Buscar

TCC II ELIANE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

6
	
UNIVERSIDADE ANHANGUERA
UNIDERP
 BAGÉ
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
ELIANE OLIVEIRA DE MOURA - 2358396808 
TCC
TIPOS DE VIOLENCIA CONTRA MULHER E SUA LEIS 
BAGÉ-RS
 2021
 
ELIANE OLIVEIRA DE MOURA - 2358396808 
 
 TCC 
TIPOS DE VIOLENCIA CONTRA MULHER E SUA LEIS 
 
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social do Centro de Educação a Distância - CEAD da Universidade Anhanguera UNIDERP, para disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I.
 Tutora à Distância: Juliana Isabele Gomes Probst
	
BAGÉ-RS 2021
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA	5
3.	OBJETIVOS	5
3.1Objetivo Geral	5
3.2Objetivos Específicos	5
4.	JUSTIFICATIVA	6
5.	METODOLOGIA	8
6.	REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	9
7.	CRONOGRAMA DA PESQUISA	10
8.	ORÇAMENTO	10
9.	RESULTADOS ESPERADOS	10
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA	13
 	
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso do serviço social tem como pesquisa bibliográfica a respeito da violência imposta contra às mulheres que é histórica e sua origem vem de um sistema de dominação e subordinação que determina as funções de cada sexo em sociedade, a partir de representações e comportamentos que se alicerçaram, por muito tempo, em discursos essencialistas e machistas– como se, por uma determinação biológica/ genética, a forma de sentir, expressar e perceber o mundo fosse pré- definida, portanto, incontestável e definitiva. Como resultado, este modelo social importou violações de direitos e impôs às mulheres a condição de inferioridade em relação aos homens, exteriorizada principalmente através de diversos tipos de violência, desde a subjugação física e sexual até a efetivação da morte como o feminicídio. Na tentativa de minimizar a violência contra as mulheres, a Lei do Feminicídio foi criada qualificando o homicídio de mulheres como crime hediondo, se este resultar de violência doméstica e familiar ou em razão de menosprezo ou discriminação da condição de mulher. Outra Lei, a Maria da Penha, também já garantia proteção às mulheres contra a violência doméstica, mas sozinha não estava dando conta da situação que algumas brasileiras são submetidas. E agora? Qual a situação que as mulheres vivem em relação a violência doméstica? Esses são os grandes questionamentos trabalhados ao longo dessa pesquisa.
 Palavras- chave: mulher, feminicídio, violência doméstica, Lei do Feminicídio, Lei Maria da Penha.
 ABSTRACT
This social work course conclusion work has as a bibliographical research on the violence imposed against women, which is historical and its origin comes from a system of domination and subordination that determines the roles of each sex in society, based on representations and behaviors that were based, for a long time, on essentialist and sexist discourses – as if, by a biological/genetic determination, the way of feeling, expressing and perceiving the world was pre-defined, therefore, indisputable and definitive. As a result, this social model imported rights violations and imposed on women a condition of inferiority in relation to men, externalized mainly through various types of violence, from physical and sexual subjugation to the actualization of death such as femicide. In an attempt to minimize violence against women, the Feminicide Law was created qualifying the homicide of women as a heinous crime, if it results from domestic and family violence or because of contempt or discrimination against the status of women. Another law, Maria da Penha, also guaranteed protection to women against domestic violence, but alone it was not dealing with the situation that some Brazilian women are subjected to. And now? What is the situation that women live with regard to domestic violence? These are the major questions worked throughout this research.
 Keywords: woman, femicide, domestic violence, Feminicide Law, Maria da Penha Law.
 
 1-INTRODUÇÃO
 O presente trabalho de conclusão de curso pretende explanar sobre o crime de feminicídio e a desigualdade de gênero, no que se trata do homicídio em desprezo a mulher em razão de ser do sexo feminino, em um cenário de violência doméstica e familiar. Além do mais, o feminicídio é considerado a última etapa do ciclo das violências, onde o homem passa a ter o controle sobre a vida e a morte da mulher consiste, sobretudo, numa relação de hierarquia de gênero (MARTINS, 2017). 
Contudo a mulher é ainda exposta e rotulada como culpada seja pela sua vestimenta, personalidade, seu corpo, comportamento, até mesmo pelo seu emprego, ou seja, o homem que passa a ter o controle sobre a vida de uma mulher demonstra muito ódio pelas vítimas, estas que, morrem de formas trágicas todos os dias pelo fato de ser mulher (FERREIRA; SILVA; ANJOS, 2018). 
O feminicídio praticado contra as mulheres se inicia com chantagem, humilhação e desvalorização, passam para desprezo que é para ser mostrado ou visto. Depois vem um empurrão, um puxão de cabelo ou beliscões e cada vez o ato aumenta, com tapas no rosto, socos, pontapés, surras, quebra de membros, o que pode gerar incapacitação da mulher, podendo chegar até a morte (CPERS, 2019).
 Desse modo, o vigente trabalho tem como objetivos, identificar os aspectos envolvidos no feminicídio, sendo assim conceituar sobre o Feminicídio, investigar a Violência contra a mulher, compreender sobre o que a lei Maria da Penha e a do Feminicídio sustenta frente a esse crime. Contudo diante dessa realidade espantosa, é importante comemorar o fato de que, com a criação da lei do feminicídio, as discussões sobre a importância da proteção da mulher e do combate à violência de gênero cresceram e atingiram patamares nunca antes vistos. Além do mais, a rede de atendimento no âmbito da violência conjugal é composta por diferentes serviços, dentre esses serviços, pode-se citar: Serviços de Saúde, Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, Hospitais, Casa Abrigo, CREAS, CRAS, Coordenadoria da Mulher, Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Municipal da Mulher, Poder Judiciário, Ministério 11 Público, Defensoria Pública, Organizações não governamentais (ONGs), entre outros (CFP, 2012) 
O profissional da psicologia está presente nos mais diversos contextos de atuação, incluindo as delegacias de atendimento à mulher em situação de violência conjugal. Apontando que a atuação do psicólogo é contribuir para que as mulheres em situação de violência conjugal consigam promover transformações individuais e relacionais, ou seja, mudanças no âmbito pessoal e também no que diz respeito ao seu relacionamento conjugal (MACARINI; MIRANDA, 2018). 
Este estudo abordasobre a conceituação do crime de feminicídio, terminologia e entendimentos, como realmente ocorre a configuração do crime, em seguida o trabalho apresenta os tipos de violências no que retrata as desigualdades de gênero como a principal causa desse contexto.
 A violência doméstica é um problema que atinge milhares de todas as classes sociais, em grande número de vezes de forma silenciosa e dissimulada, é um problema que acomete ambos os sexos e todas as idades e não costuma respeitar nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural específico. Contudo, segundo dados Ballone (2008) as mulheres são vítimas em 84,3% dos casos. Com mais frequência, as vítimas estão nas seguintes faixas etárias: 24,6% de 18 a 35 anos, 21,3% de 36 a 45 anos e 13%
A violência imposta às mulheres é histórica e sua origem vém de um sistema de dominação e subordinação que determina as funções de cada sexo em sociedade, a partir de representações e comportamentos que se alicerçaram, por muito tempo, em discursos essencialistas como se, por uma determinação biológica/ genética, a forma de sentir, expressar e perceber o mundo fosse pré- definida, portanto, incontestável e definitiva. 
 Este modelo social importou violações de direitos e impôs às mulheres a condição de inferioridade em relação aos homens, exteriorizada principalmente através de diversos tipos de violência, desde a subjugação física e sexual até acabando muitas vezes em da morte o Feminicídio. Na tentativa de minimizar a violência contra as mulheres, a Lei do Feminicídio foi criada qualificando o homicídio de mulheres como crime hediondo, se este resultar de violência doméstica e familiar ou em razão de menosprezo ou discriminação da condição de mulher. Outra Lei, a Maria da Penha, também já garantia proteção às mulheres contra a violência doméstica, mas sozinha não estava dando conta da situação que algumas brasileiras são submetidas. 
O interesse na violência doméstica é para compreender o fenômeno que vai além de uma situação de justiça, pelo contrário é um problema que perpassa a questão social cada vez mais presente nas cidades. Trata-se de um terreno complexo e a proposta é tão somente situar a perspectiva linguística que vem sendo usada no Serviço Social e também no cotidiano para dar sentidos a objetos e eventos sociais relacionados à violência doméstica. Para tanto, o objetivo é saber como essas mulheres que sofrem, compreendem a violência doméstica, como nomeiam, como explicam como descrevem e como se posicionam diante da violência doméstica.
Dessa forma, podemos perceber que a violência contra a mulher não é um fenômeno que se restringe a classes sociais ou etnias especificas e tampouco se expressa em apenas uma determinada faixa etária. No entanto pesquisas apontam que este tipo de violência ocorre com maior frequência dentro do ambiente familiar, na maioria das vezes pelo companheiro da vitima.
Com a inovação da Lei Maria da Penha, o tema da violência contra a mulher passou a ser mais divulgado pela mídia e mais denunciado pelas vitimas, porém muitas mulheres ainda sofrem calado o horror da violência que, de certo modo, ainda se mantém escamoteado na sociedade.
2- OBJETIVOS
2.1-Objetivo Geral
 Compreender o significado da violência doméstica para as mulheres e os tipos de violência.
2.2- Objetivos Especificos
Nomear a violência doméstica a partir do olhar das mulheres agredidas.
 Descrever a violência doméstica a partir do olhar das mulheres. 
 Apresentar o posicionamento das mulheres sobre a violência doméstica. 
Explicar a violência doméstica a partir do olhar das mulheres.
 3- JUSTIFICATIVA
A violência doméstica contra a mulher ocorre tanto na rua quanto em casa e na maioria dos casos é praticado pelo marido, o companheiro, o pai ou padrasto. Essa violência pode assumir várias formas, onde em todas as maneiras as consequências são desastrosas, causando danos temporários, permanentes ou até mesmo a morte.
 As características mais comuns de violência são tapas, empurrões, murros, tiros entre outros, características essas que deixam marcas no corpo da vítima e traumas. Uma violência que é pouca divulgada é a violência psicológica que não deixa marcas físicas, mas cicatrizes psicológicas que destroem a autoconfiança da vítima por toda a vida. 
O agressor usa de meios como a discriminação, humilhação para coibir a vitima. Essa violência é mais difícil de ser identificada e suas conseqüências podem chegar até ao suicídio. Muitas mulheres não recorrerem às delegacias de polícia para denunciar agressões, ameaças, espancamentos e outras formas de violência, devido à vergonha que sentem perante a sociedade ou por dependerem financeiramente do agressor. 
Para a Assistente Social do CREAS, “algumas mulheres acham que foi só daquela vez ou não falam nada por causa dos filhos”. Isso só faz com que o agressor continue com seus atos de violência e coibindo a mulher de denunciá-lo. As denúncias acontecem geralmente nos casos de ameaça com arma de fogo e depois de vários espancamentos, pois muitas mulheres ainda têm aquela idéia do “ruim com ele, pior sem ele”, com esta atitude a mulher se torna uma vítima permanente das violências domésticas. 
A necessidade de se unir ao outro e a busca pela construção de laços que durem ao longo da vida são características fortes do ser humano. Assim, surpreende e causa espanto quando numa relação íntima, que teve como intuito manifestar amor e afeto, surge atos de violência.
A violência contra as mulheres é uma forma de violação dos direitos humanos, ao atingir o direito à vida, saúde e integridade física e psicológica. Portanto, foi sancionada em 07 de agosto de 2006, a Lei nº 11.340 - Lei Maria da Penha, que cria mecanismos de coibir e prevenir a violência contra as mulheres. Apesar do avanço desta legislação, ainda depara-se com a cruel realidade de violência contra a. mulher, que pode ser verificada com os altos índices de homicídio de mulheres no Brasil e de denúncias recebidas pela Central de Atendimento à Mulher - Disque 180. Em 2011, a Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres junto a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres elaboram um documento de referência nesse enfrentamento: Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, tendo como finalidade estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres, assim como de assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e legislação nacional (BRASIL, 2011)
A violência contra as mulheres em todas as suas formas (doméstica, psicológica, física, moral, patrimonial, sexual, tráfico de mulheres, assédio sexual, etc.) é um fenômeno que atinge mulheres de diferentes classes sociais, origens, idades, regiões, estados civis, escolaridade, raças e até mesmo a orientação sexual. A violência contra a mulher é um problema complexo que se tornou um fenômeno social devastador que afeta a saúde e a cidadania de mulheres em todo mundo, o que demanda a elaboração e efetivação de políticas sociais públicas e privadas de enfrentamento a essa questão. 
 Desta forma, a partir do trabalho da Rede de Enfrentamento buscou-se consolidar um atendimento e enfrentamento articulado que propicie o atendimento integral, humanizado e capacitado da mulher em situação de violência, homem autor do fato e seus familiares (MACARINI; MIRANDA, 2018)
 .Incentivar junto à comunidade ações de caráter preventivo com o objetivo de sensibilizá-los sobre a questão da violência doméstica e familiar conta a mulher; Desenvolvendo oficina que estimule a busca pelo empoderamento financeiro dessas mulheres como forma de melhoria à autoestima, na conquista à independência financeira e superação da violência.
Os serviços especializados para os mais diversos tipos de violência contra as mulheres: acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública; promoçãode autonomia econômica; cuidado das crianças – brinquedoteca; alojamento de passagem e central de transportes.
 A violência doméstica e familiar vem a ser um desafio a qual não é fácil de ser conduzida, por envolver em muitos casos entes familiar, e neste caso, para poder intermediar este processo não muito fácil de ser tratado, entra o papel do assistente social, no qual verifica que a maioria das famílias hoje sofre algum tipo de violência doméstica e necessitam de apoio profissional.
 O Serviço Social articula-se com as atividades e atenções prestadas às famílias nos demais serviços socioassistenciais, nas diversas políticas públicas e com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos. Deve garantir atendimento imediato e providências necessárias para a inclusão da família e seus membros em serviços socioassistenciais ou em programas de transferência de renda, de forma a qualificar a intervenção e restaurar o direito. 
O Assistente Social atua no âmbito de amenizar os casos de violência doméstica, é a realização de uma visita domiciliar, orientações as pessoas vítimas de tais casos, acompanhamento psicossocial individualizado e sistemático, além de utilização de pesquisas para verificar se a família ou pessoa está em situação de risco ou se teve seus direitos violados novamente. 
 
 4- METODOLOGIA
A metodologia acontecerá, principalmente, na pesquisa bibliográfica, desenvolvida a partir da consulta dos mais variados títulos da área das ciências jurídicas, psicológicas e sociológicas, textos legais, dados quantitativos e análise de situações reais. Em uma abordagem mais prática, tem como proposta apresentação de alguns casos reais, através de um levantamento de histórico feito na Delegacia da Mulher, sempre resguardando o sigilo e a privacidade das vítimas. Haverá a tentativa também de levantar dados estatísticos nessas instituições.
A pesquisa bibliográfica utiliza-se de principalmente das contribuições de vários autores sobre determinada temática de estudo já a pesquisa documentada baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem se reelaborado de acordo com os objetivos da pesquisa.
 O trabalho tem como objetivo geral analisar medidas de combate a violência no contexto mundial, no Brasil a efetividade das Leis Maria da Penha e do Feminicídio, bem como o impacto destas na qualidade de vida das mulheres, medidas e propostas de combate a essa violência.
 A pesquisa analisará ainda a situação de violência doméstica brasileira. Avaliar os desempenhos da Lei 11.340/2006(Lei Maria da Penha), a permanência da violência doméstica brasileira, subdividindo em idade, sexo, situação sócia econômica e causas diversas. Avaliar ainda a Lei 13.104/2015 (Feminicídio), e práticas inovadoras de enfrentamento à violência de gênero. Assim, com análise de dados bibliográficos, notasse que quando determinadas leis favorecem ou dão uma assistência às mulheres vítimas de violência doméstica, elas se encorajam, e passam a confiar mais em uma justiça célere e eficaz.
 A Lei Maria da Penha traz punições aos infratores que praticarem violência doméstica contra a mulher. Já o feminicídio apresenta uma qualificadora, ao homicídio, artigo 121 do Código Penal. As mudanças que ocorrem na legislação, se ajustam às novas realidades sociais na qual o judiciário se depara diariamente. Mas nem sempre essas alterações são totalmente efetivas. 
Tendo isso em vista, a importância dessa pesquisa se justifica devido a necessidade de levantamentos bibliográficos e práticos mais aprofundados em relação aos temas, feminicídio e violência doméstica. Além disso, analisará a situação da mulher brasileira em relação a essas situações.
 
 A abordagem da construção social foi escolhida como o método mais adequado para conduzir o estudo, pois se entende, assim, que as ações humanas. A base metodológica utilizada foi a da construção social, e é baseado em 3 eixos fundamentais: tipificação, institucionalização e socialização que juntos explicam como se dá o processo de produção de sentido na vida
De acordo com a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher as ações de prevenção e combate à violência de gênero devem ser trabalhadas de forma articulada por meio dos órgãos que compõe. Sendo assim, são realizadas parcerias entre as instituições para desenvolver um plano de ação que atenda a realidade em que se encontram as mulheres em situação de violência.
5- DESENVOLVIMENTO
 5-1. A desigualdade de gênero
 
As desigualdades entre homens e mulheres, são frutos de uma construção histórica que naturaliza a subordinação feminina, decorrendo assim, atos discriminatórios. Biologicamente não há justificativa para a diferença entre os gêneros, e sim ideologicamente são construídas como naturais, tornando-se parte integrante da vida de muitas mulheres. Durante muito tempo o espaço familiar e privado foi conivente com os atos discriminatórios, sendo resultado do contexto social em que vivem, colocando a mulher em lugar de submissão no grupo (FREIRE apud ESPÍRITO SANTO, 2011). 
A construção do masculino e feminino é um fenômeno cultural, determinam a maneira de ser do homem e da mulher, e os que possuem comportamentos e atitudes diferentes do considerado “ideal” são estigmatizados, desta forma, esperase que a mulher seja submissa e cuide da família e o homem seja o provedor e detentor do poder na relação. Contudo, homens e mulheres são diferentes, mas não deve haver desigualdade de direitos entre eles (AUAD, 2003).
Na concepção de Auad (2003, p. 55), “Falar em ‘gênero’ é algo mais do que falar das diferenças biológicas [...]. Assim como o patriarcado, gênero é um conceito que pode ser entendido ao lado da luta das mulheres pelos seus direitos”. Na concepção de Morães (2002), a discriminação embasada no gênero é nomeada de sexismo e se apresenta de três diferentes formas. O sexismo individual, cultural e institucional.
 No sexismo individual, as pessoas reproduzem ações aprendidas com sua família, no âmbito mais privado, ou seja, ações discriminatórias em relação ao gênero, e por vezes, reproduzem atos violentos sem questionar o motivo de sua ação. 
No sexismo cultural, a influência advém das crenças propagadas na sociedade, onde o âmbito privado é peculiar à mulher e o âmbito público ao homem. Acreditam e defendem a imagem da mulher reclusa e submissa, e aos homens cabem os cargos de liderança. 
No sexismo institucional, a discriminação se apresenta e se vincula nas diferenças econômicas e sociais entre os gêneros. 
Desta forma, o sistema capitalista é mais voraz em relação às mulheres, dentre as quais se apresentam significativamente os maiores níveis de pobreza, comparando-se aos homens. Esta diferenciação se mostra também nos salários aferidos, onde as mulheres recebem menor remuneração que os homens. Alvarez, citado por Camacho (1997, p.30), defende que o conceito de gênero possibilitou a teoria feminista avançar no Brasil:
Gênero tem sido o conceito mais utilizado para analisar as relações entre a subordinação das mulheres e as transformações sociais e políticas. Gênero denota o significado político, social, e histórico referido a um determinado sexo. Alguém nasce macho ou fêmea; alguém é “feito” homem ou mulher. E o processo de “fazer” homem ou mulher é histórica e culturalmente variável, podendo, portanto, ser potencialmente alterado através da luta política e das políticas públicas. Entretanto, a maneira como os interesses de gênero são definidos e articulado no interior das instituições políticas dá pistas para o entendimento das relações entre “mulher” e “política”.
Hartman, citado por Saffioti (2011, p.104), define “patriarcado como um pacto masculino para garantir a opressão das mulheres [...], capacitam a categoria constituída por homens a estabelecer e a manter o controle sobre as mulheres”. Segundo a concepção de Saffioti (2011), o conceito de gênero é insuficiente para desvelar a dominação- exploração, pois é ahistórico e a político, diferente do patriarcado que se aplica a uma etapa histórica, evidenciando a superioridade masculina. 27 Hartman, citado por Camacho (1997), corrobora que há diferenças entre os homens e uma divisão hierárquica entre eles, porém para reprimir as mulheres, colocando-as submissas, há uma cumplicidade entre eles, sem diferenciação. 
Defende ainda que a participação feminina no mercado de trabalho alterou a dinâmica familiar, mas não indica o fracasso desta instituição. O que se pode afirmar dessa inserção no mercado de trabalho é que a mulher está contribuindo financeiramente com a renda familiar ou até mesmo sendo a única provedora. Assumiu uma dupla jornada de trabalho, pois o trabalho doméstico tradicionalmente ainda lhe é destinado. Muitas não questionam a situação, pois estão condicionadas a esta rotina exaustiva. Perpetuando assim as estruturas ideológicas que limitam a emancipação feminina (BRASIL, 2013a). 
As mulheres têm atuado cada vez mais em diversos espaços, seja no âmbito profissional, acadêmico, cargos políticos e afins. Deixaram para trás a posição de irrelevância social que a sociedade lhes conferia no passado (BRASIL, 2013a). Nas últimas décadas a participação das mulheres no mercado de trabalho tem aumentado gradativamente e aos poucos estão ocupando postos de trabalho que antes eram direcionados aos homens, porém esta inserção é ainda marcada por diferenças de gênero e raça (BRASIL, 2013a).
 5-1 O que é a violência contra a mulher?
 A submissão da mulher na sociedade patriarcal sempre foi vista com naturalidade, desde a antiguidade, essas possuíam poucos direitos e seus deveres eram estar sempre ao lado do seu protetor que poderia ser o pai, o irmão ou marido. A mulher era portadora da honra e caso fosse desonrada, mesmo que estuprada, poderia ser morta para preservar a posição social de seu suposto protetor, uma violência absurda e discriminatória que, infelizmente, ainda persiste em algumas partes do mundo. Segundo o Mapa da Violência de 2015, o Brasil é um país de extrema agressividade contra a mulher ocupando a sétima posição em uma lista de oitenta países, uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres. As mulheres negras assistiram à diferentes momentos de sua militância, à temática específica da mulher negra ser secundarizada na suposta universalidade de gênero, mesmo em um país em que as afrodescendentes compõem, aproximadamente, metade da população feminina. A crescente compreensão do impacto do binômio racismo/sexismo na produção de privilégios e exclusões vem produzindo maior solidariedade entre as mulheres. (CARNEIRO, 2011).
Segundo Ribeiro e Coutinho (2011) a violência contra mulher no aspecto social, a cada cinco dias de falta do trabalho e causada por algum tipo de violência sofrida por mulheres dentro de suas próprias casas; a cada cinco anos, a mulher vitima perde um ano de sua vida saudável por causa da violência sofrida.
A violência doméstica afeta os diversos campos da vida da mulher: a saúde, relacionado ao físico e psicológico, o trabalho e no aspecto social, (Fonseca, 2012). A fragilização dessas vítimas pode incluir efeitos permanentes na autoestima e autoimagem, deixando-as com menos possibilidade de se proteger, menos seguras do seu valor e dos seus limites pessoais, e mais propensos a aceitar a vitimização como sendo parte de sua condição de mulher. (ADEODATO, 2005, p. 109). 
A sociedade tem fortes características mantendo a mulher cada vez mais em papel de submissão e essa condição é reforçada com a justificativa de razões biológicas do homem comparadas à mulher que é considerada sensível, frágil, com comportamento recatado, predomínio das relações afetivas em relação às intelectuais e outros mais, enquanto que o homem fisicamente mais forte que a mulher, o que gera autoridade, dito como mais racional e sexualidade desenfreada, tais “características” foram suficientes para manter a mulher submissa e com comportamento que não colocasse em risco sua reputação. Del Priore apud Soihet (2001).
A condição de submissão da mulher em relação ao homem segundo Yalom (2002) vem desde Adão e Eva, citado no segundo capítulo da bíblia no Livro de Gênesis, quando teve sua origem a partir da costela de Adão, o que a colocou em condição.
[...] a criação de Eva a partir da costela de Adão – foi a base do argumento da Idade Antiga de que a mulher é intrinsecamente inferior ao homem e sua dependente para a própria existência. Até mesmo a palavra icha, em hebraico, ou woman – de man (homem, em inglês) sugere esta posição de inferioridade (YALON, 2002, p. 22). 
A morte de mulheres por ciúmes, traição ou qualquer outra forma de rejeição à relação recebiam o nome de crimes passionais, crimes cruéis, muitas vezes, aceitos pela sociedade como legítima defesa da honra. Onde o homem era considerado um ser bom, trabalhador, que em determinado momento por estar nervoso estressado ou mesmo por ter sido traído, rejeitado, contrariado ou por não aceitar uma separação ou padrão diverso de comportamento da mulher cometia o crime, neste contexto, nem era punido pelo Estado ou tinha uma pena mais branda, como se a vítima fosse o homem e a mulher a culpada por todo contexto do desfecho violento, uma violação imensurável dos direitos humanos, da dignidade da pessoa humana, ferindo o art. 5° da Constituição Brasileira - direito a vida, a liberdade e a igualdade. 
Segundo a Lei 11.340/2006, é considera-se violência doméstica e familiar contra a mulher, qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão sofrimento físico, dano patrimonial, moral, sexual e psicológico. A violência física entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal. A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça coação ou uso de força, que a induza comercializar ou utilizar de qualquer modo a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo, ou que force ao matrimônio, a gravidez ao aborto ou a prostituição, mediante coação, chantagem, ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. 
Violência psicológica é o dano emocional, diminuição da auto-estima, que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento humilhação, isolamento,perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo a saúde psicológica e à autodeterminação. Violência moral sendo qualquer conduta que configure calúnia difamação e injúria. Violência patrimonial entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens valores e 10 direitos ou recursos econômicos incluindo os destinados à satisfação de suas necessidades. Os conflitos eclodem geralmente, quando se rompem as obrigações estabelecidas segundo as premissas da sociedade como “honrar a palavra”, ser “boa mãe” “ser honesta”, quando se tenta quebrar o vínculo de posse (ROMERO, 2014).
 No Brasil, essa violência está disseminada, sendo letal, muitas das vítimas esperam algum tipo de intervenção pragmática que resulte no rompimento do ciclo da violência no ressarcimento dos bens ou na resolução do próprio conflito maior índice na população mais pobre por estarem sujeitas a submissão financeira, dispor de menos recursos, espaços exíguos, tráficos de drogas e álcool (GOMES; BATISTA, 2013)
5-3. Feminicídio 
A priori Filho; Frota (2017) elucidam que durante muitos séculos, a mulher foi considerada como um mero objeto, um ser incapaz, tutelada, adaptada ao modo de pensar de uma sociedade machista e preconceituosa, ligada à figura masculina do pai, irmão, namorado e/ou marido, ou seja, vivendo sempre guardada. Contudo, apesar dos discursos oficiais e das políticas públicas preconizarema noção de que as mulheres rompam com o silêncio da dominação e da submissão aos atos violentos, a realidade na consecução desse processo é contraditória e se exige muitas ações do país. 
Segundo Souza (2018) o termo femicide, caracteriza o assassinato de mulheres apenas por serem mulheres, foi usado pela primeira vez em 1976, no Tribunal Internacional de Crimes contra Mulheres, em Bruxelas por Caputi e Russell que definiram como sendo o assassinato de mulheres especificamente por homens motivados por ódio, desprezo, prazer ou por um sentimento de propriedade. Este, por sua vez, foi traduzido em países de língua hispânica como femicídio.
 
O termo feminicídio denominado mais tarde, inclui assassinato com mutilação ou antecedido por estupro, além de uma escalada de agressões físicas que culmina na morte da mulher. Considera-se o término, o fim extremo de um continuum de terror contra as mulheres que inclui uma vasta gama de ações, que vão muito além de abusos verbais e físicos. 
Segundo Gomes (2018) nomear o feminicídio é dizer sobre um conjunto de violências prévias, e que compreende letalidade, desigualdade de gênero do sujeito, crueldade e brutalidade com a vida de uma mulher que luta por direitos igualitários. Em suma, reconhecer a existência dos feminicídios e identificá-los dentre as mortes de mulheres é tarefa essencial, pois apropriar-se do vocabulário feminicídio implica em entender um conjunto de concepções investigativas que encontram a violência de gênero, suas características e seu contexto em que ocorre. Gomes (2018) explana ainda que o feminicídio é a morte violenta de uma mulher pela sua condição de gênero, esta é sua definição mais abrangente. 
Entretanto, os 22 movimentos de mulheres e feministas foram os principais responsáveis por denunciar a letalidade da violência praticada contra as mulheres, expressa e nomeada nos feminicídios. Na criação de uma resposta penal ao feminicídio o debate se amplia porque o que está em questão é o reconhecimento da desigualdade de gênero e do conjunto de violências sofridas pelas mulheres ao longo da vida, que passa a ser nomeado penalmente quando se reconhece a letalidade deste contexto.
 Meneghel e Portella (2017) sustentam também que a morte das mulheres é a etapa final de uma sequência de terror que inclui estupro, tortura, mutilação, escravidão sexual, violência física e emocional, assédio sexual, mutilação genital, entre outras. Aliás, os cenários em que mais acontecem as violências contra as mulheres são familiares e domésticos, levando em consideração que nas relações entre parceiros íntimos e maridos, companheiros, namorados e ex-companheiros, por conta de nossa cultura julgam-se donos de suas companheiras. Vale ressaltar sobre um cenário ainda pouco percebido como de risco para o feminicídio é representado pelo tráfico de drogas, armas e migração clandestina. Todavia a análise dos discursos formulados nos inquéritos policiais permitiu identificar também o quanto essas mortes penalizam principalmente as jovens, pobres, negras, trabalhadoras sexuais e moradoras da periferia da cidade de Porto Alegre, onde usam da fragilidade dessas mulheres (MENEGHEL; MARGARITES, 2017).
 
Para Roa et al. (2019), os feminicídios são mortes evitáveis, acarretam altas perdas para as famílias, principalmente com consequências para os descendentes. Quando uma mulher é assassinada, também é frequente que o agressor termine com a própria vida ou mate outras pessoas, incluindo filhos, familiares, testemunhas, aumentando, assim, as consequências sociais da morte da mulher. As principais motivações dos feminicídios foram o desejo de separação das mulheres de seus companheiros, os ciúmes e os desentendimentos com o companheiro. Um dos maiores obstáculos para os estudos sobre mortes de mulheres no Brasil é a falta de dados oficiais que permitam ter uma visão mais próxima do número de mortes e dos contextos em que elas ocorrem. 
Os escritores Schneider, Signorelli e Pereira (2017) buscaram abranger as relações entre gênero, violências e o processo saúde-doença de mulheres que trabalham na área de segurança pública no litoral do estado do Paraná, essas mulheres que são expostas diante de seu trabalho, nas ruas, dentro do contexto familiar, sendo o gênero o principal desencadeador dessa maldade.
Schneider, Signorelli e Pereira (2017) argumentam a complexidade de violências a que essas mulheres são expostas a partir do seu trabalho, em sua própria instituição e nas ruas também, se estendendo às suas famílias, sendo o gênero o principal elemento de intersecção, uma das principais intenções é dar uma voz as mulheres, no sentido mais amplo, enquanto elas falam sobre seus anseios e medos em um cenário em que o acesso e o diálogo são difíceis e tudo é velado. No entanto, um fenômeno significativo relacionado ao empoderamento dessas mulheres por meio do trabalho é de quebrar tabus socialmente impostos e subindo posições importantes na corporação. 
De acordo com Souza et al. (2017), embora exista um aparato legal como a Lei Maria da Penha e a Lei 13.104 que incluiu o feminicídio como crime hediondo, há uma falha entre a legislação e o que é disposto em prática. Portanto para Bandeira (2009) a violência contra a mulher é de uma ordem simbólica demarcada pela desigualdade que está presente e que a maioria da violência está relacionada ao fato de as mulheres não responderem ao padrão ideal de comportamento que a sociedade emprega.
5-4.LEI MARIA DA PENHA
Lei Maria da Penha 11.340/2006 A Lei 11.340/06 mais conhecida como Lei Maria Da Penha, a qual se destacou e sensibilizou as mulheres brasileiras. Intitulada em homenagem a um caso verídico de violência contra a mulher, a pernambucana Maria da Penha Maia Fernandes, sofreu inúmeras agressões de seu marido, chegando a ficar paraplégica por um tiro de autoria do cônjuge. As agressões se repetiam constantemente e ela nunca reagiu por medo de represália e também para proteção das filhas. (JESUS; SANTOS, 2006) 
 
A Lei Maria da Penha obriga o Estado e sociedade proteger as mulheres. Criando mecanismos, para coibir a violência doméstica e familiar, nos termos do §8 do artigo 226 Constituição Federal, da Convenção de todas as formas de Discriminação e a Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a Violência contra a Mulher, dispondo sobre, a criação dos Juizados, altera o Código Processo Penal, o Código Penal e lei de Execução Penal e dá outras providências. Estabelece medidas de assistência e proteção à mulher em situação de violência doméstica e familiar (Artigo 1º§ lei 11.340/2006). 
Em seu artigo 2º§ a lei deixa claro que toda mulher independente de classe, raça etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível, educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. 
No artigo 3º serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, a segurança, à cultura, à moradia, ao acesso a justiça, ao esporte ao lazer, ao trabalho à cidadania, à liberdade à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direito humanos das mulheres no âmbito das relações domesticas e 15 familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Cabe a família à sociedade e ao poder público criar condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados na lei. Para os efeitos da lei em seu artigo 5º configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause a morte, lesão sofrimento físico, sexual, ou psicológico e dano moral e patrimonial. 
I- No âmbito da unidade doméstica, compreendendo como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;II- No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se considerem aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou vontade expressa; I
III- Em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Único: As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual 
A mesma lei dispõe que a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. Artigo 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a Muller, entre outros:
I- A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.
II- A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause danos emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique, perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações comportamento crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz , insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação de 16 seu direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. 
III- A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça coação ou uso de força; que a induza a comercializar ou a utilizar de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que force ao matrimônio, a gravidez ao aborto ou a prostituição, mediante coação, chantagem, suborno, ou manipulação;ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos 
IV- A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumento de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. 
V- A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, injuria e difamação.
Artigo 8º da lei diz que a política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do distrito Federal e dos Municípios e de ações não governamentais tendo por diretrizes: 
I- a integração operacional do poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação. 
II- a promoção de estudos e estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça de etnia, concernente às causas, às consequências e à frequência de violência doméstica e familiar contra a mulher para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas.
III- o respeito nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar. 17.
IV- a implementação, atendimento policial especializado para as mulheres, em particular nas delegacias de Atendimento à Mulher.
V- a promoção e a realização de campanhas educativas e prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres e aplicação das medidas protetivas de urgência Lei 11.340/2006
5-5 TIPOS DE VIOLENCIA 
A violência hoje ganha evidência, como preocupação importante em todas as instâncias públicas, merecendo projetos políticos e ação do Estado. No nosso contexto, é um fenômeno que causa espanto em toda a sociedade e repercute uma imagem negativa do Brasil frente outras nações. Conceitualmente, não há um consenso na sua definição, ou seja, o sentido do termo violência não é unívoco. Assim diversos autores definem diferentes formas de violência e com variadas considerações. (MINAYO et al., 2003).
Chesnais, citado por Minayo (2003), menciona que no pensamento de grande parte das pessoas, predomina três tipos de violência: a principal é a física, que se configuram como agressões, roubos, homicídios; a violência econômica que se apresenta no desrespeito e na apropriação indevida de bens, utilizando a forma agressiva para apropriação; e a violência moral ou simbólica que se materializa sob a forma de dominação, desrespeitando a dignidade do semelhante. 
Na concepção de Minayo (2003, p. 25), “A ‘violência’ não é uma, é múltipla. De origem latina, o vocábulo vem da palavra vis, que quer dizer ‘força’ e se refere às noções de constrangimento e de uso da superioridade física sobre o outro”. Em concordância com esta concepção, Velho (2000), apresenta que, a vida em sociedade, em seus variados contextos, não está livre da violência, ou seja, o uso da agressão física contra outros. Violência não é somente o uso da força, mas também o poder de usá-la, configurando assim como ameaça ou coerção. Uma parcela significativa da população brasileira, de alguma forma já foi atingida por algum tipo de violência, seja por um assalto ou furto. 
O ato violento se tornou de certa forma comum, devida sua repetição, que as pessoas que são vitimadas ficam gratas quando saem ilesas fisicamente da situação de violência. (SAFFIOTI, 2011). 
Para maior parte das pessoas, violência sustenta-se com um único conceito, “tratase da violência como ruptura de qualquer forma de integridade da vítima: integridade física, integridade psíquica, integridade sexual, integridade moral” (SAFFIOTI, 2011, p.17). 
Espírito Santo (2011) descreve que a violência simbólica se expressa na hierarquia do homem sobre a mulher e isto advém da cultura patriarcal. Descreve ainda que a violência sexual acontece quando há ameaça e coerção, ou seja, a vítima é obrigada a manter relação sexual com o agressor ou sofre abusos como carícias, numa relação de repúdio (ESPÍRITO SANTO, 2011).
Gomes (2003, p. 208), relata que “a violência sexual costuma ser mencionada no conjunto das fontes a partir de situações com diferentes nuanças que vão desde atos com contato físico violento até aqueles que ocorrem sem o contato físico”. Ferreira, citado por Morães (2002, p. 59), menciona que segundo o dicionário estupro é “crime que consiste em constranger mulher, de qualquer idade ou condição, a conjunção carnal, por meio de violência ou grave ameaça; coito forçado; violação”. A referida autora enfatiza que é sexista a definição apresentada, pois discriminam os demais grupos presentes na sociedade, como os homossexuais e vítimas do sexo masculino.
 
Morães (2002) salienta que falar de estupro no Brasil, é uma discussão repleta de preconceito, e que muitas mulheres que o sofrem, mantêm o sigilo, para que não haja a desestruturação da família, e desta forma, há a reincidência do ato. Menciona ainda que persistem explicações contraditórias a respeito do desejo do homem, e que este deve ser saciado no momento que lhe é oportuno. 
Espírito Santo (2011), descreve que a violência psicológica é a ação que causa afronta, danos emocionais e controle das atitudes. É o controle que é impetrado contra a mulher, impedindo esta de posturas mais autônomas. Já a violência moral, é uma ação que deturpa a imagem da pessoa, de forma caluniosa. A violência patrimonial se configura com prejuízos materiais ou financeiros, mediante a destruição de objetos ou documentos (ESPÍRITO SANTO, 2011). 
Segundo a Lei 11340/20064 , a violência doméstica e familiar contra a mulher é definida como:
I- a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; 
II- a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimentoou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; 
III- a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; 
IV- a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V- a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria (BRASIL, 2006).
5-6 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO ÀS VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA 
Desde a origem da profissão do Serviço social se observa que tanto o profissional quanto as conquistas dos movimentos feministas caminham juntos na busca de melhorias para as condições de vidas das mulheres sempre priorizando seu valor na sociedade, onde aos poucos foram conquistando seu espaço. 
É nesta linha de pensamento que até hoje os Assistentes Sociais trilham sua atuação e cada vez mais se atualizando frente às transformações da sociedade. Diante disso a entrevista realizada com a Assistente Social do CREAS essa informou que em relação à violência contra a mulher o profissional orienta, discute estratégias e encaminhando as mulheres para onde possam receber atendimento eficiente e ter os seus direitos garantidos. 
O assistente social utiliza alguns instrumentos técnicos para uma melhor avaliação dos casos de violência contra a mulher. Pode-se citar a entrevista, que é feita com a mulher vítima da violência, onde se desenvolve através do processo de escuta e observação, sempre priorizando a atenção aos sentimentos expressos pela mulher. Também a visita domiciliar é utilizada para conhecer a realidade da qual a mulher vive. 
A reunião com grupos de mulheres que sofrem violência tem contribuído muito para retirá-las do processo de angústia e baixa estima onde elas acabam sendo inseridas depois da 8 violência sofrida. 
A troca de informações entre elas é fundamental para a fortificação dos sentimentos e encorajamento para levarem adiante as denúncias. Violência é a “(...) a afirmação da agressão é a imposição da vontade de uma pessoa sobre a outra, sem, no entanto, respeitar os limites físicos e morais. “Podendo existir na forma física contra a pessoa e contra bens ou verbal, contra pessoa” (Silva, 1992, p. 239). 
Os assistentes sociais no seu espaço de trabalho contêm inúmeras informações e conhecimentos sobre os usuários os quais ele atende.Através da pesquisa é possível conhecer e explorar os dados sobre a realidade cotidiana das mulheres que sofrem violência, utilizando-se dessas informações é possível desenvolver um trabalho eficaz em defesa da mulher. 
As mulheres que estão em situação de violência doméstica devem ter prioridades nos critérios de seleção para ela e seus filhos, devido à situação de vulnerabilidade social. 
É importante destacar que as melhorias na qualidade dos serviços oferecidos as mulheres em situação de violência bem como mudanças na legislação, a criação de novas leis que atendam a essa dificuldade, as campanhas, eventos, seminários e passeatas destinadas à defesa da mulher, tudo isso fez com que sensibilizasse a sociedade nesta luta pelos direitos das mulheres, contribuindo muito para as vitórias já alcançadas. Segundo Sarmento:
Os grandes desafios enfrentados pela profissional são de auxiliar a vitima de violência doméstica na questão de abrigá-la em local seguro no primeiro momento da violência ocorrida, logo após garantir que levando em frente o boletim ocorrência não mais sofrerá agressões. 
Outro desafio é a independência emocional e financeira que a vítima tem com o agressor, fazendo com que a mesma fique acorrentada ao sendo sujeitada a constantes humilhações. Sem este porto seguro a vítima volta 9 para a mesma condição de vida, pois não tem nenhuma garantia de que estará segura ou que possa garantir segurança aos filhos.
 O assistente Social utiliza de seus instrumentos e técnicas para minimizar os impactos sofridos pela vitima e consequentemente que não seja repassada aos filhos fazendo com que essa vitima seja orientada e respaldada de seus direitos para que consiga assim dê aprisionar-se da atual situação vivida.
 6-CONSIDERAÇOES FINAIS
 Pode-se concluir que apesar de haver uma legislação que hoje ampare a mulher, ainda existe uma grande ausência de políticas públicas que beneficiem essas mulheres com programas e casas de apoio, onde elas possam ter mais defesa e proteção. Ao se fazer uma análise geral de todo o contexto de violência contra a mulher é fundamental observar que muitas mulheres não levam em frente suas denúncias, ainda por medo de represálias e em alguns casos por dependerem financeiramente do agressor.
 
 O assistente social vem buscando fazer trabalhos onde beneficiem essas mulheres e seus filhos, sempre validando seus direitos e orientando a agir das melhores maneiras para conseguir seus objetivos. A maior dificuldade enfrentada pelos assistentes sociais é a falta de recursos para se desenvolver programas em locais adequados para atendimento focado na violência contra a mulher. Isto acontece em Ji-Paraná, onde o mesmo profissional que atende casos de violência contra a criança e adolescente, também faz atendimentos às mulheres violentadas.
 
 Atualmente, no Brasil e demais países da América Latina, a implantação de muitas desses programas, em especial das políticas de enfrentamento a violência contra mulher, crianças e idosos, cada vez mais frequente que o sucesso desses programas governamentais esteja relacionado à cooperação entre os mais variados sujeitos, quais sejam ministérios e departamentos integrantes do governo central, entidades vinculadas aos órgãos subnacionais, organizações diversas com e sem fins lucrativos, inclusive aquelas constituídas pelo próprio público-alvo da política. 
 
Dois exemplos e a lei Maria da penha enfatizando as principais mudanças ocorridas com a implementação da lei e os ciclos de violência, em seguida dando início a roda de conversa. 
A segunda ação ocorrerá oficina voltada para autonomia das mulheres. Com palestra sobre a culinária onde a principal matéria-prima será os alimentos colhidos nessa localidade. Com intuito de empoeirar financeiramente essas mulheres do acampamento, elevando também a sua autoestima 
 
 As experiências vivenciadas durante as pesquisas de Estágio em Serviço Social III não poderiam passar despercebidas, sem deixar lições profundas. O contato imediato com o objeto de estudo é algo que surpreende, até então possuía somente conhecimento teórico sobre as desigualdades e as dificuldades de parte da população e com a execução desta disciplina passei a conviver e a identificar na prática toda a vulnerabilidade existente na questão violência contra as mulheres.
Percebi que a comunicação que é feita entre um e outro profissional para atender os casos é muito necessária. Como por exemplo, a conexão da história de cada mulher que está sendo atendida entre a assistente social, a advogada e a psicóloga. Pois segundo o relato das técnicas a maioria das mulheres necessita dos três acompanhamentos e percebi essa ligação entre a equipe de trabalho.
Analisando os textos e vídeopercebeu também que são várias as formas de violência que a mulher pode sofrer, não só a física, mas a psicológica, patrimonial e sexual. E que a violência não tem cor e nem classe social.
Além disso, percebi que é um número ainda maior do que imaginava de mulheres que sofrem violência todo dia. E com a questão da pandemia, percebi o aumento do número de mulheres que buscaram ajuda e imagino que pelo fato delas terem de ficar em casa e com os filhos, os problemas devem ter aumentado como a questão financeira e gerado esse aumento da violência contra as mulheres.
 
 Também comecei a pensar tanto nos assuntos comentados no trabalho que comecei a lembrar de outras histórias de mulheres bem próximas que passaram pela minha vida e sofreram alguma forma de violência.
A violência contra a mulher é um fenômeno que atinge pessoas de diferentes classes sociais, regiões, estados civis, escolaridade ou raças, constituindo-se uma das principais formas de violação dos Direitos Humanos e nesse período passei por diversos momentos de satisfação por saber que existem políticas públicas que nem imaginava e que beneficiam vários setores carentes da sociedade.
Hoje existem centros de referência para a mulher e seus filhos, delegacias especializadas, casas-abrigo e outras políticas públicas que visam estabelecer ações integradas entre as instituições, o poder público e a sociedade civil. Além disso, é preciso ter consciência de que prevenir os casos de abusos e violência é uma questão de saúde pública. Danos à saúde física e mental da mulher impactam diretamente aspectos como maternidade sem risco, planejamento familiar e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
São inúmeras situações e casos, desde acompanhamento na Delegacia para registro e solicitação das medidas protetivas de urgência, solicitação de acompanhamento realizada pela Patrulha Maria da Penha da Brigada Militar e encaminhamento para demandas jurídicas. Juntamente com a assistente social conheci programas sociais, estudei leis, participei de planejamentos e eventos, fui a reuniões e compreendi o funcionamento burocrático das instituições públicas destinadas ao atendimento às mulheres em situação de violência.
 
 O Serviço Social, enquanto profissão, caminhou paralelo às conquistas do movimento contra a violência a mulher e apenas recentemente integrou na sua agenda a discussão relativa à problemática da violência contra a mulher. O Serviço Social, como profissão, tentava avançar na superação de um patamar conservador, deixando para trás suas raízes vinculadas à doutrina social da Igreja para assumir uma postura mais crítica frente à sociedade.
 
A conjuntura social brasileira da década de 1980 serviu de palco para que um novo projeto ético-político do Serviço Social fosse colocado em pratica, rompendo com uma trajetória conservadora. O contexto histórico vivido pela sociedade levou a categoria profissional a um redimensionamento político comprometido, optando pela construção de uma sociedade mais justa, nem toda a categoria assumiu o novo projeto profissional, ou seja, a construção do novo projeto ético e político do Serviço Social tiveram como precursores alguns assistentes sociais. 
O fato é que o Serviço Social tem-se projetado no universo das profissões com muita seriedade e competência, configurando um espaço na divisão sócio técnica do trabalho que tem merecido confiança e angariado elogios. os profissionais do Serviço Social têm sido chamados para prestar assessoria e contribuir com pesquisas e intervenção em áreas estratégicas, principalmente no enfrentamento a violência contra mulheres. Essa valorização da profissão tem contribuído para demarcar a identidade dos profissionais da assistência social. A opção por uma determinada teoria, portanto, e em consequência, pelo método proposto por ela, é também uma escolha política, ou seja, a dimensão ético-política não pode ser concebida separada da dimensão teórico-metodológica. A dimensão teórico-metodológica da profissão está diretamente relacionada com o processo de intervenção.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 BOGDAN, Roberto C.; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação qualitativa em Educação. Portugal: Porto Editora Ltda, 1994.
 JORNAL FOLHA DO SUL. Disponível em: https://www.jornalfolhadosul.com.br/noticias/buscar?pesquisa=coordenadoria+da+mulher. Acesso em: 12 out 2021666t2t2r
 PREFEITURA MUNICIPAL DE BAGÉ. Disponível em: https://www.bage.rs.gov.br/. Acesso em: 15 out 2021
 CNJ, Política Nacional de Combate à Violência Contra Mulheres. Disponível em:< http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/84438-cnj-institui-politica-judiciaria-nacional-de-combate-a-violencia-contra-mulheres 
 CORTEZ, Vade- mecum de Serviço Social, 7ª edição. 
 SPM, Política Nacional de Enfrentamento a Violência Contra as Mulheres. Disponível em:< http://www.spm.gov.br/assuntos/violencia/politica-nacional-de-enfrentamento-a-violencia-contra-as-mulheres 
 ONU, Direitos Humanos. Disponível em:< https://nacoesunidas.org/acao/mulheres/ Acesso em: < http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/portal.php/assistencia_sistema> 03 de Março de 2018. LEI N° 11.340 DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm 
 BOGDAN, Roberto C.; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação qualitativa em Educação. Portugal: Porto Editora Ltda, 1994.
 JORNAL FOLHA DO SUL. Disponível em: https://www.jornalfolhadosul.com.br/noticias/buscar?pesquisa=coordenadoria+da+mulher. Acesso em: 12 ser 2021
PREFEITURA MUNICIPAL DE BAGÉ. Disponível em: https://www.bage.rs.gov.br/. 
MACEDO, MMK., Werlang, BSG. Tentativa de suicídio: o traumático via ato-dor. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, abr./jun. 2007, Vol. 23, nº 2, pp. 185-194. 28. 
MINAYO, M. C. De S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4. ed .São Paulo: Hucitec, 1996. 269p. 29. 
MIRANDA, M P M, et al. Violência conjugal física contra a mulher na vida: prevalência e impacto imediato na saúde, trabalho e família. Revista Panam Salud Publica 27(4), 2010. 30. 
MONTEIRO, CFS., SOUZA, IEO. Vivência da violência conjugal: fatos do cotidiano. Texto contexto - enferm. [online]. 2007, vol. 16, n.1 Disponível em: .. Acesso em: 22 out. 2021.
 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Direitos Humanos e violência intrafamiliar: informações e orientações para agente comunitários de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Proteção social especial. Disponível em: www.mds.gov.br/creas 
SARMENTO, Helder Bosca. Instrumentos e Técnicas do Serviço Social. São Paulo: PUC, 1994. Dissertação de Mestrado. 
SILVA, José. Dominação e Violência: Questão a Ser Trabalhada. São Paulo: Ática, 1997. SILVA, Lidia M. M. R. Serviço Social e Família: a legitimação de uma ideologia. São Paulo: Cortez, 1992.

Continue navegando