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Técnico em 
Logística 
 
Logística Reversa 
André Paes Viana 
https://etepac.com/
https://www.instagram.com/etepacead/
https://www.youtube.com/c/EDUCAPE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Técnico em 
Logística 
 
Logística Reversa 
André Paes Viana 
Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa 
 
Educação a Distância 
 
Recife 
 
1.ed. | novembro 2024 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor(a) Autor(a) 
André Paes Viana 
 
Revisão de conteúdo 
André Paes Viana 
 
Revisão de Língua Portuguesa 
Eduardo Alves 
Liliane Feitosa 
 
Coordenação de Curso 
Elber Ferreira Cabral 
 
Coordenação Design Educacional 
Hugo Carlos Cavalcanti 
 
Equipe Design Educacional 
Jailson Miranda 
Renato Rodrigues de Aguino 
Washington Ferreira da Silva 
 
Diagramação 
Washington Ferreira da Silva 
 
Catalogação e Normalização 
Hugo Carlos Cavalcanti (Crb-4 2129) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Secretário de Educação e Esportes de Pernambuco 
Alexandre Alves Schneider 
 
Secretária Executiva de Desenvolvimento da Educação 
Tárcia Regina da Silva 
 
Gerente Regional de Educação Recife Norte 
Iury Sousa e Silva 
 
Gerente Geral de Educação Profissional 
Maria do Socorro Rodrigues dos Santos 
 
Gestora de Educação a Distância 
Ana Pernambuco de Souza 
 
Equipe de Gestão ETEPAC 
Arnaldo Luiz da Silva Junior 
Gustavo Henrique Tavares Ribeiro 
Maria do Rosário Costa Cordouro de Vasconcelos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 5 
UNIDADE 01 | Conceitos e princípios da logística reversa nas operações ....................................... 6 
1. Logística reversa no Brasil .............................................................................................................................6 
2. Planejamento da logística reversa ............................................................................................................. 12 
3. Papel dos operadores logísticos na logística reversa ................................................................................. 16 
4. Canais de distribuição de logística reversa ................................................................................................ 17 
5. Características dos sistemas de armazenagem de produtos recicláveis e inservíveis ............................... 20 
6. Indicadores de desempenho da logística reversa ...................................................................................... 22 
UNIDADE 02 | Desenvolvimento sustentável: insumos, resíduos industriais e agregação de valor em 
Cadeias de Suprimentos ............................................................................................................. 25 
1. Desenvolvimento Sustentável.................................................................................................................... 25 
2. Cadeia de Suprimento Verde ..................................................................................................................... 29 
3. Matérias-primas e Insumo ......................................................................................................................... 33 
4. Resíduos ..................................................................................................................................................... 37 
4.1. Classificação dos Resíduos Sólidos: ......................................................................................................... 38 
4.2. Critérios de Periculosidade: .................................................................................................................... 39 
4.3. Gestão e Destinação Final: ...................................................................................................................... 40 
5. Ciclo de vida dos produtos ......................................................................................................................... 42 
UNIDADE 03 | Distribuição reversa: retorno de produtos, embalagens e materiais para reutilização 
ou descarte responsável ............................................................................................................. 45 
1. Distribuição reversa ................................................................................................................................... 45 
1.1. Tecnologias e sistemas de apoio ............................................................................................................. 47 
1.2. Barreiras culturais, econômicas e tecnológicas ...................................................................................... 50 
2. Desafios e oportunidades na distribuição reversa ..................................................................................... 53 
3. Modelos de distribuição reversa ................................................................................................................ 56 
4. Conformidade Legal ................................................................................................................................... 60 
CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 63 
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 64 
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR ................................................................................................ 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
INTRODUÇÃO 
Olá, estudante! Seja bem-vindo à disciplina de Logística Reversa e Cadeia Verde. Imagino 
que para alguns o tema pode parecer um pouco complexo à primeira vista, mas minha missão aqui é 
desmistificá-lo para você. 
A disciplina está organizada em 3 unidades. Nelas você irá explorar os conceitos e 
princípios fundamentais da logística reversa e cadeia verde, com um foco especial no contexto 
brasileiro. Outro ponto é apresentar para você como planejar a logística reversa eficiente, o papel 
crucial dos operadores logísticos e os canais de distribuição específicos dessa área, que possuem suas 
próprias particularidades e desafios. 
Irei falar, também, sobre a logística reversa no Brasil. Você sabia que o Brasil tem uma 
legislação específica para isso? Abordarei como ela funciona e quais são os principais desafios e 
oportunidades. Em seguida, abordarei o planejamento da logística reversa. Planejar é essencial para 
garantir que os processos sejam eficientes e sustentáveis. Vou te mostrar algumas estratégias e 
ferramentas que podem ajudar nesse planejamento. 
Depois, você irá entender o papel dos operadores logísticos. Eles são fundamentais para 
o sucesso da logística reversa, pois são responsáveis por gerenciar o retorno dos produtos e garantir 
que tudo funcione de maneira integrada. O e-book também irá explorar os canais de distribuição de 
logística reversa. Cada canal tem suas especificidades e é importante conhecê-las para escolher a 
melhor estratégia para cada tipo de produto. 
Além disso, irei falar sobre as características dos sistemas de armazenagem de produtos 
recicláveis e inservíveis. Saber como armazenar esses produtos de forma adequada é relevante para 
evitar desperdícios e garantir a sustentabilidade do processo. Por fim, vou discutir os indicadores de 
desempenho da logística reversa. Medir e avaliar o desempenho é essencial para identificar pontos 
de melhoria e garantir que os objetivos sejam alcançados. 
 Espero que você aproveite a leitura e que este e-book seja uma ferramenta valiosa para 
o seu aprendizado. 
Boa leitura e até mais! 
 
 
 
 
 
 
6 
UNIDADE 01 | Conceitos e princípios da logística reversa nas operações 
Olá, estudante! Tudo bem? Seja bem-vindo a Unidade 1, ondee para buscar, também, soluções mais sustentáveis. Os próximos subitens irão abordar 
sobre resíduos sólidos e de consumo. 
Continue a leitura para aprender um pouco mais sobre esta temática! 
 
4. Resíduos 
De acordo com a ABNT NBR 10004, resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e 
semissólidos, que resultam de atividades da comunidade. Podem ter origem industrial, doméstica, 
de serviços de saúde, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Ainda conforme a mesma norma, consideram-se também resíduos sólidos os lodos 
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações 
de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o 
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas 
e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. 
Em outras palavras, a norma ABNT NBR 10004 afirma que alguns líquidos, mesmo que 
não sejam exatamente sólidos, podem ser considerados resíduos sólidos. 
Mas, talvez você queira me questionar… André, como assim? Líquido é sólido? Calma! 
Acontece que certos lodos, que são um tipo de resíduo bem pastoso e podem sair de tratamentos de 
água ou de equipamentos de controle de poluição são tão complicados de se descartar que é como 
se fossem sólidos. E sabe por quê? Porque jogá-los direto no esgoto ou em rios pode causar uma série 
de problemas. Às vezes, para tratá-los do jeito certo, seria tão caro e complicado que acaba não 
compensando para as organizações e por esse motivo são descartados de maneira inadequada. 
Então, resumindo, resíduos sólidos não são só aquelas coisas duras que você joga fora. Tem muito 
mais coisas envolvidas, especialmente quando pensamos em como cuidar do nosso planeta de forma 
responsável! 
Um outro ponto importante é quando pensamos no manuseio dos resíduos sólidos, pois 
em alguns casos eles podem ser prejudiciais a saúde coletiva, sendo, então, responsabilidade das 
empresas que produziram aquele resíduo, do governo no sentido de promover amparo para 
população, através das regulamentações e dos próprios cidadãos e cidadãs que devem contribuir com 
boas práticas na redução de lixo e no não manuseio de resíduos que possa vir a causar risco à vida. 
 
 
 
 
 
 
 
38 
4.1. Classificação dos Resíduos Sólidos: 
A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu 
origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com listagens de 
resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. Sugiro que você 
retorne até o até o Quadro 1 - Classes de Resíduos NBR 10004 da Unidade 1 e veja o que é 
apresentado nas classificações dos resíduos em: perigosos e não-perigosos. 
Diferenciar resíduos sólidos é extremamente importante quando pensamos em logística 
reversa e cadeia verde, pois é a partir da compreensão do que é um resíduo sólido e da sua 
classificação que estes materiais terão seu descarte realizados de maneira correta. 
Veja no quadro a seguir como são classificados os resíduos sólidos conforme a Lei 
12.305/2010 - Política Nacional de Resíduos Sólidos: 
 
Classificação Descrição 
Resíduos Sólidos 
Urbanos 
Resíduos gerados nas atividades domésticas em residências urbanas e resíduos de 
limpeza urbana, como varrição, capinação e limpeza de logradouros e vias públicas. 
Resíduos Sólidos 
Industriais 
Resíduos gerados nos processos produtivos e instalações industriais, incluindo 
subprodutos e rejeitos que podem ter características específicas que requerem 
tratamento. 
Resíduos Sólidos de 
Serviços de Saúde 
Resíduos resultantes de atividades de serviços de saúde, como hospitais, clínicas, 
laboratórios e outros estabelecimentos que prestam assistência à saúde humana e 
animal. 
Resíduos Sólidos de 
Mineração 
Resíduos gerados nas atividades de pesquisa, extração e beneficiamento de 
minérios, podendo incluir materiais de baixo teor ou estéril, rejeitos e resíduos 
industriais associados. 
Resíduos Sólidos 
Agrícolas 
Resíduos gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluindo restos de 
colheita, embalagens de agrotóxicos e outros resíduos relacionados à produção 
agrícola. 
Resíduos Sólidos de 
Construção Civil 
Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de 
construção civil, incluindo entulhos, materiais cerâmicos, concretos e similares. 
Resíduos Sólidos 
Perigosos 
Resíduos que, devido às suas características de inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, 
mutagenicidade, apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente. 
Rejeitos Resíduos sólidos que, após a implementação de todas as tecnologias possíveis de 
recuperação e reciclagem, não podem ser reaproveitados e, portanto, necessitam 
de destinação final ambientalmente adequada. 
 
 
 
 
 
 
39 
Quadro 7 - Classificação dos Resíduos Sólidos 
Fonte: adaptado - Lei 12.305/10 - PNRS 
 
Conforme as diretrizes da Lei 12.305, quero reforçar com você que primeiro, é essencial 
entender a importância de separar corretamente os resíduos na fonte. Isso facilita todo o processo 
de coleta seletiva, onde materiais recicláveis são encaminhados para o reaproveitamento, enquanto 
os resíduos perigosos são tratados de maneira adequada. 
Além disso, o armazenamento temporário em locais apropriados e o transporte 
cuidadoso até os centros de tratamento ou destinação final são etapas cruciais para evitar qualquer 
dano ao meio ambiente ou à saúde pública. Para os resíduos que não podem ser reaproveitados, é 
importante que eles sejam destinados a aterros sanitários bem projetados ou, no caso de resíduos 
perigosos, que sejam incinerados de maneira controlada. 
Todas essas ações garantem que estamos tratando nossos resíduos de forma responsável, 
contribuindo para um ambiente mais limpo e seguro. Veja a seguir informações quanto aos critérios 
de periculosidade. 
 
4.2. Critérios de Periculosidade: 
Seguindo a mesma linha da explicação do tópico anterior, mais uma vez chamo sua 
atenção para os cuidados que deve-se ter quanto ao descarte de resíduos sólidos. Aqui quero 
apresentar a você os critérios de periculosidade e mostrar o impacto de cada um para o meio 
ambiente e para nós seres humanos. 
 
Critério de Periculosidade Descrição 
Inflamabilidade Resíduos que podem pegar fogo facilmente sob condições normais de 
temperatura e pressão, representando um risco de incêndio e explosão. 
Corrosividade Resíduos que têm a capacidade de corroer materiais ou causar danos severos 
aos tecidos vivos, como aqueles com pH extremamente baixo ou alto. 
Reatividade Resíduos que podem reagir violentamente com água, gerar gases tóxicos, 
explosões, ou liberar energia perigosa sob condições normais de manuseio e 
armazenamento. 
Toxicidade Resíduos que contêm substâncias nocivas à saúde humana ou ao meio 
ambiente, podendo causar envenenamento, doenças graves ou contaminação 
ambiental. 
 
 
 
 
 
 
40 
Patogenicidade Resíduos que contêm agentes biológicos capazes de causar doenças infecciosas 
em humanos ou animais, como os resíduos hospitalares contaminados. 
Carcinogenicidade Resíduos que contêm substâncias ou agentes que podem causar câncer em 
seres humanos após exposição prolongada ou repetida. 
Teratogenicidade Resíduos que contêm substâncias que podem causar malformações congênitas 
no feto quando uma mulher grávida é exposta. 
Mutagenicidade Resíduos que contêm substâncias capazes de causar mutações genéticas, que 
podem levar a doenças hereditárias ou câncer. 
Ecotoxicidade Resíduos que podem causar danos significativos aos ecossistemas, afetando a 
flora, fauna e a qualidade da água e do solo. 
Quadro 8 - Critério de Periculosidade 
Fonte: adaptado - Lei 12.305/10 - PNRS 
 
Sobre os critérios de periculosidade, você percebeu como é fundamentalentendermos 
como cada tipo de resíduo pode impactar o meio ambiente e a nossa saúde. Resíduos inflamáveis, 
corrosivos ou reativos, por exemplo, precisam de uma atenção especial, pois podem causar incêndios, 
explosões ou até reações químicas perigosas. 
Além disso, resíduos tóxicos, patogênicos ou que apresentam carcinogenicidade e 
mutagenicidade são extremamente nocivos e requerem manuseio e destinação adequados para 
evitar riscos graves. 
Ao compreender esses critérios é possível tomar decisões mais conscientes na hora de 
gerenciar os resíduos. Sempre visando minimizar os impactos negativos e proteger tanto a nós 
mesmos quanto o meio ambiente. 
 
4.3. Gestão e Destinação Final: 
O quadro a seguir apresentará a você os critérios relacionados ao manejo, 
armazenamento, transporte e destinação final dos resíduos sólidos, conforme as diretrizes da Lei 
12.305/2010. Esses critérios são, de fato, imprescindíveis para as organizações conhecerem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
Critério Manejo Armazenamento Transporte Destinação Final 
Resíduos Sólidos 
Urbanos 
Segregação na 
fonte e coleta 
seletiva para 
facilitar a 
reciclagem e o 
descarte correto. 
Armazenamento em 
recipientes 
adequados até a 
coleta. 
Transporte em 
veículos 
adequados que 
evitam a 
dispersão de 
resíduos. 
Reciclagem, 
compostagem ou 
disposição em 
aterros sanitários 
bem projetados. 
Resíduos Sólidos 
Industriais 
Identificação e 
segregação 
conforme o tipo 
de resíduo 
(perigoso ou não). 
Armazenamento 
temporário em locais 
seguros, com 
contenção para evitar 
vazamentos. 
Transporte 
especializado 
para resíduos 
perigosos, em 
conformidade 
com as normas 
de segurança. 
Tratamento 
específico (como 
incineração) ou 
disposição em 
aterros industriais. 
Resíduos Sólidos de 
Serviços de Saúde 
Coleta 
diferenciada de 
resíduos 
infectantes e 
perfurocortantes, 
separação na 
fonte. 
Armazenamento em 
recipientes 
específicos e 
sinalizados para evitar 
contaminação. 
Transporte em 
veículos 
especiais com 
protocolos 
rigorosos para 
evitar 
contaminação. 
Incineração 
controlada ou 
tratamento prévio 
antes da disposição 
final em aterros 
especiais. 
Resíduos Sólidos de 
Construção Civil 
Coleta e separação 
de materiais 
recicláveis e não 
recicláveis no 
canteiro de obras. 
Armazenamento em 
caçambas 
apropriadas, 
segregando 
recicláveis de não 
recicláveis. 
Transporte em 
veículos 
adequados 
para evitar a 
dispersão de 
entulhos 
durante o 
deslocamento. 
Reciclagem de 
materiais como 
concreto e tijolos, ou 
disposição em 
aterros de resíduos 
da construção. 
Resíduos Sólidos 
Perigosos 
Segregação 
rigorosa com base 
nas características 
de periculosidade, 
como toxicidade e 
inflamabilidade. 
Armazenamento em 
áreas controladas, 
com sinalização de 
perigo e medidas de 
contenção. 
Transporte em 
veículos 
adequados, 
com controle 
de segurança e 
em 
conformidade 
com as normas 
de transporte 
de cargas 
perigosas. 
Incineração 
controlada, 
coprocessamento ou 
disposição em 
aterros 
especialmente 
projetados para 
resíduos perigosos. 
Rejeitos Identificação de 
resíduos sem 
possibilidade de 
reaproveitamento 
ou reciclagem. 
Armazenamento em 
áreas segregadas, 
minimizando o 
contato com outros 
tipos de resíduos. 
Transporte em 
veículos 
preparados 
para evitar 
qualquer risco 
de dispersão. 
Disposição final em 
aterros sanitários, 
com controle 
rigoroso para evitar 
a contaminação do 
solo, da água e do 
ar. 
Quadro 9 - gestão dos resíduos sólidos 
 
 
 
 
 
 
42 
Fonte: adaptado - Lei 12.305/10 - PNRS 
 
 
O gerenciamento de resíduos sólidos, do manejo até a destinação final, garante que cada 
tipo de resíduo seja tratado de forma segura e ambientalmente responsável. Para finalizar esta 
unidade peço que você continue a leitura para se apropriar sobre o que trata o ciclo de vida dos 
produtos e suas fases. 
 
5. Ciclo de vida dos produtos 
No tópico anterior tratamos sobre resíduos e estes estão relacionados, também, com a 
vida útil de um produto. De modo geral os produtos passam por fases que vão desde o seu 
desenvolvimento (concepção) até a sua eventual descontinuação (descarte). Na perspectiva física, os 
autores Barbieri, Cajazeiras e Branchini (2009), sinalizam que o ciclo físico de um produto é uma 
sequência de transformações de materiais e energia que inclui a extração de matérias-primas, 
fabricação, distribuição, utilização, recuperação de materiais, reciclagem e reuso. 
A depender dos autores que você escolher estudar, você encontrará diferentes olhares 
para o ciclo de vida dos produtos. Existem aqueles que têm um foco econômico, outros têm foco no 
processo do produto e alguns mantêm o olhar para a parte física. Aqui eu darei ênfase à parte física. 
Leia o caso hipotético a seguir e compreenda a aplicabilidade do conceito dos autores na 
prática. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
Após a apresentação do caso anterior, da Fábrica Forchetta, percebemos que existe uma 
relação entre a logística reversa e o ciclo de vida do produto e que a logística reversa se encaixa na 
fase de disposição final do ciclo de vida. 
Pensar comigo: como será que a logística reversa se encaixa no ciclo de vida dos produtos, 
conforme a Lei 12.305/10? 
Bom, a logística reversa é peça-chave nesse quebra-cabeça. Ela é um dos caminhos que a 
lei aponta para garantir que a gente cuide bem dos resíduos que geramos, tornando todo o processo 
de vida do produto menos prejudicial ao meio ambiente. 
Pela lei, a logística reversa é mais do que só um conceito, é uma prática que envolve várias 
ações e procedimentos para garantir que os resíduos voltem ao ciclo produtivo. Exatamente como 
O Caso da Empresa - FORCHETTA 
 
Marta Silva trabalha na área de logística na indústria Forchetta que produz 
talheres de aço inoxidável 304, um material conhecido pela sua resistência à 
corrosão e durabilidade. Foi solicitado a Marta um relatório da sua área, assim 
veja como ela descreveu os processos da produção ao descarte até a reutilização 
dos materiais apresentando como ocorre o ciclo de vida dos produtos nesta 
indústria. Sobre a extração e características da matéria-prima, ela descreve que 
a Forchetta adquire aço inoxidável 304, que é uma liga de aço com cromo e 
níquel, proveniente de fornecedores que seguem práticas de mineração 
sustentáveis. O processo de fabricação é focado para a transformação da 
matéria-prima em talheres. Aqui, Marta descreve que a fábrica utiliza métodos 
de fabricação eficientes em energia, minimizando a emissão de poluentes. 
Outro ponto de destaque no relatório é quanto a distribuição, pois os talheres 
são embalados em materiais recicláveis e distribuídos para o mercado global, 
utilizando uma rede logística otimizada para reduzir a pegada de carbono. Os 
consumidores utilizam os talheres por muitos anos devido à durabilidade do aço 
inoxidável 304, o que reduz a necessidade de substituições frequentes. No 
entanto, a empresa garante um programa de recuperação de materiais, onde 
oferece um serviço de coleta, onde os talheres são recolhidos para reciclagem. 
Neste caso, a recuperação não é feita exclusivamente com os produtos que são 
gerados na Forchetta, pois o único filtro para o recebimento é que o item seja 
de aço inoxidável 304. A matéria-prima, antiga, é reciclada e reintroduzida no 
ciclo produtivo para criar novos produtos, fechando o ciclo de vida do produto. 
 
 
 
 
 
 
 
44 
foi apresentado no caso da Indústria Forchetta. Sendo apresentado por meio da coleta, do 
reaproveitamento, da reciclagem, sempre buscando dar um destino correto ao que já foi usado. 
Em outras palavras, a ideia é que, depois que você termina de usar um produto, ele não 
vá parar em qualquer lugar, mas sim que seja reintegrado ao sistema de uma forma que não 
prejudique o meio ambiente. É como se a gente estivesse dando uma nova vida para aquilo que, de 
outra forma, seria simplesmentedescartado. 
Ela é um mecanismo que busca fechar o ciclo, permitindo que os resíduos gerados na 
etapa de consumo sejam reintegrados à cadeia produtiva para serem reutilizados ou reciclados. 
Aproveitando esta oportunidade, quero convidar você a assistir a videoaula desta unidade 
2, onde irei tratar sobre reciclagem. 
Você chegou ao fim desta unidade, mas já quero te adiantar o que veremos na próxima 
unidade. 
Na unidade 3 tratarei sobre o tema da distribuição reversa, que é o processo de fazer com 
que produtos, embalagens e materiais voltem ao ciclo de produção ou sejam descartados de forma 
segura. Até lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
UNIDADE 03 | Distribuição reversa: retorno de produtos, embalagens e 
materiais para reutilização ou descarte responsável 
Você chegou ao fim da disciplina! 
Nesta última unidade, você irá conhecer sobre o tema da distribuição reversa, que é o 
processo de fazer com que produtos, embalagens e materiais voltem ao ciclo de produção ou sejam 
descartados de forma segura. Irei tratar sobre como lidar com embalagens para não prejudicar o meio 
ambiente. Você também verá algumas das legislações que as empresas precisam ter para garantir 
que tudo seja feito do jeito certo. O objetivo aqui é entender como contribuir para uma gestão mais 
responsável e sustentável dos resíduos que são gerados. 
 
1. Distribuição reversa 
 
Você viu de maneira breve este assunto, distribuição reversa, lá na unidade 1, mas este 
tópico irá abranger os processos e práticas que envolvem o retorno de produtos, embalagens e 
materiais e o impacto no ciclo de vida produtivo, seja para reutilização, reciclagem ou descarte final. 
Aqui, é importante destacar como a logística reversa é implementada na prática. 
Para reforçar o entendimento, 
Os canais de distribuição reversos de pós-consumo constituem-se pelo fluxo 
contínuo de produtos e materiais que se originaram no descarte e que após sua 
utilidade retornaram de alguma maneira ao ciclo produtivo. Quando retornados, 
estes produtos podem ter destinação e fluxos distintos pelos canais reversos de 
distribuição sendo: reuso, desmanche ou reciclagem (LEITE, 2017). 
 
Veja a seguir o quadro indicando a ação pós-retorno dos materiais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
DESTINAÇÃO E FLUXOS DE PRODUTOS PÓS-CONSUMO 
Reuso Pode ser entendido como o destino de produtos que não servindo mais ao primeiro 
utilizador seguem os diversos canais reversos, nos quais os produtos são reutilizados no 
estado em que se encontram, seja em mercados originais ou em mercados secundários. 
Desmanche Modernamente denominado “Manufatura Reversa” é o processo industrial onde o produto 
durável é desmontado e seus componentes separados destinados ao reuso em mercados 
secundários, à remanufatura ou reciclagem, valorizando-os como componentes. 
 Reciclagem Produto ou embalagem é o “processo industrial” de extração dos materiais constituintes 
dos mesmos. Extrai-se materiais como plásticos, vidros, metais, etc., que serão 
reaproveitados ou incorporados a novos produtos ou embalagens. Observe-se que nestes 
processos existe a destruição dos produtos e seus componentes reduzindo-os às suas 
matérias primas originais, com maior ou menor valor econômico em função do tipo de 
material extraído. 
Quadro 10 - Destinação e Fluxos de Produtos Pós-Consumo 
Fonte: LEITE, 2017 
 
Se você analisar bem, quando se fala de destinação dos produtos pós-consumo, temos 
três principais caminhos que foram apresentados no quadro anterior. Esses materiais podem seguir: 
reuso, desmanche (ou manufatura reversa) e reciclagem. 
Recapitulando o que foi visto, no caso do reuso, o produto que já não serve mais ao 
primeiro dono pode ser redirecionado para outros mercados, seja em sua forma original ou em um 
novo contexto. 
Já o desmanche, ou manufatura reversa, é um processo industrial onde os produtos são 
desmontados e seus componentes são separados para serem reutilizados, remanufaturados ou 
reciclados, aproveitando ao máximo o valor dos materiais. 
E, por fim, temos a reciclagem, que vai um passo além e envolve a extração dos materiais 
constituintes do produto ou embalagem, como plásticos, vidros e metais, que são destruídos e 
reduzidos às suas matérias-primas originais, prontas para serem incorporadas em novos produtos ou 
embalagens. Assim, cada uma dessas estratégias visa prolongar o ciclo de vida dos materiais, 
contribuindo para a sustentabilidade e a economia circular. 
Deste modo é importante estudar formas para que as empresas priorizem a Logística 
Reversa de consumo. Lembre-se que a logística reversa ganhou destaque nos últimos anos, devido 
principalmente a grande variedade e quantidade de produtos com ciclo de vida reduzidos e 
 
 
 
 
 
 
47 
obsolescência programada, duas temáticas trabalhadas na unidade 2, que passaram a ser lançados 
cada vez mais rápidos em todo mundo (COSTA, 2017). 
Continue a leitura para que você conheça de que forma as empresas podem aprimorar 
suas práticas ambientais apoiando-se com o uso da tecnologia. 
 
1.1. Tecnologias e sistemas de apoio 
 
O uso de tecnologias como o RFID (Identificação por Radiofrequência) e sistemas de 
informação avançados desempenha um papel importante no rastreamento e gerenciamento de 
fluxos reversos na logística. Essas tecnologias permitem a identificação automática e precisa de 
produtos ao longo da cadeia reversa, proporcionando visibilidade em tempo real sobre a localização 
e o estado dos materiais retornados. Isso reduz significativamente as incertezas típicas desse 
processo, como a qualidade e a quantidade dos itens retornados, permitindo um planejamento mais 
eficaz e a otimização dos recursos disponíveis. A imagem a seguir traz a ideia de como essa tecnologia 
interage entre produtos e servidores. 
 
 
 
 
 
 
Descrição: A imagem mostra uma representação gráfica de um sistema RFID (Identificação por Radiofrequência). À 
esquerda, há um conjunto de ícones laranja representando vários objetos que podem ser etiquetados com RFID, como 
roupas, bolsas e caixas. Esses ícones estão conectados a um microchip verde central, simbolizando a etiqueta ou chip 
RFID. À direita do chip, há ondas vermelhas e verdes indicando a comunicação por radiofrequência entre o chip e um 
leitor RFID. O leitor não está explicitamente mostrado, mas é sugerido pela presença dessas ondas. No lado direito, há 
um smartphone recebendo ou interagindo com esses sinais, sugerindo seu uso na leitura ou recepção de dados das 
etiquetas RFID. 
Fonte: https://encurtador.com.br/jI17w 
 
Dessa maneira, a RFID facilita o monitoramento detalhado dos fluxos de materiais, desde 
o ponto de retorno até a sua reintegração ao ciclo produtivo ou destinação final. Em aplicações 
práticas, como na reciclagem de resíduos eletrônicos, a RFID permite que empresas rastreiem 
https://encurtador.com.br/jI17w
 
 
 
 
 
 
48 
equipamentos específicos, assegurando que estes sejam devidamente reciclados ou reutilizados. Isso 
não só melhora a eficiência operacional, mas também proporciona conformidade com as 
regulamentações ambientais, aumentando a sustentabilidade das operações logísticas. 
Tendo chegado neste ponto da leitura, você já deve ter compreendido bem o 
entendimento da logística reversa, mas se caso você não se recorde sobre o que se trata, deixa eu 
trazer, de maneira breve, esse entendimento para poder te apresentar uma explicação prática do uso 
da RFID dentro de um caso. A logística reversa é o conjunto de procedimentos de recolhimento de 
resíduos, que tem como intuito (re)aproveitá-los ou mesmo tem a intenção de dar uma correta 
destinação. 
Assim, empresas públicas e privadas precisam traçar medidas que reduzam os efeitos 
ambientais dos lixos produzidos por elas mesmas. Diminuindo, como consequência, os impactos 
gerados à saúde e ao meio ambiente. 
Pronto, agora que você revisitou o entendimento da logística reversa, deixa eu apresentara aplicação da tecnologia RFID. 
Imagine que você é o responsável por uma loja de eletrônicos que vende diversos 
produtos, como impressoras, computadores e acessórios. Com o tempo, alguns desses produtos se 
tornam obsoletos ou quebram, e os clientes começam a trazer esses itens de volta para a loja, 
esperando que você os descarte de forma correta. Esse é um exemplo típico de logística reversa, onde 
os produtos voltam ao ciclo de vida para serem reciclados ou descartados adequadamente. Agora, 
para garantir que esses produtos sejam enviados para o local certo e tratados de forma responsável, 
a loja decide utilizar a tecnologia RFID. 
Mas como isso vai funcionar na prática? 
Bom, quando um cliente traz de volta uma impressora velha, por exemplo, a loja coloca 
uma etiqueta RFID nela. Essa etiqueta contém um microchip que guarda informações sobre o 
produto, como o modelo, a data em que foi devolvido, e o destino correto para o descarte ou 
reciclagem. Ao longo do caminho, essa impressora passará por vários pontos de controle. Em cada 
um desses pontos, há leitores de RFID que capturam as informações da etiqueta e as enviam para um 
sistema central. Isso permite que a loja monitore em tempo real onde está a impressora e se ela está 
seguindo a rota certa até o local de reciclagem. 
 
 
 
 
 
 
49 
Por exemplo, se a impressora precisa ser desmontada em um centro especializado, o 
sistema vai registrar quando ela chega e quando sai de lá, garantindo que as partes de plástico, vidro, 
e metal sejam separadas corretamente. Se em algum momento a impressora for enviada para o lugar 
errado, o sistema vai alertar a loja para corrigir a rota. 
Essa tecnologia ajuda a garantir que os produtos eletrônicos sejam tratados de forma 
segura. Além disso, o RFID facilita a rastreabilidade e a transparência no processo, permitindo que a 
loja cumpra as exigências legais e demonstre responsabilidade ambiental. 
Para tornar mais significativa essa discussão, após a imagem da figura a seguir, peço que 
leia a matéria que irei disponibilizar no link, pois nela há uma excelente explicação do envolvimento 
entre tecnologia e sustentabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição: A imagem mostra uma grande quantidade de garrafas plásticas PET transparentes esmagadas. No canto 
superior esquerdo, há um logotipo circular verde com o texto em inglês “sustainable”, que significa sustentabilidade. Na 
parte superior direita há um texto, também, escrito em inglês “zero waste” que é entendido como “lixo zero”. No 
centro da imagem contém um texto com a frase: transformando garrafas PET usadas em um futuro sustentável por 
meio da rastreabilidade com RFID”. 
Fonte: http://li.cnm.org.br/r/kMzSmm 
 
 
 
 
http://li.cnm.org.br/r/kMzSmm
 
 
 
 
 
 
50 
Essa imagem está vinculada à matéria mencionada anteriormente e lá é informado que 
tudo começa no estágio de coleta, onde catadores, condomínios e pontos de coleta desempenham 
um papel fundamental. Cada personagem desta coleta com suas metodologias e volumes entregam 
a um ponto de recebimento. Neste local elas são prensadas e criam-se os fardos já separados por 
cores: Cristal | Verde | Marrom. É nesse momento que inicia-se a introdução da rastreabilidade. 
 
 
 
Agora que você leu sobre essa tecnologia quero te fazer uma pergunta: será que existem 
limitações quanto ao uso e emprego de tecnologias na logística reversa? Para te responder peço que 
continue a leitura para o próximo tópico. 
 
1.2. Barreiras culturais, econômicas e tecnológicas 
 
A utilização de tecnologia no aprimoramento dos processos é algo muito significativo para 
as organizações, no entanto nem sempre essa utilização é possível devido às limitações geográficas, 
culturais, econômicas etc. É o que nos dizem os autores Eliane Sanches e Messias Vieira: 
 
Apesar dos inúmeros benefícios, a implementação dessas tecnologias exige 
considerações econômicas significativas. O custo inicial de implantação do RFID, 
incluindo os dispositivos, leitores e sistemas de gestão de dados, pode ser elevado, 
tornando necessário uma análise cuidadosa de custo-benefício para garantir que os 
investimentos sejam compensados pelos ganhos em eficiência e controle (SANCHES; 
VIEIRA, 2022). 
 
Observe que os autores confirmam que o custo de implantação dessa tecnologia pode ser 
elevado, mas ainda assim, quanto mais a tecnologia se tornar acessível, é provável que a adoção do 
RFID e de outros sistemas de informação em fluxos reversos se tornem uma prática padrão, 
integrando ainda mais as operações logísticas com os objetivos de sustentabilidade. 
Clique no link para continuar a leitura. http://li.cnm.org.br/r/kMzSmm 
 
http://li.cnm.org.br/r/kMzSmm
 
 
 
 
 
 
51 
Um outro aspecto relevante a ser pensado sobre as barreiras que impactam no 
desenvolvimento/aplicação da distribuição reversa são aquelas apresentadas por Souza et al. (2018) 
apud Pauli, Souza e Faria (2019), onde são identificadas em quatro principais grupos: gestão, 
financeira, políticas e infraestrutura, sendo tais pontos os principais empecilhos para a 
implementação de soluções. Observe as barreiras citadas no quadro a seguir: 
 
BARREIRA RELAÇÃO 
Gestão Falta de pessoas especializadas. 
Resistência das empresas a mudanças. 
Falta de planejamento das empresas. 
Falta de mensuração dos resultados por parte da empresa. 
Financeiro Dificuldade no investimento financeiro necessário para implementação. 
Políticas A burocracia. 
A política interna da empresa. 
A falta de legislação específica para o setor. 
Infraestrutura Adaptação ao sistema produtivo. 
Dificuldade para transportar os equipamentos específicos. 
Quadro 11 - Principais Barreiras da logística reversa 
Fonte: adaptado de Souza et al. (2018) apud Pauli, Souza e Faria (2019) 
 
O quadro 11, traz uma associação entre a barreira e possíveis evidências encontradas 
nela. No caso das barreiras relacionadas à gestão, você já deve ter ouvido falar que "quem não 
planeja, planeja falhar". Isso é especialmente verdadeiro na logística reversa. A falta de profissionais 
especializados é um problema sério, porque não basta apenas boa vontade; é preciso conhecimento 
técnico e experiência. Além disso, a resistência das empresas a mudanças é um grande obstáculo, 
pois muitas não estão dispostas a enfrentarem “o novo” e em certa medida não têm a total 
compreensão dos benefícios da logística reversa. 
No quesito barreira financeira, não posso deixar de mencionar novamente que a 
implementação da logística reversa demanda um investimento financeiro considerável. Esse 
investimento não é apenas inicial, mas contínuo. Se você tem pretensão de trabalhar nesta área, é 
importante que você saiba justificar para os gestores que esse custo inicial pode se transformar em 
economia no longo prazo, com a reutilização de materiais e a redução de desperdícios. 
 
 
 
 
 
 
52 
 
A barreira política é um tema complicado, pois ela pode atuar tanto no ambiente interno 
da empresa (políticas internas), como no ambiente externo à empresa (políticas externas). Dentro 
das políticas internas, a empresa poderá encontrar determinadas barreiras, porém são passíveis a 
mudanças e/ou ajustes que poderão ser implementados quando se deseja trabalhar na perspectiva 
da sustentabilidade aplicando práticas e metodologias da logística reversa. No aspecto das políticas 
externas a empresa ficará “presa” a adequação daquilo que ela não tem controle, já que ela não terá 
autonomia para alterar a lei. Desse modo, faz-se necessário que haja o desenvolvimento de ações 
que alcancem aquilo que a legislação determina e, em alguns casos, com prazos pré-estabelecidos 
que deverão ser cumpridos estando a empresa passível até mesmo de multas no caso de 
descumprimento. 
E por fim a barreira de infraestrutura. Aqui as empresas irão se deparar com as 
adaptações necessárias no sistema produtivo, pois em muitos casos seráimportante realizar a 
aquisição de equipamentos específicos, separar um local específico para separação de materiais que 
serão utilizados neste ciclo reverso, entre outras ações que envolvam a infraestrutura da empresa. 
Após ler sobre as barreiras apresentadas, espero que você tenha percebido que cada uma 
delas exige uma abordagem cuidadosa e bem planejada. Como estudante do curso técnico em 
logística, é importante que você esteja preparado para identificar esses desafios e propor soluções 
práticas e inovadoras que possam contribuir com boas práticas para o meio ambiente. De forma 
global, as empresas compartilham barreiras similares ao implementar e gerenciar a Logística Reversa, 
entretanto, o contexto individual de cada país pode trazer diferenças sobre a importância e impacto 
de cada barreira (isto é, leis específicas, infraestrutura logística, condições sociais, etc.), bem como 
gerar conflitos específicos oriundos dessa individualização (Bouzon et al., 2016 in Pauli, Souza e Faria 
2019). 
Avance mais na leitura para que você possa conhecer mais sobre os desafios e 
oportunidades relacionados à distribuição reversa. 
 
Deixo aqui o convite para que você vá até o fórum desta unidade para 
responder a atividade relacionada a barreira na implementação da distribuição 
reversa. 
 
 
 
 
 
 
 
53 
2. Desafios e oportunidades na distribuição reversa 
Para iniciar este tópico, quero apresentar a você um caso hipotético, mas na sequência 
farei uma breve discussão para que você possa observar as relações de oportunidades e ameaças 
presentes e relacioná-los com a distribuição reversa na logística. 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
O Caso da Empresa - GREENPET 
 
A GreenPET nasceu em 2005, no interior de Pernambuco, com uma missão clara: 
transformar o lixo em recurso. Desde o início, a empresa focou em coletar garrafas 
PET usadas, que antes acabariam em aterros sanitários ou, pior, poluindo o meio 
ambiente. A GreenPET surgiu da visão empreendedora de seus fundadores, que 
perceberam uma oportunidade de unir negócios e sustentabilidade. A ideia era 
simples, mas poderosa: coletar as garrafas, reciclá-las e devolver ao mercado a 
matéria-prima transformada, pronta para ser reutilizada em novos produtos. Logo 
nos primeiros anos, a GreenPET percebeu que estava no caminho certo. A 
demanda por plástico reciclado começou a crescer, impulsionada por 
consumidores mais conscientes e pela pressão das novas legislações ambientais, 
como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A GreenPET, ao focar na 
coleta e reciclagem de garrafas PET, encontrou uma oportunidade de ouro: tornar-
se uma fornecedora de matéria-prima reciclada para indústrias de embalagens, 
roupas e até mesmo de construção civil. A empresa também começou a construir 
uma rede de coleta em várias cidades, firmando parcerias com cooperativas de 
catadores e pontos de coleta seletiva. Essa estratégia não só garantiu um fluxo 
constante de garrafas PET para reciclagem, mas também fortaleceu a imagem da 
GreenPET como uma empresa socialmente responsável. Cada garrafa coletada e 
reciclada representava um passo a mais em direção a um futuro mais limpo. No 
entanto, o caminho não foi isento de desafios. Um dos principais obstáculos 
enfrentados pela GreenPET foi a logística complexa e cara de recolher garrafas PET 
em larga escala. As operações exigiam transporte eficiente, armazenamento 
adequado e um processo rigoroso de triagem para garantir a qualidade da matéria-
prima reciclada. Além disso, havia a questão da viabilidade econômica: o mercado 
de recicláveis é volátil, com preços que podem variar significativamente, 
impactando diretamente as margens de lucro da empresa. Outro desafio foi a falta 
de tecnologias avançadas e acessíveis para otimizar o processo de reciclagem. Sem 
equipamentos modernos, a GreenPET tinha que lidar com problemas como a baixa 
eficiência na separação de materiais e a degradação da qualidade do plástico 
reciclado. Esses fatores limitaram a capacidade da empresa de competir com 
plásticos virgens mais baratos e de qualidade superior. Apesar dessas dificuldades, 
a GreenPET não se deixou abater. A empresa investiu em inovação, buscando 
soluções para melhorar a eficiência de seu processo de reciclagem. Além disso, 
começou a trabalhar em campanhas de conscientização para educar a população 
sobre a importância da reciclagem e o valor dos produtos reciclados. Ao longo dos 
anos, essas ações começaram a dar resultados: a qualidade da matéria-prima 
reciclada melhorou, e a GreenPET conseguiu ampliar sua participação no mercado, 
fornecendo plástico reciclado para grandes indústrias. 
 
 
 
 
 
 
 
55 
Você percebeu o quanto esta empresa transformou-se ao longo do tempo? Pois é! 
Empresas são organismos vivos e ao mesmo tempo sociais, dessa forma precisam buscar atender as 
demandas da sociedade, vislumbrando espaços que a permitam crescer. A partir do caso apresentado 
vou listar as demandas e desafios que foram identificados no texto para que possa ajudar você a 
perceber que a aplicação de práticas da logística reversa dentro de uma organização é realizada de 
maneira estratégica olhando para o mercado e entendendo suas dores. 
 
OPORTUNIDADES 
A demanda por plástico reciclado começou a crescer. 
Consumidores mais conscientes. 
Novas legislações ambientais. 
Tornar-se uma fornecedora de matéria-prima reciclada para indústrias de embalagens, roupas e até mesmo 
de construção civil. 
Parcerias com cooperativas de catadores e pontos de coleta seletiva. 
DESAFIOS 
Logística complexa e cara para recolher garrafas PET em larga escala. 
As operações exigiam transporte eficiente, armazenamento adequado e um processo rigoroso de triagem 
para garantir a qualidade da matéria-prima reciclada. 
O mercado de recicláveis é volátil, com preços que podem variar significativamente, impactando diretamente 
as margens de lucro da empresa. 
Falta de tecnologias avançadas e acessíveis para otimizar o processo de reciclagem. 
Baixa eficiência na separação de materiais e a degradação da qualidade do plástico reciclado. 
Quadro 12 - Oportunidades e Desafios da Distribuição Reversa 
Fonte: elaborado pelo autor 
 
A partir do caso da GreenPET, pode-se observar que a implementação de uma logística 
reversa eficiente requer um olhar atento tanto para as oportunidades quanto para os desafios 
inerentes ao processo. A empresa conseguiu identificar a crescente demanda por materiais reciclados 
e se posicionar estrategicamente no mercado, firmando parcerias e investindo em inovação. 
Entretanto, dificuldades como os altos custos de operação, a volatilidade do mercado de recicláveis 
e a falta de tecnologias adequadas mostram que a logística reversa envolve uma série de desafios 
que precisam ser continuamente gerenciados. 
 
 
 
 
 
 
56 
Espero que você compreenda que é fundamental, portanto, que empresas como a 
GreenPET integrem práticas de logística reversa em sua cadeia de valor, mantendo um equilíbrio 
entre sustentabilidade e viabilidade econômica. 
 
 
3. Modelos de distribuição reversa 
A reciclagem, apesar de ser um processo conduzido principalmente por empresas 
privadas, só funciona de verdade se houver programas públicos de coleta seletiva bem estruturados 
(Besen et al., 2014; Godoy, 2016). E mais, a coleta seletiva não envolve só a parte da indústria, mas 
também começa lá nas casas, onde as pessoas precisam separar os materiais, que depois são 
recolhidos e transportados (Bringhenti, 2004). 
A coleta seletiva compõe a estrutura dos pilares do saneamento básico. A seguir, veja o 
quadro 13 que apresenta os quatro pilares do saneamento básico, conforme definidos pela Lei nº 
11.445/2007 no Brasil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora que você conheceu as oportunidades e desafios da distribuição reversa, 
vou avançar para o próximo tópico, mas antes de prosseguir a leitura, ouça o 
podcast, lá estou falando sobre a pegada de carbono, e em seguida, retornepara prosseguir nos seus estudos, onde será abordado o modelo de 
distribuição reversa com a estratégia de gestão de resíduos sólidos a partir da 
coleta seletiva, apresentando sua abordagem e estratégias de atuação. 
Continue a leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
MANEJO DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
ABASTECIMENTO DE 
ÁGUA POTÁVEL 
ESGOTAMENTO 
SANITÁRIO 
DRENAGEM E MANEJO 
DAS ÁGUAS PLUVIAIS 
Distribuição de água 
tratada e segura para 
consumo. 
Coleta, transporte, 
tratamento e disposição 
final adequada dos 
esgotos. 
Coleta, tratamento e 
destinação 
adequada dos 
resíduos urbanos. 
Controle das enchentes, 
coleta e destinação das 
águas das chuvas. 
 
 
 
Quadro 13 - Pilares do Saneamento Básico 
Fonte: elaborado pelo autor. 
 
Você deve ter observado que apenas o item manejo de resíduos sólidos está destacado 
na cor verde e se sobressai no quadro quando comparado aos demais itens. Esse destaque é 
intencional, pois aqui quero dividir com você sobre aquilo que versa sobre coleta, tratamento e 
destinação adequada dos resíduos urbanos. 
Veja agora o modelo de distribuição reversa, baseado na coleta porta a porta. Pode-se 
considerar este modelo como sendo de gestão compartilhada, pois os resíduos são encaminhados 
para unidades de triagem, onde catadores organizados em associações ou cooperativas farão a 
separação por tipo de material para que estes possam, ao final do processo, serem comercializados 
e entrarem na cadeia produtiva novamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição: A imagem ilustra o fluxo de gestão e reciclagem de resíduos. Os resíduos são gerados em áreas residenciais 
e/ou comerciais representadas por ícones de casas. Esses resíduos são coletados e, em seguida, passam por uma gestão 
compartilhada. As cooperativas e associações recebem esses resíduos e vendem o material reciclável. Finalmente, os 
compradores de recicláveis adquirem esses materiais das cooperativas, completando o ciclo de reciclagem. 
Fonte: Pernambuco, 2018 
 
 
 
 
 
 
 
58 
No modelo de gestão compartilhada os geradores fazem a segregação, na maioria das 
vezes, em resíduos secos (recicláveis) e resíduos úmidos (orgânicos e demais rejeitos) embalando-os 
separadamente e dispondo para a coleta regular, na frente das residências ou estabelecimentos. 
Na imagem seguinte, você terá a oportunidade de visualizar uma imagem que traz uma 
representação do funcionamento de uma cooperativa que trabalha fazendo a triagem de resíduos. 
Os recicláveis triados são armazenados em tambores, sacos tipo bags ou baias específicas para cada 
tipo de material selecionado, até reunir uma quantia ideal para prensagem e enfardamento. O 
material enfardado segue para a pesagem e posterior expedição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição: A imagem mostra um diagrama de um processo de triagem de resíduos em uma instalação. No topo, há um 
“Silo de resíduos a triar,” de onde os resíduos são direcionados para triagem. As setas indicam o “Fluxo dos resíduos.” 
Abaixo, há vários bonecos representando os “triadores,” que são responsáveis por separar os resíduos. Na imagem há 
círculos representando os “tambores com resíduos triados” para onde o rejeito triado irá. No canto inferior direito, há 
um boneco carregando um dos tambores, este é chamado de “deslocador,” responsável por encaminhar os resíduos 
triados para a etapa de prensagem e enfardamento. 
Fonte: Pernambuco, 2018 
 
Este diagrama é útil para entender como as instalações de triagem de resíduos organizam seus 
processos para separar materiais recicláveis dos não recicláveis de maneira eficiente. 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Ainda nesse contexto, além de você conhecer sobre as instalações de espaços de triagem 
é relevante destacar que quando falamos em boa administração de um sistema integrado de 
tratamento de resíduos sólidos urbanos, é essencial envolver a figura dos catadores no processo de 
coleta seletiva. A presença desse agente não só ajuda a diminuir as desigualdades sociais, como 
também gera novas oportunidades de renda para as pessoas que estão em situação de maior 
vulnerabilidade econômica. 
Os catadores de materiais recicláveis podem ser considerados os grandes 
protagonistas da indústria de reciclagem no país. Eles detêm posição fundamental 
na gestão de resíduos sólidos no Brasil, à medida que sua própria existência indica a 
dificuldade de incluir no gerenciamento desse sistema as atividades de catação, 
principalmente por problemas de escala de produção combinados a dificuldades 
logísticas (Gonçalves Dias, 2009). 
 
Essa abordagem, de coleta seletiva, está alinhada a um dos princípios da logística reversa, 
conforme descrito neste modelo de gestão, onde os resíduos podem ser reaproveitados ou 
reciclados, sendo depois reintegrados ao processo produtivo. 
Para que fique mais evidente, um bom exemplo de gestão de resíduos é quando ela é 
dividida em duas partes: a primeira tendo uma dimensão mais prática, que ajuda a implementar ações 
de forma eficiente, e uma outra com a perspectiva numa dimensão mais colaborativa, que envolva a 
participação de todos os interessados no processo. 
Isso significa que, para que a governança “gestão” funcione bem, é essencial que todas as 
partes interessadas participem ativamente nas decisões, sempre buscando cooperação e consenso 
para alcançar os melhores resultados. 
Para que todas as ações relacionadas à logística reversa sejam asseguradas de maneira 
efetiva, faz-se necessário que diferentes organismos públicos e privados que produzem e/ou 
recepcionam resíduos sólidos atendam aquilo que está previsto nos instrumentos norteadores do 
Você sabia: Coleta seletiva é um sistema de recolhimento dos resíduos 
recicláveis inertes (papéis, plásticos, vidros e metais) e orgânicos (sobras de 
alimentos, frutas e verduras), previamente separados nas próprias fontes 
geradoras, com a finalidade de reaproveitamento e reintrodução no ciclo 
produtivo. 
 
 
 
 
 
 
 
60 
funcionamento legal. No próximo tópico você irá conhecer mais sobre esta temática. Dessa forma, 
peço que você continue a leitura. 
 
 
4. Conformidade Legal 
Durante a leitura do e-book você deve ter percebido que a Lei 12.305/2010 é um marco 
importante para logística reversa, pois foi a partir dela que se instituiu a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS). No quadro a seguir você terá a oportunidade de conhecer algumas outras legislações 
que normatizam as práticas relacionadas a logística reversa. 
ITEM EMENTA 
Resolução Conama nº 362, de 
23 de junho de 2005 
Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante 
usado ou contaminado. 
Resolução Conama nº 
401/2008 
Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e 
baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para 
o seu gerenciamento ambientalmente adequado, que substituiu a 
Resolução nº 257/1999; 
Resolução Conama nº 
416/2009 
Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus 
inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, que substituiu as 
Resoluções nº 258/ 1999 e nº 301/2002. 
Lei nº 12.305, de 2 de agosto 
de 2010 
Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, altera a Lei nº 9.605 de 12 
de fevereiro de 1998 e dá outras providências. 
Decreto nº 10.936, de 12 de 
janeiro de 2022 Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos. 
Lei nº 14.785, de 27 de 
dezembro de 2023 
Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem, a 
rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a utilização, 
a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e das embalagens, 
o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de 
agrotóxicos, de produtos de controle ambiental, de seus produtos técnicos 
e afins; revoga as Leis nºs 7.802, de 11 de julho de 1989, e 9.974, de 6 de 
junho de 2000, e partesde anexos das Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 
Porém, antes, convido você a dar uma paradinha na leitura para assistir a 
videoaula, lá abordarei o tema: Economia Circular. Estou esperando por você! 
 
 
 
 
 
 
 
61 
1981, e 9.782, de 26 de janeiro de 1999. 
Quadro 14 - Legislações relacionadas a logística reversa 
Fonte: Elaborado pelo autor 
 
A distribuição reversa, tema central deste capítulo, emerge como um dos pilares mais 
relevantes na gestão ambiental contemporânea, especialmente no que diz respeito ao 
gerenciamento de resíduos sólidos. 
Desde a Resolução Conama nº 362, de 2005, que estabeleceu diretrizes para a coleta e 
destinação final de óleos lubrificantes usados, passando pela Resolução nº 401, de 2008, que limitou 
a presença de metais pesados em pilhas e baterias, observa-se uma clara intenção de diminuir os 
impactos ambientais através da responsabilização das cadeias produtivas. 
Não se trata apenas de recolher resíduos, mas de integrar o conceito de ciclo de vida dos 
produtos. A Resolução Conama nº 416, de 2009, ao tratar da destinação ambientalmente adequada 
dos pneus inservíveis, reforça esse princípio ao exigir que os produtos descartados não representem 
uma ameaça ao meio ambiente. E essa responsabilidade, como foi visto, não é somente do 
consumidor final, mas de toda a cadeia produtiva — do fabricante ao comerciante. 
A Lei nº 12.305, de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), 
consolidou essa visão, tornando obrigatória a adoção de sistemas de logística reversa para diversos 
setores. Ela fortalece a legislação anterior e amplia seu alcance ao propor a corresponsabilidade dos 
atores envolvidos. O Decreto nº 7.404, de 2010, veio regulamentar a PNRS, estabelecendo prazos e 
metas, destacando-se como um marco na implementação dessas políticas. 
A evolução da legislação reflete, portanto, uma preocupação crescente com o destino dos 
resíduos, em especial os considerados perigosos, como agrotóxicos e produtos químicos. A Lei nº 
14.785, de 2023, ao regulamentar a utilização e o descarte de agrotóxicos e suas embalagens, revela 
um avanço no controle de produtos que, se mal geridos, podem causar danos irreversíveis ao solo e 
aos recursos hídricos. 
Entender esta trajetória jurídica que sustenta a logística reversa no Brasil é bastante 
relevante para a plena implementação de práticas sustentáveis nas empresas e para a 
conscientização da sociedade. Nesse sentido, é inegável que o progresso alcançado até aqui nos 
aponta para um futuro em que o descarte adequado de resíduos e o retorno dos materiais ao ciclo 
produtivo deixarão de ser uma exceção para se tornar a norma. 
 
 
 
 
 
 
62 
Com isso, finalizo este e-book de Logística Reversa e Cadeia Verde com a convicção de 
que esta temática não é apenas uma estratégia de gestão, mas uma obrigação moral de todos os 
setores da sociedade que buscam minimizar os impactos ambientais de suas atividades cotidianas. 
Obrigado por ter acompanhado a leitura até aqui. Desejo a você sucesso em sua 
formação. 
 
 
 
 
 
 
 
63 
CONCLUSÃO 
Parabéns, estudante! Você chegou ao fim do e-book sobre Logística Reversa e Cadeia 
Verde. Espero que esta jornada tenha sido enriquecedora e que você tenha adquirido conhecimentos 
valiosos para sua formação técnica em logística. 
Ao longo das unidades, você conheceu os conceitos e princípios da logística reversa, 
entendendo sua importância no contexto brasileiro e global. 
Na segunda unidade, foi trabalhado o desenvolvimento sustentável, destacando a gestão 
responsável de insumos e resíduos. Você pôde conhecer sobre a redução, reutilização e reciclagem e 
a maneira como esses métodos contribuem para um futuro mais sustentável. Foi explorado, também, 
a cadeia de suprimentos verde, a importância do ciclo de vida dos produtos e as práticas dos 3R’s. 
Finalmente, na terceira unidade, você estudou sobre a distribuição reversa, um processo 
essencial para garantir que produtos, embalagens e materiais retornem ao ciclo de produção ou 
sejam descartados de forma segura, alinhados com as legislações vigentes. 
Que os conhecimentos adquiridos aqui possam ser aplicados em sua carreira e que você 
continue a buscar soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios logísticos. 
Boa sorte em sua jornada e até a próxima! 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MINICURRÍCULO DO PROFESSOR 
 
André Paes Viana 
 Mestre em Cotidiano e Desenvolvimento Social pelo Programa de Pós-Graduação em 
Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social - PGCDS/UFRPE. É especialista em Gestão Estratégica 
de Pessoas pela Faculdade Santa Maria (FSM) em Recife PE e Graduado em Administração de 
Empresas pela Faculdade de Ciências da Administração de Garanhuns FAGA.tratarei sobre a logística 
reversa nas operações. Talvez o tema possa parecer complexo, mas minha proposta será desmistificá-
lo, passo a passo. 
Nesta unidade, você vai conhecer sobre alguns conceitos e princípios essenciais que 
sustentam a logística reversa, especialmente no contexto brasileiro. Irei falar sobre como planejar 
uma logística reversa eficiente. Também falarei sobre o papel fundamental dos operadores logísticos. 
Além disso, você conhecerá os canais de distribuição específicos dessa área, que têm suas 
particularidades e desafios. 
Boa leitura! 
 
1. Logística reversa no Brasil 
 
Para começar quero convidar você, estudante, a conhecer e/ou relembrar do conceito de 
logística. Ballou (2006), define como sendo o conjunto de atividades funcionais que é repetido muitas 
vezes ao longo do canal de suprimentos através do qual as matérias-primas são convertidas em 
produtos acabados e o valor é adicionado aos olhos dos consumidores. 
A partir do que o autor nos traz, quero chamar a sua atenção para o termo “as matérias-
primas”. É importante você compreender que as fontes de matérias-primas, ou seja, aquilo que será 
utilizado na produção dos produtos acabados ou semiacabados nem sempre estarão no mesmo 
espaço geográfico. Assim como, os pontos que serão utilizados para a realização das vendas e até 
mesmo as próprias fábricas, que farão o processo de transformação propriamente dita da matéria-
prima. 
 Dessa forma, são nestes aspectos que Ballou (2006) apresenta a logística como sendo 
um conjunto de atividades funcionais e são estas atividades que farão com que a “engrenagem” da 
cadeia de suprimentos funcione perfeitamente. A logística irá garantir que o produto, a quantidade, 
o lugar, o prazo, a qualidade, a documentação, o menor custo, a melhor forma, sejam o mais eficiente 
possível em seu deslocamento ao ponto de gerar valor ao produto e como consequência gere a 
satisfação dos clientes e lucros para organizações. 
 
 
 
 
 
 
7 
Para ilustrar esse entendimento, veja o seguinte exemplo: 
 
 
Caso Samara - A empreendedora da Goiaba Caseira 
Samara é uma jovem pernambucana de 22 anos que reside no município de 
Tabira-PE e sempre buscou suas próprias oportunidades. Ela viu no 
empreendedorismo uma porta para alcançar sua autonomia financeira. 
Inspirada por sua avó materna, decidiu abrir uma pequena fábrica de doces 
artesanais, valorizando, a goiaba, um ingrediente com muita disponibilidade 
local. Para garantir a qualidade de seus produtos, Samara inicia o processo de 
logística pela seleção rigorosa da matéria-prima. Estabelece parcerias com 
agricultores locais para a compra das frutas frescas, negocia a quantidade e a 
frequência das entregas para que os ingredientes estejam sempre frescos e em 
quantidade suficiente para atender à demanda da produção. Samara contrata 
um serviço de transporte que assegura que os produtos cheguem em ótimas 
condições, sem comprometer a qualidade. O sistema de armazenamento 
mantém as frutas em temperatura adequada, preservando suas características 
até o momento da produção. Nesta fase de produção, a logística continua a 
desempenhar um papel importante. Samara garante que os equipamentos 
estejam em perfeito funcionamento e que o processo de produção ocorra de 
maneira eficiente, respeitando os padrões de higiene e qualidade. Depois de 
produzidos, os doces são embalados de maneira cuidadosa. As embalagens são 
escolhidas não apenas para preservar a qualidade dos produtos, mas também 
são visualmente atraentes para os consumidores. Ela investe em embalagens 
recicláveis, alinhando seu negócio aos princípios de sustentabilidade. A etapa 
final envolve a distribuição dos produtos aos consumidores. Samara vende 
diretamente para consumidores locais em feiras e mercados, e também entrega 
para pequenas mercearias e padarias na região. Além disso, explora o e-
commerce, enviando seus produtos para outras partes do estado e do país, 
sempre buscando o menor custo de frete e garantindo a entrega no prazo 
estipulado. Ela implementa um sistema de feedback onde os consumidores 
podem avaliar a qualidade dos doces e do serviço de entrega. Com essas 
informações, Samara ajusta suas estratégias de logística para garantir a máxima 
satisfação dos clientes e, consequentemente, aumentar os lucros da sua 
empresa. Essa abordagem estratégica não só impulsiona a qualidade de seus 
doces artesanais, mas também fortalece seu negócio, permitindo-lhe alcançar a 
sonhada autonomia financeira. 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Você conseguiu perceber como as atividades da logística estão destrinchadas dentro da 
rotina de trabalho de Samara? Pois é! Assim como Samara, as organizações precisam se preocupar 
com a logística nas suas operações cotidianas. Não, apenas, pensando na entrega do produto e/ou 
serviço para o consumidor, mas deve-se pensar de maneira estratégica todas as ações que envolvam 
direta ou indiretamente a cadeia de suprimentos da organização. 
Agora que você recordou sobre o conceito de logística, avance para nosso conteúdo 
específico. Mas afinal, o que é a logística reversa? 
Para esclarecer este conceito, trago para você um marco importante para a logística 
reversa. De acordo com a Lei Nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), 
em seu inciso XII, descreve o conceito, a partir do seguinte texto: 
XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social 
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a 
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para 
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação 
final ambientalmente adequada (Brasil, 2010). 
 
Em outras palavras, a logística reversa é a reutilização de materiais que já foram 
consumidos e retornaram para consumo depois de serem transformados em bens de valor na 
economia. De maneira prática, a logística reversa ocorre pelo simples reuso ou pela reciclagem, opção 
mais viável para diversos materiais, como embalagens de alimentos, por exemplo. Veja na ilustração 
da figura 1 uma representação desta gestão de resíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Ilustração de gerenciamento de resíduos 
Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-gerenciamento-de-residuos_114360-
8725.jpg?t=st=1722878255~exp=1722881855~hmac=c3eb3eef7687b818c60dd221fd566e4f3388a5afbc6f4344f241a5e9
a1edb360&w=900 
Descrição: À esquerda, vemos uma pessoa usando um colete na cor vermelha, empurrando um contêiner de lixo cinza 
escuro e ele está segurando um saco preto na mão direita. Isso sugere a coleta e descarte de resíduos. No centro, há um 
contêiner vermelho com o símbolo indicando materiais recicláveis. Acima dele, há garrafas brancas em uma esteira, 
representando o processo de reciclagem numa fábrica. À direita, outra pessoa está presente, segurando na mão direita 
uma caixa de papelão com materiais recicláveis e na mão esquerda um saco transparente com outros materiais 
recicláveis. 
 
Conforme apresentado na figura 1, pode-se fazer uma comparação com a gestão de 
resíduos sólidos, pois ao passo que uma pessoa deposita os resíduos em uma lixeira de coleta, outra 
pessoa está levando uma lixeira com produtos que seguirão para separação na empresa coletora que 
aparece representada por uma esteira ao fundo na imagem. 
Imagino que você compreende que nós vivemos imersos numa sociedade que estimula, 
diariamente, o consumo. Esta crescente quantidade de produtos cada vez mais tem seu ciclo de vida 
menor e Leite (2017), afirma que a grande variedade de modelos que se intensificaram nas últimas 
décadas do século XX deram origem à necessidade do equacionamento logístico do retorno de uma 
parcela desses produtos, não consumidos ou usados. Pensar num processo de retorno dos produtos 
usados ou não usados é pensar para além do lucro. Utilizardessa metodologia promove um impacto 
positivo na economia e na sociedade como um todo. 
Para você visualizar o fluxo da Logística Reversa, observe de maneira simplificada o 
fluxograma a seguir: 
No processo de produção “fabricação” até chegar ao consumo, os produtos 
industrializados seguem esse fluxo: 
https://img.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-gerenciamento-de-residuos_114360-8725.jpg?t=st=1722878255~exp=1722881855~hmac=c3eb3eef7687b818c60dd221fd566e4f3388a5afbc6f4344f241a5e9a1edb360&w=900
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10 
 
Já quando falamos em Logística Reversa, o fluxo segue de maneira inversa como indicado a 
seguir, onde os resíduos dos produtos no pós-consumo ou no pós-venda, seguem até a sua origem. 
 
 
Depois de apresentar a você o entendimento geral sobre Logística Reversa, esse conceito 
e aplicação é decorrente de países que experimentaram o processo de industrialização há mais 
tempo. Os primeiros estudos tiveram início nas décadas de 1970 e 1980 em vários países europeus. 
Em 1991, na Alemanha, surgiu a primeira legislação tratando do tema. No Brasil a 
Logística Reversa tem seu desenvolvimento em meados da década de 1970, mas somente no ano de 
2010 é que ganha uma legislação própria para tratar sobre o tema, a partir da Lei Nº 12.305 de agosto 
de 2010 que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e regulamentada pelo Decreto 
7.404/10. 
Lembre-se que pela legislação, fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, 
consumidores e o poder público possuem Responsabilidade Compartilhada pelos resíduos 
resultantes do pós-consumo dos produtos. Desta forma, é preciso haver a estruturação de um 
sistema que viabilize a Logística Reversa (Fiepe, 2013). 
Veja mais um exemplo prático, fictício, para que este conteúdo vá ganhando sentido e 
significado para você! 
 
Fornecedores → Indústria → Distribuidores → Comerciantes → Consumidores 
 
Consumidores → Comerciantes → Distribuidores → Indústria → Fornecedores 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Você percebeu que o processo da logística reversa tem impacto social e organizacional? 
Percebeu também a participação de diferentes atores nessa responsabilidade compartilhada? A 
tomada de decisão por boas práticas organizacionais é baseada na relação ganha-ganha, onde, na 
prática, ninguém perde e todos ganham. Mais uma vez quero que você internalize que a premissa, 
ou seja, o princípio da Logística Reversa é buscar proporcionar o controle dos fluxos reversos de 
diversas naturezas permitindo satisfazer a diferentes interesses estratégicos. 
Até este momento você está conseguindo acompanhar a leitura? Tem ficado alguma 
dúvida? Caso você não esteja compreendendo algo, peço que retorne a leitura, tudo bem!? Você 
também pode fazer uso do fórum no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para obter maiores 
esclarecimentos. Explore os nossos canais de comunicação! 
Caso VidroRec - A fábrica de vidros 
A VidroRec é uma empresa inovadora localizada em Recife, PE, dedicada à 
fabricação de garrafas de vidro de alta qualidade. Em um esforço para adotar 
práticas sustentáveis e reduzir o impacto ambiental, ela implementou um 
sistema de logística reversa exemplar. Ao invés de descartar as garrafas de vidro 
usadas, buscou estabelecer uma rede eficiente de coleta. A empresa incentiva 
seus consumidores e parceiros comerciais a devolverem as garrafas vazias em 
pontos de coleta distribuídos estrategicamente pela cidade de Recife. 
 As garrafas recolhidas são transportadas novamente para a fábrica, onde 
passam por um rigoroso processo de limpeza e esterilização. Após esse 
processo, as garrafas são inspecionadas para garantir que estejam em perfeitas 
condições para reutilização. Uma vez aprovadas, as garrafas limpas são 
reintroduzidas na linha de produção, onde são envasadas com novos produtos 
e retornam novamente ao mercado. Esse ciclo contínuo não só ajuda a 
minimizar o desperdício de materiais, mas também contribui para a 
conservação de recursos naturais, como areia e energia, que seriam necessários 
para produzir novas garrafas. 
A adoção da logística reversa tem um impacto significativo no meio ambiente, 
reduzindo a quantidade de lixo gerado e diminuindo a extração de recursos 
naturais. Além disso, a empresa observa uma economia considerável nos custos 
de produção, pois reutilizar as garrafas é mais econômico do que fabricar novas. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Como vimos até o momento, além da busca pelo lucro, as organizações também precisam 
preocupar-se com os interesses de diferentes stakeholders1, termo utilizado quando falamos nas 
“partes interessadas”, neste caso a decisão e/ou obrigação de utilizar a Logística Reversa terá como 
partes interessadas os clientes, os fornecedores, a comunidade local e a própria empresa que avaliam 
as ações sob perspectivas distintas. Sobre os interesses, Leite (2017) afirma que: 
 
Os interesses da logística reversa variam em função das características do produto, 
do setor industrial, da posição da empresa na cadeia de suprimentos, das legislações 
existentes, das exigências de clientes, dos riscos à imagem da empresa e da atitude 
de responsabilidade empresarial. (Leite, 2017) 
 
Assim, adquire relevância crescente a implementação de programas empresariais com 
diferentes objetivos estratégicos. Nosso próximo tópico abordará a questão do Planejamento da 
Logística Reversa e é no planejamento que estas questões serão melhor discutidas. 
 
2. Planejamento da logística reversa 
 
Aumentos significativos na quantidade e na variedade das mercadorias produzidas e 
comercializadas atualmente exigem alto desempenho das cadeias de suprimentos para chegar 
eficientemente ao mercado (Leite, 2017). Na questão gerencial o planejamento é a primeira etapa do 
processo, pois compreende-se que o planejar trata da capacidade de, a partir dos recursos 
disponíveis, fazer escolhas, direcionando as unidades para o futuro desejado. No entanto, para que 
o planejamento tenha êxito, é imprescindível diagnosticar, monitorar, corrigir e avaliar tais escolhas. 
Conforme Souza (2014), o planejamento pode ser dividido em três: 
 
• Planejamento estratégico (longo prazo); 
• Planejamento tático (médio prazo); 
• Planejamento operacional (curto prazo). 
 
1 O termo stakeholders foi cunhado pelo filósofo e professor de administração Robert Edward Freeman em 1983 em um 
memorando interno no Instituto de Pesquisa de Stanford no qual ele definia o conceito como “grupos ou indivíduos que, 
sem seu apoio, a organização deixaria de existir”. No Brasil, para entender melhor stakeholders, o que é? Podemos dizer 
que são públicos de interesse (Camargo, 2019). 
 
 
 
 
 
 
13 
Ainda conforme a mesma autora, as questões estratégicas são de natureza ampla: o que 
será feito com o resíduo? Onde buscar os geradores ou fornecedores de resíduos? Qual a capacidade 
de transporte e recepção que necessitamos? Quando devemos aumentá-la? 
A nível de planejamento tático em se tratando de Logística Reversa podem ser pensados 
a partir de questões como: quantos coletores, transportadores e receptores precisamos? Qual o 
intervalo da coleta? Há necessidade de estações de transbordo? Como dimensionar o galpão de 
armazenamento? 
Com base nas orientações estratégicas e táticas, é então definido o planejamento 
operacional, na perspectiva de curto prazo. Quais as atividades serão realizadas no curto prazo e 
quando? Quais os responsáveis por essas atividades? Quais as prioridades? 
Todos estes questionamentos são feitos para que um bomplanejamento possa ser 
executado, pois toda empresa deseja aproveitar ao máximo as oportunidades no mercado, ao mesmo 
tempo em que procura diminuir custos e minimizar os riscos envolvidos em seu negócio. Nesse 
sentido, os mesmos cuidados que são tomados ao implementar qualquer outro sistema de gestão 
devem ser considerados também na logística reversa. 
Os pesquisadores Johnatan de Paula e Rita de Cassia Feroni (2021), informam que a 
ferramenta de Planejar, Fazer, Checar e Agir, conhecida com a sigla em inglês PDCA, pode ser utilizada 
para dar suporte a melhoria de trabalhos aplicados a logística e a logística reversa. 
Seguindo a minha forma de apresentar o conteúdo a você de maneira menos técnica e 
mais prática, veja o exemplo a seguir da empresa Armando Eletro. 
 
De que maneira podemos enxergar a aplicação do Ciclo PDCA nas ações dessa empresa? 
Observe que a aplicação dessa ferramenta faz sentido no Planejamento da Logística Reversa. 
A empresa fictícia "Armando Eletrônicos", especializada na fabricação e venda 
de equipamentos eletrônicos, enfrentava problemas recorrentes relacionados 
à logística reversa de pós-venda. A maior parte dos retornos de produtos 
ocorria devido a avarias durante o transporte e embalagens inadequadas. 
 
 
 
 
 
 
 
14 
1. Planejar (Plan): A princípio a equipe decidiu aplicar o Ciclo PDCA em conjunto com 
o modelo Milk Run2, expliquei numa notinha de rodapé o que significa esse 
modelo, para otimizar o processo de logística reversa. O primeiro passo foi mapear 
todos os pontos críticos do processo de devolução, desde a coleta do produto no 
cliente até a chegada ao centro de distribuição da empresa. 
2. Fazer (Do): Depois da etapa de planejamento, a empresa parte para execução. 
Assim, a empresa implementou o modelo Milk Run para a coleta dos produtos 
devolvidos. Um veículo específico foi designado para seguir uma rota predefinida, 
parando em diversos pontos de coleta onde os clientes, neste caso outras 
empresas comerciais, devolviam os produtos. O veículo transportava todos os 
produtos devolvidos para um único ponto de destino, que era o centro de 
distribuição da empresa Armando Eletrônicos. 
3. Checar (Check): Após um período estabelecido de operação com o novo modelo, 
a equipe avaliou os resultados. Os indicadores mostraram uma redução de 30% 
na incidência de avarias durante o transporte e uma diminuição significativa nos 
custos associados ao processo de logística reversa. 
4. Agir (Act): Com base nos resultados positivos, a empresa decidiu institucionalizar, 
ou seja, incorporar o modelo Milk Run como parte integrante de seu processo de 
logística reversa. Além disso, as melhores práticas identificadas durante o Ciclo 
PDCA foram documentadas nos procedimentos operacionais da empresa. 
5. 
A seguir você verá uma figura que tem como proposta apresentar de maneira gráfica o Ciclo 
PDCA da reciclagem. 
 
 
 
 
 
2 “No sistema de coleta programada, milk run, os veículos utilizados para o transporte das peças deverão maximizar sua 
capacidade e otimizar a rota. O intuito, neste ponto do sistema, é minimizar os custos de transporte da operação. Com o 
sistema de coleta programada, o transporte das peças para a montadora será realizado apenas quando for solicitado e 
na quantidade necessária” (MOURA e BOTTER, 2002). 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Ciclo PDCA da Empresa Armando Eletrônicos 
Fonte: Elaborado pelo autor 
Descrição: A imagem apresenta um diagrama ilustrando o ciclo PDCA aplicado à gestão de resíduos eletrônicos, 
intitulado “O CICLO PDCA Armando Eletrônicos”. Existem quatro etapas principais representadas em um fluxo circular 
ao redor do título. Começando do topo e movendo-se no sentido horário, as etapas são: Reciclagem: Representada por 
um ícone de uma fábrica. Distribuidor e Coleta: Representada por um ícone de um caminhão coletando resíduos 
eletrônicos. Empresa Consumidora: Representada por um ícone de uma lixeira amarela para descarte eletrônico. 
Devolução para o Centro de Distribuição: Representada por um ícone de uma casa retornando eletrônicos. O ciclo 
sugere que, após os eletrônicos serem produzidos no nível industrial, eles passam para a distribuição e coleta, depois 
para as empresas consumidoras onde podem ser descartados adequadamente, e finalmente de volta aos centros de 
distribuição para processamento adicional. Isso representa um processo contínuo voltado para a sustentabilidade no 
manuseio de produtos eletrônicos. 
 
A partir dessa figura é possível perceber que o ciclo da Logística Reversa envolve mais de 
um pilar e é sobre isso que convido você a continuar a leitura para conhecer o papel dos operadores 
logísticos no contexto da Logística Reversa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
3. Papel dos operadores logísticos na logística reversa 
 
A operação da logística reversa se baseia em três pilares: cliente, operador logístico e o 
comerciante/fabricante. O operador logístico é o elo forte deste pilar, mas para que a gente avance 
no entendimento sobre o papel do operador logístico, vou começar conceituando o que é um 
operador logístico. 
O operador logístico é o prestador de serviços logísticos que tem competência 
reconhecida em atividades logísticas, desempenhando funções que podem englobar 
todo o processo logístico de uma empresa cliente ou somente parte dele. (Zamcopé, 
Ensslin, Ensslin e Dutra, 2010). 
 
Isso significa dizer que eles, os operadores logísticos, são responsáveis por gerenciar as 
atividades relacionadas ao transporte, armazenamento e controle de estoques, garantindo que tudo 
funcione bem ao longo da cadeia de abastecimento. Além disso, o operador logístico deve ser capaz 
de executar essas três tarefas fundamentais ao mesmo tempo, ajudando a adicionar valor ao produto 
final e a entregar os resultados esperados pelos seus clientes. 
Observe que o operador logístico não é uma função que uma pessoa executa dentro de 
uma organização, mas sim uma empresa que tem como função prestar um serviço a outra(s) 
empresa(s). 
Você deve ter ciência que algumas empresas não têm capital, “dinheiro”, suficiente para 
operar suas atividades relacionadas ao transporte, armazenamento e controle de estoques. É nesse 
contexto que algumas empresas contratam um operador logístico, pois elas compreendem que é 
mais vantajoso esse investimento que ter essas operações executadas “dentro de casa”, no caso 
dentro da própria empresa. 
Pode ser que você ainda não esteja convencido que essa é uma maneira de planejamento 
estratégico eficiente, então veja a seguir algumas outras características que fazem com que os 
operadores logísticos tenham relevância neste segmento de atuação: 
• Possuem experiência necessária; 
• Executam atividade especializada; 
• Possuem mão-de-obra qualificada; 
• Possuem materiais e equipamentos necessários para operação; 
• A localização geográfica é favorável a operação; 
 
 
 
 
 
 
17 
Na atuação da Logística Reversa, os operadores logísticos são responsáveis por fazer o 
caminho inverso da cadeia, transportando o produto da casa do cliente (pessoa física ou jurídica) para 
o lojista ou para o fabricante. Esse retorno pode acontecer por diversos motivos: seja pós-consumo, 
com o retorno da embalagem do produto, ou mesmo por meio da logística reversa de uma compra 
feita pela internet, quando o comprador se arrepende em até 7 dias após a entrega do produto. Sobre 
este tema veja o vídeo a seguir: 
 
A logística reversa domiciliar é como uma missão de volta para casa, que os produtos 
fazem quando não são mais necessários. Imagine que você comprou um celular novo, mas se 
arrependeu e quer devolvê-lo. Para isso acontecer, existem sistemas que garantem que o produto 
saia da sua casa e chegue de volta à loja ou ao fabricante, executando um "caminho ao contrário". 
Esses sistemas também garantem que todas as informações sobre essa devolução,como prazos e 
motivos, sejam registradas e acompanhadas direitinho. 
Agora, se pensarmos nos canais de distribuição da logística reversa, podemos imaginar 
que eles são como estradas que os produtos usam para voltar. Esses canais precisam ser bem 
organizados para que tudo funcione de forma rápida e eficiente. Assim, tanto o meio ambiente 
quanto as empresas saem ganhando, já que o que poderia ser lixo pode virar algo útil de novo. 
 
4. Canais de distribuição de logística reversa 
 
Você já percebeu como as empresas andam cada vez mais preocupadas com a maneira 
de distribuir os produtos que produzem? Isso está ligado, principalmente, à globalização. Talvez você 
mesmo ou alguém que você conheça já tenha comprado em sites ou aplicativos de empresas que 
operam lá na China, por exemplo. Hoje em dia, com tanta facilidade para consumir produtos e 
serviços de diferentes partes do mundo, a distribuição física desses bens se tornou um desafio que 
muitas organizações precisam enfrentar. 
LINK DESTAQUE AO VÍDEO DE CURIOSIDADE 
Posso devolver produto que comprei na internet e não gostei? 
 
https://www.youtube.com/watch?v=5pAp3JwI8R4&t=1s
 
 
 
 
 
 
18 
A importância econômica da distribuição seja sob o aspecto mercadológico, 
operacional da distribuição física, revela-se cada vez mais determinante às empresas, 
tendo em vista os crescentes volumes transacionais, decorrentes da globalização dos 
produtos e das fusões de empresas, e a necessidade de se ter o produto adequado, 
no local e tempo certos, atendendo a padrões de níveis de serviços diferenciados ao 
cliente e garantindo seu posicionamento competitivo no mercado (Leite, 2017). 
 
O autor nos mostra como a distribuição de produtos se tornou um fator crucial para o 
sucesso das empresas, especialmente no contexto atual de globalização e fusões corporativas. Ele 
destaca que não basta apenas produzir; é fundamental que o produto chegue ao cliente certo, no 
momento certo e com a qualidade esperada. A partir desta máxima, a ideia não só mantém a 
competitividade no mercado, como também fortalece a relação com o cliente, garantindo que ele 
continue escolhendo essa empresa entre tantas outras opções. De maneira resumida, a eficiência na 
distribuição não é mais, apenas, uma questão operacional, mas sim uma estratégia vital para a 
sobrevivência e crescimento das empresas. Observe na figura a seguir diferentes modais que podem 
ser utilizados pelas organizações para execução da distribuição dos produtos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Diferentes modais para distribuição de materiais 
Fonte: Adobe Stock | #896806049 
Descrição: A ilustração colorida em estilo de desenho animado retrata um cenário relacionado à logística e transporte. 
No centro, há uma torre de controle com dois controladores. Acima da torre, um globo terrestre, sugerindo conexões 
globais. Próximo à torre, um drone voa. 
À esquerda da torre, vemos caminhões alinhados em dois níveis sobre uma estrutura que parece ser parte de um 
 
 
 
 
 
 
19 
sistema automatizado de carga e descarga. Ícones de Wi-Fi e dados são representados. À direita da torre, um avião 
decola ao fundo, e mais à frente, no mesmo nível, um navio cargueiro com contêineres empilhados no convés. Ao lado 
do navio, um gráfico com barras azuis indicam progresso ou crescimento. Nuvens dispersas flutuam no céu claro. A 
imagem transmite a ideia de interconexão global e eficiência na gestão do transporte e logística através da tecnologia 
avançada. 
 
Pensa comigo: os canais de distribuição são como um caminho que os produtos 
percorrem até chegar em suas mãos que é consumidor final. Mas você sabia que, recentemente, as 
empresas começaram a se preocupar também com o caminho de volta desses produtos? Isso mesmo, 
estou falando dos canais de distribuição reversos, tratarei este tema na unidade 3. 
Esses canais cuidam de como os produtos, depois de pouco uso, ou até mesmo quando 
já passaram da vida útil, podem voltar para o ciclo produtivo ou para novos negócios. E o mais 
interessante é que, ao voltarem, esses produtos podem ganhar um novo valor, seja no mercado 
original, em mercados secundários, ou até mesmo ao serem reaproveitados como componentes ou 
materiais para novos produtos. 
 
Essa geração quase que desenfreada de produtos tende a ser mais característica em 
países mais desenvolvidos e por esse motivo há uma preocupação em equilibrar, inclusive, o retorno 
dos bens usados ou em algumas situações até mesmo sem uso. É nesse contexto que os canais 
reversos de reciclagem e remanufatura atuam buscando atender as legislações quanto aos diferentes 
tipos de resíduos que deverão ser agrupados conforme o seu grau de periculosidade, suas 
propriedades físicas, químicas e seu potencial patogênico. É o que veremos nos tópicos seguintes. 
 
 
 
 
 
Você sabe do que trata o termo obsolescência programada e o impacto desse 
fenômeno industrial no meio ambiente? Para conhecer clique no link a 
seguir. Link: https://www.ecycle.com.br/obsolescencia-programada/ 
 
https://www.ecycle.com.br/obsolescencia-programada/
 
 
 
 
 
 
20 
5. Características dos sistemas de armazenagem de produtos recicláveis e inservíveis 
 
Você já escutou por aí alguém falando o termo, NBR? Você sabe o que ele significa? A 
abreviação NBR significa Normas Técnicas Brasileiras. E entre tantas normas que existem vou tratar 
neste tópico sobre a NBR 10.004. 
A Norma NBR 10.004 trata sobre os cuidados de como descartar os resíduos sólidos. 
Lembre-se que neste tópico estamos tratando sobre produtos recicláveis e inservíveis. Alguns desses 
resíduos oferecem risco à saúde pública e ao meio ambiente. Mas, você pode estar pensando…que 
tipo de resíduos? Já imaginou como os hospitais, por exemplo, descartam materiais de uso único, 
como seringas e agulhas? Ou ainda como as indústrias químicas descartam as embalagens de 
produtos tóxicos, por exemplo? Fica aqui o convite para você pesquisar sobre esse tópico e 
compartilhar lá no fórum do AVA, o que acha? 
Voltando à questão dos resíduos sólidos. A NBR 10.004 classifica os resíduos em duas 
categorias: 
• Classe I – Perigosos 
• Classe II – Não Perigosos 
Os resíduos que estão enquadrados como Classe I, são aqueles considerados perigosos, 
são aqueles que podem desencadear acidentes, danos ao meio ambiente e a pessoa. São inflamáveis, 
corrosivos, reativos, tóxicos e patogênicos. Por sua vez, aqueles classificados na Classe II, são os 
considerados não perigosos e se subdividem na Classe II A – não inertes e Classe II B – inerte. Veja o 
quadro a seguir um resumo da NBR 10.004. 
 
Classe Tipo de Resíduo Descrição Exemplo 
Classe I Resíduos Perigosos Resíduos que 
apresentam 
características 
perigosas como 
inflamabilidade, 
reatividade, 
toxicidade, 
corrosividade, etc. 
Produtos químicos 
industriais, pilhas e 
baterias, solventes 
orgânicos. 
 
Classe II 
Classe II A Não Inertes Resíduos que não 
são inertes e 
podem se 
decompor, 
Restos de 
alimentos, papeis, 
plásticos. 
 
 
 
 
 
 
21 
gerando impactos 
ambientais se não 
tratados. 
Classe II B Inertes Resíduos que não 
reagem 
quimicamente e 
não se 
decompõem 
facilmente. 
Resíduos de 
construção como 
tijolos e concreto. 
Quadro 1 - Classes de Resíduos NBR 10004 
Fonte: ABNT (2004) 
 
Conheça, também, algumas outras Normas Técnicas que irão colaborar na gestão dos 
resíduos sólidos: 
• ABNT NBR 10.157 - define critérios para projeto, construção e operação de aterros 
de resíduos perigosos; 
• ABNT NBR 10.006 - define procedimentos para solubilização de resíduos; 
• ABNT NBR 10.007/2004 – define procedimentos para a amostragem de resíduos; 
• ABNT NBR 14.725:3 – define procedimentos para elaboração da Ficha de 
Informações de segurança de produto químico FISPQ. 
• ABNT NBR 16.725 – define procedimentos para elaboração da Ficha com dados 
de segurança de resíduos químicos (FDSR). 
• ABNT NBR 13.221 –define procedimentos para o transporte terrestre de resíduos. 
• De acordo com a empresa Nova Ambiental3 (s/a), o conhecimento dessas normas 
é fundamental para os departamentos responsáveis pelo gerenciamento dos 
resíduos industriais em todo o seu ciclo, desde o momento de sua geração até a 
sua destinação de resíduos (modalidade de tratamento) ou disposição final em 
aterro sanitário controlado. 
As operações dentro da Logística Reversa, também, precisam ser gerenciadas a partir de 
indicadores, pois com as informações que eles fornecem é possível que diferentes estratégias sejam 
pensadas e executadas para melhorar os fluxos de atividades organizacionais. Avance para o próximo 
tópico para que você possa compreender melhor este tema na perspectiva da Logística Reversa. 
 
3 Empresa especializada em transporte e tratamento de resíduos industriais, blendagem para coprocessamento, 
incineração de resíduos, resíduos de saúde (RSS) e eletroeletrônicos, consultoria e execução de diversos serviços dentro 
do segmento da Engenharia Ambiental. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
6. Indicadores de desempenho da logística reversa 
 
De acordo com Cuello (2021), com o objetivo de comparar o desempenho das atividades 
relacionadas à logística reversa, os indicadores de desempenho são indicados e classificados por 
etapas do processo. Para o autor, existem determinadas etapas que auxiliam nessa avaliação de 
desempenho. Vejamos as etapas! 
 
1. Etapa: coleta | métodos 
2. Etapa: coleta | locação e alocação 
3. Etapa: inspeção e separação | nível de desmontagem 
4. Etapa: inspeção e separação | localização 
5. Etapa: recuperação do produto 
 
Para complementar este conteúdo, ouça o Podcast desta unidade onde iremos falar sobre 
os instrumentos de correção dos desvios. 
Na etapa coleta | métodos, é possível criar indicadores como: volume retornado; custos 
de operação; satisfação do cliente e impacto ambiental, por exemplo. Imagine que nesta etapa a 
empresa utiliza como indicadores o volume retornado e custo de operação. No momento da análise 
das métricas geradas no primeiro semestre a empresa identificou que o custo de operação aumentou 
e que o volume do material retornado foi reduzindo mês a mês. Isso significa dizer que a empresa 
precisará identificar qual o gargalo foi gerado e como consequência precisa alterar seus processos. 
Vejamos a etapa coleta | locação e alocação. Aqui a empresa poderá trabalhar, por 
exemplo, com indicadores de custo de coleta, geração de resíduos e uso energético. Sabemos que no 
mundo é bastante discutida a ideia de utilização de energias renováveis. Dessa forma, imagine que 
uma empresa no seu processo de gestão de resíduos percebe que o consumo para tratamento dos 
resíduos coletados está consumindo mais energia que o esperado. Dessa maneira, a empresa 
precisará encontrar estratégias para trabalhar este indicador. 
Veja agora para a etapa de inspeção e separação | nível de desmontagem. Os 
indicadores que poderão ser trabalhados são: custo de desmontagem; custo de incineração; impacto 
ambiental de incineração, entre outros. Observe que assim como os exemplos anteriores a empresa, 
 
 
 
 
 
 
23 
dependendo do material com a qual trabalhe poderá desenvolver diferentes indicadores. Em 
determinadas situações a ação da empresa precisa atender a normas específicas como é o caso das 
empresas que operam com resíduos perigosos. No tópico anterior, você conheceu a NBR 10.157 que 
define critérios para projeto, construção e operação de aterros de resíduos perigosos. Neste caso, a 
empresa que tenha como indicador o impacto ambiental de incineração, ela necessitará analisar suas 
métricas de indicador baseadas, também, naquilo que é preconizado pela norma, então este é um 
tipo de indicador que deixa a empresa mais “presa” e talvez com pouca possibilidade estratégica. 
Avançando um pouco mais nesse conteúdo na etapa inspeção e separação | localização 
indicadores como custos de manipulação, armazenamento e transporte, locais de descarte de 
resíduos, custo de teste etc. Aqui vou pegar como exemplo o indicador de manipulação, 
armazenamento e transporte. Imagine uma empresa que identifica como critério observar a 
manipulação do material reciclado. Nesta observação ficou identificado um alto custo com os 
materiais de proteção individual (EPI), pois a manipulação exige que os colaboradores utilizem EPIs 
específicos. Quando analisado mais de perto, verificou-se que havia um descarte de materiais pelo 
uso indiscriminado de materiais pelos funcionários. 
Por fim, vejamos a etapa de recuperação do produto. Indicadores que poderão ser 
trabalhados são: problemas de saúde e segurança; demanda de mercado; reputação verde, entre 
outros. Como esta é uma etapa que visa recuperar o produto para que possa retornar para o ciclo 
econômico, imagine que a empresa vai trabalhar com o indicador de reputação verde. Sabemos que 
existe a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) onde são discutidos 17 objetivos para 
o Desenvolvimento Social. Neste ponto, a empresa precisa melhorar ou até reformular suas 
operações, de modo a minimizar o impacto ambiental e a emissão de gases como o CO2. 
Estamos chegando ao fim desta unidade. Espero que você tenha percebido que estudar 
os indicadores permite uma análise detalhada de cada fase. A avaliação dos indicadores possibilita a 
identificação de pontos de melhoria, contribuindo para a tomada de decisões estratégicas na gestão 
de logística reversa. 
Antes de concluirmos esta unidade, assista a videoaula da unidade onde falarei sobre a 
Certificação Ambiental - ISO 14000. 
Na próxima unidade, trabalharei questões essenciais para o desenvolvimento 
sustentável, explorando como a gestão responsável de insumos e resíduos pode agregar valor às 
 
 
 
 
 
 
24 
cadeias de suprimentos. Também será abordado os conceitos fundamentais da cadeia verde, 
passando pela seleção de matérias-primas, o tratamento de resíduos industriais e de consumo, até a 
importância do ciclo de vida dos produtos. Além disso, discutiremos práticas como a reciclagem e os 
princípios dos 3R's, com um foco especial no reaproveitamento de lixo eletrônico. 
Até mais! 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
UNIDADE 02 | Desenvolvimento sustentável: insumos, resíduos industriais 
e agregação de valor em Cadeias de Suprimentos 
Com a crescente preocupação com o impacto ambiental e a sustentabilidade, surge a 
necessidade de integrar práticas mais responsáveis e eficientes na gestão das cadeias de suprimentos. 
Nesta competência, abordaremos a importância do desenvolvimento sustentável, focando na gestão 
de insumos, na redução e reutilização de resíduos industriais e na agregação de valor aos processos 
de produção. 
Continue a leitura para conhecer nosso primeiro tópico da unidade 2 e descobrir o que 
ele nos traz sobre Desenvolvimento Sustentável? 
 
1. Desenvolvimento Sustentável 
Esta é uma temática bastante conhecida e discutida hoje em dia, mas será que foi sempre 
assim? Para iniciar este tópico quero convidar você a conhecer um pouco sobre como e onde iniciou 
esta discussão tão importante para todo o planeta. No sentido de “roteirizar” esse tema, preparei um 
quadro com alguns dos principais marcos para o desenvolvimento sustentável. 
 
 
TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
ANO EVENTO SOBRE O EVENTO 
1962 Livro Primavera Silenciosa O livro de Rachel Carson expôs os perigos dos pesticidas para 
o meio ambiente, despertando a consciência global sobre a 
necessidade de práticas agrícolas mais seguras e a 
preservação da biodiversidade. Ela mostrou que esses 
venenos estavam acabando com a natureza, matando as 
abelhas, os passarinhos, e por aí vai. 
1968 Conferência sobre a Biosfera A UNESCO4 organizou esta conferência pioneira que trouxe à 
tona a importância da conservação da biosfera, marcando o 
início das discussões internacionais sobre a proteção dos 
ecossistemas. Todo mundoficou de olho nisso, pensando em 
como preservar a natureza, principalmente, para as futuras 
gerações. 
 
4 Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (1945) 
 
 
 
 
 
 
26 
1972 Conferência de Estocolmo Foi a primeira vez que o mundo se juntou para discutir sobre 
o meio ambiente. Eles perceberam que não dava mais pra 
separar o desenvolvimento da proteção ambiental, e aí 
começaram a criar regras pra gente cuidar do nosso planeta, 
como se fosse uma mãe cuidando dos seus filhos. 
1972 Programa das Nações Unidas para o 
Ambiente (UNEP) 
Estabelecido após a Conferência de Estocolmo, o UNEP 
coordena ações ambientais globais e promove a cooperação 
entre nações para enfrentar desafios ambientais. É através 
dele que o povo se junta para resolver os pepinos ambientais, 
sempre com muita conversa e cooperação. 
1983 Formação da Comissão Mundial para o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD) 
Conhecida como Comissão Brundtland, a CMMAD foi criada 
para abordar as crescentes preocupações ambientais e sua 
relação com o desenvolvimento econômico e social. Sabe 
aquela ideia de que dá pra progredir sem detonar o meio 
ambiente? Pois foi ali que a coisa começou a tomar forma. 
1987 Livro Nosso Futuro Comum da CMMAD Também chamado de Relatório Brundtland, introduziu o 
conceito de desenvolvimento sustentável, definindo-o como o 
desenvolvimento que atende às necessidades do presente 
sem comprometer as gerações futuras. Esse livro abriu a 
mente de muita gente, e o desenvolvimento sustentável virou 
palavra da moda no mundo todo. 
1988 Painel Intergovernamental para as 
Alterações Climáticas (IPCC) 
Fundado pela ONU5, o IPCC reúne cientistas de todo o mundo 
para avaliar as evidências sobre as mudanças climáticas, sendo 
uma referência fundamental para a formulação de políticas 
climáticas. Graças a eles, a gente sabe que “o bicho tá 
pegando” com o aquecimento global. 
1992 Rio 92 A Cúpula da Terra no Rio de Janeiro marcou um ponto de 
inflexão nas discussões ambientais globais, resultando em 
acordos importantes, como a Agenda 216 e as Convenções 
sobre Mudança Climática e Biodiversidade. 
1997 Rio + 5 Conferência de avaliação dos progressos feitos desde a Rio 92, 
que destacou as dificuldades na implementação dos 
compromissos assumidos. O importante é que não desistiram, 
e continuaram batendo na tecla do desenvolvimento 
sustentável. 
1997 Protocolo de Kyoto Primeiro acordo internacional vinculativo sobre a redução de 
emissões de gases de efeito estufa, estabelecendo metas 
claras para os países desenvolvidos na luta contra as 
mudanças climáticas. Foi o primeiro compromisso sério para 
enfrentar as mudanças climáticas. 
Quadro 2 - Trajetória do Desenvolvimento Sustentável 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2024. 
 
 
5 Organizações das Nações Unidas. 
6 Instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que 
concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. 
 
 
 
 
 
 
27 
Você percebeu que essa discussão é recente? Na linha do tempo apresentada no quadro 
2, as discussões começam e se intensificam nas últimas décadas do Século XX e atravessam para o 
século XXI. No ano de 2015, os 193 países membros da ONU adotaram os Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (ODS), que incluem 17 metas para serem alcançadas até 2030. Esses 
objetivos versam por diferentes áreas incluindo pobreza, fome, educação, saúde, igualdade de 
gênero, água potável, saneamento básico, energia renovável, cidades sustentáveis, entre outras. Veja 
o conceito de desenvolvimento sustentável: 
 
[...] Desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a 
exploração de recursos, a direção dos investimentos, a orientação do 
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam 
o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações 
humanas. CALDERONI (1998) apud LEITE (2017). 
 
Pensar no desenvolvimento sustentável é ter um olhar para o tripé que o sustenta. Como 
é possível perceber, o conceito extrapola, somente, as questões ambientais, pois todos os agentes 
envolvidos precisam adotar uma visão sistêmica, ou seja, precisam enxergar questões relacionadas 
ao Social, ao Econômico e ao Ambiental. No ambiente das organizações também é empregado e 
vivido esta relação. Peço que você se atente ao quadro a seguir, onde será apresentado características 
do desenvolvimento social no contexto das empresas: 
 
 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL TRÊS PILARES DO CONCEITO 
ASPECTO CARACTERÍSTICA 
Social O primeiro pilar refere-se à preocupação com o capital humano e com a sociedade de uma 
maneira geral. Trata-se de todas as pessoas que estão, direta ou indiretamente, 
relacionadas às atividades desenvolvidas por uma empresa. Isso inclui, além de seus 
funcionários, seu público-alvo, seus fornecedores, a comunidade ao seu entorno e a 
população como um todo. 
Econômico O desenvolvimento econômico não deve existir às custas de um desequilíbrio nos 
ecossistemas ao seu redor. Se uma empresa lucra explorando as más condições de trabalho 
dos funcionários ou a degradação do meio ambiente da área à sua volta, por exemplo, ela 
não está atendendo a esse pilar, e, consequentemente, não pode exerce a sustentabilidade 
em sua plenitude. 
 
 
 
 
 
 
28 
Ambiental Aqui busca-se, em primeiro lugar, minimizar ao máximo os danos ambientais que podem ser 
causados pela produção industrial, além de evitar os possíveis desperdícios no dia a dia de 
trabalho. Como práticas desse pilar, podemos citar a utilização de matérias primas 
renováveis, o reúso de água e até mesmo a reciclagem e reaproveitamento de resíduos. 
Quadro 3 - Características do desenvolvimento social no contexto das empresas 
Fonte: Tera Ambiental, 2022. 
 
Após a leitura do quadro 3, podemos estabelecer um paralelo com o contexto 
empresarial, pois muito do que acontece no ambiente externo pode impactar diretamente as 
organizações e para que estes impactos sejam minimizados é preciso a realização de boas práticas 
realizadas que tenham como base os valores éticos, o crescimento econômico, o desenvolvimento 
das populações locais e o respeito aos recursos naturais. 
Ainda sobre este tema de desenvolvimento sustentável, assista ao vídeo sobre a 
Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) e sua atuação mundial. No vídeo 
é possível reafirmar a perspectiva sistêmica, onde quando um evento ocorre numa ponta a outra 
também é alcançada, sobretudo naquilo que diz respeito a mudanças climáticas. 
 
 
A questão climática é muito significativa na gestão da cadeia de suprimentos. 
Recentemente, entre os meses de abril e maio (2024) o Brasil e o mundo acompanharam as notícias 
das enchentes no Estado do Rio Grande do Sul. A grande tragédia climática devido às fortes chuvas 
gerou uma série de impactos econômicos e sociais. De acordo com matéria publicada pelo João 
Nakamura do canal de notícias CNN Brasil (2024), o Estado representa cerca de 6,5% do Produto 
Interno Bruto (PIB) nacional. A indústria gaúcha representa 6,6% do total, e os serviços 5,9%. 
Enquanto isso, a agricultura do estado produz 12,7% do segmento doméstico. A partir dessas 
informações, é possível notar que um evento local tem um desdobramento para além das suas 
fronteiras. 
No nosso próximo tópico, iremos tratar sobre cadeia de suprimentos e daremos foto a 
gestão de cadeia verde que é uma abordagem onde há uma integração de práticas sustentáveis em 
ASSISTA O VÍDEO 
link: o que é a COP? 
 
https://www.youtube.com/watch?v=TKSHHBYp2k8
 
 
 
 
 
 
29 
todas as etapas da cadeia de suprimentos, desde a produção até a entrega final. Esse modelo de 
gestão da cadeia visa promover a redução e/ou um menor impacto ambiental, adoção de processos 
ecoeficientes e o uso de materiais recicláveis. 
Veremos que as empresas que implementam a cadeia verde visam nãoapenas a eficiência 
operacional, mas também a responsabilidade socioambiental, atendendo a uma demanda crescente 
por sustentabilidade entre consumidores e reguladores. 
 
2. Cadeia de Suprimento Verde 
 
Para começar este tópico quero primeiro trazer a ideia central do que trata a cadeia de 
suprimentos. Este é um termo muito presente na área da logística e, por isso, é importante 
compreendê-lo. Em suma, trata-se de um sistema que engloba a distribuição de matéria-prima, passa 
pela fabricação, até chegar no transporte que leva o produto ao consumidor que poderá ser uma 
pessoa física ou jurídica. 
Segundo Ballou (2004), 
A cadeia de suprimentos é um conjunto de atividades funcionais (transportes, 
controle de estoques etc) que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual 
matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega 
valor ao consumidor final. (Ballou, 2004). 
 
Então, uma cadeia de suprimentos é um sistema, através do qual as empresas e 
organizações entregam produtos (bens e serviços) aos seus compradores, configurando uma rede de 
organizações interligadas. (Poirier e Reiter, 1997). As atividades da cadeia de suprimento iniciam-se 
com o pedido de um cliente e terminam quando um cliente satisfeito paga pela compra. (Chopra e 
Meindl, 2003). 
A cadeia de suprimentos, a partir dos entendimentos trazidos pelos autores, é algo que 
acontece dentro de um sistema, onde, reforço mais uma vez, quando um evento acontece dentro de 
determinada cadeia, o seu efeito/impacto irá reverberar por todo o restante da cadeia e não de 
maneira isolada. 
Mas onde entra a cadeia de suprimentos verde? O que podemos entender como cadeia 
verde? 
 
 
 
 
 
 
30 
A cadeia verde ou cadeia de suprimentos verde é uma abordagem interdisciplinar que vai 
abranger características da cadeia de suprimentos e, também, da área ambiental. Então, foi 
acrescentado à logística um olhar diferenciado para a consciência ambiental. 
Quando a gente fala das práticas de gestão verde na cadeia de suprimentos, estamos nos 
referindo àquelas atividades de gerenciamento que têm o objetivo de dar uma turbinada no 
desempenho ambiental dos insumos que a gente adquire ou até das empresas que fornecem esses 
insumos. Em outras palavras, é como se a gente estivesse cuidando para que tudo que entra na nossa 
cadeia de produção seja o mais sustentável possível, entende? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 - Representação da Cadeia Verde 
Fonte: Autor com uso de IA - Microsoft Designer em 20 de agosto de 2024 
Descrição:A imagem mostra um par de mãos segurando uma pequena quantidade de solo com uma planta jovem 
brotando. Acima da planta, há vários ícones conectados por linhas que formam uma rede, sugerindo diferentes 
aspectos de logística e negócios, como transporte, armazenamento em armazéns, eficiência energética e crescimento 
financeiro. 
 
A imagem anterior busca fazer uma relação do conceito de crescimento nos negócios e 
da logística com ênfase na sustentabilidade, indicada pela planta verde no centro. Isso se dá através 
 
 
 
 
 
 
31 
das práticas ecológicas dentro desses setores já que o princípio da cadeia verde é envolver a área da 
logística com a gestão ambiental. 
Srivastava (2007) define que o propósito da Gestão Verde da Cadeia de Suprimentos 
(GVCS) é monitorar os programas de gerenciamento ambiental a práticas mais proativas, que, pra 
Thierry (1995), Srivastava (2007) e Leite (2017), apud Bernardes, Kleinsorge e Lima, (2020) são: 
 
• Reduzir o fardo ecológico - São ações que as empresas adotam para minimizar o 
impacto ambiental negativo de suas atividades. Isso inclui a diminuição das 
emissões de gases de efeito estufa, a redução do consumo de recursos naturais, e 
a implementação de práticas sustentáveis que promovam uma economia de baixo 
carbono. De acordo com o site da Fecomercio (2018), as empresas estão se 
adaptando à economia de baixo carbono, que é um modelo econômico que busca 
reduzir as emissões de carbono na atmosfera e, consequentemente, os impactos 
ambientais. Essa adaptação envolve mudanças nas operações, investimentos em 
tecnologias mais limpas, e uma maior conscientização sobre a necessidade de 
mitigar os danos ambientais. 
• Remanufaturar produtos desgastados a uma condição semelhante à nova - 
refere-se ao processo de restaurar produtos usados ou desgastados para que 
voltem a ter desempenho e aparência semelhantes aos de um produto novo. É 
uma alternativa sustentável no desenvolvimento industrial, pois envolve a 
desmontagem de um produto desgastado, a substituição ou recuperação de suas 
partes danificadas, e a remontagem para que o produto final seja funcionalmente 
equivalente a um novo. Essa prática não só prolonga a vida útil dos produtos, mas 
também reduz o consumo de matérias-primas e a geração de resíduos, 
contribuindo para a economia circular e para a redução do impacto ambiental. 
• Reparar, retornando produtos usados à sua função inicial por conserto e/ou 
substituição de peças - em vez de descartar um produto que apresenta defeitos 
ou sinais de uso, podemos prolongar sua vida útil ao consertá-lo ou trocar suas 
peças danificadas. Isso não apenas economiza recursos financeiros e materiais, 
 
 
 
 
 
 
32 
mas também contribui para a redução do impacto ambiental, já que diminui a 
quantidade de resíduos gerados e a demanda por novos produtos. 
• Reformar - Dentro do contexto da logística verde, reformar faz parte de práticas 
sustentáveis, onde, em vez de descartar produtos antigos ou danificados, as 
empresas os submetem a um processo de renovação. Isso pode incluir a reparação 
de partes desgastadas, a substituição de componentes ou até a atualização 
tecnológica do produto, tornando-o novamente utilizável e contribuindo para a 
redução do desperdício e do consumo de recursos naturais. 
• Reutilizar (produtos e/ou matéria-prima) - A reutilização é uma prática importante 
dentro da reciclagem e da gestão sustentável de resíduos, onde materiais que 
seriam considerados lixo são reaproveitados em sua forma original ou 
transformados para novas funções. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando um 
produto usado é empregado novamente para a mesma finalidade ou quando suas 
partes são reaproveitadas em outros processos produtivos, contribuindo para a 
economia de recursos naturais e a redução do impacto ambiental. 
• Canibalizar (desmanche) - Esse processo é comum em indústrias onde peças de 
produtos que estão fora de uso, danificados, ou obsoletos são removidas e 
reutilizadas em outros produtos, reduzindo a necessidade de fabricar novas peças. 
A canibalização pode ser uma estratégia econômica e sustentável, pois maximiza 
o uso dos materiais existentes e minimiza o desperdício, ao mesmo tempo que 
pode gerar implicações fiscais relacionadas ao Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços (ICMS) e ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 
• Reciclar, transformando partes do produto descartado em matéria-prima 
secundária - a reciclagem envolve a coleta e o processamento de resíduos, onde 
os componentes de produtos descartados são separados, limpos e transformados 
em matéria-prima secundária. Essa matéria-prima é então usada para fabricar 
novos produtos, reduzindo a necessidade de extrair recursos naturais virgens e 
diminuindo o impacto ambiental causado pelo acúmulo de resíduos. 
 
 
 
 
 
 
33 
A partir desses pontos, você deve ter notado que a Gestão Verde da Cadeia de 
Suprimentos, vai além de simplesmente monitorar as práticas ambientais, pois ela busca integrar uma 
série de ações que objetivam à sustentabilidade. 
Da redução do fardo ecológico, com esforços para diminuir emissões e promover uma 
economia de baixo carbono, até a remanufatura, reparo, e reforma de produtos, todas essas práticas 
convergem para o objetivo de estender a vida útil dos materiais e minimizaro desperdício. 
Essas ações, além de serem ambientalmente responsáveis, também são economicamente 
vantajosas, gerando um ciclo de valor contínuo. Com essas bases estabelecidas, o próximo passo é 
explorar como as matérias-primas e insumos podem ser geridos de forma sustentável dentro dessa 
cadeia de suprimentos verde. 
Convido você também a ouvir o podcast sobre reaproveitamento de lixo eletrônico. 
 
3. Matérias-primas e Insumo 
Sobre este tópico quero, primeiramente, trazer para você estudante uma informação que 
por vezes gera conflito de entendimento, por serem utilizados como sinônimos. Você sabia que 
matéria-prima e insumos têm sentidos diferentes no ambiente corporativo? Pois é! 
Aqui você terá a oportunidade de conhecer o entendimento do real significado de cada 
um destes termos para que você possa aplicá-los de maneira correta. 
Para isso, trouxe o significado dos mesmos de acordo com o Dicionário Priberam: 
 
SUBSTANTIVO SIGNIFICADO 
matéria-prima (ma·té·ri·a·-pri·ma) 
substantivo feminino 
Substância essencial à fabricação de um produto. 
insumo (in·su·mo) 
substantivo masculino 
Elemento ou conjunto de elementos que entra na produção de bens ou serviços. 
Quadro 4 - Compreensão dos Termos (matéria-prima e insumos) 
Fonte: Dicionário Priberam, 2024 
 
A partir das informações no quadro 4, veja que o sentido de matéria-prima é tratado 
como uma substância essencial à fabricação de um produto, ou seja, trata-se de um determinado 
 
 
 
 
 
 
34 
material que é incorporado ao produto que será fabricado. Neste sentido, a matéria-prima é algo 
essencial para o processo de transformação. Vou trazer um exemplo para que você possa 
compreender de maneira mais prática: 
Imagine que uma determinada empresa trabalha na confecção de camisas masculinas. O 
produto final, as camisas, têm como matéria-prima o tecido. Então, o tecido irá passar pelo processo 
de transformação, (lavagem do tecido, marcações, cortes, costura, aplicação dos aviamentos), até 
tornar-se uma camisa pronta para comercialização. Assim, entende-se o tecido como substância 
essencial à fabricação. Um outro exemplo do uso de matéria-prima é quando alguém resolve fazer 
um bolo. Imagine que na descrição dos ingredientes existe a presença de diversos itens, entre eles os 
ovos. Seguindo a mesma linha de raciocínio, os ovos são parte fundamental para que ao final da 
receita o bolo seja produzido e por consequência a falta deles irá impactar no resultado final. 
Intencionalmente, eu trouxe para você dois exemplos com matérias-primas diferentes. 
Pois, as matérias-primas têm origens diferentes. É o que afirma Pacheco, (2022): 
A autora nos informa, conforme apresentado no Quadro 5, que as matérias-primas têm 
três classificações baseadas em suas origens: mineral, vegetal e animal. 
 
 
Matéria-Prima Origem Exemplo 
mineral É extraída do subsolo e composta por recursos não renováveis. ouro, cobre, bauxita 
vegetal Vem das árvores e da flora em geral. Frutos e vegetais também 
entram como matéria-prima vegetal. 
madeira, algodão, soja 
 animal Essa matéria-prima vem da caça, pesca e pecuária. couro, lã, leite 
Quadro 5 - Classificação e origem da matéria-prima 
Fonte: Pacheco, 2022 
 
A partir destas classificações é importante ter em mente que no caso das matérias-primas 
minerais a situação é crítica, quanto à exploração, pois se trata de recursos não renováveis. Uma vez 
esgotados, não há como repor naturalmente os minerais extraídos do subsolo. A mineração 
indiscriminada pode levar à exaustão desses recursos, além de causar impactos ambientais 
significativos, como a degradação de paisagens e a contaminação de água e solo. 
 
 
 
 
 
 
35 
A matéria-prima vegetal tende a acabar no caso de uma exploração excessiva, pois a 
regeneração de florestas, plantas e cultivos pode não acompanhar a velocidade de extração, 
especialmente em ecossistemas mais sensíveis. Assim, a exploração sustentável e o manejo 
adequado são essenciais para garantir a disponibilidade futura desses recursos. 
Quanto às matérias-primas de origem animal, a exploração exagerada pode levar à 
extinção de espécies e ao desequilíbrio dos ecossistemas. A caça, a pesca e a pecuária, quando não 
reguladas, podem causar impactos devastadores na biodiversidade e na capacidade de regeneração 
dos recursos naturais. Além disso, a pecuária extensiva é uma das maiores responsáveis pelo 
desmatamento e pela emissão de gases de efeito estufa, o que torna essencial a adoção de práticas 
mais sustentáveis nesse setor. 
Agora que vimos o conceito de matéria-prima, avance na leitura para conhecer o conceito 
de insumo? 
Bom, retomando o conceito apresentado no quadro 4, insumo é apresentado como um 
elemento ou conjunto de elementos que entra na produção de bens ou serviços. Aqui quero chamar 
sua atenção para o trecho que diz “elementos que entram na produção”. Esse é um detalhe 
importante, pois podemos entender o insumo como algo importante no processo, mas ele não 
integra o produto final, sendo, apenas, um agente que auxilia na transformação. 
Caso esse entendimento não tenha ficado claro, vou apresentar um exemplo e em 
seguida você pode retornar a leitura para que essa informação anterior gere sentido pra você. 
Suponha que numa determinada situação se faz necessário a montagem de uma mesa de 
madeira. Para que a mesa seja montada, o profissional montador irá fazer uso de ferramentas como: 
parafusadeira; martelo e chave de fenda. O uso desses materiais são o insumo necessário para que a 
mesa fique pronta para uso, mas eles não compõem a mesa em si. São, apenas, elementos que 
entram na produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Insumo Origem Exemplo 
capital A origem está relacionada a investimentos que foram feitos, 
seja no produto ou no serviço. 
Máquinas, tecnologia, 
infraestruturas 
natural Originado da natureza, utilizado para complementar ou auxiliar 
na produção de bens. 
Água, energia solar, terra 
fértil 
 de trabalho Relacionado à força de trabalho empregada para a produção de 
bens ou serviços. 
Mão de obra, habilidades 
técnicas, horas de trabalho 
Quadro 6 - Classificação e origem dos insumos 
Fonte: Pacheco, 2022 
 
Percebeu que da mesma forma que a matéria-prima, os insumos são fundamentais no 
processo produtivo? Essa minha pergunta é pra poder te dar uma outra explicação. Primeiro, nem 
tudo que não é matéria-prima é insumo! Numa empresa, por exemplo, têm-se computadores, 
telefones, impressoras, canetas, materiais de escritório, por exemplo, que não fazem parte do 
contexto de produção. Você só deve considerar insumo aquilo que está envolvido diretamente ao 
processo produtivo. 
Mas deixa eu voltar aqui pra comentar sobre esse quadro 6. 
Assim como a matéria-prima, os insumos são fundamentais para o processo produtivo. 
Insumos de capital requerem investimentos significativos e são essenciais para aumentar a 
produtividade e a eficiência, mas também precisam de manutenção e atualização constante para não 
se tornarem obsoletos, ou seja, algo que ficou desatualizado, pouco produtivo, inútil ou que teve uma 
versão substituída no mercado. 
Os insumos naturais também são finitos e, em muitos casos, renováveis, mas seu uso 
indiscriminado, como vimos no quadro 6, pode levar à degradação ambiental e ao esgotamento dos 
recursos. É crucial que sejam utilizados de forma sustentável para garantir que estarão disponíveis 
para as gerações futuras. 
Por último e não menos importante, os insumos de trabalho são igualmente críticos, pois 
dependem diretamente da qualificação e da motivação dos trabalhadores. A formação contínua e o 
respeito às condições de trabalho são essenciais para manter a força de trabalho eficiente e 
produtiva. 
Existe, ainda, uma relação entre matéria-prima, insumos e a geração de resíduos e torna-
se fundamental compreender essa relação para entender os impactos ambientais de processos 
 
 
 
 
 
 
37 
produtivos

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