Buscar

Livro Logistica Reversa e sustentabilidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 203 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 203 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 203 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Unidade 1
Livro Didático Digital
Carolina Galvão Sarzedas
Logística Reversa
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
A AUTORA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá. Meu nome é Profª Drª Carolina Galvão Sarzedas. Sou formada 
em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências e com 
experiência técnico-profissional na área de meio ambiente há mais 
de 18 anos. Minha formação acadêmica começou na UFRJ, onde me 
apaixonei pela Ciência e pela Educação. Tenho experiência tanto na área 
de orientação acadêmica quanto na produção de material didático para 
grandes empresas de Educação. Pelos motivos citados, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar o seu time de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) ............................. 10
Resíduos Sólidos ............................................................................................................................. 10
Classificação dos Resíduos Sólidos ................................................................................... 12
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) .......................................................... 14
Logística Reversa ........................................................................................20
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ......................................................... 20
Sistema de Logística Reversa (SLR) .................................................................................. 21
Motivações para Implantação da LR ................................................................................24
Sociedade Responsável e a Importância dos Canais de Comunicação 27
Questões Ambientais Ligadas às Operações Logísticas ............30
Logística ................................................................................................................................................ 30
Logística Reversa ............................................................................................................................ 31
Dificuldades na Disseminação da Logística Reversa ............................................34
Governo ...............................................................................................................................35
Sociedade ......................................................................................................................... 36
Organizações .................................................................................................................. 36
Canais de Distribuição Reversos ..........................................................38
Classificação da Logística Reversa ................................................................................... 38
Canais de Distribuição ................................................................................................................ 39
Canais de Distribuição Reversos ..................................................................... 39
Logística Reversa 7
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
01
Logística Reversa8
INTRODUÇÃO
Você sabia que as áreas de Desenvolvimento Sustentável e Logística 
Reversa são de grande influência para as empresas atualmente? Esta 
demanda tende a crescer com o aumento das legislações que controlam 
os impactos ambientais negativos gerados pelos empreendimentos e 
pela conscientização da sociedade, que cada vez mais prioriza produtos 
que possam ser reciclados ou são biodegradáveis. Portanto, entender o 
que é Logística Reversa, e como desenvolvê-la dentro das empresas, 
se tornou um grande atrativo de mercado. Entendeu? Ao longo desta 
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Logística Reversa 9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Apresentar a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
2. Entender o conceito de Logística Reversa e suas vertentes.
3. Definir a logística do ponto de vista ambiental.
4. Descrever os canais de distribuição diretos e reversos.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Logística Reversa10
Política Nacional dos Resíduos Sólidos 
(PNRS)
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como a PNRS instituiu a Logística Reversa e passou a ditar 
regras e responsabilidades acerca dos resíduos sólidos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá!
Resíduos Sólidos
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei no 12.305/10), 
resíduos sólidos são definidos como todo material, toda substância, 
todo objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em 
sociedade. 
Figura 1 – Ciclo de reaproveitamento de resíduos
Fonte: @pixabay
https://pixabay.com/pt/vectors/sincronizar-sincroniza%C3%A7%C3%A3o-setas-150123/
Logística Reversa 11
Os resíduos podem ser encontrados em estados sólidos ou 
semissólido, ou ainda, na forma de gases contidos em recipientes, e 
líquidos com características que tornem inviável o seu lançamento na 
rede pública de esgotos ou em corpos d’água.
Geralmente, os resíduos gerados nas mais diversas atividades não 
são úteis para quem os gera, porém, podem ser reaproveitados em outros 
processos produtivos, como uma matéria-prima secundária. Por isso, 
resíduos diferem-se de rejeito ou lixo. 
O termo rejeito, na PNRS, é definido como:
resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as 
possibilidades de tratamento e recuperação por processos 
tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não 
apresentem outra possibilidade que não a disposição final 
ambientalmente adequada. (BRASIL, 2010)
Comumente, denominamos tudo o que “jogamos fora”, como 
lixo, porém, lixo ou rejeito é tudo que não é passível de tratamento ou 
reutilização. 
Com o desenvolvimento e o uso do petróleo como meio não 
energético, mas para produção de polímeros sintéticos, fez surgir uma 
nova classe de resíduos sólidos. Essa mudança cultural passou a aceitar 
como “normal” a não reparabilidade dos objetos, tornando-os cada vez 
mais descartáveis e aumentando ainda mais a geração de resíduos 
sólidos. 
Biologicamente, podemos dizer que não existe lixo. Todas as 
substâncias produzidas pelos seres vivos e que são prejudiciais ou inúteis 
para o organismo (como fezes, urina ou restos de organismos mortos), 
são reciclados por seres decompositores. Os substratos dos vegetais 
nada mais são do que substâncias mineraisexcretadas por estes mesmos 
seres decompositores. 
Até mesmo o oxigênio, essencial para a sobrevivência dos 
organismos aeróbicos é um resíduo produzido pelos seres fotossintéticos.
Logística Reversa12
Classificação dos Resíduos Sólidos
Estamos falando de resíduos sólidos, entretanto, precisamos 
entendê-los e classificá-los segundo a PNRS: 
I - Quanto à origem: 
a. Resíduos domiciliares – os originários de atividades domésticas em 
residências urbanas.
b. Resíduos de limpeza urbana – os originários da varrição, limpeza de 
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana. 
c. Resíduos sólidos urbanos. 
d. Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços 
– os gerados nessas atividades. 
e. Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico.
f. Resíduos industriais – os gerados nos processos produtivos e 
instalações industriais. 
g. Resíduos de serviços de saúde – os gerados nos serviços de saúde, 
conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas 
pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e do 
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. 
h. Resíduos da construção civil – os gerados em construções, reformas, 
reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os 
resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis. 
i. Resíduos agrossilvopastoris – os gerados nas atividades agropecuárias 
e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas 
atividades. 
j. Resíduos de serviços de transportes – os originários de portos, 
aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e 
passagens de fronteira.
k. Resíduos de mineração – os gerados na atividade de pesquisa, 
extração ou beneficiamento de minérios. 
Logística Reversa 13
II - Quanto à periculosidade:
a. Perigosos – inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos, patogênicos, 
carcinogênicos, teratogênicos e mutagênicos (apresentam 
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental).
b. Não perigosos – não se enquadram na descrição acima.
A composição dos resíduos gerados por uma sociedade varia 
de acordo com os hábitos de vida de cada um dentro da sua situação 
socioeconômica. Esses resíduos podem ser classificados das seguintes 
maneiras:
 • Plásticos – garrafas, garrafões, frascos, embalagens.
 • Matéria orgânica – restos de comida.
 • Metais – latas.
 • Papel e papelão – jornais, revistas, caixas e embalagens.
 • Vidro – garrafas, frascos, copos.
 • Outros – roupas, óleos de motor, resíduos de eletrodomésticos.
Alguns dos resíduos gerados por nós são altamente perigosos e 
danosos para o meio ambiente (exemplo: pilhas, baterias de telefones e 
equipamentos eletrônicos). A contaminação pode ser restrita ao local de 
despejo ou pode entrar em contato com riachos ou algum lençol freático, 
contaminando assim grandes áreas. 
IMPORTANTE:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como a PNRS instituiu a Logística Reversa e passou a ditar 
regras e responsabilidades acerca dos resíduos sólidos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá!
Logística Reversa14
Para este tipo de material, é necessário um sistema de coleta 
apropriado, em que empresas especializadas possam depois classificar, 
tratar e descartar em local seguro e adequado.
Nos centros urbanos, os resíduos sólidos podem ser coletados de 
duas formas:
Indiferenciada – quando não ocorre nenhum tipo de seleção 
durante a coleta.
Seletiva – quando os resíduos são recolhidos e separados de 
acordo com o tipo e a destinação. 
E como veremos mais adiante, a PNRS passa a compartilhar a 
responsabilidade do descarte, não somente com a indústria e o comércio, 
mas também com todos que despejam resíduos de maneira pouco 
ecológica, causando degradação do meio ambiente e colocando em 
risco a vida de outros seres vivos. 
Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS)
Não podemos começar a discutir sobre Logística Reversa (LR) sem 
antes saber como surgiu essa atividade. A LR é um instrumento para 
aplicação da responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, por isso, 
está intimamente relacionada com a PNRS.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente:
a busca por soluções na área de resíduos reflete a demanda 
da sociedade que pressiona por mudanças motivadas pelos 
elevados custos socioeconômicos e ambientais. Se manejados 
adequadamente, os resíduos sólidos adquirem valor comercial 
e podem ser utilizados em forma de novas matérias-primas ou 
novos insumos. A implantação de um Plano de Gestão trouxe 
reflexos positivos no âmbito social, ambiental e econômico, 
pois não só tem diminuído o consumo dos recursos naturais, 
como vem proporcionando a abertura de novos mercados, 
gerando trabalho, emprego e renda, conduzindo à inclusão 
Logística Reversa 15
social e diminuindo os impactos ambientais provocados pela 
disposição inadequada dos resíduos. (MMA, on-line).
Por tudo isso, a PNRS é considerada um marco regulatório 
para o gerenciamento correto de resíduos sólidos no Brasil, por dar 
direcionamento a todos os materiais que podem ser reciclados e àqueles 
que não podem mais ser reaproveitados. Este gerenciamento incentiva o 
descarte correto de forma compartilhada. 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra poder público, 
iniciativa privada e sociedade civil e possui alguns objetivos que merecem 
ser destacados como:
 • Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental.
 • Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos 
resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente 
adequada dos rejeitos.
 • Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo 
de bens e serviços.
 • Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas 
como forma de minimizar impactos ambientais.
 • Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos.
 • Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso 
de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e 
reciclados.
 • Gestão integrada de resíduos sólidos.
 • Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos.
 • Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas 
ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de 
vida dos produtos.
 • Incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e 
empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao 
reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o 
aproveitamento energético.
Logística Reversa16
 • Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
Percebemos com o que foi exposto anteriormente, que a lei propõe o 
incentivo ao reaproveitamento e à reciclagem, tendo como consequência 
direta a redução dos resíduos gerados. Enquanto que os rejeitos precisam 
ser destinados a locais onde não causem danos ambientais e nem gerem 
risco à saúde humana. 
A PNRS mostrou uma responsabilidade que ninguém sabia de 
quem era, o descarte de um produto em um local inadequado. O dever 
compartilhado passou a dividir entre todos os participantes da cadeia 
(produtor, fornecedor e consumidor), a responsabilidade pelo ciclo de 
vida dos produtos. 
EXPLICANDO MELHOR:
Ciclo de vida de um produto – engloba o processo desde 
a extração da matéria-prima, produção, consumo, até o 
descarte final de um produto. Com isso, a responsabilidade 
recai sobre fabricantes, comerciantes, importadores, 
sociedade e responsáveis pelo manejo dos resíduos 
sólidos urbanos.
A PNRS em seu Art. 6º coloca os seguintes princípios: 
I - A prevenção e a precaução.
II - O poluidor-pagador e o protetor-recebedor.
III - A visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere 
as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde 
pública.
IV - O desenvolvimento sustentável.
V - A ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o 
fornecimento, a preços competitivos,de bens e serviços qualificados 
que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e 
a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um 
Logística Reversa 17
nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do 
planeta.
VI - A cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o 
setor empresarial e demais segmentos da sociedade.
VII - A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos.
VIII - O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável 
como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda 
e promotor de cidadania.
IX - O respeito às diversidades locais e regionais.
X - O direito da sociedade à informação e ao controle social.
XI - A razoabilidade e a proporcionalidade.
E a PNRS ainda institui a seguinte ordem de prioridade na 
gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos: não geração, redução, 
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição 
final ambientalmente adequada dos rejeitos. 
Figura 2 – Ordem de prioridade de geração de resíduos
Fonte: Elaborada pela autora.
Logística Reversa18
A PNRS criou metas importantes para a extinção dos lixões e 
propôs instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, 
intermunicipal, microrregional, intermunicipal metropolitano e municipal, 
estabelecendo, também, que particulares se preocupem com seus 
planos de gerenciamento de resíduos sólidos. 
Porém, podemos perceber que nas grandes cidades que os lixões 
ainda existem e que nem todos possuem um plano de gerenciamento.
Podemos concluir que a PNRS vem como uma grande importância 
acima de todas, que é mostrar que somente com o comprometimento de 
todos será possível a implementação de tais ações e mudanças para um 
mundo melhor e sustentável.
NOTA:
Um projeto de lei está sendo analisado para uma 
prorrogação no prazo para substituir os lixões por aterros 
sanitários até 2024.
SAIBA MAIS:
Quer saber um pouco mais sobre a Lei no 12.305/10 
(PNRS)? Recomendamos a seguinte leitura: Fonte: https://
bit.ly/2RLUWRl
https://bit.ly/2RLUWRl
https://bit.ly/2RLUWRl
Logística Reversa 19
RESUMINDO:
E então? Gostou do que foi apresentado? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. A Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS, Lei nº 12.305/10) é considerada um marco 
regulatório para o gerenciamento correto dos resíduos no 
país. Diante de um quadro de falta de controle e destinação 
inadequados dos resíduos sólidos, foi fundamental definir 
e implementar políticas públicas adequadas para garantir 
a destinação adequada dos resíduos sólidos. Porém, além 
do poder público, a lei passa a compartilhar a cadeia 
de resíduos sólidos com os fabricantes, os produtores 
e os consumidores. Os resíduos sólidos passam a ser 
considerados um bem econômico e de valor social, 
gerador de renda, trabalho e promotor de cidadania, devido 
ao seu reconhecimento como bem reutilizável e reciclável. 
Na gestão e no gerenciamento é importante observar 
a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, 
reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos. 
A lei passou a ter como objetivo o incentivo à indústria de 
reciclagem, ao desenvolvimento e ao aprimoramento de 
tecnologias limpas, ao estímulo do consumo sustentável 
e à integração dos catadores de materiais reutilizáveis e 
recicláveis.
Logística Reversa20
Logística Reversa
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona o processo de Logística Reversa. Vamos 
entender a importância da Política Nacional de Resíduos 
Sólidos para a sociedade, e como a reciclagem vem 
mudando a vida das pessoas. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá!
Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS)
Vamos começar recordando a PNRS. A Lei nº 12.305/10 instituiu a 
PNRS, e nela estão dispostas regras de prevenção e redução na geração 
de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo mais 
sustentáveis, a partir de um conjunto de instrumentos que auxiliam na 
reutilização de resíduos, aumento da taxa de reciclagem e a destinação 
adequada dos rejeitos.
Precisamos deixar bem claro, que até 2010, a gestão dos produtos 
pós-consumo não contava com instrumentos legais no Brasil. Não 
havia nenhuma lei que uniformizasse ou até mesmo, disciplinasse os 
procedimentos a serem adotados. 
A PNRS passou a atribuir aos fabricantes, importadores, 
comerciantes, distribuidores, entre outros, a responsabilidade 
compartilhada pela geração de resíduos. E ainda, define responsabilidade 
compartilhada como sendo o “conjunto de atribuições individualizadas e 
encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, 
dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana 
e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos 
sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados 
Logística Reversa 21
à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos 
produtos, nos termos desta Lei” (BRASIL, 2010).
A PNRS passa a estruturar a LR por meio do retorno dos produtos 
após o consumo, de maneira independente do serviço público de limpeza 
e manejo de resíduos sólidos urbanos. 
O termo LR, na PNRS, é definido como um “instrumento de 
desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de 
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição 
dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, 
em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final 
ambientalmente adequada” (PNRS, Lei nº 12.305/10). 
A lei ainda estabelece que a LR deve ser estendida aos produtos 
que são comercializados em todos os tipos de produtos e de embalagens, 
isto é, de vidro, plástico ou metal, levando em consideração a extensão 
e o grau de impacto ao meio ambiente e à saúde pública dos resíduos 
gerados.
Podemos sugerir, então, que com a legislação existente para a 
LR os setores produtivos passaram a rever os ciclos de vida dos seus 
produtos e a estruturar seu próprio Sistema de Logística Reversa. Com 
isso, diferentes elos da cadeia produtiva passaram a trabalhar de maneira 
cooperativa.
Sistema de Logística Reversa (SLR)
O desenvolvimento da PNRS e do seu instrumento LR veio da 
crescente preocupação com o meio ambiente e com a necessidade de 
reuso. Ao invés de um fluxo direto e único dos materiais, faz-se um fluxo 
circular, abrangendo o fluxo direto e o reverso. 
Logística Reversa22
Figura 3 – Representação da Logística Reversa
Fonte: @freepik
 As atividades realizadas pela LR variam de acordo com o tipo de 
material e, também, por qual motivo este material entrou no sistema, 
podendo ser divididas e dois grandes grupos: produtos e embalagens. 
Sendo assim, a LR abrange a responsabilidade em promover o retorno 
dos produtos e embalagens pós-consumo, de maneira a direcioná-las 
para diversos destinos diferentes.
Figura 4 – Processo de Logística Reversa
Fonte: Lacerda, 2003.
Logística Reversa 23
O fluxo da LR para as embalagens ocorre a partir da sua reutilização 
parou como no caso da Alemanha, por uma motivação legal. 
NOTA:
na Alemanha, a legislação não permite o descarte de 
embalagens no meio ambiente, por isso, seus produtores 
são obrigados a reinseri-las no sistema de produção após 
sua utilização pelo consumidor final.
Contudo, a reciclagem e o reparo dos produtos, dão origem ao 
fluxo da LR. 
Percebemos como o conceito de LR é amplo, pois cuida desde 
o planejamento e gerenciamento do produto fabricado e entregue ao 
consumidor, e seu caminho reverso, quando sai das mãos do consumidor 
e volta até à fábrica. No momento em que volta para o fabricante, o 
material pode ser reutilizado, reciclado, remanufaturado, coprocessado, 
entre outrosdestinos, porém de maneira isolada, não é possível garantir a 
eficiência do processo. 
Figura 5 – Algumas maneiras de utilizar o material que volta para a fábrica
Fonte: Lacerda, 2003.
Logística Reversa24
Motivações para Implantação da LR
As empresas adotam o SLR por motivos específicos, dentre 
eles, podemos citar as questões ambientais, a redução de custo e a 
concorrência (diferenciação do produto). A empresa que adota a LR acaba 
por agregar valor ao seu produto.
SAIBA MAIS:
O valor agregado ao produto pode ser de natureza 
econômica, ecológica, logística, de imagem, corporativa, 
legal, entre outras.
Percebemos até bem pouco tempo atrás como era crescente 
a descartabilidade dos produtos logo após o primeiro uso, sendo eles 
jogados em aterros sanitários, locais abandonados, ou até mesmo em rios 
e lagos, tornando tudo visível aos olhos da sociedade e contaminando o 
meio ambiente. A vigência da legislação vem tornando as empresas cada 
vez mais responsáveis pelo ciclo de vida dos seus produtos, e dando 
consciência de que o seu descarte está causando prejuízos ao meio 
ambiente. 
O fator econômico também está relacionado ao ambiental, 
pois ações de recuperação de produtos ou parte deles geram lucro, 
proporcionando redução de custos, economia de peças de reposição e o 
decréscimo no uso de materiais. 
Exemplo: Um equipamento pode voltar a uma empresa no 
final de sua vida útil, suas peças podem ser usadas tanto como peças 
sobressalentes ou podem ser vendidas em mercados secundários.
Outros exemplos: O reuso de pallets evita a derrubada de novas 
árvores, a devolução de embalagens aos fornecedores, evita que elas 
sejam descartadas no meio ambiente, entre outros.
Não podemos deixar de falar da vantagem competitiva em relação 
ao desenvolvimento de uma imagem de empresa verde por meio da 
Logística Reversa 25
criação de produtos e serviços que reduzam o impacto ambiental. Nesse 
sentido, alguns produtores mantêm a linha verde no seu processo, a fim 
de satisfazer a expectativa dos clientes, que esperam cada vez mais que 
as empresas reduzam o impacto ambiental de suas atividades e de seus 
produtos. Portanto, a imagem “verde” tornou-se um importante elemento 
de marketing.
A PNRS também surge com uma questão muito importante, a 
responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos passa a ser compartilhada, 
com direitos e deveres individualizados e encadeados entre todos os 
elos do sistema produtivo, dividindo ainda a responsabilidade com o 
consumidor e o poder público. Pois no Brasil, são de responsabilidade 
pública, os serviços de saneamento básico que incluem o manejo de 
resíduos sólidos urbanos e a limpeza urbana, além do abastecimento de 
água, da coleta e do tratamento de esgoto e da drenagem urbana. Deste 
modo, o poder público está estreitamente ligado com o desenvolvimento, 
a educação, a saúde, o meio ambiente, os recursos hídricos e a produção 
de bens e o consumo.
NOTA:
As embalagens em geral e os medicamentos que não 
têm utilidade, também são tratados pelo Governo Federal 
como prioritários para a implantação dos SLR por meio de 
acordos setoriais.
Atualmente, a logística das empresas vem sofrendo grandes 
mudanças, com o desenvolvimento de sistemas, os procedimentos e as 
soluções para lidar com a devolução de materiais e produtos. Fato este 
que requer algo grau de coordenação da gestão e ainda, uma cooperação 
entre empresas de tratamento e disposição final de resíduos. 
No Brasil, em resposta à PNRS, as empresas vêm aderindo de 
forma associativa, reunindo diferentes elos das cadeias produtivas, 
principalmente fabricantes e importadores, reunindo uma entidade 
gestora com o setor público, que atua como fiscalizador e regulamentador. 
Logística Reversa26
No aspecto social, precisamos falar que na maior parte das cidades 
brasileiras, as atividades de coleta de resíduos sólidos urbanos são 
realizadas de maneira totalmente desconectadas dos sistemas públicos. 
Geralmente, são realizadas por catadores de recicláveis ou sucateiros, que 
garimpam nas lixeiras das cidades latinhas de alumínio, papel, papelão, 
embalagens de garrafas PET e outros materiais que tenham valor para a 
venda. 
As operações de coleta feitas pelas grandes empresas acontecem 
diretamente na fonte dos geradores dos resíduos ou em pontos de 
concentração destes (podendo ser cooperativas ou depósitos) que são 
alimentados pelos catadores informais. 
É muito difícil para o poder público acompanhar a dimensão da 
atividade dos catadores, principalmente por não haver fiscalização 
e controle por parte das prefeituras. Porém, temos como um dos 
objetivos da PNRS, a integração dos catadores nas ações que envolvam 
a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Sua 
participação é fundamental para a reciclagem de materiais de alto valor 
agregado, como latinhas de alumínio. 
IMPORTANTE:
Apenas uma pequena parte dos resíduos sólidos urbanos 
produzidos no país é seletivamente coletada; a maior parte 
da coleta é feita por catadores, autônomos ou associados 
em cooperativas, que retiram do lixo os materiais de mais 
alto valor, em condições de trabalho precárias e com baixa 
remuneração.
Logística Reversa 27
Sociedade Responsável e a Importância 
dos Canais de Comunicação
Fatores de extrema importância para que a LR funcione são a 
participação da população e a criação de canais de comunicação, de 
maneira que os SLR possam operar de forma eficiente durante todo o 
processo logístico. O consumidor precisa ser responsável por realizar a 
separação dos produtos pós-consumo e entregá-los para o sistema, pois 
só a adesão popular fará com que o sistema tenha quantidade suficiente 
de material para gerar economia de escala. 
Figura 6 – Separação correta dos resíduos
Fonte: @freepik
A participação do consumidor precisa ser estimulada, seja pela 
facilidade do descarte, seja pela confiança no endereçamento final do 
produto pós-consumo por parte das empresas. Além de se preocuparem 
com o tamanho dos resíduos descartados: equipamentos de tamanhos 
diferentes precisam de sistemas diferenciados de descarte. Grandes 
equipamentos, quando descartados, precisam ser retirados das casas 
dos consumidores e, pequenos equipamentos, precisam de postos de 
entrega voluntária localizados em pontos estratégicos da cidade. 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/colecao-de-reciclagem-de-pessoas_7941703.htm
Logística Reversa28
Exemplo: Um consumidor só irá descartar sua geladeira usada 
quando a nova já estiver funcionando, e se tiver alguém que faça o 
transporte do equipamento usado.
A confiança na manutenção da privacidade também influencia no 
descarte de equipamentos como computadores, telefones e tablets, pois 
o consumidor precisa ter assegurado que o SLR utilizado pela empresa 
não fará uso dos dados gravados nestes equipamentos. Havendo dúvida, 
o usuário evitará o descarte.
A logística das empresas precisa entender que o SLR precisa da 
adesão popular e para isso, é necessário que desenvolvam canais de 
comunicação confiáveis e que estimulem a participação contínua. O 
consumidor precisa ter acesso às informações do SLR, assim como, 
a localização dos postos de coleta e o destino final dos produtos 
descartados. 
SAIBA MAIS:
Quer saber um pouco mais sobre a PNRS e os fundamentos 
da LR? Recomendamos a leitura do artigo a seguir. Fonte: 
https://bit.ly/360vsI3
https://bit.ly/360vsI3
Logística Reversa 29
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Começamos vendo que a LR é um 
instrumento para aplicação da responsabilidade pelo 
ciclo de vida dos produtos, por isso, está intimamente 
relacionada com a Lei no 12.305/10 que instituiu a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Nessa lei estão 
dispostas regras de prevenção e reduçãona geração de 
resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de 
consumos mais sustentáveis. A PNRS estrutura a LR por 
meio do retorno dos produtos após o consumo, de maneira 
independente do serviço público de limpeza e manejo de 
resíduos sólidos urbanos e ainda estabelece que a LR deve 
ser estendida aos produtos que são comercializados em 
todos os tipos de produtos e de embalagens. As empresas 
adotam o SLR por questões ambientais, a redução de custo 
e a concorrência (diferenciação do produto). A empresa 
que adota a LR acaba por agregar valor ao seu produto. 
Fatores de extrema importância para que a LR funcione 
são a participação da população e a criação de canais de 
comunicação, de maneira que os SLR possam operar de 
forma eficiente durante todo o processo logístico.
Logística Reversa30
Questões Ambientais Ligadas às 
Operações Logísticas
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona a Logística Reversa do ponto de vista 
empresarial. Inserir a LR dentro de uma organização 
demanda muito estudo e análises de perdas e ganhos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. 
Logística
Vocês já se perguntaram o que vem a ser um processo logístico? 
É um processo sistêmico de otimização do fluxo de informações, 
materiais ou de recursos de uma organização, de modo a integrar duas 
ou mais atividades operacionais ou gerenciais desde o ponto de partida 
até o destino de tais informações, materiais ou recursos. O objetivo da 
logística é sempre se adequar às necessidades dos consumidores e dos 
fornecedores. 
Por meio do planejamento, da implementação e do controle, a 
logística torna mais eficiente o fluxo direto e o fluxo inverso dos bens de 
consumo e de informações.
Figura 7 – Processo de Logística
 
Fonte: @freepik
Logística Reversa 31
Atualmente, é comum dizer que a chave do sucesso empresarial 
pode estar na logística e na sua capacidade para diminuir custos e tempo 
de resposta nas solicitações dos clientes. Em um mundo comercial tão 
competitivo como o nosso, quem chegar primeiro ao cliente, oferecendo 
melhores condições e serviços, tem maiores probabilidades de ganhar da 
concorrência.
NOTA:
Dentre as atividades logísticas, podemos citar as principais 
como – transporte e gestão do transporte, gestão de 
matéria-prima e embalagem, manuseio de materiais, 
controle e gestão de estoques, e ainda, atendimento ao 
cliente, pesquisa, seleção e negociação com fornecedores 
e gestão dos sistemas de informação e comunicação.
No contexto “meio ambiente”, o aumento das preocupações 
ambientais, aliado à necessidade de implementar soluções mais exigentes 
tem sido um desafio e uma oportunidade para as empresas apresentarem 
soluções alternativas, usando menos quantidade de matéria-prima e 
causando menor dano ambiental possível.
Logística Reversa
A LR entra no mundo corporativo com o objetivo de agregar 
valor às operações de modo a ser um diferencial competitivo entre as 
concorrentes, de modo que se tenha melhor aproveitamento dos materiais 
que são descartados fazendo com que eles voltem à utilização.
A LR tem sua importância dimensionada pelos custos logísticos, 
comerciais e econômicos totais e pelas questões ambientais agregadas, 
fazendo com que as empresas invistam na diferenciação dos seus 
serviços. Valores ligados à responsabilidade socioambiental têm sido 
considerados diferenciais competitivos, fazendo com o departamento 
Logística Reversa32
logístico invista em projetos estratégicos alinhados à empresa, em busca 
de suprir esta necessidade.
Acredita-se ainda que a LR deixou de ser apenas um diferencial de 
mercado para se tornar uma necessidade nas empresas. Cada vez mais 
as empresas devem estar atentas para este novo fenômeno, e implantar 
em sua cadeia logística o processo reverso, não somente para satisfazer a 
questão ecológica, mas por sobrevivência. 
Nos últimos anos, as atividades de reciclagem e reaproveitamento 
de produtos e embalagens vêm aumentando expressivamente dentro 
das empresas. 
Exemplo: Fabricantes de bebidas têm que gerenciar o retorno das 
garrafas, siderúrgicas que utilizam como insumo de produção a sucata 
gerada por clientes, indústrias de latas de alumínio que fazem uso de 
matéria-prima reciclada.
Como já falamos anteriormente, algumas empresas passaram a ter 
que gerenciar o fluxo desde o ponto de origem até o de consumo, e o 
caminho reverso. Hoje, indústrias de eletrônicos, automóveis e de varejo 
lidam com o retorno de embalagens, de peças e com o reaproveitamento 
de materiais para produção. 
O planejamento reverso agrega valor econômico, ecológico, 
legal e de localização à LR e as respectivas informações, de maneira a 
operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo ou de 
pós-venda. Isso se dá por meio dos processos logísticos de consolidação, 
separação e seleção, até a reintegração ao ciclo. 
Podemos, então, sugerir que as empresas precisam estar atentas 
a esse novo nicho, pois a responsabilidade ambiental está presente em 
todos os espaços do mercado. 
Lembrando que, sustentabilidade ambiental diz respeito à 
manutenção dos componentes e das funções dos ecossistemas de modo 
a assegurar que continuem viáveis, com capacidade de se autorreproduzir 
e se adaptar a alterações, para manter sua variedade biológica. 
Logística Reversa 33
Podemos dizer que o resultado da entrada da LR no mercado 
foi o começo do desenvolvimento do chamado “produto verde”, um 
novo conceito para os produtos que são mais duráveis, não tóxicos, 
biodegradáveis, recicláveis ou reutilizáveis, que não tenham excesso de 
embalagem ou que sejam elaborados a partir da reciclagem de materiais. 
Figura 8 – Selo de produto verde (ecologicamente correto)
Fonte: @freepik
Essa nova percepção tem levado os governos e as empresas a 
focarem suas pesquisas nestes aspectos, em que a inovação precisa 
estar intimamente relacionada com os sistemas naturais e com o 
desenvolvimento sustentável. 
Logística Reversa34
Dificuldades na Disseminação da Logística 
Reversa
Porém, a LR não é uma vertente do mercado, ela precisa estar 
inserida na natureza da empresa e não basta desenvolver uma equipe de 
logística e ter boas ideias para adotar a LR. Em meio a algumas dificuldades 
de adoção podemos citar pelo menos duas mais significativas: 
1. Impossibilidade de algumas organizações em atingir escala, 
isto é, alcançar um volume que torne economicamente viável a 
implementação do fluxo reverso.
2. Desconhecimento quanto à importância da adoção de práticas de 
Logística Reversa para a sustentabilidade ambiental do planeta tanto 
por parte de alguns gestores quanto de uma parcela da sociedade.
Figura 9 – Dúvidas relacionadas com a LR
Fonte: @freepik
 Assim, aos poucos, quando as empresas forem conseguindo 
resolver as questões citadas anteriormente, as boas práticas de LR vão 
ser cada vez mais disseminadas no Brasil, com a consequente redução de 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-triagem-de-lixo-para-reciclagem_3425205.htm
Logística Reversa 35
efeitos ambientais negativos e o alcance da sustentabilidade econômica 
das empresas. 
Para que este ideal seja alcançado, emerge a importância da 
atuação do governo, da sociedade e das organizações. 
Governo
O governo é quem possui a capacidade de subsidiar, estimular 
e implementar alguns tipos de programas de LR, assim como realizar 
campanhas de alcance nacional para evidenciar os benefícios ambientais, 
financeiros e sociais das práticas de LR.
O Estado passa a ter um papel de suma importância no que se refere 
à adoção de práticas sustentáveis, seja por meio da adoção de instrumentos 
econômicos ou por meio da regulação formal. O comando destinado ao 
Estado compreende o estabelecimento de regulamentações governamentais 
relacionadas ao uso dos recursos ambientais, entre elas o cumprimento da 
legislação e a aplicação de sanções aoseventuais infratores. 
NOTA:
A decisão de uma empresa em diminuir ou não a 
contaminação, infelizmente, ainda está diretamente 
relacionada à diferença entre os custos que poderão ser 
abatidos e a intensidade das sanções.
As interferências governamentais que incitam investimentos de 
controle ou de prevenção da contaminação serão bem-sucedidas na 
medida em que gerarem tanto benefícios ambientais, como privados, 
de modo a ampliar o bem-estar social e melhorar as condições de 
competitividade das organizações.
O Estado, com seu poder regulador, não tem que ser o único incentivo 
para as empresas melhorarem seu desempenho ambiental. A pressão por 
uma regulação formal e a consequente diminuição da contaminação ou 
do impacto ambiental gerado por diferentes fatores precisa ser motivada 
Logística Reversa36
pelas pressões da sociedade, dos grupos organizados ou das ONGs, do 
próprio mercado, dos consumidores e fornecedores, entre outros. 
Sociedade
Nos dias de hoje, a ampliação dos resultados das práticas 
sustentáveis, vem da conscientização e do interesse da sociedade em 
participar de programas de LR. 
Os consumidores têm condenado práticas e abolido a compra de 
produtos de empresas irresponsáveis ambientalmente, o que força o 
mercado a se adaptar ou perder consumidores. Por outro lado, alguns 
investidores buscam a aproximação com empresas adeptas aos princípios 
da responsabilidade socioambiental. 
Organizações
Para que os programas de LR sejam implantados e operacionalizados, 
é imprescindível que as empresas tenham responsabilidade ambiental e 
social. As organizações devem assumir a tarefa de concentrar esforços 
para a formação e estruturação das cadeias setoriais de LR.
A responsabilidade ambiental funciona como um fator de 
diferenciação competitiva, porque dá às organizações participantes 
o status de empresas cidadãs ou “verdes”. São empresas com maiores 
percepções e sensibilidades quanto à importância em conciliar suas 
atividades operacionais à sustentabilidade do meio ambiente de modo a 
incluir a gestão ambiental em suas estratégias empresariais.
Contudo, nas empresas, a LR precisa estar em equilíbrio entre o 
que é ambientalmente correto, o que tem menor custo e o que gera 
mais lucro. Para que esta conta seja economicamente viável, algumas 
condições precisam ser atendidas: 
 • Mercado para produtos reciclados – as partes quantitativas e 
qualitativas do mercado reverso precisam ser analisadas, e somente 
depois, a operacionalidade e o retorno financeiro do novo produto 
podem ser medidos. 
 • Qualidade dos materiais reciclados – a qualidade do produto advindo 
da LR está diretamente relacionada às matérias-primas originais, 
Logística Reversa 37
que dependem das condições, do tipo de coleta e da forma de 
reprocessamento do fluxo reverso.
 • Remuneração em todas as etapas reversas – o retorno financeiro 
obtido em cada fase reversa deverá satisfazer aos interesses 
econômicos dos inúmeros agentes envolvidos no processo.
 • Escala econômica de atividade – o retorno gerado deve estar em um 
nível suficiente e ser constante para garantir o alcance de uma escala 
econômica e empresarial. As cadeias reversas apresentam como 
dificuldades gerais a obtenção de regularidade de fornecimento e de 
quantidades satisfatórias.
SAIBA MAIS:
Para entender um pouco melhor das vantagens e 
desvantagens operacionais da LR recomendamos a leitura 
do artigo a seguir. Fonte:https://bit.ly/3cj2fJw
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. A logística é definida como um processo 
sistêmico de otimização do fluxo de informações, materiais 
ou de recursos de uma organização, integrando duas 
ou mais atividades operacionais ou gerenciais desde o 
ponto de partida até o destino destas informações, destes 
materiais ou destes recursos. Por meio do planejamento, da 
implementação e do controle, a logística torna mais eficiente 
o fluxo direto e o fluxo inverso dos bens de consumo 
e de informações. Com o aumento das preocupações 
ambientais, tem sido um desafio a busca por meios de usar 
menos quantidade de matéria-prima e causar menor dano 
ambiental possível. O planejamento reverso agrega valor 
econômico, ecológico, legal e de localização à LR, mas 
para que este ideal seja alcançado, emerge a importância 
da atuação do governo, da sociedade e das organizações.
https://bit.ly/3cj2fJw
Logística Reversa38
Canais de Distribuição Reversos
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funcionam os canais de distribuição diretos e 
reversos. Após entender a classificação da LR, você 
conseguirá distinguir reciclagem, reuso e remanufatura. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá!
Classificação da Logística Reversa
Todos os produtos que consumimos possuem um tempo de uso 
variável, que depende do seu ciclo de vida útil. Após seu vencimento, 
são descartados de formas diferentes, resultando em resíduos sólidos em 
geral. A maior parte destes resíduos é de embalagens ou de produtos que 
podem ter peças reaproveitadas ou produtos defeituosos e com pouco 
uso. 
Para melhor entendimento da Logística Reversa (LR), ela pode 
ser dividida e classificada em três tipos: LR de pós-venda, LR de pós-
consumo e LR de embalagem.
 • LR de pós-venda – é aquela que controla o fluxo logístico 
correspondente aos bens de pós-venda. Produtos sem uso ou com 
pouco uso quando são devolvidos, entram nesta categoria. Pode-se 
incluir: produtos com falhas no funcionamento, erros nos pedidos, 
liquidação de vendas, entre outros. São produtos que podem ter 
valor comercial agregado e podem ser enviados à reciclagem ou 
reaproveitados. 
 • LR de pós-consumo – é aquela que controla o fluxo físico correspondente 
aos bens de pós-consumo, ou seja, produtos que são descartados 
pelo consumidor. Ainda possuem vida útil e possibilidades de 
reutilização. Quando um produto é desmontado e seus componentes 
ainda podem ser aproveitados ou remanufaturados, são enquadrados 
Logística Reversa 39
nesta categoria. Por exemplo: resíduos industriais que voltam ao ciclo 
produtivo. No caso de não haver reaproveitamento, esses produtos 
serão destinados para lixões ou serão incinerados.
 • LR de embalagem: este tipo de logística pode estar incluído em pós-
venda e pós-consumo. Podemos notar que existe uma tendência 
mundial de reaproveitamento das embalagens retornáveis ou de 
múltiplas viagens devido à grande quantidade de resíduos gerados 
despejados no meio ambiente. 
Canais de Distribuição
Primeiramente precisamos definir o que vem a ser um Canal 
de distribuição, depois um Canal de distribuição direto, e só assim 
entenderemos qual é o caminho reverso. Bom, canais de distribuição, 
nada mais são, do que os caminhos que levam os produtos das empresas 
até seus respectivos consumidores. Os canais de distribuição podem ser 
exclusivos, seletivos ou intensivos.
Nos canais exclusivos, o próprio fabricante escolhe seus 
revendedores, e os autorizam de forma exclusiva, a distribuir seus 
produtos. Exemplo: concessionárias de veículos autorizadas, onde os 
intermediários levam os produtos a um ponto de venda ou rede de lojas 
exclusivo da marca.
Nos canais seletivos, o fabricante vende por meio de um grupo 
selecionado de intermediários, que possui boa reputação, localização, 
carteira de clientes, entre outras qualidades. Assim, o fabricante consegue 
boa cobertura do mercado, tem controle e menos custos. 
A cobertura intensiva possui a lógica de “quanto mais, melhor”. 
O fabricante vende por meio de tantos intermediários quanto forem 
possíveis. É muito usado para produtos de alto consumo e pouco valor 
agregado. Exemplo: produtos de higiene e alimentícios. 
Canais de Distribuição Reversos
A logística de retorno ou LR tem seu início no consumidor finale 
termina no fornecedor (local de origem da matéria-prima). Em um conceito 
Logística Reversa40
mais amplo a LR pode ser dividida em cinco canais de distribuição: 
disposição final, retornos comerciais, retornos de garantia, sucatas de 
produção e/ou rejeitados e embalagens.
Os canais de distribuição reversos apresentam objetivos e 
características distintas, que envolvem relações entre entidades 
diferentes, embora guardem forte interação e peculiaridade logísticas em 
alguns casos.
NOTA:
É importante lembrar que o fluxo de distribuição direto 
é caracterizado por meio de diversas possibilidades 
conhecidas como etapas de atacadistas ou distribuidores, 
chegando ao varejo e ao consumidor final.
Figura 10 – Canais de distribuição diretos e reversos
Fonte: Leite, 2003 (Adaptado).
A redução do ciclo de vida útil dos produtos está intimamente 
associada ao aumento do número de bens e serviços fornecidos à 
sociedade. O que, como consequência, amplia a quantidade de resíduos 
gerados e nos encaminha para o esgotamento da capacidade dos 
Logística Reversa 41
sistemas tradicionais de disposição de resíduos (aterros sanitários, lixões, 
entre outros). 
É imprescindível que sejam elaboradas estratégias para a 
destinação final dos bens pós-consumo com a finalidade de reduzir o 
impacto ambiental gerado por eles. Essa realidade, como já foi explicado 
anteriormente, vem despertando nas empresas a consciência quanto à 
importância de um planejamento estratégico que inclua programas e 
regras de gestão de resíduos sólidos para “melhorar” os canais reversos, 
de modo a diminuir os impactos negativos que os produtos e processos 
industriais causam ao meio ambiente.
Os canais de distribuição reversos assumem a forma de pós-venda 
ou pós-consumo. Por meio de atividades de reciclagem, desmanche ou 
reuso, podem dar origem a novos produtos que serão disponibilizados no 
mercado. Em geral, os canais reversos de pós-venda constituem-se dos 
mesmos agentes da cadeia direta.
Os bens industriais de pós-venda retornam à cadeia de suprimentos 
(ao estoque da fábrica) quando:
 • Terminam seu prazo de validade.
 • Existe estoque em excesso no canal de distribuição. 
 • Comprovados defeitos de fabricação.
 • Não atingem o nível de qualidade exigido.
 • Consignados são devolvidos.
 • Há avarias no transporte.
 • Entre outros.
Todos esses motivos mencionados destinam alguns bens ainda 
em bom estado ou sem uso, para mercados secundários por meio de 
reformas, desmanches, reciclagem, dispostos em aterros ou, ainda, 
incinerados.
Boa parte dos produtos vendidos por meio de canal de distribuição 
direto acaba retornando ao ciclo produtivo através de canais reversos. 
Logística Reversa42
Os bens de pós-venda, com pouco ou nenhum uso, fazem parte 
dos canais reversos de pós-venda. 
Os bens de pós-consumo, usados, porém descartados, voltam 
pelos canais reversos de pós-consumo.
Os canais de distribuição reversos pós-consumo compreendem as 
distintas formas de processamento e de comercialização dos produtos de 
pós-consumo e de seus materiais constituintes, que se inicia na coleta e 
termina na reintegração do bem ao ciclo produtivo como matéria-prima 
secundária.
Os canais reversos de pós-consumo são subdivididos em:
 • Canais reversos de reuso de bens duráveis e semiduráveis. 
 • De remanufatura de bens duráveis.
 • De reciclagem de produtos e materiais constituintes. 
Caso os bens pós-consumo não se encaixem nestas revalorizações 
acima, terão sua disposição final em aterros sanitários ou serão incinerados.
O reuso é considerado uma forma de reparo, reciclagem ou 
remanufatura que se caracteriza pela preservação da identidade principal 
do produto. Um exemplo de remanufatura é o que ocorre com motores 
de aeronaves e peças de máquinas, que por meio da desmontagem, 
montagem e do reparo de peças, produz-se um novo produto, só que 
remanufaturado. 
VOCÊ SABIA?
A aquisição dos bens de pós-consumo durável é 
realizada normalmente por comerciantes estabelecidos, 
empresários de remanufatura, especializados por tipo de 
produto, ou seja, automóveis, computadores, máquinas 
operatrizes etc., ou por intermediários negociadores de 
lotes que arrematam a totalidade dos bens em empresas 
para posterior negociação.
Logística Reversa 43
Já o desmanche, é o processo de desmontagem de um produto 
durável pós-consumo, e tem como objetivo a separação de componentes 
em condições de uso para reprocessamento e colocação no mercado de 
peças usadas. 
A reciclagem é o mais conhecido meio de se extrair componentes 
aproveitáveis de produtos descartados e transformá-los em matérias-
primas recicladas ou secundárias, que poderão ser usadas na fabricação 
de novos produtos. Não tem como obrigação a preservação da estrutura 
do produto de origem. 
Exemplo: Entre os materiais largamente reciclados estão as 
embalagens de alumínio, os vidros, os papéis e os pneus. A reciclagem 
é justificada quando a recuperação do produto é mais vantajosa 
economicamente do que a disposição final.
Hoje em dia, o mercado secundário de bens usados ou 
remanufaturados representam uma quantia importante no valor total 
da economia reversa, embora, os valores estimados sejam pouco 
documentados. 
Com o objetivo de amenizar o impacto ambiental negativo 
causado pelo esgotamento de recursos naturais, pela contaminação 
do meio ambiente e pela poluição, as legislações ambientais buscam 
responsabilizar as empresas ou as cadeias industriais pelo equacionamento 
dos fluxos reversos dos produtos de pós-consumo, contribuindo para a 
adoção da LR. 
Percebemos o aumento das exigências das legislações ambientais, 
no sentido de responsabilizar cada vez mais as empresas pelo ciclo 
de vida de seus produtos. Com isso, em um breve período de tempo, 
as empresas se tornarão totalmente responsáveis pelo destino de seus 
produtos desde a produção até a entrega aos seus clientes, incluindo 
a preocupação com o impacto que esses produtos causam ao meio 
ambiente. 
Sociedade e empresas precisam ter em mente que há a necessidade 
da integração da LR com a cadeia de suprimentos. O fluxo reverso de 
produtos deve ser considerado pela coordenação logística das empresas 
Logística Reversa44
como uma forma de gerar economia, mostrando que a implantação deste 
sistema irá refletir em vantagens competitivas para as empresas, com 
menores custos e melhoria de serviço ao consumidor.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar no assunto de Canais de Distribuição? 
Recomendamos a leitura do artigo a seguir. Fonte: https://
bit.ly/3kH9Ynx
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Vamos começar com a definição de 
canal de distribuição direto, que são os caminhos que 
levam os produtos das empresas até seus respectivos 
consumidores. Os canais de distribuição diretos podem 
ser exclusivos, seletivos ou intensivos e vão depender 
de cada empresa. A redução do ciclo de vida útil dos 
produtos está associada ao aumento do número de bens 
e serviços fornecidos à sociedade. Sabendo que todos os 
produtos que consumimos possuem um tempo de uso 
variável e que muitas vezes esses produtos descartados 
podem ser reutilizados de diferentes maneiras, a LR é 
um interessante caminho para diminuir a quantidade de 
resíduos produzidos. A LR tem seu início no consumidor 
final e termina no fornecedor, e os seus canais reversos de 
pós-consumo podem ser divididos em de reuso de bens 
duráveis e semiduráveis, de remanufatura de bens duráveis 
e de reciclagem de produtos e materiais constituintes, e 
caso não encaixem em nenhum desses, serão depositados 
em aterros sanitários ou serão incinerados.
https://bit.ly/3kH9Ynx
https://bit.ly/3kH9Ynx
Logística Reversa 45
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional 
de ResíduosSólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; 
e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm. Acesso em: 27 ago. 2020.
 LACERDA, L. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos 
e as práticas operacionais. Rio de Janeiro: CEL - Centro de Estudos em 
Logística–COPPEAD, UFRJ, 2003.
LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2003.
MATTOS, W. C. ; SANTOS, S. S. A Logística reversa como ferramenta 
competitiva e de sustentabilidade ambiental. Revista Ensaios & Diálogos. 
7; 94-104; 2014.
SEBRAE. Como fazer seu produto chegar na quantidade, horário e local 
corretos? Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/
artigos/como-definir-os-canais-de-distribuicao-do-seu-produto,bfbe7e
0805b1a410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 27 ago. 2020.
SILVA, N. R. ; MAGALHÃES, P. A. N. D. R. LOGÍSTICA REVERSA: Uma 
abordagem acerca das vantagens e desvantagens de sua implantação 
e utilização como diferencial competitivo no mercado. Disponível em: 
https://docplayer.com.br/19982555-Logistica-reversa-uma-abordagem-
acerca-das-vantagens-e-desvantagens-de-sua-implantacao-e-
utilizacao-como-diferencial-competitivo-no-mercado.html. Acesso em: 
27 ago. 2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-definir-os-canais-de-distribuicao-do-seu-produto,bfbe7e0805b1a410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-definir-os-canais-de-distribuicao-do-seu-produto,bfbe7e0805b1a410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-definir-os-canais-de-distribuicao-do-seu-produto,bfbe7e0805b1a410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://docplayer.com.br/19982555-Logistica-reversa-uma-abordagem-acerca-das-vantagens-e-desvantagens-de-sua-implantacao-e-utilizacao-como-diferencial-competitivo-no-mercado.html
https://docplayer.com.br/19982555-Logistica-reversa-uma-abordagem-acerca-das-vantagens-e-desvantagens-de-sua-implantacao-e-utilizacao-como-diferencial-competitivo-no-mercado.html
https://docplayer.com.br/19982555-Logistica-reversa-uma-abordagem-acerca-das-vantagens-e-desvantagens-de-sua-implantacao-e-utilizacao-como-diferencial-competitivo-no-mercado.html
Carolina Galvão Sarzedas
Livro Didático Digital
Unidade 2
Livro Didático Digital
Carolina Galvão Sarzedas
Logística Reversa
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
A AUTORA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá. Meu nome é Profª Drª Carolina Galvão Sarzedas. Sou formada 
em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências e com 
experiência técnico-profissional na área de meio ambiente há mais 
de 18 anos. Minha formação acadêmica começou na UFRJ, onde me 
apaixonei pela Ciência e pela Educação. Tenho experiência tanto na área 
de orientação acadêmica quanto na produção de material didático para 
grandes empresas de Educação. Pelos motivos citados, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar o seu time de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Responsabilidade Social .......................................................................... 12
Definição ................................................................................................................................................ 12
Origem ..................................................................................................................................................... 13
Princípios da RS ................................................................................................................................ 14
Tipos de RS ........................................................................................................................................ 15
Responsabilidade Social Individual (RSI) .................................................... 15
Responsabilidade Socioambiental ................................................................ 15
Responsabilidade Social Corporativa (RSC) ............................................ 16
Responsabilidade Social Empresarial (RSE) ............................................ 16
Responsabilidade Social na prática ................................................................................. 17
Ferramentas de Avaliação de Desenvolvimento Sustentável .20
Definição de Desenvolvimento Sustentável ............................................................... 20
Sistemas Indicadores de Sustentabilidade .................................................................. 21
Dashborad of Sustentability (Painel de Sustentabilidade) .............22
Ecological Footprint Method (Pegada Ecológica) ................................23
System of Assessment Method-SAM (Barômetro da 
Sustentabilidade) ..........................................................................................................25
Adaptação do Método de Análise de Processo (MAP) ....................28
Certificações Ambientais ......................................................................... 31
Selos ambientais ............................................................................................................................ 31
International Organization of Standardization ou Organização 
Internacional para Padronização (ISO) .........................................................32
Rótulo Ecológico ..........................................................................................................33
Programa Carbon Free ou Carbono Livre ..................................................34
Conselho Brasileiro de Manejo Florestal ....................................................34
Selo Verde do CNDA ................................................................................................ 36
ECOCERT........................................................................................................................... 38
IBD .......................................................................................................................................... 39
Selo Orgânico ................................................................................................................ 40
Selo PROCEL ................................................................................................................... 41
Selo EURECICLO de Logística Reversa .......................................................41
Logística Reversa como Estratégia Competitiva ..........................44
Responsabilidade Social e Logística Reversa nas Empresas .......................44
Área Financeira ............................................................................................................ 46
Área de Vendas e Marketing ..............................................................................47
Área de Operações .................................................................................................. 48
Área de Desenvolvimento ................................................................................... 48
Área de Recursos Humanos .............................................................................. 48
Vantagens Competitivas Alcançadas com o uso da LR .................................... 49
O Futuro da LR no Brasil ........................................................................................................... 50
Logística Reversa 9
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
02
Logística Reversa10
INTRODUÇÃO
Você sabia que a Logística Reversa tem desempenhado um 
importante papel na indústria do consumo? Porém, grande parte da 
conscientização da sociedade e das empresas resulta do desenvolvimento 
da responsabilidade social, um processo que vem gerando resultados 
positivos e aumentando a parcela da população e das empresas 
interessadas em pensar no próximo e no desenvolvimento sustentável. 
Mas, como sabermos se estamos no caminho certo para garantir a 
manutenção dos recursos naturais para o suprimento das gerações 
futuras? Devido à dificuldade de se medir o desenvolvimento sustentável, 
ao longo dos anos, ferramentas de avaliação vêm sendo aprimoradas. 
Uma boa maneira de avaliar a preocupação com a sobrevivência do 
planeta é o interesse cada vez maior das empresas em conseguir 
certificações ambientais, de modo a provar aos consumidores suas ações 
ambientais além do lucro. Entendeu? Ao longo desta Unidade letiva você 
vai mergulhar neste universo! 
Logística Reversa 11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Definir responsabilidade social e seu papel nas instituições.
2. Apresentar algumas ferramentas de avaliação de desenvolvimento 
sustentável.
3. Descrever as certificações ambientais mais significativas.
4. Mostrar o uso da Logística Reversa como estratégia competitiva.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Logística Reversa12
Responsabilidade Social
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona a responsabilidade social. Isto será 
fundamental para que você entenda seu papel dentro das 
empresas e porque tem sido um importante diferencial 
de mercado. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá!
Definição
Vamos iniciar entendendo o que é Responsabilidade Social 
(RS) e porque seu papel tem sido tão importante dentro das empresas 
atualmente. 
Podemos conceituar RS como quando uma empresa assume, 
voluntariamente, seu papel na contribuição para um meio ambiente mais 
limpo e uma sociedade mais justa. RS pode ser compreendida em dois 
níveis: 
 • Interno – está relacionado com todas as partes afetadas dentro da 
empresa, em especial, os funcionários.
 • Externo – está relacionado com as consequências das ações da 
empresa sobre a sociedade e o meio ambiente. 
Para uma empresa, ser socialmente responsável significa assumir 
que tudo que se faz pela organização atinge funcionários, consumidores, 
sociedade e meio ambiente, com geração de impactos internos e 
externos, diretos e indiretos. Por isso, a política da empresa e os seus 
objetivos devem ser elaborados de acordo com estes impactos gerados. 
O objetivo da RS vai além da geração de lucro e de benefícios 
para as pessoas internamente envolvidas, e deve ser expandido para o 
Logística Reversa 13
meio em que a empresa está inserida, de maneira a envolver medidas de 
melhoria de condições para a sociedade.
Então, percebemos que RS não tem a ver com leis e normas, e sim 
com padrões éticos de conduta que se preocupam efetivamente com 
questões sociais e ambientais. 
Figura 1 – Responsabilidade social e desenvolvimento sustentável
Fonte: @freepik
Origem
As primeiras manifestações acerca da RS surgiram em 1906, 
porém, foram consideradas de cunho socialista e não tiveram muito 
apoio. Somente a partir das décadas de 1950 e 1960, que EUA e Europa, 
respectivamente, iniciaram seu interesse pelo tema, criando associações 
de profissionais e abrindo um novo campo de estudo. 
A expansão da RS se deu a partir da mudança industrial e da 
globalização. Porque a partir daí, investidores, sociedade e empresas 
começaram a condenar os danos ambientais causados pelas atividades 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/homem-mao-segurando-pequeno-globo_3143170.htm
Logística Reversa14
econômicas e a cobrar dos governantes e dos empresários medidas de 
controle e vigilância apropriadas.
Princípios da RS
Um dos enfoques da RS é a visão socioeconômica, que defende a 
responsabilidade das empresas na promoção do bem-estar social, sem 
ignorar a geração de empregos e a obtenção de lucros. 
Entre os seus princípios podemos citar:
 • Foco nos lucros de longo prazo.
 • Melhor imagem da empresa perante a sociedade.
 • Menor controle governamental para o negócio.
 • Promoção de melhor ambiente de trabalho para todos.
 • Incorporação de maiores obrigações sociais.
O que vem incorporado nestes princípios é a preocupação com 
o bem-estar tanto de funcionários, de colaboradores, quanto de outras 
empresas que contratam seus serviços ou compram seus produtos. 
Porém, é importante ressaltar que o valor incorporado tem que ser 
voluntário e genuíno, com o único interesse de causar impacto positivo 
na sociedade como um todo e lembrando sempre que uma empresa é 
uma comunidade constituída por pessoas, aquelas que trabalham, que 
fornecem outros insumos e as que consomem. 
Logística Reversa 15
Tipos de RS 
Responsabilidade Social Individual (RSI)
É definida como a responsabilidade que todos, enquanto indivíduos, 
devem assumir, agindo de forma a preservar o bem-estar da comunidade 
na qual estão inseridos. Pode ser expressa na forma de interesse com 
os acontecimentos da sociedade e a busca por tentar solucionar alguns 
problemas locais. 
A RSI não se caracteriza apenas pela execução de trabalhos 
voluntários e doações às causas sociais, ser cordial com os vizinhos, fazer 
o descarte correto do seu lixo, de forma a agir e pensar no seu bem-estar 
e do outro, também é ter responsabilidade social.
 Exemplos: não consumir mais sacolas plásticas, deixar o carro 
na garagem alguns dias na semana, pesquisar melhor os candidatos 
das próximas eleições ou doar um pouco do seu tempo para atividades 
voluntárias.
Responsabilidade Socioambiental 
Está relacionada com práticas de preservação ambiental. Portanto, 
uma empresa responsável socioambientalmente precisa ter como um 
dos seus objetivos principais, a criação de políticas voltadas para o meio 
ambiente. 
Exemplo: uso de papel reciclado nas empresas, plantio de mudas 
e árvores.
Empresas de grande porte utilizam com mais frequência o conceito 
de Responsabilidade Social Corporativa, pois engloba ações voltadas 
para as questões internas e o meio ambiente.
Logística Reversa16
Responsabilidade Social Corporativa (RSC) 
É o conjunto de ações internas realizadas pelas empresas com o 
objetivo de beneficiar a educação, a economia, a saúde, a moradia e o 
transporte dos seus funcionários. 
A RSC precisa ser executada como parte da filosofia da empresa, 
e deve guiar o princípio das suas operações, partindo do pressuposto de 
que a empresa é responsável pelas consequências sociais de suas ações. 
É uma RS que preza pelaqualidade de vida dos funcionários e 
oferece um ambiente onde todos possam se desenvolver de maneira 
igual.
Exemplo: garantia dos direitos trabalhistas, manutenção do 
bem-estar no ambiente de trabalho, oportunidade de crescimento e 
aprimoramento profissional e programas de treinamento.
Alguns benefícios para a empresa são vistos por meio dos 
resultados de programas sociais criados, pois proporcionam uma melhora 
da qualidade de vida dos funcionários e da sociedade, porém RSC não 
pode ser confundida com Responsabilidade Social Empresarial.
Responsabilidade Social Empresarial (RSE) 
A RSE visa tanto o ambiente interno da empresa quanto se preocupa 
com os impactos negativos gerados por ela na comunidade. Possui forte 
ligação com gestão transparente, que valoriza a ética na relação com os 
funcionários e demais colaboradores. E ainda tenta minimizar os impactos 
ambientais negativos gerados pelas suas atividades. 
Exemplo: uma empresa com gestão transparente e ética, preocupada 
com a conservação da natureza, a diminuição das desigualdades sociais e 
o desenvolvimento sustentável.
A sociedade vem se interessando cada vez mais por consumir 
serviços e produtos de empresas que se preocupam com o bem-estar 
de seus funcionários e com o meio ambiente. Estas ações mostram que 
a empresa está comprometida em causar impactos positivos dentro e 
Logística Reversa 17
fora da empresa, que refletem segurança e confiança para consumidores, 
fornecedores e sociedade em geral. 
Então, podemos constatar que é bem vantajoso ser uma empresa 
socialmente responsável. Há um aumento do reconhecimento e da 
reputação, pois as chances de atrair os melhores talentos do mercado 
tende a crescer, tornando a empresa cada vez mais competitiva e mais 
lucrativa.
Responsabilidade Social na prática 
Vimos até o momento as definições dos diferentes tipos de 
responsabilidade social, porém, na prática, como ser uma empresa 
socialmente responsável? 
Os consumidores querem ver atitudes responsáveis, como:
1. Uso de estratégias para redução do impacto ambiental: este tipo de 
estudo tem sido muito utilizado pelas empresas.
Exemplo: a Amanco (empresa que fabrica tubos e conexões) trocou 
o solvente à base de tolueno para usar outras matérias-primas menos 
poluentes.
2. Promover a educação do seu público-alvo: promover educação 
financeira para a população. 
Exemplo: o Banco Bradesco tem um projeto de educação financeira 
para pessoas carentes e ainda atua em parceria com a Fundação Amazônia 
Sustentável em ações socioambientais.
3. Desenvolver líderes ambientais: treinar seus próprios funcionários 
e colaboradores a se engajarem na mudança de atitude quanto às 
alterações climáticas no mundo. 
Exemplo: o banco HSBC criou em 2007, em parceria com a WWF-
Brasil, um programa chamado Climate Partnership focado em quatro 
pontos estratégicos: pesquisa de biodiversidade em florestas tropicais, 
defesa dos recursos hídricos, mitigação dos impactos causados pelo CO2 
Logística Reversa18
nas grandes metrópoles e engajamento das pessoas para a mudança de 
atitude dos indivíduos em todo o mundo.
SAIBA MAIS:
HSBC, WWF-Brasil, água e mudanças climáticas: novos 
desafios, novas propostas. Quer saber mais sobre este 
tema? Recomendamos a leitura do artigo a seguir: Fonte: 
https://bit.ly/3clktu7
4. Uso de produtos naturais: quanto menos processos e produtos 
químicos usados por nós, melhor será a nossa saúde e o meio ambiente. 
A Natura, por exemplo, está sempre investindo na capacitação de 
seus funcionários e na extração de produtos de forma cada vez mais 
natural e com o mínimo de dano ao meio ambiente possível.
Exemplo: a extração de Murumuru (óleo extraído de uma planta 
nativa da Amazônia) era feita por famílias da região a partir de queimadas 
de áreas da floresta. A Natura passou a orientar essas famílias a não 
extrair óleo desta maneira, buscando a extração da matéria-prima sem 
necessidade de queimada. Esta ação preservou mais de três mil palmeiras 
de onde o produto é extraído. 
5. Voluntariado: incentivar funcionários a fazer visitas a crianças e idosos 
em casas de acolhimento, pois o desenvolvimento deste tipo de 
consciência nos funcionários promove bem-estar destes indivíduos 
que, muitas vezes, necessitam de assistência. 
6. Promover doações para instituições sociais: ajudar financeiramente 
alguma instituição pode desenvolver projetos de educação, saúde e 
bem-estar para comunidades carentes. Se a empresa não sabe como 
escolher uma instituição de confiança e credibilidade, pode procurar 
ONGs já engajadas na comunidade. Antes de doar, marque uma visita 
presencial ao local, pesquise seu histórico e suas ações na internet, 
de maneira a garantir a credibilidade da instituição e o destino das 
doações. 
https://bit.ly/3clktu7
Logística Reversa 19
Como dito anteriormente, a Responsabilidade Social deve fazer 
parte da filosofia das empresas e das pessoas, e não deve ser vista como 
uma ação obrigatória que gera mais lucros e isenção de impostos. É 
necessário que os atos sejam verdadeiros, com a vontade real de ajudar a 
sociedade e o meio ambiente. 
SAIBA MAIS:
Para saber um pouco mais sobre Responsabilidade Social. 
Quer saber mais sobre esse tema? Recomendamos a 
leitura do artigo a seguir. Você é socialmente responsável? 
Saiba o que é responsabilidade social. Fonte: https://bit.
ly/32Q9K7v
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que 
Responsabilidade Social pode ser definida como o papel 
que uma empresa assume na contribuição para um meio 
ambiente mais limpo e uma sociedade mais justa. Pode 
ser dividida em dois níveis: Interno (afeta principalmente os 
funcionários de uma empresa) e Externo (relacionado com 
a sociedade e o meio ambiente). Uma empresa socialmente 
responsável é aquela que assume as consequências de 
suas ações e dos impactos gerados interna e externamente. 
O objetivo tem que ser pautado em melhorias para a 
sociedade. Tipos de responsabilidade social: individual, 
socioambiental, corporativo e empresarial. Na prática, RS 
significa: usar estratégias para reduzir o impacto ambiental, 
promover educação, desenvolver líderes ambientais, usar 
produtos naturais, fazer trabalho voluntário, promover 
doações, entre outros.
https://bit.ly/32Q9K7v
https://bit.ly/32Q9K7v
Logística Reversa20
Ferramentas de Avaliação de 
Desenvolvimento Sustentável
INTRODUÇÃO:
para o início do desenvolvimento de uma nova competência. 
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funcionam algumas ferramentas de avaliação de 
desenvolvimento sustentável. Você irá perceber que não há 
unanimidade entre especialistas sobre o melhor método, 
porém cada um, com sua particularidade, consegue 
analisar o nível de DS de uma empresa ou população. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá!
Definição de Desenvolvimento Sustentável
Primeiramente precisamos entender que desenvolvimento 
sustentável não é uma meta, mas sim um processo social que tem efeitos 
ambientais. A definição mais aceita e difundida é a de um sistema capaz 
de suprir as necessidades da geração atual, porém sem comprometer o 
suprimento de recursos naturais das gerações futuras.
Um sistema para ser sustentável precisa considerar o equilíbrio 
entre as esferas econômica, social, ambiental e institucional. Nada mais é 
do que um desenvolvimento econômico, que planeja e reconhece que os 
recursos naturais são finitos. 
Porém, não podemos confundir desenvolvimento com crescimento 
econômico, pois este último depende do consumo crescente de energia 
Logística Reversa 21
e de recursos naturais, se tornando insustentável em longo prazo devido 
ao esgotamento dos recursos naturais. 
O desenvolvimento sustentável tem como fundamento a redução

Outros materiais