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Relatório de estágio (1) 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL 
LABORATÓRIO DE ESTUDOS E PRÁTICAS SOCIAIS 
 
 
 
CIENY LOPES FERREIRA 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO PESSOA 
JUNHO, 2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL 
LABORATÓRIO DE ESTUDOS E PRÁTICAS SOCIAIS 
 
 
CIENY LOPES FERREIRA 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
 
Relatório das atividades desenvolvidas 
durante o período de Estágio 
Supervisionado I, componente 
obrigatório na grade curricular do curso 
de Serviço Social, sob a orientação da 
Prof. Dra. Maria do Socorro de Souza 
Vieira e das supervisoras de estágio 
Erika Araújo e Kassandra Queiroga, no 
semestre de 2021.2. 
 
JOÃO PESSOA 
JUNHO, 2022 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. APRESENTAÇÃO 
2. HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
3. DESAFIOS NA ATUALIDADE 
4. ASSISTÊNCIA SOCIAL EM JOÃO PESSOA 
5. CRAS PADRE ZÉ 
6. CENTRO DE REFERÊNCIA DA PESSOA IDOSA 
7. ESTÁGIO SUPERVISIONADO E O SERVIÇO SOCIAL 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
9. REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. APRESENTAÇÃO 
 
O presente relatório refere-se à experiência de Estágio Supervisionado I, 
realizado no Centro de Referência Municipal da Pessoa Idosa, localizado na rua Ana 
Guedes Vasconcelos, Altiplano e no Centro de Assistência Social (CRAS) Padre Zé, 
situado na rua Prefeito José de Carvalho, 116, bairro Treze de Maio, ambos vinculados 
a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, SEDHUC. 
O estágio supervisionado é uma atividade obrigatória na grade curricular do 
curso de Serviço Social que promove o desenvolvimento da formação profissional do 
aluno, por meio da relação teoria-prática. Através do estágio, o aluno conhecerá o dia 
a dia da profissão e a dinâmica de funcionamento da instituição que o receberá, sendo 
necessário o acompanhamento de um professor orientador e uma assistente social 
que supervisione o estagiário em seu campo. 
Também será feita uma breve contextualização da Política de Assistência 
Social no Brasil e em João Pessoa. O estágio foi orientado pela Profa. Dra. Maria do 
Socorro de Souza Vieira e supervisionado pelas assistentes sociais Erika Araújo e 
Kassandra Queiroga. O estágio ocorreu em períodos alternados de manhã e tarde, no 
período de 09/03/2022 a 23/06/2022, com carga horária de 180 horas. 
 
 
2. HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
 
A assistência social tem sua origem vinculada a práticas filantrópicas e de 
caridade, com ações fundamentadas no clientelismo e cunho religioso, sendo definida 
como uma área não política. Na década de 1940, durante o Estado Novo, foi criada a 
Legião Brasileira de Assistência (LBA), considerada a origem da assistência 
institucionalizada no Brasil, tinha grande participação feminina (mais especificamente 
das esposas dos políticos da época) e caráter puramente caritativo e assistencialista. 
Foi necessário um longo processo histórico marcado por lutas e entraves para que 
 
 
 
 
essa política fosse, de fato, reconhecida como um direito do cidadão, feito que 
aconteceu tardiamente no Brasil. 
Foi só a partir da Constituição Federal de 1988 que a Assistência Social foi, de 
fato, legitimada como uma política pública e dever do Estado, sendo considerada 
também como um dos tripés da Seguridade Social, já que as demais constituições só 
mencionavam o acesso a previdência e a saúde. As novas diretrizes contidas na 
Constituição previam maior responsabilidade do Estado na regulação, financiamento 
e provisão de políticas sociais. Os artigos 203 e 204 da Constituição Federal, 
determinam que 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência 
e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa 
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios 
de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, 
conforme dispuser a lei. 
VI - a redução da vulnerabilidade socioeconômica de famílias em 
situação de pobreza ou de extrema pobreza. 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão 
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no 
art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes 
diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as 
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos 
respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a 
entidades beneficentes e de assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, 
na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a 
programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por 
cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos 
no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - serviço da dívida; 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados. 
 
 
 
 
 
Em 1993 foi sancionada a Lei 8.742, a chamada Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS), instrumento fundamental na política de assistência, que tem como 
princípios o atendimento às necessidades sociais, a universalização dos direitos, 
respeito a dignidade do cidadão, a igualdade de direitos no acesso ao atendimento e 
a divulgação ampla dos benefícios. Na Lei está disposto também sobre a organização 
e a gestão da política de assistência, prevendo seus objetivos, serviços, programas, 
benefícios, suas diretrizes, as incumbências de cada esfera (União, Estado e 
Município) e seu financiamento. 
Seguindo a ordem cronológica de criação e aprovação, a Política Nacional de 
Assistência Social (PNAS) teve a sua aprovação em 2004, apresentando as diretrizes 
para efetivação da Assistência Social como direito de cidadania e responsabilidade 
do Estado. Já a Norma Operacional Básica (NOB/SUAS), foi aprovada no ano de 2005 
pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e apresenta os eixos 
estruturantes necessários para a implantação e consolidação do SUAS no Brasil. 
Tendo a sua criação em 2005, o Sistema Único de Assistência Social surge 
com o ideal de transformação do assistencialismo tradicional e da fragmentação de 
ações para um conjunto de estratégias capazes de promover um crescimento nas 
ações governamentais de assistência às camadas da sociedade em vulnerabilidade 
social. O SUAS foi instituído como lei em 2011 e “tem como objetivo identificar os 
problemas sociais na ponta do processo, focando as necessidades de cada município, 
ampliando a eficiência dos recursos financeiros e da cobertura social” (BOSCARI; 
SILVA, 2015, p. 115). 
Entre as razões que tardaram o reconhecimento da assistência social como 
direito, estão os interesses clientelistas dos governantes, na intencionalidade de 
implementar políticas de governo influenciadas por interesses político-econômicos, 
distanciando da razão de ser uma política social enquanto direito constitucional. Além 
disso, a dificuldade de distinção entre assistência social e filantropia, colabora para 
percepção até os dias atuais, da “assistência social como um dever moral”, o que 
dificulta o reconhecimento da política com direito garantido por lei. 
É importante refletirsobre as ações político-administrativas que estruturam a 
Política de Assistência Social, que é fundamentada na tecnocracia e que se opõe a 
 
 
 
 
participação popular nas tomadas de decisões públicas, o clientelismo e 
patrimonialismo a brasileira caracterizado pelas relações em troca de favores políticos 
e pela descentralização político-administrativa na articulação das ações nas três 
esferas de poder (estadual, municipal e federal). 
 
 
3. DESAFIOS NA ATUALIDADE 
 
Quase três décadas se passaram desde que a Assistência Social foi legitimada 
como uma política pública, mas as suas raízes históricas, tão presentes na 
contemporaneidade, acabam criando ainda mais dificuldades para que essa política 
seja, de fato, consolidada e efetivada. O patrimonialismo, vigente desde o período 
monárquico, agora se manifesta de maneira diferente, assumindo uma máscara 
capitalista, mas que ainda é marcado pela confusão entre interesses pessoais e 
públicos. 
A trajetória de afirmação da Assistência Social como política social, 
demonstra que as inovações legais estabelecidas na Constituição 
Federal, na LOAS, na Política Nacional de Assistência Social e na 
Norma Operacional Básica/SUAS, por si sós, são incapazes de 
modificar de imediato o legado das práticas de assistência social 
sedimentadas na ajuda, na filantropia e no clientelismo. (LONARDONI 
et al., 2008) 
 
Por conta desses aspectos mencionados, as políticas sociais no Brasil acabam 
tendo dificuldades para serem universalizadas e, além disso, são subordinadas aos 
interesses econômicos das classes dominantes. Vale ressaltar também que, em uma 
sociedade capitalista, as políticas de proteção social não têm apenas o intuito de 
assegurar direitos, mas também de promover a manutenção da força de trabalho. 
A pandemia da COVID-19 no Brasil, que se instalou em março de 2020, 
escancarou de vez as desigualdades de gênero, cor e renda presentes em nossa 
sociedade, onde as condições de vida e de saúde da população que já era vulnerável, 
agravou-se ainda mais. Ficou notório o aumento na quantidade de pessoas que estão 
em situação de rua neste período pandêmico, já que houve um crescimento 
 
 
 
 
exorbitante na taxa de desemprego. Ainda que o vírus tenha atingido todas as classes 
sociais, seu impacto foi maior em quem não tinha condições de executar as medidas 
de prevenção que foram estabelecidas. A falta de políticas e projetos sociais dificultou 
muito mais a vida da população que já se encontrava em situação de vulnerabilidade 
social, distanciando-os ainda mais da possibilidade de mudança dessa condição. 
Como principal estratégia de enfretamento, o Governo Federal utilizou 
programa de transferência de renda – Auxílio Emergencial, com uma gestão de 
desconexão entre políticas sociais essenciais à sobrevivência humana. Além de 
executar o benefício pecuniário “por fora do SUAS”, ocasionando constrangimentos e 
iniquidades no acesso do benefício, pois além de toda burocracia, era necessário o 
acesso a um telefone celular, algo que nem todos têm acesso. 
Sendo assim, inserido na conjuntura de contrarreformas e de destituição dos 
direitos sociais, o SUAS se depara com condições que dificultam ainda mais seu pleno 
funcionamento, requerendo mudanças capazes de romper com esse legado 
assistencialista e clientelista, advindo de uma cultura política patrimonialista e alheio 
às reais necessidades e direitos da população. 
 
4. ASSISTÊNCIA SOCIAL EM JOÃO PESSOA 
 
 A Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (SEDHUC) é o órgão 
responsável pela implementação do SUAS no munícipio de João Pessoa. O órgão 
desenvolve e monitora ações no âmbito das proteções sociais de básica, média e alta 
complexidade, englobando serviços como Centro de Referência em Assistência Social 
(CRAS), Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), Bolsa 
Família, acolhimento institucional para crianças, adolescentes, adultos, famílias e 
idosos, além do suporte e acompanhamento da população em situação de rua no 
município de João Pessoa.1 
O SUAS, amparado pela LOAS, está organizado em dois níveis de proteção: 
Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade, 
 
1 Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa. 
 
 
 
 
onde cada um desses níveis apresentam especificidades que caracterizam os 
serviços que são ofertados. 
 A Proteção Social Básica 
tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do 
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento 
de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive 
em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação 
(ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, 
dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de 
pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por 
deficiências, dentre outras). (PNAS, 2004, p. 33) 
 
Na Proteção Social Básica são desenvolvidos os serviços de proteção e 
atendimento integral à família (PAIF), serviço de convivência e fortalecimento de 
vínculos e o serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com 
deficiência e idosas. Os serviços são ofertados no Centro de Referência de 
Assistência Social, que é considerado a “porta de entrada” para os serviços 
socioassistenciais. No município de João Pessoa existem 11 CRAS, sendo eles: 
CRAS Alto do Matheus, CRAS Cristo Redentor, CRAS Cruz das Armas, CRAS 
Gervásio Maia (Gramame), CRAS Grotão, CRAS Ilha do Bispo, CRAS Mandacaru, 
CRAS Mangabeira, CRAS Padre Zé, CRAS São José e CRAS Valentina. 
Já as instituições de Proteção Social Especial de Média Complexidade, 
“oferecem atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos 
vínculos familiar e comunitário não foram rompidos” (PNAS, 2004, p. 38). São 
ofertados os serviços de proteção e atendimento especializado a famílias e indivíduos 
(PAEFI), serviço especializado em abordagem social, serviço de proteção social a 
adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de liberdade assistida (LA), 
e de prestação de serviços à comunidade (PSC), serviço de proteção social especial 
para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias e o serviço especializado para 
pessoas em situação de rua. No município, algumas das instituições que integram a 
rede de proteção social de média complexidade são os Centros de Referência 
Especializado de Assistência Social (CREAS) que estão divididos entre o CREAS 
Medidas Socioeducativas, CREAS I, CREAS II e CREAS III; o Centro de Referência 
Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP); Centro-dia de 
 
 
 
 
Referência para Pessoa com Deficiência e o Centro de Referência Municipal para 
Inclusão da Pessoa com Deficiência (CRMIPD)2. 
A Proteção Social Especial de Alta Complexidade oferta serviços “que 
garantem proteção integral [...] para famílias e indivíduos que se encontram sem 
referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo 
familiar e, ou, comunitário”. (PNAS, 2004, p. 38) São ofertados serviços de 
acolhimento institucional, serviço de acolhimento em república, serviço em 
acolhimento em família acolhedora e serviço de proteção em situações de 
calamidades públicas e de emergências. Em João Pessoa algumas das instituições 
que compõem a proteção social especial de alta complexidade são: a Casa de 
Passagem; Abrigo Jesus de Nazaré; Abrigo Manaíra; Abrigo Morada do Betinho; Casa 
de Acolhida Masculina; Casa de Acolhida Feminina; Casa de Acolhida Adulta; Casa 
de Passagem; Residência Inclusiva para Pessoa com Deficiência; Centro de 
Formação Cidadã Margarida Pereira da Silva3. 
 
 
5. CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PADRE ZÉ 
 
O trabalho desempenhado pelo CRAS visa fornecer apoio e proteção 
socioassistencial às famílias que residem em territórios que são consideradosde alta 
vulnerabilidade social. Dentre as suas inúmeras atribuições, o CRAS viabiliza o 
acesso a projetos e benefícios governamentais. Para que essas famílias tenham 
acesso a algum benefício é necessário ter uma inscrição no Cadastro Único para 
Programas Sociais, mantendo-o atualizado a cada dois anos. A partir do CadUnico, 
será feita uma análise para saber se aquele usuário tem direito a algum benefício de 
transferência de renda como o Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família), Benefício de 
Prestação Continuada (BPC), dentre outros. 
 
2 Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa. 
3 Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa. 
 
 
 
 
No CRAS Padre Zé, são oferecidos os Serviços de Proteção e Atendimento 
Integral à Família (PAIF): 
que consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, 
com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir 
a ruptura dos seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de 
direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida.4 
 
E também o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que 
se desenvolve “em grupos [...] de modo a garantir aquisições progressivas aos seus 
usuários, de acordo com o seu ciclo de vida, a fim de complementar o trabalho social 
com famílias e prevenir a ocorrência de situações de risco social.”5 
Ademais, as famílias que precisam ser removidas de suas moradias em razão 
de projetos de intervenção e urbanização, famílias desabrigadas por destruição ou 
interdição causada por acidentes naturais e famílias em situação de extrema 
vulnerabilidade social podem dar entrada no auxílio moradia, no valor de R$ 350 reais. 
Gestantes que estão em situação de vulnerabilidade social também podem dar 
entrada no auxílio enxoval, um kit que contém os utensílios básicos para o recém-
nascido, ela receberá a partir do seu 7° mês de gestação até um mês de vida do bebê. 
As famílias que estão em privação alimentícia também podem se inscrever para 
receber o auxílio cesta básica. Dentre outros serviços como o atestado de pobreza 
para a emissão da 2° via da certidão de nascimento, etc. 
Essa instituição cobre outros bairros além do Padre Zé, como o bairro 13 de 
Maio, Torre, Tambiá, Ipês, Expedicionários, Comunidade Padre Hildon Bandeira e 
também possui um anexo, chamado Volante Roger, no bairro do Roger. Com relação 
ao seu espaço físico, o CRAS está atualmente situado em uma casa no bairro 13 de 
Maio, pois teve que se retirar do seu antigo espaço. Atualmente, a equipe do CRAS é 
composta pela coordenadora, assistente social, psicóloga, uma educadora social, 
uma assistente administrativa e um profissional de vigilância. 
Dentre as atividades e instrumentos que são utilizados pela assistente social, 
estão os preenchimentos das fichas de avaliação e de informações do CadUnico, 
visitas domiciliares, escuta qualificada, encaminhamentos, entrevistas, pareceres e 
 
4 Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 2014, p. 12. 
5 Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 2014, p. 16. 
 
 
 
 
relatórios sociais. Também são desenvolvidas atividades com grupos de crianças e 
idosos, palestras, reuniões e em datas festivas a instituição também promove 
comemorações junto aos usuários do serviço. 
 A assistente social tem o papel primordial dentro do Cras, à medida que atua 
na viabilização dos direitos para os usuários e suas famílias, mesmo se deparando 
com antagonismos advindos do sistema capitalista e com condições materiais 
adversas que dificultam sua prática profissional. 
Nesse primeiro período de estágio que é mais de observação, realizamos 
algumas visitas domiciliares nos bairros Padre Zé, Treze de Maio e Torre; também 
realizamos visita em uma casa que abriga oito famílias venezuelanas que o CRAS 
acompanha; tive acesso a alguns instrumentos que são utilizados nos serviços 
prestados e participei de reuniões com os demais profissionais e representantes de 
outros serviços socioassistenciais. 
 
 
6. CENTRO DE REFERÊNCIA DA PESSOA IDOSA 
 
No Centro de Referência da Pessoa Idosa, são ofertadas atividades que têm o 
intuito de promover o bem-estar tanto da saúde física quanto mental e a qualidade de 
vida para seus usuários. São oferecidas oficinas de memória, artesanato (crochê e 
fuxico), jogos de mesa, câmbio (vôlei adaptado para idosos) dinâmicas de grupo, aula 
de aeróbica, dança, hidroginástica, acompanhamento nutricional e escuta psicológica 
para idosos – incluindo os que são acompanhados pelo Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos. Em datas festivas como Carnaval, Dia das Mães e Natal, 
o centro também realiza festividades para seus alunos e familiares. 
Para usufruir dos serviços, os usuários precisam ter a partir de 60 anos, fazer 
uma inscrição, onde irá apresentar seus documentos e um atestado cardiológico para 
que possa praticar as atividades disponíveis. Para participar das atividades na piscina, 
deve-se acrescentar o atestado dermatológico, atestado de aptidão urológico para 
homens e ginecológico para mulheres. Feita a inscrição, o aluno também vai precisar 
 
 
 
 
fazer uma triagem com a assistente social, onde ela traça perfil do usuário e se tem 
alguma dificuldade física ou intelectual e, se necessário, ela passará as informações 
para os professores e o encaminhará para a psicóloga, a fim de dar uma atenção 
diferenciada àquele usuário. 
No CRPI, além da assistente social, a equipe multidisciplinar conta com 
psicólogas, nutricionistas, professores da área de educação física e gerontologia, 
voluntários e técnicos em outras áreas. Sua estrutura física é bem ampla, possuindo 
secretaria, sala do Serviço Social e da Psicologia, diretoria, refeitório, banheiros, 
auditório, salas para realização das atividades, um extenso espaço onde acontece as 
aulas de aeróbica e uma área para atividades ao ar livre. 
Os serviços oferecidos pelo CRPI contribuem para um envelhecimento 
saudável e ativo, promovendo o convívio comunitário, o fortalecimento de vínculos 
familiares, o bem-estar dos idosos e a prevenção da exclusão social, além de 
proporcionar aos usuários melhoras nas suas condições físicas e mentais. 
Durante o estágio no CRPI, preenchi algumas folhas de triagem sob supervisão 
da assistente social; visitei instituições de longa permanência para idosos e participei 
de algumas atividades de palestras, festividades e reuniões que ocorreram neste 
campo. 
 
 
7. ESTÁGIO SUPERVISIONADO E O SERVIÇO SOCIAL 
 
Conforme previsto na resolução n° 533 do CFESS que regulamenta a 
supervisão direta do estágio na profissão, 
O Estágio Supervisionado é uma atividade curricular 
obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no 
espaço socioinstitucional, objetivando capacitá-lo para o 
exercício profissional, o que pressupõe supervisão sistemática. 
Esta supervisão será feita conjuntamente por professor 
supervisor e por profissional do campo, com base em planos 
 
 
 
 
de estágio elaborados em conjunto pelas unidades de ensino 
e organizações que oferecem estágio6 
 
 O estágio supervisionado é o momento em que o aluno tem a oportunidade 
de vivenciar e apreender o que ele viu de forma teórica, em sala de aula. Por meio 
dessa aproximação com a prática profissional, o estudante poderá observar de forma 
crítica a realidade, analisando os antagonismos que existem em nossa sociedade 
capitalista e as expressões da questão social que se manifestam de maneiras 
distintas. 
A atividade de supervisão direta do estágio em Serviço Social 
constitui momento ímpar no processo ensino-aprendizagem, 
pois se configura como elemento síntese na relação teoria 
prática, na articulação entre pesquisa e intervenção 
profissional e que se consubstancia como exercício teórico-
prático, mediante a inserção do aluno nos diferentes espaços 
ocupacionais das esferas públicas e privadas, com vistas à 
formação profissional,conhecimento da realidade institucional, 
problematização teórico-metodológica). (BRASIL, 2008) 
 
 Essa experiência poderá impactar também na sua atuação futuramente, 
enquanto profissional, pois na prática o profissional não pode se ater apenas às teorias 
vistas no processo acadêmico, mas sim nas condições reais e materiais em que estão 
inseridos. 
Nesse período de estágio, acompanhando a rotina de trabalho das assistentes 
sociais, pude observar algumas das inúmeras dificuldades que impedem o pleno 
funcionamento do serviço público. Seja na falta de recursos materiais, na falta de 
profissionais do quadro – o que acaba sobrecarregando os poucos que estão no 
momento –, de transportes para fazer visita domiciliar, dentre outras dificuldades 
presenciadas. Esses problemas impactam diretamente a população que necessita 
essencialmente desses recursos. 
Também percebi que muitos usuários enfrentam problemas com os benefícios 
de transferência de renda que já foram concedidos, mas sem nenhuma explicação, o 
Governo Federal bloqueia sem aviso prévio. Muitos se enquadram no perfil para 
recebê-los e têm um parecer favorável da assistente social, mas acabam sendo 
 
6 BRASIL. Conselho Federal de Serviço Social. Resolução n° 533, de 29 de setembro de 2008. 
Regulamenta a supervisão direta de estágio no Serviço Social. Brasil, 29 ago. 2008. 
 
 
 
 
barrados e ficam sem esses benefícios. Os atrasos nos auxílios enxovais que muitas 
vezes só são liberados quando a criança já tem nascido 
 É inegável que muitas conquistas foram alcançadas desde a sua 
implementação, mas questões políticas patriarcais e assistencialistas ainda fazem 
parte do contexto contemporâneo da política de assistência social no Brasil. O papel 
do Estado com o cidadão ainda deixa muito a desejar na questão assistencial e das 
políticas públicas, mas sabemos que isso não é por falta de recursos financeiros, mas 
sim pelo fato dos interesses capitalistas se sobressaírem diante das reais 
necessidades da população que está em vulnerabilidade social. 
 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Portanto, por meio do contato direto com a política de assistência social, ficou 
visível que embora ela tenha sido legitimada como dever do Estado e direito do 
cidadão, seu funcionamento não está em consonância com o que está previsto na 
legislação. Há uma parcela da população que necessita das políticas de assistência 
social, mas que não têm acesso aos benefícios. 
 A grande burocracia e a demora para ter acesso a esses auxílios, geram 
consequências penosas na vida dos cidadãos que dependem apenas disso para 
sobreviver. O fato de o Estado estar mais interessado em atender as necessidades 
do capital do que da população, agrava as desigualdades presentes em nossa 
sociedade. 
É no momento do estágio que o aluno se aproxima das expressões da questão 
social, vendo a realidade árdua que muitos brasileiros enfrentam diariamente. A partir 
dessa experiência, também é possível acompanhar de perto as dificuldades que estes 
profissionais encontram no exercício da sua profissão, os limites e entraves que 
acabam surgindo. 
Nesse processo, o estagiário passa a conhecer e aprender sobre as atribuições 
do Assistente Social no âmbito em que está inserido. A experiência do estágio 
supervisionado é parte fundamental no processo de aprendizado do estudante, visto 
 
 
 
 
que, por meio dele, pode-se aperfeiçoar a visão profissional e aplicar os 
conhecimentos teóricos na prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. REFERÊNCIAS 
 
BOSCARI, Marilene; SILVA, Fátima Noely da. A trajetória da assistência social até 
se efetivar como política social pública. RIES, Caçador, v. 4, n. 1, p. 108-127, 2015. 
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
 
 
 
 
BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da 
Assistência Social e dá outras providências. Brasília, DF, 8 dez. 1993. 
BRASIL. Lei nº 8.662, de 1993 - Lei de Regulamentação da Profissão de Assistente 
Social. 
BRASIL. Conselho Federal de Serviço Social. Resolução n° 533, de 29 de 
setembro de 2008. Regulamenta a supervisão direta de estágio no Serviço Social. 
Brasil, 29 ago. 2008. Disponível em: 
http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao533.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022. 
CAPUTI, Lesliane. Supervisão de estágio em Serviço Social: significâncias e 
significados. Katalysis, Florianópolis, v. 19, n. 3, p. 389-394, 2016. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/rk/a/4sCD3tTKhZ4zBZt4BJ9gMXp/?lang=pt&format=pdf. 
Acesso em: 22 jun. 2022. 
LONARDONI, Eliana; GIMENES, Junia Garcia; SANTOS, Maria Lucia dos; 
NOZABIELLI, Sônia Regina. O processo de afirmação da assistência social como 
política social. Serviço Social em Revista, Londrina, v. 8, n. 2, 2008. Disponível em: 
https://www.uel.br/revistas/ssrevista/c-v8n2_sonia.htm. Acesso em: 21 jun. 2022. 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional 
de Assistência Social. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Brasília, 
DF, 2014. 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de 
Assistência social. Brasília, DF, 2004. 
PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA. Disponível em: 
https://www.joaopessoa.pb.gov.br/. Acesso em: 21 jun. 2022

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