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6 1 - Dinâmica da Circulação

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Dinâmica da Circulação
APRESENTAÇÃO
O sistema circulatório é um conjunto de tubos (vasos sanguíneos) cheios de líquido (sangue) 
conectados a uma bomba (o coração). Nessa unidade de aprendizagem, você irá aprender sobre 
a dinâmica da circulação: débito cardíaco, volume e fluxo sanguíneo. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o débito cardíaco, o retorno venoso e o fluxo sanguíneo.•
Listar os princípios físicos do fluxo sanguíneo.•
Explicar os fatores que influenciam no retorno venoso.•
DESAFIO
Vamos ao desafio!
A taquicardia é um ritmo cardíaco rápido ou irregular, geralmente envolvendo mais de 100 
batimentos por minuto. Sob essa frequência, o coração não é capaz de bombear eficientemente o 
sangue rico em oxigênio ao seu corpo.
As causas da taquicardia incluem: problemas relacionados ao coração, como pressão arterial 
alta (hipertensão), irrigação sanguínea fraca no músculo cardíaco devido à doença arterial 
coronariana, doença cardíaca valvar, insuficiência cardíaca, doença do músculo cardíaco 
(cardiomiopatia), tumores ou infecções e, também, o estresse emocional ou grandes 
quantidades de bebidas alcoólicas ou cafeinadas.
Sendo assim:
O que pode ocorrer em relação ao débito cardíaco (DC) se o coração bater, patologicamente, 
muito rápido (taquicardia) por um período prolongado? 
INFOGRÁFICO
O esquema a seguir mostra os principais fatores envolvidos na dinâmica da circulação 
sanguínea.
CONTEÚDO DO LIVRO
No capítulo Dinâmica da Circulação, base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura!
BIOFÍSICA E 
FISIOLOGIA
Juliano Vieira da Silva
Dinâmica da circulação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o débito cardíaco, o retorno venoso e o fluxo sanguíneo.
 � Listar os princípios físicos do fluxo sanguíneo.
 � Explicar os fatores que influenciam no retorno venoso.
Introdução
A dinâmica da circulação é um processo complexo realizado pelo sistema 
cardiovascular. Para entendermos essa atividade, além de conhecermos 
o passo a passo do fluxo sanguíneo, também é importante compreen-
dermos qual a relação do fluxo sanguíneo com a volta do sangue ao 
coração (retorno venoso) e os batimentos realizados pelo ventrículo 
esquerdo (débito cardíaco). Essa dinâmica também sofre influências de 
princípios físicos como a pressão e as resistências, que vão nortear as 
ações do sistema cardiovascular. Qualquer alteração nesses elementos 
pode trazer uma demanda maior ao coração na hora do bombeamento 
de sangue. 
Neste capítulo, você vai estudar o conceito de débito cardíaco, retorno 
venoso e fluxo sanguíneo. Também vai ver os princípios físicos do fluxo 
sanguíneo e os fatores que influenciam no retorno venoso.
Débito cardíaco, retorno venoso 
e fluxo sanguíneo
A circulação é um elemento essencial em nosso organismo, pois atende às 
necessidades do nosso tecido, realizando transporte de oxigênio e nutrientes, 
regulando a temperatura e protegendo o corpo (GUYTON; HALL, 2000). 
Entre os processos da circulação, daremos destaque a três: o débito cardíaco, 
o retorno venoso e o fluxo sanguíneo.
O fluxo sanguíneo é capacidade que o sistema cardiovascular tem de 
distribuir o sangue para os mais variados órgãos e partes do corpo. Esse 
fluxo parte do bombeamento do coração, que faz a distribuição para os vasos 
sanguíneos (artérias, veias e capilares), e é levado aos órgãos para depois re-
tornar ao coração (STANFIELD, 2013), como mostra a Figura 1, mais adiante. 
Essas vias onde ocorrem a circulação sanguínea podem ser divididas em dois 
grandes sistemas: a grande circulação, ou circulação sistêmica, e a pequena 
circulação, ou a circulação pulmonar.
A circulação sistêmica leva o sangue oxigenado para órgãos e tecidos, enquanto a 
circulação pulmonar leva o sangue para ser oxigenado pelos pulmões. Outra diferença 
está no percurso que o sangue faz em cada uma. Na circulação sistêmica, o sangue 
sai do coração pelo ventrículo esquerdo, vai pela artéria aorta e é levado aos sistemas 
corporais, onde ocorre a troca gasosa (o oxigênio [O2] fica nos tecidos e o dióxido de 
carbono [CO2] é drenado), e volta ao coração pelas veias cavas com CO2, entrando no 
átrio direito. Na circulação pulmonar, o sangue sai do coração pelo ventrículo direito, 
vai pela artéria pulmonar com CO2 e chega aos pulmões, onde ocorre a troca gasosa 
(CO2 por O2), e volta ao coração pelas veias pulmonares com O2, entrando pelo átrio 
esquerdo (STANFIELD, 2013).
Na Figura 1 podemos visualizar todos os elementos presentes em am-
bas as circulações e as respectivas funções de cada elemento do sistema 
cardiovascular.
Dinâmica da circulação2
Figura 1. Fluxo sanguíneo.
Fonte: Adaptada de Ward e Linden (2014).
À volta do sangue ao coração se dá o nome de retorno venoso (RV). O RV 
acontece pelas veias do átrio direito, ocorrendo a cada minuto (SALGADO; 
FAZEN JUNIOR; SILVA, 2015). Segundo Fox (2007), o RV ocorre a partir 
de dois tipos de veias que nosso corpo possui: as veias superficiais e as veias 
profundas. 
Das veias superficiais, o sangue flui para as veias mais profundas, a partir 
dos músculos. Das veias mais profundas, o sangue vai para o coração e o 
pulmão, onde passa a ser oxigenado. Cabe ressaltar que, no fluxo sanguíneo, o 
sangue sai oxigenado do coração e retorna desoxigenado (STANFIELD, 2013).
3Dinâmica da circulação
Alguns exemplos de veias superficiais que temos em nosso corpo são a veia safena 
magna e a veia safena parva, que transmitem o sangue para as veias profundas. 
Como exemplo de veias profundas temos as veias ilíaca, femoral, poplítea e femoral 
profunda. Elas são separadas pela fáscia de tecidos conjuntivos e pelos músculos.
Uma curiosidade sobre o sangue venoso é que, quando estamos na posição 
de pé, mais da sua metade está localizado em nossas pernas. Sendo assim, 
esses locais passam a ser mais propícios a doenças ou lesões quando o RV não 
ocorre de forma eficaz, sendo a varizes e a trombose as doenças mais comuns 
causadas por essa dificuldade.
Um conceito importante e que tem bastante relação com o RV é o de dé-
bito cardíaco (DC). Salgado, Fazen Junior e Silva (2015) definem-no como 
o volume de sangue bombeado pelo ventrículo esquerdo para a aorta a cada 
minuto. O DC é, habitualmente, expresso em litros por minuto.
Stanfield (2013) aponta que o DC é determinado pela frequência cardíaca 
pelo volume de sangue bombeado por cada ventrículo a cada batimento, 
também chamado de volume sistólico (VS). Sendo assim, para calcular do 
DC, basta aplicarmos a seguinte equação: 
DC = VS × FC
onde:
DC = débito cardíaco
VS = volume sistólico
FC = frequência cardíaca
Vejamos um exemplo de aplicação dessa equação. Em repouso, a frequência 
cardíaca (FC) de uma pessoa adulta gira em torno de 72 bpm e o seu VS fica 
em torno de 70 mL; assim, o DC fica em torno de 0,5 L/min.
Dinâmica da circulação4
Salgado, Fazen Junior e Silva (2015) apontam que há uma ampla relação 
entre o DC e o RV: ambos designam o fluxo sanguíneo total em um circuito 
fechado e, quando há um equilíbrio nesse circuito, eles têm números iguais ou 
bastante semelhantes. E, sendo um circuito fechado, o DC do lado esquerdo 
do coração não pode ser diferente do DC do lado direito.
Os mesmos autores apontam que certos elementos podem fazer alguns 
fatores alterarem o fluxo sanguíneo, podendo afetar o RV e o DC e trazendo 
assim uma discrepância entre os números entre si — as alterações agudas na 
contratilidade miocárdica, a resistência periférica total e o volume sanguíneo 
são alguns deles. 
Princípios físicos do fluxo sanguíneo
Os estudos dos princípios físicos que governam o fluxo sanguíneo pelos vasos 
e o coração são feitos por uma ciência chamada de hemodinâmica. Em uma 
visão geral da dinâmica da circulação em nosso corpo, Guyton e Hall (2000) 
aponta que os princípios físicos norteadores no sistema cardiovascular são 
a pressão, aresistência e o fluxo sanguíneo, cuja relação você pode ver na 
Figura 2. 
Por fluxo sanguíneo entende-se a quantidade de sangue que passa por 
determinado ponto da circulação em determinado período. Segundo Wanderley 
(2005, p. 24):
Embora o fluxo total de sangue seja determinado pelo débito cardíaco (a 
quantidade de sangue que o coração é capaz de bombear por minuto, o fluxo 
de sangue para áreas específicas do corpo pode variar num dado período de 
tempo. Os órgãos diferem quanto às suas necessidades, de um momento para 
outro, e os vasos sanguíneos podem sofrer ou não constrição, por parte de seus 
diversos mecanismos de controle, no intuito de regular o fluxo sanguíneo local 
para as diversas áreas, em resposta às necessidades imediatas dos tecidos. O 
fluxo sanguíneo pode, consequentemente, aumentar em algumas regiões e 
diminuir em outras regiões, simultaneamente.
Conforme Guyton e Hall (2000), o fluxo sanguíneo é determinado por dois 
fatores: a diferença de pressão entre as duas extremidades do vaso, que é a 
força que empurra o sangue adiante pelo vaso, e o obstáculo ao fluxo sanguíneo 
pelo vaso, que é denominado resistência vascular. Acompanhe a Figura 2.
5Dinâmica da circulação
Figura 2. Interrelação pressão, resistência e fluxo.
Fonte: Adaptada de Guyton e Hall (2000).
P1 P2
Gradiente 
de pressão
Resistência
Fluxo
sanguíneo
A pressão é a força que o sangue exerce contra a parede de um vaso 
sanguíneo dividida pela área do vaso; “devido à atividade cardíaca, a pressão 
é maior no trecho, de qualquer artéria, que fica do lado do coração. Por um 
curto período de tempo, no final da sístole, há uma inversão. E, no período 
diastólico, o sangue arterial vai da artéria para as coronárias; portanto, se 
aproximando do coração” (WANDERLEY, 2005, p. 25).
A pressão é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). Quando se mede a pressão 
e ela é de 90 mmHg, isso quer dizer que a força exercida é suficiente para elevar a 
coluna de mercúrio até o nível de 90 mm de altura. Quando ela é de 130 mmHg, a 
pressão eleva a coluna até os 130 mm. São extraídos dois números da pressão, que 
correspondem à sístole e à diástole, para a aferição da pressão. Segundo especialistas, 
a pressão arterial adequada encontra-se entre 70 e 110 mmHg (GUYTON; HALL, 2000). 
Um dos elementos físicos que tem efeitos na pressão é a resistência perifé-
rica. Por resistência periférica entende-se a “[...] oposição ao fluxo sanguíneo 
resultante do atrito que se desenvolve à medida que o sangue passa, numa 
corrente, pelos vasos sanguíneos” (WANDERLEY, 2005, p. 25).
Dinâmica da circulação6
De acordo com Guyton e Hall (2000), a resistência periférica não pode ser 
medida por qualquer meio direto. No entanto, ela pode ser calculada a partir 
das medidas do fluxo sanguíneo e das diferenças de pressão no vaso. Quando 
a diferença de pressão entre dois pontos no vaso é de 1 mmHg e o fluxo é 
de 1 mL/s, diz-se que a resistência é de 1 unidade de resistência periférica.
Para Wanderley (2005), três fatores vão afetar a resistência dos vasos:
 � viscosidade do sangue;
 � raio do vaso;
 � comprimento do vaso.
A viscosidade é a concentração de glóbulos vermelhos no sangue. Dessa 
forma, no vaso se caracteriza sua “espessura” e é causada pela presença de 
proteína e de elementos do plasma (a parte fluída do sangue). Wanderley (2005) 
aponta que, quando há o aumento da medida da viscosidade, a velocidade 
do fluxo sanguíneo no tubo decresce. O autor ainda aponta que, em pessoas 
normais, essa viscosidade dificilmente terá alterações, a não ser que haja 
células sanguíneas a mais ou a menos. A viscosidade que o sangue normal 
possui é três vezes maior do que a viscosidade da água. Em pessoas anêmicas, 
ela o fluxo sanguíneo é mais rápido, porque a viscosidade do sangue é menor.
Wanderley (2005, p. 25) aponta o controle do raio do vaso sanguíneo como 
o principal método para controlar o fluxo sanguíneo:
Para se entender melhor porque o raio tem um efeito tão pronunciado no fluxo 
sanguíneo, há que se explorar a relação física entre o sangue e a parede do 
vaso. Em contato direto com a parede do vaso, o sangue flui relativamente 
devagar por causa do atrito entre ele e o revestimento interno do vaso. O fluido 
no centro do vaso (ao redor do eixo), em contraste, flui mais livremente, pois 
não está se “esfregando” na parede. Quando se contrasta vasos de raio grande 
com vasos de raio pequeno, vê-se que, proporcionalmente, mais sangue está em 
contato com a parede nos vasos de raio menor, e, portanto, o fluxo sanguíneo 
é notadamente “freado” nos vasos de raio pequeno”.
Qualquer pequena alteração que ocorra em um raio de um vaso sanguí-
neo vai ocasionar uma enorme sobrecarga para o coração, pois ele precisará 
fornecer uma energia anormal para manter o fluxo sanguíneo dentro dos 
padrões normais, tendo que produzir pressões mais altas para levar a mesma 
quantidade de sangue ao corpo.
7Dinâmica da circulação
Vejamos um exemplo, tendo por base uma pressão de 120mm Hg. Quando não há 
oclusão no vaso, o fluxo é de 100 cm/m e a pressão necessária para restaurar o fluxo 
normal é de 120 mmHg. Quando há oclusão de 20% no vaso, o fluxo cai para 41 
cm/m e a pressão necessária para restaurar o fluxo normal sobe para 293 mmHg. Já 
uma oclusão de 50% no vaso tem um fluxo de 6,3 cm/m e a pressão necessária para 
restaurar o fluxo normal aumenta para 1.920 mmHg; uma oclusão de 80% no vaso 
tem um fluxo de 0,16 cm/m e a pressão necessária para restaurar o fluxo normal é de 
75.000 mmHg (WEISMULLER; PINTO; BISCH, 2010).
Sendo assim, a resistência vai acontecer nos vasos de menores calibres, 
como os capilares e as arteríolas. 
Também cabe ressaltar que há uma diferença no fluxo ao longo de um tubo 
cilíndrico. No tubo laminar há maior velocidade e um grande contato com 
as paredes dos vasos; já o tubo turbulento vai ter um movimento de fluxo 
bastante desorganizado, com muitas direções, caracterizando-se por ser um 
redemoinho (WANDERLEY, 2005).
Para realizar o cálculo do fluxo sanguíneo basta aplicar a seguinte equação: 
diferença de pressão/ resistência
Fatores que influenciam o retorno venoso
Vamos agora abordar os fatores influenciadores do processo de retorno ve-
noso (RV) realizado pelo sistema cardiovascular. Relembrando que o RV é o 
sangue desoxigenado que volta ao coração pelas veias do átrio direito. Reveja 
a dinâmica da circulação no coração na Figura 3. 
Dinâmica da circulação8
Figura 3. Circulação normal com volumes cardíacos direito e esquerdo (em mmHg). Satu-
ração representativa de O2 do coração: lado direito = 75%; lado esquerdo = 95%. AO, aorta; 
VCI, veia cava inferior; LA, átrio esquerdo; VE, ventrículo esquerdo; PA, artéria pulmonar; 
PV, veias pulmonares; RA, átrio direito; VD, ventrículo direito; SVC, veia cava superior.
Fonte: MSD ([201-?])
Silbernagl e Despopoulos (2009) apontam que o retorno venoso é influen-
ciado por inúmeros fatores, entre os quais: 
 � pressão arterial que se mantém após a passagem pelos capilares (cerca 
de 15 mmHg);
 � pressão negativa gerada na sístole por meio do abaixamento do nível 
das valas cardíacas;
 � pressão que a musculatura esquelética, ao fazer a contração, exerce sobre 
as veias (chamada de bomba muscular, que é a contração dos músculos 
esqueléticos, principalmente, realizada pelos músculos localizados na 
região da panturrilha, com destaque para o gastrocnêmio) e as valvas 
das veias, que inibem o fluxo do sangue no sentido incorreto;
9Dinâmica da circulação
 � pressão intra-abdominal positiva, causada pela inspiração, juntamente 
com a pressão intratorácica negativa, que dilata as veias torácicas, ge-
rando uma sucção. A pressão intratorácica negativa facilita a passagem 
dos segmentos inferiores da veia cava para o segmento torácico, agindo 
de maneira rítmica e alternada sobre a chegada do sangue venoso ao 
coração, como uma bomba, ora aspirante, ora premente. 
Os mesmos autores ainda destacam que, na posição ortostática, os vasos 
das pernassão sobrecarregados com uma espécie de coluna de sangue, ou 
seja, uma pressão hidrostática adicional:
As veias, cujas paredes cedem com facilidade (em comparação com as artérias), 
se dilatam e acumulam cerca de 0,4 litro de sangue. Esse sangue é subtraído 
do denominado volume sanguíneo central (principalmente da circulação 
pulmonar). Com isso, diminui o retorno venoso ao coração esquerdo e, con-
sequentemente, o volume sistólico e o débito cardíaco. Para evitar a queda 
acentuada da pressão arterial ocorre uma elevação da frequência cardíaca e 
da resistência periférica (SILBERNAGL; DESPOPOULOS, 2009, p. 206).
O acúmulo do sangue ocorre em maior quantidade na posição ereta estática 
do que durante a realização de uma atividade ou exercício físico. Lembrando 
que essa região dos membros inferiores, como vimos anteriormente, favorece 
bastante ao retorno venoso.
Um exemplo é a contração muscular realizada durante a marcha, que faz com que os 
músculos se modifiquem tanto em forma como em volume, comprimindo as veias 
profundas contidas nas pernas. Ao contrair, o músculo encurta o diâmetro longitudinal e, 
consequentemente, aumenta o diâmetro transversal. Esse aumento na espessura acaba 
por espremer as veias intermitentemente, a cada passo. Dessa forma, o sangue esvaziado 
segue o sentido orientado pelo sistema valvular (SILBERNAGL; DESPOPOULOS, 2009).
Dinâmica da circulação10
Ainda nos membros inferiores ocorre o chamado coração venoso do pé. 
Nessa região do corpo temos uma vasta rede de veias com volume aproximado 
de 30 a 40 mililitros de sangue. Ao pisar, essas redes são espremidas, sendo 
injetadas sob a pressão na circulação da perna, facilitando o retorno venoso.
Ainda são considerados elementos importantes para o retorno venoso, 
segundo Mello (1998).
 � Vis a tergo — é a contração do ventrículo esquerdo. Esse ventrículo é 
o que possui maior ação no retorno venoso.
 � Ação do diafragma na respiração — com a contração do músculo do 
diafragma, cria-se um espaço na cavidade torácica, favorecendo assim 
o retorno venoso
 � Batimento arterial dos troncos vásculo-nervosos — ocasiona um au-
mento na pressão intravasal na veia adjacente, que aumenta a progressão 
sanguínea. A pulsação das artérias também atinge lateralmente as 
veias satélites, e o invólucro conjuntivo que as une serve de apoio para 
espremer, propiciando a fluência do sangue no sentido do coração. 
 � Válvulas venosas — as válvulas bicúspides localizadas nos trajetos 
venosos orientam o sentido da circulação e fragmentam a coluna líquida, 
parcelando assim o esforço necessário para a progressão do sangue. 
 � Contração da parede da veia — ainda que dotada de musculatura lisa, 
escassa, a parede das veias, pelo menos nas de calibre médio, tem certo 
contingente para contribuir na progressão do sangue em seu interior. 
Confira no link a seguir mais detalhes sobre as veias e o retorno venoso. Quem fala é 
o professor Paulo Orlando Pavani. 
https://qrgo.page.link/miMcX
11Dinâmica da circulação
GUYTON, A.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2000.
FOX, S. I. Fisiologia humana. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2007.
MELLO, A. Angiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
MSD. Dinâmica da circulação: coração. [201-?]. Disponível em: https://www.msdmanuals.
com/-/media/manual/professional/images/ped_total_anomalous_pul_venous_re-
turn_pt.gif?la=pt&thn=0. Acesso em: 3 set. 2019.
SALGADO, H.; FAZEN JUNIOR, R.; SILVA, V. As veias e o retorno venoso. [S. l.], 2015. Dispo-
nível em: https://pt.slideshare.net/RaianaPereira2/retorno-venoso-48124957. Acesso 
em: 27 ago. 2019.
SILBERNAGL, S.; DESPOPOULOS, A. Fisiologia: texto e atlas. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2009.
STANFIELD, C. L. Fisiologia humana. 5. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
WANDERLEY, A. Sobre a dinâmica do sistema cardiovascular. 2005. Dissertação (Mestrado 
em Engenharia Elétrica)- Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005. Disponível 
em: https://www.ufpe.br/documents/39830/1359036/115_AndreWanderley/170f67d9-
f9c0-467c-ae6b-dce830710a90. Acesso em: 27 ago. 2019.
WARD, J.; LINDEN, A. Fisiologia básica: guia ilustrado de conceitos fundamentais. 2. ed. 
Barueri, SP: Manole, 2014.
WEISMULLER, G.; PINTO, N. M. A. C.; BISCH, P. M. Biofísica. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 
2010. v. 2. Disponível em: https://canalcederj.cecierj.edu.br/012016/d2d629655953c8de-
d240955e7045eba1.pdf. Acesso em: 27 ago. 2019.
Leituras recomendadas
TARINI, V. A. F. et al. Calor, exercício físico e hipertermia: epidemiologia, etiopatogenia, 
complicações, fatores de risco, intervenções e prevenção. Revista Neurociências, v. 
14, n. 3, jul./set. p. 144−152, 2006. Disponível em: http://revistaneurociencias.com.
br/edicoes/2006/RN%2014%2003/Pages%20from%20RN%2014%2003-5.pdf. Acesso 
em: 27 ago. 2019.
VILELA, A. L. M. Anatomia e fisiologia humanas: sistema cardiovascular. Brasil, 2019. 
Disponível em: http://www.afh.bio.br/cardio/Cardio2.asp. Acesso em: 27 ago. 2019.
Dinâmica da circulação12
DICA DO PROFESSOR
A seguir, você irá assistir a um vídeo abordando os seguintes tópicos: conceitos e fatores que 
influenciam o débito cardíaco, retorno venoso e fluxo sanguíneo.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) A resistência vascular periférica:
A) É inversamente proporcional ao comprimento do leito vascular.
B) É inversamente proporcional à viscosidade do sangue.
C) É inversamente proporcional ao diâmetro das arteríolas.
D) Aumenta quando há diminuição das hemoglobinas, como na anemia.
E) Diminui na obesidade.
2) Qual dos seguintes fatores pode levar à diminuição do retorno venoso para o 
coração?
A) Um aumento do volume de sangue.
B) Um aumento na pressão venosa.
C) Um dano às valvas venosas.
D) Uma atividade muscular aumentada.
E) Um aumento da pré-carga.
3) Quais os vasos mais importantes para controlar o fluxo sanguíneo?
A) Artérias.
B) Arteríolas.
C) Capilares.
D) Vênulas.
E) Veias.
4) O débito cardíaco (DC) pode ser aumentado quando:
A) Diminui o volume sistólico.
B) Diminui a frequência cardíaca e o volume sistólico.
C) Diminui o retorno venoso.
D) Diminui a frequência cardíaca.
E) Aumenta a frequência cardíaca.
Em relação aos princípios físicos aplicados a circulação sanguínea, assinale a 5) 
alternativa correta:
A) O aumento da velocidade de fluxo, provocado por uma constrição arterial, pode alterar o 
padrão de fluxo sanguíneo que passa de fluxo turbulento a fluxo laminar.
B) O fluxo sanguíneo nos vasos retos é normalmente laminar, portanto, no centro da corrente, 
em um vaso sanguíneo, espera-se que a velocidade do sangue seja menor.
C) A fluxo constante, velocidade média do sangue em um capilar é maior do que na aorta.
D) O fluxo sanguíneo não pode ser alterado pelo calibre dos vasos e artérias.
E) A resistência ao fluxo do sangue é determinada pelo raio dos vasos sanguíneos e pela 
viscosidade do sangue.
NA PRÁTICA
Veias varicosas são veias que se tornaram tortuosas e dilatadas por causa de valvas 
incompetentes (vazantes).
Mais de 15% dos adultos apresentam veias varicosas, em geral, nos membros inferiores. 
Vários fatores contribuem para isso, incluindo a hereditariedade e as condições que 
dificultam o retorno venoso, como postura prolongada de pé na mesma posição, obesidade 
e gravidez.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Sistema Circulatório - Débito cardíaco
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
BARRET, K; BARMAN S.; BOITANO, S. Fisiologia Médica de Ganong, Cap. 31. 24a 
edição. Porto Alegre: Artmed, 2014.
MARTINI, F; TIMMONS M.; TALLITSCH R. Anatomia Humana, Cap. 21 e 22. 6a 
edição. Porto Alegre: Artmed, 2009.

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