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Legislação e Direito Ambiental

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Prévia do material em texto

2013
LegisLação e Direito 
ambientaL
Prof. Rodrigo Koenig França
Copyright © UNIASSELV 2013
Elaboração:
Rodrigo Koenig França
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
344.046
F814l França, Rodrigo Koening
Legislação e direito ambiental / Rodrigo Koening França.
Indaial : Uniasselvi, 2013.
185 p. : il 
 
ISBN 978-85-7830-745-5
1. Proteção ambiental.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
III
apresentação
Caríssimo(a) acadêmico(a)! Sejam bem-vindos à disciplina de 
Legislação e Direito Ambiental!
No presente Caderno de Estudos vamos analisar os principais aspectos 
que envolvem o direito ambiental, tratando os temas de forma concisa e 
prática, contemplando os entendimentos dos mais respeitáveis autores da 
área, visando formar um profissional preocupado com as questões ambientais 
e com conhecimento jurídico relevante para o exercício das diversas funções 
que envolvem o direito ambiental. 
Atualmente é impossível ignorar a importância da preservação 
ambiental. As áreas que envolvem as questões ambientais são cada vez mais 
requisitadas, tornando o direito ambiental um importante instrumento de 
desenvolvimento social. 
Desejamos a todos bons estudos!
Prof. Rodrigo Koenig França
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 - DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL .................................................................... 1
TÓPICO 1 - PROBLEMÁTICA AMBIENTAL: DEFINIÇÃO, CAUSAS, SOLUÇÕES .............. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 O HOMEM E O MEIO AMBIENTE .................................................................................................. 3
 2.1 HISTÓRICO DA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL .................................................................... 3
 2.2 DEFINIÇÃO ..................................................................................................................................... 7
 2.3 CAUSAS ............................................................................................................................................ 8
 2.4 SOLUÇÕES ....................................................................................................................................... 9
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 11
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 - RECURSOS AMBIENTAIS: NATURAIS, ARTIFICIAIS, CULTURAIS,
 PATRIMÔNIO GENÉTICO, MEIO AMBIENTE DO
 TRABALHO E POLUIÇÃO ............................................................................................ 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 RECURSOS NATURAIS ..................................................................................................................... 19
3 RECURSOS ARTIFICIAIS .................................................................................................................. 20
4 RECURSOS CULTURAIS ................................................................................................................... 22
5 PATRIMÔNIO GENÉTICO ................................................................................................................ 23
6 MEIO AMBIENTE DO TRABALHO ................................................................................................ 23
7 POLUIÇÃO ............................................................................................................................................ 23
 7.1 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ......................................................................................................... 24
 7.2 POLUIÇÃO HÍDRICA .................................................................................................................... 25
 7.3 POLUIÇÃO DO SOLO ................................................................................................................... 26
 7.4 POLUIÇÃO SONORA .................................................................................................................... 27
 7.5 POLUIÇÃO VISUAL ...................................................................................................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 29
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 30
TÓPICO 3 - DIREITO AMBIENTAL: CONCEITO, EVOLUÇÃO E PRINCÍPIOS .................... 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
2 DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................................................... 31
 2.1 CONCEITO ...................................................................................................................................... 31
 2.2 EVOLUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
 2.3 PRINCÍPIOS ..................................................................................................................................... 33
 2.3.1 Princípio do desenvolvimento sustentável ............................................................................33
 2.3.2 Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito
 fundamental da pessoa humana .............................................................................................. 35
 2.3.3 Princípio da prevenção ............................................................................................................. 36
 2.3.4 Princípio da precaução .............................................................................................................. 36
 2.3.5 Princípio do poluidor-pagador ................................................................................................ 37
 2.3.6 Princípio do usuário-pagador .................................................................................................. 38
VIII
 2.3.7 Princípio da obrigatoriedade de atuação (intervenção) estatal ........................................... 39
 2.3.8 Princípio da participação comunitária ................................................................................... 39
 2.3.9 Princípio da informação ............................................................................................................ 40
 2.3.10 Princípio da educação ambiental ........................................................................................... 41
 2.3.11 Princípio da função socioambiental da propriedade .......................................................... 42
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 44
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 45
TÓPICO 4 - COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA AMBIENTAL E LEGISLAÇÃO ........................ 47
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 47
2 COMPETÊNCIA AMBIENTAL .......................................................................................................... 47
 2.1 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA (OU MATERIAL) .......................................................... 47
 2.1.1 Competência material exclusiva .............................................................................................. 48
 2.1.2 Competência material comum ................................................................................................. 48
 2.2 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA ................................................................................................... 50
 2.2.1 Competência legislativa privativa ........................................................................................... 50
 2.2.2 Competência legislativa exclusiva ........................................................................................... 51
 2.2.3 Competência legislativa remanescente ou reservada ........................................................... 51
 2.2.4 Competência legislativa concorrente ...................................................................................... 52
 2.2.5 Competência legislativa concorrente supletiva ou plena..................................................... 52
 2.2.6 Competência legislativa suplementar e complementar ....................................................... 53
3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL .............................................................................................................. 54
 3.1 PROTEÇÃO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL ....................................................................... 55
 3.2 PROTEÇÃO AMBIENTAL INFRACONSTITUCIONAL .......................................................... 56
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 56
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 64
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 65
UNIDADE 2 - POLÍTICA NACIONAL DO MEIO aMBIENTE – LEI N° 6.938/81 ..................... 67
TÓPICO 1 - DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – SISNAMA .......................... 69
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 69
2 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – SISNAMA ..................................................... 69
 2.1 ESTRUTURA DO SISNAMA ......................................................................................................... 71
 2.1.1 Órgão Superior: Conselho de Governo .................................................................................. 71
 2.1.2 Órgão Consultivo e Deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente 
 (CONAMA) ................................................................................................................................. 71
 2.1.3 Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente (MMA) ......................................................... 75
 2.1.4 Órgão Executor: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
 Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) ................................................................................ 77
 2.1.4.1 Órgão Executor: Instituto Chico Mendes (ICBBio) ......................................................... 78
 2.1.5 Órgãos seccionais: órgão e entidades estaduais .................................................................... 79
 2.1.6 Órgãos locais: órgãos e entidades municipais ....................................................................... 79
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 80
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 81
TÓPICO 2 - PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA LEI DE POLÍTICA
 NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ............................................................................. 83
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83
2 PRINCÍPIOS DA LEI DE POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE............................. 83
3 OBJETIVOS GERAIS DA LEI DE POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ............. 84
4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LEI DE POLÍTICA NACIONAL
IX
 DO MEIO AMBIENTE ......................................................................................................................... 84
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 86
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 87
TÓPICO 3 - INSTRUMENTOS DA LEI DE POLÍTICA NACIONAL
 DO MEIO AMBIENTE ...................................................................................................... 89
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 89
2 O ESTABELECIMENTO DE PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL ............................... 89
3 O ZONEAMENTO AMBIENTAL ...................................................................................................... 90
4 A AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................................................ 91
 4.1 ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA OU EPIA ............................................ 92
5 O LICENCIAMENTO E A REVISÃO DE ATIVIDADES EFETIVA OU
 POTENCIALMENTE POLUIDORAS ...............................................................................................94
 5.1 ESPÉCIES DE LICENÇAS AMBIENTAIS
 (ART. 8º DA RESOLUÇÃO Nº 237/97 DO CONAMA) ............................................................. 95
 5.2 COMPETÊNCIA PARA LICENCIAR
 (ART. 4º, 5º E 6º DA RESOLUÇÃO N° 237/97 DO CONAMA ................................................. 96
 5.3 PRAZO DE VALIDADE DAS LICENÇAS................................................................................... 97
 5.4 SUSPENSÃO OU CANCELAMENTO DA LICENÇA AMBIENTAL
 (ART. 19 DA RESOLUÇÃO N° 237/97 DO CONAMA) ............................................................ 97
6 A CRIAÇÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS PELO
 PODER PÚBLICO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL ........................................................ 98
 6.1 DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
 (ARTIGO 3º, INCISO II, DA LEI Nº 12.651/2012) ....................................................................... 98
 6.2 DAS ÁREAS DE RESERVA LEGAL (ARTIGO 3º, INCISO III, DA LEI Nº 12.651/2012) ...... 100
 6.3 DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA (LEI N° 9.985/2000)..................... 102
7 INSTRUMENTOS ECONÔMICOS, COMO CONCESSÃO FLORESTAL,
 SERVIDÃO AMBIENTAL, SEGURO AMBIENTAL E OUTROS ............................................... 104
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 104
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 107
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 108
TÓPICO 4 - PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL .............................................................................. 109
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 109
2 PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL ................................................................................................. 109
 2.1 CONCEITO ...................................................................................................................................... 111
 2.2 ELEMENTOS ................................................................................................................................... 112
 2.3 LIMITAÇÕES ................................................................................................................................... 112
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 116
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 121
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 122
UNIDADE 3 - PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE ......................................................................... 123
TÓPICO 1 - DANO AMBIENTAL ........................................................................................................ 125
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 125
2 CONCEITO ............................................................................................................................................ 125
3 ESPÉCIES ............................................................................................................................................... 126
 3.1 DANO AMBIENTAL COLETIVO ................................................................................................. 126
 3.2 DANO AMBIENTAL INDIVIDUAL ............................................................................................ 126
 3.3 DANO AMBIENTAL MATERIAL ................................................................................................ 127
 3.4 DANO AMBIENTAL MORAL ...................................................................................................... 127
X
4 FORMAS DE REPARAÇÃO ............................................................................................................... 128
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 129
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 130
TÓPICO 2 - RESPONSABILIDADE AMBIENTAL .......................................................................... 131
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 131
2 RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL ................................................................................. 131
 2.1 RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL DO ESTADO ...................................................... 135
3 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL ....................................................... 135
4 RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL ............................................................................... 136
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 138
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 139
TÓPICO 3 - CRIMES AMBIENTAIS – LEI N° 9.605/98 .................................................................... 141
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 141
2 BEM JURÍDICO TUTELADO ............................................................................................................ 142
3 SUJEITOS DO CRIME ......................................................................................................................... 142
 3.1 SUJEITO ATIVO – PESSOA FÍSICA ............................................................................................. 142
 3.2 SUJEITO ATIVO – PESSOA JURÍDICA ....................................................................................... 142
 3.3 SUJEITO PASSIVO .......................................................................................................................... 147
4 APLICAÇÃO DA PENA ...................................................................................................................... 148
 4.1 PENAS APLICÁVEIS ÀS PESSOAS FÍSICAS ............................................................................. 148
 4.2 PENAS APLICÁVEIS ÀS PESSOAS JURÍDICAS ....................................................................... 149
 4.3 CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES ........................................................................................... 150
 4.4 CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES ........................................................................................... 150
 4.5 CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ............................................................................................ 151
 4.6 CAUSAS EXCLUDENTES DA ANTIJURIDICIDADE .............................................................. 151
5 CRIMES EM ESPÉCIE ......................................................................................................................... 151
 5.1 CRIMES CONTRA A FAUNA ....................................................................................................... 151
 5.2 CRIMES CONTRA A FLORA ........................................................................................................ 155
 5.3 DA POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS ................................................................ 1605.4 DOS CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O PATRIMÔNIO 
 CULTURAL ...................................................................................................................................... 163
 5.5 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL ................................................ 164
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 166
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 167
TÓPICO 4 - TUTELA PROCESSUAL DO MEIO AMBIENTE ....................................................... 169
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 169
2 INSTRUMENTOS EXTRAPROCESSUAIS ..................................................................................... 169
 2.1 O INQUÉRITO CIVIL ..................................................................................................................... 169
 2.2 AS RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................. 171
 2.3 O COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA........................................................ 171
3 INSTRUMENTOS PROCESSUAIS .................................................................................................. 172
 3.1 A AÇÃO CIVIL PÚBLICA ............................................................................................................. 172
 3.2 A AÇÃO POPULAR ........................................................................................................................ 173
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 174
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 178
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 179
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 180
1
UNIDADE 1
DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, o(a) acadêmico(a) estará apto a:
• conhecer a história da atuação humana sobre o meio ambiente, bem como 
identificar as principais causas da problemática ambiental;
• diferenciar as espécies de recursos ambientais e os tipos de poluição que 
atinge cada um desses recursos;
• examinar a evolução do direito ambiental e distinguir os principais princí-
pios de direito ambiental; 
• definir a competência administrativa e legislativa em matéria ambiental e 
identificar as leis ambientais mais importantes do ordenamento jurídica 
brasileiro.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que, ao final de cada 
um deles, você encontrará atividades que lhe auxiliarão na apropriação dos 
conhecimentos.
TÓPICO 1 – PROBLEMÁTICA AMBIENTAL: DEFINIÇÃO, CAUSAS, 
 SOLUÇÕES
TÓPICO 2 – RECURSOS AMBIENTAIS: NATURAIS, ARTIFICIAIS, 
 CULTURAIS, PATRIMÔNIO GENÉTICO, MEIO AMBIENTE DO 
 TRABALHO E POLUIÇÃO
TÓPICO 3 – DIREITO AMBIENTAL: CONCEITO, EVOLUÇÃO E 
 PRINCÍPIOS
TÓPICO 4 – COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA AMBIENTAL E LEGISLAÇÃO
Assista ao vídeo 
desta unidade.
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PROBLEMÁTICA AMBIENTAL: DEFINIÇÃO, 
CAUSAS, SOLUÇÕES
1 INTRODUÇÃO
O meio ambiente é o conjunto de interações do patrimônio natural com 
os seres vivos, ao que o professor José Afonso da Silva (apud SIRVINSKAS, 2009, 
p. 40) o define como “a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e 
culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas 
formas”.
No âmbito do direito ambiental, a definição de meio ambiente se encontra 
positivada no artigo 3º, inciso I, da Lei n° 6.938/81, que trata da política nacional do 
meio ambiente, in verbis:
Art. 3º: Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências interações 
de ordem física, química, biológica, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas; [...]
A preocupação com o meio ambiente é imprescindível, ao que no presente 
tópico será analisada a inter-relação do homem com o ambiente, com ênfase no 
histórico da problemática ambiental, apresentando-se, ainda, a definição, causas e 
soluções propostas às questões ambientais.
2 O HOMEM E O MEIO AMBIENTE
2.1 HISTÓRICO DA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL
Não é de hoje a problemática acerca das questões ambientais oriundas da 
evolução humana. Os problemas ambientais são resultados da utilização desregrada 
dos recursos naturais, uma vez que ao longo do tempo são dilapidados produtos 
formados lentamente na natureza, acentuando cada dia o desequilíbrio ecológico, 
porquanto os homens, para satisfazer suas necessidades que são ilimitadas, se 
utilizam de bens da natureza, que são limitados.
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
4
Para Édis Milaré (2009, p. 57):
Num prazo muito curto – e que se torna sempre mais curto – são 
dilapidados os patrimônios formados lentamente do decorrer dos 
tempos geológicos e biológicos, cujos processos não voltarão mais. 
Os recursos consumidos e esgotados não se recriarão. O desequilíbrio 
ecológico acentua-se a cada dia que passa.
Os tempos podem ser divididos em tempos geológicos (há bilhões de anos); 
tempos biológicos (há milhões de anos); tempos históricos (contados a partir da existência 
humana).
Após a Revolução Industrial, não obstante a utilização desenfreada 
de recursos naturais não renováveis, o capitalismo econômico incentivou a 
proliferação de aterros em áreas de preservação permanente, bem como o descarte 
de dejetos industriais e humanos em recursos hídricos, acentuando os danos ao 
meio ambiente. Segundo Leite (2000, p. 13):
É inegável que atualmente estamos vivendo uma intensa crise ambiental, 
proveniente de uma sociedade de risco, deflagrada, principalmente, 
a partir da constatação de que as condições tecnológicas, industriais 
e formas de organização e gestões econômicas da sociedade estão em 
conflito com a qualidade de vida. Parece que esta falta de controle 
da qualidade de vida tem muito a ver com a racionalidade do 
desenvolvimento econômico do Estado, que marginalizou a proteção 
do meio ambiente.
ATENCAO
TÓPICO 1 | PROBLEMÁTICA AMBIENTAL: DEFINIÇÃO, CAUSAS, SOLUÇÕES
5
FIGURA 1 – COALBROOKDALE, CIDADE BRITÂNICA, CONSIDERADA UM DOS BERÇOS DA 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
FONTE: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_
industrial>. Acesso em: 1 mar. 2012.
O alerta para a gravidade do problema ambiental foi dado em 1972, na 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, promovida em Estocolmo, 
onde participaram 114 países. Nessa conferência, dois grandes grupos se 
manifestaram: um defendendo a ideia do “crescimento zero”, e outro o do 
“crescimento a qualquer custo”, do qual fez parte o Brasil, sob o entendimento de 
que a degradação do meio ambiente era um mal menor, sendo mais importante o 
desenvolvimento econômico.
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
6
Em 1983 foi criada pela Assembleia Geral da ONU, a Comissão Mundial 
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD, presidida por Gro 
Harlem Brundtland, à época primeira-ministra da Noruega, com a incumbência 
de reexaminar as questões críticas do meio ambiente e de desenvolvimento, com 
o objetivo de propor novas normas de cooperação internacional que pudessem 
orientar políticas e ações internacionais de modo a promover as mudanças que se 
faziam necessárias (MILARÉ, 2009).
FIGURA 3 – GRO HARLEM BRUNDTLANDFONTE: Recriar.com. Disponível em: <http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_
recriar/relatorio-brundtland-nosso-futuro-comum/>. Acesso em: 1 mar. 2012.
FIGURA 2 – ONU – PRIMEIRA A ORGANIZAR UM TRATADO AMBIENTAL
FONTE: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Confer%C3%AAncia_de_Estocolmo>. Acesso em: 1 mar. 2012.
TÓPICO 1 | PROBLEMÁTICA AMBIENTAL: DEFINIÇÃO, CAUSAS, SOLUÇÕES
7
Assim, em 1987, foi lançado o relatório “Nosso Futuro Comum” (também 
conhecido como “Relatório Brundtland”), alertando para a necessidade de um 
novo tipo de desenvolvimento capaz de manter o progresso em todo o planeta e, 
em longo prazo, ser alcançado pelos países em desenvolvimento e também pelos 
desenvolvidos. 
O relatório criticou o modelo adotado pelos países desenvolvidos, por ser 
insustentável e impossível de ser copiado pelos países em desenvolvimento, sob 
pena de se esgotarem rapidamente os recursos naturais. 
Cunhou, desta forma, o conceito de desenvolvimento sustentável, ou seja, 
o atendimento das necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de 
as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades.
O desenvolvimento sustentável significa compatibilidade do crescimento 
econômico, com desenvolvimento humano e qualidade ambiental, ao que não é 
um estado permanente de equilíbrio, mas sim de mudanças quanto ao acesso aos 
recursos e quanto à distribuição de custos e benefícios. 
Em razão de toda essa preocupação, começou-se a repensar a política de 
crescimento econômico, buscando fórmulas alternativas, como o desenvolvimento 
sustentável, cuja principal característica consiste na conciliação entre 
desenvolvimento, preservação do meio ambiente e melhoria na qualidade de vida.
Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
– ECO 92 ou RIO 92, na Agenda 21 e na Declaração do Rio, adotou-se o 
desenvolvimento sustentável como meta a ser buscada e respeitada por todos os 
países.
Todas as propostas que digam respeito ao equilíbrio ecológico e induzam 
a uma sadia qualidade de vida devem ser valorizadas, combatendo-se todas as 
formas de degradação ambiental, em qualquer nível.
A defesa do meio ambiente é uma tarefa de todos (art. 225 da Constituição 
Federal de 1988), sendo indispensável à criação de uma consciência voltada à 
preservação ambiental, proporcionando uma sadia qualidade de vida para as 
gerações vindouras, bem como a nossa própria.
2.2 DEFINIÇÃO
Chamamos de problemática ambiental as questões enfrentadas pela 
humanidade em função da poluição e degradação ambiental, notadamente quanto 
aos efeitos oriundos da utilização irracional dos recursos naturais, poluição 
atmosférica e hídrica, bem como do depósito irregular de dejetos domésticos e 
industriais, não se descartando, também, a ameaça nuclear.
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
8
2.3 CAUSAS
Ao longo da trajetória do homem no planeta, são utilizados de forma 
desordenada recursos formados lentamente na natureza, acentuando cada dia o 
desequilíbrio ecológico, bem como são descartados no meio ambiente resíduo do 
consumo exacerbado de produtos industrializados, sem qualquer preocupação 
com o ambiente.
Segundo Odum (1997, p. 811), “até a data, e no geral, o homem atuou no 
seu ambiente como um parasita, tomando o que dele deseja com pouca atenção 
pela saúde do seu hospedeiro, isto é, do sistema de sustentação da sua vida”.
FIGURA 4 – ÁGUA POLUÍDA
FONTE: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Polui%C3%A7%C3%A3o>. 
Acesso em: 1 mar. 2012.
A revolução industrial, com o incremento do consumo e de novas 
tecnologias, apresenta-se como marco à degradação do ambiente, com a emissão 
desenfreada de gazes poluentes na atmosfera, contaminação de recursos hídricos 
e descarte inconsequente do lixo produzido pela humanidade. 
Na visão de Milaré (2009, p. 59):
A paisagem natural da Terra está cada vez mais ameaçada pelos riscos 
nucleares, pelo lixo atômico, pelos dejetos orgânicos, pela “chuva 
ácida”, pelas indústrias e pelo lixo químico. Por conta disso, em todo o 
mundo – e o Brasil não é nenhuma exceção -, o lençol freático se abaixa 
TÓPICO 1 | PROBLEMÁTICA AMBIENTAL: DEFINIÇÃO, CAUSAS, SOLUÇÕES
9
e se contamina, a água escasseia, a área florestal diminui, o clima sofre 
profundas e quiçá irreversíveis alterações, o ar se torna irrespirável, o 
patrimônio genético se degrada, abreviando os anos que o homem tem 
para viver sobre o Planeta. 
A crise ambiental na atualidade é decorrente do modelo de consumo 
desenfreado, que trouxe no transcorrer das décadas diversas consequências ao 
meio ambiente, notadamente por acontecimentos em níveis planetários como o 
aquecimento global, degelo das calotas polares, a poluição do ar, o desmatamento 
e a contaminação dos recursos hídricos.
FIGURA 5 – AQUECIMENTO GLOBAL – DEGELO
FONTE: Universitário. Disponível em: <http://www.universitario.com.br/noticias/imagens_
noticias/ groenlandia_degelo2.jpg>. Acesso em: 23 jun. 2011.
Assim, a superação da crise ambiental implica não apenas conciliar o 
desenvolvimento econômico-social com a proteção do meio ambiente, mas 
também promover “uma verdadeira mudança de atitude da civilização e dos seus 
hábitos predatórios que comprometem não só o futuro das próximas gerações, 
mas o próprio equilíbrio do planeta”. (PORTANOVA, 2000, p. 242).
2.4 SOLUÇÕES
Na Declaração do Rio de 1992, o princípio 8, dispõe que “para atingir 
o desenvolvimento sustentável e mais alta qualidade de vida para todos, os 
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
10
FIGURA 6 – ESQUEMA REPRESENTATIVO DOS VÁRIOS COMPONENTES DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
FONTE: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_
sustent%C3%A1vel>. Acesso em: 1 mar. 2012.
Deste modo, as operações industriais experimentaram mudanças radicais 
com implantações significativas, principalmente com a introdução das normas de 
gestão pela qualidade ambiental, a exemplo da série ISO 14000 (ISO – International 
Organization for Standardization).
As normas da ISO 14.000 visam resguardar não apenas os produtos, como também 
os processos produtivos. O Brasil é associado à ISO através da ABNT – Associação Brasileira de 
Normas Técnicas.
estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e consumo 
e promover políticas demográficas adequadas”. Contudo, não se atingirá um 
desenvolvimento sustentável se não haver uma radical modificação dos processos 
produtivos, assim como do aspecto qualitativo e do aspecto quantitativo do 
consumo.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 | PROBLEMÁTICA AMBIENTAL: DEFINIÇÃO, CAUSAS, SOLUÇÕES
11
Aos poucos as questões ambientais começam a exercer maior influência 
nos custos econômicos e a proteção do meio ambiente tem se tornado um 
importante campo de atuação de governos, indústrias, grupos sociais e indivíduos, 
combatendo-se todas as formas de degradação ambiental, em qualquer nível.
Algumas atitudes simples como coleta seletiva de lixo, racionamento da 
água, escolha de produtos ecologicamente corretos, podem auxiliar na proteção 
do planeta, ao que não basta apenas os países adotarem um padrão de produção 
sustentável, devendo a população utilizar os produtos naturais e industrializados 
de maneira consciente, imbuindo a ideia de consumo sustentável.
PROTOCOLO DE QUIOTO
Frente às evidências científicas das causas do aquecimento global e dos 
riscos climáticos decorrentes do problema, autoridades de mais de 160 países 
criaram em 1997 o Protocolo de Quioto, um tratado internacional que determina 
metas de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) e estimula o 
desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.
Pelo acordo, que entrou em vigor em 2005, os países industrializados 
devem reduzir as emissões de GEE, durante o período de 2008 a 2012, em uma 
média de 5,2% em relação aos níveis de 1990. Isso representa conter 5 bilhões de 
toneladas de CO2.
Cada país tem uma meta, calculada com base na contribuição de cada um 
para as emissõestotais de GEE lançadas na atmosfera desde a revolução industrial.
Por isso, os países pobres e em desenvolvimento não possuem metas, pois 
passaram por um processo de industrialização tardio e apenas nos últimos anos 
aumentaram significativamente as emissões.
O Protocolo ganhou este nome porque foi criado durante a terceira 
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 3) 
realizada na cidade de Quioto, no Japão, e é um complemento à Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento – ECO 92, realizada em 
1992 na cidade do Rio de Janeiro.
Os países integrantes do Anexo 1 da Convenção devem seguir os 
compromissos de redução listados no Anexo B do protocolo, com exceção dos 
países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia. O principal papel destas 
nações é diminuir as emissões ou mitigá-las através de projetos do Mecanismo de 
Desenvolvimento Limpo (MDL).
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
12
Mas isto é suficiente para reduzir o aquecimento global?
O percentual é considerado pouco para resolver o problema. Ainda que 
as emissões caíssem pela metade, não seria suficiente para que a temperatura da 
Terra deixasse de aumentar, alertam muitos cientistas. No entanto, este foi o único 
acordo a que os países conseguiram chegar em 1997 e, mesmo assim, já foi difícil. 
Imagine mais de 160 grupos de pessoas, cada qual defendendo um interesse, 
buscando um consenso?
Justamente por isso, hoje as Convenções das Partes avançam pouco na 
discussão pelo acordo que substituirá o Protocolo de Quioto, após 2012.
Em razão da demora para definir algum tipo de acordo para limitar as 
emissões, a ONU reconhece que após término do Protocolo de Quioto, deve haver 
um período em que o planeta ficará sem nenhum tratado de continuidade ou 
extensão do Protocolo.
“Mesmo se acontecer um consenso sobre um texto legal, seria preciso 
realizar alterações no Protocolo de Quioto, o que requere a ratificação de 
três quartos dos signatários e não há mais tempo para isso entre Durban 
e o fim de 2012”, declarou Christiana Figueres, presidente da UNFCCC. 
Na tentativa de encurtar esta brecha, a Conferência das Partes de 2011, 
realizada em Durban (África do Sul), resolveu prolongar o Protocolo de Quioto até 
no mínimo 2017, com a promessa de que todas as nações serão obrigadas a limitar 
a liberação de gases do efeito estufa a partir da próxima década. 
Na ocasião, mais de 35 das chamadas nações industrializadas prometeram 
assinar uma segunda meta de Quioto nas negociações climáticas da ONU. O novo 
acordo obrigaria legalmente esses países a cortarem emissões a partir de 2013 até 
2017 ou 2020.
China, Índia e EUA, os três maiores emissores do mundo, não têm metas 
vinculantes sob Quioto, mas prometeram assinar um novo acordo que entre 
em vigor após 2020, depois que suas metas voluntárias de redução de emissões 
expirarem.
As negociações climáticas seguem três caminhos ou trilhos: o primeiro 
define as metas para as nações sob o Protocolo de Quioto; o segundo objetiva 
definir o que as nações fora de Quioto devem cumprir; e o terceiro diz respeito 
à Plataforma de Durban, que será a base do novo acordo climático. A próxima 
Conferência do Clima (COP18) será realizada em dezembro de 2012 em Doha, 
Qatar.
TÓPICO 1 | PROBLEMÁTICA AMBIENTAL: DEFINIÇÃO, CAUSAS, SOLUÇÕES
13
Mercado Voluntário
O mercado de carbono voluntário abrange todas as negociações 
de créditos de carbono e neutralizações de emissões de gases do efeito 
estufa (GEEs) que são realizadas por empresas que não possuem metas 
sob o Protocolo de Quioto e, por isso, são consideradas ações voluntárias. 
Os esquemas são financiados por organizações e indivíduos que querem 
neutralizar o impacto das emissões produzidas pelas suas atividades. Para isso, 
investem em projetos que têm como objetivo reduzir as emissões de GEEs, através 
da compra de créditos de compensação. Estes são normalmente instrumentos 
financeiros negociáveis chamados Reduções Verificadas de Emissão (VERs - 
Verified Emission Reductions), os quais representam uma tonelada de dióxido de 
carbono (CO2) reduzida ou deixada de ser emitida.
O mercado voluntário de carbono vem crescendo dramaticamente nos 
últimos anos, passando de US$ 99 milhões em 2006 para US$ 705 milhões em 2008 
e US$ 387 milhões em 2009, com o crédito sendo negociado a um preço médio 
de US$ 7,34/tCO2e em 2008 e US$ 6,5/tCO2e em 2009 . Segundo especialistas, o 
principal motor é o boom verde que ocorre entre as empresas norte-americanas. 
Em 2010, o mercado voluntário atingiu o volume recorde de 131 milhões de 
toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2e), sendo estimado em US$ 
424 milhões, de acordo com o relatório “Back to the Future: State and Trends of the 
Voluntary Carbon Markets 2011” (De Volta para o Futuro: Estado e Tendências dos 
Mercados de Carbono Voluntário 2011), do Ecosystem Marketplace e Bloomberg 
New Energy Finance.
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
14
“Este grande volume reflete o crescimento da responsabilidade social 
corporativa com relação às mudanças climáticas. Além disso, é um sinal da força 
do mercado, que conseguiu ficar praticamente imune à turbulência gerada pela 
estagnação da legislação climática nos Estados Unidos”, explicou Katherine 
Hamilton, diretora gerente da Ecosystem Marketplace.
Apesar da crise econômica que assolou a Europa, freando até o crescimento 
dos países emergentes, os resultados do mercado voluntário de carbono em 
2011 surpreenderam e demonstram o maior interesse corporativo por iniciativas 
climáticas.
De acordo com o relatório State of the Voluntary Carbon Markets 2012, 
as transações de créditos de carbono no mercado voluntário em 2011 somaram 
US$ 576 milhões, ficando atrás somente do número alcançado em 2008, US$ 776 
milhões. 
Os projetos sob o mercado voluntário de carbono podem variar muito 
em abrangência de atividades: energias renováveis, redução das emissões por 
desmatamento e degradação (REDD), destruição do gás metano em aterros 
sanitários e efluentes, aproveitamente energético de biomassa, entre outros.
Aquecimento Global
As mudanças climáticas fazem parte da história da Terra. Oscilações nos 
padrões de temperatura já ocorreram muitas vezes ao longo da vida do nosso 
planeta ao passo que os elementos naturais, como a composição química da 
atmosfera, e fatores como erupções vulcânicas, mudanças na órbita terrestre e na 
intensidade da radiação solar, interagem e se intensificam. 
Estudos indicam que já houve períodos de estabilidade, assim como 
períodos de mudanças, a exemplo das eras glaciais. Cientistas conseguem ter 
um quadro do que aconteceu ao clima da Terra há milhares de anos analisando 
testemunhos do passado, como geleiras, anéis de árvores, fósseis e sedimentos 
oceânicos.
"Apesar de mudanças climáticas abruptas já terem ocorrido na história da 
Terra, a civilização humana surgiu durante um período de relativa estabilidade 
climática", explica a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.
Embora que existam incertezas associadas à ciência da mudança do 
clima, grande parte da comunidade científica internacional reconhece que o atual 
aquecimento do planeta é fruto da atividade humana e um dos maiores desafios 
que ela enfrenta.
A liberação crescente de gases causadores do efeito estufa desde a Revolução 
Industrial, no século XIX, proveniente especialmente da queima de combustíveis 
fósseis (como petróleo, carvão e gás natural) tem resultado no acúmulo destes 
gases na atmosfera.
TÓPICO 1 | PROBLEMÁTICA AMBIENTAL: DEFINIÇÃO, CAUSAS, SOLUÇÕES
15
Os principais gases causadores do efeito estufa são o dióxido de carbono, 
metano e óxido nitroso. O aumento na concentração de dióxido de carbono na 
atmosfera é causado principalmente pela queima de combustíveis fósseis e 
mudanças no uso da terra (como o desmatamento), enquanto o metano e o óxido 
nitroso são provenientes especialmente das emissões da agricultura.
“A maiorparte do aumento observado nas temperaturas médias globais 
desde meados do século 20 é muito provavelmente devido ao aumento observado 
nas concentrações antropogênicas de gases do efeito estufa", declarou o Painel 
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC - Intergovernmental Panel on 
Climate Change) em seu relatório de 2007.
O IPCC demonstra um aumento total na temperatura da superfície de 
0,76ºC desde 1850. Nos pólos esta ascendência é ainda mais marcada, sendo que as 
temperaturas no Ártico aumentaram o dobro do nível global nos últimos 100 anos.
“Informações paleoclimáticas apóiam a interpretação que o aquecimento 
dos últimos cinqüenta anos não é usual pelo menos nos últimos 1.3 mil anos”, 
enfatiza o IPCC.
A Organização Meteorológica Mundial anunciou que em novembro de 
2012, a presença dos gases do efeito estufa na atmosfera foi a maior já registrada 
desde a revolução industrial, 390,9 partes por milhão (ppm), um aumento de 30% 
entre 1990 e 2011. Em maio de 2013, o Scripps Institution of Oceanography, da 
Universidade de San Diego, que monitora a estação de Mauna Loa, no Havaí, 
anunciou que a concentração de CO2 na atmosfera chegou a 400,03 ppm.
A “Declaração sobre o Status do Clima Global” da OMM afirma que 2010 
alcançou temperaturas recorde, fechando a década mais quente já registrada. 
A publicação também demonstra recordes na média mundial de precipitação, 
discutindo enchentes e secas, como no Paquistão, Austrália e Amazônia 
respectivamente, e documenta ondas de calor na Eurásia.
O Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA (GISS) divulgou 
um estudo em dezembro de 2010 com dados de 6300 estações meteorológicas, 
informações de satélites e de centros de pesquisa na Antártica e chegou a conclusão 
que não há dúvidas de que o planeta está aquecendo.
A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 1992 
é o fórum por meio do qual países de todo o mundo estão se unindo para enfrentar 
esse desafio.
16
Neste tópico, caro(a) acadêmico(a), você teve a oportunidade de estudar 
os seguintes aspectos referentes à problemática ambiental:
• Meio Ambiente consiste no conjunto de interações do patrimônio natural com os 
seres vivos.
• Os problemas ambientais são resultados da utilização desregrada dos recursos 
naturais, com significativo impacto a partir da Revolução Industrial.
• A crise ambiental na atualidade é decorrente do modelo de consumo desenfreado, 
com diversas consequências ao meio ambiente, como o aquecimento global, 
degelo das calotas polares, a poluição do ar, o desmatamento e a contaminação 
dos recursos hídricos.
• Como propostas de solução da crise ambiental, propõe-se a adoção do princípio 
do desenvolvimento sustentável, bem como a implantação do consumo 
sustentável.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
Ao final do Tópico 1, para melhor fixação do conteúdo estudado, responda às 
seguintes questões:
1 Relacione as causas da problemática ambiental da atualidade.
2 Apresente propostas para superação da crise ambiental.
3 Discorra acerca do consumo sustentável.
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 1
18
19
TÓPICO 2
RECURSOS AMBIENTAIS: NATURAIS, ARTIFICIAIS, 
CULTURAIS, PATRIMÔNIO GENÉTICO, MEIO 
AMBIENTE DO TRABALHO E POLUIÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão analisadas diversas definições de recursos ambientais, 
bem como conceitos relacionados às espécies de poluição ambiental e urbanística.
Recursos ambientais são os elementos, estruturas e criações humanas de 
interesses sociais, culturais e ambientais, indispensáveis para manutenção das 
riquezas biológicas, históricas da humanidade.
Logo, é importante o estudo das espécies de recursos disponíveis no 
meio ambiente, no sentido de preservar a biodiversidade e os instrumentos de 
proliferação do conhecimento histórico e cultural da sociedade, representado 
pelos prédios, esculturas e espaços criados pelo homem.
2 RECURSOS NATURAIS
Os recursos naturais são constituídos pela atmosfera, pelos elementos 
da biosfera, pelas águas (inclusive pelo mar territorial), pelo solo, pelo subsolo 
(inclusive recursos minerais), pela fauna e flora (FIORILLO, 2009, p. 20).
20
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
FIGURA 7 – RECURSO NATURAL
FONTE: Gestão sustentável das energias e dos recursos. Disponível em: <http://
gestaosustentaveldaenergia.blogspot.com/p/recursos-naturais.html >. Acesso em: 1 mar. 2012.
O meio ambiente natural tem previsão no artigo 225, caput, da Constituição 
Federal, bem como no § 1º, incisos I e VII, do mesmo dispositivo legal:
Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
[...]
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder 
público; 
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o 
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
[...] 
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de 
espécies ou submetam os animais à crueldade. 
3 RECURSOS ARTIFICIAIS
Os recursos artificiais são compreendidos pelos espaços urbanos 
construídos, “consistente no conjunto de edificações (chamado de espaço urbano 
21
TÓPICO 2 | RECURSOS AMBIENTAIS: NATURAIS, ARTIFICIAIS, CULTURAIS,
PATRIMÔNIO GENÉTICO, MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E POLUIÇÃO
 FIGURA 8 – ILHAS ARTIFICIAIS DUBAI
FONTE: Veja – Acervo digital. Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?q=recursos+art
ificiais&start=101&hl=pt-BR&tbm=isch&tbnid=H3Cr_iywHqyHkM:&imgrefurl=http://veja.abril.com.
br/blog/ricardo-setti/vasto-mundo/o-bilionario-emirado-de-dubai-onde-o-dinheiro-nao-tem-qual
quer-outro-objetivo-que-nao-seja-sua-multiplicacao-e-endeusamento/&docid=3QC8n8rGwYZr3
M&imgurl=http://veja.abril. com.br/blog/ricardo-setti/files/2011/06/ilhas-artificiais-dubai1.jpg&w=
618&h=410&ei=eGNPT93YKZS XtwfDwKm7DQ&zoom=1&iact=hc&vpx=717&vpy=321&dur=4609
&hovh=183&hovw=276&tx=143& ty=73&sig=109908683010615075733&page=3&tbnh=116&tbnw
=155&ndsp=54&ved=1t:429,r:4,s:101&biw=1600&bih=799>. Acesso em: 1 mar. 2012.
O meio ambiente artificial tem previsão constitucional nos artigos 5º, inciso 
XXIII; artigo 21, inciso XX e no artigo 182:
Art. 5º [...]:
XXIII – a propriedade atenderá sua função social;
[...]. 
Art. 21 Compete à União:
[...]
XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive 
habitação, saneamento básico e transportes urbanos; 
Art. 182 A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder 
público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por 
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade 
e garantir o bem-estar de seus habitantes. 
fechado), e pelos equipamentos públicos (espaço urbano aberto)” (FIORILLO, 
2009, p. 21).
22
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
FIGURA 9 – IGREJA – OURO PRETO-MG
FONTE: R7. Disponível em: <http://entretenimento.r7.com/agenda-cultural/agenda-cultural/fotos/
minas-gerais-7.html>. Acesso em: 1 mar. 2012.
Para o professor José Afonso da Silva (1995, p. 54), meio ambiente cultural 
“é integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, 
turístico, que embora artificial, em regra, como obra do homem, difere do anterior 
(que também é cultural) pelo sentido de valor especial”.
O conceito de meio ambiente cultural tem previsão no artigo 216 e seus 
incisos da Lei Fundamental de 1988:
Art. 216 Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, 
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes 
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver; 
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
4 RECURSOS CULTURAIS
Recursos culturaissão constituídos pelo patrimônio histórico, paisagístico, 
artístico, arqueológico e turístico, os quais, embora artificiais, possuem determinado 
valor específico, pois trazem a interação do homem ao ambiente.
23
TÓPICO 2 | RECURSOS AMBIENTAIS: NATURAIS, ARTIFICIAIS, CULTURAIS,
PATRIMÔNIO GENÉTICO, MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E POLUIÇÃO
Os genes são unidades dos caracteres hereditários (transmissão de caracteres de uma 
geração às outras), sendo instruções codificadas para a construção de proteínas (macromolécula 
biológica formada por várias cadeias de aminoácidos, eventualmente ligadas a um composto 
diferente, e que representam mais da metade do peso seco das células, determinando a maior 
parte das suas estruturas e funções). (FIORILLO, 2009, p. 287). 
O patrimônio genético passou a receber tratamento jurídico com a 
Constituição Federal de 1988, nos termos do artigo 225, § 1º, incisos II e V, ao que 
no ano de 2005, a Lei n° 11.105 – Lei de Biossegurança – estabeleceu critérios à 
tutela jurídica do patrimônio genético da pessoa humana.
6 MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
Meio Ambiente do Trabalho consiste no local em que as pessoas 
desenvolvem suas atividades laborais, tratando-se das questões afetas a qualidade 
do ambiente de trabalho, objeto de direitos subjetivos privados e invioláveis da 
saúde e integridade física dos trabalhadores (FIORILLO, 2009).
7 POLUIÇÃO
A poluição consiste na degradação resultante das atividades que direta ou 
indiretamente provoquem um efeito negativo no equilíbrio ambiental, causando 
danos à saúde humana, aos seres vivos e ao ecossistema. Nos termos do artigo 3º, 
inciso III, da Lei n° 6.938/81, entende-se por poluição a degradação da qualidade 
ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: 
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços 
destinados a manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
5 PATRIMÔNIO GENÉTICO
O patrimônio genético, na lição de Fiorillo (2009, p. 287), “é a informação 
da origem genética contida em amostras do todo ou de parte de espécime vegetal, 
fúngico, microbiano ou animal, na forma de moléculas e substâncias provenientes 
do metabolismo desses seres vivos e de extratos obtidos desses organismos”.
ATENCAO
24
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos.
7.1 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
Poluição atmosférica significa uma introdução não natural de substâncias 
ou energia para o ar, resultando na alteração dos seus elementos (20% oxigênio, 
79% nitrogênio, 1% outros gases), ao que se “ultrapassados os limites estabelecidos 
pelas normas ambientais, podem colocar em risco a saúde, a segurança e o bem-
estar comum”. (SIRVINSKAS, 2009, p. 220).
Esta poluição, causada principalmente pela emissão de gases dos veículos 
e das fábricas, causa grandes impactos no campo ambiental, com ação direta 
no aquecimento global, sendo responsável por degradação de ecossistemas e 
propulsora das chuvas ácidas, bem como, também, por danos diretos a saúde 
humana.
FIGURA 10 – POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA – EMISSÃO DE GASES
FONTE: Nosso Universo. Disponível em: <http://www.nossouniverso.net/2010_08_01_archive.
html>. Acesso em: 13 ago. 2011.
25
TÓPICO 2 | RECURSOS AMBIENTAIS: NATURAIS, ARTIFICIAIS, CULTURAIS,
PATRIMÔNIO GENÉTICO, MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E POLUIÇÃO
Impactos da poluição atmosférica na saúde humana
A poluição atmosférica causa impactos negativos na saúde humana, 
cujo grau de incidência e de perigosidade depende do nível de poluição, assim 
como dos poluentes envolvidos. Os problemas com maior expressão são em 
nível do sistema respiratório e cardiovascular. Estudos recentes mostram 
que crianças sujeitas a níveis elevados de poluição atmosférica têm maior 
prevalência de sintomas respiratórios, sofrem uma diminuição da capacidade 
pulmonar com um aumento de episódios de doença respiratória, podendo 
mesmo fazer aumentar o absentismo nas escolas, assim como a capacidade de 
concentração. 
Estudos efetuados em três países, Áustria, França e Suíça, demonstra 
que a poluição atmosférica é responsável por 6% das mortes ocorridas 
anualmente no conjunto desses países, sendo que metade das mortes deve-
se a poluição rodoviária. Alerta ainda para o fato de 4 000 pessoas morrerem 
por ano devido aos efeitos da poluição atmosférica, e que cerca de 25 000 dos 
casos de ataque de asma anuais têm como origem precisamente na exposição 
aos poluentes atmosféricos. Tudo isto causa impactos nas finanças, sendo 
que os esforços do sistema de saúde rondam 1,7 % do seu PIB. Já nas grandes 
cidades da Ásia e América do Sul, provoca vítimas de problemas respiratórios 
e cardíacos, infecções pulmonares e cancro, sendo o valor de vítimas mortais 
a rondar os 2 milhões. Estas cidades albergam cerca de metade da população 
mundial, esperando-se que atinja os dois terços em meados de 2030.
FONTE: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Polui%C3%A7% C3%A3o_
atmosf%C3 %A9rica>. Acesso em: 13 ago. 2011.
7.2 POLUIÇÃO HÍDRICA
Poluição hídrica é a contaminação de corpos de água por elementos nocivos 
ou prejudiciais aos organismos e plantas, assim como ao homem. Para Sirvinskas 
(2009, p. 291), “poluição hídrica é a degradação da qualidade ambiental resultante 
de atividade que direta ou indiretamente lance matérias ou energia nas águas em 
desacordo com os padrões ambientais estabelecidos”.
26
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
FIGURA 11 – POLUIÇÃO HÍDRICA
FONTE: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Slum_and_dirty_
river.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2011.
7.3 POLUIÇÃO DO SOLO
Poluição por resíduos sólidos é aquela causada pelas descargas de materiais 
sólidos, incluindo resíduos sólidos de materiais provenientes de operações 
industriais, comerciais e agrícolas (SIRVINSKAS, 2009). Consiste na presença 
indevida, no solo, de elementos químicos sólidos ou líquidos produzidos pelo 
homem, que prejudiquem o ecossistema e seu desenvolvimento regular.
 FIGURA 12 – POLUIÇÃO DO SOLO
FONTE: IBRAFAM. Disponível em: <http://www.ibrafam.com/poluicao_solo.html>. 
Acesso em: 13 ago. 2011.
27
TÓPICO 2 | RECURSOS AMBIENTAIS: NATURAIS, ARTIFICIAIS, CULTURAIS,
PATRIMÔNIO GENÉTICO, MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E POLUIÇÃO
7.4 POLUIÇÃO SONORA
Poluição sonora é a emissão de sons ou ruídos desagradáveis que, 
ultrapassados os níveis legais e de maneira continuada, podem causar, em 
determinado espaço de tempo, prejuízos à saúde humana e ao bem-estar da 
comunidade (SIRVINSKAS, 2009).
FIGURA 13 – POLUIÇÃO SONORA
FONTE: Vivaterra. Disponível em: <http://www.vivaterra.org.br/vivaterra_poluicao_
sonora.htm>. Acesso em 13 ago. 2011.
7.5 POLUIÇÃO VISUAL
“A poluição visual pode ser conceituada como a degradação ambiental 
resultante das publicidades ou propagandas comerciais e sociais que direta ou 
indiretamente coloquem em risco a segurança, o bem-estar da comunidade ou 
afetem as condições estéticas do meio ambiente urbano ou rural”. (SIRVINSKAS, 
2009, p. 405).
28
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
FIGURA 14 – POLUIÇÃO VISUAL
FONTE: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Largeviewtimessquare.
jpg>. Acesso em: 13 ago. 2011.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, prezado(a) acadêmico(a), você teve a oportunidade de 
estudar os seguintes aspectos referentes aos recursos ambientais e poluição:
• Os recursos ambientais se dividem em naturais, artificiais, culturais e genéticos.
• Os conceitos das diversas categorias de recursos ambientais estão previstos na 
Constituição Federal de 1988. 
• A poluição se manifesta dediversas formas: atmosférica, hídrica, do solo, 
sonora e visual.
30
Ao final do Tópico 2, para melhor fixação do conteúdo estudado, responda às 
seguintes questões:
1 Quais são as diferenças entre recursos culturais e artificiais?
2 Apresente um conceito de poluição.
3 Quais são as principais causas da poluição atmosférica?
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 3
31
TÓPICO 3
DIREITO AMBIENTAL: CONCEITO, EVOLUÇÃO 
E PRINCÍPIOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 3, um dos mais importantes do Caderno de Estudos, será 
apresentado o conceito e a evolução histórica do direito ambiental, bem como os 
principais princípios à defesa do meio ambiente.
Trata-se de conteúdo relevante para sua formação acadêmica e profissional, 
porquanto somente compreendendo a evolução do direito ambiental e seus 
princípios, torna-se possível uma atuação satisfatória na defesa do meio ambiente.
O meio ambiente deve ser preservado. É dever dos profissionais da área 
ambiental empreender esforços no combate à degradação ambiental.
2 DIREITO AMBIENTAL
2.1 CONCEITO
Direito Ambiental não possui um conceito preciso. Todavia, analisando 
as definições apresentadas por Milaré (2009), Fiorillo (2009) e Sirvinkas (2009), 
pode-se afirmar que o direito ambiental trabalha as normas jurídicas de diversos 
ramos do direito, bem como se relaciona com as outras áreas do saber humano 
como a biologia, física, química, dentre outras. Destarte, o direito ambiental busca 
adequar o ser humano com o meio ambiente, sendo um ramo do direito que estuda 
as relações jurídicas ambientais, observando a natureza constitucional, difusa 
e transindividual dos direitos e interesses ambientais, buscando sua proteção e 
efetividade.
2.2 EVOLUÇÃO
A formação do direito ambiental brasileiro ocorreu de maneira gradativa, 
atrelada, no início, com a exploração econômica do pau-brasil, sendo instituído no 
ano de 1605 o chamado Regimento do Pau-Brasil, que exigia autorização real para 
o corte dessa espécie de árvore.
32
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
Séculos depois, não preocupado com o meio ambiente, mas sim com 
a higiene sanitária, no ano de 1923, surgiu o Regulamento da Saúde Pública 
(Decreto n° 16.300/23), que previu a possibilidade de impedir que as indústrias 
prejudicassem a saúde dos moradores de sua vizinhança, possibilitando o 
afastamento das indústrias nocivas ou incômodas.
A partir da década de 30 começaram a aparecer às primeiras leis de proteção 
ambiental como o Código Florestal de 1934 (Decreto n° 23.793/34), substituído 
posteriormente pela Lei n° 4.771/65, o Código das Águas (Decreto n° 24.643/34), a 
Lei de Proteção da Fauna (Decreto n° 24.645/34) e o Decreto n° 25/37, que organizou 
a proteção ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
Na década de 1960, em função da preocupação com o uso indiscriminado 
de recursos ambientais que tivesse valor econômico e com o escopo de disciplinar 
o sua utilização e evitar a escassez, surgiram instrumentos normativos como o 
Código Florestal de 1965 (Lei n° 4.771/65), de Caça (Lei n° 5.197/67), de Pesca 
(Decreto-lei n° 221/67) e o de Mineração (Decreto-lei n° 227/67), o Estatuto da Terra 
(Lei n° 4.504/64), a Lei de Proteção da Fauna (Lei n° 5.197/67), a Política Nacional 
do Saneamento Básico (Decreto n° 248/67) e a criação do Conselho Nacional de 
Controle da Poluição Ambiental (Decreto n° 303/67).
A participação brasileira na Conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972, foi muito importante, despertando 
as autoridades para intensificação do processo legislativo, na busca da proteção e 
preservação do meio ambiente. Já no ano seguinte, por meio do Decreto n° 73.030/73, 
foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), hoje Ministério do Meio 
Ambiente, “orientada para a conservação do meio ambiente e uso racional dos 
recursos naturais” (art. 1º).
Todavia, a matéria do meio ambiente somente foi introduzida em nosso 
ordenamento jurídico com a edição da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente 
- Lei nº 6.938/81, que estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente e a 
organização estrutural de Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, além 
de apresentar princípios e conceitos fundamentais para a defesa do ambiente, bem 
como as normas de responsabilidade ambiental.
No ano de 1985 foi editada a Lei n° 7.347 – Lei de Ação Civil Pública, 
proporcionando a defesa jurídica processual de responsabilidade por danos 
causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico.
Com o advento da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988, deu-se a 
consolidação do Direito Ambiental como norma-fundamental, garantindo a todos, 
no seu artigo 225, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o poder de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações.
33
TÓPICO 3 | DIREITO AMBIENTAL: CONCEITO, EVOLUÇÃO E PRINCÍPIOS
Por fim, em 1998, surge a Lei n° 9.605, que dispõe sobre as sanções penais 
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
2.3 PRINCÍPIOS
O vocábulo princípio emana do latim principium, significando aquilo que 
se toma por primeiro. No plano jurídico, os princípios consistem em enunciados 
fundamentais que condicionam e dão estrutura ao sistema, porquanto lhe conferem 
unidade e coerência. (MILARÉ, 2009).
O direito ambiental, por seus princípios, tem por finalidade, dentre outras, 
contrapor-se às situações causadas pela ação humana, movidas pelo modo de 
produção capitalista, onde a busca pelo poder econômico ultrapassa as barreiras 
de respeito ao ambiente natural, social, cultural, como também à dignidade e ao 
respeito à pessoa humana.
Os princípios caracterizadores do direito ambiental possuem como objetivo 
orientar o desenvolvimento e a aplicação de políticas ambientais que servem como 
instrumento fundamental de proteção ao meio ambiente e, consequentemente, 
à vida humana. São eles autênticos vetores que orientam o intérprete em sua 
atividade hermenêutica, ceifando eventuais antagonismos entre as normas 
jurídicas. Servem, ainda, como importante instrumento na materialização de uma 
orientação sensata, eficaz e útil à sociedade por ocasião da subsunção do fato à lei.
Inúmeros são os princípios norteadores do direito ambiental, diferindo 
de acordo com a doutrina empregada, havendo constante divergência acerca das 
linhas mestras em relação à proteção do meio ambiente. 
Assim, serão analisados os princípios de maior incidência na doutrina, 
bem como aqueles presentes na Constituição Federal de 1988, especialmente no 
artigo 225.
2.3.1 Princípio do desenvolvimento sustentável
Esse princípio reflete a visão política dominante em relação à problemática 
ambiental, tendo como objetivo a harmonização das seguintes vertentes: 
crescimento econômico, preservação ambiental e equidade social.
A ideia de desenvolvimento socioeconômico em harmonia com a 
preservação ambiental restou consagrada na Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 (Rio 92), consolidada na expressão 
desenvolvimento sustentável.
34
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
Desenvolvimento sustentável, segundo a Comissão Mundial sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD, significa o atendimento das necessidades 
do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem 
as suas próprias necessidades. Busca-se a proteção do meio ambiente como parte 
integrante do processo global de desenvolvimento, incluindo-o no mesmo plano 
de importância dos outros valores econômicos e sociais protegidos pela ordem 
jurídica.
Na Declaração do Rio, no Princípio 04, ficou estabelecido que “para alcançar 
o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte integrante 
do processo de desenvolvimentoe não pode ser considerada isoladamente em 
relação a ele”.
No mesmo sentido, o Princípio 05 da Declaração do Rio de 1992, dispõe 
que “todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito indispensável para 
o desenvolvimento sustentável, devem cooperar na tarefa essencial de erradicar a 
pobreza, de forma a reduzir as disparidades nos padrões de vida e melhor atender 
às necessidades da maioria da população do mundo”.
Compatibilizar meio ambiente e desenvolvimento econômico significa 
dizer que a política ambiental não deve ser um obstáculo ao desenvolvimento, 
mas sim um de seus instrumentos, propiciando uma gestão racional dos recursos 
naturais, que constituem sua base material.
Destarte, as gerações presentes devem buscar seu bem-estar por meio 
do crescimento econômico e social, mas sem comprometer os recursos naturais 
fundamentais para a qualidade de vida das gerações vindouras.
A necessidade do equilíbrio entre crescimento econômico, preservação 
ambiental e equidade social está expressa na Constituição Federal de 1988, 
podendo-se destacar os artigos 170 e 225:
Art 170 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento 
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e 
de seus processos de elaboração e prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração 
no País. 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer 
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em lei.
35
TÓPICO 3 | DIREITO AMBIENTAL: CONCEITO, EVOLUÇÃO E PRINCÍPIOS
Art 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
A Constituição Federal que prevê o modo de produção capitalista e 
incentiva o crescimento econômico, também determina que seja observada, 
simultaneamente, a função social da propriedade e a preservação dos recursos 
naturais, para que haja condições dignas para as gerações futuras.
Logo, desenvolvimento sustentável significa compatibilidade do 
crescimento econômico com desenvolvimento humano e qualidade ambiental, ao 
que não é um estado permanente de equilíbrio, mas sim de mudanças quanto ao 
acesso aos recursos e quanto à distribuição de custos e benefícios.
2.3.2 Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado 
como direito fundamental da pessoa humana
Foi assegurado pelo legislador constitucional um novo direito fundamental 
do homem, consistente no direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
para uma sadia qualidade de vida (artigo 225 da Constituição Federal de 1988).
Este direito fundamental restou reconhecido pela Conferência das Nações 
Unidas sobre o Ambiente Humano de 1972, ao que, mais tarde, foi reafirmado pela 
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992.
Princípio 01 da Declaração de Estocolmo de 1972: 
“O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade, e ao 
desfrute de adequadas condições de vida em um meio cuja qualidade 
lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar e tem a solene 
obrigação de proteger e melhorar esse meio para as gerações presentes 
e futuras.” 
Princípio 01 da Declaração do Rio de 1992: 
“Os seres humanos estão no centro das preocupações com o 
desenvolvimento sustentável. Tem direito a uma vida saudável e 
produtiva, em harmonia com a natureza.”
O princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado é tratado na 
Constituição Federal como um direito fundamental da pessoa humana, direcionado 
ao desfrute de condições de vida adequadas em um ambiente saudável. 
O reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio se configura como 
extensão do direito à vida, quer sobre o enfoque da própria existência física e 
saúde dos seres humanos, quer quanto aos aspectos da dignidade desta existência 
(MILARÉ, 2009).
36
UNIDADE 1 | DIREITO E PROTEÇÃO AMBIENTAL
2.3.3 Princípio da prevenção
Reconhecido internacionalmente na Declaração de Estocolmo de 1972 
(Princípios 6 e 21) e na Declaração do Rio de 1992 (Princípio 2), esse princípio 
decorre da constatação de que as agressões ao meio ambiente são, em regra, de 
difícil ou impossível reparação, tornando-se necessária a atuação preventiva para 
se evitar os danos ambientais.
O princípio da prevenção pressupõe a certeza científica do impacto 
ambiental de determinada atividade, devendo-se tomar as medidas necessárias 
para evitar o dano ambiental, ou seja, obriga que as atitudes com efeitos sobre o 
meio ambiente devem ser consideradas de forma antecipada, visando à redução 
ou eliminação das causas que podem alterar a qualidade do ambiente.
O princípio da prevenção, por exemplo, é o maior alicerce do Estudo de 
Impacto Ambiental (artigo 225, § 1º, inciso IV, da Constituição Federal), realizados 
pelos interessados antes de iniciada uma atividade potencialmente poluidora.
2.3.4 Princípio da precaução
Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
de 1992 (Rio 92), adotou-se o princípio da precaução (Princípio 15), ao que com o 
fim de proteger o meio ambiente, os Estados deverão aplicar amplamente o critério 
da precaução de acordo com suas capacidades. 
De acordo com esse princípio, sempre que houver perigo de ocorrência de 
um dano grave ou irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser 
utilizada como razão para postergar a adoção de medidas eficazes para impedir a 
degradação do meio ambiente (FIORILLO, 2009).
Assim, mesmo que haja divergência no plano científico com relação aos efeitos 
nocivos de uma determinada ação sobre o meio ambiente, em atenção ao princípio 
da precaução, essa atividade deverá ser evitada ou rigorosamente controlada.
Neste aspecto, a incerteza científica se reverte em favor da natureza, cabendo 
aos interessados o ônus de provar que as intervenções pretendidas não são perigosas 
ou poluidoras.
De acordo com o princípio da precaução, devem-se tomar as medidas 
necessárias para se evitar o dano ambiental, notadamente por não se conhecer as 
consequências que determinado ato causarão ao meio ambiente.
Contudo, a aplicação deste princípio deve se limitar aos casos de riscos 
graves e irreversíveis, e não riscos de qualquer natureza.
37
TÓPICO 3 | DIREITO AMBIENTAL: CONCEITO, EVOLUÇÃO E PRINCÍPIOS
QUADRO 1 – COMPARATIVO – PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO – PRECAUÇÃO
PREVENÇÃO PRECAUÇÃO
Objetivo Evitar a concretização do dano. Evitar a concretização do dano
Quando é 
aplicado
Certeza científica sobre 
o impacto ambiental da 
atividade.
Falta de certeza científica 
absoluta sobre o risco da 
ocorrência de danos ao meio 
ambiente; casos de riscos 
graves e irreversíveis ao meio 
ambiente.
Reconhecimento 
no Direito 
Internacional
Declaração de Estocolmo 
1972 (princípios 6 e 21);
Declaração do Rio de 
1992 (princípio 2).
Declaração do Rio de 1992 
(princípio 15).
Previsão 
constitucional
Art. 225, parágrafo 
1º, inciso IV, CF 88: 
“exigir, na forma da 
lei, para instalação 
de obra ou atividade 
potencialmente 
causadora de 
significativa degradação 
do meio ambiente, 
estudo prévio de 
impacto ambiental, a que 
se dará publicidade”.
Art. 225, caput, CF 88: “(...) 
para as presentes e futuras 
gerações”. Se as medidas 
de precaução não forem 
adotadas hoje, as futuras 
gerações poderão ser as mais 
prejudicadas caso os danos se 
concretizem.
Exemplos
Estudos

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