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6 2 - Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola

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Políticas públicas voltadas às populações 
indígena e quilombola 
APRESENTAÇÃO
As populações indígena e quilombola têm uma história marcada por dificuldades, preconceitos e 
lutas. Apenas com a promulgação da Constituição Federal de 1988 foi iniciada uma nova 
perspectiva para a atenção direcionada a essas comunidades. As políticas públicas voltadas para 
essas populações tendem a considerar suas características e necessidades, apesar de terem muito 
ainda a avançar.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você entenderá um pouco mais sobre os aspectos históricos 
que envolvem as populações indígena e quilombola no Brasil e as políticas públicas de atenção 
a essa população.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar os aspectos históricos que marcaram as populações indígena e quilombola no 
Brasil.
•
Identificar políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola, seus 
movimentos e lutas sociais.
•
Reconhecer a atuação do Serviço Social junto às populações indígena e quilombola.•
DESAFIO
O Serviço Social está presente no atendimento à população indígena tanto nas aldeias quanto 
nas áreas próximas a elas. Nessa perspectiva, a atuação prevê uma prática direcionada para 
resguardar os direitos e as características das comunidades.
Você é assistente social de uma Unidade Básica de Saúde de um município do interior paulista 
com aproximadamente 14 mil habitantes. Em uma das cidades vizinhas, há uma aldeia indígena 
e comumente os habitantes dessa comunidade vão a esse município quando necessitam de 
serviços de saúde e até mesmo do comércio local.
Enquanto assistente social da Unidade Básica de Saúde, analise as possibilidades de 
atendimento a essa demanda.
INFOGRÁFICO
As Políticas de Reparação são instrumentos criados pelo Estado no sentido de corrigir possíveis 
prejuízos sofridos pela população negra de forma geral, em razão da condição vivida ao longo 
da história. Trata-se de políticas importantes que têm como pano de fundo a perspectiva de 
contribuir para a eliminação de todas as formas de preconceito.
Confira, no Infográfico, algumas informações importantes sobre as Políticas de Reparação. 
CONTEÚDO DO LIVRO
As políticas públicas direcionadas às populações indígena e quilombola adquiriram papel de 
destaque e efetividade após a Constituição Federal de 1988. Resultado de intensa movimentação 
e luta, os direitos passaram a ser considerados e as populações reconhecidas em suas 
especificidades. Embora haja muitos avanços na forma de implementar as políticas públicas 
nessa área, há muito ainda a avançar. O Serviço Social, enquanto profissão destinada a assegurar 
o direito dos usuários, atua em diversos espaços sócio-ocupacionais e com públicos diversos, 
dentre eles indígenas e quilombolas.
No capítulo Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola, da obra Família, 
Segmentos Populacionais e Políticas Sociais, você vai aprofundar o seu conhecimento sobre 
esse importante tema.
Boa leitura!
FAMÍLIA, 
SEGMENTOS 
POPULACIONAIS E 
POLÍTICAS SOCIAIS
Daniella Tech Doreto
Políticas públicas voltadas 
às populações indígena 
e quilombola
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Analisar os aspectos históricos que marcaram as populações indígena 
e quilombola no Brasil.
  Identificar políticas públicas voltadas às populações indígenas e qui-
lombola, seus movimentos e lutas sociais.
  Reconhecer a atuação do Serviço Social junto às populações indígena 
e quilombola. 
Introdução
As populações indígena e quilombola vêm vivenciando um processo 
de transformação social ao longo dos anos. Por isso, precisam encontrar 
respostas para assegurar sua sobrevivência física e cultural, para garantir 
às gerações futuras a manutenção do seu legado e condições mais satis-
fatórias de vida. As políticas públicas direcionadas para essa população 
também sofreram modificações e, na atualidade, esse grupo tem sido 
considerado alvo de muitas delas. O Serviço Social, por sua vez, ao atuar 
em diversos espaços socio-ocupacionais, busca assegurar os direitos 
dessas comunidades nas diversas áreas em que está inserido. 
Neste capítulo, você entenderá um pouco mais sobre os aspectos 
históricos que envolvem as populações indígena e quilombola no nosso 
país. No decorrer do capítulo, discutiremos, ainda, as políticas públicas de 
atenção a essa população, bem como a atuação profissional do assistente 
social junto a esse importante grupo. 
As populações indígena e quilombola 
— aspectos históricos
Para iniciarmos nossas refl exões sobre as populações indígena e quilombola, 
faz-se necessário retomarmos alguns momentos históricos que auxiliarão na 
nossa compreensão sobre o momento atual vivenciado por essa população. 
Assim, voltamos nosso pensamento para o processo de colonização do País. 
O processo de colonização, também denominado por alguns como “pro-
cesso civilizatório”, foi acionado pela revolução tecnológica, que possibilitou 
o desenvolvimento das grandes navegações, que sendo Portugal o pioneiro. 
Assim, data de 1500 o ano em que se registra o primeiro contato entre portu-
gueses e indígenas. Nessa época, estima-se que a população nativa (indígena) 
presente no território brasileiro era de aproximadamente 6 milhões de pessoas, 
distribuídos em mil povos diferentes.
Segundo Darcy Ribeiro (1995), a colonização por parte de Portugal 
foi bastante radical. Entretanto, para o autor, o interesse real de Portugal 
não eram mercadorias, ouro e outras riquezas, mas sim o povo que aqui se 
encontrava. A chegada dos portugueses nas terras brasileiras veio acom-
panhada por guerras, epidemias (doenças trazidas pelos portugueses ou 
adquiridas mediante as condições insalubres vividas durante a navegação) 
e até mesmo diante do processo de descaracterização cultural, uma vez que 
os portugueses que aqui chegavam passaram a tentar impor sua cultura e 
tradições para os que aqui se encontravam. Assim, o desaparecimento dos 
povos indígenas passou a ser visto como uma contingência histórica, algo a 
ser lamentado, porém inevitável (BRASIL, 2019). Assim, há que se destacar 
que o processo de colonização desencadeou um importante extermínio 
(genocídio) desses povos. 
Nesta perspectiva, Silva (2018) assinala que o processo de invasão e 
ocupação das terras brasileiras foi determinante para as diversas mudanças 
pelas quais os indígenas foram expostos ao longo de quase cinco séculos. 
Para o autor: “[…] um longo processo de devastação física e cultural eli-
minou grupos gigantescos e inúmeras etnias indígenas, especialmente 
através do rompimento histórico entre os índios e a terra” (SILVA, 2018, 
documento on-line). 
Na atualidade, a população indígena brasileira é de 817.963 indígenas, 
conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
de 2010 (BRASIL, 2019). Desta população, a maioria vive na zona rural 
(502.783), estando presentes em todos os estados brasileiros, inclusive 
Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola2
no Distrito Federal. A Funai registra, ainda, que há 69 solicitações para 
reconhecimento da condição de indígena junto ao órgão federal indigenista 
(BRASIL, 2019, documento on-line): 
Esta população, em sua grande maioria, vem enfrentando uma acelerada e 
complexa transformação social, necessitando buscar novas respostas para a 
sua sobrevivência física e cultural e garantir às próximas gerações melhor 
qualidade de vida. As comunidades indígenas vêm enfrentando problemas 
concretos, tais como invasões e degradações territoriais e ambientais, explo-
ração sexual, aliciamento e uso de drogas, exploração de trabalho, inclusive 
infantil, mendicância, êxodo desordenado causando grande concentração de 
indígenas nas cidades. 
Assim como o processo vivenciado pela população indígena, a po-
pulação negra também sofreu com o processo de colonizaçãodas terras 
brasileiras. Por volta de 1530, negros foram trazidos como mercadorias 
pelos portugueses em navios negreiros. As condições em que viajavam 
eram precárias, o que fazia muitos morrerem ainda nos navios. Muitos 
daqueles que sobreviviam não se adaptavam à nova terra, e havia preferên-
cia por escravos do sexo masculino, que podiam ser utilizados na lavoura 
de cana-de-açúcar. De acordo com Gelinski e Siqueira (2014, documento 
on-line), a escravidão refletiu: 
[…] extrema desigualdade social, racismo e preconceito que perpassou a 
formação histórica brasileira, visto que seres humanos tiveram seus direitos 
negados por ocasião da cor de sua pele, onde foram excluídos e condenados 
pelo poder que liderava na época.
Com o decorrer do tempo, a população negra passou a buscar mecanismos 
de luta e enfrentamento contra o processo de escravidão pelo qual passavam. 
Uma das formas de resistência foram os quilombos, importante forma de 
oposição ao sistema vigente (GELINSKI; SIQUEIRA, 2014). A formação dos 
quilombos ocorria mediante fuga dos escravos que trabalhavam nos engenhos 
de cana-de-açúcar e das grandes fazendas, formando as pequenas vilas. O 
mais importante quilombo do período colonial foi o de “Palmares”, que se 
desenvolveu na capitania de Pernambuco, na região de Serra da Barriga. 
Recebeu este nome por ser liderado por Zumbi dos Palmares, considerado 
como uma referência pelos demais. 
3Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola
Conforme apontado por Calheiros e Stadtler (2010, documento on-line), o termo 
quilombo foi “[...] originalmente utilizado para designar um espaço e um movimento 
de resistência ao sistema escravocrata, composto predominantemente por negros e 
negras que fugiram e formaram núcleos paralelos de poder, produção e organização 
social”. Para os autores, não apenas escravos negros formavam os quilombos, mas 
também indígenas e pessoas brancas considerados desertores.
Os quilombos marcaram a história brasileira como sinônimo de resistência 
e luta de um importante grupo populacional em um momento bastante crítico. 
Por esse motivo, a sociedade da época tentava criminalizar e penalizar os habi-
tantes dos quilombos, considerados como favorecedores da oposição à ordem 
vigente. Isso ficou evidente nas tentativas de definir o que se consideraria como 
quilombos naquela época. Em 1722, surge o primeiro marco legal relacionado 
aos quilombos, e, duas décadas depois, o Conselho Ultramarino Português 
define como quilombo uma habitação em parte despovoada, composta por 
negros fugidos, em número de cinco, ainda que não haja nessa localidade 
ranchos levantados ou pilões (SCHIMITT; TURATTI; CARVALHO, 2002). 
Segundo os autores:
Se a instituição legal da escravidão marcou o início da organização quilombola 
no país, não se pode, entretanto, imaginar que a sua proibição pôs fim aos 
quilombos. Mesmo quando escravizar tornou-se ilegal, as práticas opressoras 
continuaram se reproduzindo contra a população negra e daí a manutenção 
da sua resistência (CALHEIROS; STADTLER, 2010, documento on-line).
Os quilombos foram assumindo formas diversas ao longo do tempo e 
características peculiares. A história registra a formação de muitos quilombos 
na época da escravidão, entretanto, muitos outros foram constituídos após a 
abolição formal da escravatura, uma vez que esse tipo de comunidade conti-
nuaria a representar, para muitos, a única possibilidade de continuarem livres 
(BRASIL, 2013). Assim, atualmente, fala-se em “remanescentes de quilombos”:
[…] grupos sociais que carregam uma presunção de ancestralidade negra e se 
caracterizam pela organização em torno de uma identidade étnica diferenciada. 
Além disto, dependem de seus territórios ancestrais para a viabilização de 
sua reprodução física, social, econômica e cultural” (BRANDÃO; JORGE, 
2016, documento on-line). 
Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola4
Tais grupos resguardam características étnicas mantidas com a finalidade 
de preservar sua identidade ao longo do tempo. 
Essas breves considerações buscaram resgatar alguns aspectos históricos 
importantes para auxiliar nossa compreensão sobre a maneira atual como 
a sociedade vem lidando com questões relacionadas a grupos considerados 
como minoritários. Nesse sentido, compreender o processo de escravidão, 
o preconceito e o sofrimento vivenciados por indígenas e quilombolas é um 
fator extremamente importante para a adoção de uma postura crítica e atuação 
profissional consciente. 
Políticas públicas de atenção às populações 
indígena e quilombola
A Constituição Federal de 1988 é o marco legal que amplia a proteção e 
assegura direitos a todos os cidadãos brasileiros indistintamente. Assim, é a 
partir desse momento que as comunidades quilombolas e indígenas adquirem 
visibilidade do ponto de vista dos direitos e das políticas públicas.
No que se refere à população quilombola, a Constituição, em seu art. 68, 
assegura o direito à propriedade definitiva de terras, sendo que “[…] aos rema-
nescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é 
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos 
respectivos” (BRASIL, 1988, documento on-line), e, em seu art. 216, que dispõe 
sobre os patrimônios culturais brasileiros, assegura que: “[…] ficam tombados 
todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos 
antigos quilombos” (BRASIL, 1988, documento on-line). Entretanto, em uma 
análise da conjuntura social e política pós-promulgação da Constituição Federal 
e o acesso aos direitos nela elencados, Brandão e Jorge (2016) mencionam 
que os interesses políticos se mostravam contrários às demandas apresentadas 
pela população quilombola contemporânea, considerando-se a dificuldade no 
consenso sobre a definição de população quilombola para efeitos da legislação, 
o que dificultava o acesso ao direito enunciado pela população quilombola. 
Nesse sentido, em 2001, foi regulamentado o Decreto nº. 3.912, que visava 
“[...] à regulamentação do processo administrativo de identificação, demar-
cação e titulação dos territórios ocupados pelos quilombolas”, que passa a 
ser de competência da Fundação Cultural Palmares (BRANDÃO; JORGE, 
2016, documento on-line). Substituído pelo Decreto nº. 4.887 (BRASIL, 2003, 
documento on-line), para efeito dessa proposta, considera-se como rema-
nescentes das comunidades dos quilombos: “[…] os grupos étnico-raciais, 
5Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola
segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados 
de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra 
relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”. 
A Constituição Federal de 1988 ainda assegura o direito à igualdade de 
condições de vida e de cidadania, assim como igual direito às histórias e às 
culturas que compõem a nação brasileira e o direito de acesso às diferentes 
fontes da cultura nacional a todos os brasileiros (BRASIL, 1988, documento 
on-line). Com vistas a complementar a atenção dispensada às comunida-
des quilombolas e na tentativa de assegurar os preceitos constitucionais, foi 
lançado, em 2004, o Programa Brasil Quilombola, com o objetivo de “[…] 
consolidar os marcos da política de Estado para as áreas quilombolas. Com 
o seu desdobramento foi instituída a Agenda Social Quilombola (Decreto 
nº. 6.261/2007)” (BRASIL, 2018, documento on-line). Essa agenda idealiza 
ações nas seguintes áreas: acesso à terra, infraestrutura e qualidade de vida, 
inclusão produtiva, desenvolvimento local, direitos e cidadania. 
Além disso, destaca-se que, no rol das políticas públicas direcionadas para 
a população quilombola, a educação adquiriu lugar de destaque. Em 2003, 
foi promulgada a Lei nº. 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino 
de história e cultura afro-brasileira e africana na Educação Básica. Essa lei 
enfatiza a importância do conhecimento dahistória dessa população para as 
novas gerações. Além disso, registram-se no País as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na atenção básica (Resolução 
nº. 8, de 20 de novembro de 2012), que organiza o ensino ministrado nas 
instituições educacionais direcionados a essa população (BRASIL, 2012). 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola preveem que 
o ensino deve ocorrer em estabelecimentos localizados em comunidades oficialmente 
reconhecidas como quilombolas, sejam elas em áreas rurais ou urbanas, ou em es-
tabelecimentos de ensino próximos a essas comunidades e que recebam parte dos 
estudantes originários de terras quilombolas. Além disso, datas consideradas significativas 
para a população negra e para cada comunidade quilombola devem ser consideradas 
no calendário escolar. Outro aspecto que merece destaque é a atenção dada para a 
manutenção da cultura dessa população. Nessa perspectiva, as diretrizes estabelecem, 
ainda, que os sistemas de ensino e suas escolas devem contratar profissionais de apoio 
escolar originários das comunidades quilombolas para o preparo da alimentação escolar, 
de acordo com a cultura e os hábitos alimentares das próprias comunidades (BRASIL, 2012). 
Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola6
Após ter destacado algumas das principais políticas públicas de atenção 
à população quilombola, é importante mencionar que o Brasil estruturou sua 
política baseada na proposta de reparações (Políticas de Reparação), que tem 
como finalidade oferecer uma resposta às demandas das populações afrodescen-
dentes, por meio do desenvolvimento de ações afirmativas a partir de três eixos: 
valorização da história, da cultura e da identidade, reparações e reconhecimento. 
A proposta é que o Estado e a própria sociedade adotem as medidas necessárias 
para ressarcir os africanos negros de eventuais danos psicológicos, sociais, ma-
teriais, políticos e educacionais que possam ter sofrido com o regime escravista. 
Quanto às políticas públicas direcionadas para a população indígena, destaca-
-se que os direitos assegurados a essa população estão expressos em um capítulo 
específico da Constituição Federal. Assim, enfatiza-se que o Capítulo VIII da 
Constituição Federal, em seu art. 231, estabelece que: 
[…] são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, 
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicional-
mente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar 
todos os seus bens (BRASIL, 1988, documento on-line).
A inclusão desses aspectos na Constituição Federal foi responsável por uma 
nova fase no que se refere à relação entre Estado e população indígena, uma 
vez que implicou no rompimento com valores etnocêntricos que reforçavam as 
diferenças entre eles (BRASIL, 2019). A Funai destaca, ainda, que, embora a 
Constituição Federal estabeleça uma nova proposta para direcionar os direitos 
das populações indígenas, trabalhando na perspectiva de rompimento com a 
visão tutelar e intergeracionista, o rompimento ainda é algo em construção.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi criada em 1967 em substituição ao Serviço de 
Proteção ao Índio. No entanto, a política voltada para a comunidade indígena, nessa 
época, ainda baseava suas ações por meio da tutela e da tentativa de integração da 
população indígena à sociedade dominante. A política vigente reforçava a ação do 
Estado, tornando as sociedades indígenas submissas e bastante dependentes da 
classe dominante (BRASIL, 2019). Transcorridos os anos, destaca-se que, em 2009, a 
atuação da Funai foi reformulada no sentido de otimizar o funcionamento do órgão, 
romper com a visão assistencialista e renovar a forma de relacionamento entre a Funai 
e populações indígenas (BRASIL, 2019). 
7Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola
O reconhecimento das diferenças e os avanços na legislação exige que o 
índio seja visto pelo Estado verdadeiramente como um sujeito de direitos, 
portador de autonomia e capacidade. Entre as políticas públicas de atenção 
aos indígenas, destaca-se a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos 
Indígenas, que tem como proposta a adoção de organização dos serviços 
direcionados à proteção, à promoção e à recuperação da saúde que assegure 
aos índios o exercício da cidadania mediante a criação de uma rede de serviços 
nas terras indígenas que supere as dificuldades já existentes (BRASIL, 2002). 
Assim, faz-se necessário: 
[…] a adoção de medidas que viabilizem o aperfeiçoamento do funcionamento 
e a adequação da capacidade do Sistema, tornando factível e eficaz a aplicação 
dos princípios e diretrizes da descentralização, universalidade, eqüidade, 
participação comunitária e controle social. Para que esses princípios possam 
ser efetivados, é necessário que a atenção à saúde se dê de forma diferenciada, 
levando-se em consideração as especificidades culturais, epidemiológicas 
e operacionais desses povos. Assim, dever-se-á desenvolver e fazer uso de 
tecnologias apropriadas por meio da adequação das formas ocidentais con-
vencionais de organização de serviço (BRASIL, 2002, documento on-line).
Além do direito à saúde a ser desenvolvido a partir das necessidades da 
população indígena, um direito ainda bastante controverso e polêmico é o 
direito às terras. No art. 231, temos algumas considerações a respeito do 
direito a terra:
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas 
em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu 
bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus 
usos, costumes e tradições;
 § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse 
permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios 
e dos lagos nelas existentes;
[…]
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os 
direitos sobre elas, imprescritíveis (BRASIL, 1988, documento on-line).
Na área social, por meio da Política Nacional de Assistência Social, prevê-
-se ações no sentido de incentivar o registro de nascimento e o acesso à 
documentação básica para a população indígena; direitos assistenciais e previ-
denciários, sendo o índio considerado como segurado especial da previdência 
Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola8
social; instalação de Centros de Referência da Assistência Social nas aldeias 
(BRASIL, 2019). Quanto à infraestrutura, a proposta da política atual é a 
inclusão de indígenas como beneficiários do Programa Nacional de Habitação 
Rural e do Programa Minha Casa Minha Vida, previsão de investimento para 
construção de habitações tradicionais e equiparação dos povos indígenas aos 
dos agricultores familiares (BRASIL, 2019). 
Algumas políticas para atenção às populações indígena e quilombola 
foram apresentadas, lembrando que, apesar das dificuldades ainda apresen-
tadas, muitos avanços foram conquistados a partir da Constituição Federal 
de 1988. Tais políticas buscam corrigir as desigualdades raciais e sociais que 
ocorreram ao longo da história e oferecer uma atenção diferenciada, com o 
objetivo de corrigir possíveis desvantagens e a manutenção de uma ordem 
social discriminatória. 
A atuação do Serviço Social junto às populações 
indígena e quilombola
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) assegura a todos que ne-
cessitarem, independentemente de contribuição, a provisão da proteção social 
(BRASIL, 2005). Entre o público-alvo dessa política, com base na perspectiva 
da equidade, a Assistência Social:
[…] atua com outros segmentos sujeitos a maiores graus de riscos sociais, 
como a população em situação de rua, indígenas, quilombolas, adolescentes em 
conflito com a lei, os quais ainda não fazem parte de uma visão de totalidade 
da sociedade brasileira (BRASIL,2005, documento on-line). 
A proposta é tornar visíveis setores da sociedade brasileira considerados 
como excluídos ou invisíveis para as estatísticas ofi ciais (BRASIL, 2005). E 
é nessa perspectiva que se insere o trabalho do assistente social, profi ssional 
responsável por atuar na defesa dos direitos desses usuários, o que pode ser 
assegurado por meio da sua capacidade interventiva e mediante articulação 
teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa. 
As populações quilombolas e indígenas tiveram seus direitos assegurados 
com promulgação da Constituição Federal de 1988. Entretanto, tais direitos, 
inicialmente, ficaram mais restritos para a questão da propriedade definitiva 
das terras tradicionalmente já ocupadas por essas comunidades (SILVA, 2014). 
Segundo a autora, nos anos 2000, os direitos passam a se estender para outras 
9Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola
áreas, como saúde, educação, assistência social, previdência e segurança 
alimentar (SILVA, 2014). 
O Serviço Social, por sua vez, caracteriza-se por ser uma profissão in-
terventiva que atua diretamente nas mais variadas expressões da Questão 
Social. No trabalho com as populações indígenas e quilombolas, isso não é 
diferente, uma vez que elas também vivenciam os impactos do capitalismo, 
do neoliberalismo e os reflexos da contradição entre capital e trabalho. Na 
área da Assistência Social, propriamente dita, dados da Secretaria Especial 
do Desenvolvimento Social mostram que existem, no Brasil, 545 Centros 
de Referências da Assistência Social que têm como foco o atendimento à 
população indígena, sendo que 19 deles estão instalados dentro das comuni-
dades (BRASIL, 2015). O fato de estarem instalados dentro das comunidades 
indígenas favorece o acesso dessa população à Política de Assistência Social. 
Nesse caso, o trabalho é realizado de forma planejada com a Funai. 
Em relação à população quilombola, registra-se que, em 2009, havia 277 
Centros de Referência da Assistência Social e 114 Centros de Referência Es-
pecializado da Assistência Social destinados ao atendimento dessa população 
(BRASIL, 2009). Em relação ao trabalho desenvolvido, Quermes e Carvalho 
(2013) assinalam a importância de qualificar a equipe técnica para a intervenção 
com esses grupos, com a finalidade de favorecer a inclusão e a preservação de 
valores étnicos e culturais. Para os autores, “[…] a introdução da assistência 
social em comunidades indígenas apresenta maior complexidade, que se torna 
ainda maior quando se trata da inclusão dos indígenas com deficiência, que 
carregam o estigma de ser índio e ser deficiente” (QUERMES; CARVALHO, 
2013, documento on-line). 
A partir de outra ótica de análise, Silva (2014, documento on-line) aponta que 
os grupos étnicos, de forma geral, estão “[…] inseridos como demanda para a 
Assistência Social ora a partir do critério do ‘estigma’, ou seja, como grupos ‘estig-
matizados em termos étnicos e culturais’; ora pelo da ‘exclusão’, ocasionada ‘pela 
pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas’”. Em relação aos programas 
de transferência de renda, as populações indígena e quilombola estão inseridas 
como público-alvo desses programas, entretanto, segundo Silva (2014), estes não 
vêm atrelados à universalização dos direitos, mas à focalização na seletividade 
e na escolha daqueles mais pobres entre os pobres, dada as características das 
políticas na atualidade. De acordo com Silva (2014, documento on-line):
Sendo entendidas, agora, como usuárias da Assistência Social, as comunidades 
quilombolas, que historicamente foram apartadas do Estado brasileiro, passam 
a ser integradas a ele. No entanto, como condição de acesso aos direitos, elas 
Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola10
passam a ser entendidas, pelo poder público, como “pobres”. Assim, indaga-se: 
se as diferentes etnicidades são subsumidas em prol da categoria homoge-
neizante e estigmatizante de “pobre”, como o Estado pode assegurar direitos 
iguais aos diferentes sem, contudo, homogeneizá-los e descaracterizá-los?
Assim, na visão da autora, apesar dos inúmeros avanços, e do fato de a 
Política de Assistência Social possibilitar a proteção social, ela ainda não 
tem conseguido assegurar a emancipação por parte desses grupos. Ainda 
sobre os programas de transferência de renda, há que se considerar que o 
Programa Bolsa Família se constitui em um dos mais importantes, e dados do 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mostraram que são 
beneficiárias desse programa 23.392 famílias remanescentes de quilombos, 
alocadas em 24 estados (BRASIL, 2009). Além da renda, as referidas famílias 
possuem acesso a serviços das áreas de educação e saúde, exigências para a 
permanência no programa. Estes e outros programas existentes no âmbito da 
Política de Assistência Social são acessados por meio do Cadastro Único, e, 
para efeito de cadastro, considera-se como quilombola “[…] família quer assim 
se autodeclarar dispensando, portanto, a apresentação de qualquer certidão ou 
documento que comprove sua identidade” (BRASIL, 2009, p. 15).
 Quermes e Carvalho (2013) analisam a situação da população indígena, e 
tais considerações podem ser estendidas para as populações quilombolas que 
não raras vezes também vivenciam dificuldades para sobreviver, situações 
de violência, preconceito e luta pela posse de suas terras tradicionais. Na 
perspectiva das autoras, esta conjuntura favorece a ampliação da pobreza e/
ou da extrema pobreza e questiona:
[…] em que medida políticas de transferência de renda condicionada como o 
BPC podem amenizar tal situação. Em geral, políticas dessa natureza não têm 
caráter estrutural, no sentido de solucionar outros problemas dos indígenas 
que interferem na sua condição de baixa renda (QUERMES; CARVALHO, 
2013, documento on-line). 
Na política de saúde, também há o registro da atenção por parte do Serviço 
Social para essas populações. Dias (2016) analisa o papel do Serviço Social 
junto à população indígena e relata que, no contexto da saúde, o profissional 
integra a equipe multidisciplinar e pode colaborar para a melhoria da atenção 
a essa população. Nesse contexto, a autora afirma que o Assistente Social é 
o técnico: 
11Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola
[…] da assistência social com finalidade de facilitar o acesso a benefícios, 
acompanhamento socioeconômico, mas como profissional que busca traba-
lhar o indivíduo como um todo na busca de respostas que envolve todo o seu 
processo saúde-doença (DIAS, 2016, documento on-line).
Na experiência relatada pela autora, discute-se, ainda, que o profissional de 
Serviço Social pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pa-
cientes, principalmente aqueles com problemas psiquiátricos, famílias vítimas 
de autoextermínio ou vítimas de tentativa de autoextermínio (DIAS, 2016). 
Além das duas importantes áreas citadas, o Serviço Social está inserido 
em diversos espaços socio-ocupacionais, tendo sempre como foco a garantia 
dos direitos de seus usuários. Contudo, independentemente da política em 
que se está inserido, a atuação junto a comunidades indígenas e quilombolas 
implica sempre importantes desafios para a profissão. Isso porque vivemos 
um momento de regressão de direitos, avanço do conservadorismo e amplia-
ção dos interesses econômicos e financeiros. Assim, o desafio é assegurar 
direitos e conquistar uma sociedade mais justa e igualitária, sem exploração 
de qualquer natureza. 
BRANDÃO, A. A.; JORGE, A. L. Estado e comunidades quilombolas no pós-1988. Socie-
dade em Debate, n. 22, n. 1, p. 71–103, 2016. Disponível em: http://revistas.ucpel.tche.
br/index.php/rsd/article/view/1320. Acesso em:14 jun. 2019.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em: 14 jun. 2019.BRASIL. Decreto n.º 4.887, de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para 
identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas 
por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias. Brasília: Senado, 2003. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/D4887.htm#art25. Acesso em: 14 jun. 2019.
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garante proteção social a famílias indígenas. Brasília: MDS, 2015. Disponível em: http://
mds.gov.br/area-de-imprensa/noticias/2015/novembro/cras-garante-protecao-social-
-a-familias-indigenas. Acesso em: 14 jun. 2019.
Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola12
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução n. 8 de 20 de novembro de 2012. Define dire-
trizes curriculares nacionais para a educação escolar quilombola na educação básica. 
Brasília: MEC, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=11963-rceb008-12-pdf&category_slug=novembro-
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Acesso em: 13 jun. 2019.
BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Secretaria de Políticas 
de Promoção da Igualdade Racial. Guia de políticas públicas para comunidades quilom-
bolas: programa Brasil quilombola. Brasília: MDH, 2013. Disponível em: https://www.
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indígenas: saúde indígena. Brasília: FUNASA, 2002. Disponível em: http://bvsms.saude.
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CALHEIROS, F. P.; STADTLER, H. H. C. Identidade étnica e poder: os quilombos nas políticas 
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Acesso em: 13 jun. 2019.
DIAS, R. C. O papel do serviço social na saúde indígena: povos Xakriabá. In: SIMPÓSIO 
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cac-php.unioeste.br/eventos/Anais/servico-social/anais/TC_ETNIA_QUILOMB_POLS_
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13Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola
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povos indígenas estudo de caso em aldeias Guaranis. Serviço Social & Sociedade, n. 116, 
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RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 2. ed. São Paulo: Com-
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SCHMITT, A.; TURATTI, M. C.; CARVALHO, M. C. A atualização do conceito de quilombo: 
identidade e território nas definições teóricas. Ambiente & Sociedade, v. 5, n. 10, 2002. Dispo-
nível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-753X2002000100008&script=sci_
abstract&tlng=pt. Acesso em: 13 jun. 2019.
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Acesso em: 13 jun. 2019.
SILVA, J. C. S. Os grupos étnicos e a proteção social brasileira: a “questão quilombola” na 
Política de Assistência Social. Serviço Social & Realidade, v. 23, n. 1, 2014. Disponível em: 
https://ojs.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/view/2471. Acesso em: 13 jun. 2019.
Leituras recomendadas
ARAÚJO, A. S. et al. Análise socioeconômica de agricultores da comunidade quilom-
bola do Abacatal, Ananindeua, estado do Pará. Biota Amazônica, v. 7, n. 1, p. 30–37, 
2017. Disponível em: https://periodicos.unifap.br/index.php/biota/article/view/2466/
v7n1p30-37.pdf. Acesso em: 14 jun. 2019.
BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no 
currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura 
Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília: Senado, 2003. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 13 jun. 2019.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Trabalho social com famílias 
indígenas na proteção social básica. Brasília: MDS, 2017. Disponível em: https://www.
mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/cartilhas/OrientacoesTecni-
cas_TrabalhoSocialcomFamiliasIndigenas.pdf. Acesso em: 13 jun. 2019. 
IBGE. O Brasil indígena. Brasília: Funai, [2013]. Disponível em: http://www.funai.gov.br/
arquivos/conteudo/ascom/2013/img/12-Dez/pdf-brasil-ind.pdf. Acesso em: 13 jun. 2019.
Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola14
DICA DO PROFESSOR
A população indígena representa um importante grupo para a atuação do Serviço Social. No 
entanto, para que os seus direitos, culturas e formas de vida sejam respeitados, é necessário 
conhecer um pouco mais da realidade desses povos.
Confira, na Dica do Professor, alguns dados referentes à população indígena com base no último 
censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
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EXERCÍCIOS
1) O processo civilizatório ocorrido nas terras brasileiras teve Portugal como pioneiro. 
O primeiro contato entre portugueses e indígenas ocorreu em 1500 e a colonização foi 
considerada muito radical. Qual foi o real interesse de Portugal, segundo a visão de 
Darcy Ribeiro?
A) As mercadorias, o ouro e as riquezas.
B) A população que já vivia nas terras brasileiras.
C) O acesso por mar a pontos importantes de comércio.
D) A administração de um novo país e a expansão do poder de Portugal.
E) A venda dos produtos produzidos pelos nativos.
Os quilombos eram importantes grupos formados por negros fugidos das fazendas ou 
engenhos de cana-de-açúcar. Eram definidos como habitações em parte despovoada 
composta por negros fugidos, desde que em número superior a cinco. Diante o 
2) 
exposto, qual era a visão da sociedade da época a respeito dessas comunidades?
A) Eram símbolo de resistência e luta, considerados como opositores à ordem vigente.
B) Eram sinônimos de organização de uma categoria na luta por melhores condições de vida, 
e, portanto, tinham o apoio da sociedade.
C) Eram grupos formados por jovens portuguesescontrários às normas estabelecidas na 
época.
D) Eram grupos de forte cunho cultural que influenciavam os portugueses que aqui 
chegavam.
E) Eram grupos desorganizados que não tinham propósitos em sua atuação.
3) Quando pensamos na garantia dos direitos da população quilombola, além da 
Constituição Federal de 1988, temos o desenvolvimento de um programa conhecido 
como Brasil Quilombola e a instituição da Agenda Social Brasil Quilombola. 
Todavia, na área da educação, qual é o principal avanço relacionado à atenção a esses 
grupos?
A) Obrigatoriedade do ensino da cultura africana e quilombola nos cursos de Artes.
B) Obrigatoriedade da comemoração do dia 20 de novembro nas escolas públicas de todos os 
municípios brasileiros.
C) Obrigatoriedade do ensino de História Quilombola na educação infantil.
D) Obrigatoriedade de acesso de toda a população que vive em quilombos à educação 
oferecida fora das áreas quilombolas.
E) Obrigatoriedade do ensino de História e Cultura afro-brasileira e africana na Educação 
Básica.
4) A população indígena também tem seus direitos assegurados na Constituição Federal 
de 1988, e pode-se dizer que ela é a principal responsável por uma nova fase na 
relação entre Estado e comunidade indígena. Qual é a implicação desse novo tipo de 
relação estabelecida entre eles?
A) Implicou no rompimento com valores etnocêntricos que reforçavam as diferenças entre 
Estado e comunidade indígena.
B) Implicou na supremacia do Estado nas decisões relacionadas às comunidades indígenas.
C) Implicou na piora da qualidade da relação entre Estado e indígenas, uma vez que estes 
passaram a ter seus direitos cerceados.
D) Implicou na ausência de responsabilidade do Estado na condução da política indígena.
E) Implicou na redução de recursos destinados especificamente para a política indigenista.
5) A Política Nacional de Assistência Social assegura a proteção social a todos que dela 
necessitarem, independente de contribuição. Baseados na perspectiva da equidade, 
qual é o público-alvo dessa Política?
A) Pessoas com renda per capita inferior a 1⁄4 do salário mínimo, excluídos das 
estatísticas oficiais e invisíveis para os setores da sociedade.
B) Indígenas e quilombolas sem fonte de renda própria e aqueles que têm algum tipo de 
deficiência.
Segmentos com maiores graus de riscos sociais, como a população em situação de rua, C) 
indígenas, quilombolas, adolescentes em conflito com a lei, os quais ainda não fazem parte 
de uma visão de totalidade da sociedade brasileira.
D) Todos os indivíduos que não tiverem condições de prover a própria subsistência, pois 
todos são considerados iguais perante a lei.
E) Todos os indivíduos, sem distinção de classe social ou renda, constituem-se no público-
alvo dessa Política, que tem caráter universal.
NA PRÁTICA
A Constituição Federal de 1988 inovou ao assegurar aos indígenas direitos e garantias, 
equiparando-os aos demais cidadãos. Na Política de Assistência Social isso não foi diferente e 
foram estabelecidos os direcionamentos para atenção a essa população.
Confira, Na Prática, como pode ser desenvolvido um trabalho pelo profissional de Serviço 
Social no interior de uma comunidade indígena.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A sociedade brasileira nos fez pobres: assistência social e autonomia étnica dos povos 
indígenas. O caso de Dourados, Mato Grosso do Sul
Neste artigo, o autor realiza uma análise sobre a situação dos povos indígenas e a sua relação 
com a política pública de Assistência Social. A análise é feita a partir de uma pesquisa de campo 
realizada na Reserva Indígena de Dourados, Mato Grosso do Sul.
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Povos indígenas e o direito à terra na realidade brasileira
Neste artigo, a autora discute o processo histórico do direito à terra assegurado aos povos 
indígenas, da violência que permeia esse processo, resistência e luta pela garantia do acesso e 
uso da terra.
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