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HK B Ascit� Ascite é uma manifestação comum de várias doenças, caracterizada por derrame líquido na cavidade peritoneal Etiologi� ➺ Hipertensão portal: cirrose hepática ➺ Doença peritoneal: neoplasia e tuberculoseperitoneal ➺ Pancreática ➺ Biliar ➺ Quilosa ➺ Nefrogênica ➺ Associada a mixedema ➺ SIDA ➺ Síndrome de Meigs ➺ Cardiogênica (ICDV congestiva) Hipertensã� porta� Devido o aumento da pressão portal, ocorre extravasamento de líquido da linfa hepática pelos fenestrados, acumulando na cavidade peritoneal. O líquido é um transudato, pobre em proteínas. ❤ Pré-sinusoidal ➺ Etiologias: trombose de veia esplênica e porte; esquistossomose (obstrução no espaço porta) ➺ Não envolvem os sinusóides, então, dificilmente geram ascite ➺ Manifestações graves: circulação colateral; varizes de esôfago sangrantes; esplenomegalia severa. ❤ Pós-sinusoidal ➺ Etiologias: doença venoclusiva; esclerose da veia centrolubar; trombose de veia hepática (Síndrome de Budd-Chiari); pericardite constritiva; doenças de valva tricúspide ➺ Ascite grave e de difícil controle ➺ Menos frequente: circulação colatera; varizes de esôfagos; esplenomegalia severa HK B ❤ Intrassinusoidal: Cirrose ➺ Comprometimento pré e pós sinusoidal ➺ Ascite e sinais clínicos de hipertensão portal grave Diagn�tic� Diferencia� d� Ascit� Doenças peritoneais, são caracterizadas por líquido exsudativo (rico em proteínas) ❤ Etiologias ➺ Neoplasias primárias ou metástases para peritoneo ➺ Infecções: tuberculose peritoneal ❤ Mecanismos ➺ Aumento da permeabilidade capilar do peritônio por processo inflamatório ➺ Obstrução pelas celas tumorais, impedindo a drenagem dos vasos linfáticos ➺ Tumores que liberam substâncias angiogênicas que aumentam a permeabilidade capilar do peritônio Diagn�tic� d� líquid� ascític� ❤ Método: Paracentese Retirada do líquido ascítico para aliviar os sintomas e para análise do material ❤ Aspecto macroscópico ➺ Seroso (líquido claro): cirrose ➺ Hemorrágico: neoplasia ➺ Turvo com odor fétido: infecção ➺ Lactescente-quiloso: neoplasia e trauma com ruptura dos ductos linfáticos ➺ Bilioso (esverdeado): trauma de via biliar HK B ❤ Bioquímica ➺ Albumina (GASA) • GASA (gradiente de albumina soro-ascite): concentração de albumina no plasma e subtrair da concentração de albumina no líquido ascítico GASA: Aplasma - Ascite - < 1,1 g/dl = exsudato - > 1,1 g/dl = transudato ➺ LDL: diferenciar PBE de PBS ➺ Triglicerídeos: aumentados na ascites quilosas ➺ Bilirrubinas: aumentadas na ascite biliar ➺ Amilase: aumentada na ascite pancreática ❤ Citometria Análise da quantidade células presentes ➺ Hemácias: aumentadas indicam neoplasia, tuberculose, pancreática e trombose mesentérica ➺ Leucócitos: aumentadas nos processos inflamatórios do peritônio • Polimorfonucleares: infecção bacteriana aguda • Mononucleares: neoplasia e tuberculose peritoneal ❤ Citologia oncótica Principal exame na ascite carcinomatosa ❤ Bacteriológico ➺ Bacterioscopia ➺ Cultura Tratament� d� Ascit� Transudativ� A ascite exsudativa é tratada, pelo tratamento da causa de base, enquanto a ascite transudativa por cirrose hepática possui um tratamento específico. De forma que é necessário analisar a reversibilidade ou não da doença hepática subjacente e a aderência ao tratamento por parte do paciente. ❤ Tratamento da doença hepática de base Manter a doença de base estável, para favorecer a terapia de ascite ➺ Hepatite B crônica: emprego de lamivudina ➺ Terapia de Doença de Wilson e na hepatite autoimune ➺ Cessação do consumo de álcool na cirrose álcoolica HK B ❤ Mudanças de hábitos ➺ Repouso: facilita o deslocamento de fluidos, melhorando o fluxo renal ➺ Restrição de sódio: visa atingir o balanço negativo, tem mais sódio na urina que o ingerido ➺ Restrição de água em pacientes com hiponatremia ❤ Diuréticos A terapia diurética associada a restrição salina visa o balanço negativo de sódio. • A dose do diurético visa reduzir a ascite sem causar hipovolemia acentuada e controle do peso diário do paciente após a terapia diurética • Meta: - Ascite sem edema de MMII: 0,5 kg/dia de perda - Ascite com edema de MMII: 1 kg/dia de perda ➺ Espironolactona (antagonista da aldosterona) • Dose inicial: 100 mg/dia • Dose máxima: 400 mg/dia • Efeito colateral: hipercalemia e ginecomastia dolorosa ➺ Furosemida (diurético de alça) • Terapia adjuvante para não responsivos as doses iniciais de espironolactona • Excreção renal no túbulo proximal para chegar ao nefron (Alça de Henle) • Ramo ascendentes: inibe reabsorção de Na e K e gradiante osmótico • Cirrose: absorção de NA • Dose inicial: 40 mg/dia • Dose máxima: 160 mg/dia • Efeito colateral: hipovolemia • Contra-indicada: insuficiência renal, encefalopatia hepática, hipopotassemia ou hiponatremia, hipovolemia e desidratação Terapi� n� ascit� refratári� A ascite refratária é aquela na qual ocorre resistência a associação diurética e/ou má adesão ao tratamento. O tratamento pode ser feito pela paracentese grande volume, TIPS, shunt peritônio-venosos, cirurgia de derivação portossistêmica e transplante hepático ❤ Paracentese de grande volume ➺ Remoção de 5 a 9 litros/2 semanas HK B ➺ Infusão de colóide (albumina) para manter o volume intravascular, sendo indicado 6 a 10 g de albumina/litro retirado Peritonit� Bacterian� Espontâne� (PBE) Qualquer paciente com ascite tem risco de desenvolver peritonite bacteriana espontânea, tendo maior risco em cirrose hepática ➺ Principal agente: Flora monobacteriana -> gram-negativos entéricos - Escherichia coli ❤ Mecanismo de ação ➺ Translocação bacteriana a partir do tubo digestivo, por disseminação linfohematogênica ➺ Líquido ascético: meio de cultura sem opsoninas ❤ Quadro clínico Como ⅓ dos pacientes é assintomáticos, o diagnóstico é feito pela paracentese ➺ Febre ➺ Dor abdominal difusa ➺ Alteração do estado mental (encefalopatia hepática) ➺ Dor a palpação abdominal ➺ Diarreia ➺ Hipotensão arterial ❤ Diagnóstico ➺ Contagem de polimorfonucleares no líquido ascítico > 250/mm³ ➺ Cultura positiva monobacteriana ❤ Tratamento ➺ Antibiótico imediato • Não esperar o resultado da cultura • Cefalosporina de 3ª geração por 5 dias ➺ Profilaxia Síndrome Hepatorenal (SHR) • Albumina no 1º e no 3º dia do tratamento Peritonit� Bacterian� Secundári� Condição inflamatória abdominal pre-existente, com perfuração de víscer oca e/ou abscesso intrabdominal ➺ PNM > 250/mm³ + cultura positiva polibacteriana ➺ Liquido ascítico com 2 ou mais: proteínas > 1; glicose < 50; LDL alta HK B ❤ Exame de imagem Identificar se é necessário realizar drenagem ou cirurgia ❤ Tratamento ➺ Antibiótico imediato • Não esperar o resultado da cultura • Cefalosporina de 3ª geração + metronidazol Profil�i� ❤ Primária Após qualquer hemorragia por varizes gastroesofágicas em pacientes cirróticos com ascite ou pacientes cirróticos com níveis de proteínas no líquido ascítico < 1 g/dl ➺ Norfloxacino 400 mg/dia 12/12h por 7 dias ❤ Secundária Realizar em todos os pacientes com PBE para evitar recidiva ➺ Norfloxacina 400mg/dia HK B Referência� bibliográfica� Goldman L. Cecil Medicine. 25.ed. Elsevier Saunders .2018: Cirrose e complicações: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595150706/epubcfi/6 /360%5B%3Bvnd.vst.idref%3DB9788535284904001530%5D!/4/2/4/4%5BB97 88535284904001530%5D%400:0; Goldman L. Cecil Medicine. 25.ed. Elsevier Saunders .2018: Ascite e doenças peritoneais: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447741/pageid/25 9 American Family Physician: https://www.aafp.org/afp/2011/1215/p1353.html; BMJ Best Practice: Avaliação da Ascite Laboratório hepático: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447741/pageid/67; Doenças do fígado (Fisiopatologia da doença): https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555288/pageid/40 0
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