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CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Escriturário de Banco Disciplina - Produtos e Serviços Financeiros Liviane S. Santos - Professora Conteudista Novembro, 2022 Produtos e Serviços Financeiros P ág in a2 Campus Carmo de Minas Projeto Instrucional da Disciplina Disciplina: Produtos e Serviços Financeiros (Carga horária: 20h). Objetivos: A disciplina Produtos e Serviços financeiros têm o objetivo de estudar os principais produtos e serviços financeiros ofertados pelos bancos, abordando conceitos e aplicações, tipos de produtos para Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas. Ementa: Noções dos principais produtos e serviços financeiros, negociados nas agências bancárias. Conta corrente. Conta-salário. Conta poupança. Cheque especial. Consórcios. Seguros (vida, auto, residência). Previdência privada e complementar (PGBL e VGBL). Títulos de capitalização. Principais produtos de investimentos de renda fixa, tais como poupança. Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Certificado de Depósitos Bancários (CDB). Recebíveis de Depósitos de Cooperativas (RDC). Dinheiro digital: Blockchain, Bitcoin e demais criptomoedas. PIX - Pagamentos Instantâneos. Correspondentes bancários. INTRODUÇÃO Os chamados serviços bancários estão presentes no dia a dia dos consumidores. Pagamento de contas, depósitos à vista, cadernetas de poupança, recebimento de salário são alguns exemplos de serviços disponíveis. Ao analisarmos o custo de vida no Brasil e o valor do salário mínimo, chegamos à conclusão de que o salário mínimo não atende às necessidades da população brasileira, tanto que algumas pessoas buscam formas de fazer com que esse dinheiro multiplique. Uma das formas buscadas para esta multiplicação é o investimento, seja ele em ações ou na poupança. Cada cliente buscará a forma que julgar mais segura, mais rápida e lucrativa para aplicar o seu dinheiro. Antes de começar, é importante entender que cada banco terá seus próprios produtos e, por tanto, disponibiliza apenas estes aos seus correntistas. Ao ser correntista de determinado Banco, você terá acesso apenas aos produtos desta instituição. De qualquer maneira, os bancos fazem parte do nosso cotidiano e alguns de seus produtos possuem características próprias que valem o estudo. No Brasil, consumidores e trabalhadores bancários vivenciam dois lados de um mesmo problema. Por um deles, os bancos estabelecem metas abusivas de venda de serviços financeiros aos seus funcionários. Pelo outro, levam parte dos consumidores a adquirir produtos que não são necessários ou apropriados ao seu perfil. O resultado – fruto da forma de gestão dos bancos – não poderia ser outro: muitas reclamações de consumidores e bancários adoecidos em função da pressão pela venda desses produtos. Em 2011, as instituições financeiras conseguiram feito histórico: encerrar o ano na liderança do ranking de reclamações do Idec pela primeira vez em doze anos. As queixas: cobrança indevida, débito não autorizado, taxa de juros, renegociação de dívidas e venda casada de produtos financeiros. Os dados comprovam a pressão a que os bancários são submetidos diariamente. Por isso, consumidores e bancários se uniram em campanha pela venda responsável de produtos e serviços financeiros. O objetivo é fazer com que os bancos brasileiros se comprometam com a venda de produtos financeiros e com um assessoramento justo e transparente aos consumidores, além de promover ambiente de trabalho saudável aos seus funcionários, acesso a mais informação sobre produtos e Produtos e Serviços Financeiros P ág in a3 serviços financeiros.( https://spbancarios.com.br/sites/default/files/arquivo_destaque/venda_responsavel_livreto_2012.pdf). O que são produtos financeiros? Produtos financeiros são aqueles comercializados com o fim de captar e de atrair recursos. Eles envolvem, muito mais que interesses monetários, tendo em vista que incluem a prestação de serviços financeiros por valores baixos ou até mesmo gratuitos. Há uma série de produtos financeiros disponíveis no mercado. Cada uma deles, é claro, conta com as suas próprias características, o que torna cada um mais atrativo para cada perfil de investidor. Quais são os principais produtos financeiros populares no Brasil 1 - Produtos Bancários de Operações Passivas ❖ Depósitos à vista - Conta Corrente. ❖ Depósitos a prazo - CDB e RDB. ❖ Poupança. Depósitos à Vista O depósito nada mais é que a entrega de um numerário (dinheiro) ao Banco, para que este o guarde (ou aplique) para o cliente, e lhe restitua, total ou parcialmente, ou na época combinada, ou quando este pedir. Os depósitos são classificados em "depósito à vista" e "depósito a prazo". Os depósitos a vista são aqueles que o cliente quer deixar o dinheiro à sua pessoal disposição, para sacar tudo ou uma parcela, a hora que lhe https://spbancarios.com.br/sites/default/files/arquivo_destaque/venda_responsavel_livreto_2012.pdf Produtos e Serviços Financeiros P ág in a4 convier. Normalmente os depósitos a vista são feitos em conta corrente. Já os depósitos a prazo são investimentos, que não estão à imediata disposição e liberação ao cliente. Este deve ou aguardar um prazo de vencimento, para resgatá-los, ou dar um aviso antecipado, de que pretende seu numerário. Depósitos a Prazo (CDB E RDB) Os bancos de investimentos de natureza privada (que só podem ser constituídos com especial autorização do Banco Central), segundo a lei reguladora do Mercado de Capitais ( Lei nº4.728- 14.07.65), podem receber dinheiro de investidores, com prazo superior a 18 meses, aos quais pagarão rendimentos (juros, correção monetária, etc.). Quando um banco de investimento privado receber tais depósitos, deverá emitir um documento, que privado comprovará o crédito do investidor. Será um título, provando que o investidor tem tal importância (mais os juros e correção, que renderão) com aquele Banco. Esse recibo chama-se Certificado de Depósito Bancário, ou Recibo de Depósito Bancário, abreviadamente R.D.B. Caderneta de Poupança Vamos começar pelo produto mais simples, a caderneta de poupança. A caderneta de poupança é a escolha predominante entre as aplicações. Produto bastante conhecido dos brasileiros, a poupança funciona como um depósito a prazo que conta com um rendimento mensal. Sua rentabilidade, então, acontece na data de aniversário das aplicações; no entanto, no caso de pessoas jurídicas com fins lucrativos, o retorno ocorre a cada três meses. A principal vantagem da poupança é a possibilidade de investir um valor mais baixo. Do mesmo modo, ela conta com liquidez diária, assim como isenção de impostos para pessoas físicas e garantia conforme as regras do FGC. Já o cálculo de rendimento se dá de duas formas. Na primeira, há a remuneração de 70% da Selic, caso esta esteja em 8,5% ou menos, além do TR. Na segunda, há um retorno de 0,5%, ao mês, além de TR, caso a taxa básica de juros esteja acima de 8,5%. A grande vantagem é a facilidade de investir e retirar capital, sem incidência de imposto de renda. O devedor da poupança é o próprio banco e o saldo do investimento é segurado pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). A alocação de dinheiro na poupança tem vencimento infinito, ou seja, você pode manter o capital alocado por quanto tempo quiser. Isso é diferente de outros produtos onde o vencimento é explícito e, após certa data, o montante final e os juros retornam para a conta corrente do aplicador. Grande parte do dinheiro em poupança é alocada para realizar financiamento imobiliário. Isto é, o banco capta recurso via poupança e empresta o valor para outros clientes que necessitam de dinheiro para financiar um imóvel. Atualmente, enquanto a poupança capta a uma taxa próxima de 4,50% ao ano, o banco empresta a juros entre 10% e 13% anuais. A diferença entre as taxasé o chamado spread e serve para bancar o operacional e o lucro dos bancos. O rendimento total da poupança, em 2022, está em aproximadamente 8,22% ao ano ou 0,66% mensal. Serviços essenciais para os quais é vedada a cobrança de tarifa - Poupança a) fornecimento de cartão para movimentação; b) fornecimento de segunda via do cartão, exceto nos casos de perda, roubo, danificação e outras situações às quais o banco não deu causa; c) realização de até dois saques/mês, no caixa ou no terminal de autoatendimento; d) realização de até duas transferências para conta de depósitos de mesma titularidade; e) fornecimento de até dois extratos com a movimentação do mês; f) realização de consultas pela internet; Produtos e Serviços Financeiros P ág in a5 Conta Corrente É formalizada por meio de contrato de adesão, que é um contrato cujos termos são preestabelecidos pelo banco. Esse contrato determina os direitos e obrigações tanto do consumidor quanto do banco. A abertura é feita presencialmente ou, se o banco disponibilizar, também por meio eletrônico (ex.: internet banking ou aplicativo em smartphone). A conta corrente permite acesso a serviços como cartão de débito, talão de cheques, débito automático, pagamento de contas, transferências bancárias, linhas de crédito e demais serviços bancários. Serviços essenciais para os quais é vedada a cobrança de tarifa - Conta Corrente a) Fornecimento de cartão com função débito; b) Fornecimento de 10 folhas de cheques/mês, desde que o correntista reúna os requisitos necessários à utilização de cheques; c) Fornecimento de segunda via do cartão acima referido, exceto nos casos de perda, roubo, danificação e outras situações às quais o banco não deu causa; d) Realização de até quatro saques/mês no caixa, inclusive por cheque ou cheque avulso, ou em terminal de autoatendimento; e) Fornecimento de até dois extratos com a movimentação do mês por meio de terminal de autoatendimento; f) Realização de consultas na internet (bankline); g) Realização de duas transferências mensais entre contas na própria instituição, no caixa, em terminal de autoatendimento e/ou pela internet; h) Compensação de cheques; i) Fornecimento aos consumidores pessoas físicas, até 28 de fevereiro de cada ano, a partir de 2009, de extrato consolidado discriminando, mês a mês, as tarifas cobradas no ano anterior em conta corrente. Conta Salário É uma conta destinada a receber salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. Nela, não são permitidos depósitos ou outros créditos. A movimentação total ou parcial da conta salário só pode ser realizada por cartão (cinco saques por mês), sem direito a talão de cheques. Outras formas de movimentação, tais como transferências por DOC/TED podem ser tarifadas. Portabilidade Salarial É a transferência contínua e automática dos valores depositados na conta salário para uma conta corrente, ou conta poupança ou conta de pagamento pré-paga, que o consumidor possua na mesma ou em outra instituição. A portabilidade salarial é gratuita, mas só é permitida para outra conta de mesma titularidade. O consumidor pode pedir a portabilidade no próprio banco em que possui a conta salário ou na instituição para a qual deseja transferir mensalmente o seu salário. O prazo para que a transferência comece é de até 10 dias úteis. O cancelamento da portabilidade salarial pode ser feito a qualquer tempo, basta fazer o pedido ao banco que detém a conta salário. O prazo para a conclusão do processo de cancelamento é de 5 dias úteis, a partir da solicitação. Conta de pagamento pré-paga é um tipo de conta disponibilizada por Instituições de Pagamento ou bancos e pode oferecer serviços de depósitos, transferências, entre outros. Entretanto, não disponibiliza todos os serviços de uma conta corrente. Produtos e Serviços Financeiros P ág in a6 Encerramento da Conta Corrente ou Poupança O encerramento da Conta Corrente ou Poupança deverá ser solicitado quando não houver mais interesse em movimentá-la ou quando terminar o vínculo empregatício, no caso de conta salário. Ao fazer o pedido de encerramento da conta corrente o consumidor deve exigir um documento impresso, caso seja formalizado em uma agência. Se o banco permitir o encerramento por meio eletrônico, o consumidor deve guardar o número de protocolo, e-mail ou outro documento que comprove a solicitação de encerramento. Se a conta foi aberta por meio eletrônico, o banco tem a obrigação de oferecer a possibilidade de encerramento por esse meio. Em caso de conta conjunta, todos os titulares deverão assinar o pedido ou nomear um representante para fazê-lo por procuração (exceto se houver cláusula contratual que preveja encerramento da conta por parte de apenas um dos titulares). Cheque É uma ordem de pagamento à vista e deve ser paga pelo banco no momento da sua apresentação. Os bancos podem recusar a entrega de talões de cheques a clientes cujo nome esteja incluído no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF). O emitente de cheques será incluído no CCF quando ocorrer devolução de cheques nas seguintes situações: falta de fundos na segunda apresentação (motivo 12), conta encerrada (motivo 13) e fraude (motivo 14). O banco é obrigado a comunicar ao cliente a ocorrência. Os estabelecimentos comerciais não são obrigados a aceitar cheques, mas em caso de recusa o consumidor deve ser informado previamente. Cheque Especial É um limite de crédito pré-aprovado, vinculado à conta corrente, que o banco coloca à disposição do consumidor. A taxa de juros desse crédito é uma das maiores do mercado e ao utilizar esse crédito, haverá cobrança de juros e IOF. Esses valores são calculados diariamente e cobrados proporcionalmente ao período do empréstimo. O extrato bancário deve informar qual é a taxa de juros cobrada pela utilização do cheque especial. Atualmente, o Conselho Monetário Nacional estabeleceu 8% ao mês como taxa máxima de juros de cheque especial. A instituição financeira é proibida de aumentar seu limite de crédito, sem sua prévia autorização. 2 - Produtos Bancários de Operações Ativas As operações bancárias ativas são os meios que as Instituições Financeiras utilizam para oferecer crédito e financiamento ao mercado. ❖ Crédito Direto ao Consumidor - CDC ❖ Cartão de Crédito Cartão de Débito e Crédito Também conhecido como dinheiro de plástico, eles contêm microchips que armazenam unidades digitais de valor que podem ser trocadas por bens e serviços, como o dinheiro tradicional. Esses cartões também são conhecidos por carteiras eletrônicas, tem o seu melhor uso como substituto do dinheiro em transações de pequeno porte. Os cartões magnéticos são utilizados para saques, extratos, autorizações para resgates e aplicações entre contas correntes e investimentos. O cartão tende a se tornar um cheque eletrônico, Produtos e Serviços Financeiros P ág in a7 com grande vantagem de redução de custo para os bancos, garantia de recebimento pelos estabelecimentos comerciais, rapidez nas operações de venda e eliminação das consultas prévias sobre a saúde financeira dos clientes, com economia de custos e de tráfego telefônico. Cartões de Débito Este cartão foi idealizado para garantia de venda, isto é, garante ao recebedor o crédito previamente aprovado para o usuário do cartão, que é um cliente preferencial. Há uma cobrança de juros sobre o saldo devedor no momento em que é efetuada a compra. Mas esse cartão poderá oferecer prazos, carências e taxas mais baixas do que as praticadas no mercado. Cartões de crédito O cartão de crédito se estabeleceu como uma das formas mais simples dos clientes adquirirem bens ou serviços, com a facilidade de terem um prazo para o seu pagamento, muitas vezes no valor à vista. E para quem vende há a garantia do recebimento da venda, havendo um estímulo no crescimento da aceitação dessecartão, apesar de suposta desvantagem pela demora no repasse do valor da venda. Existem dois tipos de cartões de crédito, quanto ao usuário: de pessoa física ou empresarial; e quanto à utilização: nacional ou internacional. A modernidade fez da pecúnia uma coisa obsoleta. Os cartões de crédito têm hoje maior poder liberatório que qualquer moeda, sendo mesmo o preferido nas transações comerciais, pela maior facilidade e segurança, que propicia aos contratantes. Há por trás de um cartão de crédito vários contratos, imprescindíveis à sua utilização: primeiramente, um contrato de crédito entre a entidade financeira e o usuário; depois, um outro contrato de crédito entre o comerciante e a entidade financeira; e, finalmente, o contrato entre o usuário e o comerciante, em que o pagamento será feito com o débito no cartão de crédito. A entidade financeira é denominada “emissora”, enquanto o comerciante (ou prestador de serviços), que o aceitará, se chama "fornecedor", e o usuário é o "titular do cartão". Ao emissor cabe a tarefa dedar lastro ao crédito, pois sua obrigação será pagar o fornecedor, ainda que não receba do "titular do cartão": é dele o maior risco da operação, razão porque lhe caberá o zelo de não conceder o crédito a que o não mereça. Naturalmente, será remunerado não só pelo titular do cartão, como também pelo fornecedor, já que concede crédito ao primeiro e facilita a venda para o segundo. O titular do cartão é o beneficiário do crédito concedido pelo emissor, e haverá de ser pessoa maior e capaz, para poder assumir as obrigações financeiras conexas ao uso do cartão, desde o pagamento das despesas, que fizer, até o pagamento do custo do crédito, que lhe foi dado pelo emissor. As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras estão sujeitas à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil, nos termos dos artigos 49 e 109 da Lei 4.595, de 1964. Todavia, nos casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de instituição financeira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central. O maior ganho das instituições financeiras e das administradoras de cartão de crédito se dá no momento em que o cliente opta em não pagar o total de sua fatura no mês Produtos e Serviços Financeiros P ág in a8 correspondente, parcelando assim a sua dívida a uma taxa de juros geralmente elevada. Os bancos só podem cobrar cinco tarifas referentes à prestação de serviços de cartão de crédito: 1. Anuidade; 2. Emissão de segunda via do cartão; 3. Tarifa para uso na função saque; 4. Tarifa para uso do cartão no pagamento de contas e, 5. Tarifa no pedido de avaliação emergencial do limite de crédito. O contrato de cartão de crédito pode ser cancelado a qualquer momento. No entanto, é importante salientar que o cancelamento do contrato de cartão de crédito não quita ou extingue dívidas pendentes. Assim, deve ser buscado entendimento com o emissor do cartão sobre a melhor forma de liquidação da dívida. Crédito Direto ao Consumidor - CDC Linha de crédito com objetivo de fomentar a atividade industrial e comercial, criando facilidades para o consumo: em período de rigoroso controle inflacionário é uma das primeiras e sofrerem restrições. O Crédito Direito ao Consumidor é o financiamento concedido por uma financeira para aquisição de bens e serviços por seus clientes sem propósitos específicos. Os próprios bens servirão de garantia à operação, ficando vinculados à financeira pela alienação fiduciária pela qual o cliente transfere a ela a propriedade dobem até o pagamento da dívida. O prazo do CDC varia de três a vinte de quatro meses e, normalmente financia de 50 a 80% do valor dobem. Muito utilizado na compra de veículos, móveis e eletrodomésticos Sempre que passível, o bem adquirido com o financiamento fica vinculado em garantia à operação. Crédito Direto ao Consumidor ou CDC, operações de credito concedidas pelos Bancos, ou pelas chamadas Financeiras, a pessoas físicas ou jurídicas, destinadas a empréstimos sem direcionamento ou financiamentos de bens ou serviços. É necessário ter uma conta corrente em um banco, por exemplo, com cadastro atualizado, sem restrições e limite de crédito aprovado. Depois de definido a limite, você pode acessar qualquer um dos Terminais de Autoatendimento, internet, agencias bancárias ou diretamente nos terminais eletrônicos, dependendo da linha a ser utilizada. CDC com Interveniência – CDCI São empréstimos concedidos às empresas clientes especiais dos bancos, geral mente empresas do comércio, que passam a ser o interveniente, para repasse aos seus clientes, de financiamentos vinculados à compra de um bem ou serviço específico, e amortizáveis em prestações iguais e sucessivas, com taxas pré ou pós-fixadas. Os prazos e taxas são idênticos aos do CDC, embora menores por não haver risco do banco no nível do cliente, e sim do interveniente. Crédito Direto – CD É uma modalidade do CDCI em que o banco assume a carteira dos lojistas e fica com os riscos do crédito. Para o lojista é interessante o CD, já que a perda do ganho financeiro do CDCI é compensado pela nenhum risco deperda. Crédito Automático por Cheque É um crédito concedido ao cliente preferencial, uma espécie de vendor para pessoa Produtos e Serviços Financeiros P ág in a9 física. OUTROS SERVIÇOS E PRODUTOS BANCÁRIOS Além de captarem recursos e emprestarem, os bancos oferecem uma série de outros produtos e prestações de serviços complementares com parceria com outras instituições financeiras ou até mesmo instituições próprias que fazem parte do mesmo conglomerado financeiro. Destacamos as principais delas abaixo: 1. Consórcios 2. Títulos de Capitalização 3. Letra de Câmbio 4. Seguros 5. Previdência Privada e complementar 6. Certificado de Depósitos Bancários (CDB). 7. Recebíveis de Depósitos de Cooperativas (RDC). 8. Dinheiro digital: Blockchain, Bitcoin e demais criptomoedas. 10. PIX - Pagamentos Instantâneos. 11. Correspondentes bancários. Consórcio O consórcio trata-se de uma parceria entre pessoas físicas e/ou pessoas jurídicas, cujo objetivo é a criação de uma poupança que possa ajudá-lo a adquirir certo bem ou algum serviço, cabendo a Administradora de Consórcio reunir os clientes interessados. Quando se fala em Administradora de Consórcios, entende-se que é a empresa pela organização e administração de grupos aderentes a esse sistema de aquisição de bens e serviços. Para a empresa atuar com o Sistema de Consórcios é necessária uma autorização do Banco Central, que como já foi discutido em questões anteriores, é o órgão normalizador e fiscalizador do Sistema. O consórcio teve início no país na década de 60, devido à baixa oferta de crédito dirigida diretamente ao consumidor, com isso funcionários do banco do Brasil criaram um fundo que fosse suficiente para a aquisição de automóveis para todos aqueles que dele participassem, dando origem, assim, ao Sistema de Consórcio no país. O consórcio é uma espécie de ferramenta que concede crédito de forma isenta de juros, cuja finalidade é a compra de bens de consumo. O consórcio foi um importante meio de crédito para empresas automobilísticas que chegaram ao país na época, tanto que em 1967, a Willys Overland do Brasil, chegou a possuir cerca de 55 mil consorciados, comprovando, assim, que o objetivo inicial do consórcio era relacionado à aquisição de automóveis, sendo que por muito tempo este era o único bem a ser adquirido por esse meio de crédito. No entanto, em 1979, o setor de consórcios começou a estudar a possibilidade de criação de grupos relacionados à compra de motocicletas, caminhões e eletroeletrônicos. Nos dias atuais, o consórcio se encontra mais consolidado, tanto que é possível adquirir desde imóveis a serviços. Além disso, este mecanismo movimentacerca de 14 bilhões de reais que corresponde a 1% do PIB, Produto Interno Bruto do Brasil. Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 0 Títulos de Capitalização A capitalização surgiu no ano de 1850, por meio de Paul Viget, na França, que era diretor de uma cooperativa de mineradores. O seu objetivo era criar um fundo que fosse uma espécie de auxílio financeiro aos que ele estivesse associado, assim ele formulou um modo pelo qual todos deviam contribuir mensalmente com certo valor, durante um período por ele determinado. Título de capitalização não é um investimento! É um tipo de aplicação na mesma modalidade de um seguro, cuja formação de capital é constituída em depósitos mensais ou num aporte único. Ao final do período de capitalização uma parte do saldo aplicado é resgatado, acrescido somente da correção monetária. Essa correção é feita de acordo com a Taxa Referencial (TR), a mesma que corrige a poupança. E, em caso de resgate antes do término da capitalização, o consumidor sofrerá perda de quantia considerável. É uma das piores aplicações disponíveis no mercado, mas todos os bancos negociam esse produto, já que é altamente rentável às instituições financeiras. A administradora divide o montante pago pelo consumidor em três: Quota de Capitalização, Quota de Carregamento e Quota de Sorteio. Do valor aplicado pelo investidor, a instituição financeira separa percentual para a poupança, outro para o sorteio e um terceiro para cobrir suas despesas. As primeiras parcelas pagas costumam destinar-se integralmente ao sorteio e às despesas de administração sem nenhum depósito para o aplicador. Os títulos de capitalização têm liquidez limitada, havendo uma carência para a retirada das parcelas depositadas, carência que pode variar de um a dois anos e na qual parar de pagar pode significar a perda de todo o valor já aplicado. Características ✓ Capital nominal: é o valor que o investidor vai resgatar ao final do plano. Sobre ele incidem correção e juros de 0,5% ao mês. ✓ Sorteios: podem ser semanais, mensais, etc. Alguns se baseiam em jogos, outros em sorteios próprios, outros misturam os dois. ✓ Prêmio: é quanto o investidor paga pelo título, podendo ser parcela única ou mensal (reajustadas pela TR). ✓ Prazo: os planos não podem ter prazos inferiores a um ano. ✓ Provisão para sorteio: é a parcela da prestação que irá compor o prêmio dos sorteados. ✓ Carregamento: é a parte da prestação que vai cobrir as despesas e o lucro da instituição. É a taxa de administração. ✓ Provisão matemática: é a parcela da prestação que vai compor a poupança do investidor. Normalmente, é corrigida pela TR mais juros de, no máximo, 0,5% ao mês. A partir Do sexto mês do pagamento (inclusive), a instituição é obrigada a destinar no máximo, 70% do prêmio para a provisão matemática. ✓ Carência para resgate: não pode ser superior a 24 meses. Se o prazo de pagamento do título for inferior a 48 meses, ela cai para 12 meses, no máximo. Letras de Câmbio Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 1 Título de crédito de caráter financeiro. A letra de câmbio tem caráter nominal e só pode ser transferida por endosso. Consiste numa ordem de pagamento em que uma pessoa ordena que uma segunda pessoa pague determinado valor para uma terceira. Deve trazer, de forma explícita, o valor do pagamento, a data e o local para efetuá-lo. A emissão da letra de câmbio denomina-se saque, pois quem emite o título expede uma ordem de pagamento à pessoa que deverá liquidar o valor determinado no título. LCAs e LCIs As LCAs (Letras de Crédito Agropecuário) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) são investimentos muito parecidos com o CDB, possuindo uma remuneração prefixada ou pós-fixada e com data de vencimento. A grande diferença é que a LCA e a LCI são produtos incentivados pelo governo, isentos de imposto de renda. O capital levantado, porém, deve ser alocado em um fim específico, no financiamento agropecuário ou imobiliário de terceiros. Com a isenção do imposto, a emissão destes títulos torna-se mais barata, incentivando o direcionamento de recursos para os setores em questão. Mas saiba que, para o investidor, a isenção não é garantia de retorno real ou de ser melhor que CDBs. De fato, o que acontece no mercado de LCA e LCI é que o retorno contratual nestes investimentos diminui. Por exemplo, para o mesmo emissor e vencimento, se uma CDB paga 105% do CDI com Imposto de Renda, uma LCA paga 90% sem imposto. Em comparação, uma LCA que paga 90% do CDI é pior em termos de retorno que um CDB que paga 120%. Em muitos casos, o benefício fiscal do investidor é anulado pela diminuição da taxa de retorno oferecida. Seguros Os seguros têm como intenção proteger o bem material do indivíduo ou o investimento deste. Por isso, foram criados diversos tipos de seguros, dentre eles destacam-se: o seguro rural, que ampara o agricultor caso aconteça algo com sua plantação; o seguro de imóveis, que ampara o segurado em caso de roubo ao seu domicílio, entre outros. Este tópico dará destaque aos seguros de vida e de carro que estão entre os mais utilizados pela população brasileira. Seguro de Vida O seguro de vida é uma espécie de contrato pelo qual a seguradora contratada é obrigada a pagar ao segurado ou dependente deste, certa quantia em forma de capital ou de renda, dada a constatação do evento previsto. Além do seguro de vida há outra espécie de seguro, o chamado seguro de sobrevivência. O que se chama de seguro de vida tem como caráter determinante a morte do segurado ou de terceiro, para a efetuação de seu pagamento. O seguro pode ser feito durante toda a vida do segurado, sendo o risco coberto a partir de sua morte, seja o período que for que ela ocorra. Com relação ao seguro de sobrevivência, sabe-se que o segurador está sujeito a pagar dada quantia ao segurado, quando ele atingir certa idade ou se for vivo há certo tempo, este contrato é de caráter temporário. O seguro de vida é um contrato com a seguradora para garantir proteção financeira para familiares e/ou pessoas que dependem de segurado, no caso de sua falta, ou para você mesmo, no caso de invalidez permanente ou de uma doença grave. O preço e taxas cobradas são estipulados no momento da contratação, de acordo com as coberturas selecionadas. A diferença básica entre o seguro de vida e o seguro de acidentes pessoais Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 2 é que o primeiro garante indenização para morte natural ou acidental, enquanto a cobertura de acidentes pessoais, como o nome indica, é válida somente para o caso de falecimento por acidente. Isso faz com que ambos também difiram em relação ao preço. Como o primeiro tem cobertura mais ampla, o seu custo é maior do que o de acidentes pessoais. Ambos diferem, ainda, em relação ao cálculo do prêmio (preço pago pelo consumidor para ter direito ao seguro). O seguro de vida é calculado de acordo com a idade. A maioria das seguradoras faz restrições a pessoas com mais de 65 anos. Seguro de vida não é herança, assim os beneficiários do seguro não são, necessariamente, os herdeiros do segurado. Na falta de indicação de beneficiários ou se por qualquer motivo não prevalecer a que foi feita, metade do capital segurado será paga ao cônjuge não separado judicialmente e o restante, aos herdeiros do segurado obedecida a ordem da vocação hereditária. Uma exceção à regra é o seguro de vida contratado como garantia de pagamento de dívidas, como, por exemplo, um financiamento imobiliário ou um empréstimo pessoal. É bom lembrar que todas as coberturas possuem exclusões e condições específicas que você deve avaliar com atenção. As coberturas são inúmeras e podem ser contratadas juntas ou separadas. Preste atenção aos riscos excluídos de indenização e às condições específicas do contrato. Seguro de Automóveis O seguro de automóveis é a espécie de seguro mais conhecidado país, isto se deve ao alto nível de automóveis roubados ou envolvidos em algum tipo de colisão, principalmente, em cidades grandes. Para algumas pessoas é melhor pagar o seguro do que enfrentar os prejuízos sozinhas, comprometendo o seu orçamento. Sobre os carros esportivos, pode-se dizer que eles são mais visados, por isso o seu seguro costuma ser maior do que os dos carros populares. A apólice de seguro é um contrato bilateral, oneroso, aleatório, solene. Gera direitos e obrigações, onde são definidos: o bem coberto; a importância segurada; a localização dobem; o período de vigência; os riscos assumidos pela seguradora e demais condições contratuais. Previdência Aplicação financeira que tem como principal objetivo garantir renda mensal ao consumidor, quando esse desejar se aposentar. Renda extra, complementar ao que é pago pela previdência oficial, mas não necessariamente um produto exclusivo para quem trabalha. É um investimento que necessita de longo prazo, já que só se torna interessante após muitos anos de aporte. Não pode ser resgatado em dois ou três anos, mas em até 35 anos de investimentos. Mais que isso, trata-se de uma renda complementar até o final da vida. Portanto, na hora da escolha, é preciso verificar o número de consumidores atendidos, o histórico da instituição, bem como sua saúde financeira. Informe-se junto aos órgãos de defesa do consumidor e à Susep (Superintendência de Seguros Privados) se a empresa tem algum tipo de reclamação. A previdência privada conta com uma fase de acúmulo, na qual o consumidor deposita uma quantia estabelecida mensalmente durante um período longo de tempo. É a fase em que será feita a capitalização do recurso. Depois vem a fase de renda, quando o Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 3 consumidor começa a receber os valores investidos na fase anterior. Os planos de previdência privada podem ser feitos por pessoas físicas e por empresas, inclusive micro e pequenas empresas. VGBL e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): ideal para pessoas que fazem a declaração simplificada de IR, para profissionais liberais e/ou para quem já contribui com mais de 12%, pois não é dedutível do imposto de renda. É o plano preferido dos brasileiros, representando cerca de 67% do montante total investido. PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): ideal para quem faz a declaração completa de imposto de renda, pois ele é dedutível em até 12% da base tributável do IR. Corresponde por cerca de 15% do volume total investido do setor. Independente do plano escolhido (PGBL ou VGBL), você precisará definir o regime de tributação que incidirá sobre seu investimento. Para isso, reflita sobre o tempo e o valor da aplicação. Suas opções são: Tabela progressiva - tributação é de 15% na fonte. Tabela regressiva - tributação diminui com o tempo. As taxas são as grandes vilãs de qualquer plano de previdência privada. Fique atento a elas. Taxa de carregamento: incide sobre as contribuições realizadas e variam de 0 a 3%. Taxa de administração: custo da gestão dos ativos que incide sobre a rentabilidade total da aplicação. Varia entre 1,5% e 3%. A taxa é a de maior impacto na aplicação. Taxa de saída: cobrada no caso do resgate antecipado da aplicação. Contudo, a maioria das seguradoras executa essa cobrança apenas nos primeiros anos. Algumas impõem prazos de carência para resgates e transferências externas parciais ou totais. Renda temporária: você recebe uma pensão por um período determinado. Porém, quando você morrer, o benefício “cessa”, mesmo que haja “saldo remanescente”. Renda vitalícia: você recebe uma pensão mensal enquanto viver, ou seja, o benefício cessa imediatamente quando do seu falecimento, independente de eventuais “saldos remanescentes”. Renda vitalícia reversível ao beneficiário: você recebe uma pensão mensal até falecer, e quando isso ocorrer, um percentual desse dinheiro é revertido a um beneficiário (indicado em contrato) até sua morte. Certificado de Depósitos Bancários (CDB). O CDB (Certificado de Depósito Bancário), por sua vez, é um produto financeiro que os bancos de investimento, os bancos comerciais e os bancos múltiplos emitem. Quando você compra um CDB, está emprestando dinheiro para que os bancos possam financiar as suas atividades de crédito. De modo geral, o CDB promove a captação de recursos de investidores. Estes, aliás, podem ser tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas. Além disso, o CDB está disponível em grande parte dos bancos. O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um tipo de dívida que os bancos emitem para financiar suas atividades. A grande diferença entre a poupança e o CDB é que este último geralmente possui prazo de validade e não tem liquidez, com exceção de um tipo especial com liquidez diária. Em outras palavras, quando um investidor compra um CDB tradicional, o dinheiro fica retido até a data de vencimento proposta no contrato. Para o caso de CDBs com liquidez diária, o investidor abre mão de maior rentabilidade pela Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 4 possibilidade de sacar no momento que quiser. Assim como a poupança, o CDB também é garantido pelo FGC. Porém, existe incidência de imposto de renda sobre o ganho de capital. A rentabilidade do CDB é definida de duas formas: prefixada e pós-fixada. Na prefixada, o investidor sabe exatamente quanto irá ganhar de retorno. Por exemplo, um CDB que paga 8% ao ano é prefixado, pois a taxa exata do retorno nominal ao investidor está explicitamente definida. Note, porém, que o retorno real não está definido, pois a inflação futura é desconhecida. Portanto, ao investir em CDBs prefixados, toma-se o risco de inflação. Se a inflação futura aumentar, pior para o investidor do prefixado. Os pós-fixados são a solução para o problema do risco inflacionário, o que justifica sua maior popularidade. No CDB pós-fixado o investidor não sabe exatamente quanto irá ganhar, mas sim a qual índice de mercado o retorno estará relacionado. O índice mais comum é o CDI (veja seção 2.3.3). Por exemplo, um CDB que paga 110% do CDI é pós- fixado. Após a compra do CDB, todos os retornos futuros do investimento serão atrelados à taxa corrente e atualizada do CDI. Neste caso, se o retorno interbancário subiu, então o retorno do CDB também irá subir. Outra fixação bastante comum é atrelar o retorno do CDB pós-fixado ao próprio índice de inflação, o IPCA. Um exemplo seria um CDB que paga IPCA + 4% anual. Recebíveis de Depósitos de Cooperativas (RDC). Sigla para Recibo de Depósito Cooperativo, essa é uma aplicação interessante pelas qualidades que oferece. É de renda fixa, o que traz maior proteção e previsão sobre o recebimento do dinheiro. O investimento funciona assim: quem aplica, destina um valor para que a cooperativa use em diversas operações. É o caso de empréstimos, financiamentos e operações bancárias, em geral. Em troca, o investidor recebe o dinheiro aplicado mais uma porção, que é a rentabilidade. Desse jeito, é possível conquistar uma remuneração bem atraente. A taxa de retorno acontece de maneira pré ou pós-fixada. No primeiro caso, você conhece o quanto vai ganhar, no momento do resgate. Já o contrato pós-fixado varia com um indicador. Normalmente, a opção escolhida é o CDI, que fica um pouco abaixo da taxa Selic. A liquidez é a capacidade que um investidor tem de transformar os seus investimentos em dinheiro. Quando precisa usar um valor imprevisto, por exemplo, contar com a liquidez é importante. Em geral, um maior nível de liquidez conduz a um aumento no nível de segurança. Ao entender o que é RDC, você verá que ele apresenta prazos variados e uma liquidez atraente. Quanto aos prazos de investimento, ele pode ser aplicado de forma curta ou longa, dependendo das suas necessidades. Em relação à liquidez, ela é diária. Ou seja, você pode resgatar o título a qualquer momento e até fazer retiradas periódicas,antes do vencimento. Por outro lado, vale considerar o investimento por mais tempo para pagar menos imposto. Essa aplicação é tributada pelo Imposto de Renda, segundo a tabela regressiva. Veja os prazos e as alíquotas sobre o rendimento: até 180 dias: 22,5%; https://www.msperlin.com/pirf/investindo.html#selic-cdi Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 5 de 181 a 360 dias: 20%; de 361 a 720 dias: 17,5% e mais de 720 dias: 15%. Então, embora você possa resgatar antes de 6 meses, vale considerar deixá-lo por mais tempo. Quanto mais tempo você deixa seu recurso aplicado, menos imposto de renda você paga. Os RDCs funcionam de forma muito parecida com os CDBs. A principal diferença é que enquanto os CDBs são emitidos por bancos, os RDCs são emitidos por cooperativas de crédito. Os recursos captados pela instituição são usados para financiar as atividades de crédito da organização, como empréstimos e outras operações. Dinheiro digital: Blockchain, Bitcoin e demais criptomoedas. As moedas digitais, também conhecidas como moedas virtuais ou criptomoedas, surgiram em 2009 e funcionam a partir de uma rede descentralizada (sistema ponto-a- ponto, do inglês peer-to-peer), possibilitando transferências de uma pessoa para outra sem a intermediação de um banco. Por isso, elas não se submetem à regulamentação de sistemas monetários nem à uma autoridade financeira, como o Banco Central do Brasil, o que implica em praticamente não haver burocracia na negociação. As primeiras experiências de uma moeda digital surgiram no final da década de 1980. Vejamos: • Ecash: primeira tentativa de criação de um dinheiro digital, criada em 1983 pelo criptógrafo americano David Chaum. É reconhecido como o projeto que deu as bases para o DigiCash. • DigiCash: foi lançado em 1989. Centralizado, usou um sistema de chaves criptografadas com algumas semelhanças ao sistema usado pelo bitcoin hoje. • Hashcash: de 1997, foi inicialmente concebido como uma forma de limitar o recebimento de spam, forçando o remetente a resolver um enigma computacional. A ideia não foi para a frente, nem como um mecanismo de proteção a spam nem como instrumento financeiro. Porém, serviu de base para a lógica de Prova de Trabalho – Proof of Work (POW) – na mineração do Bitcoin: para criarem novos Bitcoins, os mineradores precisam resolver enigmas. • B-money: de 1998, explorava uma forma de criar uma moeda anônima, dentro de um sistema distribuído, no qual o dinheiro era criado pela resolução de enigmas similares ao proposto pelo Hashcash. • BitGold: também de 1998, desenhou um algoritmo baseado em resolução de enigmas (POW) que ajudou a criar o modelo de consenso existente na blockchain do Bitcoin, em que os usuários da rede precisam aprovar as transações. • PayPal: de 1998, é um primeiro caso de disrupção do meio de pagamento mundial. O PayPal, em si, não é uma moeda, mas foi a primeira plataforma a possibilitar transações financeiras ao redor do mundo em qualquer moeda. Um artigo publicado no dia 18 de agosto de 2008 por Satoshi Nakamoto intitulado: “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System Bitcoin: um sistema de dinheiro eletrônico peer-to-peer, criou as bases para o surgimento do Bitcoin, uma moeda: https://www.idinheiro.com.br/investimentos/criptomoedas/como-ganhar-dinheiro-com-criptomoedas/ https://www.bcb.gov.br/ Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 6 1. Digital; 2. Neutra; 3. Independente; 4. Criptografada - garante a privacidade, elemento fundamental para que o dinheiro seja livre de verdade; 5. Baseada na tecnologia conhecida como Blockchain. Blockchain Em relação à segurança, normalmente, as moedas digitais utilizam a criptografia e a tecnologia blockchain para garantir que as transações ocorram de maneira tranquila na internet. A blockchain funciona basicamente assim: qualquer transação envolvendo moedas digitais é reunida em blocos, os quais se conectam a outros blocos através de códigos, formando uma rede de códigos, que é protegida por criptografia. A blockchain é uma espécie de “livro-razão”: ela registra todos os movimentos da transação, como a quantia, quem enviou, quem recebeu e o lugar onde fica registrada a movimentação dentro deste livro. Quando uma transação ocorre em uma blockchain, ela é agrupada em um “bloco” criptografado com outras transações que ocorreram no mesmo período de tempo – cada bloco contém uma espécie de carimbo com a data e o horário da transação. O bloco é então transmitido para a rede. A rede blockchain é composta por nós (nodes), que são participantes que validam e retransmitem informações de transação. Essa participação é voluntária e o benefício é o de garantir a integridade da rede. É a mesma lógica do Torrent, programa usado para baixar filmes, músicas e jogos. Quando uma pessoa baixa um arquivo, você “puxa” o arquivo de outra pessoa (outro nó da rede). Depois de baixado, você também se torna apto a compartilhar e distribuir o arquivo, tornando-se também, um novo nó. Para que serve a Blockchain? Ela permite retirar os intermediários da transação sem comprometer a confiança e a segurança entre as partes interessadas. A blockchain não vale somente para dinheiro – transações financeiras ou monetárias – mas também com documentos variados, como contratos, dados médicos, registros pessoais, identificações ou qualquer outro tipo de informação que necessite ser armazenada com segurança. Quais as principais características de uma Blockchain? • Mais que 50% dos participantes precisam concordar e sincronizar a cadeia de blocos para que as informações armazenadas sejam validadas; • Praticamente impossível alterar a informação gravada; • Cada novo bloco faz referência ao anterior, e, a cada nova entrada de ados, o último elo é verificado. • Utiliza criptografia em todas suas ligações, o que assegura que informações sigilosas possam ser armazenadas sem que nenhum ponto da rede tenha acesso ao conteúdo, que só se torna visível para quem possui a devida autorização. https://www.idinheiro.com.br/investimentos/criptomoedas/o-que-e-blockchain/ Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 7 Qual a vantagem da tecnologia da Blockchain? • Quando se trata do dinheiro, o blockchain permite que haja transferência internacionais em cerca de duas horas; • Agilidade na prestação de serviços e oferta de produtos; • Produtos mais baratos e menos burocráticos. Criptomoeda A primeira criptomoeda a aparecer no mercado foi o Bitcoin, criada em 2009 por Satoshi Nakamoto, que não se sabe ao certo se é um único programador ou grupo de programadores. Criptomoeda é o nome genérico para moedas digitais descentralizadas, criadas em uma rede blockchain a partir de sistemas avançados de criptografia que protegem as transações, suas informações e os dados de quem transaciona. Veja as características: ✓ Criptomoedas são moedas digitais porque, diferentemente do real, do dólar e de outras moedas que podem ser tocadas, elas só existem na internet. Ou seja, você sabe que elas são verdadeiras, mas não consegue pegá-las com as mãos – ou guardá-las na carteira, no cofre ou embaixo do colchão. ✓ Descentralizadas porque não existe um órgão ou governo responsável por controlar, intermediar e autorizar emissões de moedas, transferências e outras operações. Quem faz isso são os próprios usuários. ✓ Criadas em uma rede blockchain porque é essa tecnologia que está por trás das criptomoedas. Basicamente, blockchain é um sistema que permite o envio e o recebimento de alguns tipos de informação pela internet. Ela funciona como um grande banco de dados em que pedaços de código carregam informações conectadas, como blocos que formam uma corrente – por isso o nome “corrente de blocos”. ✓ E em sistemas de criptografia porque é essa camada de segurança, garantida pela blockchain, que possibilita a emissão e a transação de moedas virtuaisde forma mais segura. É dessa tecnologia, inclusive, que vem o nome criptomoeda – moeda criptografada. Como as criptomoedas são criadas? Como você viu, as criptomoedas nascem em redes blockchain. E é isso que as diferencia de outros criptoativos, como tokens e NFTs. E como acontece esse “nascimento”? Depende. As principais criptomoedas são mineradas. A mineração de criptomoedas é o processo responsável por validar os dados na blockchain. Nele, vários mineradores tentam achar a solução de equações complexas com seus computadores ao mesmo tempo, na base da tentativa e erro. Minerar criptomoeda não é uma tarefa simples. Para fazer isso, é necessário ter um computador com alta capacidade de processamento – muito mais do que os computadores pessoais comuns. Por isso, os mineradores compram máquinas específicas para minerar. É por meio desse processo que novas transações são validadas Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 8 e incluídas na blockchain, o banco de dados que registra todas as movimentações dos usuários. Quando os mineradores conseguem acertar os cálculos, eles recebem criptomoedas como pagamento, de forma automática. Isso acontece com o bitcoin e ether (da rede Ethereum). São essas moedas, enfim, que entram no mercado e passam a ser comercializadas. Vale destacar que existem criptomoedas que não precisam ser mineradas. É o caso do tether, por exemplo, que é emitido pela Tether Limited e pode ser comprado por quem tiver interesse. Para que servem as criptomoedas? Assim como toda moeda, como dólar e o real, as criptomoedas servem para comprar serviços e produtos online. Contudo, não é essa a principal função que as criptos ganharam ao longo do tempo. Por causa das tecnologias que muitas delas carregam, elas foram vistas como oportunidade de reserva financeira de longo prazo por muita gente. Veja as principais funções das criptos. Moeda digital Bitcoin (BTC) Como já mencionado no tópico anterior, o Bitcoin foi a primeira moeda digital a surgir no mercado, em 2009. Ele é criado por um complexo processo computacional conhecido como mineração (mining, em inglês), e, uma vez que utiliza blockchain/criptografia, seus arquivos não podem ser copiados/fraudados nem as transações serem rastreadas. O preço de Bitcoin, assim como das outras moedas virtuais, não tem um valor intrínseco, sendo determinado pelo quanto às pessoas estão dispostas a pagar por ele (você entenderá isso melhor no tópico sobre as cotações de moedas digitais). No momento em que escrevemos esse artigo, existem cerca de 19 milhões de bitcoins em circulação e ele é de longe a moeda com a maior capitalização de mercado, atingindo quase 400 bilhões de dólares. Um único Bitcoin, em sua máxima histórica, chegou a valer aproximadamente US$ 69.000, em novembro de 2021. Cada usuário do sistema do Bitcoin possui um par de chaves criptografadas pública e privada. As chaves públicas servem como endereço da conta. A chave privada dá acesso à moeda. A maior parte das carteiras, tanto de aplicativos quanto em carteiras físicas, convertem a chave privada em uma sequência de doze a 24 palavras que funcionam como um backup. São as chamadas “palavras-semente”. Se você perder o código, perdeu o Bitcoin. Ex: se eu quiser enviar Bitcoin para um terceiro, eu irei enviar para a chave pública desse terceiro. Mas para o terceiro receber os meus Bitcoins, ele precisará usar sua chave privada. As transações são validadas e adicionadas à blockchain através de um processo chamado “mineração”, que também é o método pelo qual novos bitcoins são criados. O limite de Bitcoins é de cerca de 21 milhões. Até 2019, 18 milhões já foram emitidos. Você pode aceitar Bitcoins como forma de pagamento por produtos ou serviços, ou então compra-lo em corretoras (exchanges) usando moedas correntes nacionais, ou também usando outras moedas digitais, como o Ether (ETH) e Litecoin (LTC), etc. Uma terceira forma seria através da mineração. Produtos e Serviços Financeiros P ág in a1 9 Outras moedas O mercado de moedas virtuais cresceu bastante nos últimos anos e já existem mais de 2 mil moedas negociadas. Como é praticamente impossível falar sobre todas, priorizamos as principais informações sobre as que atualmente estão no top 5 (lembrando que o valor delas varia bastante, então, quando você estiver lendo esse texto, já pode ter ocorrido alguma alteração). De todo modo, aqui estão as 20 outras moedas digitais que estão no top 100 e que já foram, em algum momento, bem avaliadas por especialistas, sendo consideradas as mais promissoras: Cardano, Bitcoin Cash, Polkadot, Stellar, Chainlink, Binance Coin, USD Coin, Wrapped Bitcoin, Bitcoin SV, Monero, EOS, TRON, NEM, THETA, Tezos, Neo, Crypto.com Coin, Synthetix, VeChain e Uniswap. Cotação das moedas digitais Diferentemente do que ocorre com as moedas tradicionais ou físicas, tais como: real, dólar e euro, a cotação das moedas digitais não tem relação direta com a política monetária imposta pelos governos. O principal fator que influencia na cotação é a proporção oferta x procura. Sendo assim, se mais pessoas estão interessadas em comprar, a cotação imediatamente sobe. Por outro lado, se há mais pessoas interessadas em vender determinada moeda virtual, a cotação cai. Um exemplo muito claro disso aconteceu em 2018, quando o preço do Bitcoin disparou no mercado e outras moedas digitais também tiveram uma valorização muito grande. Boa parte desse sucesso estava atrelado justamente ao fato de que muitas pessoas descobriram e passaram a investir no mercado das criptomoedas. Outro ponto bem interessante sobre a cotação das moedas digitais é que o mercado simplesmente não para. Ele funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana. Site para acompanhar a cotação O principal site no mundo para acompanhar o valor das moedas digitais em tempo real é https://www.idinheiro.com.br/investimentos/criptomoedas/cardano-ada/ https://www.idinheiro.com.br/investimentos/criptomoedas/bitcoin-cash/ https://www.idinheiro.com.br/investimentos/criptomoedas/polkadot/ https://www.idinheiro.com.br/financaspessoais/cotacao-do-dolar-como-funciona/ https://www.idinheiro.com.br/investimentos/criptomoedas/valor-das-criptomoedas/ Produtos e Serviços Financeiros P ág in a2 0 o Coinmarketcap.com. Lá, você pode conferir, também, o ranking das moedas virtuais e saber se estão em alta ou queda. Como comprar moedas digitais no Brasil? Você já sabe que as moedas virtuais são comercializadas pela internet, não é mesmo? Pois bem, para comprar e vendê-las basta entrar em sites nacionais especializados como o Mercado Bitcoin , o Foxbit e a Braziliex. Depois disso, crie a sua conta gratuitamente e informe o valor em reais ou a quantidade de moedas virtuais desejada para comprar ou vender. Porém, se preferir, você também pode fazer as transações em empresas internacionais, tais como: a Bitfinex e a Poloniex. Elas permitem que qualquer pessoa invista em moedas digitais (utilizando dólares). Como investir em moedas digitais? Há casos em que as criptomoedas apresentam retornos bastante significativos, mas precisamos ter muito cuidado ao colocar dinheiro nesse mercado. Vale destacar que você pode investir tanto por conta própria como por meio de uma corretora, a qual vai ficar responsável por intermediar as transações, mas cobra uma taxa sobre o valor da operação. As principais formas de adquirir criptomoedas são: peer to peer; exchange; fundos de investimento; ETF. Independentemente de qual seja a forma escolhida, caso você decida mesmo fazer esse tipo de investimento, saiba que o valor das moedas digitais oscila de maneira frequente, com várias quedas ou altas durante o dia. A dica dos especialistas é que você nunca invista mais do que 5% do seu patrimônio em moedas digitais, principalmente se você não possui segurança financeira nem reserva de emergências. Agora, veja como funciona cada forma deinvestir: Peer to peer Em português, peer to peer significa “pessoa para pessoa”. Nessa forma de investir em criptomoedas a negociação é de usuário para usuário da rede blockchain. Normalmente o acordo é feito em algum canal de conversa, sem intermediação. Exchange Exchanges são um tipo de corretora para negociações de criptoativos. Nessa modalidade, a corretora faz a intermediação da sua transação. O cadastro nessa plataforma é bem simples e demanda que você insira alguns dados pessoais para criar sua conta. Real digital: A moeda digital brasileira O tema moeda digital de banco central (da sigla em inglês CBDC, Central Bank Digital Currency) tem chamado a atenção da comunidade global de bancos centrais. Uma parte significativa deles, representando quase a totalidade do PIB mundial, está estudando, explorando ou testando projetos, aspectos operacionais e tecnológicos de um sistema de CBDC. A maior parte dos países vê nas CBDCs o potencial de melhorar a eficiência do mercado de pagamentos de varejo e de promover a competição e a inclusão financeira para a população ainda inadequadamente atendida por serviços bancários. A crise da pandemia evidenciou a importância de os instrumentos digitais de pagamentos https://coinmarketcap.com/ https://apretailer.com.br/click/63583d502bfa81345432c379/178793/257941/subaccount https://foxbit.com.br/ https://braziliex.com/ https://www.bitfinex.com/ https://poloniex.com/ https://www.idinheiro.com.br/investimentos/como-investir-dinheiro/ https://www.idinheiro.com.br/investimentos/melhores-corretoras-de-valores/ https://www.idinheiro.com.br/investimentos/criptomoedas/peer-to-peer/ https://www.idinheiro.com.br/investimentos/criptomoedas/fundos-de-criptomoedas/ https://www.idinheiro.com.br/financaspessoais/reserva-de-emergencia/ https://www.idinheiro.com.br/investimentos/criptomoedas/peer-to-peer/ Produtos e Serviços Financeiros P ág in a2 1 chegarem aos segmentos mais vulneráveis e afetados da população. No Brasil, o BC vem acompanhando o tema há alguns anos e em agosto de 2020 organizou um grupo de trabalho, constituído pela Portaria nº 108.092/20, para a realização de estudos sobre a emissão de uma moeda digital pela instituição. O grupo teve representantes de todas as áreas do BC e contou com o envolvimento direto dos departamentos de Assuntos Internacionais, Estudos e Pesquisas, Meio Circulante, Monitoramento do Sistema Financeiro, Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos, Promoção da Cidadania Financeira, Regulação, Supervisão e Conduta e, ainda, de Tecnologia da Informação, além da Procuradoria do BC. A moeda digital brasileira atenderá pela sigla CBDC que corresponde à Central Bank Digital Currency e funciona como a versão virtual do dinheiro de um país. O Brasil ainda não emite o real digital, mas a tecnologia está na pauta do Banco Central. A agenda para a implementação do CBDC está prevista para iniciar em 2022. Basicamente, cada país é soberano na emissão do dinheiro que entra em circulação e pode ser movimentado pela população. Hoje, todo dinheiro regulado pelo Banco Central é emitido em espécie, ou seja, é um papel moeda que corresponde à riqueza que circula e é regulada pelo Banco Central, operada pelas instituições autorizadas como bancos e instituições financeiras. O Banco Central dedica 1% do PIB anual, que é a riqueza de bens e serviços produzidos no país, para a emissão, impressão, tutela, transporte e segurança do papel moeda. Em 2020, com a pandemia, houve um aumento na demanda pela impressão de dinheiro. A autoridade reguladora chegou a emitir a nota de R$ 200 para atender à demanda do dinheiro em espécie que entrou em circulação. Mas segundo o analista Fabio Araujo, da Secretaria Executiva do Banco Central, a tendência de longo prazo é diminuir a impressão – assim como hoje praticamente não se usa o formato cheque, apesar de ser uma opção ainda disponível. “A gente não tem interesse em acabar com o dinheiro papel, essa é uma escolha das pessoas e nós queremos dar conveniência para que elas possam optar por não usar o papel. A gente não pretende proibir o papel moeda. As alternativas têm de estar abertas às pessoas para elas fazerem o mais conveniente”, explica Araújo. Apesar de as transações financeiras já acontecerem em formatos digitais como pagamentos, transferências e Pix, o dinheiro que circula virtualmente também existe em espécie. Com a emissão da moeda digital, o Banco Central emitirá dois formatos: o impresso e o digital. A moeda digital será similar ao bitcoin, porém regulada pela autoridade monetária dos países. Entenda a diferença entre o bitcoin e a moeda digital Há diferenças importantes entre o bitcoin e a moeda digital. O bitcoin é uma criptomoeda emitida e distribuída de forma descentralizada, com regras de autogestão pela própria rede de usuários, sem intermediação de uma instituição. Já a moeda digital, como o real digital, nasce a partir de uma política implementada por uma autoridade monetária nacional. As regras são claras e só operam os agentes autorizados. Produtos e Serviços Financeiros P ág in a2 2 Outra questão importante é sobre o uso que se pode fazer com as moedas. Enquanto a bitcoin funciona como um ativo financeiro que só pode ser liquidada em uma moeda nacional ou negociada em ativos no mercado, o real digital poderá ser usado para pagar contas, transferir dinheiro, investir, assim como fazemos com o dinheiro em espécie. “A CBDC entra como uma forma nativa de liquidar transações nesse mercado com características cripto. A intenção não é levar a moeda para o mercado cripto, é trazer características hoje disponíveis apenas no mercado cripto para dentro do perímetro regulatório do Banco Central, para você permitir uma inovação maior”, explica Araújo. A vantagem de criar um ambiente para negócios em moeda digital é justamente garantir segurança para operações voláteis. Segundo Araújo, muitas vezes acontecem prejuízos importantes porque as pessoas investem sem entender os riscos. “Os casos estão cada vez mais frequentes, então é melhor trazer as características deste mercado cripto para dentro de um ambiente seguro para que as pessoas tenham acesso a esse serviço”, complementa. Entenda por que a moeda digital aumenta a cibersegurança O Banco Central programa que o desenvolvimento da plataforma integrada de operação em moeda digital deve entrar na agenda a partir de 2022. Isso porque as soluções de segurança terão de ser robustas e integradas ao atual ecossistema financeiro nacional. A infraestrutura de operação financeira do Banco Central nunca teve registro de falhas, porém, a moeda digital pode acentuar os golpes e fraudes. Uma questão central é a segurança pública. No caso do pagamento com Pix, por exemplo, houve aumento do sequestro das vítimas para saque. O Banco Central limitou o valor para transferência à noite, mas a solução nem sempre estará ao alcance da autoridade financeira. Araújo explica que o BC pode adotar regras que reduzem o risco, como foi o caso do Pix ou mesmo programar a carteira digital para só funcionar em determinada localização geográfica. “É uma questão de engenharia social ou de segurança pública, que escapa do escopo do Banco Central. Mas se a tecnologia puder ajudar, vamos implementar”, conclui. As fraudes e golpes digitais também são uma preocupação, pois a cada anúncio do BC as táticas criminosas são atualizadas. Os ataques normalmente ocorrem à margem do sistema financeiro nacional. As vítimas são cooptadas por métodos de phishing ou roubo de senhas. Neste caso, é o próprio consumidor que vulnerabiliza as informações, enganado por um golpista ardiloso. Se um criminoso tiver acesso ao login e à senha do banco, o acesso poderá ser concedido. O universo tecnológico proporciona cada vez mais facilidades para transações, compras, vendas e pagamentos. Mas é importante o consumidor estar atento para os dados pessoais e financeirose adotar uma conduta preventiva desde já. Mesmo assim, a engenharia social, ou seja, táticas enganosas para roubar informações ou dinheiro não são previsíveis. Da mesma forma, os ataques hackers a e-mails ou outras contas pessoais onde possam estar guardadas suas informações também são usuais. Todos os cuidados são importantes. Além do uso atento, o monitoramento regular do CPF é uma estratégia https://www.serasa.com.br/carteira-digital https://www.serasa.com.br/premium/blog/o-que-e-phishing Produtos e Serviços Financeiros P ág in a2 3 inteligente para aumentar a sua segurança. As moedas digitais vão substituir as moedas tradicionais e o dinheiro físico? Essa é uma discussão muito válida e que vem, cada vez mais, intrigando desde pessoas comuns até economistas e outros especialistas do mercado financeiro, principalmente por causa da digitalização dos bancos e dos processos bancários. O estrategista do Deutsche Bank, 17º maior banco do mundo, Jim Reid, acredita que até 2030 as moedas digitais vão, sim, substituir o dinheiro físico. Ele diz que: “os benefícios das criptomoedas, como segurança, velocidade, taxas baixas de transação, facilidade de armazenamento e “relevância na era digital” podem ajudar a impulsionar a adoção em massa nos próximos anos”. Aqui no Brasil, Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, falou, em 2020, sobre a criação de uma moeda digital brasileira, o real digital. Mesmo assim, a substituição de ativos físicos pelos digitais ainda encontra muitos obstáculos. Nas palavras do presidente: “nós estamos avançando nesse caminho de ter uma moeda digital, ter um processo mais digital, mas isso não significa que vai substituir a moeda física totalmente em um primeiro momento, e isso também não quer dizer que o intuito é fazer moeda só para câmbio ou só para um produto. Não. O intuito é ter uma moeda digital como um todo. É ter o real digitalizado”. Uma grande parte desse obstáculo é o fato de ainda termos uma população considerável que não tem conta em banco ou que é pouco familiarizada com o meio digital. Mas, talvez, esse problema já não seja tão considerável. Isso porque, segundo dados do Banco Central, com a pandemia do coronavírus, quase 10 milhões de brasileiros abriram conta em instituições financeiras para receber benefícios, por exemplo. Mesmo assim, 36 milhões de pessoas ainda estão fora do sistema financeiro. Portanto, ainda precisamos avançar muito, em termos de inclusão digital, para que possamos falar em substituição do dinheiro físico. Conclusão Como você viu, embora tenha surgido há mais de 10 anos, com o Bitcoin, o mercado de moedas digitais está em constante evolução. Hoje, temos uma infinidade de opções para explorar. A tecnologia por trás das criptomoedas é muito interessante e diferente de tudo o que conhecemos sobre o dinheiro físico. Por causa de suas vantagens, não é à toa que os bancos estão cogitando utilizá-la nas transferências interbancárias. Mesmo assim, ainda não se sabe, ao certo, qual o futuro desses ativos. Mas, se você quer começar a investir nesse mercado, vale estudar bastante para entender como funciona, os riscos e o processo de compra e venda. Quando decidir investir, reserve uma pequena parte do seu dinheiro que você sabe que não vai precisar no médio/curto prazo. Lembre-se, investir em moedas digitais pode gerar um grande retorno no longo prazo, você deve ter cuidado, porque os riscos Produtos e Serviços Financeiros P ág in a2 4 envolvidos permanecem muito altos. PIX - Sistema de Pagamentos Instantâneos. O nome “Pix” não é nenhuma sigla, mas um termo, escolhido pelo Banco Central, que remete a conceitos como tecnologia, transação e pixel. O Pix é um novo meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, que se utiliza da tecnologia blockchain e vai representar uma opção ao lado de TED, DOC e cartões para que pessoas e empresas façam transferências de valores, realizem ou recebam pagamentos. Com o Pix, as pessoas físicas e jurídicas poderão, segundo anunciam as empresas do setor financeiro na mídia, realizar essas transações em menos de 10 segundos, usando apenas aplicativos de celular. Apesar de criado pelo Banco Central, serão as instituições financeiras (bancos tradicionais, bancos digitais, fintechs, cooperativas de crédito e afins) que irão oferecer este serviço. Gratuito para pessoas físicas, inclusive MEIs (microempreendedores individuais). Por sua vez, entre as instituições e atores mais impactados estão: bancos, bandeiras de cartão, adquirentes, empresas, estabelecimentos comerciais, consumidores, fintechs, startups. Para usar o serviço, o cliente deverá ter uma conta corrente, conta poupança ou uma carteira digital de uma instituição financeira com cadastro no Pix. A opção estará dentro do aplicativo bancário e no internet banking do cliente, assim como já estão outras funcionalidades, como DOC e TED. Para aderir ao Pix, o cliente deverá criar a “chave Pix”. Para isso, a pessoa deverá usar os canais de atendimento do banco ou instituição financeira onde tem conta. Limite de valor nas transações via Pix Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entretanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Os usuários podem solicitar ajustes nos limites estabelecidos, devendo a instituição acatar imediatamente a solicitação caso o pedido seja para redução de valor. Correspondentes bancários. O Banco Central define correspondente bancário como “empresa contratada por instituições financeiras e demais instituições autorizadas pelo Banco Central para a prestação de serviços de atendimento aos clientes e usuários dessas instituições.” Em outras palavras é uma empresa não bancária (pessoa jurídica) responsável por mediar instituições financeiras e clientes. Essas empresas realizam operações de crédito e outros serviços, em nome de um banco, e podem estar conveniadas a mais de uma companhia. Entre os correspondentes mais conhecidos encontram-se as lotéricas e o banco postal, marca utilizada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT. O principal objetivo é levar serviços bancários à maior parte da população, estender a lugares onde não há agência dos principais bancos, por exemplo. Dessa forma, consegue acelerar o atendimento ao cliente e facilitar o acesso ao crédito. Além disso, muitas organizações Produtos e Serviços Financeiros P ág in a2 5 apostam em parcerias de vendas com outras empresas para alcançar um maior número de clientes. Por exemplo, várias fintechs, companhias especializadas em finanças, concedem crédito, mas precisam de instituições parceiras para emitir propriamente o capital e outras para captar público. Para quê serve um correspondente bancário De acordo com a regulamentação do Banco Central, essas instituições podem realizar serviços financeiros variados, como: ✓ Recebimentos e pagamentos de contas qualquer natureza. ✓ Recepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de depósitos à vista e a prazo. ✓ Coleta de informações cadastrais e análise de crédito. ✓ Serviços de cobranças. ✓ Ordens de pagamento. ✓ Solicitação de empréstimos pessoais, empresariais e financiamentos. ✓ Solicitação de cartão de crédito e débito para trabalhadores e aposentados. ✓ Realização de recebimentos, pagamentos e transferências eletrônicas visando à movimentação de contas de depósitos de titularidade de clientes mantidas pela instituição contratante. ✓ Aplicação e resgate em fundo de investimento. ✓ Realização de operações de câmbio de responsabilidade da instituição contratante. Como funciona o correspondentebancário Um correspondente bancário pode não só representar um serviço financeiro de um banco, mas também usar os recursos deste para conceder crédito. Muitas companhias que oferecem empréstimo, por exemplo, fecham parcerias com outras com público propenso à contratação do recurso. Assim, suponhamos que uma pessoa queira reformar a casa própria com uma equipe de arquitetos, mas não tem dinheiro para pagar tudo. A empresa responsável pela obra pode indicar o cliente à instituição de crédito imobiliário. Em troca, os parceiros recebem uma bonificação. Quando uma organização não tem um fundo creditório próprio, de onde emite o capital, também precisa recorrer a bancos maiores e reconhecidos para isso. Vantagens e cuidados O correspondente bancário facilita o acesso a inúmeras operações, sem que você precise se deslocar até uma agência. Assim, ganha tempo, pode continuar no conforto do seu lar e não corre perigo na rua. Também é possível resolver tudo em um lugar só. Por exemplo, uma padaria, além de vender produtos próprios, pode disponibilizar saques, pagamento, abertura de contas, recarga de celular e seguros. Poderia até oferecer empréstimos, mas isso não costuma acontecer, pois a operação é um pouco mais rebuscada. Outra vantagem é que é muito mais barato para os bancos e financeiras ter correspondentes em diferentes lugares em vez de instalar várias agências ou caixas eletrônicos. Com custos baixos, as empresas credoras também conseguem oferecer Produtos e Serviços Financeiros P ág in a2 6 condições de pagamento melhores. Então, no caso de empréstimos e financiamentos, você encara juros bem menores que a média, e prazos mais longos. Por outro lado, é importante ressaltar o que essas empresas NÃO podem fazer, segundo a lei. Estão proibidas de: Cobrar pagamento adiantado. Impor tarifas sobre o serviço de intermediação prestado. Liberar empréstimo sem ter parceria com um banco. 5 dicas para evitar golpes Agora que você já sabe o que essas companhias não podem fazer, saiba como se livrar de fraudes e garantir uma experiência segura. Portanto, desconfie se a instituição se diz correspondente, mas não tem ligação com organizações bancárias. E nunca deposite antecipadamente as parcelas ou tarifas pelo serviço. 1.Consulte o CNPJ e a Razão Social da empresa no Banco Central. Para saber se a empresa realmente existe entre no site da Receita Federal para saber se é verdadeiro 2.Verifique o certificado de segurança do site. Antes de navegar no site, você deve verificar se tem o certificado de segurança. Fica do lado esquerdo do campo da URL, onde está escrito “seguro”. Observe, ainda, o rodapé da página inicial, onde deve haver um selo SSL, um padrão global em tecnologia de segurança. 3. Veja a reputação da empresa na internet. Entre em sites como Reclame Aqui, procure pelo nome da empresa e confira as avaliações dos consumidores. Não deixe de pesquisar nas redes sociais. Assim, além de perceber a credibilidade, também é possível verificar outras opiniões. É importante, ainda, ver como é apontada pela mídia e se já foi mencionada em reportagens ou anúncios da TV. 4. Não pague parcelas adiantadas ou taxa de avalista. Saiba que nenhuma empresa pode cobrar quaisquer taxas para liberar o crédito (taxa de avalista). Assim como não pode exigir pagamento adiantado. Se isso ocorrer, desconfie. 5. Avalie o contrato com cuidado. Quando o empréstimo estiver em fase de fechamento, leia o contrato com atenção. Se possível, avalie o documento junto de um profissional da área. Inclusive, é importante destacar que quando as instituições contam com bancos parceiros para emissão de crédito, o contrato pode vir com nome de outras empresas diferentes de onde você fechou negócio. Se tiver qualquer dúvida quanto a isso, contate a empresa antes de assinar o documento.
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