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Anivalda Amado Siada O Papel do Professor de História na Produção do conhecimento histórico local, caso da 8ª Classe na Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta Massamba no Posto Administrativo de Macuse, no Distrito de Namacurra (2019-2021). Monografia a ser submetida a Universidade Católica de Moçambique – Quelimane, no Instituto de Educação à Distância como requisito para obtenção do Grau de licenciatura em Ensino de História. Supervisor___________________ Pe. Inld Betinho Consura Lopes Quelimane, 2022 13 Declaração Eu, Anivalda Amado Siada, declaro que esta monografia é resultado da minha investigação e das orientações do meu supervisor, o conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final. No entanto declaro ainda, que este trabalho não foi apresentado em nenhuma instituição para a obtenção de qualquer grau académico. Quelimane, Abril de 2022 __________________________________ (Anivalda Amado Siada) Agradecimentos Em primeiro lugar agradeço a Deus, em seguida ao meu esposo João Loureço Adamuge e meu filho Manuel. Ao meu supervisor Pe. Inld Betinho Consura Lopes, que de forma incansável orientou-me e sugeriu no sentido de tornar possível a materialização deste estudo. Aos meus colegas de trabalho, pelo apoio e carinho incondicional ao longo deste período de escolarização. Aos membros da direcção da Escola Secundaria Geral Bonifácio Gruveta Massamba e aos professores de história dessa escola paciência e disponibilidade do tempo que me cederam, a meus colegas do curso pelo testemunho que deram bem como aos docentes e pessoal do CED-Quelimane meu muito obrigado. Dedicatória Dedico a minha família especialmente Ao meu esposo João Loureço Adamuge, pela paciência que teve e motivações que me proporcionou. Resumo Esta monografia foi desenvolvida em torno do Papel do Professor de História na Produção do conhecimento histórico local, caso da 8ª Classe na Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta Massamba no Posto Administrativo de Macuse, no Distrito de Namacurra (2019-2021). Para o desenvolvimento da pesquisa, adoptou-se abordagem qualitativa apoiada pela pesquisa de campo e bibliográfica, privilegiando-se a entrevista semiestruturada como a técnica para a colecta dos dados. Assim, através do contacto tido entre a pesquisadora e população alvo, apurou-se que o fraco empenho dos professores de história no oficio investigação quer na sala de aula assim como fora dela. Fraca criatividade metodológica para a realização de visitas de estudo, ausência de contactos permanentes com as fontes tradicionais. Essas constatações foram obtidas consoante as limitações encontradas no campo investigativo, como são os casos de: falta de tempo nas salas de aula, fraco contacto com as fontes orais e escritas locais, apesar dos vestígios coloniais as mesmas carecem de material escrito oque não é explorado pelos professores introduzindo aulas de história ao vivo. Com vista a atender o problema o estudo procurou apresentar estratégias que estimulem a produção de história com base em: visitas de estudo, promoção de pesquisas ao nível doméstico, a aproximação às autoridades governamentais para o fornecimento do material de apoio como brochuras que relatem história sociocultural da localidade. Palavra-Chaves: história local, produção de conhecimento histórico, professor de História. Escola Secundaria Geral Bonifácio Gruveta -Macuse. Abstract This monograph was developed around the Role of the Professor of History in the Production of local historical knowledge, the case of the 8th Grade at the General Secondary School Bonifácio Gruveta Massamba at the Administrative Post of Macuse, in the District of Namacurra (2019-2021). For the development of the research, a qualitative approach supported by field and bibliographic research was adopted, favoring semi-structured interviews as the technique for data collection. Thus, through the contact between the researcher and the target population, it was found that the weak commitment of history teachers in the investigative office both in the classroom as well as outside it. Weak methodological creativity for conducting study visits, absence of permanent contacts with traditional sources. These findings were obtained according to the limitations found in the investigative field, such as: lack of time in the classrooms, weak contact with oral sources and local writings, despite the colonial traces they lack written material which is not explored by teachers introducing live history classes. In order to meet the problem, the study sought to present strategies that stimulate the production of history based on: study visits, promotion of research at the domestic level, the approach to government authorities to provide support material as brochures that report sociocultural history of the locality. Keywords: local history, production of historical knowledge, history teacher. Secondary School General Bonifacio Gruveta -Macuse. Índice Agradecimentos ii Dedicatória iii Resumo iv Abstract v CAPÍTULO I : INTRODUÇÃO 8 1. Introdução 8 1.1 Problematização 9 1.2 Hipóteses 10 1.3 Objectivo geral 10 1.4 Objectivos específicos 10 1.5 Justificativa 10 1.5.1.Relevância Social 12 1.6 Objecto de estudo 12 1.7 Delimitação do estudo 12 1.8 Limitação do estudo 12 CAPÍTULO II: METODOLOGIAS 13 2.1. Tipo de pesquisa 13 2.2. Método de Abordagem 13 2.3. Classificação da pesquisa com base nos procedimentos técnicos 14 2.4. Técnicas de recolha de Dados 14 2.5 Instrumento de Recolha de Dados 14 2.6. Universo População/Amostra 15 2.6.1 Codificação e Participantes da Pesquisa 15 2.7. Técnica de apresentação, análise e interpretação de dados 16 CAPÍTULO III: CONCEITOS CONSTRUTIVOS E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 17 3.5 Conhecendo a História Local e desenvolvendo seu Ensino 18 3.6 Enquadramento curricular do ensino de história local 20 3.7 Momentos da Aula em que se pode introduzir a História Local 20 3.8 Os passos para introdução da história local no PEA 20 3.9 Papel do professor de história na produção de conhecimento histórico local 20 CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 23 4.1 Historial da Escola Secundaria Geral Bonifácio Gruveta Massamba 23 4.2 Breve Historial do local onde a escola se situa - companhia da Boror 24 4.3 Apresentação e interpretação de resultados 25 4.3.1 Contextualização sobre História local 25 4.3.2 Participação dos alunos na produção de conhecimento histórico local 26 4.3.3 Desenvolvimento de habilidades de construção de conhecimento histórico local na sala de aula 28 4.3.4 Metodologias de ensino que coloque os alunos em actividades de pesquisa histórica 29 4.3.5 Limitação do horário escolar como factor de fraca abordagem de história local 30 4.4 Discussão de resultados 31 4.4.1 Razões da fraca contribuição do professor na produção de conhecimento histórico local 32 5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES 33 5.1 Conclusão 33 5.2 Sugestões 34 6. Referências bibliográficas 35 Apêndice I Anexos I CAPÍTULO I : INTRODUÇÃO 1. Introdução O presente trabalho representa o esboço do trabalho final do estudante que foi desenvolvido posteriormente, no contexto do tema: O Papel do Professor de História na Produção do conhecimento histórico local, caso 8ª classe, Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta Massamba, no Posto administrativo de Macuse distrito de Namacurra (2019-2021), posto administrativo de Macuse. Pois a história da educação é permeada por aspectos que envolvem, entre outros itens, a actuação docente, a necessidade de uma formação específica para a função docente e a organização do sistema oficial de ensino. Nesse sentido, de forma responsável, foi objectivo desta monografia se lançar ao grande desafio em contribuir com o diálogo que envolve o compromisso do professor de história frente à necessidade de inclusão curricular da história local em confinamento do horário escolar em ambiente de como premissa da preservaçãoda memória e, portanto, do património do qual fazemos parte. Partindo, então, da directriz em pensar no papel do docente na óptica de uma inovação curricular os reais avanços de actuação, percebemos uma nova concepção de aprendizagem e, consequentemente, uma nova concepção de ensino que tem no aluno um ser crítico e sujeito da elaboração do conhecimento e no professor um mediador do processo. Na práxis educativa, o papel e a postura do professor são diversificados em relação às características e necessidades dos alunos que se apropriam de forma activa dos conhecimentos disponíveis, articulando-os às suas vivências e, daí, conquistando novas formas de pensar, sentir e agir. Assim, guiando-nos por uma proposta temática visível e cuidadosamente planificada para desenvolver nos alunos uma mentalidade curricular que os possibilite assumir a co-autoria da história local, e em particular do conhecimento histórico que percorre ao longo da disciplina, revisitamos a ideia de que o professor passa a ser agente de mediação cultural tendo na dinâmica da sala de aula a possibilidade de interacção em torno do conhecimento. Portanto, serviram de suporte para esta pesquisa autores como Aranha, estudiosos nacionais e estrangeiros como Azevedo, Barros, Bazarra, Bosi, Casanova, Castells, Imbernón, Japiassu, Proença, Nóvoa, Saviani, Tedesco, Ugarte, entre outros, por entendê-los de significativa importância para a monografia. Na conclusão pretendeu-se retomar de forma veemente ao papel do professor de história como o historiador, à responsabilidade pela aprendizagem e à inclusão curricular da história local como premissa de uma actuação docente em História apoiados em reflexões como produto da leitura e estudo diários. 1.1 Problematização Tem-se observado que os professores de história se limitam a transmitir os conteúdos presentes nos manuais da sua disciplina, discurando a produção do conhecimento local e, consequentemente os alunos terminam o ensino secundário sem o domínio do conhecimento histórico local. Há uma certa tendência de que a história se resuma naquilo que os alunos lêem, decoram e copiam dos manuais de História. Por isso ao se falar de inserção curricular o conteúdo local, em particular da disciplina de história fala-se da inclusão da região onde a escola está inserida, embora a sua produção e seu ensinamento esteja formalmente integrado nos programas de ensino a ser inserido de forma transversal, muitas vezes os professores que leccionam nas Escolas Secundárias Gerais e os respectivos alunos, e em particular da Bonifácio Gruveta Massamba Macuse desconhecem parcial ou totalmente a história do posto Administrativo, da escola, do Distrito de Namacurra, partindo do período colonial ao pós-independente. Quando por exemplo o aluno é orientado a falar da história do seu distrito ou mesmo do seu posto administrativo, transforma-se numa missão difícil para o aluno pelo facto da Biblioteca não reunir informações de história local sobre o distrito no geram e do posto administrativo em particular. Quando o aluno procura por fontes como internet, encontra pouca informação sobre a história do distrito de Namacurra de forma parcial disponível em monografias e dissertações com conteúdos que interessaram o autor daquele trabalho. Enfim, nos trabalhos de pesquisa de história local, os alunos são obrigados a recolher e compilar as informações desesperadamente a partir de fontes não fidedignas por vezes copiando na internet sem que pelo menos passe de uma revisão crítica e sistemática do professor, cabendo apenas atribuição de notas quantitativas avaliado com base no volume de conteúdo, pela estética do trabalho ou mesmo pela simpatia do professor. É nessa senda que o professor de história é cobrado pela ciência para a educação histórica de forma a participar na produção de conhecimento histórico local. Com base nas descrições acima referenciadas coloca-se a seguinte questão norteadora: O que contribui para a fraca produção de conhecimento histórico local, na 8ª Classe em Macuse? 1.2 Hipóteses De forma preliminar chegamos às seguintes hipóteses: Hipótese 1- A participação do professor na produção de conhecimento histórico local através da colecta das fontes orais e actividades propostas aos alunos permitiria conhecimento científico e sócio-cultural. Hipótese 2 – O maior contacto dos alunos com as fontes escritas e orais (textos escritos, livros de história, conversa com os pais, avós ou pessoas mais velhas/adultas, informadas – régulos, professores catequistas, naturais de Macuse), e a frequente utilização da Biblioteca, facilitaria a aprendizagem e seria uma das formas eficazes na iniciação à produção do conteúdo local. 1.3 Objectivo geral · Conhecer o papel do professor na produção de conhecimento histórico local, na 8ª Classe em Macuse. 1.4 Objectivos específicos · Identificar os meios utilizados no processo de aquisição do conhecimento histórico local; · Descrever o grau de eficácia e aplicação da participação do professor na produção de conhecimento histórico local; · Propor as melhores estratégias para interessar o professor de história na construção de conhecimento histórico local; 1.5 Justificativa A escolha do tema intitulado Papel do Professor de História na Produção do conhecimento histórico local, caso da 8ª Classe na Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta Massamba no Posto administrativo de Macuse, no Distrito de Namacurra (2019-2021). Deve-se pelo facto do horário escolar sofrer limitações das horas de contacto entre o professor e o aluno e por outro turno também entre o professor e as fontes orais, mas concretamente a partir de 2020 período em que a Covid-19, limitou estudo de campo de investigação e também as horas de contacto foram reduzidas levando ao um ajustamento do horário cada vez mais objectivos com enfoque para conteúdo plasmado nos programas de ensino. A ser assim, o conhecimento local acabou sendo esquecido para dar enfâse conteúdos que frequentemente são examinados. Mas de outro lado. a abordagem de história local ficou refém no tempo devido da covid-19. Em relação as motivações da fraca produção de história local, em caso particular de Namacurra que nos insere concretamente a monografia, encontramos as seguintes motivações: Motivação pessoal: tratando-se da classe onde a história é compreendida como ciência, procuro com professora inserir o aluno na iniciação de investigação científica em história; Motivação objectiva: procuramos entender as estratégias de produção de conhecimento histórico local na sala de aulas; Ao nível científico: A autora procura trazer aspectos científicos-metodologicos sobretudo nas formas de produção e transmissão de história local servindo como ponto de partida para o conhecimento da história universal. Pois, se ensinar exige respeito à realidade do outro, é dever do professor de história em particular respeitar os saberes populares e entender que a experiência do educando pode ser conteúdo a ser trabalhado em sala de aula realizando associações com a comunidade com assuntos próprios do lugar em que os alunos vivem como, por exemplo pesquisando sobre: As fontes de rendimento antes dos coqueiros amarelecerem, a distribuição das comunidades em bairros por etnias, a fome a falta de “terra”, as greves, as violências, alcoolismo, etc. de salientar que não há estudos realizados sobre o papel do professor de história na produção do conhecimento histórico local em alguma escola do distrito de Namacurra, que é um dos distritos rico em história sobretudo a história colonial e do pós-independência. A escolha desse período deve-se pelo facto de representar uma ponte entre período de aulas normais e a segunda fase que representa a época em que as aulas foram mais confinadas em apenas objectivas. Nesse caso acha-se pertinente destacar pré durante período de Covid-19, de forma a encontrar as estratégias de integração de história local em um currículo ajustado por causa da diminuição de carga horária. Com isso, a pesquisa procura apresentar as estratégias de podem sereficazes na recolha e sistematização da história local. 1.5.1.Relevância Social Pois o estudo reveste de grande importância sobre a compreensão do passado naquele local, quer pelos alunos assim como para a comunidade que não encontra informações bem detalhadas sobre o passado, pois quando o professor orienta o trabalho de campo aos alunos remete uma expansão na compreensão dos acontecimentos numa dada comunidade de que estes podem de alguma forma serem ensinados aos alunos, ou seja, o contributo de professor chega a comunidade na medida em que este contacta as fontes orais que não podem sistematizar esse conhecimento de forma metódica e organizada, e é nesse sentido que o professor de história como cientista social, resgata as informações iminentes a serem perdidas para as fontes escritas guardando assim para as gerações vindouras daquela comunidade. 1.6 Objecto de estudo Produção do conhecimento histórico local. 1.7 Delimitação do estudo O estudo tem como objectivo conhecer o papel dos professores de história na Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta em Macuse no distrito de Namacurra na produção de conhecimento histórico local, em dois contextos diferentes, antes e durante a Covid-19. Procura-se conhecer se durante essa época se abordou a história local, e se foi abordada quais foram as estratégias usadas na recolha e sistematização das informações recolhidas no campo no pré-covid-19, assim como durante atendendo que as aulas tornaram mais objectiva sem muito espaço para trabalho de campo. 1.8 Limitação do estudo Qualquer pesquisa científica presume-se ter suas limitações, e neste estudo pode não ser diferente, a limitação pode ser pelo facto de não serem entrevistados todos docentes que leccionaram nessa época por diversas razões, em particular pela transferências ou outras formas de mobilidade que já se encontram a trabalhar na mesma escola. CAPÍTULO II: METODOLOGIAS Para levar acabo a materialização dessa monografia sobre o papel dos professores de história na Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta na Produção do conhecimento histórico local caso da 8ª Classe na Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta Massamba no Posto Administrativo de Macuse, no Distrito de Namacurra (2019-2021), foram preconizadas abordagens diversificadas, não se tendo restringido aos contextos político-educacionais aqui que foram utilizados. 2.1. Tipo de pesquisa A pesquisa classifica-se como Pesquisa de campo: pois, a pesquisa de campo é aquela utilizada com o objectivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual procuramos uma resposta, ou de uma hipótese, que queiramos comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações entre eles. Como qualquer tipo de pesquisa, a pesquisa do campo apoia-se com outros tipos como bibliográfico e documental, com vista a conhecer o estado que se encontra actualmente o problema, que trabalhos já foram realizados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto. (Freitas & Prodanov, 2013, p. 60). Quanto aos objectivos da pesquisa é de carácter descritivo, onde segundo Perovano (2014), permite a identificação, registo e análise das características que se relacionam com o fenómeno. 2.2. Método de Abordagem A metodologia científica é entendida como um sistema de regras e procedimentos explícitos que constituem a base da investigação e servem para a avaliação do conhecimento. Do ponto de vista de abordagem, com base na natureza do problema dessa monografia baseou-se na metodologia qualitativa. Esta abordagem metodológica de investigação atribui enfoque especial às questões como o contexto histórico, aspectos qualitativos, valores do que os indicadores estatísticos. Ou seja, nesse trabalho o estudo concentrou-se em conhecer o papel do professor na produção de conhecimento e respectivo ensinamento que não podem ser traduzidos e representados em números. 2.3. Classificação da pesquisa com base nos procedimentos técnicos De acordo com estas abordagens de ordem sociocultural e política no quadro das pesquisas foram orientadas através das técnicas de pesquisa de campo, pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, e a colecta de dados foi feita essencialmente com base na recolha e revisão documental em fontes primárias (legislação, documentos normativos sobre o ensino em Moçambique em particular para a componente de integração do currículo local na disciplina de história, revistas e artigos especializados, livros, relatórios e recensões bibliográficas). 2.4. Técnicas de recolha de Dados 2.4.1. Entrevista Segundo Freitas e Prodanov (2013) “A entrevista é a obtenção de informações de um entrevistado sobre determinado assunto ou problema (p. 108)”. Existem, consoante autores supracitados, diferentes tipos de entrevista que podem ser: Estruturada e não estruturada. Para o tema em alusão, foi escolhida a não estruturada que nos é interessante caracterizar: - não padronizada ou não estruturada: não existe rigidez de roteiro; o investigador pode explorar mais amplamente algumas questões, tem mais liberdade para desenvolver a entrevista em qualquer direcção. Em geral, as perguntas são abertas; A técnica de entrevista foi usada para a realização da pesquisa como forma de colher informações sobre o tema em estudo através de um contacto directo com o grupo alvo da pesquisa, nesse caso os professores de história. Os professores com base nessa técnica, nos forneceram informações relevantes sobre as estratégias que eles usam para integrar história local nas suas aulas e como os alunos participam nesse processo de produção de conhecimento científico de história local de Macuse. 2.5 Instrumento de Recolha de Dados Instrumentos de colecta de dados, são ferramentas de pesquisas científicas geralmente utilizados em diversos tipos de trabalhos sendo eles do campo ou laboratoriais. Assim, chamamos de “colecta de dados” a fase do método de pesquisa, cujo objectivo é obter informações da realidade (Freitas & Prodanov 2013). Nessa etapa, definimos as formas de obtenção dos dados. a amostragem, os instrumentos de colecta de dados e a forma como pretendemos tabular e analisar seus dados. É a fase da pesquisa em que reunimos dados através de técnicas específicas. Para a recolha de dados tendo como base as informações que foram obtidas nas fontes bibliográficas sobre o assunto em estudo, optamos por entrevista semiestruturada que consiste em uma técnica de recolha de dados ao entrevistador com base num guião de perguntas semi-abertas e observação não participante. Isto é, os nossos instrumentos de recolha de dados são: o guião de entrevista e o guião de observação no campo, que poderão ser acompanhadas com rádio gravador para recolher os dados de áudio para posterior compilação, confrontação dos mesmos e respectiva interpretação. 2.6. Universo População/Amostra A amostra, por seu lado, é o subconjunto do universo do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo. Ou seja, a “amostra é uma parcela convenientemente seleccionada do universo (população); é um subconjunto do universo” (Lakatos e Marconi, 2003, p. 106). Para o presente estudo, devido da natureza do problema foi usada amostra intencional ou de selecção racional, que segundo Freitas e Prodanov (2013) “constitui um tipo de amostragem não probabilística e consiste em seleccionar um subgrupo da população que, com base nas informações disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população” (p. 98). Com isso, as entrevistas foram conduzidas aos professores de história que leccionam ou leccionaram na mesma escola entre os anos de 2019- 2021. Destes que puderam transmitir sua experiência de antes e no período de Covid-19 no processo de documentação e divulgação da história local. A sua representação em amostragem foram apresentados na seguinte tabela, 2.6.1 Codificação e Participantes da Pesquisa Participantes da Pesquisa Codificação Género Forma de interacção Total M F Do primeiro Ciclo. P.C 3 0 Entrevista 5 Do segundo cicloS. C 2 0 Entrevista Fonte: Adaptada pela autora (2022). Mas devido da generalidade do assunto tratado foi limitado nos professores que leccionam 8 classe e professor do segundo ciclo que por sina é o único que faz parte do grupo da disciplina de história juntamente com os colegas do primeiro ciclo. 2.7. Técnica de apresentação, análise e interpretação de dados Para as técnicas de apresentação, analise e interpretação segundo Best, (1972 cit em Lakatos e Marconi 2003): A técnica de análise e interpretação de dados “representa a aplicação lógica dedutiva e indutiva do processo de investigação p.167). A importância dos dados está não em si mesmo, mas em proporcionarem respostas às investigações que se está a efectuar. Análise e interpretação são duas actividades distintas, mas estreitamente relacionadas e, como processo, envolvem duas operações, que serão vistas a seguir. Análise (ou explicação) - é a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenómeno estudado e outros factores. Essas relações podem ser estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causa - feito, produtor - produto, de correlações, de análise de conteúdo, etc. (Lakatos & Marconi, 2003, p. 168). Interpretação - é a actividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos. Em geral, a interpretação significa a exposição do verdadeiro significado do material apresentado, em relação aos objectivos propostos e ao tema. Esclarece não só o significado do material, mas também faz ligações mais amplas dos dados discutidos. Na interpretação dos dados da pesquisa é importante que eles sejam colocados de forma sintética e de maneira clara e acessível, (Idem). A análise e interpretação de dados baseou-se na técnica de texto corrido e com a informação codificada de modo a manter o sigilo da informação, segundo prescreve a abordagem qualitativa definida e explicada anteriormente pelos autores. Na nossa opinião, esta forma de demonstração dos dados, ajudaram para uma melhor interpretação dos mesmos, e permitiu ainda, a melhor compreensão dos mesmos para os leitores que estiverem interessados em ler o trabalho futuramente. CAPÍTULO III: CONCEITOS CONSTRUTIVOS E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 História A história, para Le Goff, (1994) “consiste na escolha e construção de um objecto, operação que pode dar-se a partir de evocações de lembranças”, e exige, na análise das memórias, um rigor metodológico na crítica e na confrontação com outros registos e testemunhos. 3.2 Local O local é o espaço primeiro da actuação do homem, por isso, o ensino de história local precisa configurar também essa proposição de oportunizar a reflexão permanente acerca das acções do que ali vivem como sujeitos históricos e cidadãos. 3.3 Memória A ‘Memória’, no se sentido primeiro da expressão, é a presença do passado. A memória é uma construção que acarreta de fato uma representação selectiva do passado, que nunca é somente aquela do indivíduo, mas de um indivíduo inserido num contexto familiar, social e nacional (Basílio, 2001, p.43). Para Pollak, (1992), A memória é um elemento constituinte do sentimento de identidade, tanto individual quanto colectivo, na medida em que ela é também um factor extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa ou de um grupo em sua reconstrução de si (p. 24). Conforme Le Goff (1994) deve haver um vínculo entre a história e a memória: A memória é a propriedade de conservar certas informações, propriedade que se refere a um conjunto de funções psíquicas que permite ao indivíduo actualizar impressões ou informações passadas, ou reinterpretadas como passadas. O estudo da memória passa da Psicologia à Neurofisiologia, com cada aspecto seu interessando a uma ciência diferente, sendo a memória social um dos meios fundamentais para se abordar os problemas do tempo e da História. 3.4 A distinção entre Memoria e a história E enquanto a História representa fatos distantes, a memória age sobre o que foi vivido. Nesse sentido, não seria possível trabalharmos a memória como documento histórico. Essa posição hoje é muito contestada. António Montenegro, por exemplo, considera que apesar de haver uma distinção entre memória e História, essas são inseparáveis, pois se a História é uma construção que resgata o passado do ponto de vista social, é também um processo que encontra paralelos em cada indivíduo por meio da memória. 3.5 Conhecendo a História Local e desenvolvendo seu Ensino Para Almeida Filho (2012) : A História Local é entendida como uma modalidade de estudos históricos que contribuiu para a construção dos processos interpretativos sobre as formas como os actores sociais se constituem historicamente em seus modos de viver, situados em espaços que são socialmente construídos e repensados pelo poder político e económico na forma estrutural de “bairros e cidades” (p.32). A História Local é a história que trata de assuntos referentes a uma determinada região, município, cidade, distrito. Apesar de estar relacionada a uma história global, a história local se caracteriza pela valorização dos particulares, das diversidades; ela é um ponto de partida para a formação de uma identidade regional. Ela tem sido compreendida como “história do lugar”. Nesse aspecto, a localidade tem-se tornado objecto de investigação e ponto de partida para a produção de conhecimentos sobre o passado. É a partir do local que o aluno começa a construir sua identidade e a se tornar membro activo da sociedade civil, no sentido de que faz prevalecer seu direito de acesso aos bens culturais, sendo eles materiais ou não materiais, (Pollak,1992). Segundo Barbosa, (2006) a preocupação com os estudos de história local é a de que os alunos ampliem a capacidade de observar o seu entorno para compreensão de relações sociais e económicas existentes no seu próprio tempo e reconheçam a presença de outros tempos no seu dia-a-dia (p.14). O ensino e aprendizagem de História estão voltados, inicialmente, para actividades em que os alunos possam compreender as semelhanças e as diferenças, as permanências e as transformações do modo de vida social, cultural e económico de sua localidade, no presente e no passado, mediante a leitura de diferentes obras humanas. Os estudos da história local conduzem aos estudos de diferentes modos de viver no presente em outros tempos, que existem ou que existiram no mesmo espaço. Nesse sentido, a proposta os estudos históricos é de favorecer o desenvolvimento das capacidades de diferenciação e identificação, com a intenção de expor as permanências de costumes e relações sociais, as mudanças, as diferenças e as semelhanças das vivências colectivas, sem julgar grupos sociais. Classificando-os como mais evoluídos ou atrasados. (Santos,1994, p. 43). De acordo com Neves (1997) “a construção do conhecimento a partir da vivência, portanto, do local e do presente, é a melhor forma de superar a falsa dicotomia entre a produção e a transmissão, entre pesquisa e o ensino/divulgação, enfim, entre o saber e o fazer” (p.7). A partir destas novas perspectivas historiográficas encontram-se também as preocupações da utilização da História Local no ensino de História. Para Proença (1990), Assiste-se presentemente ao desenvolvimento de uma História Local que visa tirar partido das novas metodologias e cujos temas poderão ter um aproveitamento didáctico motivador e estimulante” Segundo Santos e Meneses (2009) “são abordagens desse tipo que apresentam um ganho pedagógico para os estudantes ao tornar disponíveis “aquelas narrativas, histórias locais e memórias que foram excluídas e marginalizadas nas interpretações dominantes da história” (p. 67). O novo interesse da História Local volta-se para uma abordagem social que procura reconstruir as condições de vida dos diversos grupos sociais de uma determinada localidade. A História Local no ensino não deve ser tratada apenas como um conteúdo a ser ensinado, mas constituir-se em uma estratégia pedagógica que trate metodologicamenteos conteúdos a partir da realidade local. Ela deve ser escrita a partir das novas fontes: a identificação das edificações antigas, do traçado das ruas, da memória dos mais antigos, das mudanças do quotidiano urbano que só podem ser observadas pelos olhares mais atentos ou orientados. (Silva,1990, p.86) 3.6 Enquadramento curricular do ensino de história local O Novo Currículo introduziu várias inovações, uma das quais é a introdução do Currículo Local, que na visão do INDE representa uma componente do Currículo Nacional correspondente a 20% do total do tempo previsto para a leccionação de cada disciplina. “Esta componente é constituída por conteúdo localmente como sendo relevantes, para integração da criança na sua comunidade” (Castiano, 2003, p.20). 3.7 Momentos da Aula em que se pode introduzir a História Local A história local pode ser introduzida em diferentes momentos da Aula: · Introdução; Desenvolvimento e na conclusão. 3.8 Os passos para introdução da história local no PEA Para introduzir a História da localidade nas aulas deve-se levar em conta: 1º O conhecimento que os professores têm do método de investigação histórica. 2º Que exista uma História elaborada e contextualizada da localidade que é objecto de estudo. 3º Que existam meios adequados (fontes, vestígios) e acessíveis, e que estes estejam suficientemente preparados e “tratados” para serem entendidos pelos alunos. 4º Que o professor conheça a metodologia necessária para superar o nível de relato de casos e possa ser capaz de fazer os alunos utilizarem o estudo da História local como método para aprender a matizar um campo de investigação que tenha significação em um contexto mais geral. Em outras palavras, o estudo da História local deve servir para oferecer e enriquecer as explicações de História geral e não para destruir a História. 3.9 Papel do professor de história na produção de conhecimento histórico local É extraordinária a capacidade de considerar o livro como indispensável à formação de uma sociedade consciente do seu valor para a formação da memória colectiva que se fortalece nas lembranças e na elaboração de novos pensamentos e interpretações apesar da tecnologia avançar no nível galopante. Segundo Bezzera e Lima (2014) “cabe aqui a disseminação da ideia de cultivar determinados hábitos e atitudes para preservar tanto o livro em si quanto o direito ao acesso à memória, consequentemente, à história” (p.30). Poder concordar ou discordar com a concepção apresentada nos livros é fundamental para que se possa perceber o que está aparentemente obscuro ou visivelmente nítido ao ponto de estabelecer condições de cidadania, de resgate da memória e da potencialização desta impedindo a morte da expectativa da descoberta, do encontro, da confirmação ou negação do que está escrito. Ainda assim, analisando conceitos sobre a importância do ensino de história e a valorização da memória como determinantes para compreensão da história local, assinalamos como necessário lançar-se ao magnífico desafio de resgatar a identidade histórica e social de quem e do que a compõe. Nesse sentido, é muito importante o professor buscar apreender quais as metodologias devem ser desenvolvidas visando aperfeiçoar o ensino de História numa perspectiva de inclusão curricular da História local no quotidiano escolar a partir da valorização pelos alunos ao se reconhecerem agentes históricos (Bezzera & Lima 2014, p.30). Essa constatação requer uma atitude dialogante e amadurecida entre o ensino de História e o conhecimento científico redesenhando a formação do educando mediante a inserção de situações de aprendizagem que destaquem a actuação deste objectivando sua autonomia na construção do saber. Assim, o Ensino de História organizado incluindo pesquisa e reflexão em torno da relação construída socialmente e da relação que se estabelece entre indivíduo, grupo e o mundo social, garante ao educando o direito em pensar seus valores e vivências quotidianas relacionando-as ao cenário histórico onde se insere seu grupo de convívio, à sua localidade, à sua região e à sociedade nacional e mundial. Ou seja, construindo e reconstruindo conceitos que lhes permitem transitar com autonomia no universo histórico, político, social, religioso, económico, ideológico e cultural do qual faz parte. Neste contexto, em Barros (2007) está claro que: A História Local é entendida como uma modalidade de estudos históricos que contribuiu para a construção dos processos interpretativos sobre as formas como os atores sociais se constituem historicamente em seus modos de viver, situados em espaços que são socialmente construídos e repensados pelo poder político e económico na forma estrutural de ‘bairros e cidades (p.44). Estabelecer essa conexão directa entre a história de vida dos educandos viabiliza a contextualização tão necessária para que aconteça nitidamente o reconhecimento da íntima ligação existente entre a história individual e a história colectiva. É, portanto, nesta vertente que precisam ser perseguidos os objectivos das produções didácticas enquanto recurso pedagógico. Não obstante pensamentos teóricos distintos, compreendemos que os autores que se dedicam à História Local têm como maior missão o resgate das complexas relações que acontecem ou aconteceram entre os mais distintos grupos sociais sinalizando necessárias conexões entre conflitos diários apresentados enquanto política contestatória reconhecendo as ocasiões de resistência, de luta e de defesa de suas tradições (Bezzera & Lima 2014, p.31). CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Neste capítulo fez-se a apresentação, interpretação e análise dos dados, obtidos na sequência da aplicação dos procedimentos metodológicos que nos propusemos a seguir para abordagem do Papel do Professor de História na Produção do conhecimento histórico local, caso Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta Distrito de Namacurra (2019-2021). Antes de entraremos em detalhes dessa sessão convém ressaltar a Localização geográfica e breve história da Escola Secundaria Geral Bonifácio Gruveta. 4.1 Historial da Escola Secundaria Geral Bonifácio Gruveta Massamba A Escola situa-se no centro de Manonga, mas concretamente na área chamada Chinde vulgarmente assim conhecido. No ano de 1956 apareceram os primeiros padres italianos na área para pregar a Religião Cristã Católica Romana. Nessa foi erguida a Missão de Santa Teresinha Macuse. Foram Obreiros: O Padre Superior Emílio Mário Nardon, os padres: Marcelino, Damião, Constantino e Frei Joaquim. Os professores foram: Padre Basílio, Vasco Vamos Viver, António Cabral, José, Victor de Sousa, Paulo Amadeu Morais e Realdo Ricardo. Nos anos de 1977 com as Nacionalizações, a Escola passou a leccionar Primeiro e Segundo ano do Ciclo preparatório, e Chamava-se Centro Educacional de Macuse, posteriormente passou a ser denominada Escola Secundaria de Macuse. Segundo as transformações curriculares operadas no Ministério de Educação, a escola passou a leccionar 6ª e 7ª classe, passando assim a ser chamada Primaria do 2º Grau. No âmbito da expansão do Ensino Secundário do Distrito assim o nosso Posto administrativo de Macuse, beneficiou-se a implementação da Escola, a 1 de Janeiro de 2007 e passou a Categoria da Escola Secundaria Geral do 1º ciclo, com o nome Bonifácio Gruveta Massamba, tendo iniciado com 690 alunos das 8ª classes, leccionados pelos 18 docentes, 2 agentes de serviço e 1 guarda. Em 2014 com 1600 alunos, de entre os quais 659 raparigas, em 2015 com 1849, 632 rapariga, em 2016 e 2017, o rácio foi de 1494, desses 561 raparigas, por causa de transferências massivas dos alunos, a escola não se cumpre a sua meta anual. Motivos; a Escola é alimentada por vários alunos vindos de diferentes cantos do distrito, província e Nação, Casamentos de raparigas, cujos seus maridos vão consigo por onde trabalham ou a procura das melhores condições de vida. Estes são leccionados por mais de 58 docentes, dos quais 5 mulheres e 5 não docentes, sendo uma mulher em termos defuncionamento, os alunos são leccionados por Cursos Diurno e Nocturno, O curso Nocturno do 1º Ciclo funciona na Escola sede e o segundo ciclo nas instalações da EPC – Sede Macuse, Porque a corrente de FUNAE que a escola não foi beneficiada não é suficiente para funcionamento de todos os ciclos. Esperamos que um dia tenhamos acesso as melhores condições porque fazemos tantos pedidos para o fornecimento da corrente eléctrica fornecida pela EDM mas sem resposta. - A escola possui como Uniforme para os alunos , camisas brancas, saias e calças pretas. Nos últimos três anos a escola cresceu significativamente, com instalação da corrente eléctrica fornecida pela FUNAE, esta permite o funcionamento do 5 computadores da Instituição. Dois da oferta a Escola contém alpendre e balneário de construção convencional, produz hortícolas e também beneficia-se de projectos não governamentais que apoiam as escolas. 4.2 Breve Historial do local onde a escola se situa - companhia da Boror Esta foi criada por um grupo de associados provenientes de Suíça e Alemanha, com base no cultivo de terra para o plantio de palmar. O Konde Stuck de Khay, suíço foi o representante nessa altura a referir em 1914. Mais tarde, com a invasão alemã, esse suicidou-se por divergências por eles acontecidas, com medo deste ser capturado se suicidou com uma pistola. Mesmo assim, a empresa continuou a funcionar albergando mais de 10 000 trabalhadores de diversos sectores. Para além onde produção de cocó, também praticava a criava-se gado bovino em grande escala, e o sisal, na zona chamada até hoje Mocuba-sisal. Com o andar do tempo com a proclamação de independência no dia 25 de Junho de 1975, alguns estrangeiros abandonaram esta companhia devido das politicas nacionalistas do governo formado que culminou com descontentamento no sector moçambicanos. Mas tarde, com o surgimento da guerra Civil que afectou o pais, promovida pela Renamo contra Frelimo, durante 16 anos, esta caiu na falência e foi totalmente desistido, ficando na posse da sociedade agrícola da Madal desde 1998 até 2017 que o coqueiro acabou morrendo todo por causa de uma epidemia que foi chamada de amarelecimento letal que também deu grande índice de penetração de bichos, ou melhor, coleópteros que atacava o , gomo de terminar de cajueiro e morria completamente. Enquanto isso, e 2000 a ADPP tomou uma parte de algumas infra-estruturas que as reabilitou e serviu de escola de formação de professores do futuro, inaugurada a 29 de Outubro de 2003, por sua excelência Joaquim Alberto Chissano então presidente da República de Moçambique (Diocliano Ernesto Pensa 2022). 4.3 Apresentação e interpretação de resultados A análise dos dados é uma das fases mais importantes da pesquisa, pois, a partir dela, são apresentados os resultados e a conclusão da pesquisa. Essa conclusão que poderá ser final ou apenas parcial, deixando margem para pesquisas posteriores (Marconi & Lakatos, 1996). Neste sentido, com base nas entrevistas que visou conhecer o papel do professor na produção do conhecimento histórico local foram entrevistados professores que leccionam 8ªs classes, dos dois períodos (diurno e Nocturno), por sinal são os mesmos que leccionam igualmente 9ª classe também nos períodos mencionados. Onde foi garantido a recolha de dados em anonimato as suas entrevistas ao professor do Primeiro Ciclo 1, Professor do Primeiro Ciclo 2.- codificadas em método alfanumérico PPC1, PPC2, de referir que por limitações de acesso a alguns professores apenas foram entrevistados professores do 3 professores que de entre estes dois leccionaram desde o período anterior a pandemia nas 8ª a 10ª classes e uma professora no período pandémico, isto é, a partir de 2020. 4.3.1 Contextualização sobre História local De forma introdutória procurou-se contextualizar sobre pesquisa histórica com base em questões preliminar sobre o local o meio onde o professor trabalha suas fontes, sobretudo as primarias. Com isso, questionou se o que é história local? As suas respostas dos PPC2 e PPC3 foram gerais ao referirem que história local é um tipo de história que visa descrever acontecimentos de uma localidade ou região. Para PPC1, foi mais longe com uma abordagem metódica compreendendo história local apenas usando o adjectivo local é relativo à circunscrição de um lugar que pode ser associado a diversas configurações. Assim, é possível estabelecer o local tanto como um lugar, bairro, posto administrativo município, distrito, uma província dependendo da delimitação de cada um. Com base nessas duas perspectivas de compreensão sobre história local, apuramos a segunda versão por ser a que vai de acordo com a de muitos pesquisadores da matéria como a de Goubert (1988), segundo a qual é aquela que diz respeito a uma ou poucas aldeias, a uma cidade pequena ou média (um grande porto ou uma capital estão além do âmbito local) ou a uma área geográfica que não seja maior do que a unidade provincial comum (como um country inglês, um contado italiano, uma land alemã, um pays, em francês). Por seu turno Horn e Germinari (2010), referem que “a história local é aquela que desenvolve análise de pequenos e médios municípios, ou de áreas geográficas limitadas e não muito extensas” (p.118). Entrando na área que se pretende estudar, questionamos sobre a existência de una história singular de Macuse. Esta questão foi colocada para aferir a possível produção da história local por parte de outros pesquisadores ou professores interessados em explorar a matéria, com isso a questão foi colocada da seguinte forma: A escola detém história de Macuse? Se tem como é transmitida? A se considerar pelo património histórico muita das vezes confunde-se com a história de todo distrito de Namacurra e também sobretudo de legado colonial, nenhum professor respondeu que sim ,as frisaram que se houvesse teria conhecimento pois, por tratar-se de serem professores que podem transmitir esse conhecimento local teriam o acesso de ensina-lo. Nessa vertente, a disposição de informação não nos fez percorrer a segunda pergunta relacionada. 4.3.2 Participação dos alunos na produção de conhecimento histórico local Sabemos que a História, como é estudada hoje, é resultado de uma construção, feita a partir das fontes existentes e dos recursos teórico-metodológicos escolhidos por quem a escreveu. O olhar questionador sobre o papel no professor na sala de aulas, nos fez deslocar no papel deste para a formação inicial dos alunos da 8ª classe como participantes na produção e sujeitos da história. Como forma de detectar os modos pelos quais se opera a idealização da história local na Escola, sobretudo em destaque para a presença de personagens bravos e heróicos, míticos, acontecimentos referentes a guerra e passado colonial apresentando como o espaço como um lugar inalterado e de contornos perenes, facilitando a compreensão pelos alunos, questionamos: Como é que os alunos participam na produção de conhecimento científico acerca da evolução dos seus bairros ou localidades? Os professores PPC1 e PPC3, responderam de forma separada que Os alunos participam na produção de conhecimento histórico local quando estes são orientados por exemplo para a realização de redacções nas férias e que por pouco esses trabalhos não são de carácter de avaliações somatória, pois muitos dos alunos ainda não sabem fazer composição, ou por outras elas não sabem escrever” (PPC1, 2022). A PPC3 respondeu dizendo que “não teve tempo para dar actividades que desenvolvesse pesquisa em história, pois estes tem dificuldade de questionar sobre o passado da sua família por exemplo pelo facto de que alguns estarem a morar com encarregados que não sabem escrever ou não compreendem sobre a contribuição que o seu depoimento terá no seu educando sobretudo na disciplina de história”. Mas para PPC2, frisou que em tempos remotos era normal orientar alunos até para fazer estudo de campo sobretudo nas instalações da antiga companhia da Boror e partes de edifício dos padres que são os patrimónios coloniais emblemáticos, aliás,são os edifícios de construção convencional que mais são encontrados, destacando o papel deste local na economia colonial. Entretanto, o mesmo professor referiu que as aulas já não são levadas a cabo por causa das limitações impostas pela pandemia de Covid-19. Confrontados pela realidade, os professores, pode se refutar, pois, para a produção do conhecimento histórico local é mera entrega de actividades ao aluno e nem a falta de tempo para tal é necessário conforme o esclarecimento de Schmidt e Cainelli (2004, p. 112), de que a necessidade de se trabalhar com a História Local é preciso considerar a partir de duas questões: Em primeiro lugar, é importante observar que uma realidade local contém, em si mesma, a chave de sua própria explicação, pois os problemas culturais, políticos, económicos e sociais de uma localidade explicam-se, também, pela relação com outras localidades, outros países e, até mesmo por processos históricos mais amplos. Em segundo lugar, ao propor o ensino de história local como indicador da construção de identidade, não se pode esquecer de que, no actual processo de mundialização, é importante que a construção de identidade tenha marcos de referência relacionais, que devem ser conhecidos e situados, como o local, o nacional e o mundial. Com essa afirmação, podemos realçar de que a produção de conhecimento histórico local não pode ficar refém pelo desconhecimento da sua importância por parte dos leigos e também da orientação curricular sobre oque ensinar quando se trata de história local. 4.3.3 Desenvolvimento de habilidades de construção de conhecimento histórico local na sala de aula Já que o aluno da 8ª classe vem com um conhecimento sobre a noção da história da família e da sua comunidade adquirida no ensino primário. Já no ensino secundário, o ensino da História local pode desempenhar um papel importante na configuração da identidade ao incorporar a reflexão sobre o indivíduo nas suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afectividades, sua participação no colectivo e suas atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturais, valores e com gerações passadas e futuras (Barros, 2013, p. 6). Para saber da realidade escolar sobre a orientação das actividades Já desenvolveu no período em estudo actividades relacionadas a história local? As respostas foram divergentes na medida em que cada professor preferiu basear-se em exemplificar sobre com as pessoas vivem e como viam antigamente, como exemplo as pessoas viviam e como também eram divididas as actividades económica, o papel dos líderes comunitários assim para diante. Porém, PPC2, referenciou que as actividades exclusivas como tal não são desenvolvidas pelo facto de o professor ter uma carga horária muito apertada o que não lhe possibilita trabalhar fazer uma aula aberta por exemplo visitar as instalações da Boror e orientar que estes façam redacção partindo das informações fornecidas pelos mais-velhos. Sobre essa temática, não é necessariamente confrontar-se com uma história existente ou mesmo a bem conhecida, podem também conforme Zumbire, (2020), a pertinência da história local residir pelo facto de esta constituir um dos elementos fundamentais para a revendição e o resgate da cultura, história e identidades locais dos povos cujas suas manifestações culturais, históricas são marginalizadas. Também conforme a fonte supracitada a história local valoriza a diversidade cultural e histórica dos povos colocando em causa a ideia da formação da civilização universal através do fenómeno da globalização. O que obviamente o professor pode problematizar um dado tema e trazer possíveis soluções após os alunos apresentarem seu contributo. Já que as respostas foram negativas, algumas perguntas não foram colocadas, dessa forma, procuramos inserir o aluno no centro de pesquisa procurando de certa forma identificar o aluno na disciplina de história. De que forma os alunos reconhecem-se como sujeitos da história? Segundo PPC3, os alunos se reconheceriam como sujeitos da história se estivessem a estudar a sua comunidade em particular, como as aulas relacionadas a história local estão distantes de do aluno apenas podemos aproximar o aluno nas fontes precisamente se fizéssemos visitas de estudo. Às vezes o professor em si não é capaz de transmitir conhecimento histórico sobre uma determinada comunidade, com o intuito de saber das suas dificuldades quando este por vezes procura de forma inicial produzir conteúdos da história local com base nas fontes encontradas, questionou-se: Qual é a maior dificuldade que enfrenta nas aulas que envolvem a história local? Conforme os nossos entrevistados, as dificuldades que podemos destacar nas aulas que envolvem história local são: a colaboração das autoridades comunitárias sobre o fornecimento de seus depoimentos sobretudo quando se aborda sobre o passado de cada comunidade, a origem dos nomes dos bairros, escassez de material produzido por outros professores e ou entidades administrativas locais, escassez de fontes orais, (grupo de professores de história da Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta Massamba). 4.3.4 Metodologias de ensino que coloque os alunos em actividades de pesquisa histórica Tendo em conta que as actividades do professores na actualidade baseiam –se nas mediações das aulas, colocamos questão inerente as estratégias usadas pelo professor para a produção de história local, com isso fez-se saber: Além da sala de aulas o que tem feito para a que indirectamente os alunos estejam a estudar a realidade que lhes rodeia? No decorrer das entrevistas apurou-se que em dada altura, as aulas abertas, a aula ao vivo são a única forma de por alunos a par do passado, mas as mesmas já não se fazem sentir nos últimos anos por falta de iniciativas dos professores geralmente não apenas para as oitavas mas sim para toda escola (Grupo de disciplina de História 2022). Maria Cândida Proença, autora também que nos serviu de referência neste trabalho, sublinha a importância do estudo do meio e da história local como recurso didáctico que permite atingir diversas metas de carácter científico e didáctico-pedagógico. De entre as várias apresentadas, transcrevemos: A observação do meio e consequente pesquisa permite o desenvolvimento de capacidades intelectuais como a análise, enquanto classifica, compara e discrimina os diversos dados obtidos na investigação, a que se seguirá um trabalho de síntese final. Por se tratar de trabalhos de pesquisa, o aluno pode iniciar-se no método de investigação histórica exercitando outros processos científicos como a formulação de critérios hipotético-dedutivos e desenvolvendo a observação directa e indirecta. Pelo estudo do meio é possível concretizar a interdisciplinaridade através da abordagem didáctica de situações que implicam a relacionação de fenómenos que podem envolver diferentes áreas científicas, mas que têm como denominador comum o facto de se desenvolverem num lugar e época concretos. Portanto as visitas de estudo à locais de interesse histórico (história ao vivo) pode incluir a realização de visitas de estudo à locais de interesse histórico mas em Macuse, apesar da existência do património histórico edificado, (igreja, hospital, ruínas das instalações da companhia da Boror, etc), os professores da disciplina de história não realizam as visitas de estudo para melhor abordagem ou produção dos conteúdos de história. Esta metodologia consistiria em levar os alunos para visitar os locais históricos para testemunharem e observarem in loco as evidências históricas do passado. De acordo com Ribeiro (2004), o estudo do passado não se faz através da observação directa nem da experimentação. Contudo, quando os alunos trabalham directamente com indícios do passado (fontes primárias com suporte variado) podem exercitar essas capacidades de observação e experimentação sensorial de objectos (p.40). Para permitir o contacto directo com o objecto histórico, como os locais de interesse histórico sugere-se a metodologia da História ao vivo. Segundo Proença (1989),a história ao vivo possibilita o desenvolvimento de capacidades partindo do contacto real com o objecto histórico. Para o caso particular de Macuse, esse contacto real deve ser feito recorrendo as visitas de estudo a esses locais de interesse histórico e económico como, visitas às ruinas dos edifícios coloniais que serviam de administração, lojas dos colonos, armazéns. Existe em Macuse porções de terras que pertenceram a extinta companhia da Boror e que passou para Madal que absorvia um número considerável da mão-de-obra local, na produção do coco que servia de matéria-prima para o fabrico de óleo e sabão. 4.3.5 Limitação do horário escolar como factor de fraca abordagem de história local Qual é a sua opinião face a limitação do horário escolar nas aulas de história concretamente. Conforme PPC1 e PPC2, quanto a limitação do horário escolar nas aulas de história é desafiador e leva o professor a limitações metodológicas, pois, a disciplina de história tem muita matéria para ser leccionada e por sua vez as suas explicações fazem mais sentido quando elas são relacionadas com a realidade que o aluno vive. O outro elemento a considerar foi apresentado pelo PPC3, ao referir que a limitação não apenas afecta as aulas de história, mas sim para todas as restantes disciplinas, a pandemia veio agudizar a situação que já estava mal para o pior, aliás, a carga horária do professor conta muito, pois este é confrontado com numerosas turmas para cada professor, o que torna limitante a planificação das aulas que envolvam todos alunos a dedicar o seu tempo nas redacções e igualmente que o professor corrija as actividades. 4.4 Discussão de resultados A ideia do estudo da História a partir da realidade local é defendida, muitas vezes, como estratégia de sucesso na aprendizagem desta disciplina, especialmente para a classe inicial do ensino secundário, onde há maior dificuldade de abstracção, mas igualmente válida nos demais níveis de ensino. Esta abordagem corresponde, de resto a um princípio fundamental da didáctica que sublinha a importância de se passar do mais simples para o mais complexo, do próximo para o distante e do conhecido para o desconhecido. Isto também porque a sua abordagem permite que não apenas que o professor se destaque mais, mas sim que os alunos compreendam sua realidade com base nas investigações feitas por eles e que posteriormente servirá de mais-valia nas classes consequentes. A monografia propôs-se a estudar sobre o papel do professor de história na produção de conhecimento histórico local, na Escola Secundária geral Bonifácio Gruveta no Posto Administrativo de Macuse, no Distrito de Namacurra (2019-2021), constatou-se que os professores enfrentam dificuldades para desempenharem suas actividade como professor-investigador, pois estes não orientam actividades que levem também os alunos a conhecerem a história da sua localidade. Apesar da existência de vestígios que possam ser estudados, os professores queixam-se da falta de tempo e temas com fontes orais para levarem acabo seu trabalho. Portanto, este estudo reveste-se de grande importância pois demostra a relevância do papel do professor na promoção de investigação e na produção de conhecimento histórico ao nível local, pois é a partir do local que o professor trabalha onde pode se escrever parte da história de Moçambique. A fraca participação deste contribui na fraca identificação dos alunos com a história por eles estudados com a sua comunidade. 4.4.1 Razões da fraca contribuição do professor na produção de conhecimento histórico local De acordo com as pesquisas feitas pode se concluir que o que contribui na fraca produção de conhecimento histórico local tem a ver com as seguintes razões: Falta de percepção sobre o que deve ser ensinado ou mesmo oque incluir nas aulas como aula que relaciona com a realidade local; desconhecimento do papel do professor de história como um pesquisador; as limitações impostas pela carga horária do professor; desconhecimento metodológicos de elaboração e ensino de história local. Escassez de fontes de informação segura sobre o passado, sobretudo as fontes orais e documentos relacionados feitos ao nível das autoridades governamentais. 5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES 5.1 Conclusão Concluímos que o Papel do Professor de História na Produção do conhecimento histórico local, caso da 8ª Classe na Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta Massamba no Posto Administrativo de Macuse, no Distrito de Namacurra, apesar de haver vestígios de história colonial e da guerra civil, os professores não abordam o assunto porque os seus programas de ensino estão restritos em ensinar conteúdos que levam o professor a transmitir apenas aquilo que está no livro, do outro lado oque contribui na fraca participação dos professores na produção do conhecimento histórico local foram apontados: Falta de percepção sobre o que deve ser ensinado ou mesmo oque incluir nas aulas para relacionar com a realidade local; desconhecimento do papel do professor de história como um pesquisador; as limitações impostas pela carga horária do professor; desconhecimento metodológicos de elaboração e ensino de história local. Escassez de fontes de informação segura sobre o passado, sobretudo as fontes orais e documentos relacionados feitos ao nível das autoridades governamentais. Falta de coordenação entre os professores e a comunidade para colecta e sistematização do conhecimento sobre o passado das comunidades. Assim confrontado com as hipóteses percebemos sim que a falta de inteiração dos alunos com as pessoas mais velhas, como anciãos, catequistas e régulos pode inverter o cenário de fraca produção do conhecimento histórico local. 5.2 Sugestões Sugere-se: · Que o grupo de professores elaborem roteiro de actividades junto as comunidades para fazer o levantamento dos locais de interesse histórico; · Os professores dinamizem os estudos de campo, principalmente em tempos livres como nas férias para a acompanhamento de trabalhos que envolva o aluno no mapeamento de aspectos interessante para aulas de história; · Que os professores desenvolvam oficinas pedagógicas de história em dias comemorativos fazendo palestras com alunos; · Que professores editem pequenas informações disponíveis sobre a história local e seja divulgada quer ao nível das salas de aula assim como a orientação dos alunos que encontrem nas escolas e também nas bibliotecas escolar; · Que os professores orientem aos alunos a pautar sempre em actividades ligados a história para manterem constantes contacto com os mais velhos. 6. 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De que forma os alunos reconhecem-se como sujeitos da história? 7. Qual é a maior dificuldade que enfrenta nas aulas que envolvem a história local? 8. Além da sala de aulas o que tem feito para a que indirectamente os alunos estejam a estudar a realidade que lhes rodeia? 9. Qual é a sua opinião face a limitação do horário escolar nas aulas de história concretamente. Anexos Fotos 2, 3 e 4. Escola Secundária Geral Bonifácio Gruveta Massamba- Macuse. Fonte. A Autora (2022). Foto 5. A fotografia acima refere-se ao ano da fundação da companhia da Boror datada em 1898. Fonte A autora (2022). Fotos 6 e 7. Património das antigas instalações da Boror. Vestígios coloniais. Fonte: A Autora (2022). Parte do património colonial que actualmente é Escola de Professores de Futuro de Macuse. Fonte: A Autora (2022).