Buscar

Aula 21,22,23 de Botanica2- resumo

Prévia do material em texto

Botânica 2
Hormônios Vegetais 
Assim como os animais, as plantas também apresentam substâncias responsáveis por seu desenvolvimento e crescimento. Essas substâncias, os hormônios, atuam em pequenas quantidades modificando o funcionamento de células específicas. Esses hormônios vegetais também podem ser chamados de fitormônios. Atualmente, os hormônios vegetais são classificados em 5 grupos: auxina, giberelina, citocinina, ácido abscísico e etileno. O estudo da ação dos hormônios tem permitido seu uso para aumentar a produtividade, a variedade e o tempo de conservação de alguns produtos vegetais, principalmente frutas e, assim, tem contribuído para minimizar custos e baratear preços ao consumidor final.
Auxina Foi um dos primeiros hormônios a serem estudados. Promove o crescimento pelo alongamento celular. É produzida nas extremidades do caule, folhas jovens e em sementes em desenvolvimento. Plantas estimuladas com auxina apresentam forte dominância apical, com poucos ramos laterais e desenvolvimento de frutos sem sementes. Darwin foi um dos estudiosos que observou a ação da auxina, em 1881. Durante seu experimento, comprovou que o ápice do caule tende a crescer em direção à luz. Mais tarde, em 1919, Páal acrescentou que quando uma planta é iluminada apenas de um lado, as auxinas migram para o lado menos iluminado promovendo seu crescimento, originando a curvatura observada por Darwin. A auxina também permite a queda de folhas, flores e frutos velhos, uma vez que sua falta nestas estruturas ocasiona a abscisão, ou seja, a separação da estrutura do restante da planta.
Giberelina Hormônio vegetal que é produzido por folhas e tecidos jovens do caule, nas sementes em germinação, nos frutos e, semelhantemente à auxina, também atua no crescimento da planta. As principais atribuições da giberelina estão relacionadas ao rápido crescimento do caule, em razão da indução da divisão e alongamento celular, que podem ser observados em determinadas variedades de plantas as quais apresentam baixa estatura por não produzirem quantidade significativa de giberelina. Esse fitormônio também está presente no processo de germinação das sementes ao estimular a degradação das substâncias nutritivas presentes no endosperma ou cotilédone.
Citocinina Hormônio que se caracteriza por atuar em regiões onde ocorre intensa divisão celular. É abundante em sementes em germinação, frutos e folhas em desenvolvimento e nas extremidades das raízes. Assim, atua como regulador do crescimento vegetal, normalizando seu desenvolvimento.Apresenta ação antagônica à auxina em relação ao desenvolvimento das gemas laterais no caule da planta. Enquanto a auxina produzida pelo ápice do caule inibe o desenvolvimento das gemas laterais, fazendo a planta crescer para o alto; a citocinina produzida nas pontas das raízes estimula as gemas laterais a se desenvolverem. Outra ação interessante deste fitormônio se refere à capacidade de promover a retenção de substâncias, como aminoácidos, dentro das células, contribuindo, assim, para retardar seu envelhecimento. É muito utilizado em floriculturas e no transporte de hortaliças.
Ácido Abscísico Hormônio produzido principalmente nas folhas, na extremidade da raiz e caule. Tem uma ação bastante diferente dos outros hormônios anteriores, uma vez que inibe o crescimento da planta ao promover a dormência das gemas e das sementes. Desta forma, o ácido abscísico promove o envelhecimento de estruturas como folhas, flores e frutos, agindo inclusive sobre os estômatos, induzindo seu fechamento. Sua maior produção está associada a períodos em que a planta sofre com a falta de água, podendo ser inverno ou seca.
Etileno O etileno, por ser um gás, apresenta uma grande facilidade de distribuição pelas estruturas vegetais, agindo no amadurecimento de frutos e na promoção da queda de folhas. É uma substância também muito utilizada por comerciantes para promover o amadurecimento de frutos verdes, para isso, são realizados procedimentos, como a queima de serragem, que permitam a liberação do etileno em locais onde estão os frutos. Em relação à queda das folhas, em plantas que habitam regiões de clima temperado, a produção de etileno aumenta na medida em que a produção de auxina diminui. Isso contribui para a queda das folhas e, consequentemente, para a minimização da perda de água pela planta neste período adverso.
As Auxinas são consideradas fortes promotoras do crescimento, estimulando o alongamento celular tanto na parte aérea como na raiz, que resulta no crescimento desses órgãos. Além disso, regulam fenômenos diversos, como o Fototropismo e o gravitropismo, a Dominância Apical, o desenvolvimento de flores e frutos; assim como favorecem o enraizamento e a diferenciação de tecidos vasculares e retardam a senescência de folhas, flores e frutos. 
As citocininas controlam a divisão celular, graças à regulação das proteínas que controlam o ciclo celular. A ação coordenada de citocininas e auxinas é determinante aos processos de crescimento de plantas e na morfogênese de raízes e da parte aérea. A altura das plantas, por sua vez, é resultado da ação das giberelinas que favorece o crescimento dos internós e, assim, determina a altura das plantas. Como as citocininas e auxinas envolvidas nos processos de alongamento e divisão, mais uma vez é verificada a ação convergente de mais de um hormônio determinando o padrão de crescimento e desenvolvimento de plantas. As citocininas são produzidas nos ápices das raízes e translocadas, via xilema, até a parte aérea. Regulam o crescimento e a diferenciação das raízes e a quebra da dominância apical em gemas laterais, com efeito oposto ao das auxinas. Também estimulam a divisão celular e possuem efeito anti-senescente, retardando os processos oxidativos associados ao envelhecimento. As giberelinas são as principais responsáveis pela altura que as plantas possuem, pois estimulam o crescimento do internó. Juntamente com as auxinas, as giberelinas atuam no desenvolvimento dos frutos. Misturas desses dois hormônios têm sido utilizadas na produção de frutos sem sementes, conhecidos como frutos paternocárpicos. 
O etileno e o ácido absíciso são considerados os principais hormônios que atuam na sinalização e na resposta da planta a estresses diversos, permitindo que o organismo sobreviva até que a situação de estresse seja superada. O etileno é produzido em muitos tecidos e em resposta a estresses diversos, tais como o alagamento; é também associado à abscisão de frutos em amadurecimento, de folhas e flores. Como é um gás, o precursor do etileno, o ácido amino ciclo propano ou ACC, move-se por difusão do seu local de síntese até as células-alvo. Assim, o etileno é o principal regulador dos processos que terminam por levar à senescência de folhas, flores e frutos. O ácido abscísico recebeu essa denominação porque inicialmente pensou-se que ele fosse o principal responsável pela abscisão foliar, fenômeno de queda das folhas de certas árvores. Mas, como sabemos que este fenômeno é regulado pelo etileno, o nome foi mantido por uma questão de hábito. Ao ABA é atribuída a restrição do crescimento, principalmente em gemas do caule, brotos de bulbos ou tubérculos e sementes; e este fenômeno é conhecido por dormência. Ele também é responsável pela sinalização e resposta da planta ao estresse hídrico, ocasionando o fechamento dos estômatos e diminuindo, assim, a perda de água por transpiração. 
 Aula 24 Dormência e germinação 
 Dormência é o processo em que o desenvolvimento do embrião na semente fica interrompido e é retomado quando ela germina. A quebra da dormência pode ser feita com luz, temperatura e/ou com o rompimento da testa. A germinação de uma semente começa com a entrada de água e a mobilização das reservas energéticas; termina com a saída da radícula. A entrada de água nas sementes se dá quando o potencial hídrico do ambiente é mais alto (menos negativo) que o da semente. O sucesso adaptativo das espécies de Angiospermas reside, em grande parte, no advento da semente. A semente permitenão só a proteção do embrião, como, à medida em que ela passa por um estágio de dormência, aumenta as chances de sobrevivência da plântula. O processo de dormência, em diferentes espécies, evoluiu em conjunto com a exposição às condições ambientais a que estavam sujeitas, aumentando as chances de a germinação ocorrer sob as condições mais adequadas. 
O que é dormência em sementes? Após a maturação, se as condições de água, temperatura, oxigênio e luz forem favoráveis, as sementes iniciam o processo de germinação.Entretanto, há espécies que mesmo em locais com condições favoráveis não germinam. São exemplos: alguns cereais(aveia, cevada); frutíferas; arbóreas; hortaliças; forrageiras; ornamentais, entre outras. Isso ocorre por causa de mecanismos de resistência que as sementes adquirem na maturação ou após ela. Esses mecanismos são induzidos por ações do ambiente. 
Tipos de dormência
Há dois tipos de dormência em sementes:
dormência primária: se os mecanismos de bloqueio da germinação forem adquiridos durante o processo de maturidade das sementes;
dormência secundária: caso a dormência seja imposta após a dispersão das sementes,devido a condições ambientais desfavoráveis.
Sementes dormentes após a dispersão irão germinar ao longo do tempo. Elas apresentarão maior longevidade e resistência a condições desfavoráveis do ambiente. A dormência é uma proteção.
A semente só irá germinar quando os mecanismos de bloqueio forem removidos ou desativados naturalmente, e as condições ambientais forem ideais para aquela espécie.
A dormência é favorável por evitar germinação da semente quando ainda está ligada à planta-mãe. Além disso, as sementes se conservam por longos períodos. Bancos de sementes e armazenagem são ideais.
Entretanto, como desvantagem, a superação natural da dormência pode ser longa. Pode levar meses ou anos, o que dificulta a avaliação da qualidade das sementes colhidas.
Muitas plantas daninhas apresentam esses mecanismos para que haja perpetuação da espécie. Como consequência, seu controle é dificultado.
A germinação de sementes dormentes é desuniforme e lenta. Isso reduz a germinação em campo, e é necessário realizar tratamento para a quebra da dormência.
A dormência pode ser primária ou secundária. As causas desses dois tipos de dormência podem ser endógenas e exógenas.Endógena
As causas endógenas da dormência também são denominadas embrionárias, pois são associadas ao embrião das sementes.Exógena
As causas exógenas são ligadas ao impedimento físico da germinação, que começa com a protrusão da raiz primária.
Esses impedimentos são causados pelo pericarpo e tegumento das sementes. Eles são subdivididos em dormência química, física e mecânica.
A dormência nas sementes é algo complexo. É muito influenciada pelo clima, durante a maturação.
O bloqueio da germinação pode ocorrer devido a uma ou mais causas de dormência. Essas causas impedem a germinação adequada das sementes.
A dormência é algo natural. O melhoramento genético retirou esse mecanismo de proteção de algumas espécies de importância econômica.
Além disso, existem diversos tratamentos para superação de dormência. Para realizá-los corretamente, é necessário saber qual dormência sua semente apresenta.

Mais conteúdos dessa disciplina