Princípios Básicos do Uso de Antimicrobianos

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Princípios Básicos do Uso de Antimicrobianos 1
Princípios Básicos do Uso de 
Antimicrobianos 
Escolha do Antimicrobiano 
A tomada de decisão pode ser auxiliada por um roteiro de questões: 
Existe infecção? 
Havendo infecção, qual a sua localização? 
As infecções do SNC exigem altas concentrações do antimicrobiano 
no líquor e no parênquima cerebral; muitas drogas não tem boa 
benetração nesses locais. 
Infecções ósseas são caracteristicamente de difícil tratamento, pois 
muitas drogas não penetram bem nos ossos. 
Os abscessos e as infecções em tecidos desvitalizados, com má 
perfusão, exigem debridamento e drenagem, pois os fármacos não 
atingem concentrações adequadas no local ou, se atigem, muitas 
vezes não atuam de forma esperada devido a presença de pH 
baixo. A presença de tecido desvitalizado e com má perfusão 
também impede a chegada do antimicrobiano e diminui a atuação 
adequada das defesas orgânicas humorais e celulares. 
Quais os microrganismos mais provavelmente envolvidos? 
Situação do Paciente: idade, imunocompetência, doença de base, 
qualidade da perfusão tecidual, gravidade do quadro, uso prévio de 
antimicrobianos, presença de fatores de risco e exposição 
ambiental são aspectos que devem ser avaliados e considerados. 
Epidemiologia Local: há algum patógeno mais provável (surtos, 
doenças endêmicas ou epidêmicas)? Houve contato com outras 
pessoas com sintomas semelhantes? 
Em pacientes hospitalizados, quais os germes mais prováveis 
em cada instituição e quais seus padrões de sensibilidade e de 
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resistência? Dentro de cada instituição, quais os agentes mais 
prováveis por unidade? 
Foram obtidos exames diretos e culturas? 
A acurácia desse teste depende dos seguintes fatores: 
Técnica adequada de coleta: cuidado para evitar contaminação. 
Rapidez no processamento das amostras 
Características dos meios de cultura 
Exigências ambientais para o crescimento 
Fornecimento de informações adequadas ao laboratório
Foi isolado algum microrganismo? É um germe patogênico ou 
apenas um colonizador? Qual a sensibilidade aos antimicrobianos? 
Há presença de corpos estranhos? 
Cateteres, sondas, drenos e próteses - dificulta o tratamento de 
infecções, pois as defesas do organismo não atuam bem junto a 
esses materiais. 
Algumas bactérias, como Staphylococcus sp e Pseudomonas 
aeruginosa, tem a capacidade de produzir biofilmes protetores que 
as defendem tanto dos antibióticos quanto das células de defesa e 
dos anticorpos. 
Sempre que possível - os corpos estranhos devem ser removidos. 
Qual a droga de escolha para a situação? 
Uma ves que o microrganismo tenha sido isolado e o teste de 
sensibilidade realizado, a escolha do antibiótico deve ser a mais 
específica possível. 
Preferência por monoterapia para reduzir o risco de toxicidade e 
seleção de patógenos resistentes. 
Tempo de tratamento deve ser o mais curto possível. 
Efeitos indesejáveis: alergias, reações adversas, condições do 
paciente (nefrotoxicidade, problemas metabólicos, idade, gestação, 
lactação). Interação medicamentosa. 
Via de administração 
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Quais as doses e particularidades farmacocinéticas? 
Para pacientes com IR ou IH, existem tabelas de ajuste das doses, 
mas é importante salientar que a primeira administração deve ser 
uma dose de ataque, ou as 3 a 4 primeiras doses devem ser em 
intervalos normais, para atingir níveis adequados nos tecidos. 
Posteriormente é que se ajusta o intervalo ou a dose. 
Em pacientes com grande terceiro espaço (ex. ascite), recomenda-
se o uso inicial de uma dose maior da medicação (dose de ataque) 
para que concentrações adequadas da droga sejam atingidas em 
todos os compartimentos orgânicos. 
Algumas bactérias tem localização predominantemente intracelular, 
como Legionella, Listeria e Salmonella; no caso de infecções por 
esses germes, os antibióticos escolhidos devem atingir 
concentrações suficientes para inibir os germes no interior das 
células. Exs. de antimicrobianos com boa penetração celulas são os 
macrolídeos, a clindamicina, as fluoquinolonas e rifampicina. 
Bactericida ou Bacteriostático? 
Amplo espectro vesus Espectro limitado 
Quanto mais específico o espectro, melhor o tratamento. Portanto, 
as drogas de espectro limitado sempre devem ser preferidas. 
O uso inadequado de antimicrobianos de espectro muito amplo 
pode desequilibrar a microbiota e levar ao surgimento de 
superinfecções por fungos e por germes multirresistentes. Sempre 
que possível, devemos tentar preservar a microbiota anaeróbia, que 
é a principal responsável pela resistência a colonização de germes 
patogênicos.
É necessária uma combinação de drogas? 
Com as combinações, podemos obter amplicação de espectro, 
sinergismo, somação ou antagonismo. 
Amplicação de espectro: drogas que agem predominantemente 
sobre gram + com drogas que agem predominantemente sobre 
gram - 
Sinergismo: associação de drogas tem resultados superiores a 
soma de seus efeitos isolados 
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Antagonismo: combinação de drogas é inferior ao de cada uma 
isoladamente.