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Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola APRESENTAÇÃO As populações indígena e quilombola têm uma história marcada por dificuldades, preconceitos e lutas. Apenas com a promulgação da Constituição Federal de 1988 foi iniciada uma nova perspectiva para a atenção direcionada a essas comunidades. As políticas públicas voltadas para essas populações tendem a considerar suas características e necessidades, apesar de terem muito ainda a avançar. Nesta Unidade de Aprendizagem, você entenderá um pouco mais sobre os aspectos históricos que envolvem as populações indígena e quilombola no Brasil e as políticas públicas de atenção a essa população. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Analisar os aspectos históricos que marcaram as populações indígena e quilombola no Brasil. • Identificar políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola, seus movimentos e lutas sociais. • Reconhecer a atuação do Serviço Social junto às populações indígena e quilombola.• DESAFIO O Serviço Social está presente no atendimento à população indígena tanto nas aldeias quanto nas áreas próximas a elas. Nessa perspectiva, a atuação prevê uma prática direcionada para resguardar os direitos e as características das comunidades. Você é assistente social de uma Unidade Básica de Saúde de um município do interior paulista com aproximadamente 14 mil habitantes. Em uma das cidades vizinhas, há uma aldeia indígena e comumente os habitantes dessa comunidade vão a esse município quando necessitam de serviços de saúde e até mesmo do comércio local. Enquanto assistente social da Unidade Básica de Saúde, analise as possibilidades de atendimento a essa demanda. INFOGRÁFICO As Políticas de Reparação são instrumentos criados pelo Estado no sentido de corrigir possíveis prejuízos sofridos pela população negra de forma geral, em razão da condição vivida ao longo da história. Trata-se de políticas importantes que têm como pano de fundo a perspectiva de contribuir para a eliminação de todas as formas de preconceito. Confira, no Infográfico, algumas informações importantes sobre as Políticas de Reparação. CONTEÚDO DO LIVRO As políticas públicas direcionadas às populações indígena e quilombola adquiriram papel de destaque e efetividade após a Constituição Federal de 1988. Resultado de intensa movimentação e luta, os direitos passaram a ser considerados e as populações reconhecidas em suas especificidades. Embora haja muitos avanços na forma de implementar as políticas públicas nessa área, há muito ainda a avançar. O Serviço Social, enquanto profissão destinada a assegurar o direito dos usuários, atua em diversos espaços sócio-ocupacionais e com públicos diversos, dentre eles indígenas e quilombolas. No capítulo Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola, da obra Família, Segmentos Populacionais e Políticas Sociais, você vai aprofundar o seu conhecimento sobre esse importante tema. Boa leitura! FAMÍLIA, SEGMENTOS POPULACIONAIS E POLÍTICAS SOCIAIS Daniella Tech Doreto Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Analisar os aspectos históricos que marcaram as populações indígena e quilombola no Brasil. Identificar políticas públicas voltadas às populações indígenas e qui- lombola, seus movimentos e lutas sociais. Reconhecer a atuação do Serviço Social junto às populações indígena e quilombola. Introdução As populações indígena e quilombola vêm vivenciando um processo de transformação social ao longo dos anos. Por isso, precisam encontrar respostas para assegurar sua sobrevivência física e cultural, para garantir às gerações futuras a manutenção do seu legado e condições mais satis- fatórias de vida. As políticas públicas direcionadas para essa população também sofreram modificações e, na atualidade, esse grupo tem sido considerado alvo de muitas delas. O Serviço Social, por sua vez, ao atuar em diversos espaços socio-ocupacionais, busca assegurar os direitos dessas comunidades nas diversas áreas em que está inserido. Neste capítulo, você entenderá um pouco mais sobre os aspectos históricos que envolvem as populações indígena e quilombola no nosso país. No decorrer do capítulo, discutiremos, ainda, as políticas públicas de atenção a essa população, bem como a atuação profissional do assistente social junto a esse importante grupo. As populações indígena e quilombola — aspectos históricos Para iniciarmos nossas refl exões sobre as populações indígena e quilombola, faz-se necessário retomarmos alguns momentos históricos que auxiliarão na nossa compreensão sobre o momento atual vivenciado por essa população. Assim, voltamos nosso pensamento para o processo de colonização do País. O processo de colonização, também denominado por alguns como “pro- cesso civilizatório”, foi acionado pela revolução tecnológica, que possibilitou o desenvolvimento das grandes navegações, que sendo Portugal o pioneiro. Assim, data de 1500 o ano em que se registra o primeiro contato entre portu- gueses e indígenas. Nessa época, estima-se que a população nativa (indígena) presente no território brasileiro era de aproximadamente 6 milhões de pessoas, distribuídos em mil povos diferentes. Segundo Darcy Ribeiro (1995), a colonização por parte de Portugal foi bastante radical. Entretanto, para o autor, o interesse real de Portugal não eram mercadorias, ouro e outras riquezas, mas sim o povo que aqui se encontrava. A chegada dos portugueses nas terras brasileiras veio acom- panhada por guerras, epidemias (doenças trazidas pelos portugueses ou adquiridas mediante as condições insalubres vividas durante a navegação) e até mesmo diante do processo de descaracterização cultural, uma vez que os portugueses que aqui chegavam passaram a tentar impor sua cultura e tradições para os que aqui se encontravam. Assim, o desaparecimento dos povos indígenas passou a ser visto como uma contingência histórica, algo a ser lamentado, porém inevitável (BRASIL, 2019). Assim, há que se destacar que o processo de colonização desencadeou um importante extermínio (genocídio) desses povos. Nesta perspectiva, Silva (2018) assinala que o processo de invasão e ocupação das terras brasileiras foi determinante para as diversas mudanças pelas quais os indígenas foram expostos ao longo de quase cinco séculos. Para o autor: “[…] um longo processo de devastação física e cultural eli- minou grupos gigantescos e inúmeras etnias indígenas, especialmente através do rompimento histórico entre os índios e a terra” (SILVA, 2018, documento on-line). Na atualidade, a população indígena brasileira é de 817.963 indígenas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 (BRASIL, 2019). Desta população, a maioria vive na zona rural (502.783), estando presentes em todos os estados brasileiros, inclusive Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola2 no Distrito Federal. A Funai registra, ainda, que há 69 solicitações para reconhecimento da condição de indígena junto ao órgão federal indigenista (BRASIL, 2019, documento on-line): Esta população, em sua grande maioria, vem enfrentando uma acelerada e complexa transformação social, necessitando buscar novas respostas para a sua sobrevivência física e cultural e garantir às próximas gerações melhor qualidade de vida. As comunidades indígenas vêm enfrentando problemas concretos, tais como invasões e degradações territoriais e ambientais, explo- ração sexual, aliciamento e uso de drogas, exploração de trabalho, inclusive infantil, mendicância, êxodo desordenado causando grande concentração de indígenas nas cidades. Assim como o processo vivenciado pela população indígena, a po- pulação negra também sofreu com o processo de colonizaçãodas terras brasileiras. Por volta de 1530, negros foram trazidos como mercadorias pelos portugueses em navios negreiros. As condições em que viajavam eram precárias, o que fazia muitos morrerem ainda nos navios. Muitos daqueles que sobreviviam não se adaptavam à nova terra, e havia preferên- cia por escravos do sexo masculino, que podiam ser utilizados na lavoura de cana-de-açúcar. De acordo com Gelinski e Siqueira (2014, documento on-line), a escravidão refletiu: […] extrema desigualdade social, racismo e preconceito que perpassou a formação histórica brasileira, visto que seres humanos tiveram seus direitos negados por ocasião da cor de sua pele, onde foram excluídos e condenados pelo poder que liderava na época. Com o decorrer do tempo, a população negra passou a buscar mecanismos de luta e enfrentamento contra o processo de escravidão pelo qual passavam. Uma das formas de resistência foram os quilombos, importante forma de oposição ao sistema vigente (GELINSKI; SIQUEIRA, 2014). A formação dos quilombos ocorria mediante fuga dos escravos que trabalhavam nos engenhos de cana-de-açúcar e das grandes fazendas, formando as pequenas vilas. O mais importante quilombo do período colonial foi o de “Palmares”, que se desenvolveu na capitania de Pernambuco, na região de Serra da Barriga. Recebeu este nome por ser liderado por Zumbi dos Palmares, considerado como uma referência pelos demais. 3Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola Conforme apontado por Calheiros e Stadtler (2010, documento on-line), o termo quilombo foi “[...] originalmente utilizado para designar um espaço e um movimento de resistência ao sistema escravocrata, composto predominantemente por negros e negras que fugiram e formaram núcleos paralelos de poder, produção e organização social”. Para os autores, não apenas escravos negros formavam os quilombos, mas também indígenas e pessoas brancas considerados desertores. Os quilombos marcaram a história brasileira como sinônimo de resistência e luta de um importante grupo populacional em um momento bastante crítico. Por esse motivo, a sociedade da época tentava criminalizar e penalizar os habi- tantes dos quilombos, considerados como favorecedores da oposição à ordem vigente. Isso ficou evidente nas tentativas de definir o que se consideraria como quilombos naquela época. Em 1722, surge o primeiro marco legal relacionado aos quilombos, e, duas décadas depois, o Conselho Ultramarino Português define como quilombo uma habitação em parte despovoada, composta por negros fugidos, em número de cinco, ainda que não haja nessa localidade ranchos levantados ou pilões (SCHIMITT; TURATTI; CARVALHO, 2002). Segundo os autores: Se a instituição legal da escravidão marcou o início da organização quilombola no país, não se pode, entretanto, imaginar que a sua proibição pôs fim aos quilombos. Mesmo quando escravizar tornou-se ilegal, as práticas opressoras continuaram se reproduzindo contra a população negra e daí a manutenção da sua resistência (CALHEIROS; STADTLER, 2010, documento on-line). Os quilombos foram assumindo formas diversas ao longo do tempo e características peculiares. A história registra a formação de muitos quilombos na época da escravidão, entretanto, muitos outros foram constituídos após a abolição formal da escravatura, uma vez que esse tipo de comunidade conti- nuaria a representar, para muitos, a única possibilidade de continuarem livres (BRASIL, 2013). Assim, atualmente, fala-se em “remanescentes de quilombos”: […] grupos sociais que carregam uma presunção de ancestralidade negra e se caracterizam pela organização em torno de uma identidade étnica diferenciada. Além disto, dependem de seus territórios ancestrais para a viabilização de sua reprodução física, social, econômica e cultural” (BRANDÃO; JORGE, 2016, documento on-line). Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola4 Tais grupos resguardam características étnicas mantidas com a finalidade de preservar sua identidade ao longo do tempo. Essas breves considerações buscaram resgatar alguns aspectos históricos importantes para auxiliar nossa compreensão sobre a maneira atual como a sociedade vem lidando com questões relacionadas a grupos considerados como minoritários. Nesse sentido, compreender o processo de escravidão, o preconceito e o sofrimento vivenciados por indígenas e quilombolas é um fator extremamente importante para a adoção de uma postura crítica e atuação profissional consciente. Políticas públicas de atenção às populações indígena e quilombola A Constituição Federal de 1988 é o marco legal que amplia a proteção e assegura direitos a todos os cidadãos brasileiros indistintamente. Assim, é a partir desse momento que as comunidades quilombolas e indígenas adquirem visibilidade do ponto de vista dos direitos e das políticas públicas. No que se refere à população quilombola, a Constituição, em seu art. 68, assegura o direito à propriedade definitiva de terras, sendo que “[…] aos rema- nescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos” (BRASIL, 1988, documento on-line), e, em seu art. 216, que dispõe sobre os patrimônios culturais brasileiros, assegura que: “[…] ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos” (BRASIL, 1988, documento on-line). Entretanto, em uma análise da conjuntura social e política pós-promulgação da Constituição Federal e o acesso aos direitos nela elencados, Brandão e Jorge (2016) mencionam que os interesses políticos se mostravam contrários às demandas apresentadas pela população quilombola contemporânea, considerando-se a dificuldade no consenso sobre a definição de população quilombola para efeitos da legislação, o que dificultava o acesso ao direito enunciado pela população quilombola. Nesse sentido, em 2001, foi regulamentado o Decreto nº. 3.912, que visava “[...] à regulamentação do processo administrativo de identificação, demar- cação e titulação dos territórios ocupados pelos quilombolas”, que passa a ser de competência da Fundação Cultural Palmares (BRANDÃO; JORGE, 2016, documento on-line). Substituído pelo Decreto nº. 4.887 (BRASIL, 2003, documento on-line), para efeito dessa proposta, considera-se como rema- nescentes das comunidades dos quilombos: “[…] os grupos étnico-raciais, 5Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”. A Constituição Federal de 1988 ainda assegura o direito à igualdade de condições de vida e de cidadania, assim como igual direito às histórias e às culturas que compõem a nação brasileira e o direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a todos os brasileiros (BRASIL, 1988, documento on-line). Com vistas a complementar a atenção dispensada às comunida- des quilombolas e na tentativa de assegurar os preceitos constitucionais, foi lançado, em 2004, o Programa Brasil Quilombola, com o objetivo de “[…] consolidar os marcos da política de Estado para as áreas quilombolas. Com o seu desdobramento foi instituída a Agenda Social Quilombola (Decreto nº. 6.261/2007)” (BRASIL, 2018, documento on-line). Essa agenda idealiza ações nas seguintes áreas: acesso à terra, infraestrutura e qualidade de vida, inclusão produtiva, desenvolvimento local, direitos e cidadania. Além disso, destaca-se que, no rol das políticas públicas direcionadas para a população quilombola, a educação adquiriu lugar de destaque. Em 2003, foi promulgada a Lei nº. 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na Educação Básica. Essa lei enfatiza a importância do conhecimento dahistória dessa população para as novas gerações. Além disso, registram-se no País as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na atenção básica (Resolução nº. 8, de 20 de novembro de 2012), que organiza o ensino ministrado nas instituições educacionais direcionados a essa população (BRASIL, 2012). As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola preveem que o ensino deve ocorrer em estabelecimentos localizados em comunidades oficialmente reconhecidas como quilombolas, sejam elas em áreas rurais ou urbanas, ou em es- tabelecimentos de ensino próximos a essas comunidades e que recebam parte dos estudantes originários de terras quilombolas. Além disso, datas consideradas significativas para a população negra e para cada comunidade quilombola devem ser consideradas no calendário escolar. Outro aspecto que merece destaque é a atenção dada para a manutenção da cultura dessa população. Nessa perspectiva, as diretrizes estabelecem, ainda, que os sistemas de ensino e suas escolas devem contratar profissionais de apoio escolar originários das comunidades quilombolas para o preparo da alimentação escolar, de acordo com a cultura e os hábitos alimentares das próprias comunidades (BRASIL, 2012). Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola6 Após ter destacado algumas das principais políticas públicas de atenção à população quilombola, é importante mencionar que o Brasil estruturou sua política baseada na proposta de reparações (Políticas de Reparação), que tem como finalidade oferecer uma resposta às demandas das populações afrodescen- dentes, por meio do desenvolvimento de ações afirmativas a partir de três eixos: valorização da história, da cultura e da identidade, reparações e reconhecimento. A proposta é que o Estado e a própria sociedade adotem as medidas necessárias para ressarcir os africanos negros de eventuais danos psicológicos, sociais, ma- teriais, políticos e educacionais que possam ter sofrido com o regime escravista. Quanto às políticas públicas direcionadas para a população indígena, destaca- -se que os direitos assegurados a essa população estão expressos em um capítulo específico da Constituição Federal. Assim, enfatiza-se que o Capítulo VIII da Constituição Federal, em seu art. 231, estabelece que: […] são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicional- mente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens (BRASIL, 1988, documento on-line). A inclusão desses aspectos na Constituição Federal foi responsável por uma nova fase no que se refere à relação entre Estado e população indígena, uma vez que implicou no rompimento com valores etnocêntricos que reforçavam as diferenças entre eles (BRASIL, 2019). A Funai destaca, ainda, que, embora a Constituição Federal estabeleça uma nova proposta para direcionar os direitos das populações indígenas, trabalhando na perspectiva de rompimento com a visão tutelar e intergeracionista, o rompimento ainda é algo em construção. A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi criada em 1967 em substituição ao Serviço de Proteção ao Índio. No entanto, a política voltada para a comunidade indígena, nessa época, ainda baseava suas ações por meio da tutela e da tentativa de integração da população indígena à sociedade dominante. A política vigente reforçava a ação do Estado, tornando as sociedades indígenas submissas e bastante dependentes da classe dominante (BRASIL, 2019). Transcorridos os anos, destaca-se que, em 2009, a atuação da Funai foi reformulada no sentido de otimizar o funcionamento do órgão, romper com a visão assistencialista e renovar a forma de relacionamento entre a Funai e populações indígenas (BRASIL, 2019). 7Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola O reconhecimento das diferenças e os avanços na legislação exige que o índio seja visto pelo Estado verdadeiramente como um sujeito de direitos, portador de autonomia e capacidade. Entre as políticas públicas de atenção aos indígenas, destaca-se a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, que tem como proposta a adoção de organização dos serviços direcionados à proteção, à promoção e à recuperação da saúde que assegure aos índios o exercício da cidadania mediante a criação de uma rede de serviços nas terras indígenas que supere as dificuldades já existentes (BRASIL, 2002). Assim, faz-se necessário: […] a adoção de medidas que viabilizem o aperfeiçoamento do funcionamento e a adequação da capacidade do Sistema, tornando factível e eficaz a aplicação dos princípios e diretrizes da descentralização, universalidade, eqüidade, participação comunitária e controle social. Para que esses princípios possam ser efetivados, é necessário que a atenção à saúde se dê de forma diferenciada, levando-se em consideração as especificidades culturais, epidemiológicas e operacionais desses povos. Assim, dever-se-á desenvolver e fazer uso de tecnologias apropriadas por meio da adequação das formas ocidentais con- vencionais de organização de serviço (BRASIL, 2002, documento on-line). Além do direito à saúde a ser desenvolvido a partir das necessidades da população indígena, um direito ainda bastante controverso e polêmico é o direito às terras. No art. 231, temos algumas considerações a respeito do direito a terra: § 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições; § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes; […] § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis (BRASIL, 1988, documento on-line). Na área social, por meio da Política Nacional de Assistência Social, prevê- -se ações no sentido de incentivar o registro de nascimento e o acesso à documentação básica para a população indígena; direitos assistenciais e previ- denciários, sendo o índio considerado como segurado especial da previdência Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola8 social; instalação de Centros de Referência da Assistência Social nas aldeias (BRASIL, 2019). Quanto à infraestrutura, a proposta da política atual é a inclusão de indígenas como beneficiários do Programa Nacional de Habitação Rural e do Programa Minha Casa Minha Vida, previsão de investimento para construção de habitações tradicionais e equiparação dos povos indígenas aos dos agricultores familiares (BRASIL, 2019). Algumas políticas para atenção às populações indígena e quilombola foram apresentadas, lembrando que, apesar das dificuldades ainda apresen- tadas, muitos avanços foram conquistados a partir da Constituição Federal de 1988. Tais políticas buscam corrigir as desigualdades raciais e sociais que ocorreram ao longo da história e oferecer uma atenção diferenciada, com o objetivo de corrigir possíveis desvantagens e a manutenção de uma ordem social discriminatória. A atuação do Serviço Social junto às populações indígena e quilombola A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) assegura a todos que ne- cessitarem, independentemente de contribuição, a provisão da proteção social (BRASIL, 2005). Entre o público-alvo dessa política, com base na perspectiva da equidade, a Assistência Social: […] atua com outros segmentos sujeitos a maiores graus de riscos sociais, como a população em situação de rua, indígenas, quilombolas, adolescentes em conflito com a lei, os quais ainda não fazem parte de uma visão de totalidade da sociedade brasileira (BRASIL,2005, documento on-line). A proposta é tornar visíveis setores da sociedade brasileira considerados como excluídos ou invisíveis para as estatísticas ofi ciais (BRASIL, 2005). E é nessa perspectiva que se insere o trabalho do assistente social, profi ssional responsável por atuar na defesa dos direitos desses usuários, o que pode ser assegurado por meio da sua capacidade interventiva e mediante articulação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa. As populações quilombolas e indígenas tiveram seus direitos assegurados com promulgação da Constituição Federal de 1988. Entretanto, tais direitos, inicialmente, ficaram mais restritos para a questão da propriedade definitiva das terras tradicionalmente já ocupadas por essas comunidades (SILVA, 2014). Segundo a autora, nos anos 2000, os direitos passam a se estender para outras 9Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola áreas, como saúde, educação, assistência social, previdência e segurança alimentar (SILVA, 2014). O Serviço Social, por sua vez, caracteriza-se por ser uma profissão in- terventiva que atua diretamente nas mais variadas expressões da Questão Social. No trabalho com as populações indígenas e quilombolas, isso não é diferente, uma vez que elas também vivenciam os impactos do capitalismo, do neoliberalismo e os reflexos da contradição entre capital e trabalho. Na área da Assistência Social, propriamente dita, dados da Secretaria Especial do Desenvolvimento Social mostram que existem, no Brasil, 545 Centros de Referências da Assistência Social que têm como foco o atendimento à população indígena, sendo que 19 deles estão instalados dentro das comuni- dades (BRASIL, 2015). O fato de estarem instalados dentro das comunidades indígenas favorece o acesso dessa população à Política de Assistência Social. Nesse caso, o trabalho é realizado de forma planejada com a Funai. Em relação à população quilombola, registra-se que, em 2009, havia 277 Centros de Referência da Assistência Social e 114 Centros de Referência Es- pecializado da Assistência Social destinados ao atendimento dessa população (BRASIL, 2009). Em relação ao trabalho desenvolvido, Quermes e Carvalho (2013) assinalam a importância de qualificar a equipe técnica para a intervenção com esses grupos, com a finalidade de favorecer a inclusão e a preservação de valores étnicos e culturais. Para os autores, “[…] a introdução da assistência social em comunidades indígenas apresenta maior complexidade, que se torna ainda maior quando se trata da inclusão dos indígenas com deficiência, que carregam o estigma de ser índio e ser deficiente” (QUERMES; CARVALHO, 2013, documento on-line). A partir de outra ótica de análise, Silva (2014, documento on-line) aponta que os grupos étnicos, de forma geral, estão “[…] inseridos como demanda para a Assistência Social ora a partir do critério do ‘estigma’, ou seja, como grupos ‘estig- matizados em termos étnicos e culturais’; ora pelo da ‘exclusão’, ocasionada ‘pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas’”. Em relação aos programas de transferência de renda, as populações indígena e quilombola estão inseridas como público-alvo desses programas, entretanto, segundo Silva (2014), estes não vêm atrelados à universalização dos direitos, mas à focalização na seletividade e na escolha daqueles mais pobres entre os pobres, dada as características das políticas na atualidade. De acordo com Silva (2014, documento on-line): Sendo entendidas, agora, como usuárias da Assistência Social, as comunidades quilombolas, que historicamente foram apartadas do Estado brasileiro, passam a ser integradas a ele. No entanto, como condição de acesso aos direitos, elas Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola10 passam a ser entendidas, pelo poder público, como “pobres”. Assim, indaga-se: se as diferentes etnicidades são subsumidas em prol da categoria homoge- neizante e estigmatizante de “pobre”, como o Estado pode assegurar direitos iguais aos diferentes sem, contudo, homogeneizá-los e descaracterizá-los? Assim, na visão da autora, apesar dos inúmeros avanços, e do fato de a Política de Assistência Social possibilitar a proteção social, ela ainda não tem conseguido assegurar a emancipação por parte desses grupos. Ainda sobre os programas de transferência de renda, há que se considerar que o Programa Bolsa Família se constitui em um dos mais importantes, e dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mostraram que são beneficiárias desse programa 23.392 famílias remanescentes de quilombos, alocadas em 24 estados (BRASIL, 2009). Além da renda, as referidas famílias possuem acesso a serviços das áreas de educação e saúde, exigências para a permanência no programa. Estes e outros programas existentes no âmbito da Política de Assistência Social são acessados por meio do Cadastro Único, e, para efeito de cadastro, considera-se como quilombola “[…] família quer assim se autodeclarar dispensando, portanto, a apresentação de qualquer certidão ou documento que comprove sua identidade” (BRASIL, 2009, p. 15). Quermes e Carvalho (2013) analisam a situação da população indígena, e tais considerações podem ser estendidas para as populações quilombolas que não raras vezes também vivenciam dificuldades para sobreviver, situações de violência, preconceito e luta pela posse de suas terras tradicionais. Na perspectiva das autoras, esta conjuntura favorece a ampliação da pobreza e/ ou da extrema pobreza e questiona: […] em que medida políticas de transferência de renda condicionada como o BPC podem amenizar tal situação. Em geral, políticas dessa natureza não têm caráter estrutural, no sentido de solucionar outros problemas dos indígenas que interferem na sua condição de baixa renda (QUERMES; CARVALHO, 2013, documento on-line). Na política de saúde, também há o registro da atenção por parte do Serviço Social para essas populações. Dias (2016) analisa o papel do Serviço Social junto à população indígena e relata que, no contexto da saúde, o profissional integra a equipe multidisciplinar e pode colaborar para a melhoria da atenção a essa população. Nesse contexto, a autora afirma que o Assistente Social é o técnico: 11Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola […] da assistência social com finalidade de facilitar o acesso a benefícios, acompanhamento socioeconômico, mas como profissional que busca traba- lhar o indivíduo como um todo na busca de respostas que envolve todo o seu processo saúde-doença (DIAS, 2016, documento on-line). Na experiência relatada pela autora, discute-se, ainda, que o profissional de Serviço Social pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pa- cientes, principalmente aqueles com problemas psiquiátricos, famílias vítimas de autoextermínio ou vítimas de tentativa de autoextermínio (DIAS, 2016). Além das duas importantes áreas citadas, o Serviço Social está inserido em diversos espaços socio-ocupacionais, tendo sempre como foco a garantia dos direitos de seus usuários. Contudo, independentemente da política em que se está inserido, a atuação junto a comunidades indígenas e quilombolas implica sempre importantes desafios para a profissão. Isso porque vivemos um momento de regressão de direitos, avanço do conservadorismo e amplia- ção dos interesses econômicos e financeiros. Assim, o desafio é assegurar direitos e conquistar uma sociedade mais justa e igualitária, sem exploração de qualquer natureza. BRANDÃO, A. A.; JORGE, A. L. Estado e comunidades quilombolas no pós-1988. Socie- dade em Debate, n. 22, n. 1, p. 71–103, 2016. Disponível em: http://revistas.ucpel.tche. br/index.php/rsd/article/view/1320. Acesso em:14 jun. 2019. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm. Acesso em: 14 jun. 2019.BRASIL. Decreto n.º 4.887, de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Brasília: Senado, 2003. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/D4887.htm#art25. Acesso em: 14 jun. 2019. BRASIL. Ministério da Cidadania. Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. CRAS garante proteção social a famílias indígenas. Brasília: MDS, 2015. Disponível em: http:// mds.gov.br/area-de-imprensa/noticias/2015/novembro/cras-garante-protecao-social- -a-familias-indigenas. Acesso em: 14 jun. 2019. Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola12 BRASIL. Ministério da Educação. Resolução n. 8 de 20 de novembro de 2012. Define dire- trizes curriculares nacionais para a educação escolar quilombola na educação básica. Brasília: MEC, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ docman&view=download&alias=11963-rceb008-12-pdf&category_slug=novembro- 2012-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 14 jun. 2019. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. FUNAI. Índios no Brasil. Brasília: FUNAI, 2019. Disponível em: http://www.funai.gov.br/index.php/a-funai#. Acesso em: 13 jun. 2019. BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Programa Brasil Quilombola. Brasília: MDH, 2016. 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BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília: Senado, 2003. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 13 jun. 2019. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Trabalho social com famílias indígenas na proteção social básica. Brasília: MDS, 2017. Disponível em: https://www. mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/cartilhas/OrientacoesTecni- cas_TrabalhoSocialcomFamiliasIndigenas.pdf. Acesso em: 13 jun. 2019. IBGE. O Brasil indígena. Brasília: Funai, [2013]. Disponível em: http://www.funai.gov.br/ arquivos/conteudo/ascom/2013/img/12-Dez/pdf-brasil-ind.pdf. Acesso em: 13 jun. 2019. Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola14 DICA DO PROFESSOR A população indígena representa um importante grupo para a atuação do Serviço Social. No entanto, para que os seus direitos, culturas e formas de vida sejam respeitados, é necessário conhecer um pouco mais da realidade desses povos. Confira, na Dica do Professor, alguns dados referentes à população indígena com base no último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O processo civilizatório ocorrido nas terras brasileiras teve Portugal como pioneiro. O primeiro contato entre portugueses e indígenas ocorreu em 1500 e a colonização foi considerada muito radical. Qual foi o real interesse de Portugal, segundo a visão de Darcy Ribeiro? A) As mercadorias, o ouro e as riquezas. B) A população que já vivia nas terras brasileiras. C) O acesso por mar a pontos importantes de comércio. D) A administração de um novo país e a expansão do poder de Portugal. E) A venda dos produtos produzidos pelos nativos. Os quilombos eram importantes grupos formados por negros fugidos das fazendas ou engenhos de cana-de-açúcar. Eram definidos como habitações em parte despovoada composta por negros fugidos, desde que em número superior a cinco. Diante o 2) exposto, qual era a visão da sociedade da época a respeito dessas comunidades? A) Eram símbolo de resistência e luta, considerados como opositores à ordem vigente. B) Eram sinônimos de organização de uma categoria na luta por melhores condições de vida, e, portanto, tinham o apoio da sociedade. C) Eram grupos formados por jovens portuguesescontrários às normas estabelecidas na época. D) Eram grupos de forte cunho cultural que influenciavam os portugueses que aqui chegavam. E) Eram grupos desorganizados que não tinham propósitos em sua atuação. 3) Quando pensamos na garantia dos direitos da população quilombola, além da Constituição Federal de 1988, temos o desenvolvimento de um programa conhecido como Brasil Quilombola e a instituição da Agenda Social Brasil Quilombola. Todavia, na área da educação, qual é o principal avanço relacionado à atenção a esses grupos? A) Obrigatoriedade do ensino da cultura africana e quilombola nos cursos de Artes. B) Obrigatoriedade da comemoração do dia 20 de novembro nas escolas públicas de todos os municípios brasileiros. C) Obrigatoriedade do ensino de História Quilombola na educação infantil. D) Obrigatoriedade de acesso de toda a população que vive em quilombos à educação oferecida fora das áreas quilombolas. E) Obrigatoriedade do ensino de História e Cultura afro-brasileira e africana na Educação Básica. 4) A população indígena também tem seus direitos assegurados na Constituição Federal de 1988, e pode-se dizer que ela é a principal responsável por uma nova fase na relação entre Estado e comunidade indígena. Qual é a implicação desse novo tipo de relação estabelecida entre eles? A) Implicou no rompimento com valores etnocêntricos que reforçavam as diferenças entre Estado e comunidade indígena. B) Implicou na supremacia do Estado nas decisões relacionadas às comunidades indígenas. C) Implicou na piora da qualidade da relação entre Estado e indígenas, uma vez que estes passaram a ter seus direitos cerceados. D) Implicou na ausência de responsabilidade do Estado na condução da política indígena. E) Implicou na redução de recursos destinados especificamente para a política indigenista. 5) A Política Nacional de Assistência Social assegura a proteção social a todos que dela necessitarem, independente de contribuição. Baseados na perspectiva da equidade, qual é o público-alvo dessa Política? A) Pessoas com renda per capita inferior a 1⁄4 do salário mínimo, excluídos das estatísticas oficiais e invisíveis para os setores da sociedade. B) Indígenas e quilombolas sem fonte de renda própria e aqueles que têm algum tipo de deficiência. Segmentos com maiores graus de riscos sociais, como a população em situação de rua, C) indígenas, quilombolas, adolescentes em conflito com a lei, os quais ainda não fazem parte de uma visão de totalidade da sociedade brasileira. D) Todos os indivíduos que não tiverem condições de prover a própria subsistência, pois todos são considerados iguais perante a lei. E) Todos os indivíduos, sem distinção de classe social ou renda, constituem-se no público- alvo dessa Política, que tem caráter universal. NA PRÁTICA A Constituição Federal de 1988 inovou ao assegurar aos indígenas direitos e garantias, equiparando-os aos demais cidadãos. Na Política de Assistência Social isso não foi diferente e foram estabelecidos os direcionamentos para atenção a essa população. Confira, Na Prática, como pode ser desenvolvido um trabalho pelo profissional de Serviço Social no interior de uma comunidade indígena. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: A sociedade brasileira nos fez pobres: assistência social e autonomia étnica dos povos indígenas. O caso de Dourados, Mato Grosso do Sul Neste artigo, o autor realiza uma análise sobre a situação dos povos indígenas e a sua relação com a política pública de Assistência Social. A análise é feita a partir de uma pesquisa de campo realizada na Reserva Indígena de Dourados, Mato Grosso do Sul. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Povos indígenas e o direito à terra na realidade brasileira Neste artigo, a autora discute o processo histórico do direito à terra assegurado aos povos indígenas, da violência que permeia esse processo, resistência e luta pela garantia do acesso e uso da terra. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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