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A prescrição medicamentosa, embora possa parecer muitas vezes simples e fácil, sempre deve ser particularizada e baseada na saúde geral do paciente, tipo de dor, intensidade e procedimento planejado. Por exemplo, em casos de dores provocadas raramente haverá necessidade de medicações, pois o próprio procedimento odontológico é capaz de solucionar. Dois fatores importantes relacionados a decisão terapêutica medicamentosa são: a complexidade do procedimento realizado e a expectativa de dor pós-operatória. Estabelecer protocolos na prática clínica pode facilitar o raciocínio e tomar decisões mais certeiras! TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA Na escolha do medicamento, devemos considerar as características de cada fármaco e particularidades do paciente (histórico de alergias, doenças pré existentes, peso do paciente) e diagnóstico correto. Fármaco É o princípio ativo (molécula) responsável pelo efeito terapêutico do medicamento; Medicamento É o produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins diagnósticos. Vias de administração Oral, sublingual, retal, injetável, inalatória e transdérmica. Na infância, as mais empregadas são as solidas e liquidas. As liquidas se dividem em: Suspensões – precisa agitar antes de usar, pois é constituído de duas partes. A liquido que fica em cima e um sólido que fica embaixo; Soluções – podem ser descritas como gotas; Xaropes - geralmente, possuem adição de açúcar na sua composição. Contraindicação da Via oral: · Paciente com dificuldade de deglutição; · Inconsciente; · Náuseas e vômitos; · Ação mais rápida do medicamento. farmacocinética é o movimento do fármaco no organismo (absorção, distribuição, biotransformação e eliminação). Farmacodinâmica Como o corpo interage com o fármaco (efeitos). Para prescrever corretamente um fármaco, primeiro precisamos fazer uma boa e detalhada anamnese e seguir as regras para uma boa prescrição, que são: 1. A prescrição deve ser escrita: a tinta em letra de forma, legível e sem rasuras; 2. A prescrição deve ser: carimbada, datada e assinada; 3. Não se deve utilizar abreviaturas para designar formas farmacêuticas; 4. Cada receita só poderá conter até especialidades farmacêuticas; 5. Deve-se ficar atento a grafia de números com zero e virgulas, evitando erros de dosagem; 6. As receitas tem validade de 30 dias, a partir de sua emissão; 7. A quantidade prescrita de cada medicamento está limitada a 6 unidades comerciais por receita. O que devemos considerar para escolher um fármaco? 1. Dosagem (não necessariamente a mesma do adulto): peso menor da criança, menor volume sanguíneo, metabolismo acelerado da criança; 2. Esquema terapêutico: menor quantidade de doses e horário das doses, pois os responsáveis podem esquecer; 3. Líquidos são mais indicados pela facilidade de ingestão e por poder conter sabor, aroma ou açúcar. CONTROLE DA DOR E INFLAMAÇÃO NA ODONTOPEDIATRIA O aspecto da dor é fundamental nas fases: pré, trans e pós tratamento/procedimento. Quando prevemos o impacto da dor nos pacientes, evitamos a ansiedade e o comportamento negativo; por isso, a prevenção da dor é prioridade. Podemos usar três tipos de analgesia: 1. Analgesia preemptiva: realizada antes do trauma tecidual, empregando-se fármaco que previne a hiperalgesia; 2. Analgesia preventiva: realizada após o procedimento, antes do início da sensação dolorosa; 3. Analgesia perioperatória: iniciada ante da lesão tecidual e mantida no pós operatório. Para controlar dor em procedimentos com pequeno grau de trauma, usamos os analgésicos. Paracetamol · Dose terapêutica de 10 a 15mg/kg/dose com intervalo de 6 horas entre as doses; · Não exceder cinco administrações em um período de 24 horas; · Não exceder 35 gotas (quantidade máxima) Dipirona · Dose terapêutica de 15mg/kg/dose com intervalo de 4 horas entre as doses; · Não exceder 20 gotas (quantidade máxima); · Em alguns países seu uso foi banido em razão do risco de causar agranulocitose. Para controlar dor em procedimentos com maior grau de trauma, usamos os analgésicos + anti-inflamatórios. Ibuprofeno · Na odontopediatria a indicação de AINES é restrita, devido a grandes chances de efeitos colaterais; · Crianças maiores de 30kg não exceder dose máxima de 40 gotas; · Aprovado pela ANVISA para uso pediátrico acima de 6 meses de vida. Nimesulida · Permitido apenas para crianças maiores de 12 anos. INFECÇÕES BACTERIANAS BUCAIS Está indicada, para pacientes, com sinais de disseminação do processo infeccioso. As penicilinas serão sempre escolhidas, dentre elas, o antibiótico de primeira escolha vai ser a amoxicilina. Devemos ficar atentos, pois a profilaxia antibiótica pode causar endocardite infecciosa, então, devemos evitar caso o paciente tenha: · Prótese valvar cardíaca ou reparo de valva cardíaca com material protético; · História de endocardite infecciosa; · Transplante cardíaco com função valvar anormal; · Defeitos cardíacos congênitos; · Cardiopatia congênita cianótica. image6.png image7.png image8.png image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png