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Material de apoio - Direito Tributário - Copia

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Semana 1: Tema – 1. FUNDAMENTOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
1.1. O ESTADO E O SEU FINANCIAMENTO:
Para MELO, o país necessita de recursos para poder atingir os seus objetivos fundamentais, consistentes na construção de uma sociedade livre, justa e solidária no desenvolvimento nacional, na erradicação da pobreza e marginalização, na redução das desigualdades sociais e regionais, bem como na promoção do bem estar da coletividade (art. 1º, § 3º, da Constituição Federal), (MELO, 2005).
A origem desses recursos quanto a procedência se depreende daquilo que chamamos de receitas públicas, que são todo os recursos financeiros que entram nos cofres públicos, e são classificadas em originárias e derivadas, vale ressaltar que essa classificação possui uso acadêmico e não normatizado, ou seja, é uma classificação doutrinária.
Ampliando as imposições conceituais, tem-se que as receitas originárias são aquelas obtidas com base na exploração do patrimônio do Estado, por meio de alugueis ou mesmo por empresas estatais (empresa pública ou sociedade de economia mista), nesta senda o Estado atua com empresário, estando no mesmo nível com o particular.
Quanto as receitas derivadas, o ponto de partida é a soberania do Estado, essas receitas tem origem no patrimônio do particular, são auferidas de forma impositiva (compulsória), como por exemplo, as receitas tributárias e as de contribuições especiais, nesse contexto existe a verticalização, ou seja, o Estado acima do particular.
As receitas tributárias são aquelas decorrentes da arrecadação dos tributos, tendo em vista a competência dos entes políticos, em conformidade e determinação da Carta Magna. Tributo, como a doutrina classifica é gênero, e está conceituado no artigo 3º da Lei 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional – CTN).
Art. 3º do CTN dispõe que: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
Entendendo o conceito...
A prestação pecuniária estabelece que o tributo deve necessariamente ser pago em moeda ou algo cujo valor possa ser expresso em moeda, nos casos permitidos no próprio CTN, informa ainda que a prestação é compulsória e o pagamento do tributo independe da manifestação de vontade do particular.
 (
Professor:
 
Marcelo
 
Vagner
 
da
 
Silva 
|
 
E-mail:
 
pr.mvsbnh@gmail.com
 
|
 
@prmarcelovagner
 
|
 
@seguetributario
)
Prestação que não constitui sanção de ato ilícito, tem-se que o pagamento de tributo não deve ser utilizado com o propósito de punição, ou seja, com o objetivo de aplicar uma sanção (penalidade) pela prática de um ato ilícito. Dessa forma, podemos inferir que tributos não se confundem com as multas tributárias.
Prestação instituída em lei, pois todo e qualquer tributo deve ser instituído por meio de lei. Quando nos referimos a uma lei, deve ficar claro que, via de regra, esta lei é ordinária, ressalvados os casos específicos em que se exige edição de lei complementar.
Prestação cobrada mediante atividade vinculada justificando que por um lado o particular está obrigado a pagar tributos (prestação compulsória), por outro o Fisco não pode se abster da cobrança quando o tributo é devido. Desse modo, podemos dizer que a atividade de cobrança do tributo independe dos critérios de conveniência e oportunidade, sendo claramente um ato vinculado.
Os tributos são classificados, tendo em vista o entendimento doutrinário, de várias formas, hoje a abordagem será específica na classificação conforme a vinculação, que são os tributos vinculados e os não vinculados.
Tributos vinculados: é aquele em que você recolhe um determinado valor (compulsoriedade) a uma contraprestação específica, ou seja, um serviço que já foi determinado. São exemplos de tributos vinculados: taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios.
Tributos não vinculados: é aquele tipo de tributo que você recolhe de forma ampla. Sendo assim, a contraprestação que recebemos não é específica: esse valor poderá ser utilizado para quitar a remuneração de algum servidor público, por exemplo. Somente os impostos são considerados tributos não vinculados.
1.2. CONCEITO, NATUREZA E FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Para o professor SABBAG, a expressão “fonte do direito” retrata o ponto originário de onde provém a norma jurídica, isto é, as formas reveladoras do Direito. Dessarte, “fonte do direito” é o lugar onde nasce uma regra jurídica ainda não existente. (SABBAG, 2005).
A doutrina define a existência de fontes reais ou materiais e fontes formais que se subdividem em primárias e secundárias, entende-se como fontes reais ou materiais as ocorrências no mundo real que constituirão os fatos geradores, ou seja, são situações que darão origem a obrigação.
As fontes formais são o conjunto de normas que incidem sobre os atos, são os modos de exteriorização do direito, para SABBAG, (2005), as primárias estão inseridas no artigo 96 do CTN, sob o rótulo “legislação tributária”. Vejamos:
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
As fontes formais secundárias são aquelas definidas no artigo 100 do CTN. Vejamos:
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo Único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
Uma dica importante: a doutrina e a jurisprudência não são fontes formais do Direito Tributário.
ATIVIDADE 1
1 - Analise as afirmativas a seguir:
I. O tributo deve ser instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
II. Um imposto é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Marque a alternativa CORRETA:
(A) As duas afirmativas são verdadeiras.
(B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
(D) As duas afirmativas são falsas.
2. Qual é o fundamento legal da fonte material?
3. Conceitue as fontes formais principais apresentando o fundamento legal?
4. Conceitue as fontes formais secundárias apresentando o fundamento legal?
5. Qual a diferença entre tributo vinculado e não vinculado? Exemplifique.
Semana 2: Tema – 2. FUNDAMENTOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
2.2 – TRIBUTOS: CONCEITOS E ESPÉCIES
O artigo 3º do CTN define que “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
Como dito alhures, o tributo é um gênero, porém abrange algumas espécies.
O entendimento da doutrina é que existem algumas teorias. Vejamos:
 Teoria dualista ou bipartite: reconhecem como espécies somente os impostos e as taxas;
 Teoria tricotômica ou tripartite: reconhecem como espécies os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria;
 Teoria quadripartida ou tetrapartite: reconhece como espécies, o impostos, as taxas, as contribuições e os empréstimos compulsórios;
 Teoria pentapartida: reconhece como espécies, o impostos, as taxas, as contribuições de melhorias e empréstimos compulsórios e as contribuições especiais
O nosso ordenamentojurídico, por mais salutar que seja os entendimentos doutrinários pautou pela aceitação da teoria pentapartida, considerando o entendimento do STF, reconhecendo como espécies, os impostos, as taxas, a contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições sociais.
Segundo SABBAG, impostos, com previsão no artigo 145, I da CF/88 c/c com artigo 16 do CTN, é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte – é o que se depreende da dicção do artigo 16 do CTN. Não vinculado.
Continuando com o entendimento do nobre tributarista, as taxas (artigo 145, II da CF/88 c/c artigo 77 do CTN) é o tributo que tem como fato gerador o exercício regular o poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específico ou divisível prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. Tributo vinculado.
A contribuição de melhoria (artigo 145, III da CF/88 c/c artigo 81 do CTN), é o tributo que tem como fato gerador a valorização imobiliária decorrente de uma obra pública.
De forma sucinta, nada mais é uma contribuição que é cobrada por uma valorização de um imóvel, e esta valorização deve decorrer devido a uma obra pública, assim, temos que os valores devem ser cobrados apenas com o final da obra, e, devem ser instituídos antes do início das obras. O motivo da cobrança é evitar o enriquecimento ilícito do proprietário do imóvel que sofreu a valorização decorrente de uma obra pública.
Empréstimos compulsórios (artigo 148 da CF/88):
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”.
As contribuições especiais, também chamadas de parafiscais estão previstas no art. 149 da Constituição Federal/88.
“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”
Neste artigo pode-se observar que existe a previsão para se criar três espécies de contribuição, as contribuições sociais, as contribuições de intervenção do domínio econômico (CIDE) e as contribuições de interesse de categorias especiais.
ATIVIDADE 2
1. De acordo com o CTN quais são as espécies tributárias?
2. Dentre as teorias estudas, qual é compatível com o CTN?
3. Quais foram as espécies acrescentadas na teoria pentapartida? Explique.
4. Tendo em vista o entendimento do Supremo Tribunal Federal, qual foi a teoria adotada no nosso ordenamento jurídico?
5. No seu entendimento o que é imposto, taxa, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais? Fundamente.
3. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Para HARADA, competência tributária nada mais é do que a atribuição constitucional do poder de tributar às entidades políticas componentes da Federação. Abrange o poder de instituir, modificar e extinguir tributos. (HARADA, 2020).
A atribuição da competência tributária às entidades políticas está prevista nos seguintes artigos da CF/88. Vejamos:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Art. 148. A União mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior
III - propriedade de veículos automotores.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
O Código Tributário Nacional dispõe sobre a competência tributária. Vejamos:
Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
Parágrafo Único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
SABBAG expõe que a competência tributária é indelegável, intransferível e irrenunciável, uma vez que admitir a delegação de competência para instituir um tributo é admitir que seja a Constituição alterada por norma infraconstitucional. No entanto é razoável admitir a delegação da capacidade ativa, ou seja, transferir as
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos (administração tributária) a outra pessoa de Direito Público (Arts. 7º e seguintes, do CTN).(SABBAG, 2005).
3.1 Classificação de Competência Tributária
A doutrina costuma classificar a competência tributária em três: privativa, comum e residual. Há, ainda, quem considere outras três espécies: cumulativa, especial e extraordinária.
a) Competência privativa:
Esta competência está direcionada aos impostos, como o próprio nome sugere, limita o exercício daquela competência aos entes taxativamente enumerados na Constituição. Desse modo, a criação de determinados tributos somente poderá ser realizada pelo ente ao qual a Constituição outorga a competência privativa, a qual é impassível de delegação.
b) Competência Comum:
Pode ser exercida por todos os entes federativos no âmbito de suas atribuições. É o caso das taxas pela prestação de serviço público específico e divisível e das contribuições de melhoria, decorrente da realização de obra pública que resulte em valorização do imóvel do contribuinte. No que diz respeito à competência comum, vale ressaltar que somente pode ser exercida no âmbito da administração do próprio ente. Desta forma, O município não pode, por exemplo, criar taxa sobre serviço público específico e divisível prestado pelos Estados, União e Distrito Federal.
c) Competência Residual:
A competência residual, prevista nos artigos 154, I, e 195, § 4º, da Constituição Federal. Por meio da competência residual, a União pode instituir impostos que não aqueles expressamente previstos.
Para isso, existem algumas condições. Os impostos devem ser não- cumulativos e não podem te fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição. Além disso, deve instituir outras contribuições destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, observado o mesmo requisito dos impostos residuais (art. 154, I, da CF).
d) Competência Cumulativa:
É aquela exercida pelo Distrito Federal, que absorve tanto as competências privativas estaduais como municipais. Isto é, pode instituir, em seu território, todos os tributos estaduais como municipais. E também exercida pela União, no que diz respeito aos territórios. Assim, podem ser instituídos impostos da União, dos Estados e dos Municípios.
e) Competência Especial:
É a competência conferida à União para instituir empréstimos compulsórios (art. 148 da CF) nos casos de calamidade pública, guerra externa e investimento de caráter urgente. Outras circunstâncias são: relevante interesse nacional e contribuições especiais (contribuições sociais, de interesse de categoria econômica e de intervenção no domínio econômico), nos termos do art. 149 da CF.
f) Competência Extraordinária:
É a competência conferida à União para instituir o imposto extraordinário de guerra (IEG), nos termos do art. 154, II, da CF.
ATIVIDADES
1) Assinale a alternativa CORRETA, considerando os artigos 6º e 7º da Lei Nº 5.172/66:
A) Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito privado pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
B) Constitui delegação de competência o cometimento a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
C) A competência tributária é delegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
D) A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei;
2) Assinale a alternativa correta acerca da competência tributária.
A) Os municípios possuem competência privativa para instituir taxas, contribuições de melhorias e contribuição previdenciária sobre os rendimentos de seus servidores.
B) Desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios de outros tributos, os municípios poderão instituir imposto residual.
C) Por meio de lei complementar, a competência tributária ativa poderá ser delegada para outra pessoa jurídica de direito público.
D) O não exercício da competência tributária não extingue o direito de exercê-la a qualquer tempo pelo ente político tributante;
E) Sob pena de renúncia de receita, o exercício da competência tributária é obrigatório pelo ente político.
3) No que se refere às competências tributárias dos entes federativos, expressamente dispostas nos artigos de 145 a 156 da Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa correta.
A) Os municípios não poderão instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.
B) Os municípios poderão instituir contribuições de intervenção em seu domínio econômico.
C) Compete aos estados a instituição do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana.
D) Os municípios não poderão, em nenhuma hipótese, instituir empréstimos compulsórios;
E) Os municípios poderão instituir taxas sobre o exercício de poder de polícia, as quais poderão ter base de cálculo própria para impostos.
Semana 3: Tema – 3. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
As limitações do poder de tributar está fundamentada no artigo 150 a 152 da CF/88.
Vejamos:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifaspelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
SABBAG define, entende-se como “limitação ao poder de tributar toda e qualquer restrição imposta pela Constituição Federal às entidades dotadas desse poder. Tais limitações estão consagradas, de maneira precípua, nos princípios constitucionais tributários.” (SABBAG, 2005).
ROCHA esclarece que, “as limitações constitucionais ao direito de tributar fixam os parâmetros dentro dos quais as exações tributárias podem carrear recursos para o Poder Público, balizando a forma, a intensidade e a maneira de atuação dos fiscos.” (ROBERVAL ROCHA, 2014).
3.1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:
	PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
	Art. 150, I, (CF/88): “exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”;
	
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
	Art. 150, II (CF/88): “instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos”;
	
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
	Art. 150, III “a” (CF/88): “em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado”;
	
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
	Art. 150, III “b” (CF/88): “no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”
	
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
	Art. 150, III “c” (CF/88): “antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b”.
	PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO
	Art. 150, IV, (CF/88): “utilizar tributo com efeito de confisco”
	
PRINCÍPIO DA NÃO-LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO DE PESSOAS E BENS
	Art. 150, V, (CF/88): estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público;
	IMUNIDADE RECÍPROCA
	Art. 150, VI, “a” (CF/88): patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
	IMUNIDADE DOS TEMPLOS
	Art. 150, VI “b” (CF/88): “templos de qualquer culto”;
	
IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS, SINDICATOS	DE	TRABALHADORES, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS.
	Art. 150, VI “c” (CF/88): “patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;”
	
IMUNIDADE	DOS	LIVROS,	JORNAIS, PERÍODICOS, PAPEL DE SUA IMPRESSÃO
	Art. 150, VI “d” (CF/88): “livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão”.
	
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA MÚSICA NACIONAL
	Art. 150, VI “e” (CF/88): “fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham,
salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.”
	
PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA
	Art. 150, § 5º (CF/88): “A lei determinará medidas para que os consumidores sejam
	
	esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.”
	
EXIGÊNCIA	DE	LEI	ESPECÍFICA	PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS
	Art. 150, § 6º (CF/88): “Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII,
g.”
	
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA
	Art. 151, I, (CF/88): “instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;”
	
VEDAÇÃO, À UNIÃO, DE TRIBUTAÇÃO DIFERENCIADA DA RENDA DAS OBRIGAÇÕES DA DÍVIDA PÚBLICA DOS DEMAIS ENTES FEDERADOS.
	Art. 151, II, (CF/88): “tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis
superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;”
	VEDAÇÃO, À UNIÃO, DE TRIBUTAÇÃO DIFERENCIADA DA REMUNERAÇÃO E DOS PROVENTOS DOS AGENTES PÚBLICOS DOS DEMAIS ENTES FEDERADOS.
	Art. 151, II, in fine (CF/88): “bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigações e para seus agentes;”
	
VEDAÇÃO,	À	UNIÃO,	DE	INSTITUIÇÃO	DE ISENÇÕES HETERÔNOMAS.
	Art. 151, III, (CF/88): “instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.”
	
PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO EM RAZÃO DA PROCEDÊNCIA OU DO DESTINO.
	Art. 152 (CF/88): “É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.”
ATIVIDADES 1
1) No exercício do poder de tributar, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, exceto:
A) Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
B) Utilizar tributo com efeito de confisco.
C) Instituir taxa sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
D) Instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituiçõesde educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.
2) Com relação às limitações ao Poder de Tributar, assinale a alternativa correta.
A) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfego, no território internacional, de pessoas ou mercadorias.
B) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à data inicial do mês a que corresponda.
C) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens de qualquer natureza, em razão das matérias-primas utilizadas.
D) O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior;
3) Em decorrência de calamidade pública decorrente de chuvas torrenciais no seu Estado, o governo do Estado XX apresentou o projeto de lei ordinária nº 5685 para criar empréstimo compulsório, face a necessidade de arrecadar recursos extras para atender às despesas imprevisíveis. Em observação ao enunciado, é correto afirmar:
A. O projeto de lei fere à Constituição Federal pois os Estados só podem criar tal tributo por meio de lei complementar.
B. O projeto de lei é totalmente constitucional, pois a Constituição Federal permite a criação de empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública.
C. O projeto de lei fere à Constituição Federal pois apenas a União pode instituir tal tributo e somente por lei complementar;
D. Qualquer ente federado por criar tal tributo, desde que por lei complementar, razão pela qual, o projeto de lei é inconstitucional.
E. O empréstimo compulsório é tributo que pode ser criado por qualquer ente federado na hipótese de guerra interna.
4) Rodrigo sofreu autuação da Fazenda Pública estadual pelo não recolhimento de ICMS, sendo lavrado Auto de Infração para exigência do tributo devido e de multa, esta aplicada em 180% sobre a obrigação principal, conforme legislação
vigente. Insatisfeito, ele ajuizou ação judicial na tentativa de reduzir a multa. Considerando o posicionamento do Supremo Tribunal Federal a respeito do princípio do não confisco, assinale a opção correta:
A. Rodrigo logrará êxito na ação judicial, pois o STF entende que o princípio do não confisco deve ser aplicado também às multas tributárias impostas por sonegação fiscal, não podendo o percentual ultrapassar o valor do tributo devido;
B. Rodrigo logrará êxito na ação judicial, pois o STF entende que o princípio do não confisco deve ser aplicado também às multas tributárias impostas por sonegação fiscal, devendo ter como limite 50% sobre a obrigação principal.
C. Rodrigo não logrará êxito na ação judicial, pois o STF entende que o princípio do não confisco não se aplica às multas tributárias, mas tão somente à cobrança dos tributos.
D. Rodrigo não logrará êxito na ação judicial, pois o princípio do não confisco deve ser aplicado apenas às multas tributárias moratórias, e não às punitivas, conforme aplicado a ele.
E. Rodrigo não logrará êxito na ação judicial, pois o Fisco não está submetido a qualquer limitação quanto à aplicação de multas.
ATIVIDADES 2
1) A respeito dos Princípios Tributários Expressos e Implícitos, à luz da Constituição da República de 1988, assinale a opção INCORRETA.
Alternativas:
A) É vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
B) O princípio da irretroatividade veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
C) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
D) Pelo princípio da anterioridade, para que os tributos possam ser cobrados a cada exercício, é necessária a prévia autorização na lei orçamentária;
2) Assinale a alternativa CORRETA:
Alternativas:
A) a progressividade de alíquotas no Imposto de Renda, ofende o princípio da igualdade, pois não é admissível o aumento de alíquotas em face do aumento da renda tributável, por implicar em flagrante discriminação;
B) são imunes aos impostos sobre o patrimônio, renda e serviços, no que se refere a suas finalidades essenciais, os templos de qualquer culto;
C) o pedágio é inconstitucional, pois ofende ao princípio da liberdade de tráfego;
D) majorada a alíquota do IPI, por ato publicado no dia 10/03/06, por exemplo, a aplicação da nova alíquota somente iniciará em janeiro de 2007, face a aplicação do princípio da anterioridade.
3) Considere a seguinte situação hipotética: lei federal fixou alíquotas aplicáveis ao ITR e estabeleceu que a alíquota relativa aos imóveis rurais situados no Rio de Janeiro seria de 5% e a relativa aos demais Estados do Sudeste de 7%. Tal enunciado normativo viola o princípio constitucional...
Alternativas
A) da uniformidade geográfica da tributação;
B) da legalidade tributária.
C) da liberdade de tráfego.
D) da não diferenciação tributária entre a procedência e o destino do produto.
Semana 4: Tema – 4. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Para CARNEIRO, a imunidade é uma não incidência prevista na Constituição Federal, ou seja, uma vedação (proibição) constitucional ao poder de tributar, por isso trata-se de uma espécie de competência negativa. Na hipótese de imunidade não há incidência tributária, não ocorre o fato gerador e, com isso, consequentemente, não nasce a obrigação tributária e, obviamente, não haverá qualquer pagamento de tributo. (CARNEIRO, 2020).
· Regras limitadoras ao poder de tributar;
· Regra de não-incidência constitucionalmente qualificada;
DICA:
Observe a distinção:
Para SABBAG:
· 	não-incidência – é a ausência de subsunção do fato imponível ao conceito descrito na hipótese de incidência, ou seja, o acontecimento fático não corresponde à descrição legal com perfeição; faltam elementos para a tipicidade.
· Isenção é um favor legal consubstanciado na dispensa de pagamento de tributo devido, isto é, a autoridade legislativa evita que o sujeito passivo da obrigação se submeta ao tributo. Portanto, evita-se o lançamento.
· Imunidade - é uma não-incidência constitucionalmente qualificada. É o obstáculo, decorrente de regra da Constituição, à incidência de tributos sobre determinados fatos ou situações.
ATENÇÃO:
Há dispositivos constitucionais que transmitem a ideia de pseudaisenções (falsas isenções), porém representando nítidas imunidades. Vejamos:
Art. 184 (...)
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 195 (...)
§7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Nesses casos, houve equívoco do legislador. Haverá isenção apenas quando a previsão for legal e não constitucional. STF (ADIn 2.028 e 2.036; Mandado de Injunção 232 e 608 e RE 168.110 – DF, Rel. Min. Moreira Alves, 04.04.2000).
4.1. CLASSIFICAÇÕES DAS IMUNIDADES:
A classificação ocorre por dois critérios:
Previsão: subjetivos, objetivos e mista
Pela previsão subjetiva: são aquelas dirigidas às pessoas, ou seja, a Constituição protege o patrimônio, renda e serviços dessas pessoas jurídicas, como, por exemplo, as previstas nas alíneas a a c do inciso VI do art. 150 da CRFB, ou ainda as contribuições sociais destinadas à seguridade social das entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Pela previsão objetiva: são dirigidas a um objeto, coisa ou mercadoria, como, por exemplo, o disposto no art. 150, VI, d, da CRFB e a alínea e inserida ao inciso VI do art. 150 da CF/88 pela EC n. 75/2013, que se refere ao caso dos livros, jornais, periódicose ao papel destinado a sua impressão.
Pela previsão mista: quando são combinadas as imunidades subjetivas e objetivas, alcançando pessoas e bens. Exemplo: imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) não incidente sobre as pequenas glebas rurais, desde que o proprietário não possua outro imóvel (artigo 153, §4º, II da CF)
Amplitude: específica e genérica:
Pela amplitude específica: implica em afastar um único tributo. Exemplo: Instituições Beneficentes de Assistência Social – art. 195, §7º, da CF, referente às contribuições para a Seguridade Social, desde que respeitando os requisitos legais;
Pela amplitude genérica: são aquelas constantes nas alíneas do inciso VI do art. 150 da CRFB, assim denominadas:
a) imunidade recíproca:
· Manter o pacto federativo, assegurando o equilíbrio e a cooperação.
Essa imunidade é chamada de recíproca porque envolve uma análise combinatória entre os entes da Federação de forma recíproca, conforme veremos mais adiante. É classificada, ainda, sob o aspecto doutrinário, como subjetiva e incondicional, e está prevista no art. 150, VI, a, da CRFB, que assim dispõe: (...) é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (...) instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
Questiona-se:
Existe imunidade do imposto estadual IPVA (imposto sobre propriedade de veículos automotores) sobre veículos adquiridos em alienação fiduciária pelo Município?
O STF reconheceu a repercussão geral 473 sobre o tema no RE 727.851/MG. No recurso, o Estado alega que o Município possui apenas a posse dos veículos alienados fiduciariamente, que não
integram o patrimônio público e, assim, o veículo continua a pertencer à instituição financeira com a qual o Município celebrou o contrato. De acordo com o recorrente, o IPVA incide sobre a propriedade de veículos da instituição financeira, inexistindo relação jurídico-tributária entre o Estado e o Município, mas apenas entre o Estado e a instituição financeira.
A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, impugnada no recurso extraordinário, assentou a incidência da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, inciso VI, alínea a, da CF, segundo o qual a União, Estados e Municípios não podem tributar patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. Segundo a Corte estadual, embora alienados fiduciariamente, os veículos encontram-se incorporados ao patrimônio do Município e afetados às finalidades públicas, motivo pelo qual devem receber o tratamento destinado aos bens públicos.
b) dos templos de qualquer culto:
· Preservar a liberdade de crença.
Essa imunidade, também chamada de imunidade religiosa, está prevista no art. 150, VI, b, da CRFB e tem como fundamento o art. 5º, VI, da CRFB, pois tutela a liberdade de culto, a fé e a igualdade entre os cultos, já que o Brasil é um Estado considerado laico.
Questiona-se:
Os templos maçônicos estão obrigados a recolher o IPTU?
A matéria foi objeto de julgamento no RE 562.351, no qual o Grande Oriente do Rio Grande do Sul pretendia afastar a cobrança do IPTU pelo Município de Porto Alegre. A entidade alegava que não se pode instituir tributos sobre imóveis que abrigam templos de qualquer culto e/ou sobre o patrimônio de entidades que pratiquem assistência social, observados requisitos da lei, no caso aqueles indicados no art. 14, I e II, e § 2º, do CTN. Todavia, o STF entendeu, por maioria, que os templos maçônicos não se incluem no conceito de “templos de qualquer culto” ou de “instituições de assistência social” para fins de concessão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, b e c, da CF.
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CARTA FEDERAL. SÚMULA
279 DO STF. ART. 150, VI, B, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ABRANGÊNCIA DO TERMO “TEMPLOS DE QUALQUER CULTO”. MAÇONARIA. O reconhecimento da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal exige o cumprimento dos requisitos estabelecidos em lei. Assim, para se chegar à conclusão se o recorrente atende aos requisitos da lei para fazer jus à imunidade prevista neste dispositivo, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. Incide, na espécie, o teor da Súmula 279 do STF. Precedentes. A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer religião. Recurso extraordinário parcialmente conhecido, e desprovido na parte conhecida
c) dos partidos políticos, das entidades sindicais dos trabalhadores, de ensino e assistência social;
Dos Partidos políticos: esta imunidade visa a assegurar a autenticidade do regime representativo na democracia, ou seja, a liberdade política, conforme o art. 1º, V, da CRFB (o pluralismo político).
A imunidade em tela alcança também as suas fundações, que não sofrerão incidência de impostos sobre seu patrimônio, rendas ou serviços, desde que vinculadas às suas finalidades essenciais. Frise-se que o art. 17, § 2º, da CRFB prevê o registro no TSE para fruição da imunidade.
Das entidades sindicais: a hipótese não abrange as entidades patronais, mas apenas as entidades sindicais (confederação, federação, centrais sindicais) dos trabalhadores, em razão da condição de hipossuficiência do trabalhador, na forma do art. 6º da CRFB. Essa imunidade tem por fim preservar a liberdade de associação sindical, conforme prevê o art. 8º da Constituição de 1988.
Das instituições de educação: são elas pautadas no objetivo de propagação da educação e do ensino, conforme preveem os artigos 205 e seguintes da CRFB. A imunidade envolve desde escolas até universidades, passando também pela educação em sentido amplo, envolvendo bibliotecas, teatros etc. O STF proferiu alguns julgados sobre o tema, a saber:
RE 767.332/MG – Reconheceu a imunidade do IPTU para lotes vagos temporariamente ociosos das instituições de educação e assistência social.
RE 470.520/SP – Reconheceu a imunidade de ITBI em relação a terrenos sem identificação. Entendeu o STF que a destinação do imóvel deve ser pressuposta e a condição do imóvel estar vago ou sem edificação não é suficiente por si só para destituir a garantia constitucional.
Das entidades de assistência social: exige-se que tais entidades não tenham fins lucrativos, além de obrigatoriamente terem que cumprir outros requisitos, como os previstos no art. 14 do CTN.
d) dos livros, jornais e periódicos;
Essa imunidade, por alcançar os livros, jornais e periódicos, bem como o papel destinado à sua impressão, também é classificada como imunidade objetiva. A finalidade dessa proteção constitucional é assegurar a liberdade de expressão do pensamento, a difusão da informação, da cultura, e também a liberdade de imprensa. Em síntese, podemos dizer que o valor consagrado é a livre manifestação de pensamento, cultura e educação.
Questiona-se:
A tinta utilizada e as tiras para amarração dos jornais se enquadram neste tipo de imunidade?
Súmula 657: A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
STF afastou a imunidade dos seguintes produtos: a) das tintas (RE 265.025); b) tiras plásticas para amarração de jornais (RE 220.154);
Os livros eletrônicos (E-BOOK) são alcançados por este tipo de imunidade?
O STF entendeu que os livros eletrônicos e suportes próprios para sua leitura são alcançados pela imunidade tributária do art. 150, VI, d, da CF. Os Ministros afirmaram que o dispositivo constitucional, ao definir como imunes livros, jornais ou periódicos, privilegiam a finalidade da norma, com o intuito de maximizar sua efetividade. Ainda, aduziram que o termo “papel” presente na referida norma não deve ser interpretado em sentido literal, visto que representa somente o corpo mecânico em que serão depositadas as informações. Diante disso, entenderam que a imunidade também alcança os e–readers, confeccionados exclusivamente para a leitura de livros, mesmo queeles contenham outras funcionalidades que sirvam somente para auxiliar o leitor, como dicionários eletrônicos e ferramenta para download das obras (31-8-2017, RE 330.817/RJ, Plenário do STF).
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
A referida alínea impede a tributação de imposto sobre os CDs, DVDs e arquivos digitais produzidos no Brasil com obras musicais de autores brasileiros. O objetivo dessa medida é reduzir os preços desses materiais e com isso diminuir a “pirataria” no país. Para tanto, instituiu a imunidade tributária para fonogramas e videofonogramas musicais contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais, como downloads e ringtones de telefones celulares.
Destaca-se que as imunidades genéricas alcançam somente os impostos e, portanto, não atingem as taxas. Por outro lado, é importante mencionar que a Constituição não prevê imunidade tributária para as contribuições de melhoria e os empréstimos compulsórios.
ATIVIDADE
1) Sobre imunidades tributárias, de acordo com Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta:
Alternativas:
A) O art. 195, § 7º, da Constituição prevê imunidade tributária e não simples isenção, quando dispõe que: “§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei”;
B) A imunidade dos templos de qualquer culto abrange instituições não religiosas, como é o caso da Maçonaria, pois o art. 150, VI, “b” da CF/88 não restringe tal benefício a cultos religiosos.
C) A imunidade das instituições de educação e de assistência social deve ter seus requisitos fixados em lei complementar, inclusive quando se trata de regular a constituição e o funcionamento dessas instituições.
D) A imunidade federativa não abrange a Ordem dos Advogados do Brasil.
E) A imunidade dos livros e jornais não abrange os dispositivos de leitura para e-book, mas apenas os ebook. O material previsto na Constituição como imune é o papel destinado à impressão daqueles bens imunes.
2) Em referência às imunidades, analise as afirmativas a seguir.
I. O princípio da imunidade tributária recíproca não pode ser invocado na hipótese de contribuições previdenciárias.
II. Imóveis ociosos de instituições religiosas, que não estejam sendo utilizados para atender fins sociais, não gozam de imunidade tributária.
III. A imunidade tributária de papel destinado à impressão de jornais, periódicos e livros abrange os serviços prestados por empresas que fazem a distribuição, o transporte ou a entrega destes materiais.
Está correto o que se afirmar apenas em
Alternativas:
A) I;
B) III.
C) I e II.
D) II e III.
3) Assinale a alternativa que não apresenta hipótese de imunidade tributária prevista no Código Tributário Nacional.
Alternativas
A) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar imposto sobre papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos, folders e livros;
B) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos.
C) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros.
D) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar imposto sobre templos de qualquer culto.
Semana 5: Tema – 5. DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
A obrigação tributária é resultante do fato gerador ou, em outras palavras, da concretização do paradigma legal previsto abstratamente na hipótese de incidência tributária. Pode ser analisada a partir de quatro elementos formadores:
Sujeito Ativo (artigos. 119 e 120 do CTN); Sujeito Passivo (artigos. 121 a 123 do CTN); Objeto (artigos 113, §§ 1.º e 2.º, do CTN); Causa (artigos. 114 e 115 do CTN).
5.1 Do Sujeito Ativo:
Conforme o art. 119 do CTN, o sujeito ativo ocupa o lado credor da relação intersubjetiva tributária, sendo representado pelos entes que devem realizar a retirada dos valores a título de tributo, quais sejam, as pessoas jurídicas de direito público competentes para a exigência do tributo.
As indigitadas pessoas políticas podem executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, sendo-lhes facultado delegar a outrem as funções de arrecadação ou fiscalização (parafiscalidade), conforme reza o art. 7.º do CTN.
Dessa forma, temos dois tipos de sujeitos ativos:
Sujeito ativo direto: entidades tributantes que detêm o poder de legislar em matéria tributária (União, Estados, Municípios e DF);
Sujeito ativo indireto: entidades parafiscais (CRM, CRC, etc.), os quais detêm o poder arrecadatório e fiscalizatório (capacidade tributária ativa).
A propósito, o tributo deverá ser pago a um sujeito ativo, e não a mais de um. É que só se admite a chamada solidariedade tributária passiva, constante dos artigos. 124 e 125 do CTN. Caso contrário, dar-se-á ensejo a uma possível bitributação, vedada no Direito Tributário.
Bitributação: Dá a ideia de duas! Ou seja, dois tributos sendo cobrado sobre o mesmo fato gerador.
5.2 Do Sujeito Passivo:
A sujeição passiva é matéria adstrita ao polo passivo da relação jurídico- tributária. Refere-se, pois, ao lado devedor da relação intersubjetiva tributária, representado pelos entes destinatários da invasão patrimonial na retirada compulsória de valores, a título de tributos (e, ainda, multas).
Existem dois tipos de sujeitos passivos, a saber:
Sujeito passivo direto: é o contribuinte, que possui relação pessoal e direta com o fator gerador (art. 121, parágrafo único, I, do CTN). Exemplo: o proprietário do bem imóvel é contribuinte do IPTU;
Sujeito passivo indireto: é o responsável, na condição de terceiro, escolhido por lei para o pagamento do tributo, sem que tenha relação com o fator gerador (art. 121, parágrafo único, II, do CTN). Exemplo: os pais são os responsáveis tributários relativamente ao tributo devido pelo filho menor;
5.3. Capacidade Tributária Passiva:
Consiste na aptidão atribuída ao sujeito para figurar no polo passivo da relação jurídico-tributário, por ter realizado o fato gerador previsto hipoteticamente na norma de incidência do tributo, independentemente de sua capacidade civil.
5.4 Do Objeto:
O objeto da obrigação tributária é a prestação, de cunho pecuniário ou não pecuniário, a que se submete o sujeito passivo diante da realização do fato gerador. O objeto poderá se materializar na chamada obrigação principal, se for pecuniária, indicadora de uma “obrigação de dar”.
Ela está prevista no §1.º do art. 113 do CTN. Por outro lado, o objeto poderá se materializar na intitulada obrigação acessória, se for instrumental (não pecuniária), indicadora de “obrigação de fazer ou de não fazer”. Ela está prevista no § 2.º do art. 113 do CTN.
A obrigação principal é a prestação que representa o ato de pagar (tributo ou multa). Exemplo: pagamento da parcela do IRPF; pagamento da multa tributária em dado valor etc.
A obrigação acessória é a prestação positiva ou negativa, que se desdobra em atos de fazer ou de não fazer, sem caráter de patrimonialidade e dotados do viés de instrumentalidade.
Exemplos: a obrigatoriedade de emitir notas fiscais, entregar declarações etc. À guisa de curiosidade, os efeitos desonerativos da isenção e da anistia atingem a obrigação tributária principal, mantendo-se incólumes os deveres instrumentais do contribuinte, ou seja, as chamadas obrigações tributárias acessórias(art. 175, parágrafo único, do CTN).
Assim, o contribuinte isento, por exemplo, continuará obrigado às prestações positivas ou negativas que não correspondam ao pagamento de tributo (art. 113, §2.º, do CTN).
5.5. Domicílio Tributário:
Com previsão no artigo 127 do CTN, o DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO é o local onde o contribuinte deve responder por suas obrigações tributárias. Em regra, esse local será o domicílio de eleição, ou seja, o próprio contribuinte escolhe onde deseja pagar seus tributos.
Semana 6: Tema – 6. DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
6.1. Tipos de responsabilidade tributária:
Trata-se matéria inserida no âmbito da sujeição passiva;
A obrigação do responsável decorre de disposição expressa contida na lei.
Para uma melhor didática, será adotada uma classificação baseada na doutrina, em detrimento daquela trazida pelo Código Tributário Nacional.
6.1.1. Responsabilidade por substituição:
Na responsabilidade por substituição, o indivíduo que pratica o fato gerador jamais chega a ser, realmente, sujeito passivo da obrigação – tendo em vista a existência prévia de dispositivo legal, atribuindo a responsabilidade a uma terceira pessoa.
Desta forma, diferente do que ocorre na responsabilidade por transferência, na responsabilidade por substituição a dívida é – desde sua origem, em decorrência de previsão legal – do próprio responsável, muito embora este não tenha realizado o fato gerador.
Além de previsão expressa de lei, é mister, para a caracterização deste tipo de responsabilidade, a existência de um liame jurídico, econômico ou contratual entre o contribuinte e o responsável – que, neste caso, recebem a denominação de “substituído” e “substituto”, respectivamente.
Este último, porém, detém direito de regresso imediato em relação ao tributo que eventualmente suportar, independentemente de recorrer ao Poder Judiciário ou à Administração Pública.
6.1.1.1. Substituição Tributária Regressiva “Para Trás”.
O fato gerador ocorre para trás: e a adiamento do recolhimento do tributo para momento posterior à ocorrência do fato gerador. Assim adia-se o pagamento do ICMS por mera conveniência da administração fiscal.
Exemplo:
Leite cru – produtor rural versus laticínio (o laticínio recolhe para o produtor rural);
Cana em caule – produtor rural versus usina (a usina recolhe para o produtor rural).
A substituição regressiva representa o fenômeno tributário do DIFERIMENTO (= adiamento, postergação), adia-se o pagamento para o momento posterior à ocorrência do fato gerador.
6.1.1.2. Substituição Tributária Progressiva “Para Frente”.
O fato gerador ocorre “para frente”: É a antecipação do recolhimento do tributo cujo fato gerador ocorrerá (se ocorrer) em um momento posterior (para frente). Assim antecipa-se o pagamento do tributo sem que se disponha de bases de cálculos aptas a dimensionar o fato gerador, uma vez que ainda não ocorreu, a doutrina contesta tal mecanismo por se tratar de inequívoco fato gerador presumido, apesar de haver fundamentação na CF/88, artigo 150, §7º in fine.
Como dito alhures o recolhimento do imposto se dá antes da ocorrência do fato gerador, recolhe-se o tributo na “saída” do bem alienante (exemplo: indústria automobilísticas, de cigarros, de refrigerantes.
6.1.2. Responsabilidade por Transferência:
A escolha do responsável ocorre após a existência do fato gerador, evento a partir do qual se desloca (se transfere) o ônus tributário para uma pessoa escolhida por lei. O CTN anotou três situações de responsabilidade por transferência:
· Por solidariedade: Art. 124 e 125
· Dos sucessores: Art. 130 a 133
· De terceiros: Art. 134.
ATIVIDADES
1) Acerca do sujeito ativo da obrigação tributária, é correto afirmar que:
A) se trata do sujeito obrigado à emissão da nota fiscal em favor do tomador do serviço ou comprador da mercadoria, nos tributos indiretos.
B) é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o cumprimento da obrigação tributária;
C) é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, independentemente da responsabilidade pelo cumprimento das obrigações acessórias.
D) é chamado de contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
E) a posição de sujeito ativo da obrigação tributária pode ser transferida mediante contrato, ajuste ou convênio.
2) Assinale a alternativa correta em relação aos expressos ditames do Código Tributário Nacional (CTN) a respeito do sujeito passivo da obrigação principal.
A) A lei pode atribuir a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, não vinculada ao fato gerador, excluindo a responsabilidade do contribuinte.
B) Em contrato de locação com cláusula que estabeleça a responsabilidade do inquilino de pagar o IPTU, a condição do proprietário passa de contribuinte para responsável.
C) Em um contrato de locação, o locador pode transferir, perante o fisco, a sua condição de contribuinte do IPTU ao locatário.
D) O contribuinte é o sujeito passivo da obrigação principal que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador;
E) O CTN categoriza o sujeito passivo da obrigação principal em três espécies: o contribuinte, o responsável e o solidário.
3) A responsabilidade, na área tributária, determina quem é obrigado a efetuar o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. No que se refere a esse assunto, assinale a opção correta.
A) Um exemplo de responsabilidade de devedor solidário é a transmissão onerosa de bens imóveis para o comprador desse bem.
B) Ocorre um exemplo de responsabilidade por transferência quando dois contribuintes importam conjuntamente um bem e um deles efetua o pagamento do tributo, extinguindo a obrigação tributária com relação ao outro.
C) Constitui um exemplo de responsabilidade de terceiro devedor a hipótese de tabelião que, no exercício de seu ofício, tiver deixado, por omissão, de exigir do contribuinte o recolhimento do ITCMD quando finalizado o inventário extrajudicial no cartório.
D) Constitui um exemplo de responsabilidade pessoal a hipótese de filhos menores não pagarem os tributos devidos e seus pais se tornarem os responsáveis.
E) A falta de pagamento de tributo devido pela pessoa jurídica por ausência de dinheiro é suficiente para configurar reponsabilidade por infração, o que permite o redirecionamento da dívida tributária para o sócio-gerente.
4) Salvo disposição de lei em contrário, nos termos do art. 125 do Código Tributário Nacional, a solidariedade tributária passiva implica que
A) o pagamento efetuado por um dos obrigados não aproveite aos demais.
B) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, não favoreça nem prejudique os demais.
C) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favoreça ou prejudique os demais;
D) a isenção ou remissão de crédito outorgada pessoalmente a um dos obrigados favoreça os demais.
E) a exclusão do crédito tributário outorgada pessoalmente a um dos obrigados favoreça os demais.

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