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Direito Tributário

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Prévia do material em texto

Direito Tributário 
Trabalhista
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Tercius Zychan de Moraes
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Poder de Tributar e Repartir Receitas Tributárias
• Competência Tributária
• Repartição das Receitas Tributárias
• Repartição do Produto das Receitas do Impostos
• Imunidades Tributárias
• Crédito Tributário
• Suspensão do Crédito Tributário
 · Conhecer como a Constituição Federal distribuiu a competência 
tributária ativa de criar tributos. Além disso, vamos aprender que as 
receitas tributárias provenientes de impostos devem ser repartidas 
entre os entes federativos e iremos, também, saber um pouco 
mais sobre as possibilidades de suspensão dos créditos tributários. 
Esses conhecimentos são fundamentais para saber mais sobre a 
aplicabilidade do Direito Tributário.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Poder de Tributar e Repartir 
Receitas Tributárias
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Poder de Tributar e Repartir Receitas Tributárias
Competência Tributária
Quanto ao poder de tributar, ou seja, a competência tributária, pode ser entendido 
como a capacidade de criar, cobrar e exigir tributos.
Essa competência, entretanto, não é livre, pois, para sua existência, depende de 
permissivos constitucionais ou legais:
CTN
Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende 
a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na 
Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas 
do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou 
em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à 
competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. 
É por intermédio da Constituição Federal que se faz a distribuição da Competência 
Tributária. É ela que delimita por ente federativo qual ou quais tributos estarão 
aptos a criar e exigir certa obrigação tributária.
Características da Competência Tributária
Como vimos, a Constituição institui um regime de competências privativas para 
cada um dos entes federativos.
Privatividade
Quanto à extensão dessa expressão “privativa”, vejamos o que nos diz Geraldo 
Ataliba1:
Quem diz privativa, diz exclusiva, quer dizer: excludente de todas as demais 
pessoas; que priva de seu uso todas as demais pessoas. A exclusividade da 
competência de uma pessoa implica proibição peremptória, erga omnes, 
para exploração desse campo.
Essa capacidade de distribuir a competência tributária entre a União, os Estados, 
os Municípios e também o Distrito Federal para criarem, de modo geral, impostos, 
taxas e contribuições de melhoria pode ser apreciada no Artigo 145 da CF:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
1 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência. 5.ed. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 106.
8
9
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados 
ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
Indelegabilidade
A competência tributária é indelegável, mas essa visão não é plena, pois, 
ao editar regras gerais sobre Direito Tributário, por intermédio do Código 
Tributário Nacional – CTN, a mencionada norma enfatizou que quando se fala em 
indelegabilidade, estamos nos referindo à capacidade legislativa de criar tributos, 
não restringindo a capacidade de fiscalizar ou arrecadar certo tributo. A essa 
possibilidade de delegação dá-se a denominação “Parafiscalidade”.
CTN
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das 
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, 
atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma 
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 
da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais 
que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral 
da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas 
de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. 
Um exemplo desta “Parafiscalidade” é o Imposto Sobre a Propriedade Territorial 
Rural – ITR, o qual a própria Constituição Federal confere à União ser o ente 
competente para criá-lo. Entretanto, a União poderá delegar a fiscalização e a 
cobrança aos Municípios:
Art. 153 - Compete à União instituir impostos sobre:
(...)
VI - propriedade territorial rural;
(...)
§ 4º - O imposto previsto no inciso VI do caput: 
(...)
III – será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na 
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer 
outra forma de renúncia fiscal.
9
UNIDADE Poder de Tributar e Repartir Receitas Tributárias
Incaducabilidade
Por intermédio desta característica, havendo a previsão constitucional da 
criação do tributo, esta não “caduca”; existirá mesmo que não exista Lei específica 
disciplinando a espécie tributária.
Importante registrar o pensamento de Roque Carrazza2 a esse respeito:
A competência tributária é, também, incaducável, já que o seu não 
exercício, ainda que não prolongado no tempo, não tem o condão de 
impedir que a pessoa política, querendo, venha a criar, por meio de lei, os 
tributos que lhe forem constitucionalmente deferidos.
Um bom exemplo dessa característica é a competência conferida para a União 
de, por intermédio de Lei Complementar, exigir impostos que incidam sobre 
“grandes fortunas” (Inciso IV do Artigo 153 da CF) ainda não instituído, mas que 
o poderá ser.
Inalterabilidade
Diante dessa característica, fica enfatizada a impossibilidade de a pessoa política 
que tem competência para criar um tributo alterá-la, a não ser por intermédio da 
alteração do texto constitucional, que nos dá os próprios termos da Constituição, 
por intermédio daespécie legislativa denominada “Emenda Constitucional”.
Facultatividade
Embora a Constituição Federal delimite a competência legislativa para se criar 
um tributo, ela não exige que esses devam ser instituídos; em tese, o que se gera é 
uma possibilidade legislativa.
Entretanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/00) 
especifica uma consequência ao não exercício dessa capacidade criativa.
Lei Complementar nº 101/00
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão 
fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da 
competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o 
ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
2 CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 28.ed. São Paulo: Malheiros, São Paulo 
2012. p. 753.
10
11
Repartição das Receitas Tributárias
Nosso país adotou como forma de Estado a “Federal”, na qual as competências 
que esse Estado tem, por determinação constitucional, foi repartida entre os entes 
federativos (União, estados-membros, Municípios e Distrito Federal). Para o efetivo 
exercício dessas competências, cada ente federativo procura captar receitas.
A principal fonte de receita de recursos se dá por intermédio dos tributos, 
seja pela arrecadação direta dos tributos de competência específica de cada ente 
federativo (“pela fonte”), seja pela participação do ente federativo na formação do 
produto arrecadado (“pelo produto”).
No caso da participação da arrecadação do tributo, embora o ente federativo me-
nor não tenha competência de criá-lo ou de o exigi, a Constituição Federal determina 
que o ente federativo superior reparta o produto arrecadado com o ente inferior. 
Por exemplo, a Constituição Federal atribui como competência do estados-
-membros a criação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – 
IPVA, de tal modo que os estados-membros criam o imposto e o exigem. Porém, 
deverá repartir 50% (cinquenta por cento) de sua arrecadação com o Município em 
que o veículo esteja licenciado:
CF
Art. 158 - Pertencem aos Municípios:
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em 
seus territórios;
Figura 1
11
UNIDADE Poder de Tributar e Repartir Receitas Tributárias
Repartição do Produto 
das Receitas do Impostos
A seguir, vejamos como a Constituição Federal determina a repartição das 
receitas tributárias provenientes dos impostos, adotando o critério “pelo produto”. 
Observação
Todos os Artigos citados a seguir são da Constituição Federal – CF.
Art. 159. A União entregará: 
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de 
qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49% (quarenta e 
nove por cento), na seguinte forma:
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação 
dos Estados e do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação 
dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor 
produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas 
instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos re-
gionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semiárido do Nordeste 
a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será 
entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; 
Imposto de Renda – IR
A Constituição ainda destina aos Estados e Municípios, como antecipação de 
receita, o valor total dos descontados na fonte sobre rendimentos pagos pelos 
servidores públicos de suas autarquias e por suas fundações:
Art. 157 - Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos 
de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a 
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem 
e mantiverem;
Art. 158 - Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos 
de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a 
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem 
e mantiverem;
12
13
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI
A União deve repassar aos Estados 10% da arrecadação, sendo eles distribuídos 
proporcionalmente em razão do valor das respectivas exportações desses produtos 
industrializados.
Entretanto, nenhum Estado poderá receber mais do que 20% do total desse 
montante de repasse; no caso de haver a existência dele, o excedente deverá ser 
repartido com os demais estados.
Art. 159 - A União entregará:
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, 
dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao 
valor das respectivas exportações de produtos industrializados.
§ 2º - A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior 
a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o 
eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, 
em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.
§ 3º - Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por 
cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os 
critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
§ 3º - Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por 
cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR
A União tem a capacidade tributária ativa de cobrar e exigir o Imposto sobre a 
Propriedade Territorial Rural – ITR, sendo que a mesma Constituição estabelece 
que 50% da arrecadação desse tributo seja distribuído a cada município no qual os 
imóveis estão situados.
Art. 158 - Pertencem aos Municípios:
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União 
sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles 
situados, [...]
Imposto sobre Circulacao de Mercadorias e Serviços – ICMS
A competência para criar e exigir o mencionado imposto é, por competência 
constitucional, atribuída ao estado-membro; entretanto, o estado-membro não 
direcionará ao seu tesouro o total do arrecadado, 25% do volume arrecadado 
deverá ser distribuído aos Municípios, tendo como critério a realização do fator 
gerador do imposto ter ocorrido em seu território:
13
UNIDADE Poder de Tributar e Repartir Receitas Tributárias
Art. 158 - Pertencem aos Municípios:
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Esta-
do sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações 
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Imunidades Tributárias
Podemos dizer que a imunidade tributária se trata efetivamente de uma limitação 
ao poder conferido pela Constituição ao respectivo ente federativo em tributar, ou 
seja, é uma limitação à competência ativa de criar tributos.
Nas palavras de Eduardo de Moraes Sabbag3:
A imunidade tributária é, assim, a qualidade da situação que não pode ser 
atingida pelo tributo, em razão de norma constitucional que, à vista de 
alguma especificidade pessoal ou material dessa situação, deixou-a fora 
do campo sobre que é autorizada a instituição do tributo.
Apreciando o presente conceito, podemos afirmar que a imunidade, por 
mandamento da Constituição, exclui a possibilidade de criar tributos que atinjam 
determinadas hipóteses por ela definidas. Veja: os tributos existem, mas não 
poderão incidir sobre determinadas hipóteses.
Deve ficar claro que a mesma Constituição, tecnicamente, acabou utilizando 
a expressão “Isenção”, quando o termo correto seria “Imunidade”;ou seja, em 
alguns pontos da Constituição, foi erroneamente utilizada a palavra isenção em 
casos que se tratam, na verdade de Imunidade, pois, a “Isenção” determina que 
será dispensado o cumprimento da obrigação, mesmo que ocorra o fato gerador 
previsto na hipótese legal que, em tese, pode gerar crédito tributário.
A seguir, vejamos como podem ser classificadas as imunidades tributárias.
Imunidade Recíproca
É uma imunidade subjetiva, justificada pela autonomia que possuem os entes 
federativos. Por essa espécie de imunidade, não poderá haver cobrança de um 
ente federativo (União, estados-membros, Municípios e Distrito Federal) a outro, de 
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. 
Exemplos: Imposto sobre Operações Financeiras – IOF; Imposto Predial e Terri-
torial Urbano – IPTU; Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR; Imposto 
sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA; Imposto de Renda – IR etc.
3 SABBAG, Eduardo de Moraes. Direito Tributário. 5.ed. São Paulo: DPJ, 2004. p. 44.
14
15
De tal modo, a imunidade incide quando a União, os estados-membros, o Distrito 
Federal e os Municípios figurarem como sujeito passivo da obrigação tributária. 
Não será o caso de aplicação dessa imunidade quando, por exemplo, o estado-
-membro adquire uma impressora para o uso em certa repartição pública. Nesse 
caso, o fornecedor do equipamento deverá figurar no polo passivo da obrigação 
tributária, devendo saldar o tributo.
A mencionada regra não é ampla, pois, em determinadas hipóteses, os entes 
federativos estarão obrigados a pagar estas obrigações:
• Quando a União, os estados, o Distrito Federal, os Municípios, suas autarquias 
e fundações estiverem praticando atividades econômicas regidas pelas normas 
aplicáveis a empreendimentos privados;
• Quando a União, os estados, o Distrito Federal, os Municípios, suas autarquias 
e fundações cobrarem contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas 
pelo usuário;
• Quando a União, os estados, o Distrito Federal, os Municípios, suas autarquias 
e fundações celebram contrato de promessa de compra e venda de imóvel 
que lhes pertence com particular – o bem perde a imunidade e o promitente 
comprador tem de pagar os tributos que incidem sobre ele.
Imunidade dos Templos de qualquer Culto
A presente imunidade abrange não somente o templo. A Constituição Federal 
inclui nessa imunidade o patrimônio, a renda e os serviços relacionados à atividade 
da entidade religiosa.
Como exemplo, temos a possibilidade de um determinado culto que possua uma 
propriedade rural destinada a promover “retiros espirituais” de seus seguidores. 
Nesse caso, não deverá ocorrer a cobrança de Imposto Territorial Rural – ITR.
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
VI - instituir impostos sobre:
[...]
b) templos de qualquer culto;
[...]
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem 
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finali-
dades essenciais das entidades nelas mencionadas.
15
UNIDADE Poder de Tributar e Repartir Receitas Tributárias
Todas as religiões estão contempladas, não importando o número de segui-
dores; isso se dá em razão da liberdade de crença assegurada pelo Artigo 5º, 
Inciso VI, da CF.
Art 5º
(...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado 
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Imunidade dos Partidos Políticos, Inclusive suas Fundações, 
das Entidades Sindicais dos Trabalhadores, das Instituições de 
Educação e Assistência Social, sem Fins Lucrativos 
Podemos afirmar que se trata de uma imunidade subjetiva, pois está ligada à 
natureza dos beneficiados, e não pela atividade que desenvolvem.
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições 
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei;
(...)
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem 
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finali-
dades essenciais das entidades nelas mencionadas;
A imunidade abrange o patrimônio, a renda e os serviços relacionados às 
finalidades essenciais das entidades. Não abrange, por exemplo, a imunidade de 
imóvel cedido ao presidente de determinado Partido Político na capital federal.
Para Entidades Sindicais dos Trabalhadores, haverá imunidade, o que não ocorre 
com o Sindicato de Empresários. 
No tocante às Instituições de Ensino e de Assistência Social, somente existirá imu-
nidade se elas tiverem como natureza jurídica “sem fins lucrativos”, na forma da Lei 
que, no caso específico, é o Código Tributário Nacional – CTN, em seu Artigo 14:
16
17
CTN
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à 
observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, 
a qualquer título;
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos 
seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos 
de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 
9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são 
exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais 
das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos 
ou atos constitutivos.
Imunidade dos Livros, Jornais, Periódicos
e o Papel Destinado à sua Impressão
Trata-se de uma imunidade objetiva, pois é aplicada tão somente à “coisa” 
(objeto), de tal modo que, para a venda de livros, não pode ser instituído Imposto 
sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – 
ICMS ou Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI.
Contudo, o jornal, como Empresa, e mesmo uma Editora de determinada obra 
literária, em razão do lucro auferido com as vendas de jornais ou livros, não terão 
imunidade com relação a essa atividade comercial, a qual poderá ser tributada, por 
exemplo, incidindo Imposto Sobre A Renda – IR.
Crédito Tributário
Como visto, é com a ocorrência do fato gerador que surge a obrigação tribu-
tária principal.
 Entretanto, de modo diverso com o que ocorre com qualquer obrigação, de 
modo geral, para que o crédito possa ser exigido do sujeito passivo (devedor da 
obrigação), existe a necessidade de se realizar um procedimento administrativo 
denominado “lançamento tributário”.
17
UNIDADE Poder de Tributar e Repartir Receitas Tributárias
Com relação à essa atipicidade, ensina-nos Luciano Amaro4:
[...] embora o cumprimento do dever de pagar não dependa sempre do 
lançamento, este é, em todas as situações, condição para que o sujeito 
ativo pratique atos no sentido de cobrar seu crédito.
Por ser um crédito de natureza tributária, sempre estará sujeito a determinadas 
regras do Direito Tributário: constituição, suspensão, exclusão e extinção, criadas 
pela Legislação Tributária.
Suspensão do Crédito Tributário
A Lei confere ao sujeito passivo certos instrumentos que suspendem a exigibilidade 
do crédito tributário, ficando ele protegido de qualquer medida que a autoridade 
tributária possa utilizar para a satisfação desse crédito.
Mas, quando suspensa a exigibilidade do crédito tributário, em concomitância, 
será suspenso o prazo de prescrição (prazo para o ajuizamento de ação de cobrança 
do tributo).Figura 2
Moratória
A concessão da moratória dependerá de previsão legal do ente federativo 
competente em criar o tributo, que irá prever as hipóteses cabíveis, bem como 
delimitar sua formalização (Art. 152 CTN).
4 AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 11.ed. São Paulo: Saraiva. p. 363.
18
19
Para Luciano Amaro5, moratória consiste:
[...] na prorrogação do prazo (ou na concessão de novo prazo, se já vencido 
o prazo original) para o cumprimento da obrigação. Se, por exemplo, 
em razão de calamidade pública, ou outro motivo legalmente definido 
(situação financeira do sujeito passivo etc.), o prazo para o pagamento é 
dilatado, o sujeito ativo é obrigado a respeitar o prazo adicional e, nesse 
período, fica impedido de exercer qualquer ato de cobrança que pudesse 
ser lastreado no inadimplemento do devedor.
Depósito do Montante Integral
Ocorre quando o sujeito passivo discorda do lançamento tributário que gerou 
a obrigação tributária, adotando como medida complementar uma ação judicial a 
ser proposta ou, ainda, um pedido de reconsideração pela Administração Pública 
em distinto processo administrativo, ao realizar o depósito do montante integral do 
crédito tributário em conflito.
Essa medida procura evitar que, no caso de uma demanda judicial na qual o 
contribuinte venha a ser condenado a pagar, haja incidência de correção monetária 
e de juros moratórios sobre o crédito tributário. 
Aquele que faz o depósito não está realizando o pagamento, mas, sim, 
apresentando uma garantia de que o crédito foi pago, no caso de não ter reconhecida 
sua pretensão, quer no campo jurídico, quer no administrativo.
Quanto ao depósito, muito bem resume Luciano Amaro6: 
Quem consigna quer pagar. Já o depositante não quer pagar, quer dis-
cutir o débito.
Reclamações e Recursos, nos Termos das Leis Reguladoras do 
Processo Tributário Administrativo
O sujeito passivo, por força do Direito de Petição, garantido pelo Artigo 5º, 
Inciso XXXIV, alínea ‘a’, da Constituição Federal, pode se insurgir contra os atos 
do Fisco que julgue ilegais ou abusivos, sem que para tanto haja a necessidade de 
se propor ação judicial.
CF
Art 5º
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de 
taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder;
5 Op. cit., p.367.
6 Op. cit., p. 370.
19
UNIDADE Poder de Tributar e Repartir Receitas Tributárias
O próprio Código Tributário Nacional – CTN (Artigo 151, Inciso III) estabelece 
que as reclamações e os recursos administrativos criados na esfera de competência 
de cada ente federativo deverão acarretar a suspensão do crédito tributário.
Concessão de Liminar em Mandado de Segurança ou de Liminar 
ou Tutela Antecipada em outras Ações Judiciais 
A Constituição Federal, em seu Artigo 5º, Incisos LXIX e LXX, prevê o Mandado 
de Segurança, individual e coletivo.
CF
Art 5º
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido 
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados;
Essa garantia constitucional visa a proteger as pessoas, físicas ou jurídicas, de 
atos ilegais ou abusivos praticados pelo Poder Público, inclusive na área fiscal, 
quando é líquido e certo o direito discutido.
Presentes os requisitos do periculum in mora e do fumus boni juris, o juiz 
poderá conceder liminar em tal processo.
Essa liminar, nos termos do Artigo151, Inciso IV, do CTN, irá causar a suspensão 
da exigibilidade do tributo, visto que, em uma decisão de cognição restrita, verifica- 
-se a plausibilidade do alegado pelo impetrante.
A Lei Complementar nº 104/01 veio a acrescentar, no mencionado Artigo do 
CTN, outra hipótese semelhante, ou seja, a constante do Inciso V, que se refere à con-
cessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de Ação Judicial.
Essa alteração se fez necessária em razão da evolução do Processo Civil, que 
aumentou o leque das chamadas Tutelas de Urgência, nelas possibilitando que 
liminares e tutelas antecipadas pudessem ser utilizadas em maior número de 
procedimentos, sempre que previstos os requisitos fixados em Lei.
Da mesma forma que as liminares em Mandados de Segurança, nas hipóteses em 
que a Lei autoriza a tutela antecipada, o juiz, em face de uma restrita e não exauriente 
cognição sobre os fatos apresentados, verifica, em especial, a verossimilhança do 
alegado pelo autor da Ação, ou seja, em todas essas hipóteses, existe um aparente 
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direito do autor, que requer que haja a suspensão da exigibilidade do crédito, assim 
visando a que, durante o andamento da causa, não possa o Fisco exigir o crédito 
tributário discutido.
Parcelamento
O Artigo 155–A do Código Tributário Nacional – CTN, prevê a possibilidade da 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário por intermédio do parcelamento.
CTN
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabe-
lecidas em lei específica.
§ 1° Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito 
tributário não exclui a incidência de juros e multas.
§ 2° Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta 
Lei, relativas à moratória.
Deve-se destacar que o ingresso do sujeito passivo com o pedido de parcelamento, 
em muitos casos, representa uma denúncia espontânea.
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UNIDADE Poder de Tributar e Repartir Receitas Tributárias
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Repartição Tributária das Receitas
https://goo.gl/YFSa5B
A Imunidade Tributária dos Templos de Qualquer Culto sob a Interpretação 
Constitucional do Supremo Tribunal Federal
https://goo.gl/vDrG9K
Constituição Federal de 1988
https://goo.gl/zaRrL
Exclusão do Credito Tributário
https://goo.gl/2s83td
A Impugnação Administrativa como Hipótese de Suspensão do Crédito Tributário
https://goo.gl/W5Yx5g
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Referências
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 11.ed. São Paulo Saraiva,
ano 2015.
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência. 5.ed. São Paulo: Malheiros, 1997. 
BRASIL. ______. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 out. 
1988. Senado Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso 
em: 05 de setembro de 2017.
BRASIL. Código Tributário Nacional – CTN, de 26 out. 1966. Senado Federal. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 05 de setembro de 2017.
CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 28.ed. 
São Paulo: Malheiros, 2012.
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 24.ed. São Paulo: 
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CHAVES, Fábio Coutinho. Planejamento Tributário na Pratica: Gestão Tributaria 
Aplicada. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
FABRETTI, Láudio Camargo. Código Tributário Nacional Comentado. 5.ed. 
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GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Obrigações (Parte Geral). São Paulo: 
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MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 13.ed. São Paulo: 
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Tributário, São Paulo, n. 96, set. 2003.
PEREIRA, Luciano de Almeida. Direito Tributário Simplificado. São Paulo: 
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SABBAG, Eduardo de Moraes. Direito Tributário. 5.ed. São Paulo: DPJ, 2004.
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SOUZA, Rubens Gomes de. Espécies Tributárias – Compêndio de Legislação 
Tributária. 2.ed. Rio de Janeiro: Edições Financeiras S.A., 1954.
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