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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO SUPERIOR - DESU DEPARTAMENTO DE MECÂNICA E MATERIAIS – DMM ENGENHARIA MECÂNICA INDUSTRIAL DISCIPLINA: MÁQUINAS HIDRÁULICAS CARGA HORÁRIA: 75 Horas PROFESSOR: LUÍS DO ROSÁRIO COSTA AULA: 03 CONTEÚDO: ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO 1/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO 3 – ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO 3.1 – Introdução A operação normal de bombeamento consiste em fornecer energia ao líquido para que possa executar o trabalho representado pelo deslocamento de seu peso entre duas posições que se considerem, vencendo as resistências que se apresentam em seu percurso. Prof. Luís do Rosário Costa 2/38 Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA As grandezas que devem ser levadas em consideração no estudo de um sistema de bombeamento, segundo as quais podemos supor dividida a energia cedida ao líquido. Para isso se faz necessário adotar símbolos representativos índices dessas grandezas. 3/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Esses índices são: 1 – Para os pontos da seção de entrada da bomba. 2 – Para os pontos situados na superfície gerada pela rotação do bordo de entrada do rotor. 3 – Para os pontos da superfície gerada pela rotação do bordo de saída da pá do rotor. 4 – Para os pontos da seção de saída da bomba. 5 – Para o ponto médio da seção de saída do encanamento de recalque. 4/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA SIMBOLOS REPRESENTATIVOS 5/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA A Fig. abaixo representa esquematicamente uma instalação típica de uma bomba centrífuga, destinada a elevar o líquido de um reservatório inferior a uma cota mais elevada, utilizando uma tubulação. 6/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Esquema de instalação de uma bomba centrífuga 7/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Obs.: A seção de saída da bomba muitas vezes fica localizada acima do citado plano horizontal e a uma distância vertical que é denominada de “i”. Há bombas, porém, em que as seções de entrada e saída estão no mesmo nível (i=0), e, em outras, o nível da boca de saída fica abaixo do da aspiração. 8/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Ver Figuras abaixo. Distância vertical “i” 0 Distância vertical “i” 0 9/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA 3.2 – Alturas estáticas (desníveis topográficos) As alturas estáticas são aquelas que dependem unicamente do arranjo físico da instalação de bombeamento tanto da aspiração como do recalque. Sendo elas: a) Altura estática de aspiração (ha) – é a diferença de cotas entre o nível do centro da bomba e o da superfície livre do reservatório de captação. 10/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA b) Altura estática de recalque (hr) – é a diferença de cotas entre os níveis onde o líquido é abandonado ao sair pelo tubo de recalque no meio ambiente (ou outro) e o nível do centro da bomba. c) Altura estática de elevação (he) – é a diferença de cotas entre os níveis em que o líquido é abandonado no meio ambiente (ou outro), ao sair pelo tubo de recalque, e o nível livre no reservatório de captação. 11/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Pode ser expressa da seguinte maneira: 3.3 – Alturas totais ou dinâmicas As alturas totais ou dinâmicas são aquelas decorrentes do deslocamento do fluído a ser deslocado pelo movimento do rotor. 12/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA São elas: a) Altura total ou altura manométrica de aspiração (Ha) – é a diferença entre as alturas representativas da pressão atmosférica local (Hb) e da pressão reinante na entrada da bomba, que é igual à da entrada do rotor. Logo temos: 13/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Aplicando a equação da conservação da energia entre a superfície livre no reservatório inferior, onde supomos ser nula a velocidade do líquido, e a seção de entrada da bomba, podemos escrever: 14/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Sendo a perda de carga no encanamento da aspiração. Com isso podemos dizer que: 15/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA b) Altura total de recalque ou altura manométrica de recalque (Hr) – é diferença entre as alturas representativas da pressão na saída (convencionada) da bomba e a atmosférica (que supusemos fosse a reinante na saída da tubulação). Logo temos: 16/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA No estudo dessa grandeza, dois casos devem ser considerados: 1º) A tubulação de recalque abandona livremente o líquido na atmosfera Nesse caso, aplicando a equação da energia entre a boca de saída (convencionada) da bomba e a seção de saída da tubulação de recalque, temos: 17/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Isto é: Perda de carga = Energia à saída da bomba - Energia à saída do tubo Se a tubulação tiver seção constante, será igual a , e poderemos escrever a seguinte expressão: 18/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA 2º) O líquido é conduzido pela tubulação a um reservatório superior de tal modo que, acima da boca do tubo de recalque, haja uma camada de líquido capaz de absorver toda energia cinética devida à velocidade V4, com que sai do tubo. 19/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Nesse caso, aplicando a mesma equação entre a seção (convencionada) de saída da bomba e o nível livre do líquido no reservatório superior onde supomos ser nula a velocidade, temos: 20/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Isto é: Perda da carga = Energia à saída da bomba - Energia no nível de água superior J’r é a perda de carga na tubulação de recalque e na entrada do reservatório superior. Assim podemos escrever a seguinte equação: 21/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Obs.: Nos dois casos a altura manométrica de recalque representa a energia que a bomba deve fornecer a cada kg de líquido “carga” para que este, partindo da saída da bomba, atinja a boca da tubulação de recalque ou a superfície livre do reservatório superior, vencendo o desnível estático hr e as perdas de carga na tubulação. 22/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA O valor dessa grandeza é obtido pela leitura de um manômetro, instrumento que fornece a pressão relativa. c) Altura manométrica de elevação ou simplesmente altura manométrica (H) – é a diferença entre as alturas representativas das pressões na saída (convencionada) e na entrada da bomba. 23/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas HidráulicasEngenharia Mecânica Industrial - IFMA Logo temos: A altura manométrica é a soma das alturas totais de aspiração e de recalque, isto é: e 24/38 Equação empregada quando a instalação já esta executada e dispõe de manômetro Equações empregadas na determinação da altura manométrica, na fase de projeto ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA 1ª Hipótese – Bomba funcionando acima do nível do reservatório A. Nesse caso é necessária uma válvula de retenção com crivo no início da tubulação de aspiração, chamada “válvula de pé”, que impede o escoamento do líquido do tubo para o reservatório quando a bomba está parada ou parar de funcionar. 25/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA 2ª Hipótese – Bomba “afogada”. Reservatório B, com nível de água acima do centro da bomba. d) Altura útil de elevação (Hu) – é a energia que a unidade de peso de líquido adquire em sua passagem pela bomba. ou 26/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA e) Altura total de elevação (He) - é a energia total que o rotor deve fornecer a cada kg de líquido. Leva em conta as perdas de natureza hidráulica ocorridas no interior da bomba. 27/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA De modo que seu valor é igual à soma da altura útil com as perdas de energia no interior da bomba. Logo teremos: Sendo J as perdas hidráulicas por kg de líquido escoado. 28/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA 3.4 – Potências Nas bombas consideramos as seguintes potências e rendimentos. a) Potência motriz (Pm) b) Potência de elevação (Pe) c) Potência útil (Pu) 29/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA a) Potência motriz (Pm) – É a potência fornecida pelo motor ao eixo da bomba.(Brake Horse Power – BHP). Chamando de o peso específico do líquido, expresso em kgf / m³, Q a descarga em m³/s, e Hm a altura manométrica em m. E é dada por: em Kgf.m/s 30/38 Pm = . Q . Hm ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA b) Potência de elevação (Pe) – As pás do rotor cedem ao líquido apenas a energia He, que é a altura total de elevação. A potência, portanto cedida pelo rotor ao líquido é a potência de elevação Pe. E é dada por: em Kgf.m/s 31/38 Pe = . Q . He ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA c) Potência útil (Pu) –A potência útil é a energia aproveitada pelo líquido para seu escoamento fora da própria bomba. E dada pela expressão: em Kgf.m/s Podemos também dizer que: Pe = Pu + P 32/38 Pu = . Q . Hu ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Unidades de potência 1 c. v. = 75 Kgf . m /s 1 HP = 1,014 c.v. 1 HP = 746 Watts 33/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA 3.5 – Rendimentos São as relações entre as potências. Sendo as principais: a) Rendimento mecânico () – é a relação entre a potência de elevação e a motriz, ou seja: Sendo que varia de 0,96 a 0,98 34/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA b) Rendimento hidráulico ( ) - é a relação entre as potências útil e a de elevação, ou seja: Sendo que varia de 0,50 em bombas pequenas a 0,90 em grandes bombas, bem projetadas, fabricação esmerada. Em geral, admitem-se, no projeto, os valores de 0,85 a 0,88. 35/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA c) Rendimento total ( ) - é a relação entre a potência útil e a potência motriz, ou seja: 36/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA 3.6 – Potência Motriz O consumo de energia é geralmente expresso em cavalo-vapor (c.v.). Se levarmos em conta a substituição de Hu por H, como fazem os fabricantes em seus catálogos, e exprimirmos essa grandeza em metros e Q em m³/s, teremos: 37/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA Onde: N = Potência motriz (C.V.) = Peso específico do fluido (kg/m³) = Vazão do fluido (m³/h) = Altura manométrica da instalação ( m ). = Rendimento total da instalação. 38/38 ENERGIA CEDIDA AO LÍQUIDO Prof. Luís do Rosário Costa Máquinas Hidráulicas Engenharia Mecânica Industrial - IFMA hr ha he + = 0 ab P HH g =- ( ) 2 00 00 2 aba PV JHh g éù =++-++ êú ëû a J 2 0 2 aaa V HhJ g =++ 3 rb P HiH g æö =+- ç÷ èø 2 2 33 4 22 rrb PV V JihH gg g æö æö =+--++ ç÷ ç÷ èø èø rrr HhJ =+ ( ) 2 33 ' 2 rrb PV JihH g g æö =++-+ ç÷ èø 2 3 ' 2 rrr V HhJ g =+- 30 PP Hi gg æö =+- ç÷ èø 2 0 2 arar V HhhJJ g =++++ 2 0 2 ear V HhJJ g =+++ 2 0 ' 2 arar V HhhJJ g =-++++ 22 3300 22 u PVPV Hi gg gg æöæö =++-+ ç÷ç÷ èøèø 222 303 22 uear VVV HHhJJ gg - =+=+++ eu HHJ e =+ min 000 . 33 1 pé pé lb HP × × = Hm H P P e m e = = r e u e u H H P P = = e m u m u H H P P = = h h g . 75 . . H Q N = g Q H h
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