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DOENÇAS EXANTEMÁTICAS MFC - USF VILA VERDE PROFª: DRA GÉSSICA e DRA PATRÍCIA INTERNOS: CARLOS DANIEL, CAROLINE LOPES e LARISSA VASCONCELOS. Doença exantemática é um conjunto de doenças infecciosas que cursam com manifestações cutâneas e sistêmicas. Muito comuns, principalmente na infância, e sua principal importância é que algumas delas apresentam alto risco de contágio e de complicações. PRINCIPAIS DOENÇAS EXANTEMÁTICAS • SARAMPO • RUBÉOLA • ARBOVIROSES • EXANTEMA SÚBITO - ROSÉOLA • ERITEMA INFECCIOSO • MONONUCLEOSE INFECCIOSA • VARICELA • MONKEYPOX • ESCARLATINA EXANTEMAS EXANTEMAS/RASH CUTÂNEO: • Erupções cutâneas eritematosas • Disseminadas • Estando ou não em associação com: prurido, descamação, bolhas e crostas. PADRÕES DE EXANTEMAS: • Maculopapular Mais comum em: sarampo, rubéola, eritema infeccioso, exantema súbito. • Papulovesicular Comum em: varicela, herpes zoster, doença mão-pé-boca e herpangina. • Petequial Mais comum em: doenças infecciosas bacterianas invasivas (meningococo). VIRAL Morbilivirus, Rubivírus, Herpes vírus, Parvovírus B19, varicela- zoster, Coxsackie, Epstein-Barr. BACTERIANA Streptococcus pyogenes OUTROS AGENTES INFECCIOSOS Fungos e protozoários. CAUSAS NÃO INFECCIOSAS Reações medicamentosas, doenças autoimunes e neoplasias. EXANTEMAS EPIDEMIOLOGIA Sarampo e Rubéola nas regiões brasileiras (2010-2014) 2% Norte 8% Sudeste 87% Nordeste 1% Centro-Oeste Sul 2% EPIDEMIOLOGIA Sarampo e Rubéola (2018-2020) 2018: SURTO DE SARAMPO NA VENEZUELA Hesitação vacinal com relação à Tríplice viral e outras vacinas. (MACHADO et al, 2018) MOVIMENTO ANTIVACINA Boletim epidemiológico 2019: a meta de vacinação contra Sarampo e Rubéola não foi atingida. BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DO SARAMPO: Estado do Pará: 65,1% dos casos. Registro de óbitos. (BRASIL, 2020) FALHA DE IMUNIZAÇÃO NACIONAL Vinda de imigrantes para o Brasil neste período. Vetorial Gotículas respiratórias Contato com secreções, fluidos, objetos contaminados. TRANSMISSÃO Vertical FASES CLÍNICAS INCUBAÇÃO Sem sintomas PRODRÔMICA Sintomas inespecíficos: febre baixa, coriza, cefaleia, conjuntivite. EXANTEMÁTICA Nesta fase, as características do exantema nos permitem presumir o diagnóstico. COVALESCENÇA Melhora do quadro. QUADRO CLÍNICO Cefaleia Febre Mialgia Exantema Mal-estar geral Tosse DIAGNÓSTICO CLÍNICO TESTES RÁPIDOS RT- PCR SOROLÓGICOS Boa alimentação, hidratação, repouso, higiene das lesões, suporte hospitalar se necessário. Suporte Analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos, loções tópicas. Vacina tríplice viral: Sarampo, Rubéola. Varicela Higiene pessoasl, manter lesões limpas e secas. Sintomáticos Medidas de higiene Imunização – quando houver TRATAMENTO Higiene das mãos Higiene do ambiente Uso de máscara nas unidades de saúde Evitar contato próximo com pessoas infectadas Evitar o contato direto com secreções Repelente 1 2 3 4 PREVENÇÃO SARAMPO CARACTERÍSTICAS GERAIS: Doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, transmissível, contagiosa. AGENTE ETIOLÓGICO: Morbillivirus - RNA vírus MODO DE TRANSMISSÃO: Direta secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Pela alta contagiosidade, 9 em cada 10 pessoas suscetíveis com contato próximo a uma pessoa com sarampo desenvolverão a doença. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 7 e 21 dias. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: O período de maior transmissibilidade ocorre 4 dias antes e 4 dias após o início do exantema. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Febre alta, acima de 38,5°C, exantema maculopapular morbiliforme, cefalocaudal, tosse seca, coriza, conjuntivite não purulenta e manchas de Koplik antecedendo o exantema. SARAMPO DIAGNÓSTICO: Clínico Laboratorial: Sorologia – ELISA, PCR Suspeita: Notificação compulsória COMPLICAÇÕES: Maior chance em crianças <5 anos, gestantes, imunodeprimidos, pessoas desnutridas ou com deficiência de vitamina A, e pessoas que residem em situações de grandes aglomerados. TRATAMENTO: Não existe tratamento específico para a infecção por sarampo Sintomáticos Manter a hidratação e o suporte nutricional, e diminuir a hipertermia Recomenda-se a administração do palmitato de retinol (vitamina A) Antibiótico contraindicado. PREVENÇÃO: Vacina – contida na Tríplice viral Contraindicada em gestantes RUBÉOLA CARACTERÍSTICAS GERAIS: Doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta contagiosidade. Doença leve e autolimitada. OBS: Risco de abortos, natimortos e síndrome da rubéola congênita.** AGENTE ETIOLÓGICO: Rubivirus - Vírus RNA MODO DE TRANSMISSÃO: Direta secreções nasofaríngea, gotículas respiratórias, contato direto com pessoas infectadas. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 12 e 23 dias. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: 7 dias antes e 7 dias após início do exantema. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Febre < 39°C, mal-estar, conjuntivite leve, linfadenopatia retroauricular/occipital/cervical posterior, exantema maculopapular, eritematoso e frequentemente pruriginoso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para o tronco e os membros, com duração de 1 a 3 dias. RUBÉOLA DIAGNÓSTICO: Clínico Laboratorial: Sorologia – ELISA, PCR Suspeita: Notificação compulsória COMPLICAÇÕES: • Encefalite pós-infecciosa • A infecção por rubéola ocorrendo 12 dias antes da concepção e durante as primeiras 10 semanas de gestação muitas vezes resulta em aborto espontâneo, morte fetal ou infantil precoce e defeitos congênitos de múltiplos órgãos. TRATAMENTO: Sintomáticos Hidratação, suporte nutricional, controle da hipertermia. Antibiótico contraindicado. PREVENÇÃO: Vacina de vírus vivo atenuado – contida na Tríplice viral Contraindicada em gestantes É recomendado que mulheres se vacinem pelo menos 30 dias antes de engravidar. SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA CARACTERÍSTICAS GERAIS: Mulher infectada com rubéola no início da gravidez tem 90% de chance de transmitir ao feto. Maior risco: 1º trimestre. > 18 semanas o risco de SRC é baixo. Notificação compulsória MANIFESTAÇÕES: IRC: assintomático OU SRC: pode afetar olhos, ouvido e sistemas cardíaco, neurológico, hepático e hematológico. Período neonatal: baixo peso ao nascer, púrpura trombocitopênica, anemia hemolítica, hepatoesplenomegalia e meningoencefalite (manifestações geralmente transitórias). Outras manifestações: retinopatia, glaucoma, anormalidades cardíacas, retardo psicomotor e microcefalia, surdez, doenças autoimunes (DM1, tireoidite). Bebês com SRC podem transmitir o vírus nos 4 primeiros meses de vida (alta carga viral nas secreções corporais) e por até 1 ano cuidadores. DIAGNÓSTICO: Sorologia IgM/IgG – ELISA (IgM pode ser identificado até os 12 meses) IgM rubéola no sangue do RN = infecção congênita (IgM não ultrapassa barreira placentária) Swab (nasofaringe, orofaringe) e Urina RT-PCR TRATAMENTO: Sintomáticos e Manejo clínico das anormalidades congênitas ARBOVIROSES DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA Constituem um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Vírus transmitidos por artrópodes, em que parte de seu ciclo replicativo ocorre nesses insetos. Principais vetores envolvidos: Aedes aegypti (Brasil) e Aedes albopictus (Ásia). O vetor se infecta ao picar uma pessoa no período virêmico há um período de incubação (PIE) até o surgimento do vírus na saliva do inseto: 8-14 dias para DENV e ZIKV e 3-7 dias para CHIKV. Após esse tempo, o mosquito permanece infectante até 6-8 semanas. Apresentam quadro clínico semelhante dificuldade de diagnóstica inicial pelo profissional de saúde dificultar a adoção de manejo clínico adequado predispor à ocorrência de formas graves, levando eventualmente a óbitos (CALVO et al., 2016). Manifestações neurológicas relacionadas a infecção viral prévia por arbovírus: encefalite, meningoencefalite, mielite e síndrome de Guillain-Barré (SGB). PREVENÇÃO Acabar com o mosquito: manter o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros.Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia proteção às picadas Repelentes e inseticidas também podem ser usados Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos). ARBOVIROSES: DENGUE CARACTERÍSTICAS GERAIS: Arbovirose mais prevalente no Brasil. Em geral debilitante e autolimitada (maioria se recupera). A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode apresentar um amplo espectro clínico, variando de casos assintomáticos a graves (até óbitos). AGENTE ETIOLÓGICO: Vírus DENV – 4 sorotipos MODO DE TRANSMISSÃO: Fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 4 – 10 dias PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: 1 dia antes da febre e até o 5º dia da doença. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Assintomático OU Fase febril: Febre >38, mal-estar geral, astenia, mialgia, dor retro-orbitária, náuseas, vômitos.4 Exantema maculopapular em face, tronco e membros, não poupa regiões palmares e plantares e com ou sem prurido. (MAIORIA SE RECUPERA AQUI). Fase crítica: Maior risco crianças mais novas, idosos, DM, Asma, AF, HAS, infecções prévias. Fase de recuperação DENGUE: Fase crítica SINAIS DE ALARME NO PACIENTE COM DENGUE: Dor abdominal intensa Vômitos persistentes Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico). Hipotensão postural ou lipotímia. Sonolência ou irritabilidade Hepatomegalia dolorosa Sangramento de mucosa, hematêmese e/ou melena Queda de plaquetas, aumento repentino do hematócrito DENGUE HEMORRÁGICA* Esses casos são caracterizados por sangramento grave, disfunção de órgãos ou extravasamento importante de plasma. O choque ocorre entre o 4-5 dia, precedido pelos sinais de alarme. Curta duração: pode levar ao óbito em um intervalo de 12 a 24 horas ou à recuperação rápida. Fase de recuperação: ocorre após as 24-48 horas da fase crítica melhora do estado geral, do apetite, redução de sintomas gastrointestinais, estabilização hemodinâmica e melhora do débito urinário. Alguns pacientes podem apresentar um exantema, com ou sem prurido generalizado. Bradicardia e alterações no ECG são comuns. DIAGNÓSTICO: Detecção de antigeno NS1 (Teste rápido ou ELISA) – sangue – (< 6ºdia) RT-PCR – amostra de sangue (1º ao 5º dia de sintoma) IgM – ELISA (> 6º dia) Notificação compulsória! TRATAMENTO: Sintomáticos e suporte Monitorar hematócrito, plaquetas e albumina auxiliam na avaliação e no monitoramento dos pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de dengue. ARBOVIROSES: CHIKUNGUNYA AGENTE ETIOLÓGICO: Vírus Chikungunya (CHIKV) MODO DE TRANSMISSÃO: Picada dos mosquitos vetores: Aedes aegypti. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 1 e 12 dias. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: 2 dias antes e 10 dias após início do exantema. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 3 fases: 1. Fase aguda 2. Fase pós-aguda 3. Fase crônica ARBOVIROSES: CHIKUNGUNYA 1. FASE AGUDA: Febre alta de início súbito (>38,5oC) e intensa poliartralgia, geralmente acompanhada de dorsalgia, exantema, cefaleia, mialgia e fadiga, com duração variável. Poliartralgia: >90% dos pacientes. Dor poliarticular, bilateral e simétrica, pode haver assimetria de intensidade. Acomete grandes e pequenas articulações (mais distais). Pode haver edema (associado à tenossinovite), dor ligamentar, mialgia (leve a moderada), rigidez articular matinal e limitação para realizar atividades cotidianas. Exantema: 50% dos pacientes. Macular ou maculopapular, surge do 2-5º dia após febre. Afeta tronco e as extremidades (incluindo palmas das mãos e plantas dos pés), pode atingir face. Com ou sem prurido. Dermatite esfoliativa, lesões vesiculobolhosas (principalmente nas crianças), hiperpigmentação, lesões simulando eritema nodoso e úlceras orais, dor retro-ocular, calafrios, conjuntivite não purulenta, náusea, vômitos, faringite, diarreia, dor abdominal, neurite. ARBOVIROSES: CHIKUNGUNYA 2. FASE PÓS AGUDA: Geralmente não tem febre (mas pode ter!) Artralgia: pode melhorar, persistir ou agravar. Pode ter: poliartrite distal, tenossinovite hipertrófica pós-aguda nas mãos (mais frequentemente nas falanges e nos punhos) e nos tornozelos. Síndrome do túnel do carpo pode ocorrer como consequência da tenossinovite hipertrófica. Edema em articulações, astenia, recorrência do prurido generalizado e exantema maculopapular, além do surgimento de lesões purpúricas. Alguns pacientes podem desenvolver doença vascular periférica, fadiga, alopecia e sintomas depressivos. ARBOVIROSES: CHIKUNGUNYA 3. FASE CRÔNICA: sintomas por > 3 meses. Cerca de 50% dos pacientes. Pode durar anos. Fatores de risco para a cronificação: >45 anos, artropatia preexistente e maior intensidade do quadro na fase aguda. Dor articular, musculoesquelética e neuropática. Geralmente nas mesmas articulações atingidas durante a fase aguda, caracterizando-se por dor com ou sem edema, limitação de movimento e rigidez articular matinal, podendo levar à deformidade ao longo dos anos. Acometimento poliarticular simétrico, embora possa ser assimétrico e monoarticular. Também há relatos de dores nas regiões sacro ilíaca, lombossacra e cervical. Articulações incomuns: ATM e esterno-claviculares. Também pode ter manifestações decorrentes da síndrome do túnel do carpo como: dormência e formigamento das áreas inervadas pelo nervo mediano, fascite plantar. Alguns pacientes poderão evoluir com artropatia destrutiva, semelhante à artrite psoriática ou reumatoide. Outras: fadiga, cefaleia, prurido, alopecia, exantema, bursite, tenossinovite, disestesias, parestesias, fenômeno de Raynaud, alterações cerebelares, distúrbios do sono, alterações da memória, déficit de atenção, alterações do humor, turvação visual e depressão. DIAGNÓSTICO: Teste rápido – Triagem RT-PCR – amostra de sangue (< 5º dia) Sorologias IgM e IgG – ELISA (> 6º dia) Hemograma: Leucopenia com linfopenia. Trombocitopenia. VHS e PC-R elevadas. O diagnóstico laboratorial na fase crônica é feito por meio da sorologia. Diagnóstico diferencial com outras doenças de acometimento articular, razão pela qual se deve investigar marcadores de atividade inflamatória e imunológica. TRATAMENTO: Repouso, ingestão de líquidos, sintomáticos, suporte Fase aguda: AINES e corticoides não devem ser utilizados. AAS também é contraindicado pelo risco de Síndrome de Reye e de sangramento. Considerando a necessidade de prescrição de corticoides e AINES na fase pós-aguda, os seguintes exames devem ser solicitados: ureia, creatinina, TGO, TGP, eletrólitos, glicemia de jejum e hemograma. Na fase crônica: Metotrexato e hidroxicloroquina Artrite Antes é importante afastar a TB ativa e as hepatites virais (metotrexato) e as retinopatias (hidroxicloroquina). Solicitar: HBsAg, anti-HCV, anti-HIV, PPD, raio-X de tórax, fundoscopia. Fisioterapia ARBOVIROSES: ZIKA CARACTERÍSTICAS GERAIS: Arbovirose que caracteriza-se, mais frequentemente, por manifestações clínicas brandas e autolimitadas. QP: exantema pruriginoso. A infecção por Zika vírus é associada a casos graves de malformações congênitas (microcefalia). AGENTE ETIOLÓGICO: Vírus Zika (ZIKV) MODO DE TRANSMISSÃO: Vetorial pelo Aedes aegypti, via sexual, pós-transfusional e vertical (transplacentária) PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 2-7 dias. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: Até 5º dia do início dos sintomas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Assintomática OU Sintomas leves e autolimitados: febre baixa ou ausente, exantema maculopapular craniocaudal pruriginoso de início precoce. O prurido é importante, podendo afetar suas atividades cotidianas e o sono. Conjuntivite, cefaleia, astenia, mialgia e artralgia. A artralgia é menos intensa que a da Chikungunya e pode durar até 30 dias. DIAGNÓSTICO: RT-PCR – amostra de sangue, saliva, sêmen, urina... (Até o 5º dia) IgM – ELISA (> 6º dia) – Muita chance de reação cruzada (flavivírus, vacina febre amarela recente) Notificação compulsória COMPLICAÇÕES: Gestantes infectadas, mesmo as assintomáticas, podem transmitir o vírus ao feto aborto espontâneo, óbito fetal ou malformações congênitas (microcefalia) - SCZ. Neurotrópico: distúrbios neurológicos (encefalites, mielites, neurite óptica), incluindo a síndrome de Guillain-Barré (SGB). TRATAMENTO: Repouso relativo, enquanto durar a febre. Ingestão de líquidos. Paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre. AAS é contraindicado Administração de anti-histamínicos. Orientar ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em casos de sensação de formigamento de membros ou alterações do nível de consciência (para investigação de SGB e de outros quadros neurológicos). Se queixa de alteração visual encaminhamento ao oftalmologista para avaliação e tratamento. Imagem: site FIOCRUZ EXANTEMA SÚBITO – ROSÉOLA CARACTERÍSTICAS GERAIS: Doença viral de evolução benigna. Ocorre tipicamente na infância, em especial nos menores de quatro anos. AGENTE ETIOLÓGICO: Herpes-Vírus tipo 6 e 7 MODO DE TRANSMISSÃO: Secreção oral do portador sadio para contatos próximos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Início súbito, febre alta (39º/40ºC) e extrema irritabilidade. O exantema é do tipo maculopapular, com lesões discretas de 2 a 3 cm de diâmetro, não coalescentes. Em geral, acomete inicialmente o tronco e em seguida a face, a região cervical e a raíz dos membros, sendo de curta duração (24 a 72 horas sem descamação). DIAGNÓSTICO: Laboratorial: IgM e IgG para HHV-6 – ELISA. TRATAMENTO: Suporte e administração de medicação sintomática Vigilância das complicações PREVENÇÃO: Não tem vacina ERITEMA INFECCIOSO CARACTERÍSTICAS GERAIS: Doença viral de evolução benigna. Acomete preferencialmente crianças de 2 a 14 anos. AGENTE ETIOLÓGICO: Parvovírus B19 MODO DE TRANSMISSÃO: Direta secreções nasofaríngea, gotículas respiratórias, contato direto com pessoas infectadas. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: Antes do exantema MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Podem surgir sinais inespecíficos, como febrícula, mialgia e cefaleia. O exantema inicia-se pela face sob a forma de eritema difuso, com distribuição em “vespertilho” e edema de bochechas (fácies esbofeteada). As outras regiões da face são poupadas. O exantema é tipo maculopapular, com palidez central que confere rendilhado à lesão. Acomete o tronco e a face extensora dos membros, podendo regredir em até 3 semanas. Pode haver recorrência da doença pela ação de estímulos como o sol, o estresse e variação de temperatura. DIAGNÓSTICO: Sorologia para detecção de anticorpos IgM (ELISA) TRATAMENTO: Sintomático PREVENÇÃO: Não há vacina. MONONUCLEOSE INFECCIOSA AGENTE ETIOLÓGICO: Vírus Epstein-Barr (um herpes-vírus) MODO DE TRANSMISSÃO: Pessoa-pessoa, por meio de contato com saliva de pessoas infectadas. Crianças pequenas podem infectar-se por contato com saliva em objetos ou mãos. Em adultos jovens, o beijo facilita a transmissão. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 4-6 semanas. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: Prolongado: 1 ano ou mais. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Em 50% dos casos a infecção é subclínica ou assintomática. Febre, linfoadenopatia, amigdalite membranosa e esplenomegalia. Pode apresentar exantema, variável e inconstante que está associado ao uso de antibióticos (penicilinas, cefalosporinas e seus derivados). DIAGNÓSTICO: Clínica Sorologia para detecção de IgM anti-cápside viral (anti-VCA) em sangue coletado em fase aguda IgG antiantígeno nuclear (anti-EBNA) em sangue na fase convalescente. TRATAMENTO: Sintomáticos PREVENÇÃO: Não há vacina. Orientar aos contatos próximos e minimizar o contato com saliva do indivíduo com mononucleose VARICELA/CATAPORA CARACTERÍSTICAS GERAIS: Infecção viral febril, aguda, altamente contagiosa. Em crianças, geralmente é benigna e autolimitada. Em adolescentes e adultos, em geral, o quadro clínico é mais exuberante. Notificação compulsória. AGENTE ETIOLÓGICO: Vírus varicela-zoster – Vírus DNA. MODO DE TRANSMISSÃO: Direta secreções nasofaríngea, gotículas respiratórias, aerossóis, contato direto com líquido das lesões cutâneas. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 10 e 21 dias. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: 2 dias antes do exantema e se estende até que todas as lesões estejam em fase de crosta. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Febre baixa, cefaleia, anorexia, vômitos. Na criança o surgimento do exantema geralmente é o primeiro sinal. Exantema maculopapular e distribuição centrípeta, que, após algumas horas, torna-se vesicular, evolui rapidamente para pústulas e crostas secas não infecciosas, em 3 a 7 dias. Lesões acompanhadas de prurido. Pode acometer mucosas e levar ao aumento de linfonodos. DIAGNÓSTICO: Clínico Sorologia IgM e IgG PCR no líquido das vesículas COMPLICAÇÕES: O quadro costuma ser benigno, com duração de 10 dias, mas pode evoluir com: pneumonia pelo próprio vírus afecção no sistema nervoso infecções bacterianas cutâneas secundárias A doença pode ser mais grave em adultos, imunodeprimidos, gestantes ou neonatos. Herpes-Zoster: costuma ocorrer anos após a exposição ao VVZ, com vesículas agrupadas sobre base eritematosa, associada à sensação de dor, queimação e aumento da sensibilidade local, geralmente seguindo um dermátomo. TRATAMENTO: Prurido: soluções e cremes tópicos, antialérgicos: Higiene e cuidado com as lesões Antivirais sistêmicos: doença mais grave ou casos de maior risco de complicações. PREVENÇÃO: Vacina - Varicela MONKEYPOX - VARÍOLA DOS MACACOS CARACTERÍSTICAS GERAIS: Doença zoonótica de etiologia viral. AGENTE ETIOLÓGICO: Monkeypox vírus MODO DE TRANSMISSÃO: Direta secreções nasofaríngea, gotículas respiratórias, contato direto com pessoas infectadas, lesões de pele e fluidos corporais. Contato com superfícies e objetos contaminados, roupas de cama (podem ficar viáveis até 4 dias). PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 5 e 21 dias. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: Transmite do início do quadro até as lesões de pele sumirem. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Febre (dias), erupções cutâneas, calafrios, linfadenopatia, odinofagia, cefaleia, mialgia. Não há caso assintomático! Lesões cutâneas: lesões eritematosas, pápulas vesículas e bolhas (com líquido incolor) esse líquido posteriormente fica amarelado rompimento das lesões crostas cicatriza. Duram cerca de 2-4 semanas. Essas lesões ocorrem mais em extremidades, face e regiões genitais, dentro da boca. DIAGNÓSTICO: Clínico TRATAMENTO: Sintomático Ingestão de líquido Boa alimentação Manter lesões limpas e secas PREVENÇÃO: Não tem vacina Evitar contato direto com pessoas infectadas. Higiene das mãos Não compartilhar alimentos, objetos pessoais, toalhas, copos, talheres... ESCARLATINA CARACTERÍSTICAS GERAIS: Doença comete principalmente crianças de 2-10 anos de idade. AGENTE ETIOLÓGICO: Bactéria – Streptococos pyogenes – Estreptococo Beta hemolítica do Grupo A. MODO DE TRANSMISSÃO: Direta secreções nasofaríngea, gotículas respiratórias, contato direto com pessoas infectadas. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 2-5 dias. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: 10-20 dias em pacientes não tratados. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Faringoamigdalite membranosa, febre alta e mal-estar. Exantema eritematoso puntiforme (pele áspera como uma lixa), palidez peribucal (Sinal de Filatov), linhas marcadas nas dobras de flexão (Sinal de Pastia) e língua em framboesa. Descamação extensa em mãos e pés (em dedos de luva) após 1 semana. DIAGNÓSTICO: Teste rápido (aglutinação de Látex) em secreção colhida de orofaringe. COMPLICAÇÕES: Complicações podem ocorrer dentro de 1-5 semanas e incluem: Glomerulonefrite aguda Febre reumática aguda. Complicações tardias incluem: Coreia de Sydenham Cardiopatia reumática TRATAMENTO: Antibióticos Sintomáticos PREVENÇÃO: Não há vacina Contactantes portadores devem ser tratados Cefaleia It’s the farthest planet from the Sun Febre Despite being red, is actually a cold place Rinorreia Earth is the third planet from the Sun ● BRAZILIAN JOURNALOF HEALTH REVIEW. Incidência das doenças exantemáticas infantis nas regiões brasileiras. Curitiba, 2021. ● MINISTÉRIO DA SAÚDE, Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde – 5. ed. – Brasília, 2021. ● SILVA JA, FERREIRA R, HAMIDAH AM, PINTO JUNIOR VL. Doenças Exantemáticas: abordagem diagnóstica. Rev Med Saude Brasilia, 2012. REFERÊNCIAS
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