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Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 Dermatologia Histologia da pele Livro: Sampaio e Rivitii Sites: emedicine.com; atlasdermatologico.com.br - Epiderme: epitélio estratificado queratinizante. o Queratinização: formação da camada córnea. Proteínas presentes nos grânulos se unem à queratina que está presente desde a camada basal e formam o corneócito, um envelope que reveste a superfície inteira. § Células basais § Células da camada espinhosa § Células da camada granulosa § Camada córnea • Desquamatio insensibilis: perda de corneócitos sem que se perceba. o Desmossoma: pequenas estruturas eletrodensas que dão adesão entre uma célula e outra. É formado por duas placas (placas desmossômicas) formadas por plaquinas, proteínas transmembranosas de aderência intercelular, proteínas que fazem a colagem dos filamentos de queratina às placas (desmogleína e desmocolina) e proteínas de aderência entre o citoesqueleto e a placa (desmoplaquina). o Hemidesmossoma: faz a ligação do queratinócito basal à membrana basal (lâmina densa), atravessando a lâmina lúcida. o Zona da membrana basal § Hemidesmossoma § Lâmina lúcida § Lâmina densa § Colágeno especializado que liga a membrana basal ao colágeno dérmico o Melanócito: célula dendrítica que faz a síntese da melanina (melanogênese) e posterior transferência aos queratinócitos. Quanto mais melanina dentro da epiderme, menos radiação UV invade e lesa DNA. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 Melanogênese Tipo I Queima sempre Pigmenta nunca Albinismo Tipo II Queima sempre Pigmenta pouco Loiros Tipo III Queima Pigmenta bem Morenos Tipo IV Queima raro Pigmenta bem Árabes Japoneses Tipo V Pigmenta muito bem Mulatos Tipo VI Pigmenta sem sol Negros o Célula de Langerhans: célula dendrítica e com grânulos citoplasmáticos com capacidade macrofágica. Papel importante no reconhecimento de antígenos na superfície da pele. Pode ser identificada por ME ou imunoistoquímica. o Célula de Merkel: está ligada com axônio, fazendo parte, muito provavelmente, da sensibilidade cutânea. Possui grânulos de secreção neuroendócrina. Visualizada por imunoistoquímica. - Derme: tem poucas células e muita matriz extracelular, produzida pelos fibroblastos. o Colágeno: proteína extremamente estável cuja função é resistência. A proteína é jogada para o espaço extracelular e montada por um sistema enzimático. § Hiperelasticidade cutâneo-articular o Fibra elástica: assim como no colágeno, a fibra elástica é montada no espaço extracelular. § Pele frouxa o Cabelo: tubo de queratina produzido por uma matriz. o Unha: placa de queratina. § Lúnula § Cutícula § Lâmina ungueal § Borda livre § Leito ungueal o Glândula sudorípara: joga água na superfície participando da regulação da temperatura. o Glândula sebácea: joga gordura na superfície para lubrificar e hidratar a pele. § Acne - Hipoderme: são os adipócitos que formam ácinos revestidos por colágeno. - Funções da pele o Mantém integridade – homeostasia o Proteção mecânica o Regulação térmica o Absorção de UV o Produção de vitamina D o Sensibilidade o Proteção contra microrganismos Lesões elementares Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Alterações da cor: manchas ou máculas hipercrômicas/hipocrômicas/acrômicas (conforme a quantidade de melanina), eritematosas/anêmicas (de acordo com a quantidade de sangue). Cianose, icterícia, hemossiderina. - Coleções líquidas: vesícula (< 1 cm), bolha (> 1 cm) serosa/hemorrágica/purulenta (pústula). Abscesso, hematoma. - Alterações do relevo: pápula, placa papulosa, vegetação (papilomas por indução viral – condiloma acuminado), verrucosidade (lesões muito hiperqueratóticas), tumor/tumoração, nódulo (mais palpável que visível). - Perdas teciduais: exulceração/erosão, ulceração, descamação (perda de queratina), crostas melicéricas (impetigo)/hemorrágicas/purulentas. - Alterações da textura: atrofia (senil, por abuso de corticoide), liquenificação (acentuação das linhas por processo inflamatório crônico - eczema cronificado), esclerose (aumento da consistência da pele). - Manchas/máculas Tratamento tópico - Permite altas concentrações do princípio ativo na pele. - Depende do princípio ativo, do veículo utilizado e do local a ser tratado - Quase isento de efeitos sistêmicos - Creme: mistura homogênea de água e gorduras. Aplicação de princípio ativo hidro e lipossolúveis (corticoide, antifúngico, etc.) - Pomada: mistura homogênea de gorduras. Aplicação de princípio ativo (corticoide) em lesões crônicas. - Solução: mistura homogênea de líquidos. Aplicação de princípio ativo (corticoide, antifúngico, etc.) em áreas pilosas. - Pasta: mistura homogênea de gordura e pó. Proteção (dermatite de fraldas). - Talco: mistura homogênea de pós. Secar e aplicação de princípio ativo (antifúngico) para profilaxia de micoses, pois tem absorção mínima. - Oclusão: princípio ativo em folha de plástico. Aplicação de princípio ativo (corticoide) para maior absorção. - Gel: mistura homogênea de água e polímero (hidroximetilcelulose). Aplicação de princípio ativo (antibiótico - acne). - Suspensão: mistura heterogênea de líquido e pó. - Eficácia e paraefeito: talco < solução < creme < gel < pomada < oclusão. Fotodano e crioterapia/criocirurgia - Crioterapia/criocirurgia o Nitrogênio líquido a - 190°C o Efeito adverso: hipocromia. o Congela a água intracelular, rompendo estruturas como membrana e organelas e levando à necrose o Diferença da lise para a preservação celular: velocidade do congelamento. o Outras indicações § Queratose seborreica: hiperplasia da epiderme, lesão verrucosa. Forma pequenos cistos que podem ser brancos ou abertos e escurecidos, lembrando comedões. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 § Molusco contagioso: lesão viral, pápula com umbilicação central típica de crianças. Responde bem à crioterapia. § Pequenos angiomas § HPV: exige muitas aplicações. - Fotodano o Predominância na face extensora o Melanose solar/actínica: alteração pigmentar. o Queratose actínica: alteração na queratinização (queratina aberrante e em excesso) e displasia no epitélio. Precursora do carcinoma espinocelular. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 o Alterações dérmicas § Elastose solar: alterações grandes das fibras elásticas que, na região cervical, formam pequenos losangos (cutis romboidal da nuca). Histologicamente, as lesões são chamadas de degeneração basofílica da derme e, pelo menos inicialmente, poupam o colágeno. - Tratamento de campo o 5-fluoroacil tópico: antimitótico na forma de creme que é aplicado diariamente por 21 dias. Leva à erosão e necrose de todo o campo alterado pela luz solar, diminuindo o número de queratoses. - Fotodano: alterações epidérmicas (queratose actínica, melanose solar), alterações dérmicas (elastose solar/degeneração basofílica da derme) Dermatozoonoses - Escabiose (sarna): infestação da pele pelo Sarcoptes scabiei, var. Hominis. A fêmea fecundada penetra na camada córnea e escava um túnel, particularmente à noite, depositando 2 a 3 ovos por dia durante algumas semanas. Os ovos, em alguns dias, originam larvas hexápodes, que vêm à superfície e mudam para ninfas octópodes, as quais originam ácaros adultos. O período do ciclo do ovo ao ácaro adulto é em média de duas semanas. Após fecundação, as fêmeas escavam novos sulcos, completando-se o ciclo vital. o Presença de túneis ou pápulas escoriadas nas partes mais quentes do corpo (áreas de grandes vasos), como a face interna do braço, axila, raiz da coxa, cintura, região inframamária, região periumbilical, punho, espaços interdigitais,etc. Os túneis são patognomônicos, mas difíceis de serem observados. No adulto, não há presença de lesões acima do pescoço. Já no lactente, as lesões são descamativas, na forma de fissuras, erosões ou vesículas, e podem estar localizadas em todo o corpo, inclusive nas regiões palmar e plantar e no couro cabeludo. No idoso, a reação é mínima, sendo Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 possível somente com exame atento a observação dos sulcos, e ocorrem lesões no dorso. o Piora noturna do prurido o História familiar de prurido o Lesões de hipersensibilidade ao Sarcoptes scabiei: são comuns na região peniana e na bolsa escrotal e, apesar de serem chamadas de sarna nodular, são apenas reações alérgicas, não significando doença ativa. O tratamento é com corticoide tópico. o Sarna crostosa/sarna norueguesa/scabies norvegica: é altamente contagiosa e é descrita em pacientes debilitados, atualmente associada à AIDS e imunossupressão iatrogênica. o Diagnóstico: história, exame físico, raspado de pele com ou sem coloração. o Tratamento: creme ou loção de permetrina 5% (passar o medicamento por todo o corpo, sem banho prévio, deixando agir por 10 a 12 horas, tomar banho e reaplicar após 24 horas e novamente após 7 dias), ivermectina VO 6 mg/30 kg em dose única (ou dupla, no caso dos imunocomprometidos) e associada com permetrina em casos de recidiva, organoclorado (Lindane em receituário especial), formulação de enxofre precipitado a 5% em vaselina ou pasta d’água (RNs), loção de benzoato de benzila a 25% (irritante), monossulfiran diluído em água (reação de anti-abuse). A ivermectina não pode ser usada em crianças < 12 anos. Não há necessidade de se receitar sabonetes nem ferver roupas. - Pediculoses o Presença de insetos adultos e ovos aderidos aos pelos. Os ovos podem ser removidos com o uso de pente fino e vinagre de maçã diluído em água morna. o Pediculus capitis, var. hominis, Pediculus corporis, Pthirus pubis (chato) o Picadas na região cervical: escoriações eritematosas. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 o Tratamento: xampu de permetrina 1% (deixar agir por 5 a 10 minutos, enxaguar e repetir após 20 dias – 7 dias, segundo Sampaio – e retirar lêndeas, se quiser), Revectina 6 mg/30 kg em > 12 anos, loção de permetrina a 5% (Pediculus corporis – reaplicar 2 a 3 vezes), vaselina (Pediculus corporis nos cílios - 2 vezes por dia), raspagem dos pelos (Pthirus pubis). - Larva migrans/dermatite linear serpeante/bicho geográfico/bicho-de-praia o Ancylostoma braziliensis, um parasita intestinal de cães e gatos o Transmissão: areia da praia. o Lesão de trajeto linear por vezes vesiculosa, com uma pápula na porção terminal, onde está localizada a larva o Prurido moderado a intenso o Dura em média 6 semanas o Tratamento: vermífugo tópico (pomada de tiabendazol 5% por 2 semanas) ou sistêmico (Revectina 200 µg/kg em dose única ou dupla após uma semana se necessário, albendazol 400 mg em dose única, repetindo a dose após 24 – 48 horas se a infestação for intensa ou resistente), ATB se infecção bacteriana associada. - Miíases o Infestação da pele por larvas de mosca o Pode ser primária (larva da mosca invade o tecido sadio e nele se desenvolve) ou secundária (a mosca coloca seus ovos em ulcerações da pele ou mucosas e as larvas desenvolvem-se nos produtos de necrose tecidual). o Miíase furunculoide (berne): presença de apenas uma larva da Dermatobia hominis (até então depositada pela D. hominis em outra mosca ou mosquito), formando um nódulo furunculoide que causa pouca dor e tem orifício central. o Miíase cavitária (bicheira): múltiplas larvas, geralmente de Cochliomyia macellaria (mosca-varejeira) e outras espécies de mosca, em particular do gênero Lucilia e da família Sarcophagidae, em lesão pré-existente. Está disponível comercialmente para o debridamento de úlceras necróticas. o Tratamento: remoção das larvas por espremedura e tração com pinça (após matá-las com éter ou borrifos de nitrogênio líquido, no caso da miíase secundária), cuidados com a ferida, ATB se infecção bacteriana associada. - Tungíase (bicho-de-pé) o Infestação da pele pela fêmea de uma pulga da areia (Tunga penetrans) o Sintomas: prurido seguido por sensação dolorosa. o A lesão é uma bolsa esbranquiçada (fêmea grávida eliminando os ovos), uma pápula amarelada com ponto escuro central. o Tratamento: retirada da larva (enucleação da pulga com agulha estéril), desinfecção com tintura de iodo, vermífugo sistêmico (infecções maciças). Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 Tumores cutâneos - Radiação solar: raios cósmicos, raios gama (não chegam até a Terra), raios-X (não chegam até a Terra), ultravioleta (UVC, UVB, UVA – II e I), visível, infravermelho (calor e algumas formas de fotodano, como o melasma), ondas de rádio, micro-ondas. A radiação UVC (200-290 nm) não ultrapassa a camada de ozônio, mas pode ser utilizada para esterilização de materiais. A radiação UVB (290 – 320 nm) ultrapassa parcialmente a camada de ozônio das 10h às 15h (ou mais cedo, com a diminuição da camada de ozônio) e é responsável pelas queimaduras, carcinomas basocelular e espinocelular e síntese de vitamina D. Por esse motivo, é importante que se mantenha 15 minutos de exposição solar diária. A radiação UVA (320 – 400 nm) ultrapassa a camada de ozônio durante todo o dia e causa dano mais aprofundado na pele, a nível de fibras elásticas, reticulares e colágenas, estando mais relacionada ao envelhecimento, mas também ao melanoma, já que os melanócitos estão localizados nessa região. As nuvens escuras bloqueiam 90% da radiação UV, mas as nuvens claras são atravessadas por mais de 90% dessa radiação. A neve reflete mais de 80% da radiação UV. Até 0,5 m de profundidade, a radiação está em 40% da superfície e a areia reflete mais de 25% da radiação UV. O sol pode causar bronzeamento, queimadura, reações fototóxicas (queimadura pelo sumo da casca do limão), fotoenvelhecimento (sardas, melanose solar, catarata), imunossupressão local e sistêmica (herpes simples) e câncer da pele. - Queimadura: a queimadura solar acontece quando a quantidade de exposição ao sol excede a habilidade do pigmento protetor, a melanina, para proteger a pele. Uma queimadura solar intensa é tão séria como uma queimadura térmica e pode ter os mesmos efeitos, tais como bolhas, inchaço e febre. - Tumores cutâneos o Causas: exposição solar exagerada, exposição ultravioleta exagerada (bronzeamento artificial, que é realizado com radiação UVA – fotoenvelhecimento e risco de melanoma). o Fatores de risco: história familiar de câncer de pele, história prévia de câncer de pele, pele, cabelos e olhos claros, presença de muitos nevos (necessidade de dermatoscopia e, talvez, biópsia ou exérese), história de queimadura solar, presença de sardas, história de ter tomado muito sol sem proteção, trabalho em ambiente fechado e exposição solar nos fins de semana (exposição solar abrupta), idade. Acne vulgar/juvenil - 80% dos adolescentes têm alguma manifestação de acne Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Couro cabeludo: folículo piloso bem desenvolvido (folículo terminal) e glândula sebácea razoável. - Corpo: folículo piloso e glândula sebácea atróficos (folículo vellus). - Face, região pré-esternal e dorso: folículo piloso pequeno e glândula sebácea bem grande (folículo pilo-sebáceo). - O estímulo androgênico faz a glândula sebácea trabalhar mais e pode levar à queratinização anormal do folículo piloso, que começa a produzir uma queratina densa, alterando o ambiente folicular. O folículo piloso fica dilatado e cheio de queratina. A dilatação do folículo pode levar a colonização pelo Propionibacterium acnes (anaeróbio facultativo),fenômenos inflamatórios, com migração de células, formação de pápula ou pústula inflamatória e necrose folicular. A necrose folicular leva à formação de cicatrizes, principalmente na região malar, cujo único fator de risco identificado no trabalho com adolescentes do sexo masculino do alistamento militar obrigatório foi o número de lesões inflamatórias. o Comedão fechado: orifício muito pequeno (ponto branco). o Comedão aberto: em contato com a superfície (ponto escuro/blackhead). - Patogênese da acne: produção de andrógenos > sebócitos começam a trabalhar mais levando à seborreia e há alteração dos queratinócitos foliculares > alteração do ambiente folicular > colonização pelo Propionibacterium acnes > inflamação. - Classificação morfológica o Acne comedoniana o Acne pápulo-pustulosa o Acne cística § Acne conglobata: formas de acne cística bem graves. - Tratamento o Terapia tópica § Antibióticos: eritromicina, clindamicina. § Queratolítico: ácido retinoico, peróxido de benzoíla (libera oxigênio, possivelmente tendo um efeito contra a colonização pelo Propionibacterium acnes). o Terapia sistêmica § Antibióticos • Tetraciclinas: cloridrato de tetraciclina, minociclina, doxiciclina. • Macrolídeos: eritromicina, azitromicina. • Clindamicina § Sebostáticos: isotretinoína. • Isotretinoína: uso por VO por 4 – 6 meses. Pouco efeito quando utilizada tópica. É teratogênica (defeitos ósseos e cardíacos que podem levar à morte e aborto), motivo pelo qual é necessária a assinatura de um termo de compromisso para todos os pacientes e a solicitação do beta-HCG para mulheres em idade fértil antes do início do tratamento. Recomenda-se o controle da função hepática e dos triglicérides nas semanas 0, 4 e 12. Tem eficácia perto de 100% e recidiva em 15% dos casos. Inibe a secreção sebácea e regulariza a queratinização folicular. Nos últimos anos, descobriu-se a presença de receptores nucleares para retinoides nos queratinócitos, mostrando a afinidade dessas medicações por essas células. É indicada para acne severa (acne cística, segundo a bula), mas se usa em acne moderada e até leve. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Chocolate não causa acne, que só tem relação com laticínios - A manipulação pode piorar a acne - Acne cosmética Outras formas de acne - Acne inversa (hidrosadenite supurativa): lesões nas dobras (axila, virilha), onde estão folículos ligados a glândula do cheiro (glândula apócrina). Responde a antibiótico tópico e sistêmico e a biológicos com efeito anti-inflamatório (anti-TNF). Em casos muito extensos, recomenda-se até a retirada cirúrgica da pele afetada, que é fibrótica, com canais e glândulas doentes. - Acne cortisônica: é eruptiva e monomórfica. Mais comum com a dexametasona para edema cerebral em tumores cerebrais. - Acne rosácea: pápulo-pústulas e eritema facial. Muito provavelmente há alteração vasomotora. O tratamento é muito semelhante ao da acne juvenil. Um dos fenômenos vistos na acne rosácea é a hipertrofia tecidual, geralmente no nariz (rinofima), que demanda tratamento cirúrgico. Aceita-se que o uso da isotretinoína seja capaz de evitar o rinofima. Acne juvenil Acne rosácea Faixa etária Adolescentes Meia-idade Morfe Comedão Telangiectasia Hipertrofia tecidual Efeito da luz solar Melhora Piora Queratolítico Sim Não Eczema/dermatite de contato - Reação inflamatória no local de contato com determinada substância. - Eczema alérgico: é desencadeado pelas células de Langerhans, que estimulam linfócitos T. A etiologia depende da localização. É possível que a reação inflamatória ocorra à distância. o Voláteis: segmento cefálico, com frequência nas pálpebras. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Eczema por irritante primário (dermatite de contato da dona de casa): é por efeito químico direto na pele das mãos. A exposição repetida pode perpetuar as lesões. o Fatores § Tipo do irritante (estrutura química, pH) § Penetração (solubilidade, concentração) § Duração § Fatores mecânicos (oclusão, fricção) § Fatores individuais (idade, atopia) o Polpite aguda e crônica - Teste epicutâneo o Falsos positivos: concentração alta, substância irritativa. o Falsos negativos: uso de corticoides, concentração baixa, leitura precoce, reação ao veículo. - Tratamento o Afastar a causa § Teste epicutâneo § Luvas o Bloquear inflamação: corticoide (desonida, betametasona). - Dermatite atópica: doença inflamatória crônica intensamente pruriginosa com períodos intermitentes de exacerbação e associação com asma e/ou rinite alérgica. Na criança, costuma ser mais disseminada, mas geralmente no segmento cefálico. No adulto, existe uma mudança no quadro clínico e um predomínio por mãos e dobras (eczema flexural/dermatite de dobras). o Tratamento § Afastar causa (?) § Hidratação (pele seca) § Anti-histamínico (prurido) § Corticoide tópico (desonida, betametasona) § Imunossupressor tópico (tacrolimo: tem efeito seletivo em linfócito T) Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 Hibridoma - Célula híbrida que mantém a capacidade imortal de uma célula neoplásica e a sensibilização feita previamente em um animal. É uma célula que se divide indefinidamente no tubo de ensaio e joga no sobrenadante o anticorpo desejado. É usada para produzir anticorpos (imunoistoquímica, diagnóstico laboratorial, anticorpos monoclonais). - HMB-45: marca proteínas melanossomas, do pigmento melânico. - Melan-A - S-100: marca melanócitos e células neurais. - Enolase neural-específica: marca as células de Merkel, mas também melanócitos. - Neurofilamento: faz parte do esqueleto das células neurais, vai até a ponta do axônio e dá a estrutura tridimensional dessas células. Pode-se usar um anticorpo contra neurofilamento. - Carcinoma de Merkel/trabecular - Psoríase: anti-TNF, anti-interleucinas, anti-CD20 (rituximab – provoca apoptose direta e chama complemento, célula NK e macrófagos) - terapia anti-CD20. - Pênfigo - Imunoterapia: desbloqueia o bloqueio do linfócito T (anti-PD1, anti-PDL-1). - Dermatite atópica: anti-interleucinas (dupilimumab). Dermatoviroses - Definição: são doenças causadas por vírus, os quais são organismos intracelulares obrigatórios e apresentam apenas um ácido nucleico, DNA ou RNA. Os vírus de DNA, mais importantes na Dermatologia, necessitam de outra célula para replicação, enquanto os vírus de RNA fazem a síntese de todos os seus componentes no citoplasma. - Infecção celular pelos vírus o Citolítico: replicação e morte da célula-mãe com liberação da célula viral. Ex.: verrugas. o Permanente: preservação da célula-mãe e eliminação do vírus por brotamento. Ex.: herpes simples. o Integrada: o vírus ou parte dele se integra à célula-mãe, modificando a mesma. Ex.: neoplasias. - Classificação o Vírus de RNA: sarampo (Paramixoviridae), rubéola (togavírus). o Vírus de DNA: verrugas (papovavírus), herpes zoster e varicela (herpes vírus varicella), herpes vírus simples (tipo I, tipo II), molusco contagioso (Poxvírus). - Lesões elementares virais: costumam apresentar umbilicação central e aspecto vesicular. - Varicela/catapora Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 o Múltiplas lesões elementares diferentes (pápulas, vesículas com umbilicação central, pústulas, crostas) o Autolimitada em 2 – 3 semanas o Pode-se usar cremes que diminuam o prurido (óxido de zinco, calabina, pasta d’água) e compressas com amido o Requer tratamento em alguns casos (infecção bacteriana sobreposta) - Herpes zoster o Agente etiológico: Herpesvirus varicellae o Distribuição metamérica unilateral o Vesículas puntiformes até vesículas bem constituídas, podendo confluir formando bolhas com secreção serosa a hemorrágica o Sede anatômica no gânglio sensitivoespinal ou craniano o Alterações sensitivas (neuralgias) o Síndromes neurológicas § NCs: V (acometimento do nervo oftálmico: corpo ciliar, íris, córnea), VII, VIII, IX § Paresias e paralisias temporárias dos músculos intercostais § Síndrome de Ramsay-Hunt: compromete o NC VII, com paralisia do mesmo, e o pavilhão auricular, causando tonturas. o Tratamento: compressas locais, aciclovir tópico e VO/fanciclovir, analgésicos, orientação (doença autolimitada até 14 dias, dor residual). o Imunodeprimidos (associação com neoplasia, QT, doenças autoimunes, corticoterapia) o Retorno após o fim do tratamento buscando por neoplasia o Considerar o encaminhamento para um especialista quando houver o acometimento ocular ou auditivo o As lesões nunca são simétricas Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Herpes simples o Na presença de pústula, deve-se pensar em infecção bacteriana sobreposta o Pequenas lesões vesiculosas que coalescem e evoluem para crostas o Tem característica de repetição, já que não existe tratamento definitivo o A maioria das pessoas tem o primeiro contato com o vírus na infância e nunca apresenta lesões o Herpes simples tipo 1: região oral, herpes simples tipo 2: região genital o Na região genital, os pacientes se queixam mais de prurido e neuralgia que segue o trajeto nervoso o Na pele, os principais sintomas são prurido e neuralgia o Autolimitado em 1 – 2 semanas o Tratar herpes simples de repetição com L-lisina o Dermon e compressas frias com água filtrada, chá de camomila ou soro - Verruga o Observar se há pontos pretos, o que confirma que a lesão é uma verruga o Tratar com nitrogênio líquido, Verrux, Duofilm, Duofilm plantar... o Verrugas em mosaico: tratar com imunomodulador (Imiquimode) - Molusco contagioso o Comum em crianças o Se não houver várias lesões, deve-se tratar com crioterapia, cureta ou homeopatia (tintura de Thuya), após anestesia tópica em ação por 30 – 40 minutos Dermatoses bolhosas - Epidermólise bolhosa: foram identificadas 17 proteínas causando os mais variados quadros. - Membrana basal (lâmina densa): colágeno IV. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Colágeno transmembranoso (atravessa a lâmina lúcida): colágeno XVII. - Colágeno fibrilar (liga a membrana basal ao colágeno dérmico): colágeno VII. - Colágeno dérmico: colágeno I e V. - As dermatoses bolhosas podem ser inatas (mutação), que são raras, ou adquiridas (autoimunes mediadas por IgG), decorrentes de defeito no desmossoma, hemidesmossoma ou colágeno VII - Lesão desmossômica: perda da aderência dos queratinócitos entre si (acantólise). o Imunofluorescência direta: com o auxílio de um microscópio de luz UV, a combinação de anti-IgG humana e fluoresceína marca os depósitos de IgG intercelular (entre os queratinócitos) em um criocorte da pele atingida. o Pênfigos: grupo de doenças que ocorrem por lesão desmossômica. Quando apenas uma das desmogleínas é lesada, há compensação molecular pela desmogleína normal (teoria da compensação molecular). § Pênfigo vulgar: acometimento mucoso (desmogleína 3) ou cutaneomucoso (desmogleínas 1 e 3; acometimento de pele, ânus, genitais, colo uterino, esôfago). Há “epitope spreading” intermolecular, que é a mudança do padrão de produção de anticorpos levando à mudança clínica da doença. Ocorre em 1/3 dos pacientes com a forma grave de pênfigo. § Pênfigo foliáceo (fogo selvagem): acometimento cutâneo (desmogleína 1). Endêmico no Brasil. Poucas bolhas, que são mais altas, e mais erosões. Provavelmente relacionado a fatores ambientais. Há “epitope spreading” intramolecular, que é a mudança do padrão de produção de anticorpos dentro da mesma molécula, com alguns sendo patogênicos e outros não. o Fenômeno histológico: clivagem supra-basal (patognomônico dos pênfigos). o Diagnóstico: imunofluorescência direta, ELISA. o Antígenos: DSG-1 e/ou DSG-3. - Lesão hemidesmossômica: agressão contra proteínas da lâmina lúcida. Doença sem acantólise com desprendimento de toda a epiderme. Foi chamada de penfigoide bolhoso. o Imunofluorescência direta: com o auxílio de um microscópio de luz UV, a combinação de anti-IgG humana e fluoresceína marca os depósitos de IgG ao longo da membrana basal em um criocorte da pele atingida (imunofluorescência linear ao longo da zona da membrana basal). o Bolhas mais tensas (teto mais íntegro) e maiores o Diagnóstico: imunofluorescência, ELISA. o Antígenos: BP180 e BP230. o Fenômeno histológico: clivagem subepidérmica. - Tratamento: imunossupressão (corticoides), drogas citotóxicas/citostáticas (ciclofosfamida, azatioprina, metotrexate, micofenolato mofetil), biológicos parenterais (rituximab – provoca apoptose de linfócitos B e chama macrófagos, células NK e complemento), plasmaferese e imunoaferese (retiram o anticorpo que já está formado para que os pacientes melhorem mais rápido), imunoglobulina EV. o Rituximab § Eficaz e bem tolerado § 76% de remissão completa em 6 meses, durando 14 meses e recorrendo em 40% § 3,3% de efeitos graves § 2 g dá remissão mais prolongada, sem diferença no tempo para atingi-la e na recidiva Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 § Imunoabsorção dá resposta mais rápida § Funciona em pênfigos/penfigoide bolhoso e em doenças mediadas por IgA § Rituximab associado a um curso curto de corticoide pode ser primeira opção Microscopia eletrônica - Microscopia eletrônica de transmissão o Tecido impregnado por metais que deixam passar mais ou menos elétrons o Semelhante à MO o Imagem dimensional - Microscopia eletrônica de varredura o O feixe de elétrons não é transmitido através do tecido, mas incide no material e é refletido o Semelhante ao US o Imagem tridimensional o O tecido não é fatiado e é banhado por ouro volatilizado por argônio o Padrão-ouro para o diagnóstico de afecções do cabelo § Pili canaliculi: tem formas genéticas, sindrômicas e adquiridas por droga (erlotinib). • Neuropatia axonal gigante (GAN) - Identificação de fungos e insetos - Correlação entre bi e tridimensionalidade Infecções bacterianas da pele - Definição: são processos inflamatórios da pele causados por vários agentes bacterianos (Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes beta-hemolíticos). - Epidemiologia o Doença comum que atinge cerca de 7% da população o Associada ao clima, com maior incidência no verão o Os hospitais e coletividades estão associados à disseminação o No HIV/AIDS, principalmente em crianças, e em outras formas de imunodepressão, as infecções bacterianas (conjuntivites, impetigos, ferimentos) são severas - Fisiopatologia o Fatores determinantes da infecção: patogênese do microrganismo, porta de entrada na pele, resposta do hospedeiro à infecção. o Etiopatogenia: interferência da flora residente, barreira mecânica celular, grau de secura da pele (rachaduras, fissuras), pH, capacidade imunológica, patogenicidade e grau de virulência do germe, suscetibilidade (diabetes, insuficiência renal, tumores, desnutrição, imunossupressão). o Etiopatogênese § S. aureus coagulase positivo • Toxinas: alfa (necrogênica), esfoliatina. • Flora transitória em um terço da população e aumentado na pele dos pacientes HIV/AIDS, já que a diminuição dos linfócitos T CD4+ facilita a infecção por bactérias e nestes pacientes a função de barreira cutânea está diminuída e ocorre diminuição das células de Langerhans responsáveis pela apresentação de antígenos da pele ao sistema imunológico Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 § S. pyogenes beta-hemolítico do grupo A • Secreta o fator M, substância proteica de grande valor na virulência - Impetigo o Comum em crianças o Etiologia: S. aureus coagulase positivo e, ocasionalmente, S. pyogenes beta- hemolítico o Formas de apresentação§ Bolhoso § Não bolhoso o Impetinização: infecção bacteriana secundária a outro tipo de infecção (herpes zoster, herpes simples). o Manifestações clínicas: vesículas, bolhas, pústulas e crostas melisséricas que lembram queimaduras de cigarro distribuídas pela face e pelos membros. o Complicações imunológicas: glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica, motivo pelo qual o impetigo, na maioria das vezes, deve ser tratado com antibiótico sistêmico. o Tratamento § Antibiótico tópico § Antibiótico sistêmico: está indicado na presença de lesões múltiplas visando evitar a glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica. - Hordéolo/terçol o Diagnóstico § Clínico § Laboratorial: cultura com antibiograma. o Tratamento § Compressas frias § Limpeza local com SF ou água boricada Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 § Antibiótico tópico § Antibiótico sistêmico o Etiologia: estafilococo. o Manifestações clínicas: compromete cílios e glândulas de Meibomius, causando edema. - Foliculites o Etiologia: estafilococo. o Formas de apresentação § Furúnculo: estafilococcia necrosante do aparelho pilossebáceo. Lesão eritemato-inflamatória, dolorosa e centrada por pelo. Evolui com nodulação, flutuação e drenagem. Pode causar febre. O diagnóstico é clínico e laboratorial (cultura com antibiograma). O tratamento consiste em orientação, compressas quentes, antibiótico tópico ou sistêmico e drenagem leve. § Antrax: conjunto de furúnculos que comprometem mais de um folículo. O tratamento consiste em antibiótico tópico, orientação e antibiótico conforme antibiograma. § Foliculite dissecante do couro cabeludo: rara, crônica e mais frequente em homens. Evolui como foliculite, fístulas, abscessos e cicatrizes (alopécia cicatricial). O diagnóstico é clínico, bacteriológico (antibiograma) e micológico. O tratamento pode ser tópico ou sistêmico (antibiótico guiado pelo antibiograma). Pode ser necessário o uso de retinoides para reduzir o tamanho das glândulas sebáceas (isotretinoína). § Foliculite queloideana da nuca § Pseudofoliculite da barba: mais comum em homens e mais complicada em negros. A etiologia é o estafilococo saprófita. A forma de apresentação é de Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 pápulas com pelos encravados e está associada ao trauma ao se barbear. O diagnóstico é clínico. O tratamento consiste em antibiótico tópico e orientação (fazer a barba no sentido de crescimento do pelo, usar gel de barba e solução antisséptica pós-barba, considerar depilação a laser). - Erisipela o Etiologia: estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (mais crostas), mas também pode ser causada por estafilococo (mais bolhas). o Manifestações clínicas: solução de continuidade com contaminação bacteriana, febre, mal-estar, adenite satélite, eritema, edema, dor, bolhas, adenomegalias, elefantíase. o Tem caráter recidivante o Complicações: nefrite, septicemia. o Diagnóstico: clínico, laboratorial se necessário. o Tratamento: repouso (elevação das pernas se acometimento de MMII), antibiótico sistêmico (VO ou EV). - Celulite: processo inflamatório da hipoderme semelhante à erisipela (aprofundamento da erisipela). o Etiologia: estreptococo/estafilococo. o Diagnóstico: clínico. o Tratamento: medidas locais, antibiótico sistêmico, investigar causas associadas (micose interdigital). Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Eritrasma o Diagnóstico: clínico, podendo ser usada a luz de Wood. Pode ser confundida com fungo, principalmente em homens na região da virilha. o Tratamento: antibiótico tópico. o Etiologia: Corinobacterium minutissimum. o Manifestações clínicas: manchas pardas ou rosadas e descamativas, principalmente na região axilar e inguinocrural. o Cepas resistentes § MRSA o Profilaxia: mupirocina por 15 – 30 dias para infecções de repetição nas axilas e virilhas. Hanseníase/lepra - Mycobacterium leprae o Bacilo Gram positivo o Álcool-ácido resistente o Não cultivável (genoma com apenas 3,26 Mb – necessita do ambiente intracelular do hospedeiro para se proliferar) o Forma globias - Tropismo por pele e SNP - Notificação compulsória - Primeira bactéria descrita em humanos - Hospedeiros naturais: homem e tatu. - Mycobacterium lepromatosis (pacientes multibacilares mexicanos em 2008, pacientes paucibacilares). Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Histologia, baciloscopia, Mitsuda (reação contra os antígenos bacterianos) e clínica o Inespecífica/lepra I/inderterminada/inicial: baciloscopia positiva ou negativa; Mitsuda positivo ou negativo. Uma lesão hipocrômica e alteração de sensibilidade. o Granuloma tuberculoide/lepra T/tuberculoide: baciloscopia negativa; Mitsuda positivo. Uma lesão (até 4 lesões) e alteração de sensibilidade. o Granuloma de células vacuoladas/lepra L/lepromatosa/virchowiana: baciloscopia positiva (+++); Mitsuda negativo. Muitas lesões e alteração de sensibilidade. o Granuloma dimórfico/lepra D/dimorfa/borderline: baciloscopia positiva (++); Mitsuda negativo. Muitas lesões e alteração de sensibilidade. - Caso suspeito o Manchas e/ou placas avermelhadas na pele o Diminuição ou ausência da sensibilidade nas lesões cutâneas o Dormência ou formigamento nas mãos ou nos pés o Diminuição da força nas mãos, em pés ou pálpebras o Nervos dolorosos ou espessados o Edema ou nódulos na face ou pavilhões auriculares o Feridas ou queimaduras indolores nas mãos ou nos pés - Define-se caso de hanseníase todo paciente que apresentar pelo menos uma das seguintes manifestações: o Perda da sensibilidade em lesão cutânea o Um ou mais nervos periféricos aumentados de volume, com perda da sensibilidade e/ou fraqueza muscular nas regiões correspondentes à inervação o Baciloscopia positiva em esfregaço cutâneo - Teste de Mitsuda/da lepromina o Reação de Mitsuda é positiva em 95% das pessoas (imunidade inata) o Não tem valor diagnóstico o Serve como screening imunológico - Lepra paucibacilar o Lepra indeterminada ou inicial o Lepra tuberculoide - Lepra multibacilar o Lepra lepromatosa ou virchowiana o Lepra dimorfa ou borderline Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Polo tuberculoide: resposta mediada por células, formação de granuloma e poucos organismos. IFN-gama, TNF, IL-2, IL-6, IL-12 (Th1). - Polo lepromatoso: resposta humoral, células espumosas e muitos organismos. IL-4, IL-10 (Th2). - Quanto maior o número de lesões cutâneas, maior o número de nervos lesados. - A sensibilidade térmica é lesada antes das outras, mas tanto a dolorosa quanto a tátil também são lesadas numa lesão francamente instalada. - Período de incubação: 2 – 4 anos. - Exposição a M. leprae > ausência de doença (95%) ou lepra indeterminada (5%) > cura espontânea (~75%) ou espectro clínico (~25%). - Fácies leonina: madarose, infiltração das orelhas (predomínio por área fria). - Anergia específica ao M. leprae - Biópsia: lóbulo da orelha ou mucosa nasal. - Nariz em sela - Lesão neural: a aderência do M. leprae às terminações nervosas leva à isquemia, apoptose e desmielinização. o Mão caída o Atrofia da musculatura intrínseca da mão o Pé caído o Mal perfurante plantar/malum perforans pedis (úlceras com bordas calosas) § Diagnóstico diferencial: doença de Thévenard. o Mão simiesca o Hipoestesia de córnea e cegueira o Reabsorção óssea - Palpação de nervos (espessamento) e pesquisa de sensibilidade (térmica, principalmente) - Paradoxo das micobactérias - Incidência: Índia > Brasil. - Anti-PGL1 positiva: indica contato prévio com o M. leprae. - Formas multibacilares eliminam bacilo por fala e respiração, enquanto que as paucibacilares não contaminam ninguém - Controle: é pior se há maiorproporção de menores de 15 anos entre casos novos (≥ 8%), menor proporção de forma I entre os casos novos e maior proporção de doentes com deformidades entre os casos em registro ativo avaliados. - Avaliar contactantes que, nos casos multibacilares, devem ser seguidos por um longo período - Orientações: calçados adequados, evitar cozinhar. - Tratamento: poliquimioterapia/terapia multi-droga. o Multibacilares (L, D e I): sulfona + rifampicina (mensal) + clofazimina por 12 a 24 meses ou até a cura baciloscópica. Seguimento de 5 anos. o Paucibacilares (T e I): sulfona + rifampicina (mensal) por 6 a 12 meses. Seguimento de 2 anos. o Sulfonarresistência Dermatites - Dermatite seborreica o Definição: doença crônica, constitucional, com hiperproliferação epidérmica e eventual participação de Pityrosporum ovale. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 o Clínica: máculo-pápulas eritematosas ou amareladas, recobertas por escamas de aspecto gorduroso, distribuídas no couro cabeludo, face, região pré-esternal e região interescapular (região central do corpo – maior distribuição das glândulas sebáceas). o Comum em RNs, até no máximo o segundo mês de vida § Diagnóstico diferencial: dermatite atópica (atinge mais as bochechas, braços, pernas, fugindo da região mais central do corpo). o Diagnóstico clínico o É frequente nas PVHIV o Terapêutica: orientação, xampus (selênio, piritionato, cetoconazol, Coaltar, enxofre, ácido salicílico), antibióticos tópicos, imunomoduladores (pimecrolimus, corticoide tópico). - Psoríase o Conceito: doença eritemato-escamosa de evolução crônica, com fase de remissão, podendo haver comprometimento articular (artrite psoriásica, que tem associação com psoríase ungueal). o Etiologia: desconhecida, com base hereditária. Ciclo evolutivo celular mais rápido que na pele normal. o Sinal de Koebner: reprodução de lesão típica pós-trauma (ex.: coçadura). Também ocorre em verruga, vitiligo e líquen plano. o Clínica § Lesões eritemato-escamosas variando de pequenas a grandes placas § Simetria é a regra § Lesões mais frequentes na face extensora dos membros (cotovelos, joelhos, região sacral, tronco e couro cabeludo), podendo ocorrer de forma invertida em certos casos § Comprometimento das unhas em 35 a 50% § Formas clínicas • Típica Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 • Pustulosa • Eritrodérmica • Ungueal: descolamento da unha com estrutura tecidual amarelada abaixo dela, descamação periungueal, perda da cutícula, unha em dedal (furinhos nas unhas). Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 • Gutata: associação com infecção bacteriana estreptocócica (história de amigdalite prévia). • Mínima • Artropática • Invertida: compromete as dobras (axila, virilha). § Sinal da vela o Tratamento: antralina, corticoides, imunossupressores (metotrexate 7,5 mg/semana + ácido fólico, ciclosporina 3 – 5 mg/kg – casos resistentes com necessidade de resgate, etc.), Coaltar, ácido salicílico, imunomoduladores (tacrolimus), cremes emolientes, acitretina (diminui a replicação celular), fototerapia (pode ser associada a imunossupressor, acitretina ou tratamento tópico; UVA ou UVB 2 a 3 vezes por semana). - Parapsoríase: lesões eritematosas com bordos irregulares que lembram psoríase, mas não têm descamação. o Pequenas placas: crônica, muito comum no tronco e raramente evolui para linfoma. o Grandes placas: crônicas, com grandes lesões eritemato-escamosas. Essa forma deve ser acompanhada com biópsias pelo risco de evolução para linfoma. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Eritrodermia esfoliativa: pandermatite pruriginosa com erupção universal eritemato- escamosa. o Etiologia variada (drogas, psoríase, eczemas, linfoma, pênfigos). o Diagnóstico clínico o Terapêutica: depende da doença de base (hidratação, antibióticos, quimioterápicos, emolientes, etc.) - Pitiríase rósea o Universal, provavelmente viral, sazonal (inverno), em jovens o Inicia-se por lesão eritemato-escamosa em medalhão, centrífuga, em geral no tronco o Generaliza-se em torno de duas semanas, evoluindo por um a dois meses e entrando em remissão com cura total sem deixar cicatrizes o Importante diagnóstico diferencial com sífilis o Lesões naviculares e descamativas o Tratamento: creme, exposição solar, orientação (resolução espontânea), tratamento sintomático. Micoses - Micoses superficiais: causadas por fungos queratinofílicos (dermatófitos) que colonizam a camada córnea ou outros tecidos ricos em queratina, como a unha. o Trichophyton: T. rubrum (fungo específico da espécie humana), T. mentagrophytes e T. tonsurans. o Incapacidade de viver em temperaturas muito altas (temperatura interna) e na presença de soro o Micoses superficiais § Tinea corporis (tinha do corpo) Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 § Tinea capitis (tinha da cabeça) § Tinea cruris (tinha crural) § Tinea manuum (tinha da mão) § Tinea pedis (tinha do pé) § Tinea unguis (onicomicose) § Tinea versicolor (pitiríase versicolor) o Etiologia § Antropofílicos: Trichophyton rubrum. § Zoofílicos: Microsporum canis. § Geofílicos: Microsporum gypseum. o Diagnóstico laboratorial: identificação do agente (exame micológico direto e/ou cultural). Geralmente se pede os dois exames, o que aumenta a chance de detecção. Dermatófitos podem ser diagnosticados por qualquer técnica. Caso o exame micológico direto para Candida sp seja negativo, mas o cultural seja positivo, pode se inferir que houve contaminação da amostra. o Localização mais frequente: pé (4º espaço interdigital, principalmente) > região inguinal. o Lesões com acentuação das bordas e crescimento centrífugo o Tratamento: em princípio tópico (azólico ou terbinafina), obrigatoriamente sistêmico na tinea capitis, que no nosso meio é causada por fungos zoofílicos que penetram nos folículos e nos fios (quebra o cabelo – tonsura). A tinea capitis é uma doença típica de crianças e acredita-se que o cabelo mais oleoso (adolescentes) seja um fator de proteção. Pode ser tratada com terbinafina ou griseofulvina (caiu em desuso). § Tricoscopia o Diagnóstico diferencial de tinea capitis: psoríase (não destrói o fio) e alopécia areata (não tem fenômeno inflamatório descamativo). o Onicomicose § O fungo penetra a lâmina ungueal ou o leito e, através dele, a lâmina. Pode haver colonização da parte mais superficial da unha ou o fungo pode fazer a volta pela cutícula (onicomicose proximal), o que é bem raro e geralmente está associado com imunossupressão. § Dermatófitos: conseguem destruir a unha através de sistema enzimático (unha espessada: paquioníquia; e esfarelada: onicorrexe). No pé, geralmente é dermatófito. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 § Candida: faz muito fenômeno periungueal (edema: paroníquia/perionixe; e descolamento da borda: onicólise). • Intertrigo: inflamação das dobras com aspecto macerado. Não é raro haver lesões satélites. § Acometimentos distais: tratamento tópico (terbinafina na onicomicose por dermatófitos, azólico na Candida). § Acometimentos mais intensos, próximos ou na zona da matriz: tratamento oral (terbinafina na onicomicose por dermatófitos, azólico na Candida). o Pitiríase versicolor § Hipocrômica, eritematosa ou hipercrômica § Assintomáticas ou pruriginosas (eritematosas) § M. furfur: saprófita do folículo piloso. § Basta a pesquisa direta para o diagnóstico (estruturas redondas no folículo piloso). Cultura só em meios especiais (lipofílicos). Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 § Tratamento: itraconazol oral e cetoconazol shampoo, já que leveduras não respondem bem à terbinafina. § Efeito fotoprotetor das lesõeshipocrômicas - Antifúngicos de uso tópico o Ciclopirox olamina o Cetoconazol, isoconazol, bifonazol, fenticonazol, miconazol o Terbinafina 1%: ação melhor sobre dermatófitos. - Antifúngicos de uso sistêmicos o Cetoconazol (hepatotóxico), itraconazol (interações medicamentosas: estatinas), fluconazol (MIC muito alto) o Terbinafina: escolha para onicomicose por dermatófitos. - Resumo do tratamento das micoses superficiais o Tinea pedis, cruris, manuum: tópico (azólico ou terbinafina). o Tinea capitis: terbinafina oral. o Pitiríase versicolor: azólico (oral?). o Onicomicose por Candida: azólico. o Onicomicose por dermatófito: terbinafina (oral?). - Micoses profundas: o agente etiológico está na derme, não mais na camada córnea, estando em contato com vasos sanguíneos e vasos linfáticos, existindo a possibilidade de manifestações extra-cutâneas. o Via de transmissão: inalação de esporos ou inoculação traumática. o Blastomicose sul-americana/paracoccidioidomicose § Agente etiológico: Paracoccidioides brasiliensis § Contágio: inalação de esporos. § Forma cutâneo-linfática: úlceras de pele e afecções de glândulas. Lesões ulceradas que podem lembrar neoplasia, mas são múltiplas. § Acometimento pulmonar § Homens da zona rural § Diagnóstico: presença do fungo na pesquisa direta (roda de leme) ou por biópsia cultura. § Tratamento: itraconazol. § História natural: contato > complexo primário pulmonar > resolução, persistente assintomático, PB doença ou reativação/estado de imunossupressão/doença disseminada. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 § Suspeita: sintomas respiratórios, ulcerações orais e nasais e lesões cutâneas polimórficas, envolvimento de linfonodos, hepatoesplenomegalia, massa abdominal em crianças. o Esporotricose § Sporothrix complex (S. Brasiliensis, schenkii, globosa) § Inoculação do fungo (trabalho com plantas na zona rural, mordida de gato, cachorro, rato?) > cancro esporotricótico > linfangite ascendente • Pode fazer, em vez da linfangite ascendente, lesão fixa (placa infiltrada) e até ulcerações • Ocular (conjuntivite crônica) • Facial • Pulmonar § Diagnóstico: cultura, já que, na temperatura corpórea, o Sporothrix faz estruturas inespecíficas (leveduriformes). Na cultura, em temperatura ambiente, surgem “pequenas margaridas” e a colônia tem duas cores, preto e branco. Existem técnicas de fermentação que tentam classificar a espécie. § Remissão espontânea: opção na gravidez § Diagnóstico diferencial: afecções esporotricoides. § Tratamento: itraconazol 100 mg/dia (imunocompetentes, imunocomprometidos, forma mais disseminada), anfotericina B IV 1 mg/kg por 4 horas (doenças disseminadas e associadas com imunossupressão), terbinafina (MIC menor que o itraconazol). • Anfotericina B Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 o Primeiro antifúngico o Uso intravenoso, com infusão de 1 mg/kg durante 4 horas, até atingir 2 – 4 g de dose total) o Nefrotóxica levando à hipocalemia severa com possibilidade de arritmia cardíaca Infecções sexualmente transmissíveis - Sífilis o T. pallidum – contato sexual o Declinou após II guerra, retornou em 1960 (ACO, liberdade sexual, AIDS) o Só é infectante na fase recente o Contágio pelo ato sexual (coito e beijos) o Após 20 a 30 dias – cancro - sífilis primária § Cancro duro: lesão indolor, única, erosada, com fundo limpo, na glande ou sulco balanoprepucial no homem e colo uterino e vulva na mulher. Lesão altamente contagiosa. § Presença de adenopatia regional múltipla e indolor o Sífilis secundária após 2 a 3 meses - lesões generalizadas § Surge após 2 meses do cancro com erupção generalizada e simétrica § As lesões palmoplantares têm valor diagnóstico § Presença de condilomas planos § Critérios clínicos para reconhecimento da sífilis secundária • Erupções generalizadas, simétricas, maculares, persistentes, associadas ou não a pápulas • Linfoadenopatia generalizada • Cansaço, dor no corpo • Lesões de face, cabeça e pescoço e lesões tipo afta na boca são frequentes • Lesões papulares nas palmas das mãos e nos pés Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 § Manifestações clínicas de sífilis secundária: rash cutâneo, condiloma latum, pápulas, adenopatia, febre, dor, atralgia/artrite, dor de cabeça, dor nos olhos, uveíte, neuropatia craniana, glomerulonefrite, hepatite, osteíte/periostite, alopécia em clareira e madarose (reversíveis com o tratamento), cansaço, anorexia. § Diagnóstico diferencial: pitiríase rósea de Gilbert. § Fase latente • Precoce: < 2 anos. • Tardia: > 2 anos. o Após 2 anos evolução para sífilis terciária (não infectante) § Evolução natural da sífilis caso, que caso não tratada, entre 2 e 30 anos poderá evoluir para estágio terciário § Lesões tegumentares (15,8%): gomas (nódulos com erosão na superfície; diagnóstico diferencial: leishmaniose, TB, lesões alérgicas com prurido e coçadura). § Cardiovasculares (10,4%): aortite sifilítica. § Neurossífilis (6,5%): paresias, tabes dorsalis. o Diagnóstico laboratorial § Pesquisa do T. pallidum (fases primária e secundária) • Microscopia em campo escuro • Imunofluorescência direta § Sorologias • VDRL em geral > 1/16 o O VDRL é a sorologia mais usada para controle de cura, pois reduz gradativamente pós-tratamento, permanecendo positivo em títulos baixos no pós-cura • FTA-Abs IgM e IgG: alta sensibilidade e especificidade. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 o O FTA-Abs IgM é a mais precoce de todas as reações e indica doença em atividade, importante no diagnóstico recente e na sífilis congênita. Desaparece após algum tempo com ou sem cura. o O FTA-Abs IgG permanece positivo mesmo após a cura, não servindo como marcador de cura • Exame do líquor é feito em geral em caso de sífilis não tratada com mais de 2 anos de duração, permanência de sorologias positivas pós- tratamento, neurossífilis sintomática e alta dos casos de neurossífilis tratada o Tratamento: penicilina é a droga de escolha. Penicilina G benzatina, penicilina procaína, tetraciclina, eritromicina, doxiciclina, cefalosporinas. § Reação de Jarisch-Herxheimer: cefaleia, febre, artralgias, calafrios e mialgias após 4 a 6 horas do tratamento devido a liberação maciça de antígenos treponêmicos. O paciente deve ser tratado de forma sintomática. - Cancro mole/cancroide o Haemophilus ducreyi (estreptobacilo Gram negativo) o Pesquisa direta o Período de incubação: 2 a 4 dias. o Caracteriza-se por pápula eritematosa, pústulas e úlceras múltiplas, dolorosas e com secreções o 1 a 2 semanas após surge linfoadenopatia o Tratamento: sulfas, eritromicina. - Linfogranuloma venéreo o Chlamydia trachomatis o Sorologia Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 o Período de incubação: 2 a 4 semanas. o Manifesta-se pela presença de úlcera transitória, linfoadenopatia dolorosa importante 2 semanas após, febre, dor muito intensa. o Tratamento: tetraciclinas. o Elefantíase genital: dificuldade de retorno linfático devido à presença de linfoadenopatia. - Donovanose o Calymmatobacterium (Donovania – Klebsiella) granulomatis o Histologia: corpúsculos de Donovan. § Diagnóstico: biópsia de pele. o Período de incubação: 8 a 12 semanas. o Lesões úlcero-vegetantes o Tratamento: tetraciclinas, sulfas, eritromicina. - Gonorreia/blenorragia o IST frequente, pandêmica, contágio sexual na totalidade dos casos o Diplococo Gram negativo – Neisseria gonorrhoeae, intracelular o O ser humano é o único hospedeiro natural conhecido o Sintomas surgem 2 a 5 dias após contágio (formigamento, disúria e fluxo uretral amarelo-esverdeado). A maioria das mulheres são assintomáticas ou tem corrimentose queixas inespecíficas. o Complicações: a principal no homem é a prostatite e na mulher é causa frequente de DIP. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 Colagenoses - Lúpus o Lúpus cutâneo discoide crônico: tríade eritema + atrofia + descamação em áreas expostas. 5% dos pacientes estão no espectro sistêmico. Os fenômenos atróficos podem ser vistos como alteração na produção de pigmento, muitas vezes com destruição de folículos pilosos fazendo alopécia de padrão cicatricial. Podem haver lesões no palato. o Lúpus cutâneo subagudo: lesões mais eritematodescamativas psoriasiformes e circinadas, fotossensibilidade. 35% dos pacientes estão no espectro sistêmico. o Lúpus cutâneo agudo: asa de borboleta. 100% dos pacientes estão no espectro sistêmico. Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 o Epitope spreading o Processo inflamatório > vacuolização com necrose de queratinócitos (queratinócitos eosinofílicos) > perda tecidual o Imunofluorescência direta: fluorescência ao longo da zona da membrana basal (lupus band). o Imunofluorescência indireta: fator anti-núcleo (FAN). § Homogêneo § Moteado § Salpicado § Salpicado/nucleolar § Padrões • Nucleares: tipo membrana nuclear, nuclear homogêneo (LES). • Nucleolares: nucleolar homogêneo (esclerose sistêmica). • Citoplasmáticos • Aparelho mitótico § Pontilhado grosso: anti-Sm, anti-Rnp. § Pontilhado fino: anti-SS-A/Ro, anti-SS-B/La. § Centromérico: CREST (esclerodermia de melhor prognóstico). § Pleomórfico o Lúpus neonatal: lesões cutâneas, leucopenia, anemia, trombocitopenia e bloqueio cardíaco permanente e grave. Ro e La levam à apoptose dos miócitos cardíacos (alfa- actina). o Tratamento § Corticoide tópico (creme, pomada, oclusão, infiltração): LEDC § Antimalárico - cloroquina: LEDC/LESA/LES. § Corticoide sistêmico: LEDC/LESA/LES. § Imunossupressor: LESA/LES. § Biológicos o Resumo § Variabilidade clínica = variabilidade prognóstica § Importância das técnicas de imunofluorescência § Correlação entre padrão do FAN e o quadro clínico § Transferência placentária de IgG patogênicas § Imunossupressão: corticoide + antimalárico - cloroquina > “outros imunossupressores” > biológicos. § Doença autoimune policlonal - Esclerodermia: produção exagerada de colágeno. o Formas cutâneas puras: face lenhosa, testa sem rugas, dificuldade de piscar, nariz afilado, pele brilhosa, microstomia, rugas periorais (boca de fumante), impossibilidade de assobiar. § Em placa § Linear: perda de anexos. o Esclerodermia sistêmica progressiva o Formas viscerais § Fibrose pulmonar idiopática Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231 - Dermatomiosite o Possibilidade de ser paraneoplásica o Lesões fotossensíveis em V + eritema palpebral + pápulas psoriasiformes justarticulares no dorso das mãos (histologicamente, há vacuolização e agressão do epitélio) o Relação entre anticorpo e quadro clínico Amanda dos Reis Ribeiro ATM 231