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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
IVONETE NUNES SANTANA SOUZA 
A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER E A ATUAÇÃO DA/O ASSISTENTE SOCIAL 
Franca
2022
IVONETE NUNES SANTANA SOUZA 
A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER E A ATUAÇÃO DA/O ASSISTENTE SOCIAL 
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Graduação em Assistência Social apresentado a Universidade Paulista – UNIP.
Orientador: Prof. Daniel Mariani
Franca
2022
RESUMO
Nos dias de hoje a violência contra a mulher é um problema que deixa marcas na sociedade. Em decorrência de uma herança cultural patriarcal, as agressões se enraízam nas dinâmicas sociais e nem sempre são percebidas como deveriam. Destacando entre todos os tipos de violência a violência psicológica sendo a mais oculta. Esse trabalho propõe-se a expor e analisar a incidência da violência contra a mulher e a atuação da assistente social na reintegração dessas mulheres e na ação contra a violência. A busca no combate a qualquer tipo de violência tem encontrado uma dificuldade, pois navega nas redes de um costume que tolera o abuso da mulher, que precisa ser entendida, investigada, e combatida como um problema público. Por isso as interlocuções do Serviço Social com essas demandas se fazem necessárias, uma vez que a violência de gênero é um fenômeno social, que precisam ser enfrentadas por meio de um conjunto de estratégias politicas e de Intervenção Social direta. 
Palavras-chave: violência psicológica, mulher, assistência-social. 
1. INTRODUÇÃO
1.1. Violência 
O termo violência contra a mulher surgiu nos anos 70, por meio do movimento feminista, ao denunciar para a sociedade que as mulheres constituíam o alvo principal da violência praticada pelos homens. A violência contra a mulher tanto pode ocorrer fora de casa como dentro dela. 
A palavra violência deriva do latim violentia; que significa impetuosidade, aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa. Mas sua origem está relacionada com o termo violare, violação, que confirma o caráter danoso e invasivo do termo. Deste modo considera-se violência qualquer atitude ou comportamento que se usa da força e do poder para causar dano ou intimidação contra a integridade física ou psicológica, através de autoagressões, agressões interpessoais ou coletivas. TCC
Na Lei Maria da Penha (Brasil, 2006), e a da saúde pública na voz de instituições como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e no Ministério da Saúde do Brasil. Nessas concepções o fenômeno de violência está inserido em discussões de violência de gênero e violência doméstica. Para a OMS, por exemplo, a violência contra a mulher é determinada por:
Todo ato de violência baseado em gênero, que tem como resultado, possível ou real, um dano físico, sexual ou psicológico incluído as ameaças, a coerção ou a privação arbitrária da liberdade, seja a que aconteça na vida pública ou privada (OMS, 1998, apud DA SILVA, 2007).
A justificativa para as ações de violência estaria apenas no fato de ser mulher, assim um ser submisso, que deve obediência ao homem. A violência exercida contra as mulheres é conhecida como violência de gênero porque se inclui à condição de subordinação da mulher na sociedade. Abrange a agressão física, sexual, psicológica e econômica. A diferença de poder entre gêneros estaria na gênese de situações de disputa e de ocorrência de violência (HEISE et al, 1999).
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) noticiou em 2002 um relatório intitulado “Relatório Mundial sobre Violência e Saúde”. No relatório, a violência é conceituada como “o uso intencional da força física ou do poder, real ou ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que leve ou tenha grande probabilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, diminuição do desenvolvimento ou privação” (ZUMA, 2005). 
Segundo o autor, após essa definição, a violência pode ser dividida em três categorias: violência autoinfligida, violência interpessoal e violência coletiva. Todas elas contendo subtipos. A violência que ocorre nas relações familiares é um subtipo da violência interpessoal e, por sua vez, é dividida em violência entre parceiros íntimos. Segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2006, “violência contra a mulher” é toda forma de violência praticada por motivos de gênero, contra uma mulher (GADONI-COSTA & DELL’AGLIO, 2010). 
Alguns autores avaliam que esse tipo de violência sempre ocorreu, associada a muitos fatores, especialmente a questões de gênero. Ao enfocar esta interface, encontra com extensas implicações conectadas ao fenômeno. Na maioria dos casos as vítimas permanecem coagidas a um relacionamento fundamentado, muitas vezes, na dependência financeira e emocional, induzindo a eventos cíclicos de violência. Em grande parte dos casos, a violência foi feita pelo próprio parceiro, na residência (CÔRTES, 2012). 
Essas mulheres precisam de um grande suporte na tentativa de seguir a vida e desvencilhar desses episódios. Para avaliarem as formas implicadas teóricas e metodológicas dos assistentes sociais junto às mulheres que vivenciam casos de violência nos remete a procurar, na historia da humanidade, elementos para compreender como foi o papel da sociedade civil e do estado se comportaram frente a essa problemática. 
Foi realizado um levantamento bibliográfico da literatura, sobre a violência psicológica contra a mulher e atuação do assistente social. Os estudos foram obtidos a partir de acessos de domínio público: National Library of Medicine/NLM (MEDLINE), The Cochrane Librarye Scientific Eletronic Library Online (SciELO); National Library of Medicine/ NLM (PubMed); entre outros. Publicações citadas como referências nos artigos selecionados foram incluídas nesta revisão.
2. DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO
2.1. Os tipos Violência contra a mulher e a Violência Psicológica
A violência é, antes de tudo, uma questão de violação dos direitos humanos. Podendo estar relacionada a variados problemas, complexos e de natureza distinta. Ainda podem estar prendida a questões conceituais referentes à distinção entre: poder e coação; vontade consciente e impulso; determinismo e liberdade. A violência contra a mulher é um fato multicausal , multidimensional, multifacetado e intransparente (PEQUENO, 2007).
A Lei n° 11.340, que conduz os mecanismos para conter a violência doméstica e familiar contra a mulher (2006), determina os tipos de violência, demarcando cinco domínios, a saber: físico, patrimonial, sexual, moral e psicológico. A Violência física indica ferir e causar danos ao corpo e é caracterizada por tapas, empurrões, chutes, murros, perfurações, queimaduras, tiros, dentre outros; Violência patrimonial faz referencia à destruição de bens materiais, objetos, documentos de outrem; Violência sexual, entre diferentes tipos de manifestação, acontece quando o agressor obriga a vítima, por meio de conduta que a constranja, a presenciar, manter ou a participar de relação sexual não desejada (DENIRE, 2012).
E por fim, a violência psicológica, foco desta pesquisa é a mais silenciosa, causando marcas profundas, por não ter um caráter instantâneo e ter efeito cumulativo, é estabelecida pela Lei Maria da Penha, artigo 7o , Inciso III, como:
“Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;”
 Apesar de serem frequentes os abusos psicológicos, são mais difíceis de serem identificados. Sem marcas visíveis no corpo da mulher, essas agressões são disfarçadas em atos de ciúmes, controle, ofensa, humilhação, menosprezo, chantagem e ironias. O aparecimento da violênciapsicológica abrange a discriminação, exploração da mulher, reclusão ou privação de recursos materiais, análise pelo desempenho sexual, o cerceio à liberdade, vigilância constante, financeiros e pessoais, ofensa verbal de forma repetida. Além do mais, a concepção da Organização Mundial da Saúde ainda relata atos que visam degradar ou controlar as ações da mulher, comportamentos, crenças e decisões, constrangimento, mediante ameaça, manipulação, ridicularização, ou outra forma que lhe acarrete danos à saúde psicológica e à autodeterminação. Existem alguns atos que exemplificam no cotidiano, atos comportamentais psicologicamente violentos: 
· Decidir o jeito como a mulher se veste, pensa, come ou se expressa; 
· Repreender qualquer coisa que a mulher faça; tudo passa a ser ruim ou errado; 
· Desqualificar as relações afetuosas da mulher: amigos ou família; 
· Humilhações, xingamentos como "vadia", "imprestável", "retardada", "vagabunda"; 
· Expor a mulher a situações humilhantes em público; 
· Recriminar o corpo ou intelecto da mulher de forma ofensiva; (CUNHA, 2016).
Atos estes que para muitos faz parte da dinâmica natural de um relacionamento, caracterizados como “brincadeiras” ou justificados no papel social de controle do homem como discutiremos mais a frente. Mas a gravidade dessa realidade traz consequências que, ainda que não imediatas ou explícitas, atingem a saúde física e psíquica das mulheres, com desdobramentos que extrapolam o âmbito individual, influenciando sua conjuntura familiar e até mesmo a econômica e social. As consequências se manifestam desde quadros orgânicos como obesidade, síndrome de dor crônica, distúrbios ginecológicos, a problemas psíquicos como depressão, síndrome do pânico, fobia, estresse pós-traumático, consumo de álcool e drogas, chegando muitas vezes à tendência ao suicídio. 
Não obstante suas consequências diretas, a violência psicológica contra a mulher preocupa ainda mais, já que esta normalmente precede a agressão física que, uma vez praticada e tolerada, pode se tornar constante. Como propõe Bandeira (2014), a violência psicológica é a argamassa da violência física, uma vez que o agressor se usa daquela para controlar sua vítima e mantê-la subjugada. O temor e a perda do empoderamento da mulher são consequências graves de abusos psicológicos, que abrem prerrogativa para que a violência física se manifeste. Como mostra Miller o agressor, antes de “poder ferir fisicamente sua companheira, precisa baixar a auto-estima de tal forma que ela tolere as agressões”.
Nesse contexto tornam-se essenciais investimentos na investigação, para o diagnóstico e decorrentes políticas públicas e de conscientização social relativas à essa realidade. O problema é que a violência psicológica ainda é encarada, em muitos casos, como algo "normal" na dinâmica dos relacionamentos. Como propõe Walters & Parke3 (apud DAHLBERG, 2006, p.1165) a violência é culturalmente determinada e a formação cultural na qual a sociedade brasileira ainda se estabelece, não reconhece em certos abusos psicológico sua natureza violenta. Mas acaba legitimando-os como parte de uma dinâmica de relações nas quais a mulher estaria “naturalmente” sujeita a essas opressões sociais, nas quais muitas vezes nem ela própria se reconhece como vítima:
“Dificilmente, a vítima procura ajuda externa nos casos de violência psicológica. A mulher tende a aceitar e justificar as atitudes do agressor, protelando a exposição de suas angústias até que uma situação de violência física, muitas vezes grave, ocorra.” (DA SILVA, 2007, p.101)
É por isso que para discutir a prevalência e as nuances da violência contra a mulher no Brasil, especialmente a violência psicológica, faz-se necessário discutir as matrizes sob as quais as relações entre homens e mulher se estabelecem. Assim, no próximo capítulo trataremos de uma breve consideração sobre as relações sociais em suas estruturas psicológicas e de poder que permeiam a violência contra a mulher. 
A violência contra a mulher tem sido apontada pela ONU como uma violação dos Direitos Humanos e como um problema de Saúde Pública, ou seja, como uma das principais causas de doenças das mulheres (hipertensão, angústia, depressão, sofrimento psíquico, e outras). Da mesma forma, a violência cometida contra as mulheres é considerada um dos principais entraves ao desenvolvimento de países do mundo inteiro. Portanto, a interlocução do Serviço Social com essa questão se faz necessária. Uma vez que a violência de gênero é um fenômeno social, deve ser enfrentada através de um conjunto de estratégias políticas e de intervençãosocial direta.
REFERENCIAS
2. Heise L, Ellsberg M, Gottemoeller M. Ending violence against women. Popul Rep L. 1999;11:1-43.
Zuma, C. E. (2005). Em busca de uma rede comunitária para a prevenção da violência na família. In Anais do III Congresso Brasileiro de Terapia Comunitária. Fortaleza. Acesso em 29 de junho, 2012, em http://www.noos.org.br/acervo/Embuscadeumaredecomunitariaparaaprevencaodaviolencianafamili a.pdf
Gadoni-Costa, L. M. & Dell’Aglio, D. D. (2010). Mulheres em situação de violência doméstica: vitimização e coping. Interinstitucional de Psicologia, 2(2), 151 – 159.
Côrtes, G. R. (2012). Violência doméstica: centro de referênciada mulher “Heleieth Saffioti”. Estudos de Sociologia, 17(32), 149-168.
Pequeno, M. J. P. (2007). Direitos Humanos e Violência. Acesso em 08 de junho, 2010, em http: //www.colegiointegral.com.br/EM/AULAS/2ano/SOC-violencia.ppt
Denire Holanda da Fonseca, Cristiane Galvão Ribeiro e Noêmia Soares Barbosa Leal VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER: REALIDADES E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS. Centro Universitário de João Pessoa, João Pessoa, Brasil. Psicologia & Sociedade; 24 (2), 307-314, 2012
DA SILVA, Luciane Lemos et al. Violência silenciosa: violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface-Comunic, Saúde, Educ, v. 11, n. 21, p. 93- 103, 2007.
Disponível em http://www.scielo.br/pdf/icse/v11n21/v11n21a09.pdf (acesso em 27/04/16)
MARIA LUCIANA GARCIA CUNHA. A PERCEPÇÃO SOCIAL DA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER. Estudo aplicado de um instrumento de pesquisa. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2016. 6 Apud http://www.brasilpost.com.br/2014/11/25/violencia-psicologica_n_6214298.html (acesso em 22/05/2016)
BANDEIRA, Lourdes Maria. Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de investigação. Soc. estado., Brasília , v. 29, n. 2, p. 449-469, Aug. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.ph p?script=sci_ar ttext&pid=S0102-69922014000200008&lng=en&nrm=iso>. (acesso em 28/04/16)
DAHLBERG, Linda L.; KRUG, Etienne G.. The Couple Satisfaction Index (CSI). Self Report Measures for Love and Compassion Research: Marital Satisfaction Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 11, supl. p. 1163-1178, 2006. Disponívelem:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1 413- 812320060005 00007&lng=e &nrm=iso>. (acesso em 20/09/2016)
BRASIL, Lei Maria da Penha. Lei n° 11.340, de 7 de agosto de
2006, Brasília, 2006.

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