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Eficiência e eficácia no trabalho Os termos eficiência e eficácia não são equivalentes, embora complementares. Enquanto o primeiro está relacionado aos meios para se atingir determinado resultado, à realização de um trabalho correto e sem muitos erros, o segundo se relaciona com a qualidade do fim em si, em realizar um trabalho que atinja totalmente o resultado desejado. Por exemplo, se um método é mais eficiente do que o outro para atingir um mesmo resultado, provavelmente é porque demandou menos recursos. Em outras palavras, é obter o mesmo output com uma menor quantidade de input. António Robalo, professor do ISCTE, em seu artigo de 1995, explica que a eficiência está preocupada com a melhor forma de atingir um determinado objetivo, com o como fazer; enquanto a eficácia, por outro lado, preocupa-se em atingir, de fato, um objetivo, e se aquele objetivo é realmente o objetivo a ser atingido, com o que fazer. EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NAS ORGANIZAÇÕES Em um mundo globalizado, as empresas não são mais sistemas independentes. Além de um constante aprimoramento interno, que envolve o desenvolvimento de indivíduos, equipes e melhores práticas organizacionais, a concorrência demanda que as empresas mantenham um ciclo crescente de produtividade, de forma que elas se mantenham destacadas no mercado. Nesse sentido, toda empresa precisa ser eficiente e eficaz em seus processos, desde o nível estratégico até o nível tático e operacional. apud FLORIANO, 2012). Antonio Cesar Amaru Maximiano, professor da FEA-USP, em seu livro Introdução à Administração, de 2000, entende que a eficiência determina a eficácia. Se os recursos a serem utilizados forem suficientes e utilizados corretamente, a probabilidade de que os objetivos sejam alcançados adequadamente aumenta. Assim, a aplicação adequada do método e dos procedimentos internos garantirá que as necessidades da empresa sejam atingidas de forma eficaz. Na aviação, existe uma necessidade constante pela otimização dos recursos, desde os recursos humanos até os operacionais. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, em seu anuário de 2016-2017, em média 47,1% dos custos das empresas aéreas são atrelados à moeda americana, referente à compra de combustível, equipamentos aeronáuticos para a manutenção de aeronaves, seguro e arrendamento (leasing) de aviões. A alta do dólar geralmente também reflete sobre a economia brasileira, o que repercute em custos adicionais a essas empresas. Esse é apenas um exemplo para abordar a importância da adoção de posturas e práticas que se digam eficientes, de modo que o sistema aeronáutico como um todo e, consequentemente, o desempenho das empresas aéreas sejam eficazes, baseado numa relação ótima de custo-benefício. Cabe notar, o desempenho eficiente e eficaz na aviação deve buscar sempre o equilíbrio na balança produção x proteção. Esse é um clássico dilema gerencial: quando se busca a eficácia na aquisição de mais lucro por meio de mais produção, sem se preocupar com o meio mais eficiente de fazê-lo no âmbito da proteção (segurança de voo) e do cuidado com a saúde e o bem-estar do profissional da aviação, o resultado final pode ser catastrófico, dando origem a adoecimentos com origem na natureza do trabalho até um acidente aeronáutico. Por outro lado, quando se busca ações eficazes para manutenção da segurança de voo sem a preocupação de uma forma eficiente de fazê-lo em termos de custo-benefício, isso pode levar a empresa à bancarrota. Assim, para o aprimoramento do comportamento nas empresas, de modo a garantir bom desempenho, tão importante quanto atingir resultados é a forma como alcançaremos esses resultados, lembrando sempre do investimento na equação talento (trabalhador) – organização – comportamento – gestão.
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