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2 1 - Saúde humana e educação ambiental

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Saúde humana e educação ambiental
APRESENTAÇÃO
A saúde e a degradação ambiental estão intimamente relacionadas. A degradação ambiental tem 
aumentado de forma contínua e rápida, resultando em redução da biodiversidade, em poluição 
atmosférica e em alterações climáticas. Além disso, há diminuição dos serviços ecossistêmicos 
com consequências na saúde humana, que podem reduzir a expectativa de vida, de bens e de 
serviços ecossistêmicos. A perda da biodiversidade tem impactos diretos na saúde humana. 
Quanto mais o ser humano destrói a natureza, maior a probabilidade de doenças emergentes e 
reemergentes letais surgirem.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os efeitos das ações antropogênicas na saúde 
humana; as principais consequências da degradação ambiental a curto e longo prazo; a educação 
ambiental como ferramenta eficaz para preservação do meio ambiente; e a conscientização de 
que a saúde humana não é imune à degradação ambiental.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os principais efeitos da degradação ambiental na saúde humana.•
Listar os impactos a longo prazo da degradação ambiental na saúde e no desenvolvimento 
humano.
•
Descrever as metas de educação ambiental.•
DESAFIO
Segundo o Ministério da Saúde, a poluição ambiental afeta a saúde proporcionalmente à 
exposição. Por isso, o ser humano precisa se conscientizar da necessidade de preservação do 
meio ambiente.
Imagine que você é analista ambiental e está realizando uma pesquisa sobre a saúde, a poluição 
ambiental e o impacto a curto prazo do elevado índice de poluição atmosférica. Para isso, você 
está avaliando um casal jovem (30-40 anos) com um filho, que reside numa região rural com 
baixo índice de poluição, sem aparentes problemas de saúde. Em busca de trabalho e de 
melhores condições financeiras, eles migram para uma região com alto índice de poluição 
atmosférica. Dois meses depois, eles resolvem ter mais um filho.
Com base nesse cenário, responda: 
a) Qual será o impacto na saúde do futuro recém-nascido? 
b) Qual será o impacto na saúde da futura gestante?
INFOGRÁFICO
A degradação ambiental tem íntima relação com a saúde humana. São exemplos claros disso as 
pandemias e epidemias, e o surgimento de doenças emergentes e reemergentes. A identificação 
de uma zoonose silvestre pode levar anos, como no caso do vírus HIV. Essa dificuldade se dá 
por conta do seu surgimento em povoados com baixas condições de assistência à saúde, onde 
muitos sintomas podem ser confundidos com outras patologias.
 
Um dos principais motivos é o desequilíbrio do hábitat natural silvestre devido à expansão 
agrícola, ao desmatamento, à fragmentação e à urbanização, aumentando, assim, a taxa de 
contato entre populações humanas, animais domésticos e selvagens, criando oportunidades para 
a ocorrência de eventos de transbordamento. Com o desmatamento, pode haver ainda o 
surgimento de populações nas proximidades de áreas degradas, o que faz com que o ser humano 
passe por um novo ciclo de determinada doença em uma localidade em que ela não existia.
 
Neste Infográfico, você entende a correlação entre a ação antropogênica e o impacto à saúde do 
ser humano.
CONTEÚDO DO LIVRO
Ao logo do tempo, a ação antropogênica tem resultado no surgimento de novas doenças. O bem-
estar humano depende de bens e serviços ecossistêmicos e, consequentemente, da 
biodiversidade, cuja redução desestabiliza os ecossistemas. Isso pode promover surtos de 
doenças infecciosas, reduzir o desenvolvimento, afetar a segurança nutricional da população e 
reduzir a proteção contra desastres naturais. Quanto maior a destruição dos ecossistemas, mais 
elevada a chance de doenças emergentes fatais. A conscientização por meio da educação 
ambiental é o primeiro passo para tentar reduzir essa degradação.
No capítulo Saúde humana e educação ambiental, da obra Ecologia e análises ambientais, você 
estuda o impacto das ações antrópicas na saúde humana, as principais consequências da 
degradação ambiental a curto e longo prazo e a educação ambiental como ferramenta eficaz para 
a preservação do meio ambiente.
Boa leitura.
ECOLOGIA E 
ANÁLISES 
AMBIENTAIS
Alana Maria Cerqueira de Oliveira
Saúde humana e 
educação ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os principais efeitos da degradação ambiental na saúde 
humana.
  Listar os impactos a longo prazo da degradação ambiental na saúde 
e no desenvolvimento humano.
  Descrever as metas de educação ambiental.
Introdução
Saúde humana e degradação ambiental são dois temas globais em 
ampla discussão no momento. Nesse contexto, é importante examinar 
as diversas conexões potenciais entre esses dois tópicos. Teoricamente, 
quanto mais rica a biodiversidade, maior a variedade de patógenos 
que circulam na fauna, aumentando a probabilidade de infectarem 
o ser humano. Entretanto, pesquisas têm demonstrado o contrário, 
que mais espécies significam menos doenças, como se diluíssem os 
vetores. Assim, uma vasta biodiversidade é garantia de proteção para 
espécies que evoluem juntas; o problema surge apenas quando há 
um desequilíbrio ou perturbação do sistema natural, resultando em 
novas patologias, com saltos interespécies, passando a incluir muitas 
vezes o ser humano. 
Neste capítulo, você vai ter a oportunidade de entender as estreitas 
relações entre degradação ambiental e saúde humana e suas consequên-
cias a curto e longo prazos, além da importância da educação ambiental 
na redução do problema.
1 Degradação ambiental e a saúde humana
A degradação ambiental não é uma preocupação recente, mas tem aumen-
tado de forma rápida e contínua, resultando em redução da biodiversidade, 
poluição atmosférica e alterações climáticas, além de redução dos serviços 
ecossistêmicos, com consequências para a saúde humana, podendo reduzir 
nossa expectativa de vida. A redução da biodiversidade tem consequência 
direta na saúde, principalmente decorrente do transbordamento de patologia 
antes exclusivamente selvagem, passando a zoonoses e adaptando-se para 
transmissão homem–homem. Por sua vez, a redução de serviços ecossistêmicos 
afeta indiretamente a saúde, já que atinge o fornecimento e a qualidade de 
água, ar limpo e alimentos.
O desmatamento, na maioria das vezes, é seguido de incêndios. Mudanças 
climáticas, incluindo aumento da temperatura, contribuem para condições mais 
quentes e secas, o que aumenta o risco de incêndios florestais. “Os efeitos 
dos incêndios florestais sobre a saúde variam de lesões térmicas diretas à 
exacerbação de sintomas respiratórios agudos e crônicos devido à exposição 
à fumaça” (WATTS et al., 2019, p. 1842, tradução nossa).
Redução da biodiversidade
A degradação ambiental tem nítido efeito sobre a saúde humana e, portanto, 
tem sido uma preocupação eminente. Os biomas estão sendo devastados em ve-
locidade ascendente e as áreas de preservação que restam acabam sendo muito 
simplifi cadas. A degradação do ecossistema resulta em extinção de diversas 
espécies e, como agravante, em extinção de predadores de topo, abalando a 
cadeia alimentar e consequentemente privilegiando espécies mantenedoras 
de patógenos. Tais espécies, facilmente adaptáveis às mudanças ambientais, 
aproximam-se mais facilmente do ser humano, que passa a fazer parte de um 
ciclo, tornando-se hospedeiro acidental de um ciclo originalmente silvestre. 
Muitas patologias emergentes e reemergentes estão ligadas diretamente ao 
desmatamento e ocorrem onde áreas suburbanas se espalham para terras 
recém-desmatadas. Também podem ser causadas pela caça e por associação 
a mercados de vida selvagem e criação intensiva de animais. Alguns vetores 
aumentam a incidência em terras recentemente desmatadas, como aqueles 
que causam patologias como malária, dengue, a doença de Lyme e o vírus 
do Nilo Ocidental. 
“Ao conduzirestradas para florestas, fragmentar ecossistemas, minerar em 
áreas remotas e incentivar o comércio global, não estamos apenas destruindo 
Saúde humana e educação ambiental2
a vida selvagem, mas criando as condições perfeitas para que novas doenças 
surjam e se voltem contra nós” (VIDAL, 2020, tradução nossa). Para Johnson et 
al. (2020), os elementos de risco associados ao transbordamento e surgimento 
de novas patologias são os mesmo desencadeantes da redução da população 
silvestre e do risco de extinção, tais como: domesticação de animais, invasão 
humana em habitats ricos em biodiversidade selvagem e caça de animais 
silvestres. O risco de propagação de vírus em larga escala é sustentado pela 
probabilidade de interações animal–humano.
A redução da biodiversidade também é gerada por sistemas agrícolas de alta intensi-
dade. A pecuária e a avicultura são constantemente o produto final de uma perda de 
biodiversidade. Ao serem selecionados exemplares geneticamente semelhantes, que 
geralmente vivem em condições intensivas, caso sejam susceptíveis a determinado 
patógeno a doença acabará se espalhando de maneira acelerada (VIDAL, 2020).
Quase 75% de todas as doenças infecciosas emergentes que afetam ou 
ameaçam a saúde humana são zoonóticas. Muitas transbordam de reservatórios 
de vida selvagem diretamente para seres humanos ou por meio de animais 
domésticos e depois humano–humano. O desequilíbrio do habitat natural 
silvestre por expansão agrícola, desmatamento e urbanização aumenta a 
taxa de contato entre populações humanas, animais domésticos e animais 
selvagens, criando maiores oportunidades para a ocorrência de eventos de 
transbordamento (FIELD, 2009).
Johnson et al. (2020) relatam que a quantidade de vírus zoonóticos detecta-
dos em espécies de mamíferos aumenta com a abundância global de espécies, 
sugerindo que o risco de transmissão de vírus é maior em espécies animais 
que se proliferaram e até expandiram seu alcance, adaptando-se a paisagens 
dominadas por humanos. Os pesquisadores enfatizam que a detecção do trans-
bordamento de patógenos selvagens para o ser humano não é fácil, pois existe 
muita subnotificação, além de algumas patologias incluírem sintomas leves, 
inespecíficos ou semelhantes a outra patologia já comum ao ser humano. Para 
muitos especialistas, a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade é a 
única alternativa de evitar novas doenças fatais e com potencial de pandemia 
como a Covid-19.
3Saúde humana e educação ambiental
Apesar de um recente aumento na preocupação entre degradação am-
biental e saúde humana, esse não é um tema novo. Em 1997, incêndios na 
ilha de Bornéu devastaram uma área de floresta tropical intocada e com 
grande biodiversidade. Como consequência, milhões de pessoas sofreram 
graves doenças respiratórias. O incêndio só foi eliminado meses depois, com 
a chegada da temporada de chuvas. Entretanto, com os incêndios, as espécies 
que sobreviveram tiveram que migrar para poder garantir sua alimentação, 
incluindo uma espécie de morcegos frutíferos, que migrou centenas de qui-
lômetros até as proximidades da cidade de Sungai Nipah, na Malásia, onde 
foram observados pousando nas árvores e jogando pedaços de frutas meio 
comidas sobre a criação suína local. Segundo cientistas, foram responsáveis 
por uma doença misteriosa altamente infecciosas que atingiu porcos e depois 
humanos, cujos sintomas característicos eram convulsões e dores de cabeça, 
o que resultou na morte de 105 pessoas e sacrifício de milhões de porcos. Em 
2004, os cientistas concluíram que a transmissão para os porcos se deu por 
frutas e urina do tal morcego (VIDAL, 2020).
O caso de Sungai Nipah chama a atenção, já que morcegos são reservatórios 
de diversos vírus e importantes hospedeiros zoonóticos, já tem sido vincu-
lados ao surgimento de doenças mortais como ebola e febre hemorrágica de 
Marburg, na África. A lista de patologias que podem ser fatais para o homem 
e que são decorrentes da ação antropogênica não é pequena: incluem algumas 
das doenças mais mortais já encontradas pelos seres humanos, como HIV, 
ebola, febre de Lassa, doença de Chagas, machupo, hantavírus, síndrome 
respiratória do Oriente Médio (MERS), síndrome respiratória aguda grave 
(SARS) e Covid-19 (VIDAL, 2020).
A transmissão da doença de Chagas também tem sido relacionada à degra-
dação ambiental. Com o desmatamento para o plantio de açaí, os animais de 
topo da cadeia alimentar (predadores) somem, ocasionando uma proliferação 
de gambás e roedores, que são bons vetores de Trypanosoma cruzi e têm grande 
capacidade de adaptação a ambientes alterados. Outra questão é a preferência 
dos barbeiros pelas palmeiras, que são muito comuns em áreas degradadas. 
Com o surgimento de populações nas proximidades, estabelece-se o elo de 
aproximação com o ser humano, gerando novos ciclos em localidades onde 
até então a doença não existia. 
Saúde humana e educação ambiental4
Na doença de Lyme, uma espécie de veado é o reservatório da doença. Também 
conhecida como borreliose de Lyme, é uma zoonose emergente transmitida por 
carrapatos Ixodes ricinus (carrapatos dos veados), inicialmente identificada em 1975, 
na cidade de Old Lyme, Estados Unidos. A doença é causada por espiroquetas Borrelia 
burgdorferi. O paciente pode apresentar dores nas articulações e nos músculos, dor de 
cabeça, febre, erupção cutânea, fadiga, inchaço nas articulações, entre outros sintomas. 
Com o desaparecimento de seus predadores naturais por ação do ser humano, os 
veados que são reservatório da doença começaram a se proliferar. Com o povoamento 
humano nas redondezas das florestas onde vivem essas populações, criou-se o elo 
necessário para a transmissão ao ser humano.
Figura 1. Eritema migratório, um dos sintomas da doença de Lyme.
Fonte: Santos et al. (2010, documento on-line).
Poluição atmosférica
O sistema respirató rio superior é o primeiro a responder negativamente à 
poluição atmosférica, apresentando inativaç ã o do batimento ciliar e alteração 
do olfato. Assim, doenças se desenvolvem e enfermidades pré-existentes são 
agravadas. Uma das mais comuns nesse caso é a asma brônquica, que ocorre 
devido à resistência das vias aéreas. Assim, crises asmáticas se devem ao 
estreitamento dos bronquí olos decorrente do aumento da mucosa e do espes-
samento das secreç õ es. Após a crise, os bronquí olos retornam ao tamanho 
5Saúde humana e educação ambiental
original. Na bronquite crô nica, por sua vez, manifesta-se uma infl amação 
das vias aéreas, com presença elevada de muco nos bronquí olos e tosse por 
pelo menos trê s meses, até dois anos consecutivos. Já no enfi sema pulmonar 
ocorre a ruptura dos alvéolos, responsáveis pela troca de oxigênio. Por fi m, 
os efeitos da poluição podem levar até mesmo a câ ncer dos brônquios, uma 
doença agressiva em que ocorre o crescimento celular anormal e desordenado 
das células da membrana brônquica, obstruindo os bronquíolos e sendo muitas 
vezes fatal.
Afora o sistema respiratório, poluentes atmosfé ricos perigosos ainda são 
responsáveis por diversas outras patologias, como danos ao sistema nervoso 
central e imunológico e malformação congênita. O mercú rio, por exemplo, 
liberado na combustã o do carvão, atinge o rim, o intestino e o cé rebro, e 
a exposição de gestantes a esse elemento leva a problemas na crianç a, tais 
como mau desempenho em tarefas neurocomportamentais (manutenç ã o da 
atenç ã o), em motricidade fina, em competê ncia linguí stica, em habilidades 
visuais e espaciais e em memória verbal. Por sua vez, o benzeno, o amianto 
e o arsênico podem resultar em câ ncer.
No organismo humano, o monó xido de carbono (CO), um dos poluentes 
atmosféricos mais comuns, compete com o oxigê nio, pois a afinidade da he-
moglobina é maior pelo CO, formando carboxihemoglobina (COHb). Quando a 
carboxihemoglobina atinge 5 a 10%, prejudica os reflexos, a visão e a atenção. 
São mais sensíveis pessoas com patologias cardiovasculares e pulmonares 
crô nicas eos fetos (DAVIS; MASTEN, 2016).
Já o chumbo tem o agravante de ser cumulativo. Além de poder ser ina-
lado, também é ingerido nos alimentos e na á gua. Seu acúmulo no organismo 
resulta em fadiga, irritabilidade, cefaleia, palidez, anemia, redução do quo-
ciente de inteligê ncia (QI), constipaç ã o e câ imbras abdominais, encefalopatia, 
convulsõ es, coma e parada cardiorrespirató ria, podendo levar à morte. 
Os oxidantes fotoquí micos também são nocivos ao organismo humano, 
com destaque para o ozô nio (O3), o nitrato de peroxiacetila (PAN), a acroleí na, 
os nitratos de peroxibenzoila (PBzN), os aldeí dos e os ó xidos de nitrogê nio. 
O ozô nio é utilizado como indicador da quantidade total de oxidantes pre-
sentes. Pequenas concentrações de ozônio causam irritaç ã o nos olhos, tosse 
e desconforto no tó rax. Os ó xidos de enxofre (dió xido de enxofre, trió xido de 
enxofre e seus respectivos á cidos) elevam os sintomas da bronquite crô nica.
Níveis elevados de material particulado aumentam as hospitalizações, 
elevando a incidência de asma, perda de função pulmonar e pneumonia, além 
de aumentar o risco de morte por câ ncer e por complicaç õ es respirató rias e 
cardiovasculares (DAVIS; MASTEN, 2016). 
Saúde humana e educação ambiental6
Poluição hídrica 
A poluição hídrica afeta diretamente a saúde humana. São diversas as atividades 
humanas que prejudicam a qualidade da água, como atividade agrícola, indus-
trial e mineradora, o despejo de efl uentes domésticos, o deposito inadequado 
de resíduos sólidos, entre outros.
O efeito direto da poluição hídrica na saúde humana não é recente. Em 1854, 
o médico britânico John Snow investigou as causas de uma epidemia de cólera 
na região central da cidade de Londres. Ele observou que no seu bairro havia 
duas empresas fornecedoras de água diferentes, a Southwark e a Lambert. 
Assim, relacionou os doentes com o local de abastecimento e demonstrou 
que a cólera era transmitida pela água fornecida pela empresa Southwark, 
que captava água do rio Tâmisa na parte mais poluída, enquanto a Lambert 
captava água do rio Tâmisa antes da ejeção de excrementos (JOHNSON, 2008).
As patologias transmitidas pela água aos seres humanos decorrentes da 
poluição hídrica podem ser classificadas conforme a forma de transmissão: 
  ingestão de água, o que inclui a transmissão fecal-oral; 
  contração durante o banho; 
  por contato com água e decorrente do aumento de reprodução de vetores 
que se reproduzem na água. 
Assim, essas doenças resultam da baixa qualidade da água utilizada para beber, 
para a higiene e outras finalidades. Entre as patologia estão diversas doenças 
entéricas e diarreicas, doenças parasitarias, virais e bacterianas. Além disso, 
altas concentrações de nutrientes, como nitratos, podem resultar em patologias 
como metemoglobinemia infantil (síndrome do bebê azul), câncer de estomago, 
distúrbios de tiroide, defeitos congênitos e distúrbios reprodutivos (BRASIL, 2013).
Diversos contaminantes orgânicos e inorgânicos também exercem impac-
tos na saúde humana, como os metais mercúrio, cobre e zinco, encontrados 
naturalmente no meio ambiente. A longa exposição a elevados teores desses 
metais pode resultar em consequências diretas aos seres humanos. O cádmio 
está relacionado a distúrbios de função renal e fragilização óssea, o que resulta 
em fraturas. O mercúrio inorgânico tem sido relacionado a doenças coronárias, 
danos renais e distúrbios imunológicos. O chumbo tem sido relacionado com 
problemas no desenvolvimento de fetos, vômitos, lesões celebrais, lesões nos 
rins, danos ao sistema nervoso, distúrbios sanguíneos e morte. O arsênio, por 
sua vez, pode resultar em cânceres e lesões na pele, enquanto o cobre provoca 
irritação estomacal, náusea, vômito e diarreia (BRASIL, 2013).
7Saúde humana e educação ambiental
Poluição do solo 
A contaminação do solo afeta direta e indiretamente a saúde humana, seja 
pela contaminação decorrente de dejetos humanos, diferentes resíduos sólidos 
e utilização de agrotóxicos. O acúmulo de agrotóxicos tem o potencial de 
promover a absorção de elementos minerais, sobretudo em solos expostos, 
o que reduz seu grau de fertilidade. Se estiverem presentes no solo, nos 
alimentos, na água ou no ar, podemos absorvê-los por ingestão, contato 
com a pele ou inalação.
No Brasil, a Lei nº. 11.936, de 14 de maio de 2009, proibiu a fabricação, a 
importação, a exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o uso 
de diclorodifeniltricloretano (DDT) (BRASIL, 2009). Um questão preocupante 
era a bioacumulação e biomagnificação do DDT na cadeia alimentar. Inseticidas 
organoclorados podem permanecer no solo por mais de três décadas após sua 
aplicação. Um dos efeitos no organismo humano é decorrente da atuação no 
sistema nervoso central, o que pode resultar em distúrbios sensoriais e da 
atividade da musculatura involuntária, perda de equilíbrio e depressão dos 
centros vitais, particularmente da respiração. A intoxicação aguda pode levar 
a cloracne, cefaleia, doença de Alzheimer, tonturas, convulsões, insuficiência 
respiratória, câncer de pâncreas, potencialização de tumores cancerígenos 
pré-existentes, câncer de próstata, câncer de mama, câncer de pâncreas e 
óbito (GOBBO, 2019).
2 Impactos a longo prazo
Segundo o Ministério da Saúde ([201-?]), a poluição atmosférica afeta a saúde 
em proporção à exposição (crônica ou aguda), agravando problemas respirató-
rios, cardíacos e oftalmológicos e potencializando patologias pré-existentes. 
Portanto, a poluição atmosférica pode resultar em óbito e hospitalização re-
corrente por patologias respiratórias e cardiovasculares, além de problemas de 
fertilidade, congênitos, câncer, restrição do crescimento fetal, etc. Além disso, 
esse tipo de poluição pode levar a restrições de crescimento intrauterino quando 
o primeiro trimestre da gestação ocorre no período mais seco da temporada. 
E quanto maior o nível de poluição, maior a probabilidade de nascimentos de 
meninas do que de meninos, devido ao estresse oxidativo gerado que reduz a 
motilidade e altera a morfologia dos gametas).
Saúde humana e educação ambiental8
O Ministério da Saúde ([201-?]) divide os efeitos da poluição na saúde 
humana em:
  Problemas de curto prazo (nos dias de alta concentração de poluentes) 
— irritação nas mucosas do nariz e dos olhos; irritação na garganta 
(com presença de ardor e desconforto); problemas respiratórios com 
agravamento de enfisema pulmonar e bronquite.
  Problemas de médio e longo prazos (15 a 30 anos vivendo em locais 
com muita poluição) — desenvolvimento de problemas pulmonares e 
cardiovasculares; desenvolvimento de cardiopatias (doenças do cora-
ção); diminuição da qualidade de vida; diminuição da expectativa de 
vida (em até dois anos); aumento das chances de desenvolver câncer, 
principalmente de pulmão.
O relatório de 2019 “Countdown on health and climate change” da revista 
Lancet (WATTS et al., 2019) sobre saúde e mudança climática relata efeitos 
diversos das alterações climáticas, enfatizando que na última década ocorreram 
8 dos 10 anos mais quentes já registrados, com 9 dos 10 anos mais propícios 
para a transmissão da dengue registrados desde 2000 e com aumento de 9,9% 
na adequação global para difusão de cólera. O aumento da temperatura já re-
sultou em mudanças climáticas e ambientais extremas, com fortes tempestades 
e inundações, ondas de calor e secas prolongadas e doenças infecciosas novas 
e emergentes, o que trará reflexos à saúde humana, de crianças a idosos. As 
consequências fisiopatológicas do aumento de temperatura incluem lesão renal 
aguda, exacerbação de insuficiência cardíaca congestiva, estresse, insolação 
e, em crianças pequenas, doença renal, desequilíbrio eletrolítico, doença 
respiratória e febre (WATTS et al., 2019).
As crianças são as primeiras a sentirem o impacto dessas mudanças devido 
a desnutrição ( decorrente da queda da produção), vulnerabilidade a diarreia 
e efeitos mais graves da dengue. Já naadolescência, a poluição do ar — prin-
cipalmente causada por combustíveis fósseis e exacerbada pelas mudanças 
climáticas — tem reflexo direto na saúde, danificando o coração, os pulmões 
e todos os demais órgãos vitais, com efeitos acumulativos que se refletem na 
vida adulta em mortes decorrentes da poluição atmosférica. Com o aumento 
da frequência e severidade das condições climáticas extremas, as mulheres 
estão entre os mais vulneráveis em uma variedade de contextos sociais e 
culturais. Em decorrência disso, em 2018, 133,6 bilhões de horas potenciais de 
trabalho foram perdidas globalmente. A Índia e a China sofreram os maiores 
9Saúde humana e educação ambiental
aumentos na exposição diária da população a incêndios florestais. Há maior 
vulnerabilidade a extremos de calor por populações com 65 anos e condições 
médicas pré-existentes (WATTS et al., 2019).
Os efeitos das mudanças climáticas variam de acordo com a localização 
geográfica. Efeitos positivos do aumento da temperatura são controversos e, 
mesmo que ocorram, são de curto prazo, como na Austrália, onde o benefício 
da fertilização com CO2 é pequeno e torna-se inexistente, porque com as fre-
quentes secas a produção agrícola é interrompida e as altas concentrações de 
CO2 prejudicam a qualidade dos grãos. A seca prolongada é um determinante 
ambiental determinante para a mortalidade prematura, afetando a higiene e o 
saneamento, além de resultar em redução da produção agrícola, insegurança 
alimentar e desnutrição (WATTS et al., 2019).
3 Educação ambiental
A educação ambiental é uma necessidade em todos os segmentos. Nos noticiários 
atuais e recentes — brasileiros ou mundiais — pelo menos um dos temas a seguir 
estará presente: epidemia, queimadas, desmatamento, seca e/ou desabasteci-
mento, tráfi co de espécies exóticas ou animais silvestres, extinção de espécies, 
poluição atmosférica, doenças emergentes ou reemergentes, entre outras ações 
antropogênicas que são consequências da exploração irrestrita e irresponsável 
do meio ambiente. Isso deixa ainda mais clara a necessidade de se falar sobre as 
alterações decorrentes da ação antrópica, com o intuito de formar uma mentalidade 
sustentável. No Brasil, a legislação que determina as metas da educação ambiental 
é a Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999 (BRASIL, 1999), o que demonstra que a 
preocupação em reverter as ações antropogênicas não é recente. Em seu artigo 
5º, ela estipula como os objetivos fundamentais da educação ambiental:
I — o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em 
suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psico-
lógicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
II — a garantia de democratização das informações ambientais;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a proble-
mática ambiental e social;
IV — o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e respon-
sável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa 
da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
V — o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro 
e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente 
Saúde humana e educação ambiental10
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, 
democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI — o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII — o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solida-
riedade como fundamentos para o futuro da humanidade (BRASIL, 1999, 
documento on-line).
Além disso, a legislação divide a educação ambiental em duas vertentes:
  Ensino formal — “Entende-se por educação ambiental na educação 
escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de 
ensino públicas e privadas” (BRASIL, 1999, documento on-line). 
  Ensino não formal — “Entendem-se por educação ambiental não formal 
as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade 
sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa 
da qualidade do meio ambiente” (BRASIL, 1999, documento on-line).
A preocupação com o meio ambiente, a conscientização da relevância da 
conservação e as consequências da degradação para a própria saúde humana só 
são possíveis com a educação. Portanto, a educação ambiental passou a ser tema 
obrigatório e interdisciplinar na educação escolar, sendo enquadrado como matéria 
transversal, e não como disciplina específica no ensino formal da educação básica. 
Na educação ambiental não formal, as diretrizes, aplicações, normas e crité-
rios ficam no âmbito dos governos estaduais e municipais. A educação ambiental 
é um processo contínuo e dinâmico de conscientização, que envolve diversas 
instâncias administrativas visando a consolidação no coletivo. De acordo com 
o Art. 15 da Lei nº. 9.795 (BRASIL, 1999, documento on-line), são atribuições 
do órgão gestor de coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental:
Art. 15 [...]
I — definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;
II — articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos 
na área de educação ambiental, em âmbito nacional;
III — participação na negociação de financiamentos a planos, programas e 
projetos na área de educação ambiental.
A educação ambiental é de grande relevância em muitas comunidades 
ribeirinhas (Figura 2), muitas das quais ocupam as redondezas de nascentes 
e áreas de preservação. Nesses locais, a escola pode ser atuante na mudança 
de hábitos e valores ambientais. 
11Saúde humana e educação ambiental
Figura 2. Nas comunidades ribeirinhas, a conscientização ambiental é 
de extrema importância, pois somente assim seus moradores entendem 
a importância de cuidar do meio ambiente ao seu redor. 
Fonte: Cruz e Barros (2017, documento on-line).
A Figura 3 retrata a poluição hídrica, que pode ser evitada pela conscien-
tização da importância da água e os efeitos negativos à saúde da população. 
Novamente, a educação ambiental pode ser um instrumento eficaz para evitar 
ou reduzir a poluição da á gua.
Figura 3. Exemplo de poluição hí drica.
Fonte: Soffiati (2020, documento on-line).
Saúde humana e educação ambiental12
Um exemplo de projeto educação ambiental pode ser encontrado na escola rural 
municipal Maria Flora Guimarães da Silva, no Pará. A comunidade não entendia a 
importância da água filtrada ou fervida e de preservação do rio local, por acreditar 
que o rio jamais seca. Assim, foi realizado um trabalho de conscientização tanto 
no âmbito de educação ambiental formal quanto não formal (escola e comunidade), 
com o projeto Água, um Bem Finito. Toda a comunidade foi convidada a participar, 
e as crianças, juntamente com professores, montaram um herbário. Durante seis 
meses, estudantes coletaram amostras de água em diversos pontos espalhados 
pelo igarapé e relacionaram a cor, a poluição local e o ponto de coleta, facilitando 
o entendimento da qualidade da água para o consumo. A comunidade contribuiu 
transmitindo conhecimento tradicional e cultural da região, enquanto os especia-
listas ambientais realizaram palestras para moradores, abordando diversos tema, 
como água, erosão, assoreamento e poluição (IBRAHIN, 2014).
Outro exemplo interessante foi promovido pela Empresa Brasileira de Pes-
quisa Agropecuária (Embrapa). Em 2010, a entidade criou o Espaço de Educação 
Ambiental (EEA), proporcionando à população de Londrina e região, no Paraná, 
uma oportunidade de interagir com a natureza e de aprender e se conscientizar 
sobre os valores ambientais, vivenciando a história da região. Entre as atividades, 
pode-se passear por uma trilha ecológica interpretativa (Figura 4).
Figura 4. Estrutura do espaço EEA da Embrapa em Londrina, Paraná.
Fonte: Embrapa (2017, documento on-line).
13Saúde humana e educação ambiental
Em agosto de 2015, foiconcluído pela Organização das Nações Unidas 
(ONU) o plano de ação global para mudar o mundo até 2030, com as negocia-
ções da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 
resultando em 17 objetivos com 169 metas definidas, envolvendo temáticas 
diversificadas, com destaque para a educação ambiental (ITAMARATY, 
s.d., p. 5–13). 
[...] até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilida-
des necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre 
outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de 
vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma 
cultura de paz e não violência, cidadania global, e valorização da diversidade 
cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.
[...] até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando 
despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, 
reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas, e aumentando 
substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente.
[...] até 2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de 
todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo 
detritos marinhos e a poluição por nutrientes.
[...] reforçar a parceria global para o desenvolvimento sustentável complementa-
da por parcerias multissetorias, que mobilizem e compartilhem conhecimento, 
experiência, tecnologia e recursos financeiros para apoiar a realização dos 
objetivos do desenvolvimento sustentável em todos os países, particularmente 
nos países em desenvolvimento.
Recentemente, ocorreram no Brasil dois eventos de rompimento de barragens, ambos 
em Minas Gerais: em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019, na barragem de rejeitos 
da mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale S.A.; e em Mariana, em no dia 5 de 
novembro de 2015, na Barragem do Fundão, da mineradora Samarco, subsidiária da 
Vale S.A.
Em Brumadinho, os impactos foram além das mortes, ferimentos e traumas humanos 
imediatos, incluindo também alterações e contaminações ambientais, com imensuráveis 
impactos sobre a biodiversidade e sobre o ciclos de vetores, hospedeiros e reservatórios 
de doenças. Rios inteiros foram atingidos, perturbando toda a organização social e os 
tradicionais modos de vida e de trabalho locais, com claros efeitos sobre a saúde das 
populações (FREITAS et al., 2019). Na Figura 5, por sua vez, pode ser observada uma 
sistematização dos potenciais efeitos relacionados à saúde decorrentes dos impactos 
e riscos ambientais causados pelo desastre de Mariana.
Saúde humana e educação ambiental14
Figura 5. Sistematização dos potenciais efeitos na saúde relacionados aos impactos e riscos 
ambientais causados pelo desastre de Mariana.
Fonte: Freitas et al. (2019, documento on-line).
BRASIL. Cuidando das águas: soluções para melhorar a qualidade dos recursos hídricos. 
2. ed. Brasília: ANA, 2013. (E-book).
BRASIL. Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui 
a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial da 
União, Brasília, 27 abr. 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9795.htm. Acesso em: 21 jul. 2020.
BRASIL. Lei nº. 11.936, de 14 de maio de 2009. Proíbe a fabricação, a importação, a 
exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o uso de diclorodifeniltri-
cloretano (DDT) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 15 maio 2009. 
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2009/lei-11936-14-maio-2009-
-588179-publicacaooriginal-112536-pl.html. Acesso em: 21 jul. 2020.
CRUZ, N.; BARROS, A. Cheia dos rios muda rotina de ribeirinhos do Amazonas. Em tempo, 
2017. Disponível em: https://d.emtempo.com.br/dia-a-dia/75790/cheia-dos-rios-muda-
-rotina-de-ribeirinhos-do-amazonas. Acesso em: 21 jul. 2020.
DAVIS, M. L.; MASTEN, S. J. Princípios de engenharia ambiental. 3. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2016.
EMBRAPA. Espaço de educação ambiental. 2017. Disponível em: https://ainfo.cnptia.
embrapa.br/digital/bitstream/item/39937/1/folder-EEA.pdf. Acesso em: 21 jul. 2020.
15Saúde humana e educação ambiental
FIELD, H. E. Bats and emerging zoonoses: henipaviruses and SARS. Zoonoses and public 
health, v. 56, nº. 6–7, p. 278–284, ago. 2009.
FREITAS, C. M. de. et al. Da Samarco em Mariana à Vale em Brumadinho: desastres em 
barragens de mineração e Saúde Coletiva. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, nº. 5, maio 
2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
-311X2019000600502. Acesso em: 21 jul. 2020.
GOBBO, S. R. Uso do DDT: um perigo eminente para a saúde humana. 2019. Disponível 
em: http://conexaoagua.mpf.mp.br/arquivos/artigos-cientificos/2016/06-uso-do-ddt-
-um-perigo-eminente-para-a-saude-humana.pdf. Acesso em: 21 jul. 2020.
IBRAHIN, F. I. D. Educaç ã o ambiental: estudos dos problemas, aç õ es e instrumentos 
para o desenvolvimento da sociedade. Sã o Paulo: É rica, 2014.
JOHNSON, C. K. et al. Global shifts in mammalian population trends reveal key predictors 
of virus spillover risk. Proceedings of the Royal Society B, v. 287, nº. 1924, 2020. Disponível em: 
https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rspb.2019.2736. Acesso em: 21 jul. 2020.
JOHNSON, S. O mapa fantasma: como a luta de dois homens contra o cólera mudou 
o destino de nossas metrópoles. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Riscos Ambientais e a saúde humana. [201–?]. Disponível em: 
https://www.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/vigilancia-ambiental/vigiar/riscos-
-ambientais-e-a-saude-humana. Acesso em: 21 jul. 2020.
SANTOS, M. et al. Borreliose de Lyme. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 85, nº.6, nov./
dez. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S0365-05962010000600029. Acesso em: 21 jul. 2020.
SOFFIATI, A. A morte em vão do Paraíba do Sul. Folha 1, 2020. Disponível em: http://
opinioes.folha1.com.br/2020/01/19/arthur-soffiati-rio-paraiba-do-sul-morre-em-vao-
-na-poluicao-do-grande-rio/. Acesso em: 21 jul. 2020.
VIDAL, J. Pandemics: humans are the culprits. 2020. Disponível em: https://www.caryinstitute.
org/news-insights/media-coverage/pandemics-humans-are-culprits. Acesso em: 21 jul. 2020.
WATTS, N. et al. The 2019 report of The Lancet countdown on health and climate 
change: ensuring that the health of a child born today is not defined by a changing 
climate. The Lancet, v. 394, nº. 10211, p. 1836–1878, nov. 2019.
Leituras recomendadas
ANDRADE, A. L. M.; LIMA, E. R.; GOMES, A. C. A. A importância do desenvolvimento de projetos 
e tecnologias sociais na promoção da educação ambiental na comunidade Requenguela, 
Icapuí-CE. Cadernos de Ciências & Tecnologia, v. 1, nº. 3, p. 318–331, dez. 2019. Disponível em: 
https://revistas.uece.br/index.php/CCiT/article/view/2073/1858. Acesso em: 21 jul. 2020.
BRASIL. Objetivos de desenvolvimento sustentável. 2016. Disponível em: http://www.
itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/20160119-ODS.pdf. Acesso em: 21 jul. 2020.
Saúde humana e educação ambiental16
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
CARVALHO, D. L. Educação ambiental na avaliação de impacto ambiental: análise dos 
programas de educação ambiental no âmbito do licenciamento ambiental federal de 
hidrelétricas. 2019. 90 f. Dissertação (Mestrado em Qualidade Ambiental) — Instituto 
de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2019. Disponível 
em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/25175/1/Educa%c3%a7%c3%a3o
AmbientalAvalia%c3%a7%c3%a3o.pdf.Acesso em: 21 jul. 2020.
EVANS, T. S. et al. Suspected exposure to filoviruses among people contacting wildlife 
in southwestern Uganda. The Journal of Infectious Diseases, v. 218, suppl. 5, dez. 2018. 
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6927880/. Acesso 
em: 21 jul. 2020.
GARCIA, R.; CARVALHO, V. B. de; CARNEIRO, W. Práticas em educação ambiental no 
ensino médio: o uso e destilação de fermentado de caldo de cana de açúcar como 
ferramenta didática para a educação básica. Revista Brasileira De Educação Ambiental, 
v. 14, nº. 2, p. 268–276, jun. 2019. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.
php/revbea/article/view/6830/6983. Acesso em: 21 jul. 2020.
17Saúde humana e educação ambiental
DICA DO PROFESSOR
A saúde humana e a degradação ambiental estão intimamente relacionadas e dessa ligação 
podem surgir novas patologias. Animais silvestres carregam seus próprios vírus e muitos são 
potencialmente perigosos ou letais para o ser humano, que, com o transbordamento, pode passar 
a fazer parte de um ciclo que não era dele.
Nesta Dica do Professor, você entende as possíveis origens das três patologias geradas pelos 
coronavírus.
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EXERCÍCIOS
1) Desastres como o de Mariana (MG), com o rompimento da barragem de rejeitos, 
geram diversos impactos ambientais, como contaminação de rios e sedimentos, 
contaminação atmosférica e do solo, alteração dos ciclos de vetores, hospedeiros e 
reservatórios de doenças, danos às habitações e infraestruturas e impactos 
socioeconômicos.
Quais os possíveis efeitos na saúde decorrentes de impactos ambientais que geram 
alteração dos ciclos de vetores, hospedeiros e reservatórios de doenças?
A) Diarreia, gastroenterite, parasitoses, mordeduras, picadas e arboviroses.
B) Danos em órgãos-alvo específicos e no sistema nervoso, e diabetes mellitus.
C) Transtornos mentais, picadas, dermatite, parasitoses e mordeduras.
D) Infecções das vias aéreas superiores, asma, diarreia, gastroenterite e zika.
E) Hipertensão arterial sistêmica, parasitose, diarreia, gastrenterite e zika.
2) A poluição atmosférica gera diversos problemas à saúde. Segundo especialistas, 
alguns surgem em curto prazo e outros em longo prazo, proporcionalmente ao tempo 
de exposição.
Assinale a alternativa que indica problemas referentes a efeitos a curto prazo da 
exposição à poluição atmosférica em dias de alta concentração de poluentes.
A) Aumento das chances de câncer pulmonar.
B) Problemas pulmonares.
C) Problemas cardiovasculares.
D) Irritação na garganta.
E) Redução da qualidade de vida.
3) A educação ambiental é um tema transversal fundamental, que deve ser abordado na 
educação formal e não formal. Ele deve servir como uma ferramenta para a 
conscientização da importância do meio ambiente, gerando diversos benefícios para a 
coletividade.
Assinale a alternativa que indica corretamente um dos objetivos da educação 
ambiental.
A) Garantir a democratização das informações ambientais.
B) Estimular a educação ambiental sem o fortalecimento de consciência crítica.
C) Promover a compreensão individual do meio ambiente.
D) Estimular a cooperação para uma sociedade ambientalmente desequilibrada.
E) Trabalhar individualmente a qualidade ambiental e o exercício da cidadania.
4) A poluição atmosférica é uma preocupação atual. Poluentes perigosos e compostos 
tóxicos são responsáveis por diversas patologias, como danos ao sistema nervoso 
central e imunológico, e má-formação congênita. O sistema respiratório é o primeiro 
a responder negativamente à poluição atmosférica devido à inativação do batimento 
ciliar e à alteração do olfato. Alguns poluentes têm efeito acumulativo, o que aumenta 
as consequências para a saúde ao longo do tempo.
Assinale a alternativa que indica um poluente com efeito acumulativo.
A) Chumbo.
B) Arsênico.
C) Oxidantes fotoquímicos.
D) Óxidos de enxofre.
E) Monóxido de carbono.
5) Segundo especialistas, a longo prazo, a degradação do ecossistema e da 
biodiversidade e as mudanças climáticas antropogênicas irão retornar ao ser 
humano. Vidal (2020) afirma que “ao conduzir estradas para florestas, fragmentar 
ecossistemas, minerar em áreas remotas e incentivar o comércio global, não estamos 
apenas destruindo a vida selvagem, mas criando as condições perfeitas para que 
novas doenças surjam e se voltem contra nós”. Muitas vezes, o desmatamento leva ao 
surgimento de populações nas proximidades e faz o elo com o homem para um novo 
ciclo de uma patologia em uma localidade em que ela não existia. Assim, alguns 
vetores aumentam a incidência em terras recentemente desmatadas.
Assinale a alternativa que indica corretamente uma patologia cujo vetor não 
corresponde à característica de preferência por áreas desmatadas.
A) Malária.
B) Vírus HIV.
C) Dengue.
D) Doença de Lyme.
E) Vírus do Nilo Ocidental.
NA PRÁTICA
A educação formal é necessária para a formação do cidadão. Trabalhar a conscientização 
ambiental com as crianças na escola é oferecer-lhes a possibilidade de melhorar a qualidade de 
vida da população local. O sucesso de um bom projeto de educação ambiental está em uma ação 
integrada entre escola, alunos, pais e comunidade.
Confira, neste Na Prática, um estudo de caso fictício, baseado em fatos, de um projeto de 
educação ambiental que resolveu o problema de falta de verba para a alimentação de alunos e 
consolidou a conscientização ambiental.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Doença de Lyme-Símile brasileira ou síndrome baggioyoshinari: zoonose exótica e 
emergente transmitida por carrapatos
Neste artigo, você aprende sobre a síndrome baggioyoshinari, ou doença de Lyme-Símile 
brasileira, uma zoonose emergente transmitida pelo carrapato. Você também entende o 
surgimento dos primeiros casos no Brasil e suas semelhanças com a doença de Lyme.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A educação ambiental como estratégia de prevenção e combate à dengue e o índice 
epidemiológico da dengue no Município de Ituiutaba (MG) no período de 2010 a 2016
Este artigo aprofunda seu conhecimento sobre a dengue, demonstra a necessidade de educação 
ambiental e indica o que pode levar a um aumento drástico da proliferação do mosquito.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Práticas em educação ambiental
Este vídeo traz uma palestra ministrada pela professora Márcia Lapa Frasson, na qual ela conta 
sua experiência de 30 anos de trabalho em educação ambiental.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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