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Terapia pulpar em dentes decíduos

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Terapia pulpar 
Indicações 
 Evitar deficiência mastigatória; 
 Evitar problemas fonéticos e 
psicológicos; 
 Manter o crescimento ósseo; 
 Ausência de sucessor permanente. 
Importância do dente decíduo 
 Manutenção do espaço na arcada; 
 Serve como guia para a erupção; 
 Contribui pra estética; 
 Mastigação; 
 Prevenção de hábitos bucais; 
 Auxilia na articulação das palavras; 
 Aspectos psicológicos. 
Objetivo do tratamento pulpar: manter a 
integridade e a saúde dos tecidos dentais, 
justificado pelo uso de técnicas e/ou 
medicamentos que permitem a continuidade 
do desenvolvimento normal do dente até a sua 
esfoliação, respeitando as características do 
ciclo vital desses elementos. 
Complexo dentinopulpar 
 Dentina e polpa são duas fases de um 
mesmo tecido – células 
ectomesenquimais da papila dentária 
(odontoblastos). 
 Tecido conjuntivo mineralizado 
(dentina) e conjuntivo frouxo (polpa). 
 Única entidade funcional – complexo 
dentinopulpar (CDP). 
 Qualquer estímulo que afete a dentina 
dará origem a uma reação de defesa do 
órgão dentinopulpar. 
Dentina – permeação de túbulos em forma de 
cone invertido, intimamente agrupados, que 
atravessam toda a sua espessura e contêm os 
prolongamentos citoplasmáticos dos 
odontoblastos. Formado quase em sua 
totalidade por cristais de hidroxiapatita. 
Estruturalmente o CDP decíduo e permanente 
são semelhantes. As reações pulpares frente 
ao processo carioso também são 
semelhantes. 
 
Características da polpa 
Funções: 
 Sensitiva; 
 Nutrição; 
 Defesa; 
 Formação reparadora. 
Fisiologia pulpar 
Crescimento do órgão pulpar – coroa e raízes 
em desenvolvimento. Há uma alta atividade 
metabólica das células. 
Maturação pulpar – raiz completa – diminui o 
número de células (odontoblastos e 
fibroblastos). 
Início da rizólise até a esfoliação – menor 
número de fibras colágenas e menor número 
de vasos sanguíneos. 
Início → diminui o número de células 
(odontoblastos). Degeneração dos filetes 
nervosos. 
Metade ao fim da rizólise → diminui o número 
de células (odontoblastos e fibroblastos), 
menor número de vasos sanguíneos. 
 A reabsorção radicular fisiológica não causa 
mudança substancial na estrutura. 
Estágios de Nolla 
0 → ausência de cripta 
1 → presença de cripta 
2 → início da calcificação 
3 → formação de 1/3 da coroa 
4 → formação de 2/3 da coroa 
5 → coroa quase completa 
6 → coroa completa 
7 → formação de 1/3 da raiz 
8 → formação de 2/3 da raiz 
9 → raiz quase completa + ápice aberto 
10 → raiz completa + ápice fechado 
Cripta – alo radiopaco que protege o germe 
dentário. 
 
Decisão do tratamento 
Crescimento → tratamento conservador. 
Maturação → tratamento conservador ou 
radical. 
Regressão → tratamento radical ou 
exodontia. 
Fase de crescimento e maturação – dos 6 aos 
10 anos de idade. 
Patologia da polpa 
Agressão a polpa dental 
 
 
 Físicos Químicos Biológicos 
 
Reparo Dano 
 
 Inflamação 
 
Depende da duração e intensidade da 
agressão. 
Dente decíduo – nas fases iniciais é reversível 
quando a dor é provocada, de curta duração, 
intermitente, localizada e exacerbada pelo 
frio. 
A inflamação pulpar pode ser aguda ou 
crônica: 
Aguda 
 Hiperemia (pulpite focal reversível); 
 Transição; 
 Pulpite irreversível. 
Crônica 
 Pulpite crônica (ulcerativa e 
hiperplásica ou pólipo pulpar); 
 Alterações degenerativas (reabsorções 
internas). 
Alterações inflamatórias crônicas 
Pulpite crônica ulcerativa - drenagem do 
exsudato inflamatório via pulpar. 
Sintomatologia: dor inexiste na maioria das 
vezes, mas pode ser ligeira e discreta. 
Hiperplásica (pólipo pulpar) – tecido de 
granulação ou epitélio, por onde a polpa se 
encontra exposta, preenchendo toda a 
cavidade da cárie. A mastigação gera uma 
pressão que pode ocasionar um 
sangramento. Sintomatologia: assintomático. 
Degeneração cálcica → reabsorção interna. 
Sintomatologia: assintomática. 
Diagnóstico e tratamento 
Semiologia subjetiva – anamnese → história 
médica e história clínica. 
Semiologia objetiva – exame clínico do dente 
e periodonto → inspeção, palpação, 
sondagem (lesões extra-orais e/ou intra-
orais). Fazer exame radiográfico → 
radiografias periapicais. 
 A radiografia não evidencia com precisão a 
relação da cárie com a polpa. 
Testes térmicos e elétricos não são 
recomendados! 
 A grande parte dos insucessos correntes no 
tratamento dos dentes decíduos são devido 
aos erros de diagnóstico. 
OBS. A ausência de dor em um dente decíduo 
não constitui sintoma seguro para o 
diagnóstico da condição pulpar, como 
acontece na dentição permanente. 
 Saber identificar a gravidade da saúde 
da polpa. 
 Conhecer as peculiaridades de fístulas, 
abcesso, reabsorção e lesão em 
dentes decíduos. 
Características anatômicas 
 Topografia da câmara pulpar e cornos 
pulpares proeminentes. 
 Curvatura das raízes, principalmente 
molares. 
 Rizólise irregular. 
 Região de furca. 
 Os dentes são menores. 
 As camadas de esmalte e dentina são 
mais delgadas. 
 A dentina tem menor espessura em 
toda a sua extensão. 
 A dentina do assoalho pulpar é mais 
fino que nos dentes permanentes, 
espessura de 1,71 mm na área de 
furca. 
 Os cornos pulpares possuem uma 
ampla projeção. 
 A região de furca fica próxima ao germe 
permanente. 
 Há a presença de inúmeros canais 
secundários, acessórios e foraminas. 
 É necessário uma seleção cuidadosa 
dos medicamentos que serão utilizados 
na terapia pulpar de dentes 
temporários. 
 Zona de perigo → rizólise. 
 
Terapia pulpar 
 
Conservadora Radical 
T. pulpar indireta 
Capeamento ind. Pulpotomia 
 Pulpectomia 
Proteção pulpar indireta → a saúde pulpar 
deve estar normal ou com pulpite reversível 
(dói apenas com estímulo – dor espontânea). 
Faz a remoção seletiva do tecido cariado, 
mantendo a dentina afetada no assoalho 
pulpar. Coloca-se o hidróxido de Ca somente 
onde está mais profundo. Para de remover a 
dentina quando ela começa a sair em lascas. 
Indicar em casos de lesões cariosas 
profundas onde não houve exposição pulpar e 
quando não há mobilidade ou alterações 
periodontais. Deve ser feita em apenas uma 
sessão. Fazer acompanhamento 1 
mês/3/6/12 meses. 
Proteção pulpar direta → quando há uma 
micro exposição. Faz a remoção total do 
tecido cariado ou que sofreu trauma. Deve ser 
feito com IACO. Indicado em casos que não 
houve a reabsorção radicular, houve a 
exposição mecânica (micro exposição) ou 
para fins de contenção hemorrágica. 
Pulpotomia → casos de pulpite reversível (dor 
provocada). Faz a remoção do tecido pulpar 
infectado, assepsia rigorosa. Utiliza fármacos 
para manter a vitalidade pulpar. O dente deve 
ter vitalidade pulpar. A inflamação está restrita 
a porção coronária. Fazer apenas em crianças 
de até 4 anos, em que a rizólise está 
incompleta (1º molar permanente). É 
contraindicado em paciente com risco de 
endocardite, pacientes pré e pós 
transplantados, pacientes 
imunocomprometidos, em casos de dor 
espontânea, edema, supuração, necrose, 
sangramento que não cessa 
espontaneamente e quando há um 
espessamento do ligamento periodontal. É 
uma técnica de tratamento definitivo e de 
custo reduzido. É indicado para dentes 
permanentes jovens no estágio 8 ou 9 de 
nolla. 
Biopulpectomia (com vitalidade pulpar) → 
pulpite irreversível. 
Necropulpectomia I (necrose sem lesão). 
Necropulpectomia II (necrose com lesão). 
 Faz a remoção completa de toda a polpa 
dentária, preparo químico-mecânico e 
obturação. O material que irá preencher os 
canais devem sofrer reabsorção na mesma 
velocidade, permitindo que haja a erupção 
normaldo elemento sucessor permanente. 
Sucesso → quando há o irrompimento do 
dente permanente na época correta.

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