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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 44 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 4.0 Bombas Hidráulicas Máquina é a designação dada a tudo aquilo capaz de transformar energia. A máquina pode absorver energia numa forma e restituí-la em outra (por exemplo: o motor elétrico é uma máquina, porque absorve energia elétrica e restitui energia me- cânica) ou absorver energia em uma forma e restituí-la na mesma forma (por exemplo: um torno mecânico absorve energia mecânica e restitui energia mecânica). As máqui- nas podem ser agrupadas em máquinas de fluido, elétricas e de ferramentas. As bombas hidráulicas, as turbinas hidráulicas e os ventiladores são exemplos de máquinas hidráulicas (no caso do ventilador, o escoamento do ar pode ser tratado como incompressível, visto que a diferença de entrada e a saída do ar nessa máquina é menor ou igual a um metro de coluna de água). As máquinas térmicas caracterizam-se por uma variação sensível no peso es- pecífico do fluido que as atravessa. As turbinas a vapor d’água e os compressores de ar são exemplos clássicos desses tipos de máquinas. As máquinas hidráulicas classificam-se em motoras (ou motrizes) e geradoras (ou geratrizes). As motoras transformam energia hidráulica (recebida do fluido) em energia mecânica e as geradoras, energia mecânica em energia hidráulica. São exem- plos de máquinas hidráulicas motoras as turbinas hidráulicas e as rodas d’água, e de máquinas hidráulicas geradoras as bombas hidráulicas e os ventiladores. 4.1 Classificação das Bombas Hidráulicas Bombas Volumétricas: são as bombas de êmbolo ou pistão e as de diafragma. Diz-se que o intercâmbio de energia é estático. O movimento é alternativo. O órgão fornece energia ao fluido em forma de pressão. Turbo-bombas ou Bombas Hidrodinâmicas: o órgão (rotor) fornece energia ao fluido em forma de energia cinética, sempre com movimento rotativo. 4.2 Instalação de Recalque O esquema a seguir é utilizado para apresentação de conceitos hidráulicos en- volvidos no dimensionamento de uma bomba. mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 45 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com Figura 08 – Instalação de Recalque Fonte: Apostila Hidráulica Geral A. Professor Dr. Victor Deantoni - PUC De acordo com a figura acima podemos estabelecer que: Hm = Altura Manométrica Hg = Altura Geométrica Hs = Altura e sucção (pode ser positiva ou negativa) Hr = Altura do recalque (geralmente positiva) ℎ𝑔 = 𝐻𝑠 + 𝐻𝑟 𝐻𝑚 = 𝐻𝑔 . ∆𝐻𝑠 + ∆𝐻𝑟 4.3 Potência de uma instalação de recalque Como todo dispositivo mecânico, a bomba apresenta perdas na conversão de energia elétrica para energia de pressão. Portanto existem uma Potência Hidráulica da Bomba e uma Potência do Motor Elétrico responsável pelo funcionamento. mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 46 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com A potência requerida pelo fluído é dada por: 𝑃 = 𝑄 . 𝐻𝑚 . 𝑦 A potência necessária para o funcionamento é: 𝑃 = 𝑄 . 𝐻𝑚 . 𝑦 𝑛 Onde: 𝑃 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 (𝑐, 𝑣) 𝑄 = 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑏𝑜𝑚𝑏𝑒𝑎𝑑𝑎 (𝑚3/𝑠) 𝐻𝑚 = 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑀𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 (𝑚) 𝑦 = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢í𝑑𝑜 (𝑘𝑔𝑓/𝑚³) 𝑛 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 (𝑑𝑒𝑐𝑖𝑚𝑎𝑙) 4.4 Diâmetro econômico da canalização FÓRMULA DE BRESSE A fórmula de Bresse é expressa pela equação, 𝐷 𝐾 √𝑄 , em que: 𝐷: 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑜 (𝑚); 𝐾: 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙, 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜; 𝑄: 𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡í𝑛𝑢𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑚𝑏𝑒𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑚³ . 𝑠−1). A fórmula de Bresse tem se mostrado de grande utilidade prática. O coeficiente K tem sido objeto de vários estudos e, no Brasil, se tem utilizado valores que varia de 0,75 a 1,40. O valor de K depende de variáveis tais como: custo médio do conjunto eleva- tório, inclusive despesas de operação e manutenção, custo médio da tubulação, in- clusive despesas de transporte, assentamento e conservação, peso específico do flu- ído, rendimento global do conjunto elevatório, etc. mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 47 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com Cabe ao projetista eleger convenientemente o valor de K. Na realidade, esco- lher o valor de K equivale fixar a velocidade. Ao explicitar a variável Q da fórmula de Bresse e aplicando-se na equação da continuidade, tem-se que: 𝑉 = 4 𝜋 . 𝑘² Através desta expressão organizou-se o Quadro 01, que apresenta valores de K e de velocidade. Geralmente a velocidade média das instalações situa-se entre 0,6 e 2,4 m/s. As maiores velocidades são utilizadas em instalações que funcionam ape- nas algumas horas por dia. Quadro 01 – Valores para as variáveis k e v da fórmula de Bresse Valores de K Velocidade (m/s) Valores de K Velocidade (m/s) 0,75 2,26 1,10 1,05 0,80 1,99 1,20 0,88 0,85 1,76 1,30 0,75 0,90 1,57 1,40 0,65 1,00 1,27 Fonte: Apostila Dimensionamento Econômico de Adutoras ou linhas de Recalque. FÓRMULA DA ABNT: De acordo com a fórmula sugerida pela ABNT (NB-92/66), o diâmetro econô- mico é calculado pela expressão: 𝐷 = 0,587 . 𝑇0,25 . √𝑄, em que: 𝐷: 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑜 (𝑚); 𝑇: 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (ℎ/𝑑𝑖𝑎); 𝑄: 𝑣𝑎𝑧ã𝑜 (𝑚³ . 𝑠−1 ). Continua na próxima aula... mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 48 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 1- As máquinas hidráulicas classificam-se em motoras e geradoras, qual a diferença entre elas? a) As motoras transformam energia hidráulica (recebida do fluído) em energia mecâ- nica e as geradoras, energia mecânica em energia hidráulica. b) As motoras transformam energia mecânica em energia hidráulica e as geradoras, energia hidráulica em energia mecânica. c) As motoras transformam energia hidráulica em energia potencial e as geradoras, energia potencial em energia hidráulica. d) Não há diferenças significativas entre uma e outra, as motoras, são responsáveis pelo motor-bomba e as geradoras, são responsáveis pela distribuição de energia. e) As motoras liberam energia hidráulica e as geradoras recebem energia hidráulica. 2- Calcule a Potência requerida pelo fluído e a Potência necessária para ofunciona- mento de uma bomba considerando uma vazão de 50 m³/s, peso específico da água em 1000 kgf/m³, altura manométrica de 15 m e rendimento de 80%. a) Potência requerida = 750000 e Potência necessária = 750000 b) Potência requerida = 92000 e Potência necessária = 937500 c) Potência requerida = 72 e Potência necessária = 937 d) Potência requerida = 750000 e Potência necessária = 937500 e) Potência requerida = 75000 e Potência necessária = 93750 3- Calcule a Potência requerida pelo fluído e a Potência necessária para o funciona- mento de uma bomba considerando uma vazão de 200 m³/s, peso específico do fluído em 1150 kgf/m³, altura manométrica de 1,5 m e rendimento de 60%. a) Potência requerida = 3450 e Potência necessária = 5750 b) Potência requerida = 398000 e Potência necessária = 43500 c) Potência requerida =34500 e Potência necessária = 57500 d) Potência requerida = 575 e Potência necessária = 345 e) Potência requerida = 345000 e Potência necessária = 575000 Hidráulica Atividades de Fixação mailto:sanderson.unec@gmail.com bruno Sublinhado bruno Realce bruno Realce bruno Realce CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 49 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com REVISÃO BIBLIOGRÁFICA COSTA, Raimundo Nonato Távora. – Apostila Dimensionamento Econômico de Adu- toras ou Linhas de Recalque. Universidade Federal Do Ceará – Departamento De Engenharia Agrícola Hidráulica Aplicada. DEANTONI, Victor. Professor da Universidade Federal de Campinas – PUC. Apostila de Hidráulica Geral A. 97p. Campinas,2019. GUEDES, Hugo Alexandre Soares. Professor da Universidade Federal de Pelotas - Centro de Engenharias – Apostila de Hidráulica. 168p. Agosto de 2018. RBRH – Revista Brasileira de Recursos Hídricos. PREVEDELLO, C.L. - Diâmetro mais econômico de uma canalização de recalque. Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da UFPR. v5 n. 2 39-42. mailto:sanderson.unec@gmail.com
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