x ao dia, VO, 7-10 dias. ● Se há desconfiança de otite: ○ OMA, OMC ou OE → amoxacilina ou amoxacilina com clavulanato. ○ Otite externa necrotizante (maligna) → ceftazidima ou ciprofloxacino. ○ Otite de repetição → ciprofloxacino. ● Como não é uma doença que ponha o paciente em risco de vida, pode-se adotar uma conduta conservadora. ● Outros: ○ Fisioterapia. ○ Liberação miofascial. ○ Acupuntura. ● Tratamentos cirúrgicos: (muito raro) ○ Reconexão nervosa - neurorrafia. ○ Transferência nervosa. ○ Transplante muscular. Síndrome de Ramsay Hunt - herpes zoster oticus Definição: trata-se de uma muco - dermato - polineuro - encéfalo - mielo - meningite. ● Agente: Vírus Varicela Zoster (VZV) → herpes vírus HSV3. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● É a segunda causa mais frequente de paralisia facial periférica. ● Comparativamente com a paralisia de Bell, apresenta pior prognóstico para recuperação. ○ Quando a paralisia facial é precedida pelas vesículas (25% dos casos) o prognóstico é melhor. Características gerais: ● Epidemio: não há predileção por sexo e há aumento da incidência com o aumento da idade. ● Causa da paralisia: edema e compressão do nervo facial, por conta do vírus. ○ Pode haver anastomose entre o VII e VIII pares cranianos, com aparecimento de sintomas de perda auditiva neurossensorial, zumbido e vertigem. Quadro clínico: ● Paralisia facial periférica. ● Presença de vesículas → disposta em um dermátomo. ● Sintomas auditivos. ● Vertigem. Tratamento: ● Aciclovir, 800 mg, 5x ao dia, VO, 7-10 dias. Doença de Lyme Definição: é uma doença multissistêmica provocada pela picada de carrapato. ● Agente: espiroqueta Borrelia burgdorferi. ● Quadro patognomônico: rash cutâneo do tipo eritema migrans. Quadro clínico: ● Manifestação inicial: 1-4 semanas após a incubação do agente. ○ Rash cutâneo do tipo eritema Migrans (> 5 cm) → 50% das vezes. ■ Em crianças afeta mais a cabeça e o pescoço. ■ Em adultos afeta mais as extremidades inferiores. ● Manifestações tardias: ocorrem dentro de meses ou semanas. ○ Edema de articulações recorrente. ○ Paralisia facial periférica, uni ou bilateral. ○ Alterações neurológicas. ■ Meningite. ■ Neuropatia craniana. ■ Radiculoneurite. ■ Encefalomielite com produção intratecal de anticorpos. ○ Alterações cardíacas de condução secundária ou terciária → início súbito. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Diagnóstico: ● Quadro clínico + exames laboratoriais. ● Confirmação laboratorial: ○ Cultura para Borrelia burgdorferi. ○ Sorologia com IgG e IgM séricos ou liquóricos para Borrelia burgdorferi. ■ Costuma haver aumento nos títulos de dosagens consecutivas. Tratamento: ● Amoxicilina, 500 mg, VO, 8/8hs por 1 mês. ○ 50 a 60 mg/kg/dia em crianças. ● Tempo de recuperação completa: + 26 dias. Síndrome de Melkersson Rosenthal Definição: trata-se de um quadro com paralisia facial alternante recorrente. ● Tríade: paralisia facial periférica + edema orofacial + língua fissurada. ○ Essa tríade completa ocorre em apenas 25% dos casos. Agente: é uma síndrome idiopática, sem agente conhecido. Quadro clínico: ● Paralisia facial periférica de início abrupto. ● Edema orofacial (facial + lábios) recorrente → queilite granulomatosa → edema sempre presente. ○ O local da paralisia geralmente corresponde a área de edema facial. ● Língua fissurada (lingua plicata) → ocorre em 50-60% dos casos. Obs: nem todos os sinais aparecem simultaneamente, então a paralisia facial pode ser confundida com paralisia de Bell. Diagnóstico: ● Geralmente, o quadro se inicia na segunda década de vida. ● Diagnóstico presuntivo: edema facial recorrente não explicado por infecção, tumor ou doença do tecido conectivo. ○ O edema pode ser unilateral, acometer apenas o lábio inferior, ou toda a face. ● Biópsia labial: visualização de granuloma epitelióide não-caseoso. Tratamento: ● Corticoterapia → prednisona 1 mg/kg/dia por 5 dias, seguindo com desmame por 10 dias e diminuindo a dose. @p�sitivamed
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