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5 1 - Desigualdades sócio-raciais e políticas públicas

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Desigualdades sócio-raciais e políticas 
públicas
APRESENTAÇÃO
Para obter entendimento do processo de construção das desigualdades históricas no Brasil, é 
importante resgatar as práticas sociais que estabeleceram um paralelo com as condições de 
diferenças reproduzidas na sociedade contemporânea.
Minorias sociais com negros, índios, pessoas com deficiência, mulheres e outros segmentos 
sofrem até hoje consequências dessa cultura patriarcal, escravocrata e exploradora. Esta somente 
poderá ser superada por meio do reconhecimento dessas problemáticas e da implantação de 
políticas públicas substanciais e inclusivas que busquem o rompimento desses paradigmas e 
primem pelo respeito em vista da emancipação e autonomia desses sujeitos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá etapas do processo histórico de construção das 
desigualdades, bem como exemplos de políticas públicas e práticas que possam promover o 
rompimento com essas problemáticas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as desigualdades sociorraciais presentes na história do Brasil.•
Apontar políticas públicas brasileiras para afrodescendentes, indígenas, mulheres e 
minorias diversas.
•
Discutir acerca do alcance das políticas públicas de enfrentamento às desigualdades no 
Brasil.
•
DESAFIO
Em 24 de julho de 1991 foi sancionada a Lei n.º 8.213 que, dentre outras providências, trata no 
artigo 93 da reserva de vagas a serem destinadas para a inclusão de pessoas com deficiências no 
mercado de trabalho.
Suponha que você seja contratado para atuar como assistente social em uma determinada 
empresa e tem por missão adequar a instituição à legislação vigente no que tange a inclusão de 
pessoas com deficiência no seu quadro funcional. 
Cite quais estratégias você poderá utilizar para trabalhar essa questão, promovendo a 
mobilização, a capacitação e a inclusão desses indivíduos, cumprindo com o que determina a lei.
INFOGRÁFICO
É possível perceber ao longo da história do Brasil que a formação da nação se deu com base nos 
preceitos de uma sociedade firmada sobre os princípios patriarcais, escravagista, que acabaram 
por impulsionar um processo de reprodução das desigualdades sociais que podem ser sentidas 
ainda nos dias de hoje.
A pesquisa Retrato das desigualdades de gênero e raça, realizada pelo Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada (Ipea), mostra que a mulher e o negro são dois dos segmentos que mais 
foram estigmatizados em nossa sociedade e isto acaba por refletir de diversas formas, dentre as 
quais no processo de distribuição de renda no país. 
Neste Infográfico, veja como ocorre a distribuição da renda média da população segundo sexo e 
cor/raça no Brasil.
CONTEÚDO DO LIVRO
Neste capítulo há um resgate histórico acerca do surgimento dos processos que culminaram nas 
expressões das desigualdades sociorraciais e das demais formas de violência e exploração 
exercidas sobre as mais diversas minorias sociais que se apresentam em nosso país.
Também são colocadas algumas das consequências trazidas pela cultura patriarcal que 
determina o homem como detentor do poder político, moral e de privilégios sociais sobre outros 
segmentos, em especial, as mulheres.
Leia o capítulo Desigualdades sociorraciais e políticas públicas, da obra Questão Social, 
Direitos Humanos e Diversidade (Projeto Integrador), que traz apontamentos sobre os 
processos de identificação das desigualdades sociorraciais presentes na história do país desde os 
primórdios da colonização. Nele, você compreenderá como ocorrem as ações que culminam na 
reprodução dos preconceitos sociais e verá alguns apontamentos sobre os desafios para o 
enfrentamento dessas situações na contemporaneidade.
Boa leitura.
QUESTÃO SOCIAL, 
DIREITOS HUMANOS 
E DIVERSIDADE
Anderson Barbosa 
Scheifler
Desigualdades sociorraciais 
e políticas públicas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as desigualdades sociorraciais presentes na história do Brasil.
  Apontar políticas públicas brasileiras para afrodescendentes, indígenas, 
mulheres e minorias diversas.
  Discutir acerca do alcance das políticas públicas de enfrentamento 
às desigualdades no Brasil.
Introdução
Neste capítulo, você vai ver como se constituem as desigualdades so-
ciorraciais e demais formas de violência e exploração das minorias sociais 
existentes no Brasil. Para isso, você vai conhecer algumas das consequ-
ências da cultura patriarcal. Como você sabe, tal cultura caracteriza o 
homem como detentor do poder político e moral e de privilégios sociais 
sobre outros segmentos, em especial as mulheres. 
A ideia é que você acompanhe alguns exemplos de políticas pú-
blicas e reflita sobre a situação das minorias na atualidade. Além disso, 
você deve atentar aos desafios para o combate a todas as formas de 
desigualdade em um cenário de violência estrutural e exploração 
do capital.
Desigualdades históricas
Para entender as mazelas sociais e as diferentes expressões da desigualdade 
que afl igem o Brasil hoje, você precisa conhecer um pouco da história desses 
processos. Tal história é complexa e começa há cerca de 500 anos. Por volta 
de 1530, o Brasil passava por um processo de organização econômica e 
civil. Os portugueses, que já tinham experiências consolidadas em colônias 
tropicais, como a Índia e a África, trataram de estabelecer por aqui um sis-
tema de exploração que seria considerado a experiência mais signifi cativa já 
praticada por eles até então. A agricultura como base fi nanceira, a estrutura 
patriarcal da família, o trabalho escravo e a miscigenação do português com 
as nativas (índias) criaram as condições necessárias para o estabelecimento 
da cultura econômica e social do invasor (FREYRE, 2006).
A experiência trazida ao Brasil pelos portugueses que chegavam de outras 
colônias levou à implantação de conhecimentos e técnicas que permitiram 
o cultivo de plantas alimentares. Elas foram transplantadas com êxito para 
o meio agrícola, adaptando-se ao clima tropical e permitindo o trabalho 
do negro em larga escala. O cristianismo social, com foco na família mais 
do que na Igreja, entre outros fatores, favoreceu o processo de colonização 
da América Portuguesa. Tal colonização se estabeleceu sobre os pilares 
da escravidão, da casa-grande e da família patriarcal. Outra característica 
desse processo de formação social e cultural da sociedade brasileira eram 
as famílias constituídas por muito membros, infladas por filhos bastardos 
e dependentes dos patriarcas, que eram, nas palavras de Gilberto Freyre 
(2006, p. 85), “[...] mais femeeiros na sua moral sexual [...]”.
Assim, a família colonial brasileira instaurou-se sobre as bases da riqueza 
agrícola e do trabalho escravo. Tais elementos determinariam as funções 
econômicas e sociais fundantes da cultura política que se formou. Ainda 
hoje é possível visualizar essas características, moldadas pelos princípios 
da oligarquia e do nepotismo. Os padres da época, em oposição à sociedade 
colonial, defendiam a fundação de uma santa república de índios “domes-
ticados” para Jesus. Tinham por objetivo apropriar-se dos nativos para que 
eles trabalhassem em suas propriedades, eliminando todas as formas de 
autonomia familiar ou individual desses sujeitos. Eles eram trajados de 
maneira uniforme, tal qual crianças em um orfanato ou internos de algum 
estabelecimento similar característico do período. É importante destacar 
aqui que o termo “orfanato” não faz parte da política atual de acolhimento 
institucional executada no Brasil e regida pelos princípios do Estatuto da 
Criança e do Adolescente (ECA).
Desigualdades sociorraciais e políticas públicas2
Os religiosos da época eram conhecidos como jesuítas. Os primeiros que vieram ao 
Brasil chegaram com o primeiro governador-geral da colônia, Tomé de Sousa, em 
1549. Eles eram liderados por Manuelda Nóbrega e tinham como principal missão 
cristianizar os nativos e zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial. 
Os jesuítas construíram locais chamados “missões”, onde combinavam a catequese 
dos nativos com a sua utilização como mão de obra para a produção de tudo o que 
a missão precisasse. Para que exercessem seu trabalho na colônia, inicialmente, foi 
necessário criar uma comunicação com os nativos, uma vez que eles falavam tupi e os 
jesuítas falavam português. Assim, o padre José de Anchieta desenvolveu um manual 
que auxiliava na comunicação dos jesuítas com os nativos. Nesse período da história 
brasileira, o idioma mais comum aqui era a língua geral, que mesclava elementos do 
português com idiomas nativos (SILVA, 2008).
Quanto à cultura alimentar da sociedade brasileira desse período, cabe 
destacar o registro de Gilberto Freyre no clássico Casa-Grande & Senzala:
Mais bem alimentados [...] eram na sociedade escravocrata os extremos: os 
brancos das casas-grandes e os negros das senzalas. Natural que dos escravos 
descendam elementos dos mais fortes e sadios da população. Os atletas, os ca-
poeiras, os cabras, os marujos. E que da população média, livre mas miserável, 
provenham muitos dos piores elementos; dos mais débeis e incapazes. É que 
sobre eles principalmente é que têm agido, aproveitando-se da sua fraqueza 
de gente mal alimentada, a anemia palúdica, o beribéri, as verminoses, a 
sífilis, a bouba. [...] Do que pouco ou nenhum caso tem feito essa sociologia, 
mais alarmada com as manchas da mestiçagem do que com as da sífilis, mais 
preocupada com os efeitos do clima do que com os de causas sociais suscetíveis 
de controle ou retificação, e da influência que sobre as populações mestiças, 
principalmente as livres, terão exercido não só a escassez de alimentação, 
devido à monocultura e ao regime do trabalho escravo, como a pobreza quí-
mica dos alimentos tradicionais que elas, ou antes, que todos os brasileiros, 
com uma ou outra exceção regional, há mais de três séculos consomem, é da 
irregularidade no suprimento e da má higiene na conservação e na distribuição 
de grandes partes desses gêneros alimentícios. São populações ainda hoje, 
ou melhor, hoje mais do que nos tempos coloniais, pessimamente nutridas 
(FREYRE, 2006, p. 96–97).
3Desigualdades sociorraciais e políticas públicas
Os senhores de escravos aprenderam desde cedo que, para melhorar o 
rendimento e a eficiência do trabalho do negro em suas propriedades, a alimen-
tação seria um fator fundamental. Ela era necessária para conservar o negro 
e manter sua eficiência nas tarefas. O negro, enquanto seu capital e máquina 
de trabalho, obtinha alimentação farta e reparadora. Embora ainda não fosse 
nenhum primor da culinária, a alimentação dos escravos era, em grande parte, 
abundante em milho, toucinho, feijão e outros alimentos necessários para 
mantê-los produtivos nas tarefas que lhes fossem designadas. Esses gastos 
com alimentação nada mais eram do que investimentos para obter melhoria 
na produção. Os negros continuavam sendo tratados de forma desumana e 
sofriam os mais diversos abusos por parte de seus senhores.
A escravidão no Brasil se consolidou como uma experiência de longa duração que 
marcou diversos aspectos da cultura e da sociedade brasileira. Mais do que uma 
simples relação de trabalho, a existência da mão de obra escrava africana fixou um 
conjunto de valores na sociedade brasileira em relação ao trabalho, aos homens e 
às instituições. 
Nessa trajetória, é possível identificar a persistência do preconceito racial e social. 
Durante o governo de Dom Pedro II, várias leis de caráter abolicionista foram aplicadas. 
A gradação da política abolicionista traduzia o temor que certos setores da elite tinham 
de um processo de abolição brusco, capaz de promover uma revolta social. A Lei 
Eusébio de Queiroz, de 1850, foi a primeira a proibir o tráfico de escravos para o Brasil. 
Somente quase 40 anos depois, em 1888, a Lei Áurea deu fim ao regime escravista 
brasileiro (SOUSA, 2008).
Nesse processo de gestação de uma nova sociedade, inúmeros fatores seriam 
determinantes para a formação de um povo e uma nação com características, 
cultura e mazelas próprias. A sífilis, depois da má nutrição, talvez tenha sido 
uma das grandes influências sociais do período, trazendo como consequências 
tanto deformações físicas quanto pauperização econômica do mestiço brasileiro. 
A doença trazida pelos primeiros europeus espalhou-se rapidamente pelas praias 
da colônia por meio das relações entre índias e colonizadores. Veja:
Costuma-se dizer que a civilização e a sifilização andam juntas: o Brasil, 
entretanto, parece ter se sifilizado antes de se haver civilizado. Os primeiros 
europeus aqui chegados desapareceram na massa indígena quase sem deixar 
Desigualdades sociorraciais e políticas públicas4
sobre ela outro traço europeizante além das manchas de mestiçagem e de 
sífilis. Não civilizaram: há, entretanto, indícios de terem sifilizado a população 
aborígine que os absorveu (FREYRE, 2006, p. 110).
A miscigenação foi importantíssima para o plano de povoamento da colônia 
brasileira. Por meio dos primeiros colonizadores é que foi preparado o campo 
para o único processo de colonização possível no Brasil, o da formação de uma 
sociedade híbrida por meio da poligamia. Do contato dos primeiros europeus 
com os nativos, resultaram as primeiras camadas de mestiçagem. Isso facilitou 
a penetração da segunda leva de povoadores que aqui vieram se instalar. O 
intercurso sexual entre colonizador e mulher índia se mostraria bem mais 
perverso do que a perturbação por doenças venéreas, o que se deve também 
à relação de submissão e sadismo imposta pelos estrangeiros.
A dominação do homem sobre a mulher não se fixou apenas no meio 
sexual, mas também se estendeu para as relações sociais que se davam entre 
homem europeu e mulheres de raças submetidas ao seu domínio. Toda essa 
cultura de submissão e sadismo do senhor/colonizador/homem sobre escravo/
colonizado/mulher está intimamente ligada à formação econômica e patriarcal 
do Brasil. Isso se relaciona com os inúmeros casos de domínio e abuso sexual 
de mulheres que ocorrem ainda hoje. Nesse contexto, a mulher é reprimida 
social e sexualmente pelo homem e pela sociedade em geral. Ainda com rela-
ção ao período colonial, cabe destaque ao sadismo praticado pelas mulheres, 
esposas dos senhores, sobre seus escravos, especialmente sobre as mulatas, 
muitas vezes por simples ciúme ou inveja sexual (FREYRE, 2006).
Sobre a miscigenação do povo brasileiro, muito se estudou ao longo dos 
séculos. Entre esses estudos, se destaca o relato do viajante suíço Louis Agassiz, 
que esteve no Brasil em 1865 e concluiu seu relato da seguinte forma:
[...] que qualquer um que duvide dos males da mistura de raças, e inclua por 
mal-entendida filantropia e botar abaixo todas as barreiras que a separam, 
venha ao Brasil. Não poderá negar a deterioração decorrente da amálgama 
das raças, mais geral aqui do que em qualquer outro país do mundo, e que 
vai apagando rapidamente as melhores qualidades do branco, do negro e do 
índio, deixando um tipo indefinido, híbrido, deficiente em energia física e 
mental (AGASSIZ, 1896, p. 71).
Essa visão eurocêntrica sintetizada por Agassiz (1896) se estendeu por 
séculos e ainda faz parte do imaginário estrangeiro sobre o Brasil. A imagem 
de paraíso sexual, de país do futebol, das praias e do carnaval, bem como a 
crescente desmoralização das instituições políticas, são reflexo em parte das 
5Desigualdades sociorraciais e políticas públicas
atitudes dos brasileiros, porém demonstram também uma visão preconceituosa 
e superficial sobre a sociedade e a cultura nacionais. 
Sobre o preconceito, Crochík (1995) destaca que os fatores que levam um 
indivíduo a ser ou não preconceituoso perpassam seu processo de socializa-
ção e de formação, em consonância com as transformações sociais vividas 
por ele. Em outras palavras, o ambiente que constituio sujeito é responsável 
pelo desenvolvimento ou não de determinada atitude preconceituosa. Esta se 
manifesta de forma individual, mas é resultado do processo de socialização 
como resposta aos conflitos gerados. Tal socialização é fruto da cultura, 
relacionada com a história vivenciada pelo sujeito. Assim, esses processos 
podem variar historicamente e de acordo com as diferentes culturas. Veja:
[...] os conteúdos do preconceito em relação aos diversos objetos não são 
semelhantes entre si. Aquilo que o preconceituoso imaginariamente percebe 
como sendo o deficiente físico não é o mesmo que imagina ser o deficiente 
mental; o estereótipo sobre o negro de que se utiliza é distinto do estereótipo 
sobre o judeu. Ou seja, cada objeto suscita no preconceituoso afetos diversos 
relacionados a conteúdos psíquicos distintos (CROCHÍK, 1995, p. 12).
A sociedade brasileira é fortemente marcada pela exclusão, pelo preconceito 
e pela discriminação. As questões de gênero, sociais, étnicas e raciais são 
perpetuadas por meio de processos sutis e complexos. Isso se expressa nas 
relações sociais historicamente enraizadas. Nesse sentido, os processos de 
exclusão sempre vitimaram grupos sociais marginalizados por motivos socio-
econômicos. Candau (2003) afirma que exclusão social e discriminação racial 
relacionam-se. Porém, têm diferentes níveis de especificidade e de autonomia. 
Candau (2003) afirma que os afrodescendentes vivem uma situação de 
desvantagem com relação a outras formas de discriminação, pois sofrem com 
disparidades variadas de que são vítimas e também com o encobrimento e a 
dissimulação. Assim, eles mesmos acabam, por vezes, reproduzindo de forma 
inconsciente as discriminações sofridas e carecendo de percepção do processo 
sócio-histórico em que estão inseridos. A apologia à mestiçagem, segundo a 
autora, é uma das formas de dissimulação usadas para amenizar as situações 
de desigualdade, utilizando a justificativa de que o cruzamento de diferentes 
raças possibilitou a ascensão social do negro mestiço, mulato. Dessa percepção, 
segundo a autora, surge o mito da democracia racial:
[...] a democracia racial é uma corrente ideológica que pretende eliminar 
as distinções e desigualdades entre as três raças formadoras da sociedade 
brasileira (a negra, a indígena e a branca), afirmando que existe igualdade 
Desigualdades sociorraciais e políticas públicas6
entre elas. Elimina-se, assim, o conflito, continuando-se a perpetuar estere-
ótipos e preconceitos, pois, se seguirmos a lógica de que as diferentes raças, 
desde o início do processo colonizador, foram se integrando cordialmente, 
poderemos pensar que as diferentes posições hierárquicas entre elas devem-
-se à capacidade e ao empenho dos indivíduos. Esta ideia disseminou-se no 
imaginário social, contribuindo para que o corpo social não se reconhecesse 
como uma sociedade hierarquizadora e discriminadora (GOMES, 1994, p. 
45 apud CANDAU, 2003, p. 20).
Conforme Santos (1997), a questão afrodescendente merece atenção es-
pecial. É necessária a união dos movimentos de representação dos negros. 
Eles devem articular um novo discurso, ampliando o debate sobre as causas 
dos movimentos e respeitando a pluralidade dos indivíduos. Essa pluralidade, 
segundo o autor, enriquece e fortalece a atuação desses grupos. A trança ou 
o cabelo espichado não devem ser fatores de separação. Deve-se, portanto, 
respeitar as individualidades de cada um, primando pela tolerância para o 
avanço da causa. Esse processo também necessita ir ao encontro de estratégias 
elaboradas com bases científicas e de forma organizada. Todos os envolvidos 
devem ser multiplicadores da luta.
Só assim será possível rever injustiças seculares, estruturais e cumulativas, 
mediante políticas compensatórias, que devem ser urgentemente implantadas 
neste país, inclusive as medidas de discriminação positiva. Pedir aos negros 
que aceitem o discurso oficial e esperem tranquilos a evolução normal da so-
ciedade é condená-los a esperar outro século. O país necessita, com urgência, 
de medidas positivamente discriminatórias, que são a única forma de refazer 
um balanço mais digno, revendo o balanço histórico (SANTOS, 1997, p. 141).
Outro segmento que merece especial atenção quando se trata de processos 
históricos de discriminação racial no Brasil é o indígena. Desde a época do 
Brasil colônia, com o choque das culturas europeia e ameríndias, ocorre um 
drástico processo de dissolvição da cultura tradicional indígena. As populações 
nativas da América sofreram destruição cultural e moral quase completa por 
meio da ação do colonizador ou do missionário. Isso se deu como um efeito 
colateral do choque entre civilizações em estados distintos de desenvolvimento, 
efeito este comum na história da humanidade. 
Conforme Freyre (2006, p. 177), “[...] sob a pressão moral e técnica da cultura 
adiantada, esparrama-se a do povo atrasado [...]”. Os nativos são os mais prejudi-
cados nesse processo de fricção interétnica. Eles são alienados da possibilidade 
de desenvolverem-se de forma autônoma, já que foram induzidos a adotar, de 
forma natural ou pela força, os padrões impostos pelo imperialismo colonizador.
7Desigualdades sociorraciais e políticas públicas
Esse processo desenvolveu-se ao longo dos anos. Uma das maneiras de 
contorná-lo é implantar políticas públicas voltadas à preservação da cultura 
das comunidades afetadas, bem como à inclusão desses indivíduos em meio 
urbano e rural. Na próxima seção, você vai ver como as políticas públicas 
podem alterar o cenário de discriminação e desigualdade.
Políticas públicas brasileiras
Nos últimos anos, vêm ganhando espaço políticas públicas voltadas à inclusão 
social de indígenas em cursos de ensino superior do Brasil — em instituições 
públicas, privadas e comunitárias. Isso se dá por meio de programas de acesso 
e permanência, como a política de cotas e outros projetos similares.
Você pode tomar como parâmetro o caso da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul (UFRGS). Ela é uma das instituições pioneiras nesse segmento. 
Em 2007, instituiu o Programa de Ações Afirmativas, criado por decisão do 
Conselho Universitário. Esse conselho determinou que, a partir de 2008, 30% 
de todas as vagas dos cursos de graduação seriam destinadas a estudantes 
oriundos de escolas públicas, considerando 50% destas reservadas para alunos 
autodeclarados negros ou pardos. 
Entre as medidas tomadas por esse programa, também está a criação de 10 
vagas anuais para indígenas. Essa conquista foi assegurada em grande parte 
por mérito da mobilização dos grupos indígenas que tinham por objetivo 
assegurar, em especial no Rio Grande do Sul, o acesso ao ensino a estudantes 
originários ou descendentes dos povos Kaingang e Guarani. O processo seletivo 
desses estudantes ocorreria de forma diferenciada dos demais candidatos, por 
meio de critérios próprios regulados pela Comissão de Acesso e Permanência 
do Estudante Indígena.
Em 2012, foi instituída a Lei nº. 12.711, chamada Lei das Cotas. Ela pa-
dronizou todas essas políticas institucionais que vinham sendo desenvolvidas 
pelas instituições federais de educação superior no País. A lei garantiu a reserva 
de 50% das vagas em estabelecimentos de educação federal para estudantes 
oriundos de escolas públicas, considerando critérios socioeconômicos, étnico-
-raciais e pessoas com deficiência. Quanto à divisão das vagas, veja o que 
afirma o artigo 3º da Lei das Cotas:
Art. 3º. Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas de que trata 
o art. 1º desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados 
pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, par-
Desigualdades sociorraciais e políticas públicas8
dos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada 
a instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE) (BRASIL, 2012, documento on-line).
Essa é apenas uma das inúmeras políticas públicasvoltadas para o suporte 
e a inclusão da população indígena. A política de demarcação de terras in-
dígenas, por exemplo, está em constante debate, especialmente em período 
eleitoral. Porém, esse segmento populacional, como muitos outros no País, 
ainda carece de programas mais efetivos que sejam desenvolvidos com maior 
participação dos sujeitos. O ideial é respeitar os diferentes níveis de interação 
com a sociedade urbana em que as populações indígenas se encontram e, 
especialmente, atentar àqueles que ainda preservam os costumes e valores 
tradicionais desses povos.
Para obter dados sobre as terras indígenas no Brasil, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/vJp14Z
O alcance das políticas públicas
Na discussão acerca dos processos sócio-históricos de reprodução e combate 
às desigualdades vivenciadas pelas minorias sociais, vale ressaltar o con-
ceito de minoria social. Uma minoria social é um grupo de pessoas que, por 
motivos econômicos, culturais, raciais ou religiosos, são marginalizadas na 
prática do convívio em sociedade. Minorias sociais não são necessariamente 
grupos formados por minorias quantitativas, mas se caracterizam por estar em 
situação de vulnerabilidade, sendo afetados de forma qualitativa na garantia 
dos seus direitos sociais. 
No Brasil, negros e mulheres são minorias que possuem um histórico de 
discriminação e permanecem na luta pelo reconhecimento de seus direitos 
e pelo exercício de sua cidadania. Candau (2003) aponta que as relações de 
gênero no Brasil sofrem com um processo histórico de hierarquização pautado 
na diferença entre os sexos. Nesse sentido, o homem heterossexual encontra 
respaldo em uma superioridade enraizada na cultura e nas práticas sociais, 
9Desigualdades sociorraciais e políticas públicas
em detrimento da mulher e dos grupos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, 
transexuais ou transgêneros (LGBTs). As práticas de discriminação se legi-
timam por intermédio da predominância, ainda hoje, do sistema patriarcal. 
Tal sistema se instaura nas relações sociais e continua a ser reproduzido nas 
famílias e instituições, que contribuem para a perpetuação das mais variadas 
formas de preconceito, discriminação e abuso contra a mulher.
Candau (2003) ainda relata que ocorreram alguns avanços sociais e jurídicos 
relacionados à luta feminista e aos movimentos organizados de mulheres, 
que tiveram substancial crescimento após a década de 1960. Contudo, essas 
conquistas têm sofrido constantes ataques por parte de setores conservadores 
e fascistas, que têm se fortalecido na política brasileira. Estes, utilizando 
discursos discriminatórios em nome de determinadas organizações religiosas 
e a serviço da burguesia empresarial, possuem entre seus representantes 
indivíduos que defendem, entre outras propostas, a remuneração diferenciada 
para homens e mulheres. Muitos deles consideram que mulheres deveriam 
obter remuneração menor do que homens em cargos idênticos porque elas 
possuem o “risco” de engravidar.
Esse tipo de percepção contribui muito para o aumento da discriminação da 
mulher no âmbito do trabalho e da política. Também leva a casos de violência 
que se multiplicam por todo o País, resultando no crescimento dos casos de 
feminicídio, entendido como o assassinato de mulheres cometido em razão de 
gênero. A sociedade machista brasileira, que determina um padrão cultural, 
social e dominante a ser seguido, é responsável pela criação de estereótipos 
de gênero que atingem em grande parte as mulheres e acentuam-se no caso 
das mulheres negras. Assim:
O preconceito contra as mulheres é persistente e a luta para sua superação 
apresenta grandes desafios. Este preconceito não só permitiu justificar a di-
ferença sexual como argumento de hierarquia que inferiorizava as mulheres, 
como também tende a tornar invisível a presença da mulher na sociedade, 
particularmente na esfera pública (CANDAU, 2003, p. 24).
Como você pode notar, a história do Brasil foi construída sobre pilares 
concretados com sangue e abuso das minorias sociorraciais. Tais minorias 
ainda carregam o peso das práticas discriminatórias que seguem ocorrendo 
na contemporaneidade. As instituições e a cultura brasileiras se alimentam 
desses processos para seguir reproduzindo as práticas de exploração sobre as 
minorias, com vistas à perpetuação do poder — familiar, político, e outros — e 
Desigualdades sociorraciais e políticas públicas10
da acumulação do capital, concretizada por meio do parasitismo do sistema 
sobre determinados grupos sociais. 
Cabe a você, como profissional de Serviço Social, ficar atento a essas 
práticas, que por muitas vezes se confundem e se entrelaçam com a ontologia 
da profissão. O ideal é que você desenvolva um olhar técnico e um pensa-
mento crítico sobre essas situações, evitando e combatendo a naturalização 
da práxis discriminatória.
AGASSIZ, L. A journey in Brazil. Boston: S.E, 1896.
BRASIL. Lei nº. 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universida-
des federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras 
providências. 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12711.htm>. Acesso em: 16 out. 2018.
CROCHÍK, J. L. Preconceito, indivíduo e cultura. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1995.
CANDAU, V. M. Somos tod@s iguais? Escola, discriminação e educação em direitos 
humanos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
FREYRE, G. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da 
economia patriarcal. 51. ed. São Paulo: Global, 2006.
SANTOS, M. As cidadanias mutiladas. In: CARDOSO, R. et al. O preconceito. São Paulo. 
Imesp, 1997.
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional 
de Assistência Social. Norma Operacional Básica NOB/SUAS: construindo as bases para 
a implantação do sistema único de assistência social. 2005. Disponível em: <http://
www.assistenciasocial.al.gov.br/sala-de-imprensa/arquivos/NOB-SUAS.pdf>. Acesso 
em: 16 out. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Código de ética do/a Assistentes Sociais: Lei 
8662/93. Brasília: CFESS, 1993.
SILVA, D. N. O que eram os Jesuítas? 2008. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.
br/o-que-e/historia/o-que-eram-os-jesuitas.htm>. Acesso em: 29 ago. 2018.
SOUSA, R. G. Escravidão no Brasil. 2008. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.
br/historiab/escravidao-no-brasil.htm>. Acesso em: 29 ago. 2018.
11Desigualdades sociorraciais e políticas públicas
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
A cultura patriarcal existente em nosso país ainda deixa marcas de violência nas mulheres. A 
cada 7.2 segundos, uma mulher é agredida no Brasil. Em 2016, 4.645 mulheres foram 
assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. 
No período de dez anos, observou-se um aumento de 6,4% na taxa de homicídios de mulheres 
ou feminicídios quando o crime é cometido em razão do critério de gênero.
Para combater essa epidemia de violência, instituiu-se, no ano de 2006, a Lei 11.340/2006, 
também conhecida como Lei Maria da Penha, que cria mecanismos de combate à violência 
contra a mulher e trata da eliminação de todas as formas de preconceito e discriminação de 
gênero.
Acompanhe nesta Dica do Professor algumas disposições gerais que são tratadas nessa Lei, bem 
como a caracterização das formas de violência contra a mulher.
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EXERCÍCIOS
1) Nas primeiras décadas do Brasil colônia, o país estava em processo de organização 
econômica e civil. Os portugueses, que já tinham experiências consolidadas em 
colônias tropicais como Índia e África, trataram de estabelecer um sistema de 
exploração que seria considerado a experiência mais significativa até então já 
praticada por eles. Segundo o autor, qual era a base financeira desse sistema?
A) Nas primeiras décadas do Brasil colônia, devido ao intenso comércio marítimo, os 
portuguesesadotaram o comércio como base financeira.
B) A experiência trazida pelos portugueses permitiu o cultivo de plantas úteis alimentares que 
foram transplantadas com êxito para o meio agrícola. Assim sendo, os primeiros anos da 
colônia tiveram a agricultura como base financeira.
C) A elevada demanda de mão de obra acabou tornando o comércio de escravos a base 
financeira da sociedade brasileira da época.
D) Devido à riqueza mineral encontrada no Brasil, os primeiros anos tiveram a exportação de 
minérios como base financeira.
E) Pela vivência com a cultura indígena, os colonizadores acabaram adotando o escambo 
como base financeira.
2) O processo de contato entre nativos e colonizadores desencadeou uma cultura sexual 
entre homens brancos e mulheres índias. Essa miscigenação mostrou-se 
importantíssima para o plano de povoamento da colônia brasileira. Esse processo de 
formação social acabaria resultando naquilo que os historiadores chamam de:
A) Sociedade Mestiça.
B) Sociedade Híbrida.
C) Sociedade Mulata.
D) Sociedade Mescla.
E) Sociedade Mista.
O texto descreve o relato de um viajante europeu após sua estadia no Brasil. O autor 
desferiu duras críticas aos habitantes que eram fruto da miscigenação das raças que 
aqui se encontraram. Segundo ele, esse processo de mistura acabara por eliminar as 
melhores características encontradas no branco, no índio e no negro. Essa visão 
eurocêntrica tem criado uma imagem do país que, apesar de não representar de 
forma fidedigna toda a complexidade de uma sociedade multicultural como a nossa, 
tornou-se parte do imaginário que representa o Brasil. Conforme descrito no texto, 
3) 
qual é a imagem que o Brasil acaba passando no exterior?
A) A imagem de paraíso sexual, do futebol, das praias e da justiça.
B) A imagem de país do futebol, do carnaval, das praias e do emprego.
C) A imagem de paraíso sexual, do futebol, das praias, do carnaval e da desmoralização 
política.
D) A imagem de país do carnaval, do trabalho, das praias, de paraíso sexual e da 
desmoralização política.
E) Nenhuma das alternativas.
4) Candau (2003) afirma que a apologia à mestiçagem é uma das formas de 
dissimulação usada para amenizar as situações de desigualdades se utilizando da 
justificativa de que o cruzamento de diferentes raças possibilitou a ascensão social do 
negro mestiço, mulato. A partir dessa percepção da autora, como ela define esse 
processo?
A) Mito da democracia racial.
B) Mito da justiça racial.
C) Mito da evolução racial.
D) Processo de fusão racial.
E) Processo de democratização racial.
5) A sociedade machista brasileira, que determina um padrão cultural, social e 
dominante a ser seguido, é responsável pela criação desses estereótipos de gênero que 
afligem em grande parte as mulheres. Essa discriminação se acentua quando é 
formado o seguinte segmento:
A) Mulheres idosas.
B) Mulheres trabalhadoras.
C) Mulheres negras.
D) Mulheres brancas.
E) Mulheres índias.
NA PRÁTICA
Determinado município do Rio Grande do Sul tem por característica receber a passagem 
transitória de população indígena originária da tribo Kaingang. Esse povo costuma se 
deslocar para as cidades, geralmente, no período de férias escolares e entressafra. Esse período 
compreende os meses de novembro a abril, sendo que, nesse período, observa-se um maior 
número de famílias acampadas junto à estação rodoviária municipal.
Os integrantes são originários de reservas Indígenas e se deslocam para a cidade para realizar a 
venda de artesanato, comércio em geral e compra e venda de produtos.
Luiza é a nova assistente social do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) desse 
município. A ela é dada como meta de trabalho a realização de diagnóstico e estudo de caso 
dessas famílias, com objetivo de inseri-las em programas sociais e identificar a possibilidade da 
construção de um espaço apropriado para essas famílias.
Conheça Na Prática algumas ações que podem ser desenvolvidas por Luiza para a 
elaboração desse diagnóstico e a elaboração de um relatório final.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Lei n.º 11.340, Lei Maria da Penha
Saiba os detalhes do principal marco na história do Brasil no que tange ao combate à violência 
contra a mulher que se consolidou em 07 de agosto de 2006, quando foi sancionada a Lei Maria 
da Penha. A Lei cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e 
tem por finalidade prevenir, punir e erradicar todas as formas de violência, criando mecanismos 
de assistência e proteção às mulheres nessa situação.
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Retrato das desigualdades de gênero e raça no Brasil
Confira os dados completos sobre as desigualdades de gênero e raça, que são estruturantes da 
desigualdade social brasileira. Os pontos complementam as informações insistentemente 
evidenciadas pela sociedade civil organizada e, em especial, pelos movimentos negro, feminista 
e de mulheres ao longo das últimas décadas.
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Brasil avança em políticas de inclusão para minorias
Confira os números sobre o avanço das políticas públicas no Brasil e sobre a inclusão de 
minorias.
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