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Thaís Oliveira - @dicas.demed O sistema respiratório é constituído pelo nariz, faringe, traqueia, brônquios e pulmões. Suas partes podem ser classificadas de acordo com a sua estrutura e função. Estruturalmente, é constituído pelo sistema respiratório superior e sistema respiratório inferior. ● Sistema respiratório superior: inclui o nariz, a cavidade nasal, faringe e estruturas associadas. ● Sistema respiratório inferior: inclui a laringe, traqueia, brônquios e pulmões. É um tubo em forma de funil, com aproximadamente 13 cm de comprimento, que começa nos cóanos e se estende para o nível da cartilagem cricóidea. Se encontra posterior a cavidade nasal, superior a laringe. Pode ser dividida em três partes anatômicas: parte nasal da faringe (nasofaringe), parte oral da faringe (orofaringe) e parte laríngea da faringe (laringofaringe). ● Nasofaringe: encontra-se posterior a cavidade nasal e se estende até o palato mole. A sua parede há 5 aberturas: dois cóanos, dois óstio e abertura oral da faringe. Em sua parte posterior também encontra-se a tonsila faringea. Por meio dos coános, a parte nasal da faringe recebe o ar da cavidade nasal. A parte nasal da faringe também troca pequenos volumes de ar com as tubas auditivas para uniformizar a pressão entre a orelha média e a atmosfera. ● Parte oral da faringe: se estende do palato mole até o nível do hioide. Possui apenas uma abertura (a fauce), que é a abertura da boca. Possui funções digestórias e respiratórias, servindo como via comum para o ar, comida e bebida. As tonsilas palatina e lingual são encontradas na orofaringe. ● Parte laríngea da faringe: começa a partir do nível hioide e está antes da laringe. Possui funções respiratória e digestória. Encontra-se na linha média do pescoço, anteriormente ao esôfago e as vértebras cervicais. É composta por nove fragmentos de cartilagem. Três ocorrem isoladamente (cartilagem tireóidea, epiglote e cartilagem cricóidea). Três ocorrem em pares (cartilagens aritenóidea, cuneiforme e corniculada). Conceito Sistema respiratório superior Faringe laringe l Thaís Oliveira - @dicas.demed ● Epiglote: é um segmento de cartilagem em forma de folha recoberta de epitélio. Na parte inferior, possui uma estrutura afilada que conecta a margem anterior da cartilagem tireóidea. A parte superior da folha (cartilagem epiglótica) não está presa a nenhuma estrutura e se move para cima e para baixo. Durante a deglutição, a faringe e laringe se movem para cima. Quando a faringe se eleva, é para receber os alimentos ou bebidas, e a elevação da laringe faz com o que a epiglote se mova para baixo e cubra a glote, fechando-a. O fechamento da laringe durante a deglutiação desvia líquidos e alimentos para o esôfago, mantendo-os fora da laringe e das vias respiratórias. ● Glote: é um par de pregas de túnica mucosa, as pregas vocais na laringe e o espaço entre elas é chamado de rima da glote. É uma via tubular para passagem de ar , com aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Localizada anteriormente ao esôfago e se estende até a carina, onde se divide em brônquios primários direito e esquerdo. Traqueia Brônquios e bronquíolos Quando a traqueia se divide, ela forma os brônquios principais direito e esquerdo, a partir de uma crista chamada carina. Ao entrar nos pulmões, o brônquio principal se divide em brônquios menores, chamados de brônquios lobares. O pulmão direito possui três lobos e o pulmão esquerdo possui apenas dois lobos. Os brônquios lobares continua se ramificando, formando brônquios cada vez menores, chamados de brônquios segmentares, que irrigam os segmentos broncopulmonares em cada lobo. Os brônquios segmentares se ramificam, formando os bronquíolos. Os bronquíolos também se ramificam, e seus menores ramos se chamam bronquíolos terminais, que protegem contra os efeitos nocivos de toxinas inaladas e produzem o surfactante. Esses bronquíolos terminais se assemelha a uma árvore invertida, sendo comum ser chamado de árvore bronquial. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Broncoaspiração A aspiração pulmonar pode ser aguda (acidental) ou cônica (habitual). ● Aspiração aguda: pode ocorrer desde o período neonatal até a adolescência. A granulação e a composição do material que foi atirado são elementos muito importantes por conta das reações orgânicas que ocasionam. ● Aspiração crônica: podem ocorrer devido a RGE (refluxo gastro-esofágico) com aspiração do conteúdo gástrico e alimentos, em função de distúrbios da deglutição com o predomínio de alimentos, saliva e secreções brônquicas. Em casos de doenças neurológicas, são aspirados saliva e conteúdo gástrico, podendo ocasionar casos de aspiração crônica. A síndrome da aspiração também pode ser classificada de acordo com o tipo de matéria, que foi aspirado: ● Irritativa (pneumonites químicas por ácido, hidrocarbonetos, óleo vegetal e álcool). ● Infecciosa (aspiração de saliva e secreções contaminadas). ● Obstrutiva (causadas por afogamento e aspiração de corpo estranho). Fisiopatologia As vias aéreas superiores apresentam o mecanismo de defesa, que é o movimento coordenado entre a respiração e a deglutição. A coordenação entre o fechamento da laríngeo, a deglutição e o espasmo da laringe, responde ao estimulo. Na aspiração direta, durante o ato de deglutição do conteúdo da orofaringe, atinge as vias aéreas inferiores promovendo a obstrução laríngea ou brônquica, e sufocação ou atelectasia maciça. Geralmente, a criança pequena tem tendência a colocar objetos na boca e por vezes, acidentalmente, aspirar objetos, podendo ocorrer episódio de engasgo, até mesmo a obstrução aguda e fatal das vias aéreas. Após a aspiração, ocorre a tosse paroxística e apneia em grau variável, podendo levar a morte, a depender das características do material que foi aspirado, como: volume, capacidade de lesar os tecidos e tamanho das partículas. A presença de corpos estranhos no esôfago pode acusar sintomas respiratórios, já que a traqueia, laringe e esôfago constituem uma unidade embriológico e funcional. Então, quando o corpo estranho passa pelo esfíncter esofágico, pode ficar retido nessa região, a depender do tamanho e forma. Em relação aos alimentos, é mais comum vegetais oleosos, como o amendoim, feijão e milho. Os materiais líquidos, normalmente são: leite, material gástrico e água. Já os materiais gasosos, geralmente é a inalação de fumaça. Fatores de risco Algumas situações ou condições clinicas comprometem a proteção fisiológica das vias aéreas inferiores: ● Lesão mecânica na glote ou no esfíncter esofágico; ● Distúrbios de deglutição; ● Déficit neurológico; ● Doença do refluxo gastroesofágico; ● Gestantes; ● Obesos; ● Alimentação por sonda nasogástrica. ● Disfagia mecânica ● Doença pulmonar Obstrutiva crônica descompensada ● Intubação orotraqueal Manifestações clínicas Geralmente, as manifestações variam, podendo surgir a insuficiência respiratória, atelectasia, broncopneumonia, bronquiectasia e pode levar ao óbito. Broncopneumonia: inflamação que atinge o pulmão, mais especificamente, os brônquios e alvéolos pulmonares. Atelectasia: os alvéolos pulmonares sofrem um colapso, se fechando e ficando sem ar em seu interior. Bronquiectasia: é uma dilatação irreversível nos brônquios resultante de lesão na parede das vias aéreas. Insuficiência respiratória: os pulmões estão incapazes de realizar as trocas gasosas. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Sinais e sintomas: ● Apneia; ● Pneumonia aspirativa aguda; ● Vômitos; ● Tosse noturna; ● Cianose; ● Regurgitações habituais; ● Engasgo; ● Dificuldade no ato da amamentação. Além destes, a criança pode apresentar tosse, rouquidão, sinusite, laringite e faringite. Diagnóstico Com relação ao diagnóstico, a anamnese é de extrema importância de vez que em 95% dos casos, a tríade engasgo sufocaçãoe tosse, está presente. ● RX tórax: geralmente está alterado em 80 % dos casos, sendo observado imagens condensadas por atelectasia e/ou pneumonia secundária, também podendo haver obstrução. ● Ressonância magnética: tem se mostrado de grande precisão, principalmente, na localização de vegetais fragmentados. ● Endoscopia respiratória ou broncoscopia: é quem faz a confirmação do diagnóstico de aspiração pela via aérea. Prevenção na infância Deve-se ofertar os alimentos com o bebê/criança na posição sentada, de preferência na mesa. Evitar distrações enquanto se alimenta, como brincar, assistir televisão ou permanecer em ambientes barulhentos. Se for em relação ao engasgo com objetos, deve-se seguir as recomendações da embalagem de brinquedos, com relação a idade ideal par aquisição. Não deixe crianças pequenas brincarem com moedas. Referências ● TORTORA, Gerald J.; GRABOWSKI, Sandra Reynolds. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. ● Aspiração de corpo estranho. Sociedade Brasileira de Pediatria. l Thaís Oliveira - @dicas.demed É a principal causa de morte por um único agente infeccioso. Foi causa de 50% de todas as mortes durante o século XIX e inicio do século XX. Atualmente, é considerada pela OMS como um problema de saúde pública mundial, estimando que ocorre cerca de 9 milhões de casos novos a cada ano em todo o planeta. No Brasil, entre os anos de 2001 e 2014, foi confirmado mais de 1 milhão de novos casos, e destes casos, cerca de 70 mil evoluíram a óbito. Ocupa a 20 posição na lista dos trinta países. Historicamente, a tuberculose esta associada a pobreza, condições de vida, como o saneamento básico e a alimentação, e doenças debilitantes. Nas últimas décadas voltou a ser grande interesse no mundo por conta da sua associação com a AIDS. Epidemiologia Etiologia A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela micobactéra M. tuberculosis. As micobactérias aeróbias, com forma de bastonetes finos, que não formam esporos. A sua capsula cerosa externa faz com o que se torne mais resistente a destruição e possibilita que retenha corante vermelho. Desse modo, as micobactérias são conhecidas como bacilos álcool-acidorresistentes. É mais comum que os pulmões sejam afetados, porque os bacilos da tuberculose aeróbios se proliferam em ambientes ricos em oxigênio, tendo tendencia a causar doenças no lobo superiores ou das partes mais altas do lobo inferior, onde a ventilação e a concentração de oxigênio são mais altas. Mycobacterium tuberculosis hominis é o tipo mais frequente de tuberculose que ameaça os seres humanos. É um microorganismo disseminado pelo ar em diminutas partículas invisíveis conhecidas como núcleos gotículares, acumuladas nas secreções respiratórias dos pacientes com a tuberculose ativa. Tossir, espirrar e falar, produzem gotículas respiratórias, e essas gotículas evaporam e abrigam micro-organismos que permanecem suspensos no ar e são transportados pela correntes de ar. Desse modo, viver em ambientes aglomerados e confinados, aumenta o risco da disseminação na doença. Os macrófagos são as principais células que são afetadas pelo M. tuberculosis. Os núcleos goticulares inalados descem pela árvore brônquica sem aderir ao epitélio e são depositados nos alvéolos. Pouco depois de entrar nos pulmões, os bacilos são fagocitados pelos macrófagos alveolares, mas resistem a destruição, aparentemente porque a parede celular do M. tuberculosis possui lipídios que impedem a fusão dos fagossomos e lisossomos. Como não conseguiu fagocitar, irá iniciar o processo de reação imune celular, por fim, uma infecção. A medida em que os bacilos se multiplicam, os macrófagos que foram infectados decompõem as micobactérias e apresentam os seus antígenos aos linfócitos T. Por sua vez, os linfócitos T sensibilizados estimulam os macrófagos a aumentar a concentração de enzimas líticas e sua capacidade de destruir as micobactérias. Quando liberadas, essas enzimas líticas também destroem os tecidos do pulmão. Quando os linfócitos T ativados e a formação de macrófagos ativos camadas de ingerir e destruir os bacilos, é uma resposta imune celular, que demora cerca de 3 a 6 semanas para que se torne eficaz. Etiologia Fisiopatologia • qq / → Thaís Oliveira - @dicas.demed Em indivíduos com a imunidade normal, a resposta imune celular resulta na formação de uma lesão granulomatosa branco-acinzentada, conhecida como foco de Ghon. Esse foco de Ghon, contém bacilos da tuberculose, macrófagos modificados e outras células imunes. Essa lesão está localizadas área subpleural dos segmentos superiores do lobos inferiores ou nos segmentos inferiores do lobo superior. Quando a quantidade de micro-organismos é grande, uma reação de hipersensibilidade produz a necrose significativa dos tecidos e provoca a necrose caseosa macia. Durante esse período, os bacilos da tuberculose liberados dos macrófagos são levados pela drenagem linfática até os linfonodos traqueobrônquicos do pulmão afetado e lá provocam as granulações caseosas. A combinação da lesão pulmonar primaria com os granulomas, é conhecida como complexo de Ghon. Por fim, esse complexo cicatriza e sofre retração, fibrose e calcificação. Manifestações clínicas A tuberculose é separada em dois tipos fisiopatológicos: tuberculose primária (ocorre em hospedeiro não imune) e. Tuberculose secundária (ocorre em hospedeiro imune ao M. tuberculosis). Tuberculose primária É uma forma da doença que ocorre em indivíduos que ainda não foram expostos anteriormente, e por essa razão, não estão sensibilizados. A infecção ocorre a partir na inalação de núcleos goticulares contendo os bacilos da tuberculose. A maior parte dos pacientes com tuberculose primária, desenvolve infecção latente, na qual os linfócitos T e os macrófagos circundam os microorganismos dos granulomas, limitando a sua disseminação. Em alguns pacientes recém infectados, a resposta imune não é eficaz. Então, esses pacientes irão desenvolver a tuberculose primária progressiva com a destruição dos tecidos pulmonares e a disseminação da doença em diversas áreas do pulmão. Em pacientes com tuberculose primária progressiva, ocorre febre, emagrecimento, fadiga e sudorese noturna. Em alguns casos, ocorre febre alta, pleurite e linfadenite Tuberculose progressiva primária É causada pela reinfecção secundária aos núcleos goticulares inalados ou pela reativação de uma lesão primária previamente cicatrizada. Geralmente, isso ocorre quando não há uma reposta imune. Com a tuberculose progressiva primária, a reação de hipersensibilidade celular pode ser um fator agravante. Em casos graves, as cavidades podem se juntar rapidamente e aumentar o diâmetro. Em estágio inicial, é comum, febre baixa, fadiga e emagrecimento. Tosse seca, podendo progredir para escarro purulento e com raias de sangue em alguns casos. Derrame pleural e empiema tuberculoso são comuns a medida que a doença avança. A medida que a doença avança, progride pra tuberculose progressiva primária tardia, podendo ter sudorese noturna, anemia e estertores à ausculta pulmonar. Tuberculose secundária Pode seguir logo após a tuberculose primária, porém mais comumente aparece muitos anos após a infecção inicial, usualmente quando a resistência do hospedeiro está enfraquecida. A reativação é mais comum em áreas de baixa prevalência, enquanto a reinfecção desempenha um importante papel em regiões de alto contágio. Mais comum em adultos, é aquela que ocorre em indivíduo que teve anteriormente a primoinfecção. Na vida adulta, por qualquer condição que resulte em queda da imunidade, os bacilos latentes voltam a se multiplicar e dão origem a novos granulomas e a novas lesões (tuberculose por reativação). Por serem aeróbios, os bacilos multiplicam-se preferencialmente nos ápices pulmonares (porções mais aeradas, commaior tensão de oxigênio e menor fluxo sanguíneo), onde as lesões da tuberculose secundária são mais comuns. Outras vezes, o indivíduo que teve a primoinfecção curada bacteriologicamente sofre uma nova infecção. Por isso, a tuberculose secundária é também conhecida como tuberculose do adulto ou tuberculose de reinfecção, podendo esta ser endógena ou exógena. As lesões da tuberculose secundária apresentam- se em quatro formas macroscópicas: apical, cavernosa, ácino-nodosa e miliar. l Thaís Oliveira - @dicas.demed diagnóstico O diagnostico é feito atraves de exames laboratoriais e exames de imagem. ● Buscar se o paciente obteve contato com uma pessoa com tuberculose; ● Se há a presença de fatores de risco para o desenvolvimento (diabetes, câncer, HIV) ● Apresentar sinais e sintomas sugestivos para tuberculose pulmonar, como tosse seca, perda de peso, sudorese noturna, dor torácica, dispneia. ● Historia de tratamento anterior para tuberculose História clinica: Exame bacteriológico: A baciloscopia direta do escarro é o método mais fundamental porque permite descobrir as fontes mais importantes de infecção. Deve ser solicitada: ● Pacientes que procurem o serviço por queixas respiratórias ou qualquer outro motivo; ● Pacientes que apresentem alterações pulmonares no RX de tórax; É recomendado que a coleta seja de duas amostras, uma no início da consulta e a outra na manhã seguinte ao despertar Exame radiológico Na tuberculose primária tem como achado principal a linfonodomegalia mediastinal é hilário, sendo representado pelo alargamento do mediastino e aumento dos hilos pulmonares. Também é observado o nódulo de Ghon. Linfonodomegalia Nódulos de Ghon Derrame pleural Complexo Ranke l Thaís Oliveira - @dicas.demed Tratamento Histopatológico Identifica granuloma com necrose de caseificação. A busca de bacilos nos fragmentos também é de utilidade. Porém, nesses casos, a identificação de granuloma pode ser dificultada, e nesses casos, o achado de bacilos contribui para o diagnóstico. Existem duas fases no tratamento da tuberculose: fase intensiva e a fase de manutenção. Fase intensiva: tem como objetivo diminuir a população bacilar, incluindo os resistentes. Fase de manutenção: visa a eliminação de bacilos latentes ou persistentes. Existem quatro fármacos principais: rifampicina (R), isoniazida (I/H), pirazinamida (P/Z) e etambulol (E). *RIPE/RHZE. A atuação do medicamento vai depender da localidade e do ambiente em que o bacilo se encontra. Em lesões caseosas, a rifampicina é o mais efetivo. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Ascaris Lumbricoides Morfologia Deve ser feito observando-se as fases evolutivas do seu ciclo biológico, ou seja, os vermes macho e fêmea e o ovo. A forma adulta são longas, robustas, cilíndricas e apresentam extremidades afiladas. Os machos adultos, medem cerca de 20 a 30 cm de comprimento e apresentam a boca de cor leitosa. Já as fêmeas medem cerca de 30 a 40 cm, e são mais robustas que os maços. A boca e o aparelho digestivo se assemelha com a do macho. Os ovos são brancos e adquirem cor castanha, por conta do contato com as fezes. Ciclo biológico Possui um único hospedeiro e a fêmea fecundada é capaz de colocar por dia, cerca de 200.000 ovos não embrionários, que chegam no ambiente junto com as fezes. Os ovos férteis em presença de temperatura entre 25 ºC e 30ºC, umidade mínima de 70% e oxigênio em abundância tornam-se embrionários em 15 dias. A primeira larva (L1), forma dentro do ovo e possui o esôfago com duas dilatações, (rabditóide) uma em cada extremidade e uma constrição no meio. Após uma semana, ainda dentro do ovo, essa larga modifica, formando a L2, e logo após, se modifica novamente, formando a L3 infectante com esôfago retilíneo. Após a ingestão dos ovos contendo L3, atravessam todo o trato digestivo e as larvas e aparecem no intestino delgado. Esse aparecimento ocorre devido a fatores ou estímulos fornecidos pelo próprio hospedeiro, como o PH, temperatura, sais e alta concentração de CO2 (a sua ausência impossibilita o aparecimento no intestino delgado). As larvas, quando liberadas, atravessam a parede do intestino, na altura do ceco, e caem nos vasos linfáticos e nas veias, invadem o fígado em cerca de 18 a 24 horas após a infecção. Em 2 a 3 dias, chegam no coração direito, (através da veia cava inferior ou superior) e em 4 a 5 dias, se encontram no pulmão (ciclo de LOSS). Em 8 dias de infecção, as larvas se modificam em L4, rompem os capilares e caem nos alvéolos, onde mudam para L5. Sobem pela arvore brônquica e traqueia, chegando até a faringe. Se tornam adultos jovens 20 a 30 dias após a infecção e em 60 dias alcançam a maturidade sexual, fazendo a cópula, ovipostura e já são encontrados ovos nas fezes do hospedeiro. Epidemiologia É mais frequente em países pobres, prevalente em 30% da população. É distribuído por 150 países e territórios, acometendo cerca de 70 a 90% das crianças entre 1 e 10 anos. A maior infecção ocorre na Ásia, África e América Latina. As condições climáticas possui grande influencia na infecção, afetando localidades onde o clima é quente e úmido, condição necessária para que haja a sobrevivência e o embrionamento dos ovos. Além disso, tem os fatores sociais, como o áreas desprovidas de saneamento básico, com alta taxa populacional, fatores econômicos e culturais. Hábitos pouco higiênicos, baixo poder econômico e educacional são relevantes. Transmissão Ocorre através da ingestão de agua ou alimentos contaminados com ovos, contendo a L3. Os ovos possuem grande capacidade de aderência a superfície, auxiliando na transmissão. Uma vez que esteja presente em ambientes ou I Thaís Oliveira - @dicas.demed pontos hemorrágicos na passagem das largas pelos alvéolos pulmonares, podendo gerar febre, tosse, dispneia e eosinofilia. Pode gerar alergia, febre, bronquite e pneumonia (síndrome de Loeffler). Na tosse com muco, pode haver sangue apresentar a larva do helminto. Vermes adultos: infecções acima de 30 vermes pode haver manifestações clinicas. Dentre elas: ● Os vermes consomem grande quantidade de proteína, carboidratos, lipídios, vitaminas, levando a subdesnutrição. ● Leva reações entre antígenos e anticorpos, causando edema, urticária, convulsões. ● Causa irritação e obstrução na luz intestinal. ● É muito comum alterações cutâneas em crianças, manchas circulares, no rosto, tronco e braços, popularmente chamado de “pano”. Larvas: em infecções de baixa intensidade, normalmente não se altera. Em infecções maciças, encontramos lesões no pulmão e no fígado. No fígado, quando encontradas migrando pelo parênquima, podendo ser vistos focos hemorrágicos e necrose. Já nos pulmões, ocorrem alimentos, estes ovos não são removidos facilmente por lavagens. E por isso, o uso de substancias para dificultar o desenvolvimento dos ovos em ambientes e alimentos é de grande importância para o controle destes. Patogenia Diagnóstico Clínico: ascaridíase humana é pouco sintomática, sendo difícil o diagnóstico em exame clinico. Como o parasito não se multiplica dentro do hospedeiro, a exposição contínua a ovos infectados, é a única fonte de acúmulo de vermes adultos no intestino do hospedeiro. Laboratorial: é feito pela pesquisa dos ovos nas fezes. Não há necessidade de metodologia especifica para a análise das fezes, porque as fêmeas eliminam milhares de ovos por dia. Portanto, o método de Katz é bastante eficiente. Essa técnica permite a quantificação de ovos e o grau de parasitismo. Deve ressaltar que os ovos expelidos são inférteis, as infecções exclusivamente com fêmeas. Controle No geral, quatro medidas são bem conhecidas para a prevenção das infecções por helmintos. Como: ● Tratamento das fezes humanas que possam ser utilizadas como fertilizantes;● Saneamento básico; ● Repetidos tratamentos em massa dos habitantes de áreas endêmicas com drogas ovicidas; ● Educação em saúde. Ancylostomidae Distribuição geográfica Possui ampla distribuição geográfica, possuindo um ancylostoma mais velho do mundo, o Ancylostoma duodenale, predominante em regiões temperadas, embora também ocorra em regiões tropicais. O Necator americanus, conhecido como o ancylostoma do Novo Mundo, ocorre em regiões tropicais, onde predominam temperaturas altas. Já o Ancylostoma ceylanicum, não esta muito esclarecido. Classificação e morfologia Ancylostoma duodenale: adultos machos e fêmeas cilindriformes, com extremidade anterior curvada dorsalmente. Machos medem de 8 a 11 mm de comprimento por 400 um de largura. As fêmeas medem 10 a 18 mm de comprimento e 600 um de largura, possuindo abertura genital. Já os ovos possuem forma oval, com 60 um por 40 um de diâmetro maior e menor. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Ancylostoma ceylanicum: apresenta cápsula bucal, possuindo dentes, um grande e outro minúsculo. Machos com 8 mm de comprimento por 360 um de largura e fêmea com 10 mm de comprimento e 440 um de largura. Necator americanus: adultos de forma cilíndrica, possuindo capsula bucal profunda. Possui dente longo, sustentado pela placa subdorsal e pelos dentículos. Macho é menor que a fêmea, medindo de 5 a 9 mm de comprimento por 300 um de largura. Já as fêmeas medem de 9 a 11 mm de comprimento por 350 um de largura, com abertura genital. Ciclo biológico Apresentam ciclo biológico direto, não necessitando de hospedeiro intermediário. Possui duas fases de desenvolvimento: a primeira (se desenvolve no meio exterior, é de vida livre), e a segunda (se desenvolve no hospedeiro definitivo, obrigatoriamente de vida parasitaria). Os ovos dos ancilostomídeos depositado pelas fêmeas no intestino delgado do hospedeiro, são eliminados para o meio exterior através das fezes. No meio exterior, esses ovos necessitam de um ambiente que seja propicio, ou seja, com boa oxigenação, alta umidade e temperatura elevada, sendo condições necessárias para que haja a formação da larva em primeiro estádio, o L1. No ambiente, a L1 apresenta movimentos serpentiforme e se alimenta de matéria orgânica e microorganismos e em seguida, perde a sua cutícula externa, se transformando em larva de segundo estágio L2, que também se alimenta de matéria orgânica e micro-organismos, começando a produzir uma nova cutícula, que passa a ser coberta pela cutícula velha, se transformando em larva de terceiro estágio L3, do tipo filarióide, chamada de larva infectante. A L3 não se alimenta, mas tem movimentos que auxiliam a sua locomoção, e é a única forma infectante para o hospedeiro. Em Necator americanus e Ancylostoma duodenale, em ambientes de boa oxigenação, umidade alta e temperatura entre 21 a 27 ºC (para duodenale) e de 27 a 32 ºC (para americanus), ocorre o desenvolvimento dos estágios da vida livre. Forma-se a Larva 1 (L1), se transforma em L2 em três a quatro dias, L2 muda para L3 em 5 dias. A infecção em homens, só ocorre quando o L3 (larva filarióide ou infectante) penetram através da pele, conjuntiva e mucosa, ou por via oral. Quando o L3 entra em contato com o hospedeiro, começam a produzir enzimas, semelhantes a colagenase, que facilita o seu acesso através dos tecidos do hospedeiro. Essa penetração dura 30 minutos, e da pele, a larva alcança a circulação sanguínea e/ou linfática, chega ao coração, passa pelas artérias pulmonares e chega aos pulmões. Após atingir os pulmões, atinge os alvéolos, e as larvas migram para os bronquíolos, com auxílio do seu movimento, secreções e cílios da árvore brônquica. Dos brônquios, atingem a traqueia, faringe e laringe, alcançado até o intestino delgado, quando são ingeridos. Essa migração dura sete dias, e a L3 perde sua cutícula, formando a L4. Ao chegar no intestino delgado, após oito dias da infecção, a larva fixa a cápsula bucal na mucosa do duodeno, e a L4 se transforma em L5, cerca de 15 dias após a infecção, e em adultos após 30 dias da infecção. Quando a penetração da L3 é através da via oral, perdem a cutícula externa no estômago por conta do PH depois de dois a três dias da infecção, migrando para o intestino delgado. Na altura do duodeno, as L3 penetram na mucosa, atingindo as células Lieberkuhn, onde mudam para L4 e iniciam o repasto sanguíneo l Thaís Oliveira - @dicas.demed mudando para L5 em adultos, e após a cópula, os ovos são eliminados pelas fezes. Epidemiologia A ancilostomose ocorre mais em crianças com mais de seis anos, adolescentes e em indivíduos mais velhos, onde o sexo não vai influenciar. Ancylostoma duodenale (produzem 22 mil ovos) e Necator americanus (produzem 9 mil ovos). O solo arenoso, quando é rico em matéria orgânica, favorece o desenvolvimento dos estágios de vida livre. A temperatura é outro fator limitante para o desenvolvimento e a sobrevivência de ovos e larvas, por isso o duodenale e americanus, possuem presencia em locais temperados e tropicais, respectivamente. No Brasil, a ancilostomose é mais frequente por Necator americanus e sempre foi motivo de muita preocupação. Vias de transmissão Pode ocorrer por via oral como transcutânea. O Necator americanus possui maior efetividade quando penetram por via transcutânea. Porém, quando a L3 for ingerida por via oral, consegue completar o ciclo, via pulmonar, bem comprovado. Patogenia É determinada por etiologia primária ou secundária. A causa primária está relacionada com a migração das larvas e implantação dos parasitos adulto no intestino delgado do hospedeiro. A secundária está relacionada a fenômenos fisiológicos, bioquímicos e hematológico. As larvas de ancilostomose podem provocar lesões traumáticas, seguidas por fenômenos vasculares. Depois de alguns minutos, aparecem os primeiros sinais e sintomas: sensação de picada, hiperemia, prurido e edema, por conta do processo inflamatório. A intensidade da lesão esta relacionada a quantidade de larvas e da sensibilidade que o hospedeiro tem. A presença de pápula eritematosa até 10 dias de proliferação pode ser observada, mas a formção de vesículas, edema, pode ocorrer nas reinfecções. Se houver infecções secundárias, ocorrem póstulas e pequenas ulcerações. As lesões cutâneas mais frequentes ocorrem pelo Necator americanus. As alterações pulmonares são pouco usuais, porem pode ocorrer tosse e febrícula. Os sinais e sintomas abdominais podem ser evidentes após a chegada dos parasitos ao intestino. Há o relato de náuseas, vômitos, flatulências, indisposição, cólica, minuciado do apetite e dor epigástrica. A ancilostomose possui dois aspectos clínicos, a fase aguda e a fase crônica: Fase aguda: migração de larvas no tecido cutâneo e pulmonar e pela instalação dos vermes adultos no duodeno. Fase crônica: presença do verme adulto, que caracteriza anemia, pela deficiência nutricional e expoliação sanguínea. Na fase crônica, apresenta sinais primários (associados a atividade dos parasitos) e sinais secundários (decorrentes da anemia e hipoproteinemia, sendo ao mais frequentes. Esses sinais cessam no tratamento com vermifugo, e os secundários após a melhoria da dieta, sem remover os vermes. No exame histológico da mucosa do duodeno, revela processos inflamatórios, congestão, edema e pequenas áreas de hemorragia no cório. Diagnóstico Pode ser analisado de ponto coletivo (observa o quadro geral da população) ou diagnostico clinico individual (baseia na anamnese e associação de sintomas cutâneos, pulmonares, intestinais, podendo seguir ou não de anemia). Os exames de fezes, indicará ou não a presença de ovos de ancilostomídeos, sendo feitos por sedimentação espontânea, por centrifugação ou de flutuação, e para avaliar o grau de infecção do paciente, usa-se o método quantitativo de Stoll, expressando o número de ovos de parasitopor grama de fezes. Através do exame de coprocultura, utilizado para obter o L3, consegue identificar o diagnostico do gênero, e o nível de infecção pela contagem de L3, por grama de fezes. Strongyloides stercoralis Fêmea partenogenética parasita Possui corpo cilíndrico com aspecto filiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior afilada. Mede cerca de 1,7 a 2,5 mm de comprimento por 0,03 a 0,04 mm de largura. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Fêmea de vida livre Possui aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventralmente. Mede 0,7 mm de comprimento e 0,04 mm de largura. Macho de vida livre Possui aspecto fusiforme, comextremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventralmente. Mede 0,7 mm de comprimento e 0,04 mm de largura, Ovos São elípticos, de parede fina e transparente. Se originados das fêmeas de vida livre, são maiores. Pode ser observado nas fezes de indivíduos com diarréia grave ou após utilização de laxantes. Larvas rabditóides O esôfago do tipo rabditóide que da origem ao nome das larvas. São difíceis de diferenciar de qual tipo de fêmea se originou. Larvas filarióides O esôfago da origem ao nome da larva, sendo que este é longo, sendo a metade do comprimento da larva. Ciclo biológico As larvas rabditóides eliminadas nas fezes do individuo podem seguir dois ciclos: o direto ou partenogenético, e o indireto, sexuado ou de vida livre. Isso ocorre devido a constituição genética das fêmeas partenogenéticas, parasitas triplóides (3n) e podem produzir três tipos de ovos, originando três tipos de larvas rabditóides: larvas rabditóides triplóides (3n) que formam larvas filarióides triplóides infectante, larvas rabditóides diplóides (2n), que originam fêmeas livres e larvas rabditóides haplóides, que evoluem para macho de vida livre. É preciso que o solo seja arenoso, alta umidade e temperatura entre 25 ºC e 30 ºC e ausência de luz solar direta. No ciclo direto, as larvas rabditóides se transformam em 24 a 72 horas, em larvas filarióides infectantes. No ciclo indireto, as larvas sofrem quatro transformações, produzem machos e fêmeas de vida livre. Os ovos originados serão triplóides e as larvas rabditóides evoluem para larvas filarióides (3n) infectantes. Os ciclos direto e indireto se completam pela penetração ativa da larva L3 na pele ou na mucosa oral, esofágica ou gástrica do hospedeiro. Essas larvas secretam melanoproteases, que auxilia na penetração e na migração atraves dos tecidos, que ocorrem de 10 cm por hora. Chegam nos capilares pulmonares, onde se transformam em L4, atravessam a membrana alveolar, e através da árvore brônquica chegam até a faringe. Podem ser expelidas pela expectoração, que podem ser deglutidas, atingindo o intestino delgado, onde transformam em fêmeas partenogenéticas. Os ovos serão depositados na mucosa intestinal e as larvas alcançam a luz intestinal. O período pré-patente é o tempo decorrido desde a penetração da larva filarióide na pele até que ela se torne adulta e comece a eliminar ovos larvados, e ocorre a eclosão das larvas no intestino. Transmissão Hetero ou primoinfecção: as larvas filarióides infectantes (L3) penetram através da pele, ou pela mucosa. Ocorre em pessoas que não usam calçados, ocorrendo a penetração através dos pés, sendo um método de transmissão mais frequente. Auto-infecção externa ou exógena: larvas rabditóides presentes na região perianal de indivíduos infectados transformam em larvas filarióides infectantes, penetrando e completando o ciclo. Esse método de infecção ocorre em crianças, idosos ou pacientes internos que defecam na roupas, ou até mesmo por deficiência de higiene. Auto-infecção interna ou endógena: larvas rabditóides se transformam em filarióides, que penetram na mucosa intestinal. Ocorre em indivíduos com estrongiloidíase e constipação intestinal, devido ao retardamento da eliminação das fezes. Pode acelerar, e elevar o numero de parasitos no intestino e nos pulmões, chamado hiperinfecção, ou disseminar por vários órgãos dos pacientes. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Patogenia Cutânea: ocorre em pontos de penetração das larvas infectantes, tanto na pele, quanto na mucosa. No caso de reinfecção, há reação de hipersensibilidade com formação de edema, eritema, prurido, urticárias. As vezes, observa-se migração única ou múltipla das larvas filarióides no tecido subcutâneo, ocorrendo com mais frequência no tronco, nádegas, períneo, virilhas e coxas. Pulmonar: apresenta intensidade variável e esta presente em todos os indivíduos infectados, caracterizado por tosse sem expectoração, febre, dispneia, e crises asmatiformes. A travessia das larvas no interior dos capilares causa hemorragia, infiltrado inflama, e em casos mais graves, pode ocorrer síndrome de Loeffler, edema pulmonar, pneumonia e insuficiência respiratória. Intestinal: as fêmeas com finalidade de se fixar ou de se alimentar, estão localizadas na mucosa do duodeno e jejuno. A presença dessas fêmeas partenogenéticas, ovos e larvas no intestino delgado, pode ocorrer algumas gravidades de ordem crescente. - Enterite catarral: reação inflamatória leve, caracterizada pelo acúmulo de células que secretam mucina e aumenta a secreção mucóide. - Enterite edematosa: ocorre reação inflamatória com edema de submucosa e desaparecimento do relevo mucoso, caracterizado pela má absorção intestinal. - Enterite ulcerosa: provocam inflamação intensa, com invasão bacteriana, que é substituída por tecido fibrótico, deixando a mucosa rígida, alterando o peristaltismo. Disseminada: é quando as larvas, além de serem encontradas no intestino e pulmões, são encontradas nos rins, fígado, vesícula biliar, coração, cérebro, pâncreas, tireoide, etc. Diagnóstico Clínico: é dificultado, já que a maioria dos pacientes são assintomáticos. Deve observar alguns sintomas comuns, como diarreia, dor abdominal e urticária. Recomenda-se o diagnostico diferencial, sendo difícil, e requer vários métodos laboratoriais. Laboratorial: possui os métodos diretos, que encontram as formas evolutivas do parasita e o método indiretos, como os imunológicos, que podem ser utilizados testes, e quando positivo, busca o parasito. Exame de fezes: pesquisa as larvas nas fezes, sem conservantes, pelos métodos de Baermann-Moraes e de Rugai. Necessita de 3 a 5 amostras colhidas em dias alternados, para confirmar a presença de larvas rabditóides. Coprocultura: baseia-se no desenvolvimento do ciclo indireto do parasito, com a possibilidade de identificar diversas formas evolutivas. Esse exame é indicado quando o exame de fezes é negativo ou quando o material fecal é escasso. Endoscopia digestiva: visualiza a mucosa gastrointestinal. Necropsia: possibilita o estudo de vários órgãos. Biópsia intestinal: realizada no duodeno, jejuno e íleo. Métodos diretos Métodos indiretos Hemograma: observa a taxa de eosinófilo, onde na fase aguda pode estar elevada ate 82 %. Diagnóstico por imagem: raio X, identificando a síndrome de Loeffler e de trato digestivo, demostrando alterações do transito intestinal, apagamento do relevo mucoso do duodeno e jejuno. Métodos imunológicos: são úteis na avaliação da resposta imune do hospedeiro em casos de formas assintomáticas e no esclarecimento de diagnostico clinico. Imunologia Ancylosmidae O sistema imunológico responde a infecção logo após a penetração das larvas infectantes (L3), através da pele do hospedeiro. Após estas larvas entrarem na corrente sanguínea, inicia-se uma nova etapa no sistema imune sendo caracterizada pela produção elevada de imunoglobulinas (Ig), principalmente IgG e IgE no soro; e eosinofilia sistêmica. Ao entrar no trato pulmonar, ocorre uma resposta de perfil Th2 que induz a produção de células linfoides inatas (ILC2) e macrófagos (M2) responsáveis por limitar o crescimento do parasitoe reduzir o dano causado pela infecção. l Thaís Oliveira - @dicas.demed A infecção por esses parasitos induz uma resposta imune mista de perfil Th1 com produção de citocinas, IFN-γ e IL-12, e perfil Th2 com produção de IL-4, IL-5, IL-13, IL-25 e IL-33, bem como, linfopoetina estromal tímica (TSLP), eosinófilos, mastócitos basófilos e metaloproteínases. Quando esta na fase aguda, há a presença de eosinofilia, mas em seguida há a presença do aumento de anticorpos de IgG, IgA e IgM, detectados a partir da imunofluorescência, hemaglutinação, fixação de complemento e ELISA. Quando o parasito permanece por muito tempo no hospedeiro, resulta na exposição sistêmica aos antígenos parasitários. A maioria dos indivíduos desenvolve anticorpos IgG, IgA, IgM e IgE. Os anticorpos IgG são os detectados com mais frequência, permanecendo por muito tempo, até depois da cura. O ciclo do parasito também pode estimular a resposta local e sistêmica mediada por anticorpos IgA, que está relacionado com a modulação da eliminação das larvas. O sistema imunológico do hospedeiro reage com interações de respostas imunes T dependentes contra o parasito. O sistema imune apresenta dois tipos distintos de células Th1, Th2 e T helper. O Th2 está associado a respostas contra os helmintos e alérgenos. Nesses casos, a resposta imune é T dependente, as células T, da resposta protetora são predominante do tipo Th2 e secretam citocinas, como as interleucinas. A estimulação de basófilo também desempenha papel na adesão e migração de eosinófilo através das membranas vasculares, e outras interleucinas estimulam as células B para produzirem anticorpos IgE e IgG1, promovendo o aumento da concentração da musculatura lisa, induzindo um transito intestinal mais rápido e a diminuição das larvas rabditóides em filarióides. Outras interleucinas irão provocar a atração e ativação de eosinófilo e a indução de Ig; estimula granulócitos, células B e células T. As células T respondem aos antígenos do parasito e estes são danificados por anticorpos e produtos dos mastócitos sensibilizados por IgE, que desfranziam após o contato com o antígeno e liberam histamina,q ué aumenta a permeabilidade do epitélio intestinal. Porém, esses processos não são suficientes, e os mecanismos T-independente, moléculas pró- inflamatórias inespecíficas, secretados por macrófagos, contribuem para a proliferação das células caliciformes e provocam o aumento na secreção do muco, facilitando a expulsão. Algumas citocinas, produzidas por macrófagos e outras células acessórias, induzem a produção de IFN-y, que favorece a proliferação e a ativação de células Th1, modulando ou inibindo a resposta imune protetora dependente de Th2. Strongyloides stercoralis FERREIRA, M. U. Parasitologia Contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2017. BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia. 9a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. VES, David Pereira ; MELO, Alan Lane de ; LINARDI, P. M. ; VITOR, Ricardo. Wagner de Almeida Parasitologia Humana. 13. ed. Referências l Thaís Oliveira - @dicas.demed Etiologia da asma A asma é uma doença crônica das vias áereas de condução, geralmente causada por uma reação imunológica, marcada por episódios de obstrução, hiper-responsividade brônquica, inflamação das vias respiratórias. Houve um aumento da incidência da asma no mundo ocidental nos últimos 50 anos, que atualmente esta mais estabilizado. A prevalência continua aumentado em países de baixa e média renda e em alguns grupos étnicos. O principal fator de risco é a predisposição genética para a produção de uma resposta mediada por imunoglobulina E (IgE) e alergênios comuns. Também inclui-se o histórico familiar para asma, alergias, exposição a fumaça de cigarro e poluição. A gravidade na asma é afetada pela genética, idade de manifestação, grau de exposição aos gatilhos, deflagradores ambientais, como fumo e ácaros da poeira, e refluxo gastoesofágico ou infecções respiratórias. A asma é um distúrbio extremamente comum. Atinge cerca de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo, tendo a maioria dos casos relacionada a idade, crianças jovens e antes dos 25 anos de idade, embora possa acometer qualquer faixa etária. O Brasil ocupa a 8ª posição em prevalência de asma no mundo. Esta patologia está entre as principais causas de hospitalização de crianças e apresenta nos meses de outono e inverno maiores taxas de internação, o que destaca o caráter sazonal da doença. Asma atópica: é o tipo de asma mais comum, sendo uma reação de hipersensibilidade mediada por IgE (tipo 1). Geralmente começa na infância e é desencadeada por alguns fatores, como a poeira, pólen ou outros, como alimentos que agem em sinergia com outros cofatores ambientais pró- inflamatórios. Também relaciona a historia familiar positiva para asma, realizando teste cutâneo ou por níveis totais elevados de IgE sérica. Asma não atópica: são indivíduos que não apresentam evidencias de sensibilização a alérgenos, e os resultados dos testes cutâneos geralmente sao negativos. A historia familiar positiva é menos comum na asma não atópica e os poluentes inalados, também podem contribuir parar a inflamação crônica e hiper-reatividade das vias em alguns casos. Asma induzida por fármacos: vários agentes farmacológicos provocam a asma. Asma ocupacional: esse subtipo da asma pode ser desencadeada por vapores, poeiras orgânicas e químicas, gases e outros componentes químicos. O linfócito TCD4+ desenvolve dois subconjuntos de linfócitos T auxiliares, o T1H e T2H. O T1H sofrem diferenciação em resposta a micróbios e estimulam a diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos produtores das imunoglobulinas IgM e IgG. O T2H respondem ao estimulo provocado por alergênios e helmintos, estimulando a diferenciação dos linfócitos B em plasmocitos produtores de IgE, recrutando e ativando eosinófilos. Em pessoas com asma, a diferenciação dos linfócitos T parece estar voltada a uma resposta pró-inflamatória de T2H. As citocinas também possuem um papel na resposta inflamatória crônica e nas complicações da asma. Quando ocorre a liberação de citocinas CD4 Epidemiologia da asma Fatores de risco da asma Tipos de asma Fisiopatologia da asma i Thaís Oliveira - @dicas.demed T2H, IL-4, IL-5 e IL13, as vias respiratórias se tornam mais propicias a desenvolver uma resposta alérgica, o que favorece a produção de IgE. Os aspectos imunológicos da asma ocasionam uma lesão epitelial, provocando uma inflamação das vias respiratórias, o que aumenta a hiper- responsividade e a diminuição do fluxo aéreo. Quando os mastócitos são ativados, ocorre a liberação de histamina, prostaglandina D2, citocinas (IL-4 e IL-5), interfona, TNF e fator de estimulação de colônias de granulócitos e macrófagos, e leucotrienos, que provoca a broncoconstrição e inflamação do endotélio vascular pulmonar. Os mastócitos podem desencadear a liberação de vários tipos de citocinas, que provoca grande inflamação da vias respiratórias, e a contração e o edema, aumentam mais ainda a obstrução. A liberação dos mastócitos pode estar vinculada a asma induzida por exercício, no qual o individuo terá uma sibilação e broncoespasmo durante a prática de exercício fisico. Os eosinófilos tendem a permanecer nas vias respiratórias de pessoas com asma, produzindo enzimas inflamatórias e liberando leucotrienos, que provoca uma maior secreção de muco, o que muitas vezes obstrui mais ainda a via respiratória e aumenta a liberação de histamina pelos mastócitos. Esse processo inflamatório produz diversos episódios de obstrução das vias respiratórias, caracterizado por sibilação, dificuldade respiratória, aperto no tórax e tosse. Esses episódios costumam ser reversíveis naturalmente ou através de tratamento. Manifestações clínicas da asma As crises de asma podem ocorrer de forma espontâneaou em resposta a gatilhos, como infecções respiratórias, estresse emocional ou mudanças climáticas. Geralmente os sintomas da asma pioram durante a noite, o que chama-se de asma noturna. Os sinais e sintomas variam, entre episódios de sibilos e sensação de aperto no tórax, em uma crise imobilizante aguda. As manifestações da crise ocorre de forma diferente entre pessoas, onde muitas ficam livres de sintomas. Uma crise leve pode produzir sensação de aperto no tórax, aumento da frequência respiratória com expiração prolongada e leve sibilação, podendo ser acompanhada de tosse. Crises mais graves pode ser utilizado os músculos acessórios, hipofonese do murmúrio vesicular devido ao aprisionamento do ar e a sibilos intensos. Conforme a doença evolui, o paciente desenvolve fadiga, pele úmida e o sintomas de ansiedade e apreensão se tornam mais evidentes. A dispneia piora, e o murmúrio vesicular se torna inaudível, com redução dos sibilos, e a tosse deixa de ser efetiva. Em crise prolongada, há uma hiperinflação dos pulmões, devido as vias respiratórias oclusivas e estreitadas, e por isso há a necessidade de utilização dos músculos acessórios. A ventilação alveolar irá diminuir, causando hipoxemia (baixo oxigênio) e hipercapnia (aumento do dióxido de carbono no sangue). Etiologia da dpoc Os mecanismos envolvidos são diversos e incluem inflamação e fibrose da parede brônquica, hipertrofia das glândulas submucosa e hipersecreção de muco, perda de fibras elásticas pulmonares e tecido alveolar. A inflamação e fibrose da parede brônquica obstruem o fluxo aéreo e buscam impedir a correspondência entre a ventilação e a perfusão. A destruição do tecido alveolar diminui a área de superfície para as trocas gasosas e a perda das fibras elásticas prejudica a taxa de fluxo expiratório, aumenta a retenção de ar e predispõe ao colapso das vias respiratórias. O termo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) engloba o enfisema e a bronquite obstrutiva crônica. Epidemiologia da dpoc DPOC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Segundo as estimativas, quase 30 milhões de americanos apresentam algum grau de DPOC e 16 milhões estão diagnosticados com a doença. Nos EUA, a DPOC é a quarta principal causa de morte, atrás apenas da cardiopatia, câncer e lesões não intencionais. Ocorre mais em homens (15.7%) do que em mulheres (9.93%). É mais comum em idosos, principalmente os que estão acima de 65 anos. A prevalecia é maior na região das Américas e menor nas regiões do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental da OMS. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Fatores de risco da dpoc A causa mais comum da DPOC é o tabagismo e aproximadamente 80% das mortes estão associadas com história de tabagismo. Uma segunda causa, menos comum, é a deficiência hereditária de alfa1-antitripsina (AAT). Outros fatores de risco: asma e hiperresponsividade das vias respiratórias e exposição a gases tóxicos em ambientes fechados/atmosféricos. Fisiopatologia da dpoc A doença pulmonar obstrutiva crônica engloba dois tipos de doença obstrutiva das vias respiratórias: enfisema (alargamento do espaços aéreos e destruição do tecido pulmonar) e bronquite obstrutiva crônica (aumento da produção de muco, obstrução das vias aéreas menores e tosse crônica). Enfisema É a perda da elasticidade pulmonar e aumento anormal dos alvéolos distais aos bronquíolos terminais, com destruição das paredes alveolares e dos leitos capilares. Esse aumento dos alvéolos é a hiperinflação dos pulmões, levando a um aumento da capacidade pulmonar total (CPT). Uma das causas do enfisema, é o tabagismo, que inicia a lesão pulmonar e uma deficiência herdada de AAT, que é uma enzima que protege o pulmão de lesões. A deficiência dessa enzima, é um fator de risco genético para DPOC. Acredita-se que o enfisema seja resultado da degradação da elastina e de outros componentes da parede dos alvéolos por enzimas, chamadas proteases, que digerem proteínas. A fumaça do cigarro estimula o movimento de células inflamatórias nos pulmões, aumentando a liberação de elastase e outras proteases. Então, quando o fumante desenvolve a DPOC, a produção e a liberação de antiprotease pode ser inadequada para neutralizar o excesso de protease, então o processo de destruição do tecido elástico permanece sem controle. O tipo e a quantidade de AAT são determinados por um par de genes. Quando as pessoas são fumantes ou adquirem infecções repetidas das vias respiratórias, diminuem o nível de AAT, contribuindo para o risco de desenvolvimento de enfisema em pessoas com DAAT. Existem dois tipos de enfisema: centroacinar ou centrolobular e pan-acinar. Centroacinar: está associado ao tabagismo e existe o comprometimento dos bronquíolos respiratórias, predominante nos lobos superiores e nos segmentos superiores dos lobos inferiores, sendo comum no sexo masculino fumante. Pan-acinar: produz inicialmente o envolvimento inicial dos alvéolos periféricos e depois se estende para envolver os bronquíolos mais centrais. Esse tipo é mais comum em pessoas com DAAT, mas também é encontrado em fumantes, associados ao enfisema centroacinar, sendo mais observado nas porções superiores do pulmão. Bronquite obstrutiva crônica Representa uma obstrução das pequenas e grandes vias respiratórias. É mais comum em homens de meia-idade e esta associada a irritação crônica causada pelo tabagismo e infecções recorrentes. A característica principal é a hipersecreção de muco nas grandes vias respiratórias, associada a hipertrofia das glândulas submucosa na traqueia e nos brônquios. Histologicamente, essas alterações incluem o aumento nas células caliciformes e um excesso de produção de muco, com obstrução do lúmen das vias respiratórias, infiltração inflamatória e fibrose da parede bronquiolar. A hipertrofia da submucosa das grandes vias e o aumento das células caliciformes das pequenas vias, representam uma reação de proteção contra o fumo do tabaco e outros poluentes. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Manifestações clínicas da DPOC Diagnóstico da DPOC Geralmente o inicio da manifestações clínicas é insidioso. Apresenta inicialmente fadiga, intolerância ao exercício, tosse, produção de escarro ou dificuldade respiratória. A tosse produtiva ocorre na parte da manhã e a dispneia se torna mais grave a medida em que a doença progride. Os estágios mais finais se caracterizam por infecções respiratórias de repetição e insuficiência respiratória crônica. Pessoas com predominância das manifestações de enfisema são referidos como “sopradores rosados” devido a ausência da cianose, uso de músculos acessórios e a respiração com os lábios semicerrados (soprador). Há a perda da elasticidade e a hiperinsuflação dos pulmões, fazendo com o que haja um colapso das vias respiratórias durante a expiração. O ar irá permanecer retido nos alvéolos e pulmões, provocando um aumento da dimensão anteroposterior do tórax, chamado “tórax de barril”. Já as manifestações de bronquite crônica são referidos como “pletórico azulado”, por conta da cianose e a retenção de liquido associada a insuficiência cardíaca direita. A DPOC desenvolve um comprometimento respiratório de moderado a grave, aumentando o TR, mas com eficiência reduzida. Há uma dispneia aos esforços, sensação de peso, dificuldade respiratória ou respiração ofegante. Na ausculta, pode revelar sibilos expiratórios e crepitações. Pacientes com obstrução grave, pode apresenta o uso dos músculos acessórios e posição sentada, que facilita a utilização dos músculos esternocleidomastóideos, escalenos e intercostais. Há o desenvolvimento de hipoxemia, hipercapnia e cianose, que refletem no desequilíbrio entre a ventilação e perfusão. Espirometria É indicado para todos os pacientes com suspeita clínica de DPOC para confirmação diagnóstica, avaliação do grau de limitação,avaliação da resposta ao tratamento e avaliação da progressão da doença. É realizada pré e pós administração de broncodilatador para determinar a responsividade da via aérea. É positivo quando a Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1)/Capacidade Vital Forçada (CVF) for <0.7 Capacidade de difusão de monóxido de carbono Não é indicado de rotina para diagnóstico da DPOC, mas pode ser útil para estabelecer a presença de enfisema. Monitorização de Peak flow (PEF) Seu uso é limitado pra o diagnóstico de DPOC, visto que costuma subestimar o grau de obstrução do fluxo aéreo na DPOC. Exames laboratoriais É importante o hemograma completo, já que a anemia é comum em pacientes com DPOC. Pede-se glicose sérica, cálcio, ureia, creatinina, fósforo, eletrólitos, dosagem de TSH. A dosagem de BNP é interessante para analisar a insuficiência cardíaca. Raio X de tórax Não está indicada de rotina por conta da sua baixa sensibilidade. Porém, costuma ser solicitada por exclusão de diagnostico diferenciais. Encontra-se uma hipertransparência pulmonar, área cardíaca estreita, apagamento das estruturas vasculares, proeminência dos hilos pulmonares, hipertensão pulmonar com cor pulmonale, etc. Gasometria arterial Indicado para pacientes com Volume Expiratório forçado no Primeiro segundo (VEF1) < 50%, saturação < 92%. Avalia hipoxemia e hipercapnia, e acidose. l Thaís Oliveira - @dicas.demed KUMMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N.; MITCHELL, R. N. Robbins, Patologia Básica. 9a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 9ª ed. Guanabara Koogan, 2015. Alfa-1 antitripsina Deve ser solicitado em todo paciente com diagnóstico de DPOC e apresentação precoce (< 45 anos) e na ausência de fatores de risco, como o tabagismo. Tomografia de tórax Não é recomendado como rotina, porém avalia complicações pulmonares, como infecção, pneumotórax, bolhas gigantes) Referências PNEUMOTÓRAX I Thaís Oliveira - @dicas.demed A pleura é uma membrana serosa fina e transparente formada por duas camadas, que reveste a cavidade torácica e recobre os pulmões. A camada parietal externa reveste as cavidades pulmonares e adere a parede torácica, ao mediastino e ao diafragma. A camada visceral interna cobre firmemente o pulmão está aderida em todas as superfícies. A pleura visceral esta em continuidade com a pleura parietal no hilo pulmonar, onde o brônquio principal e os vasos pulmonares entram e saem dos pulmões. Possui uma película fina de liquido seroso, que separa a pleura visceral e parietal, possibilitando que ambas se deslizem sobre a outra, e ainda se mantenham unidas. Desse modo, a cavidade pleural é um espaço virtual, no qual o líquido seroso ou exsudato inflamatório pode acumular-se, então, o termo derrame pleural é usado quando há a acumulação anormal de líquido ou exsudato na cavidade pleural. Derrame pleural é quando ocorre um acúmulo excessivo de liquido na cavidade pleural. No Brasil, as causas mais comuns são: insuficiência cardíaca, pneumonia, neoplasias, tuberculose e embolia pulmonar. Normalmente, o líquido entra no espaço pleural a partir dos capilares da pleura parietal e é removido pelos vasos linfáticos localizados na pleura parietal. Esses líquidos também podem entrar no espaço pleural a partir dos espaços intersticiais do pulmão através da pleura visceral ou a partir de pequenos orifícios no diafragma. Os canais linfáticos podem absorver 20 vezes mais líquidos do que é produzido normalmente, então, o líquido pode se acumular quando há uma produção excessiva ou quando há uma redução da remoção pelos vasos linfáticos. Os vasos linfáticos são dotados de válvulas unidirecionais, e no tórax, impulsionam a linfa, utilizando a sua própria contração rítmica e os movimentos respiratórios da parede torácica. O fluxo, através dos linfáticos, é afetado pela permeabilidade destes, pela disponibilidade de líquido e pelas pressões de enchimento e de esvaziamento dos linfáticos. Esse líquido acumulado pode ser um exsudato ou transudato, purulento, quiloso ou sanguíneo. Transudato é um líquido que se origina do aumento da pressão hidrostática, já os exsudato se formam pelo vazamento de líquido e proteínas. Se for um exsudato seroso, um liquido claro, na cavidade pleural chamado de hidrotórax, podendo ser unilateral ou bilateral. Quatro mecanismos são capazes de aumentar o fluxo de líquido ao espaço pleural: ● Aumento da pressão hidrostática, na microcirculação sistêmica; ● Diminuição da pressão oncótica, plasmática; ● Aumento da permeabilidade capilar, pleural ● Diminuição da pressão no espaço pleural. A diferenciação de exsudato e transudato pode ser através de níveis de LDH e níveis de proteínas no liquido pleural. A LDH é uma enzima liberada a partir de um tecido pleural inflamado ou lesionado, sendo um marcador útil para o diagnóstico de distúrbios exsudativos. Geralmente, densidade específica superior a 1,020 e contém células inflamatórias. Pleura Derrame pleural Fisiopatologia l Thaís Oliveira - @dicas.demed Um derrame pleural exsudativo preenche pelo menos um dos seguintes critérios: 1- A razão entre a proteína no líquido pleural e a proteína sérica é maior que 0,5. 2- A razão entre os níveis de LDL no líquido pleural e os níveis séricos de LDH é maior que 0,6 3- O valor de LDH no líquido pleural seja superior a dois terços do limite superior dos níveis normais de LDH. As condições que produzem esses derrames, em 70% dos casos de derrames exsudativos, são infecções virais, infarto pulmonar, pneumonia bacteriana e câncer. Esse líquido pode ser de quatro tipos: Quilotorax: é o derrame da linfa na cavidade torácica. O quilo, é um líquido leitoso que ontem quilomicra, sendo encontrado no líquido linfático originário do sistema digestório. Pode ser resultado de traumatismo, inflamação ou infiltração cancerígena, que obstrui o transporte de quilo através do ducto torácico. É a causa mais comum de derrame em feto e recém-nascido, resultante de malformação congênita dos ductos torácicos ou dos canais linfáticos. Empiema: infecção na cavidade pleural que resulta em um exsudato, contendo glicose, proteínas, leucócitos, restos celulares e tecidos mortos. É causado por pneumonia bacteriana adjacente, ruptura de um abcesso pulmonar no espaço pleural ou infecção relacionada a traumatismo. O empiema é caracterizado pela presença de pus na cavidade pleural. Hemotórax: é um tipo de derrame específico, que existe sangue na cavidade pleural. O sangramento pode ser o resultado de lesões no tórax, uma complicação cirúrgica torácica, câncer ou ruptura de grandes vasos, como aneurisma na aorta. As manifestações clínicas de derrames pleurais, irão depender de sua causa. Os sintomas comuns, são: dor, dispneia, trepopneia e tosse seca. A dor provém do acometimento da pleura parietal, que geralmente ocorre por processos inflamatórios, como em pneumonias e na tuberculose pleural. A dispneia está presente sempre que há a dor, por conta da limitação dos movimentos ventilatórios, ou quando há derrame pleural volumoso, por perda da área pulmonar. É o sintoma mais comum, surgindo quando o liquido comprime o pulmão, aumentando o esforço ou a frequência respiratório. A tosse decorrente de derrame pleural é seca, geralmente relacionada a receptores da tosse, nas vias aéreas torcidas, e pelo deslocamento mecânico das mesmas. Trepopneia é uma dispneia ao deitar de decúbito lateral, sendo contralateral do derrame pleural, pois há uma compressão do pulmão que está expandindo bem. Se for decorrente de empiema, pode ser acompanhado de febre, aumento da contagem de leucócitos e outros sinais inflamatórios. Os sinais característicos do derrame pleural são submacicez ou maciços à percussão e redução dos sons respiratórios. Podeocorrer hipoxemia (baixa de oxigênio) devido a diminuição da área de superfície. Manifestações clínicas Diagnóstico Exame físico Inspeção: observa-se abaulamentos nos espaços intercostais e na traqueia. Se o derrame for a direita, o espaço aumenta e a traqueia pode se desviar contralateralmente. Palpação: há uma redução do frêmito toracovocal, podendo estar ausente. Percussão: apresenta som maciço (o normal é timpânico). Se o derrame é a direita, haverá rebaixamento hepático. Ausculta: se houver líquido, o murmúrio vesicular estará reduzido, podendo auscultar sopro pleurítico. Toracocentese Realizar a coleta de líquido pleural, e enviar para biópsia, para análise bioquímica, citológica e bacteriológica. Raio X Na radiografia em PA, é caracterizado pela presença de velamento homogêneo com densidade de partes moles, curvatura de Damoiseau ou sinal de menisco. Quanto mais alto for essa curvatura, maior será a quantidade de líquido. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Ultrassonografia A ecografia é importante para casos de suspeita de derrame em pequenos volumes ou a existência de derrame septado, pois permite localizar o derrame e facilita a colheita de líquido por meio da toracocentese. Tomografia Computadorizada É realizado com contraste, que investiga com mais clareza as alterações. Visualiza o espessamento pleural e presença de massas colaterais. Referências SILVA, G.A. (1998). Derrames pleurais: fisiopatologia e diagnóstico. Medicina, Ribeirão Preto, 31: 208-215. KUMMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N.; MITCHELL, R. N. Robbins, Patologia Básica. 9a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 9ª ed. Guanabara Koogan, 2015. l Thaís Oliveira - @dicas.demed O câncer de pulmão atualmente é o câncer diagnosticado com maior frequência no mundo entre os tipos principais, e a causa de mortalidade por câncer mais comum mundialmente. Grande parte se deve aos efeitos carcinogênicos do tabagismo, onde nas próximas décadas, a alteração no hábito de fumar influenciarão muito na incidência e mortalidade do câncer de pulmão. O número de novos casos nos EUA em 2012 foi estimado cerca de 226.160, representando aproximadamente 14% do diagnósticos de câncer e 160 mil mortes, aproximadamente, ou seja, cerca de 28% das mortes causadas por câncer. Desde o início dos anos 90, a incidência e a mortalidade do câncer pulmonar tem diminuído em homens devido a queda da taxa do tabagismo nos últimos 35 anos, porém a taxa de mortalidade de mulheres que morreram com câncer de pulmão é maior do que a do câncer de mama. Ocorre mais nas idades entre 40 e 70 anos, com o pico de incidência entre 50 e 60 anos, onde apenas 2% dos casos ocorrem antes dos 40. epidemiologia Tabagismo As tendencias da mortalidade do câncer de pulmão no Brasil refletem ao uso do tabaco. O seu uso aumentou durante a década de 1950 e 1960 e atingiu o ponto máximo na década de 1970. Estudos dirigidos no Brasil indicam que tanto a prevalência quanto as mortes relacionadas ao tabagismo, diminuíram em aproximadamente 50%. O risco de câncer na população fumante é de 17x maior em homens e 11x maior em mulheres, quando comparados a não fumantes. O risco para ex-fumantes diminui, cai pela metade e após 10 anos, cai a 1,4. Sabemos que, mesmo após parar de fumar, ainda tem um risco de 1,4 a 4 vezes maior que o não fumante. Exposição ao radônio O radônio é um gás inerte, que possui partículas alfa, interagindo com o epitélio brônquico, aumentando a incidência de câncer de pulmão, tendo um risco de 1,8, em casos de exposição média e a concentração mais elevada, de 1,8, como nos EUA, dos trabalhadores de usinas. Trabalhadores de usina A radiação ionizante em altas doses é carcinogênica, por exemplo, houve um aumento da incidência do câncer de pulmão entre os sobreviventes e trabalhadores da limpeza das explosões de Hiroshima e Nagasaki. Exposição ocupacional Trabalhadores expostos ao asbesto (fibra mineral), aumentando ainda mais quando é associado ao tabagismo. Predisposição genética O risco é aumentado em mais de 5x, se pelo menos um dos pais morreu de câncer de pulmão. Em estudos feitos, pessoas que nunca fumaram, mas tinham historia familiar positiva, tinham o risco de 5,7, e historia familiar negativa, risco de 15,1, e fumantes com historia positiva 30,0. Fatores de risco Etiologia Os carcinomas pulmonares relacionados ao tabagismo se originam por um acúmulo gradativo de mutações oncogênicas, que resultam na formação neoplásica das células epiteliais pulmonares. Algumas alterações podem ser encontradas de forma benígna, nos epitélio brônquicos de fumantes sem câncer pulmonar, sugerindo que grandes áreas da mucosa respiratória são mutagenizadas pela exposição a carcinógenos da fumaça do tabaco. Nesse “solo fértil”, acumulam arsenal suficiente de mutações para todas as marcas do câncer se transformarem em carcinomas invasivos. Os carcinomas pulmonares podem ser de diferentes tipos histológicos principais, cada um com característica molecular distinta. Carcinoma de células escamosas: estão altamente associados a exposição à fumaça do tabaco, portadores de diversas aberrações genéticas, deleções genéticas envolvendo o loci supressores de tumor. Essa perda ocorre em alguns lugares do gene, sendo eventos iniciais da evolução do tumor, sendo detectados na l Thaís Oliveira - @dicas.demed histologia com frequência notável em células histologicamente normais. Ocorre com frequência mais alta mutações no TP53, havendo supressão da proteína p53, sendo um marcador da mutação do TP53, também sendo um evento inicial . possui uma associação muito forte com o tabagismo, e apesar de suas características histológicas divergentes, possui muitas características moleculares com carcinoma de células escamosas. Há a perda de função envolvendo o TP53, RB e deleções do cromossomo 3p. Carcinoma de células pequenas: Adenocarcinoma: são mutações com ganho de função oncogênica envolvendo componentes da via de sinalização dos receptores do fator de crescimento. Carcinoma em grandes células: é um tumor maligno indiferenciado sem as características citologicas. as células apresentam núcleos grandes, nucléolos proeminentes e quantidade moderada de citoplasma. É um diagnostico de exclusão. Fisiopatologia O desenvolvimento do câncer de pulmão é resultado de um processo de múltiplas etapas, desde uma lesão pré-maligna até o câncer, após vários anos. As alterações que ocorre, por meio do cigarro e outros fatores, resultam na perda do controle normal dos mecanismos de crescimento celular. Essas alterações alteram os: ● Oncogenes (são homólogos aos genes normais, e quando sofrem mutação, se ativam e ganham função) ● Genes supressores de tumor (são genes do câncer, que há a perda de função por conta da mutação, resultando na ativação deste e ganho de função) ● Fatores de crescimento ● Epigenética (alteração genética herdada) Os oncogenes que desempenham um papel na patogênese do câncer pulmonar são os da família ras, myc, Bcl-2, HER-2/neu. Os ras tem três submembtos primários H-ras, K-ras, N-ras ativados por mutações, que ocorrem em 30% dos adenocarcinomas de pulmão, mais frequente em pacientes com histórico de tabagismo, mas não é observados em carcinomas pulmonares de células pequenas (CPCP). A amplificação e superexpressão do oncogenes myc, tem três subtipos, a-myc, L-myc e N-myc, que são observados em 10 a 40% dos pacientes com carcinoma de pulmão em células pequenas, sendo o mais alterado o c-myc, que leva a uma menor sobrevida. Oncogenes l Thaís Oliveira - @dicas.demed O gene HER-2/neu (codifica o receptor para o fator de cresicmento ou p185 neu) está ativado no carcinoma de pulmão de células não pequenas (CPCNP), mas não nos carcinomas de célulaspequenas. Se ocorrer o aumento da expressão do HER-2/ neu em pacientes com adenocarcinomas, a sobrevida é bem curta. O Bcl-2 ele codifica uma proteína que inibe a apoptose, estando superexpressado, assim como no câncer de mama, principalmente nos carcinomas pulmonares. Genes supressores de tumor Fatores de crescimento Epigenética Os genes supressores de tumor incluem o p53, Rb e 3p. A mutação do p53 está relacionada com o tabagismo e tem sido detectado em lesões pulmonares pré-neoplásicas. É comum tanto em carcinomas pulmonares de células pequenas (aproximadamente 80%), quanto carcinomas pulmonares de células não pequenas (aproximadamente 50%). No carcinoma pulmonar de células pequenas, o Rb sofre mutação ou é deletado. Já no carcinoma pulmonar de células não pequenas, Rb normalmente é expresso, mas quando esta fosforilada, a divisão celular ocorrer descontroladamente pode ocorrer também nos CPCNP). Uma das primeiras anormalidades precoces do câncer de pulmão, ocorre uma deleção de material genético do braço curto do cromossomo 3p, ocorrendo em cerca de 50% dos carcinomas pulmonares de células não pequenas e em 90% dos carcinomas pulmonares de células pequenas. Os fatores de crescimento secretado pelas células do câncer de pulmão podem refletir nas células adjacentes ou regionais (estimulação parácrina) ou produzir proliferação autônoma das células que os secretam (estimulação autócrina). As células afetadas por estimulação autócrina secretam fator de crescimento ativo, e os anticorpos que se ligam a este fator de crescimento inibirão o crescimento celular. Os peptídeos autócrina que são importantes para o cresicmento das células do câncer de pulmão, incluindo o peptídeo liberador de gastrina, o fator de crescimento insulina-símile tipo I e o fator de crescimento de hapatócito. O peptídeo liberador de gastrina (GRP) ocorre com mais frequência nos carcinomas pulmonares de células pequenas. Um oncogene irá ativar o EGFR, que inicia a autofosforilação do receptor, induzindo a proliferação do ciclo celular. Essas mutações foram encontradas em cerca de 10 a 17% dos pacientes com CPCNP. É uma alteração na expressão gênica que é herdada, mas não envolve alterações na sequência de DNA. Uma das modificações é alteração na metilação do DNA. Os genes que estão metilamos no CPCNP incluem o p16, RAR-B, RASSFIA, metilguanina- metiltransferase e a proteína quinase. Pode inclui também uma hipermetilação, que pode silenciar os genes supressores de tumor, permitindo que o crescimento celular fique desregulado. Manifestacoes clinicas Inicialmente, cerca de 15% dos pacientes diagnosticados são assintomáticos. A maioria dos pacientes que são assintomáticos, tem sinais e sintomas que são: ● Causados pela lesão pulmonar (crescimento local do tumor, invasão ou obstrução), ● Disseminação regional do muro para os linfonodos e estruturas adjacentes (intratorácicos) ● Disseminação distante da doença (extratorácico); ● Síndromes paraneoplásicas Existem alguns sinais e sintomas inespecífico de câncer de pulmão, como: anorexia, perda de peso, fadiga, anemia, febre. Inicialmente, mais de 80% dos pacientes têm três ou mais sintomas ou sinais como resultado do câncer. Lesão pulmonar: os sintomas dependem da localização e do tamanho do câncer. O sintoma mais comum é a tosse, que ocorre em aproximadamente 45% dos casos, porém ela é inespecífica, ocorrendo em outras patologias. Pode ocorrer hemoptise, dor torácica, dispneia, sibilos também podem ocorrer. Disseminação intratorácica: pode ocorrer disfagia, rouquidão, derrame pleural, derrame pericárdico, gerando ICC, arritmia ou tamponamento. Disseminação extratorácica: é quando ocorre a metástase em outros locais, podendo gerar dor no quadrante superior direito, fadiga e perda de peso. Pode gerar náuseas, vômitos, dores de cabeça, sinais e sintomas neurológicos e etc. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Síndromes paraneopláscias: pode gerar síndromes endócrinas, gerando hipercalcemia, secreção anormal do anidiurético, secreção ectópica do hormônio adrenocorticotrófico. Diagnostico O diagnóstico é realizado por exame de biópsia tecidual, escarro, lavado brônquico, escovação brônquica de lesões suspeitas, fluido lavado broncoalveolar e aspirado transbrônquico e transtorácico com agulha. A citologia do escarro pode ser somente 20% sensível para lesões periféricas do pulmão, mas pode ser 80% sensível para lesões centrais. Em geral, uma única amostra de escarro, a sensibilidade é de 50%, enquanto o exame de três ou mais amostras, aumenta a sensibilidade para quase 90%. A sensibilidade de uma única amostra de lavado brônquico e citologia obtida da escovação para detecção do câncer de pulmão é de aproximadamente 65%. Para fluido do lavado broncoalveolar a sensibilidade é de 60 a 65%. A sensibilidade de biópsia aspirativa com agulha fina para detecção de câncer pulmonar excede a 85%. Radiografia de tórax Tomografia computadorizada É utilizado posteroanterior e lateral padrão. É fácil realizar, econômico, porém tem valor limitado na definição do estágio do câncer de pulmão. Detecta nódulos pulmonares pequenos de 3 a 4mm, mas não é seguro na deteção de linfadenopatia hilário ou mediastinal. Geralmente é utilizada para avaliar se o câncer de pulmão está presente nos linfonodos dos hilos pulmonares ou mediastinais, fígado e glândulas adrenalina, mas a sua sensibilidade no envolvimento de linfonodos mediastinais é excelente. Porém, a TC não mostrará pequenos focos mmetastáticos que não resultam em alargamento do linfonodo mediastinal. l Thaís Oliveira - @dicas.demed PNEUMOTÓRAX Pneumotórax significa a presença de ar no espaço pleural, que provoca o colapso parcial ou completo do pulmão afetado. Pode ocorrer sem causa óbvia ou lesão (pneumotórax espontâneo) ou como resultado de uma lesão direta ao tórax ou as grandes vias respiratórias (pneumotórax traumático) PNEUMOTÓRAX EXPONTÂNEO Acredita-se que se desenvolve devido a ruptura de uma bolha de ar na superfície do pulmão, possibilitando que o ar entre na cavidade pleural. Como a pressão alveolar normalmente ‘maior do que a pressão pleural, o ar flui dos alvéolos para o espaço pleural provocando o colapso da porção envolvida no pulmão. O ar continua fluindo para dentro do espaço pleural até que não exista um gradiente de pressão ou até que a diminuição no tamanho do pulmão interrompa o extravasamento. O pneumotórax espontâneo é dividido em primário e secundário. Pneumotórax primário: Se desenvolve em pessoas saudáveis, sem nenhum histórico de doença. As bolhas, geralmente, se localizam na parte superior dos pulmões, sendo mais comum em jovens altos do sexo masculino, com idade entre 10 e 30 anos. O tabagismo e o histórico familiar positivo são fatores associados ao pneumotórax espontâneo primário, e uma inflamação das pequenas via respiratórias relacionadas com o tabagismo contribui para o desenvolvimento do pneumotórax. Pneumotórax secundário: Geralmente são mais graves, por que se desenvolvem em pessoas com doenças pulmonares já existentes. Estão associados a alguns tipos de doenças, como ASMA, DPOC, tuberculose, fibrose cística, sarcoidose, etc. Uma causa comum do pneumotórax espontâneo secundário é o enfisema, podendo ser fatais por conta dessas lesões pré existentes ou até mesmo pouca reserva compensatória. Está relacionado com o ciclo menstrual e geralmente é recorrente. Ocorre principalmente em mulheres entre 30 e 40 anos com histórico de endometriose. Porém, cerca de um terço de todos os casos de pneumotórax espontâneo em mulheres que realizam procedimentos cirúrgicos é causado por pneumotórax catamenial. Embora a causa concreta ejá desconhecida, sugere-se, que durante a menstruação o ar pode ter acesso a cavidade peritonial e em seguida entrar na cavidade pleural através de um defeito
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