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CURSO DE NUTRIÇÃO GESTÃO DE QUALIDADE SANTARÉM- PA 2022 Trabalho da disciplina Tecnologia dos Alimentos apresentado ao prof. Marcello Baima, como avaliação parcial do curso de Nutrição. SANTARÉM-PA 2022 1. INTRODUÇÃO A preocupação com a qualidade do produto tem origem lá nos primórdios, dando início no século XIX, com a utilização de medidas, padrões e gabaritos na indústria bélica americana. (BUZINARO; GASPAROTTO, 2019). Os alimentos são muito suscetíveis a inúmeras formas de contaminação desde a matéria-prima até o produto final, devido isso, deve-se ter um cuidado extremo ao manuseá-los. Vários fatores precisam ser levados em consideração para obter alimentos seguros e com qualidade (LOPES et al., 2020). Segundo Oliveira; Mendonça; Menezes (2020), os alimentos são contaminados por práticas de manipulação inadequadas, principalmente quando ações higiênico-sanitárias não são adotadas e as condições desse ambiente de produção não são aceitáveis para sua manipulação, por conta disso, essas praticas são consideradas como principais causas de doenças transmitidas por alimentos. Para melhor entendimento do conceito de qualidade dos alimentos, podem-se observar duas óticas, qualidade percebida e qualidade intrínseca. A qualidade percebida está vinculada com as características do produto, sendo possível citar: a cor, textura, aroma, além dessas a composição nutricional e as características da embalagem contribuem para analisar a qualidade percebida. Já́ na qualidade intrínseca é considerado tudo que o consumidor considera como óbvio no produto, tais como a ausência de contaminantes, não utilização de componentes proibidos pela legislação, dosagens seguras, diante disso para o consumidor um produto é considerado de qualidade quando atende ao objetivo para o qual foi adquirido (BUZINARO; GASPAROTTO, 2019). Diante disso para garantir a qualidade e segurança dos produtos devem ser adotados procedimentos que intensificam as medidas de higiene, evitando a contaminação cruzada e garantindo a qualidade microbiológica do produto final (OLIVEIRA; MENDONÇA; MENEZES, 2020). Segundo Buzinaro; Gasparotto (2019), os fatores que devem ser levados em consideração para que se obtenham alimentos seguros e de qualidade são, as características da matéria-prima, as condições higiênicos-sanitárias em todas as etapas da cadeia produtiva, além de programas de boas praticas de manipulação. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Boas Praticas de Fabricação – BPF Os alimentos são considerados um veículo para agentes infecciosos e tóxicos e podem ser contaminados durante toda a etapa da cadeia alimentar por qualquer matéria estranha (LOPES et al., 2020). Por conta disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 1997 aprovou um Regulamento Técnico abordando as condições higiênicos-sanitárias e Boas Práticas de Fabricação (BPF) para os estabelecimentos produtores de alimentos, sendo regularizado pela Portaria n° 368 (BRASIL, 1997), e nas determinações da ANVISA através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 216 (BRASIL, 2004), e da RDC nº 275 (BRASIL, 2002). As contaminações ou agentes de natureza física, química ou microbiológica são considerados perigos que podem tornar um alimento não seguro para o consumo. A BPF é um conjunto de práticas e procedimentos para um correto manuseio e preparo de alimentos, assegurando a integridade e a qualidade do produto em todas as etapas da cadeia. Diante de uma correta implantação das BPF torna-se uma forma eficaz de redução e eliminação dos riscos, além do melhor controle de qualidade, proporcionado assim uma maior segurança aos produtores (LOPES et al., 2020). De acordo com Buzinaro; Gasparotto (2019), as empresas estão buscando cada vez mais a implantação das BPF devido a melhoria continua, exigência do mercado consumidor e a competitividade, além da segurança alimentar dos seus produtos. Já para Lopes et al (2020), as BPF abrangem um conjunto de regras e princípios que devendo ser adotados pelas indústrias com o propósito de assegurar a qualidade, além de ajudar com a redução dos custos operacionais, a otimização e a excelência dos processos realizados e alta credibilidade perante o público consumidor (BUZINARO; GASPAROTTO, 2019). Programa de Boas Práticas sempre requer mudanças estruturais e principalmente as mudanças comportamentais, pois esse programa prevê a avaliação do ambiente de trabalho e das pessoas que estão envolvidas nos processos produtivos, analisando os procedimentos de higiene para a qualidade e integridade dos alimentos, portanto torna-se fundamental o comprometimento de todos com os recursos necessários à sua implantação (ALVES; BUENO, 2018). 2.2 Procedimento padrão operacional – PPO Os Procedimentos Padrão Operacionais (PPO) são regulamentados pela resolução nº 275 da ANVISA, sendo aplicados aos Estabelecimentos (BRASIL, 2002). Segundo Simplício; Silva (2021) para ter controle de qualidade é imprescindíveis boas práticas e condições em relação ao ambiente onde aconteça a produção, entre outros pontos necessários. O PPO é considerado uma ferramenta da qualidade que busca a melhoria continua onde serão minimizados erros para garantir resultados seguros das atividades (ALVES; BUENO, 2018). Este é um documento possui procedimentos de cuidados com as matérias- primas, higienização de toda a empresa, dos equipamentos e utensílios, além do controle de pragas dos produtos, Para que o produto tenha qualidade os Procedimentos Padrão Operacionais, é a base para a indústria de alimentação. (MORAIS, 2019). Conforme Simplício; Silva (2021), manipuladores de alimentos capacitados e o controle de qualidade no preparo de alimentos são muito importantes, e envolvem as Boas Práticas de Manipulação, que são técnicas e procedimentos adequados para o preparo desses alimentos, garantindo assim uma qualidade e segurança higiênico-sanitária dos alimentos. Com o intuito diminuir os riscos de contaminações e obter a qualidade desejada, mantendo a higiene desde a matéria-prima até o produto final, (MORAIS, 2019). Para melhoria continua e garantir resultados seguros o PPO deverá ser escrito de maneira sucinta, onde são feitas descrições detalhadas de todas as operações que foram realizadas, ou seja, um roteiro padronizado dessas atividades, sempre com o objetivo de buscar os resultados esperados por atividades executadas (ALVES; BUENO, 2018). 2.3 Procedimento padrão de Higiene operacional – PPHO Os principais objetivos dos Procedimentos Padrão de Higiene Operacional (PPHO) são impedir a contaminação e a adulteração do produto, realizado através do desenvolvimento de um programa, que deve ser monitorado, registrado e verificado, que visa estabelecer uma rotina (BELLAVER, 2018). O programa inclui treinamento para capacitação dos funcionários, durante e após o processamento, monitoramento e avaliações da rotina de processamento e revisão das ações corretivas e preventivas no processamento na indústria (BRITES 2019). Segundo a legislação nº 34 de 2008, os Procedimentos Padronizados de Higiene Operacional (PPHO) são descritos, como produtos praticados e monitorados da higienização das instalações, de equipamento e utensílios da indústria, que estabelece uma rotina de ações para evitar qualquer tipo de contaminação, sendo ela direta ou cruzada, além de alterações indesejáveis na matéria-prima até no produto final (BRASIL, 2008). Os PPHO’s são programas de autoria da própria indústria manipulador de alimentos que abordam os procedimentos destinados à limpeza e sanitização dos equipamentos e utensílios de trabalho (SBARDELOTTO, 2019). Esse programa é dividido em duas etapas, o pré-operacionalrealizado antes do início das operações e o operacional que executado durantes as atividades (BRITES 2019). Esse programa descrevem operações em todo o processo de produção, desde a recepção, armazenamento, e transporte de alimentos, com o simples objetivo de assegurar padrões mínimos de higiênicos sanitários (BRASIL, 2002). Para Brites (2019), o PPHO envolve a descrição de toda a etapa do processamento; a identificação dos riscos físico, químicos e biológicos; os limites aceitáveis para cada perigo; controle para prevenção para evitar algum perigo; medidas corretivas; qual o método a ser utilizado na fiscalização e sua frequência de monitoramento; e todos os formulários de registros das atividades de inspeção. 2.4 Analise de perigos e pontos críticos de controle – APPCC As inovações e avanços da tecnologia trouxeram às indústrias alimentícias os desafios da globalização, sendo assim as indústrias também atribuíram maior preocupação com a segurança alimentar, diante disso a APPCC é considera a principal ferramenta capaz de para garantir a qualidade, segurança e a integridade dos alimentos, através da prevenção dos perigos associados ao processo produtivo (Alcântara et al., 2020). O sistema de Analise de Perigo e Pontos Críticos de Controle (APPCC) surgiu em 1959, nos Estados Unidos, onde surgiu a necessidade do desenvolvimento de um programa de qualidade que pudesse garantir a produção de alimentos com ausência de defeitos, para que os mesmos fossem consumidos pelos astronautas, diante da sua eficácia, o programa passou a ser aceito em diversas empresas americanas para garantir a produção de alimentos mais seguros (BELLAVER, 2018). Os países vêm buscando mecanismo de ações em saúde publica, com o propósito de proteger o consumidor contra alimentos nocivos, a APPCC é um sistema no qual a segurança dos alimentos é obtida por meio da análise e do controle dos perigos, sendo eles químicos, biológicos e físicos. Esse sistema é uma excelente ferramenta a ser aplicada nos estabelecimentos manipuladores de alimentos. (QUEIROZ et al., 2019). A produção de um alimento considerado seguro inclui o atendimento a legislações e adoção de metodologias de qualidade para análise de todo o processo de fabricação, prevenindo as causas de contaminação física, química ou microbiológica, que podem afetar a saúde do consumidor (QUINTINO; RODOLPHO). E o APPCC é uma ferramenta que vem de encontro a isso, sendo um método preventivo na linha de produção de alimentos, sendo aplicado com sucesso em indústria de alimentação para o controle de qualidade (ROSSETO; BATISTELLA; VEIGA, 2020). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante disso, foi possível observar que o Sistema de Gestão da Qualidade é uma estratégia aonde irá permitir que as organizações potencializem o seu desempenho, além de ofertar produtos e serviços de qualidade ao consumidor. Para a indústria obtenção alimentos seguros, é recomendada que a mesma venha aderir programas que garantam a segurança do alimento, como o programa de Boas Práticas de Fabricação, o sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle e a implementação da ISSO 9001 que é um referencial mais utilizado e reconhecido a nível mundial. Esses programas chegam com objetivo de evitar a contaminação dos produtos, abrangendo qualidade desde a recepção das matérias- primas até o produto final que será entregue, e seus principais benefícios internos, foram a redução de problemas com a segurança do alimento e melhoria na capacitação dos funcionários, já aos benefícios externos destacam-se nível de satisfação dos clientes. REFERÊNCIAS Alcântara, Lohane O,Thiago M. V. Salgado , , Marcela S. M. Carvalho. APPCC: UMA FERRAMENTA DA GESTÃO DA SEGURANÇA DE ALIMENTOS. Alimentos: Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente – Vol. 1 – N. 7, 2020. ALVES, Danieli Cristina; BUENO, Silvia Messias. Revisão do manual de boas práticas de fabricação e procedimentos operacionais padronizados de uma indústria de aromas. UNILAGO, v. 1, n. 1, 2018. BELLAVER, Mariana. Implantação do sistema de análise de perigos e pontos critícos de controle no beneficiamento de amendoim. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE-FURG, 2018. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n° 216, de 15 de setembro de 2004. 15 set. 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.ht ml. Acesso em: 3 jun. 2022. BRASIL, Ministério Da Agricultura E. Do Abastecimento. PORTARIA Nº 368, DE 4 DE SETEMBRO DE 1997. 4 set. 1997. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos- animal/empresario/Portaria_368.1997.pdf/view. Acessado em: 2 jun. 2022. BRASIL. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 34, DE 28 DE MAIO DE 2008. REGULAMENTO TÉCNICO DA INSPEÇÃO HIGIÊNICOSANITÁRIA E TECNOLÓGICA DO PROCESSAMENTO DE RESÍDUOS DE ANIMAIS. Brasília, 2008. 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Como a implementação das boas práticas de fabricação (bpf) auxiliam a competitividade e a qualidade em uma indústria. Revista Interface Tecnológica, v. 16, n. 2, p. 371-382, 26 dez. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.31510/infa.v16i2.662. 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Acessado: 01 jun. 2022 SIMPLÍCIO, Keicy Layane Ribeiro; SILVA, Ednaldo Gomes da. Segurança alimentar: capacitação em boas práticas para colaboradores de escolas públicas de petrolina- pe. Revista Semiárido De Visu, v. 8, n. 1, p. 15-27, 1 maio 2021. Disponível em: https://doi.org/10.31416/rsdv.v8i1.67. Acesso em: 4 jun. 2022. https://doi.org/10.34117/bjdv6n7-540 https://doi.org/10.37585/ha2020.01analise https://doi.org/10.31510/infa.v15i2.452 https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5136 http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/20091/1/FB_CEEP_I_2020_18.pdf http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/20091/1/FB_CEEP_I_2020_18.pdf https://doi.org/10.31416/rsdv.v8i1.67
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