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TEORIA DO CONHECIMENTO O que é conhecimento? Como o ser humano aprende? Qual a origem do conhecimento? Se traçarmos uma linha histórica do conhecimento, poderemos verificar que o primeiro tipo de conhecimento, a primeira forma de tentar explicar o mundo, foi o mitológico. Ainda na busca por respostas, o conhecimento evoluiu do mítico para o filosófico. Essa mudança se caracterizou pelo uso de respostas racionais (não mais mitológicas) para os problemas do mundo que os cercavam. HISTÓRIA DA TEORIA do CONHECIEMNTO Temos em Platão, uma primeira teoria do conhecimento. Você acredita na existência de algum conhecimento inato? Platão acredita que sim! Além de acreditar nas ideias inatas, Platão também afirmava que não podíamos confiar nos sentidos, já que eles estão sujeitos a erros e a falsas opiniões. Para exemplificar sua tese, Platão cria o famoso “Mito da caverna”. Vejamos o que nos diz o mito da caverna: O Mito da caverna Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna, existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna, permanecem seres humanos que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles e, mais além, todo o mundo e a natureza. Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão, sérios riscos - desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomaram por louco e inventor de mentiras. O Mito da caverna Interpretando o mito da caverna O que é a caverna? O que são as sombras projetadas no fundo? O que são os grilhões e as correntes? Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O que é o mundo fora da caverna? Diferentemente de Platão, Aristóteles acreditava que o mundo sensível era capaz de gerar conhecimento, afinal a essência das coisas esta nas próprias coisas e não no mundo inteligível. A pintura A Escola de Atenas, do pintor Rafael Sanzio, apresenta Platão apontando para cima e Aristóteles para baixo indicando, com isso, onde suas teorias colocam o fundamento da verdade. Qual deles te representa? Por quê? Dois caminhos para a epistemologia, enquanto possibilidades de alcançar o conhecimento: Idade moderna Empirismo É uma teoria do conhecimento que afirma que o conhecimento sobre o mundo vem apenas da experiência sensorial. Racionalismo É uma corrente filosófica que traz como argumento a noção de que a razão é a única forma que o ser humano tem de alcançar o verdadeiro conhecimento por completo. Para o empirista, todo o conhecimento está baseado na experiência sensorial. Depende, portanto, em última instância, de, pelo menos, um dos nossos cinco sentidos. CARACTERÍSTICAS DO EMPIRISMO Para o racionalista, a verdade só pode ser conhecida mediante o trabalho lógico da mente, independentemente das percepções sensoriais. A QUESTÃO DO INATISMO Percebemos que o princípio do racionalismo é a teoria do inatismo, ou seja, a crença de que, ao nascermos, já trazemos conosco algumas ideias. Por outro lado, o empirismo fundamenta-se na crença de que nossa mente nasce vazia e somente no contato com o mundo, por meio dos nossos sentidos, é que iremos construir as ideias. René Descartes, em sua obra: “Discurso do método” existem três tipos de ideias: Ideias Adventícias, Ideias Fictícias e Ideias Inatas. Vejamos cada uma delas! Ideias adventícias São aquelas vindas de fora, que se originam de nossa sensação e percepção. Para Descartes, esse tipo de ideia, são, de um lado, ideias da qualidade sensorial: cor, odor, som, textura, tamanho, paladar, mas, por outro, também, são as opiniões formuladas com base nessas ideias, geralmente enganosas, ou falsas. EXEMPLO: Ao olhar para o céu, meu sentido da visão me diz que o sol se move de leste para oeste, mas, ao estudar astronomia, vejo que tal opinião é falsa, pois, na verdade, a terra é que gira e o sol se mantém parado. Se você nunca tivesse estudado nas aulas de ciência e de geografia, sobre o movimento de rotação da terra, provavelmente confiaria em sua visão e acreditaria que o sol se move entre o amanhecer e o entardecer. 2.Ideias fictícias: São aquelas que criamos em nossa fantasia e imaginação por meio de um processo de composição, formando seres inexistentes, como fadas, duendes, sereias... São as fabulações da arte, da literatura, do mito, da superstição. Essas ideias nunca são verdadeiras, pois não correspondem a nada que exista realmente e sabemos que foram inventadas por nós mesmos, quando já recebemos prontas de outros que as inventaram. 3. Ideias Inatas: São aquelas que não poderiam vir de nossa experiência sensorial, porque não há objetos sensoriais ou sensíveis para elas, nem poderiam vir de nossa fantasia, pois não tivemos experiência sensorial para compô-las na nossa memória. Exemplo: A ideia de infinito é uma ideia inata, pois não temos nenhuma experiência sensorial da infinitude. A solução de Kant para o dilema Racionalismo X Empirismo Immanuel Kant: Imanuel Kant afirma que nosso conhecimento possui tanto fatores racionais quanto empíricos Juízos a priopri e posteriori Principais ideias de Kant: •É preciso um trabalho do sujeito para organizar os dados da experiência; •Antes da experiência sensorial, existem na mente humana certas estruturas que possibilitam o conhecimento; Portanto, a experiência fornece a matéria do conhecimento e a razão organiza essa matéria de acordo com estruturas existentes a priori, daí o termo apriorismo para a teoria kantiana