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Prévia do material em texto

Indaial – 2022
Físicas
Prof.ª Tainara Tolves
1a Edição
Terapias
Elaboração:
Prof.ª Tainara Tolves
Copyright © UNIASSELVI 2022
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
T654t
 Tolves, Tainara
 
 Terapias físicas. / Tainara Tolves – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
 
 210 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-800-3
 ISBN Digital 978-65-5663-794-5 
 
 1. Terapias complementares. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
 CDD 610
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Terapias Físicas. A seguir, 
encontra-se uma breve apresentação sobre o que aprenderemos no conteúdo deste livro, 
partindo de terapias complementares que utilizam meios físicos para sua aplicação, você 
verá que algumas delas são muito utilizadas e conhecidas, outras menos conhecidas, 
mas que também poderão contribuir para o seu conhecimento acerca deste assunto. É 
importante para você, futuro terapeuta, saber para que servem estas terapias e como 
são utilizadas, qual a sua importância e aplicabilidade na melhora do seu paciente. 
No futuro, você poderá se apropriar com maior fundamentação das terapias que tiver 
mais afinidade. Lembrando que, ao aprender e se apropriar de diferentes técnicas, você 
poderá escolher entre as que melhor se adaptarão aos seus pacientes na prática clínica; 
através de uma avaliação criteriosa, saberá qual método utilizar para obter uma melhor 
resposta do organismo do seu paciente.
Na Unidade 1, nosso foco estará direcionado em informações relacionadas às 
terapias complementares que têm como racionalidade médica a Medicina Tradicional 
Chinesa (MTC), contribuindo para o seu aprendizado nesta racionalidade oriental que 
difere bastante da lógica da medicina ocidental. A unidade está subdividida em três 
tópicos. No Tópico 1, aprenderemos sobre a acupuntura e a eletroacupuntura, no caso, 
como o uso de agulhas e da eletroterapia acontece pelo olhar da medicina tradicional 
chinesa, quais os fundamentos desta medicina e de que forma esse conhecimento pode 
nos ajudar na prática. O Tópico 2 refere-se a algumas terapias, sendo elas: moxabustão, 
cone chinês e ventosaterapia, como esses meios físicos podem melhorar a saúde do 
seu paciente, quais as indicações e contraindicações. Quanto ao Tópico 3, a proposta 
é expor sobre a ideia e aplicação da quiroacupuntura e cranioacupuntura que também 
utilizam agulhas como meio físico de trabalho, mas com uma abordagem diferente 
da acupuntura sistêmica. Todas essas práticas são baseadas na medicina tradicional 
chinesa e durante a unidade entenderemos a importância desse conhecimento milenar, 
que deu origem à maioria das terapias complementares existentes.
Na Unidade 2, direcionaremos nosso olhar acerca da auriculoterapia, uma 
prática simples e eficaz, muito utilizada atualmente. Estudaremos a anatomia da orelha 
e as diferentes racionalidades médicas que explicam a aplicabilidade e o funcionamento 
da auriculoterapia no corpo humano. Nesta unidade, no Tópico 1, nosso foco será 
compreendermos como a auriculoterapia funciona através do atual olhar da biomedicina; 
no Tópico 2, através do olhar da medicina tradicional chinesa, e, no Tópico 3, pelo olhar 
da reflexologia. Neste último tópico, estudaremos as zonas reflexas presentes na orelha 
e como avaliar e tratar um paciente em auriculoterapia.
APRESENTAÇÃO
Na Unidade 3, abordaremos, de forma mais ampla, diferentes terapias 
complementares, entendendo como funcionam e de que forma podem ser utilizadas 
com seus futuros pacientes. No Tópico 1, estudaremos o uso de pedras quentes e da 
cristaloterapia na melhora da saúde do indivíduo. No Tópico 2, aprenderemos de forma 
geral sobre a geoterapia e sobre a reflexologia podal. Lembre-se que a reflexologia já 
teve seu embasamento teórico definido na Unidade 2, Tópico 3, em Auriculoterapia 
segundo a reflexologia. Agora, aprenderemos como as zonas reflexas presentes nos 
nossos pés podem influenciar em nosso organismo. Por fim, no Tópico 3, teremos uma 
visão sobre como utilizar as cores em seu benefício e em benefício dos pacientes 
através da Cromoterapia.
Acadêmico, será necessário que você busque apoio em outras literaturas para 
que seu conhecimento fique ainda mais fortalecido e para que você faça toda a diferença 
no mercado de trabalho. Aproveite as indicações de leituras complementares que estão 
no decorrer das unidades e, se necessário, aprofunde-se no conteúdo pelas referências 
utilizadas neste material. Acreditamos que através da forma com que este livro foi 
elaborado, contribuirá e facilitará sua evolução e aprendizado acerca das terapias físicas 
da medicina complementar.
Abra a sua mente para novos conhecimentos e bons estudos!
Prof.ª Tainara Tolves
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - TÉCNICAS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ........................................ 1
TÓPICO 1 - ACUPUNTURA E ELETROACUPUNTURA ...........................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 BASES FILOSÓFICAS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA .........................................4
2.1 TEORIA DO YIN E YANG ........................................................................................................................ 5
2.2 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS..................................................................................................... 11
2.3 TEORIA DOS ZANG FU E SUBSTÂNCIAS FUNDAMENTAIS ....................................................... 19
3 O USO DAS AGULHAS PELA ACUPUNTURA ................................................................... 24
3.1 INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES, COMPLICAÇÕES ...............................................................25
3.2 PUNÇÃO E INSERÇÃO ......................................................................................................................26
3.3 CANAIS PRINCIPAIS E SUA IMPORTÂNCIA ................................................................................... 27
4 O USO DA ELETROACUPUNTURA PELA MTC ................................................................. 36
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 40
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 41
TÓPICO 2 - MOXABUSTÃO, CONE CHINÊS E VENTOSATERAPIA..................................... 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 43
2 MOXABUSTÃO .................................................................................................................. 43
3 CONE CHINÊS ....................................................................................................................47
4 VENTOSATERAPIA ........................................................................................................... 48
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 51
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 52
TÓPICO 3 - CRANIOACUPUNTURA E QUIROACUPUNTURA............................................. 55
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 55
2 CRANIOACUPUNTURA .................................................................................................... 55
2.1 CRANIOACUPUNTURA PELA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ..........................................56
2.2 CRANIOACUPUNTURA DE YAMAMOTO .........................................................................................59
3 QUIROACUPUNTURA ....................................................................................................... 64
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................67
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................................73
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................74
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 77
UNIDADE 2 — AURICULOTERAPIA ......................................................................................79
TÓPICO 1 — AURICULOTERAPIA SEGUNDO A BIOMEDICINA ............................................81
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................81
2 ANATOMIA DA ORELHA ................................................................................................... 82
3 NEUROFISIOLOGIA .......................................................................................................... 85
3.1 CONTROLE DA DOR ............................................................................................................................85
3.2 CONTROLE DA INFLAMAÇÃO ..........................................................................................................86
3.3 OS PONTOS AURICULARES PELA VISÃO DA BIOMEDICINA ....................................................87
3.4 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ............................................................................................................... 88
4 MATERIAIS ....................................................................................................................... 89
5 AVALIAÇÃO DA ORELHA ................................................................................................... 91
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 93
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 94
TÓPICO 2 - AURICULOTERAPIA SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ...............97
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................97
2 RELEMBRANDO A MTC .................................................................................................... 98
2.1 ZANG FU ...............................................................................................................................................98
2.2 CINCO ELEMENTOS ..........................................................................................................................100
3 MAPA AURICULAR CHINÊS E UTILIZAÇÃO DOS PONTOS ............................................103
3.1 AVALIAÇÃO DA ORELHA PELA MTC ............................................................................................. 107
4 RESOLVENDO CASOS E PRÁTICA .................................................................................. 110
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 116
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................117
TÓPICO 3 - AURICULOTERAPIA SEGUNDO A REFLEXOLOGIA ....................................... 119
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 119
2 EMBRIOLOGIA ................................................................................................................. 119
3 ZONAS REFLEXAS DO PAVILHÃO AURICULAR ............................................................ 121
3.1 INTEGRAÇÃO DAS VISÕES .............................................................................................................. 124
4 NA PRÁTICA ....................................................................................................................125
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................128
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................135
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................136
REFERÊNCIAS....................................................................................................................139
UNIDADE 3 — OUTRAS TERAPIAS FÍSICAS ...................................................................... 141
TÓPICO 1 — PEDRAS QUENTES, CRISTALOTERAPIA E GEOTERAPIA ............................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................143
2 PEDRAS QUENTES ..........................................................................................................143
2.1 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES ........................................................................................... 145
2.2 SOBRE A TÉCNICA ............................................................................................................................ 145
2.3 CUIDADOS COM AS PEDRAS ......................................................................................................... 147
3 CRISTALOTERAPIA .........................................................................................................148
3.1 FORMAS DE UTILIZAÇÃO ................................................................................................................ 149
3.2 SOBRE OS CRISTAIS ........................................................................................................................150
3.3 INDICAÇÕES ....................................................................................................................................... 153
4 GEOTERAPIA ...................................................................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................158
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................159
TÓPICO 2 - REFLEXOLOGIA PODAL, TUI NA E QUIROPRAXIA ........................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................163
2 RELEMBRANDO A REFLEXOLOGIA ................................................................................163
2.1 ANATOMIA DO PÉ ..............................................................................................................................164
2.2 REFLEXOLOGIA PODAL .................................................................................................................. 165
2.3 TRATAMENTO ......................................................................................................................................167
3 TUI NA ..............................................................................................................................168
4 QUIROPRAXIA .................................................................................................................170
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 175
TÓPICO 3 - OSTEOPATIA, CROMOTERAPIA E TERMALISMO .......................................... 177
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 177
2 OSTEOPATIA ................................................................................................................... 177
2.1 BENEFÍCIOS, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES .................................................................. 179
3 CROMOTERAPIA .............................................................................................................180
3.1 AS CORES E SEUS EFEITOS ............................................................................................................180
3.2 MODOS DE APLICAÇÃO...................................................................................................................183
4 TERMALISMO ..................................................................................................................185
4.1 PROPRIEDADES DA ÁGUA ...............................................................................................................185
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................189
RESUMO DO TÓPICO 8 .......................................................................................................196
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 197
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................199
1
UNIDADE 1 - 
TÉCNICAS DA MEDICINA 
TRADICIONAL CHINESA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os fundamentos da medicina tradicional chinesa;
• relacionar a medicina tradicional chinesa com a medicina ocidental;
• reconhecer os canais de energia principais;
• entender o uso das agulhas pela acupuntura;
• entender o uso da eletroterapia pela acunpuntura;
• definir as práticas de moxabustão, cone chinês e ventosaterapia;
• aprender sobre os microssistemas da cranioacupuntura e quiroacupuntura.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ACUPUNTURA E ELETROACUPUNTURA
TÓPICO 2 – MOXABUSTÃO, CONE CHINÊS E VENTOSATERAPIA
TÓPICO 3 – CRANIOACUPUNTURA E QUIROACUPUNTURA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
ACUPUNTURA E ELETROACUPUNTURA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, no Tópico 1, abordaremos sobre a acupuntura e a 
eletroacupuntura, duas técnicas bastante utilizadas pela Medicina Tradicional Chinesa. 
Para tanto, utilizaremos a sigla MTC, para se referir a essa nomenclatura, pois no 
decorrer deste tópico e dos próximos utilizaremos muitas vezes esta terminação. A 
MTC surgiu há milhares de séculos, na cultura oriental, inicialmente na China antiga, 
e não há como falar sobre acupuntura sem passar brevemente por trechos da história 
da MTC, que com o passar dos anos se expandiu para todo Oriente, chegando até o 
Ocidente e, com isso, acabou incorporando conhecimentos e práticas utilizadas em 
outros locais, como no Japão, por exemplo. Na MTC, olhamos para o indivíduo como “um 
Todo”, um microssistema completo, um universo único, utilizando dos conhecimentos 
(fundamentos) das leis da natureza no processo de saúde-doença.
A MTC possui várias técnicas de tratamento, a maioria com meios físicos 
de aplicação, sendo que a acupuntura é a técnica mais conhecida no ocidente. A 
acupuntura é a utilização de agulhas para restauração da homeostase orgânica, 
tendo seu princípio no reestabelecimento do equilíbrio energético do corpo através 
das agulhas. Neste tópico, falaremos sobre suas indicações, contraindicações, função, 
benefícios e até sobre algumas evidências científicas. 
Outra técnica utilizada, mas com um olhar muito mais ocidental e atual sobre 
a medicina tradicional, é a eletroacupuntura, que traz um adicional tecnológico para 
a prática da acupuntura. A eletroacupuntura, assim como na acupuntura, tem como 
objetivo estimular o acupunto, só que através da estimulação de um aparelho 
elétrico. Também iremos observar suas indicações, contraindicações, funcionamento 
e benefícios quando comparado às agulhas, além de aprender brevemente sobre dois 
aparelhos: o laser e o TENS (neuroestimulação elétrica transcutânea).
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
Homeostase:conforme o Dicionário on-line de português (HOMEOSTASE, 
2021, s. p.) “Processo de regulação que mantém o organismo em constante 
equilíbrio; homeostasia”. 
Acuponto: “em acupuntura, ponto de energia onde a agulha é inserida ou 
é aplicada pressão manual” (ACUPONTO, 2021, s. p.).
NOTA
4
2 BASES FILOSÓFICAS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A medicina que conhecemos nos dias de hoje e que temos contato, a medicina 
ocidental, tem sua visão focada na doença do indivíduo, o diagnóstico é realizado de 
forma localizada e física, e o tratamento na maioria das vezes é voltado para a melhora 
dos sintomas, nem sempre para tratar a causa real da doença. Para adentrar aos 
conhecimentos da medicina oriental, é necessário se “despir” da lógica ocidental, pois, 
a partir de agora, a visão será do indivíduo como “um Todo”, um microssistema completo 
que, para garantir a homeostase de seu organismo, precisa estar em harmonia com as 
leis da natureza, já que sempre fizemos e continuaremos a fazer parte dela. 
A MTC observa o indivíduo como um ser físico, emocional, mental e espiritual, 
não observa apenas a sua doença, mas como o seu organismo se comporta de uma 
maneira geral em todo esse conjunto complexo do ser e a partir de observações 
direcionadas realiza o diagnóstico completo e o tratamento focado na causa da doença.
 Acadêmico, a MTC é uma prática milenar, que iniciou na China e acredita-se ser 
uma das medicinas mais antigas do mundo. Diferente do Ocidente, em que a medicina 
tem como base um sistema racional (cartesiano) para sua prática, a MTC tem como 
base uma filosofia chamada de Tao. A palavra Tao tem como uma de suas traduções o 
significado de “caminho”, o caminho a percorrer até que retornemos à fonte, a origem de 
todas as coisas criadas no Universo. A filosofia foi construída a partir de ensinamentos 
ancestrais chineses sobre condutas morais e éticas e com o tempo uniu-se à cultura 
chinesa em si, e foi transformada em religião por Lao-Tsé e pelo Imperador Amarelo 
(chamado também de Huang-Ti), sendo chamada de Taoísmo. 
A religião taoísta tem um sistema politeísta (acreditam em vários deuses) e segue 
a filosofia do Tao (caminho do meio, caminho do equilíbrio). Teve sua origem no século 
II a.C., e tem seus ensinamentos atribuídos a Huang-Ti, um dos primeiros imperadores 
que governou a China, e, também, a Lao Tsé (filósofo e alquimista chinês), tido como o 
fundador da doutrina taoísta. 
Lao Tsé, de acordo com a tradição chinesa, escreveu o livro sagrado do taoísmo, 
conhecido como Tao Te Ching (livro do Caminho e da Virtude), nele estão escritos os 
ensinamentos religiosos e filosóficos adquiridos por Lao Tsé na busca pelo Tao. Já 
Huang-Ti, além de ser considerado responsável pela disseminação dos ensinamentos 
do taoísmo, para os chineses é o criador de outros elementos da cultura, como a 
astrologia chinesa, o calendário chinês e a medicina (TAOÍSMO, 2020). A Figura 1 a seguir 
é conhecida por representar o Imperador Amarelo (Huang-Ti).
5
O Imperador Amarelo tem uma grande importância na história da medicina 
chinesa, pois durante seu reinado deu atenção especial à saúde e à condição humana, 
questionando e incentivando seus ministros médicos da época a pesquisar e explicar 
a medicina que era exercida naquele momento. Durante seu império, deu origem 
à obra chamada de Nei Jing (O clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo), 
livro fundamental da medicina tradicional chinesa. Este livro contém o conhecimento 
detalhado da época sobre anatomia, fisiologia, patologia, diagnóstico e tratamento, além 
de trazer informações sobre meteorologia, astrologia e calendário, sendo traduzido para 
diversos idiomas (Wikipedia, 2021).
2.1 TEORIA DO YIN E YANG
Uma das primeiras teorias da filosofia chinesa tratada nos livros clássicos 
chineses e que é uma das teorias bases da MTC, é a teoria do Yin e Yang. Segundo 
Maciocia (2021), a teoria do Yin-Yang é simples e profunda ao mesmo tempo, sendo 
FIGURA 1 – IMPERADOR AMARELO (HUANG-TI)
FONTE: <https://bit.ly/3IO4X98>. Acesso em: 12 out. 2021.
Acadêmico, se você quiser saber mais sobre a filosofia e religião taoísta, você pode 
assistir a este vídeo: https://bit.ly/3KPX3xI, ou acessar este site: https://taoismo.org.br/. 
DICA
6
possível encontrar continuamente novas expressões dela na prática clínica e na vida 
em geral. Yin-Yang representam qualidades opostas, mas complementares. Isso quer 
dizer que em todo objeto ou fenômeno há características Yin e características Yang, são 
opostas, mas se estão em equilíbrio mantém-se a harmonia, pois o Yin contém a semente 
de Yang, de forma que pode se transformar no segundo e vice-versa (MACIOCIA, 2021). 
Os caracteres chineses que representam Yin e Yang, respectivamente, estão 
na Figura 2.
Na escrita chinesa, como mostra na Figura 2, Yin tem representada uma colina e 
uma nuvem e Yang tem representada um sol no horizonte e raios de luz, indicando que 
Yin é o lado escurecido da montanha e Yang é o lado ensolarado da montanha. 
Acredita-se que a origem primordial dessa teoria iniciou com a observação dos 
camponeses, da alternância cíclica entre o dia e a noite (MACIOCIA, 2021). Esta é, 
porém, só uma curiosidade para que você, aluno, possa gravar de forma mais lúdica 
essas duas energias descritas pelos chineses que veremos logo a seguir.
A teoria do Yin e Yang diz que todos os fênomenos do universo se alternam 
em movimentos repetitivos, com altos e baixos, e que a força motriz de sua mudança é 
justamente a alternância entre Yin e Yang. O desenvolvimento de todos os fenômenos 
do universo é resultante da inter-relação destes dois estágios opostos (MACIOCIA, 2021). 
Cada fenômeno pode pertencer a um estágio, mas sempre contém a semente 
do estágio oposto em seu interior. Yin e Yang são “a expressão de uma dualidade no 
tempo, dois estágios de um movimento cíclico, um transformando-se constantemente 
no outro, da mesma forma que o dia origina a noite e vice-versa” (MACIOCIA, 2021). 
No Quadro 1, mostraremos algumas correspondências desses dois estados de 
energia, com exemplos de como esses estados predominam em cada fenômeno.
FIGURA 2 – CARACTERES CHINESES DE YIN E YANG
FONTE: <https://bit.ly/3ADCvng> Acesso em: 13 out. 2021.
7
Com essas correspondências, já é possível observar qual predominância seu 
paciente poderá ter ao realizar a avaliação inical, indicando caminhos de raciocínio que 
você poderá seguir. Como exemplo: a cabeça é yang em relação ao resto do nosso 
QUADRO 1– FENÔMENOS YIN E YANG
FONTE: Adaptado de Maciocia (2021)
YIN YANG
Noite Dia
Escuridão Luz
Repouso Atividade
Frio Calor
Lua Sol
Terra Céu
Quadrado Redondo
Espaço Tempo
Ocidente (Oeste) Oriente (Leste)
Norte Sul
Direita Esquerda
Matéria Energia
Contração Expansão
Abaixo Acima
Água Fogo
Inferior Superior
Interior Exterior
Frente Dorso
Estrutura Função
Sangue/Fluidos corporais Qi
Feminino Masculino
Quieto Agitado
Umidade Secura
Macio Duro
Inibição Excitação
Lentidão Rapidez
Conservação Mudança/Transformação
Doença crônica Doença aguda
Início gradativo Início rápido
Sonolência/apatia Inquietude, insônia
Prefere estar coberto Afasta as roupas da cama
Corpo e membros frios Corpo e membros quentes
Constipação intestinal Fezes amolecidas
Face pálida Face avermelhada
8
corpo, já em relação ao céu, ela é considerada yin, por estar abaixo; a palma das mãos é 
yin em relação ao dorso das mãos que é yang. Uma pessoa mais agitada, que fala muito, 
tem característica de predominância yang; já uma pessoa mais quieta, voz mais baixa 
tem energia predominantemente yin.
Provavelmente você já deve ter visto em algum lugar o símbolo que representa 
o movimento cíclico de Yin e Yang, chamado de Tai Ji, representado na Figura 3.
E você acadêmico, acredita ter energia mais Yin ou mais Yang?
Lembre-se que há uma energia predominante em cada fenômeno, 
mas sempre há uma parte de Yin no Yang e uma parte de Yang no 
Yin, afinal são energias opostas, mas também complementares,nada é 
totalmente Yin ou totalmente Yang!
GIO
IMPORTANTE
FIGURA 3 – SÍMBOLO TAI JI
FONTE: <https://bit.ly/3HjbBUq> Acesso em: 15 out. 2021.
Essa imagem representa o Tai Ji, interdependência entre as energias de yin e 
yang, energias opostas, mas em que uma está contida dentro da outra. Ao máximo de 
energia yang, transforma-se em energia Yin, ao máximo de energia Yin, transforma-se 
em energia Yang, ou seja, uma precisa da outra para existir. Tudo que existe no Universo, 
contém Yin e Yang, mas eles nunca estão em proporção estática, e sim em equilíbrio 
dinâmico e em constante mudança (MACIOCIA, 2021). Pense neste símbolo como se ele 
estivesse sempre em movimento.
9
• Predomínio ou Excesso de Yang: ocorre a redução de Yin (o excesso de Yang 
consome o Yin), definido conforme a Figura 5 a seguir; e um exemplo prático do 
desequilíbrio é a insolação, o excesso de sol/calor atinge o indivíduo, excesso de 
Yang consome o Yin do corpo, os sintomas mais comuns são dores de cabeça, 
tontura, hiperemia da pele e aumento da temperatura corporal. Conhecida também 
como síndrome do Calor-Cheio.
FIGURA 4 – EXCESSO DE YIN
FONTE: Adaptada de Maciocia (2021)
FIGURA 5 – EXCESSO DE YANG
FONTE: Adaptada de Maciocia (2021)
Como Yin e Yang estão em constante equilíbrio dinâmico, são necessárias 
adaptações contínuas que mantenham seus níveis relativos. Quando Yin ou Yang estão 
desequilibrados, um afeta necessariamente o outro. A seguir, veremos que há quatro 
estados possíveis de desequilíbrio entre essas duas energias:
• Predomínio ou Excesso de Yin: ocorre a redução de Yang (o excesso de Yin 
consome o Yang), como exemplificado na Figura 4 a seguir; e um exemplo prático 
desse desequilíbrio é a hipotermia. Um excesso de frio (Yin) atingindo o indivíduo 
consome seu Yang, os sintomas mais comuns são: a queda da temperatura corporal, 
os tremores, mãos e pés com dormência, cansaço e lentidão. Este estado pode ser 
conhecido também na medicina chinesa como síndrome do Frio-Cheio.
•	 Fraqueza	ou	Deficiência	de	Yin: ocorre quando a energia Yin do corpo se esgota, 
causando sintomas de calor (Yang); como exemplo prático temos a insônia, que 
tem como principais sintomas a inquietude, agitação, pensamentos em excesso, 
caracterizando sintomas de energia de movimento Yang, porém de causa primária 
por deficiência de Yin. Também conhecida como Calor-Vazio.
10
•	 Fraqueza	ou	Deficiência	de	Yang: ocorre quando a energia Yang do corpo reduz 
espontaneamente, podendo causar sintomas de Yin. Está representada na Figura 7, e 
como exemplo temos o envelhecimento, pois ao envelhecer vamos perdendo energia 
Yang (de movimento, calor, rapidez) e nos tornando mais lentos, com temperatura 
corporal menor, muitas vezes com doenças crônicas, caracterizando sintomas de 
Yin. Esta condição também pode ser reconhecida como síndrome do Frio-Vazio.
O modelo ideal seria manter o organismo sempre em equilíbrio das energias, 
como a Figura 8 a seguir demonstra. Comumente, nosso organismo se adapta a 
um desequilíbrio, pois essas duas forças Yin e Yang estão sempre em constante 
intertransformação, tentando ajustar nosso corpo aos estímulos que recebe. 
O consumo mútuo de Yin e Yang pelo organismo é um processo normal e 
fisiológico, que mantém o equilíbrio de nossas funções, como quando transpiramos 
mais no verão, pois o clima é quente. Há problema quando esse ajuste se dá de forma 
excessiva ou deficiente, como vimos nos gráficos das Figuras 4, 5, 6 e 7.
FIGURA 6 – DEFICIÊNCIA DE YIN
FIGURA 8 – EQUILÍBRIO ENTRE YIN E YANG
FIGURA 7 – DEFICIÊNCIA DE YANG
FONTE: Adaptada de Maciocia (2021)
FONTE: Adaptada de Maciocia (2021)
FONTE: Adaptada de Maciocia (2021)
11
Coutinho e Dulcetti (2015) dizem que Yin e Yang são duas qualidades de sopros 
que existem em tudo, estando em relação recíproca com a natureza, e são “duas faces 
de um mesmo movimento”. Na MTC, busca-se entender qual desarmonia/desequilíbrio 
está acontecendo no nosso organismo, para, através de alguma intervenção, buscar o 
reestabelecimento do equilíbrio entre as energias Yin e Yang.
2.2 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS
A próxima base fundamental filosófica chinesa é a teoria dos cinco elementos, a 
qual foi elaborada praticamente na mesma época da teoria do Yin e Yang, juntas, trouxeram 
uma nova visão da doença, não mais causada por espíritos malévolos como se acreditava 
na época, mas sim por algo associado ao estilo de vida do indivíduo (visão naturalista). 
Essa teoria entende que o ser humano e seus comportamentos não são 
determinados apenas pelo cérebro, mas, também, pelo microcosmo que ele está inserido 
(universo), sendo influenciado pela natureza e a influenciando ao mesmo tempo. 
Somos integrados à natureza e ela a nós. A teoria dos cinco elementos, ou dos 
cinco movimentos, considera que o universo é formado pelo movimento e transformação 
dos cinco princípios representados por: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água. 
A caracterização dessa teoria se dá pelo ciclo de geração e dominância que 
veremos na Figura 9:
Assista a este rápido vídeo que traz alguns exemplos de quando ocorrem 
esses desequilíbrios entre Yin e Yang no corpo: https://bit.ly/3uuNPBp. 
Alguns livros em que você pode procurar mais sobre o assunto: Yin e 
Yang, por Hélio Couto; As Energias Yin e Yang e o Eneagrama, por Gisele 
Dziekaniak e Ricardo Almeida.
DICA
FIGURA 9 – CICLO DE GERAÇÃO E DOMINÂNCIA
FONTE: <https://bit.ly/3B0wFgd> Acesso em: 15 out. 2021.
Madeira
Água Metal
Terra
Fogo
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QUADRO 2 – CINCO ELEMENTOS E SUAS CORRESPONDÊNCIAS
No ciclo de geração, os elementos da natureza dão origem uns aos outros, está 
representado na Figura 9 pelas setas externas, o elemento dá origem ao seu próximo 
e é originado pelo seu anterior. Ainda na Figura 9, “o Fogo dá origem à Terra (a partir 
das cinzas); a Terra dá origem ao Metal (porque o contém); o Metal dá origem à Água 
(porque se liquefaz); a Água dá origem à Madeira (porque nutre o vegetal), e a Madeira 
dá origem ao Fogo (porque é combustível para a queima), chamamos este ciclo de mãe-
filho (exemplo: fogo é mãe da terra)” (DORIA; LIPP.; SILVA, 2012, p. 38). Ao mesmo tempo 
que os elementos geram uns aos outros, eles se controlam. 
 
No ciclo de controle, cada elemento controla aquele que sucede o elemento 
gerado (representada na Figura 9 pelas setas internas pontilhadas). Assim, “o Fogo 
funde o Metal, o Metal corta a Madeira, a Madeira cobre a Terra, a Terra absorve a Água 
e a Água extingue o Fogo. Chamamos esse ciclo de avó-neto” (exemplo: terra é avó de 
água) (DORIA; LIPP.; SILVA, 2012, p. 38). 
 
O desenvolvimento e mudança de todas as coisas e de todos os fenômenos são 
resultado do movimento contínuo, da intergeração e dominância dos cinco elementos 
presentes na natureza. Algumas das qualidades básicas do fogo são: queimar e subir; 
da água: molhar e descer; do metal: ser moldado e enrijecido; da terra: semear, cultivar 
e colher; da madeira: ser dobrada e retificada; ou seja, representam também processos 
(MACIOCIA, 2021, p. 17). 
A saúde acontece quando se obedece a esses dois ciclos (de geração e 
dominância),  a doença, quando ocorre superdominância ou contra dominância. 
Podemos, então, realizar a avaliação do indivíduo tomando como referência estes 
ciclos, para identificar os desequilíbrios e orientar a intervenção no sentido de restaurar 
as leis do sistema (DORIA; LIPP.; SILVA, 2012). Dessa maneira, pode-se localizar a 
alteração de determinados órgãos durante a avaliação inicial do paciente, de acordo 
com as manifestações clínicas que ele apresenta em combinação com outros dados 
da doença. A seguir, no Quadro 2, iremos entender as relações dos elementos com o 
organismo humano sobre os cinco elementos e suas correspondências.
13
FONTE: <https://bit.ly/3o8Nb8z> Acesso em: 25 out. 2021.
Vamos lá, aluno! Vamos a um exemplo prático: uma pessoa com Síndrome do 
Pânico (emoção em excesso: medo) tem seu ciclo dos cinco elementos afetados por ter 
o elemento água em excesso, podendoter uma propensão maior a desenvolver outros 
problemas nos rins e bexiga e afetar o seu neto, o fogo, pois, se está em excesso, irá 
apagar o fogo com o passar do tempo, podendo afetar também coração e intestino 
delgado. A seguir, veremos um pouco mais sobre as características de cada um dos 
cinco elementos, segundo Maciocia (2021): 
• MADEIRA: indica a forma de crescimento e de desenvolvimento das árvores que são 
curvas ou retas e crescem se estendendo para fora, além disso, incluímos nas suas 
funções o crescimento, o desenvolvimento e a ascensão. Relaciona-se com o lado 
esquerdo do corpo. 
• FOGO: arde sempre para cima, corresponde em ser quente e subir. Ampliando 
o significado da característica do fogo, incluímos nas suas funções a ascensão e 
o aquecimento. Relaciona-se com a parte superior do corpo (cabeça e região 
cardiorrespiratória). 
• TERRA: corresponde à característica de semear as sementes e colher os alimentos. 
Ampliando o significado das características da terra, incluímos nas suas funções o 
nascimento, a transformação, a aceitação e a contenção. Por isso, diz-se que a terra 
contém os quatro movimentos, que todos os objetos existentes nascem da terra e na 
terra morrem; e que a terra é a mãe de todos os objetos existentes. Relaciona-se com 
a região gastrointestinal. 
• METAL: ligado à mudança, transformação. Ampliando o significado da característica 
do metal, incluímos nas suas funções a limpeza/purificação, a clarificação, a restrição 
e o descenso. Relaciona-se com o lado direito do corpo. 
• ÁGUA: escorre sempre para baixo, inclui a descida e o umedecimento. Ampliando o 
significado das características da água, incluímos nas suas funções as noções de frio, 
de umidade e do movimento para baixo. Relaciona-se com a parte inferior do corpo e 
a região geniturinária. 
14
Em condições normais, também apresentamos, assim como no yin e yang, uma 
predominância de algum desses elementos na nossa constituição física e psíquica, 
e podemos estar mais propensos a desenvolver doenças de determinado elemento. 
Pessoas com predominância do elemento fogo apresentam a face mais avermelhada, 
cabelos ondulados ou pouco cabelo, cabeça pontuda e pequena, queixo proeminente, 
mãos pequenas e andar rápido. 
A predominância do elemento terra se manifesta nas pessoas desse elemento 
por biótipo mais escuro e obeso, cabeça e barriga grandes, coxas fortes, mandíbula 
larga, andar com os pés no chão (sem levantar muito os pés do chão), risada forte. Já 
a predominância no elemento metal, aparece com ombros largos e quadrados, face 
pálida, andar lento, voz forte, face triangular, constituição corporal forte. Pessoas do 
elemento água adoram o movimento, coluna mais longa que o normal, face e corpo 
arredondados, face branca e macia; pessoas do elemento madeira apresentam nas 
características gerais corpo alto e esbelto, ombros largos, tendões e ossos fortes, face 
escura, costas retas e fortes.
Conforme Maciocia (2021), há “janelas” conectando o mundo exterior aos 
principais sistemas do organismo (interior), a MTC as chama de "aberturas" ou "bocas". 
A abertura para o baço, é a boca; para o pulmão, é o nariz. Já para o fígado, são os 
olhos; coração, é a língua; os rins, são os ouvidos. Segundo a teoria, os seres humanos 
aprendem sobre o mundo exterior através desses orifícios. Podemos, ao observar o 
indivíduo, se houver alguma alteração nessas aberturas, já suspeitar de desequilíbrio 
no elemento deste órgão, por isso as relações dos cinco elementos nos auxiliam em um 
bom diagnóstico. 
Os cinco elementos também simbolizam os movimentos de todos os fenômenos 
naturais, o fogo movimenta para cima, a terra tem movimento neutro ou estável, o 
metal movimento contrativo, a água tem movimento para baixo e madeira movimento 
expansivo. Por exemplo: o fogo patológico queima, no movimento para cima, causando 
calor e vermelhidão na face. 
Segundo Maciocia (2021), as interações dos cinco elementos formam um 
modelo para explicar as relações funcionais dos órgãos, podendo utilizar de aspectos 
Agora, você, acadêmico, acredita ter predominância de qual dos cinco 
elementos na sua constituição? Qual emoção mais afeta no seu dia a dia? 
Qual sabor você tem preferência?
GIO
15
diagnósticos relacionados com os elementos, o primeiro deles é a cor. É importante 
observar a cor da face do paciente, se houver predominância de alguma cor, indica 
desequilíbrio desse elemento, que poderá estar em deficiência ou excesso. Por exemplo, 
cor da face amarelada indica desequilíbrio no elemento terra, verde desequilíbrio em 
madeira, vermelho desequilíbrio em fogo, palidez desequilíbrio em metal, escuro 
desequilíbrio em água. 
Outro aspecto a ser observado é o som e tom de voz do indivíduo, por exemplo, 
uma voz muito fina e fraca indica fraqueza da energia do pulmão (metal), tendência a 
gritar indica desequilíbrio no elemento madeira. Fogo – riso; terra – canto; metal – choro; 
água – gemido. 
Podemos observar, também no diagnóstico o odor, se há um odor característico 
daquele indivíduo, sabendo que um odor rançoso é desequilíbrio em madeira; cheiro de 
queimado, desequilíbrio em fogo; terra, odor adocicado, metal, odor estragado e água 
odor fétido (MACIOCIA, 2021). Além disso, observar e questionar sobre as emoções do 
indivíduo é essencial. Indivíduos que tendem a ter explosão de raiva podem ter um 
desequilíbrio no elemento madeira, a euforia afeta fogo, a introspecção ou preocupação 
afeta terra, a mágoa e tristeza afetam o metal e o medo afeta a água. Emoções são 
normais no nosso dia a dia, o problema inicia quando essas emoções estão em excesso, 
perdurando por muito tempo no indivíduo.
Como aspecto secundário de análise temos os sabores, quando o indivíduo 
sente um gosto indesejável na boca sem razão específica, ou tem preferência muito 
maior por algum sabor, podendo indicar problemas naquele elemento, com ácido (doença 
afetando madeira), amargo (doença afetando fogo), doce (doença afetando terra), 
picante (doença afetando metal) e salgado (doença afetando água) (MACIOCIA, 2021). 
Estes são alguns dos aspectos que já podemos observar logo no início da avaliação do 
indivíduo, já nos indicando elementos e órgãos que poderão estar em desequilíbrio. 
Há nas lojas on-line e/ou livrarias mapas com os tópicos dos cinco 
elementos em resumo e esquematizados para melhor visualização e 
memorização. Para complementar seus estudos, assista a este vídeo no 
canal Papo de Acupunturista, que traz informações dos cinco elementos, 
pelo acupunturista Rogério Suguitani: https://bit.ly/3s9LZ69. 
DICA
Vamos falar agora sobre o relógio biológico orgânico em que, segundo a MTC, 
cada órgão tem o máximo de sua energia manifestada em horários específicos, isso 
significa que naquele horário ele está no máximo da sua funcionalidade. Um distúrbio 
que aparece com frequência na mesma hora em que a energia é máxima em um 
determinado órgão, fornece ao terapeuta indicações muito úteis para entender como 
diagnosticar e agir naquele caso (O RELÓGIO BIOLÓGICO [...], 2016).
16
FIGURA 10– RELÓGIO BIOLÓGICO DOS CINCO ELEMENTOS
FONTE: <https://bit.ly/34jfMkq> Acesso em: 26 out. 2021.
O pulmão é o primeiro órgão a se levantar (03-05h), e assim a cada 2 horas 
temos o pico máximo de funcionalidade de cada órgão. Na Figura 10, veremos que cada 
órgão e seu elemento se manifestam em horários do dia e da noite. De maneira geral, 
das quatro horas da manhã até o meio-dia, está ocorrendo o ciclo da eliminação, nesse 
horário, o nosso organismo faz a eliminação de várias toxinas. Durante esse tempo, é 
indicado que sejam ingeridos alimentos leves, como frutas, saladas, sucos, entre outros.
Do meio-dia até as 20 h, estamos no ciclo de apropriação. Nessa fase,  o 
organismo está focado na digestão e o corpo está em alerta, o pico de energia do corpo 
está no máximo: tudo o que você ingerir será absorvido com facilidade. A partir das 20 
horas da noite acontece o ciclo de assimilação, marcado pela revitalização,renovação 
e cicatrização do organismo,  trabalhando para absorver os nutrientes dos alimentos, 
com o objetivo de fortalecê-lo (CENTRO DE ESTUDOS DE TERAPIAS NATURAIS, 2016).
17
Segundo Maciocia (2021), indivíduos que possuem sensibilidade a determinada 
condição climática podem indicar uma desarmonia deste elemento. Normalmente, 
a desarmonia em madeira, reflete uma pessoa com aversão ao vento, no frio há 
enfraquecimento dos rins, o ar  seco afeta  os pulmões; no calor, indivíduos com 
desarmonia no coração se sentem pior e a umidade em excesso pode provocar 
desarmonia do baço. 
 
Para realizar o tratamento dos seus pacientes em relação aos cinco elementos, 
é necessário prestar atenção nos ciclos. Exemplo: se durante a avaliação você observar 
desarmonia no elemento madeira, precisa considerar se pode haver outro elemento 
influenciando nessa desarmonia ou se o elemento madeira é que está causando as 
desarmonias. Exemplo: o fígado pode estar deficiente por não estar sendo nutrido pela 
água, então será necessário fortificar os rins e o fígado (MACIOCIA, 2021). 
De uma forma simples, podemos utilizar dos alimentos em nosso 
favor. Maciocia (2021) descreve como os sabores podem ajudar a restaurar o equilíbrio. 
O sabor ácido promove fluidos e Yin. Ele é adstringente e pode 
controlar a transpiração e diarreia.
O sabor amargo elimina calor, seda e fortalece. Ele elimina umidade-
calor e atenua o Qi rebelde.
O sabor doce tonifica, equilibra e harmoniza. Ele é usado para tonificar 
deficiência e cessar a dor. 
O sabor picante dispersa e é usado para expelir fatores patogênicos.
O sabor salgado desce, hidrata e é usado para tratar constipação 
intestinal e edema.
Quando alimentos ou ervas de determinado sabor são consumidos 
em excesso, o sabor tem efeito negativo em algumas partes do corpo 
(MACIOCIA, 2021, p. 32).
 
Por isso, quando um órgão está doente, deve-se evitar o alimento que contenha 
o sabor relacionado ao elemento que o controla. O exemplo mais prático é o excesso de 
sal, salgado pertence ao elemento água, e em excesso pode atingir o fogo, afetando o 
coração. Essa teoria coincide com o conceito ocidental sobre o consumo excessivo de 
sal (MACIOCIA, 2021).
Você sabia que o melhor horário para evacuar  conforme a medicina 
chinesa é das 5h às 7h da manhã? Pois é o horário de maior funcionalidade 
do intestino grosso! 
INTERESSANTE
18
Acadêmico! A seguir, teremos a foto de um esquema simples (Figura 11) elaborado 
para melhor aprendizagem da teoria dos cinco elementos. No esquema, as informações 
mais importantes estão em símbolos, para melhor memorização. Aconselha-se que 
você também faça o seu próprio resumo, com as informações que considerar mais 
importantes para você e da maneira que achar mais interessante.
Como vimos a teoria dos cinco elementos norteia diagnóstico e tratamentos na 
medicina chinesa e segue uma lógica naturalista e integral do ser humano, diferenciando-
se do nosso sistema médico cartesiano e separatista. 
Os cinco elementos e suas correspondências e relações nos demonstram a 
importância do olhar holístico para o indivíduo, buscando entender de forma integral os 
fenômenos que podem ocorrer no organismo, para que possamos achar a real causa da 
doença e não apenas tratar os sintomas em sua superfície. 
Uma outra teoria chinesa que utiliza muito os cinco elementos é chamada 
de Feng shui, e tem como princípio a harmonização dos ambientes ao nosso 
redor conforme as orientações dos cinco elementos, para manutenção do 
equilíbrio e prosperidade. 
INTERESSANTE
FIGURA 11– ESQUEMA DOS CINCO ELEMENTOS
FONTE: A autora
19
A partir de agora, vamos conhecer mais profundamente o funcionamento dos 
nossos órgãos (chamados de Zang) e vísceras (chamadas de Fu), e as substâncias as 
quais percorrem nosso corpo.
2.3 TEORIA DOS ZANG FU E SUBSTÂNCIAS FUNDAMENTAIS
Pela MTC, apresentamos seis órgãos chamados de Zang e seis vísceras 
chamadas de Fu, essa teoria (teoria dos Zang Fu) tenta compreender as relações das 
partes internas do corpo entre si e sua relação geral com o todo, além disso, associa 
cada zang fu a um meridiano de energia que recebe seu mesmo nome. Em caso de 
desequilíbrio entre eles, ocorre o adoecimento.
QUADRO 3 – ZANG FU
FONTE: A autora
ZANG FU
FÍGADO (F)
CORAÇÃO (C)
BAÇO-PÂNCREAS (BP)
PULMÃO (P)
RIM (R)
PERICÁRDIO (PC)
VESÍCULA BILIAR (VB)
INTESTINO DELGADO (ID)
ESTÔMAGO (E)
INTESTINO GROSSO (IG)
BEXIGA (B)
TRIPLO AQUECEDOR (TA)
Na medicina chinesa, considera-se mais importante as funções dos zang fu 
do que sua estrutura anatômica em si, por isso difere da medicina ocidental, quando 
falamos de baço, falamos juntamente do pâncreas, pois olhamos a função que os 
dois assumem no sistema digestivo; quando falamos de triplo aquecedor na MTC, não 
conseguimos nos referenciar a uma estrutura anatômica da medicina ocidental, pois 
este fu está relacionado com sua função, como você verá mais adiante no conteúdo.
Os órgãos têm predominância de características Yin, por serem estruturas mais 
sólidas, maciças; têm funções de armazenamento e transformação; estão relacionados 
com as substâncias fundamentais, aos órgãos dos sentidos, aos tecidos, às emoções, 
aos sabores (assim como no quadro de correspondências dos cinco elementos). Já as 
vísceras têm predominância da energia Yang (movimento), são ocas, constantemente 
preenchidas e esvaziadas; têm funções de transporte, digestão, transformação e 
eliminação.
A seguir, veremos um pouco sobre cada Zang fu. Iniciaremos com o fígado, 
chamado em chinês de Gan, anatomicamente localizado no lado direito do abdome, 
sob o diafragma. Pertence ao elemento madeira e controla nossos tendões. Armazena 
20
sangue (xue), promove o livre fluxo de Qi por todo organismo, sua manifestação é nas 
unhas, mas abre-se nos olhos. Seu clima é ventoso e abriga a alma etérea (Hun), nos 
fornecendo inspiração, criatividade e sensação de propósito na vida, sendo a origem 
da coragem e da resolução, quando se encontra saudável. O sangue do fígado é 
importante para a nutrição dos tendões e assegura a regularidade da menstruação, pelo 
armazenamento de sangue no útero, ou seja, é muito importante na fisiologia feminina 
(MACIOCIA, 2021).
O coração, em chinês Xin, localizado sobre o diafragma e se situa sob o esterno, 
no interior do mediastino (linha média da cavidade torácica) e entre os dois pulmões. 
Tem três camadas: o endocárdio, camada lisa que fica no interior do órgão; o miocárdio, 
camada média do músculo cardíaco; e o pericárdio, membrana que envolve o coração. 
Nosso xin é considerado por Maciocia (2021), o mais importante dos órgãos, o 
imperador. Suas funções principais pela MTC são governar o sangue e vasos sanguíneos 
e abrigar a mente (shen). Seu estado é refletido na pele da face e abre-se na língua. Por 
abrigar o shen, controla todas as atividades mentais, emoções, consciência, raciocínio, 
memória e sono.
O baço-pâncreas, chamado de Pi, abrange a função de dois órgãos, 
anatomicamente o baço está localizado na região superior esquerda do abdome, à 
esquerda do estômago e acima do rim esquerdo. O pâncreas localiza-se no abdome, 
atrás do estômago e entre o duodeno e o baço. Na MTC, estes órgãos têm a função de 
separar o puro do impuro; tem relação com a digestão energética dos alimentos, pois 
separa a energia dos alimentos de sua parte material impura. Governa a transformação 
e transporte das essências dos alimentos, controla o sangue, mantendo-o dentro dos 
vasos, abre-se na boca, manifesta-se nos lábios e abriga o intelecto (MACIOCIA, 2021, 
p. 114).
Nos pulmões temos a absorção do Qi (energia) celestial, que é a energia da 
respiração, formando o Qi defensivo; pulmão (chamado de Fei) governa o Qi (sua 
dispersão e descendência, além de controlar a respiração). Regula a passagem da 
água (circulação dos fluidos corporais), manifesta-se na pele e nos pelos, abra-se no 
nariz e abriga a alma corpórea (Po). Po é a parte mais material e física da alma de um 
ser humano, responsávelpelos sentimentos e sensações, formada no momento da 
concepção (MACIOCIA, 2021).
Já os rins (shen), referidos como “raiz da vida” por armazenar a nossa essência, 
são responsáveis por controlar os líquidos corporais, governam a água, armazenam 
o Qi ancestral, estão relacionados ao crescimento, desenvolvimento e sexualidade. É 
a sede de todo Yin e todo Yang do organismo, produz medula, controlam os orifícios 
inferiores, abrigam a força de vontade, abre-se nos ouvidos e se manifesta nos cabelos 
(MACIOCIA, 2021). Localizam-se na região posterior do abdome, atrás do peritônio e ao 
lado da coluna vertebral, na região lombar.
21
Pericárdio (Xin Bao), está localizado na parte externa do coração, funciona como 
um envoltório, sua principal função é proteger o coração energeticamente do calor, das 
emoções, e dos ataques dos agentes externos, além de controlar toda série de funções 
que guardam relação com o coração e a função cardíaca, como governar o sangue e 
abrigar a mente (MACIOCIA, 2021).
A vesícula biliar (Dan) tem como função estocar bile, substância pura, é o único 
sistema Yang que armazena um fluido puro, por isso é considerado um sistema Yang 
extraordinário. Controla os tendões e influencia na tomada de decisões e coragem 
(MACIOCIA, 2021), localiza-se abaixo do lobo direito do fígado.
Intestino Delgado (Xiaochang): localizado do estômago até o intestino grosso, 
tendo como função receber e armazenar temporariamente o alimento que foi digerido 
parcialmente pelo estômago e realizar a separação da essência a ser absorvida dos 
resíduos que passarão para o intestino grosso. Segundo a medicina oriental, exerce 
influência na clareza mental e no julgamento (MACIOCIA, 2021).
Estômago (Wei) localiza-se logo abaixo do diafragma, entre o esôfago e o 
duodeno, ao lado superior esquerdo do abdome, suas principais funções se assemelham 
à atividade fisiológica que conhecemos como: digerir os alimentos em conjunto com o 
duodeno, fazendo todo o processo de recepção e decomposição dos alimentos para sua 
transformação energética, além de controlar o “amadurecimento e decomposição” dos 
alimentos e controlar todo o transporte da energia mais pura, a essência dos alimentos, 
e a descida do Qi, originando ainda os fluidos corpóreos. Em desequilíbrio, pode causar 
confusão mental, ansiedade grave, mania e hiperatividade (MACIOCIA, 2021)
A bexiga (Pangguang) localiza-se na parte inferior do abdome, a bexiga urinária 
exerce função muito semelhante à fisiológica, acumulando temporariamente a urina, até 
que seja excretada, e atuando, também, na função de equilíbrio e eliminação dos rins. 
Segundo a medicina oriental, a principal função da bexiga é remover a água por meio da 
transformação do Qi. No aspecto mental em desequilíbrio, pode causar emoções como 
ciúmes e retenção de rancores de longa duração (MACIOCIA, 2021).
O triplo aquecedor (San Jiao) abrange todos os órgãos da cavidade 
abdominotorácica e suas funções são de assimilação, distribuição e expulsão dos 
alimentos e líquidos. São três as principais funções: o aquecedor superior, com a função 
cardiorrespiratória, responsável pela distribuição do Qi para todo o corpo; o aquecedor 
médio, tendo a função digestiva, responsável por captar e transformar os alimentos; e 
o aquecedor inferior, tendo a função geniturinária, responsável por controlar a excreção 
de urina e a eliminação dos resíduos (MACIOCIA, 2021).
Ainda, o triplo aquecedor, de forma energética, ocupa três compartimentos 
distribuídos pelo tronco do nosso corpo: o superior, acima do diafragma, está associado 
à respiração; o médio, que vai do diafragma ao umbigo, está associado à digestão, e o 
compartimento inferior, situado abaixo do umbigo, está associado à eliminação. No aspecto 
mental, ajuda a manter os relacionamentos e o fluxo suave das emoções (MACIOCIA, 2021).
22
FIGURA 12 – FORMAÇÃO DO QI
FONTE: <https://bit.ly/3AKac6K> Acesso em 26 out. 2021.
O intestino grosso (Dachang) é parte final do tubo digestivo, suas principais 
funções são as de absorção de líquidos e de todos os componentes eletrolíticos (aqui 
na mesma visão da fisiologia ocidental: sódio, potássio, magnésio, cloro e bicarbonato), 
além de eliminar resíduos mais pesados. 
Para a medicina oriental, as principais funções do intestino grosso são: receber 
alimentos e líquidos do intestino delgado, reabsorver uma parte dos fluidos corpóreos 
e excretar as fezes. No aspecto mental, nos auxilia a seguir adiante e acalmar a mente 
(MACIOCIA, 2021).
Agora, iremos aprender que para a saúde é necessário uma boa constituição, 
livre fluxo e harmonia das substâncias fundamentais. A primeira delas é o Qi, que tem 
vários significados na cultura chinesa, mas pode ser identificado como energia, que se 
encontra em diversas intensidades (mais densa ou menos densa) no universo. O Qi se 
manifesta nos níveis físico, emocional, mental e espiritual. Em desarmonia, pode causar 
estagnação (condensação excessiva) tornando-se denso, podendo gerar dor, formar 
nódulos, massas ou tumores, e prejudicar o ciclo harmônico.
Conforme Maciocia (2021, p. 31), “a energia (Qi), o sangue (Xue) e os líquidos 
orgânicos (Jin Ye) são as substâncias básicas das atividades fisiológicas dos órgãos, das 
vísceras, dos meridianos, dos colaterais e dos tecidos orgânicos”.
Qi é formado de parte material e imaterial, é a união e nutrição que vem do céu 
e da terra; há vários tipos de Qi: Yuan Qi – energia fonte, circula nos canais de energia, 
formada nos rins, chamado também de Qi original, é inato e nutrido pela essência dos 
alimentos; Zhong Qi – também conhecido como Qi torácico, formado a partir do ar 
inalado e da essência dos alimentos (Gu Qi), atua principalmente na respiração; Zhen 
Qi – Qi verdadeiro, estágio final da transformação do Qi, circula nos canais e nutre os 
órgãos, podendo ser: Ying Qi (qi nutritivo- está no interior do corpo, relacionado ao 
sangue) e Wei Qi (qi defensivo- está no exterior do corpo, ou seja, pele e músculos, age 
na defesa do organismo).
23
A segunda substância fundamental é o sangue, chamado de xue, tem como 
função nutrir e umedecer o corpo, complementando a ação nutriente do Qi. Em 
desarmonia, pode ocorrer a deficiência, quando não é produzido em quantidades 
suficientes; calor provindo do calor do Gan; e, quando não circula adequadamente, 
pode ocorrer a estagnação. Também tem a função de abrigar a mente, pois fornece o 
fundamento material para shen (MACIOCIA, 2021). 
Jing é a essência que pode ser pré-celestial (congênita) e se refere à essência 
que trazemos geneticamente dos nossos pais, que se une no momento da concepção 
e no nascimento; determina a estrutura básica, a força e vitalidade de cada indivíduo, 
tudo que é pré-natal e pós-celestial (adquirida ou tudo que é pós-natal), retirada dos 
alimentos, líquidos, da respiração e influenciada pelo estilo de vida do indivíduo. A 
energia Jing é armazenada nos rins.
Os fluidos corporais (Jin-Ye) são o suor, a saliva, as lágrimas, a secreção nasal, 
as fezes, a urina, a medula, entre outros. Os fluidos puros precisam ser transportados 
para cima, enquanto os impuros precisam descer. Quando há desequilíbrio no sistema 
corporal, esse ciclo harmônico pode não funcionar, causando edemas e demais 
problemas.
A mente (Shen) é o tipo mais sutil e imaterial de Qi, indica a atividade do 
pensamento, consciência, insight e memória, sendo que todas dependem do coração. 
Se essência e Qi são deficientes, o indivíduo pode se tornar uma pessoa infeliz, deprimida, 
ansiosa ou atordoada, além disso, shen é regulador direto do sono, da consciência, do 
raciocínio, da memória, do discernimento, entre outros (MACIOCIA, 2021).
Vimos anteriormente a importância dos Zang Fu, tanto para nos guiar em um 
diagnóstico assertivo quanto para embasar nosso raciocínio na terapêutica a ser aplicada 
no paciente, e aprendemos de uma maneira geral sobre as substâncias fundamentais 
presentes no nosso organismo. 
Lembre-se que todas essas teorias foram pensadase explicadas de maneira 
poética e mais coloquial há milhares de anos, para que o povo da época conseguisse 
compreender a linguagem, mas há uma conexão com a medicina ocidental dos dias 
atuais, mesmo que se explique a fisiologia de forma diferente. 
Assista ao vídeo do acupunturista Raul Goulart sobre as substâncias 
fundamentais da MTC, disponível no link: https://bit.ly/3KYKdNO. 
DICA
24
3 O USO DAS AGULHAS PELA ACUPUNTURA
O termo Acupuntura vem do latim acus + punctum, ou seja, agulha + puncionar 
(WEN, 1989), e consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo 
(chamados de acupontos), para tratamento de doenças e para a promoção da saúde. 
Há muitos achados nas cavernas antigas que indicam que a acupuntura já era praticada 
na Idade da Pedra, com lascas de pedras e espinhos de peixes, porém só foi realmente 
catalogada e explicada na era Imperial da China, no livro do Imperador Amarelo.
Outra forma de entender a palavra acupuntura, é o sentido mais amplo, de 
estímulo do acuponto através de outras técnicas disponíveis, como a massagem (Tui-na), 
os exercícios respiratórios (Chi-Gung/ Qigong), a eletricidade e outros (SCOGNAMILLO-
SZABÓ E BECHARA, 2001).
A seguir, a Figura 13 mostra as antigas nove agulhas utilizadas pelos médicos 
chineses da época do Imperador Amarelo. Como você pode ver, em geral, as agulhas 
eram um pouco maiores, grossas e cada uma tinha uma função diferente.
Após essa fase, as agulhas começaram a ser produzidas em ouro, em prata e 
outros materiais. Com o passar dos anos e com o advento da tecnologia, a técnica de 
acupuntura se aprimorou e hoje utilizamos agulhas mais finas, a maioria fabricada em 
aço inoxidável, devido à melhora no descarte e higienização, já que são de uso único. 
Por ter uma espessura em geral de 0,25 mm, sua aplicação é quase indolor.
FIGURA 13 – NOVE AGULHAS
FONTE: <https://bit.ly/3s8tTkD> Acesso em: 20 out. 2021.
FIGURA 13 – ESPESSURA DA AGULHA DE ACUPUNTURA
FONTE: <https://bit.ly/3ITby20> Acesso em: 20 out. 2021.
25
As técnicas de inserção de agulhas têm a finalidade de promover a mobilização, 
a circulação e o fortalecimento das energias, bem como a expulsão de energias 
perversas que acometem o indivíduo, visa restabelecer a circulação da energia Qi nos 
canais de energia e dos Zang Fu e, com isso, levar o corpo a uma harmonia de energia e 
de matéria, evitando ou tratando doenças (YAMAMURA, 2001).
3.1 INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES, COMPLICAÇÕES
Segundo Focks e März (2018), a principal indicação da acupuntura é para dores 
crônicas, além de distúrbios funcionais e psicossomáticos. Se aplicada corretamente, é 
livre de efeitos secundários, mas, para isso, é necessário um diagnóstico claro. Também 
pode ser utilizada como terapia adjuvante nas doenças malignas. As indicações 
são inúmeras. A seguir, citaremos algumas delas: artroses, artrites, gonartrose, dor 
lombossacral, enxaqueca, paralisias, obesidade, depressão, transtornos de humor, asma, 
distúrbios gastrointestinais, distúrbios de fertilidade, facilitação do parto, distúrbios de 
olfato e paladar, tonturas, acne, doenças inflamatórias da pele, dor nos dentes, distúrbios 
imunológicos, entre outros (FOCKS; MÄRZ, 2018).
 
As contraindicações são doenças agudas com risco de morte e/ou com 
intervenção cirúrgica de emergência. Já as demais, são contraindicações relativas, como 
propensão elevada ao sangramento, trombocitopenia; ingestão de anticoagulantes, 
como femprocumona e varfarina, doença em estágio terminal, localização do ponto em 
áreas com feridas da pele, crise de distúrbio psíquico e gravidez (não realizar alguns 
pontos, como os do abdome) (FOCKS; MÄRZ, 2018).
Algumas complicações podem ocorrer e por isso devemos ter cuidado ao 
realizar essa prática. A primeira complicação é o desmaio do paciente durante a 
punção (devido ao medo de agulha pelo paciente ou queda da sua pressão, ou por 
ele estar muito enfraquecido), nesse caso, retirar as agulhas imediatamente, manter 
o paciente aquecido e deitado, utilizar pontos de emergência. Após a sessão, pode 
ocorrer hemorragia ou hematoma ao se puncionar um vaso maior; caso ocorra, utilizar 
compressas frias no local. 
Há algum risco de infecção, por isso é importante higienizar a pele do paciente 
com álcool 70% antes da aplicação da agulha e utilizar agulhas descartáveis e 
esterilizadas. Também pode ocorrer lesão acidental de órgãos e tecidos internos, por 
exemplo: o pneumotórax, ao realizar punção de forma incorreta. Nesse caso, levar o 
paciente a uma emergência de um hospital. Para que isso não ocorra, devemos procurar 
sempre avisar o paciente antes da aplicação das agulhas, para que ele possa estar 
preparado. Em partes móveis do corpo, tentar fixar o membro com a outra mão, e em 
casos mais complicados, pedir auxílio de assistentes (FOCKS; MÄRZ, 2018). Pode haver 
dor no local durante a punção e podemos evitar isso utilizando a localização correta 
do ponto, massagear o ponto antes da punção ou puncionar rapidamente. Se a dor 
permanecer com a agulha puncionada, puxar levemente a agulha (FOCKS; MÄRZ, 2018).
26
3.2 PUNÇÃO E INSERÇÃO 
Durante a punção, é imprescindível que se alcance o chamado “de qi”, sensação 
da agulha, podendo ser sentida pelo paciente como uma pressão difusa, tensão, 
sensação de calor ou peso, irradiação de eletricidade ou formigamento, diferenciando-
se da dor da punção. Também pode ser sentida pelo acupunturista ao notar a mudança 
de tônus da região ao redor da agulha e/ou leve resistência da agulha, como se ficasse 
presa no local (FOCKS; MÄRZ, 2018). A punção pode ocorrer de maneira superficial 
(ângulo de 5 a 15°), oblíqua (45°) e vertical (90°). Sua profundidade depende do local 
de sua inserção. A técnica mais simples de manipulação é mostrada a seguir (FOCKS; 
MÄRZ, 2018).
Quanto ao tamanho das agulhas, existem dos mais diversos. Na prática comum, 
utilizamos agulhas de 0,25-0,35 x 25-60 mm para as situações gerais; as menores 
(como a 0,18 x 8 mm) para acupuntura estética, na face, na cabeça ou em crianças e 
agulhas que alcançam maior profundidade; mais longas ≥40 mm para regiões de maior 
concentração de músculos, como as nádegas (FOCKS; MÄRZ, 2018).
É importante, antes de iniciar as punções, conversar com o seu paciente, 
explicar o que você irá fazer e avisá-lo das sensações que poderá sentir, para não gerar 
insegurança e medo no seu paciente. Prepare o ambiente com música calma e construa 
uma relação de harmonia com o seu paciente.
Lembre-se, acadêmico: a prática leva à perfeição! Quanto mais tempo praticando 
acupuntura, melhor acupunturista você se tornará. Essa terapêutica precisa de tempo 
para se atingir uma boa técnica e muita dedicação e estudo. É preciso estar atento ao 
seu paciente e estar presente durante a sessão, pois distrações podem levar a erros e 
desconfortos para o seu paciente. 
FIGURA 14 – TÉCNICA DE LEVANTAR E ABAIXAR A AGULHA
FONTE: Focks e März (2018, p. 638)
27
Você pode iniciar sua prática em uma esponja de espessura mais grossa, 
pratique em casa as punções!
DICA
3.3 CANAIS PRINCIPAIS E SUA IMPORTÂNCIA
Existem 12 canais de energia principais do corpo (jing zheng), conhecidos 
como meridianos. Nesses canais, ocorre o fluxo de energia de todos os sistemas. São 
localizados bilateralmente no corpo, contém um trajeto interno que se liga aos órgãos 
e um trajeto externo, é nele que a agulha de acupuntura é inserida. Cada meridiano 
apresenta seus sinais e sintomas patológicos e tem o máximo de sua energia circulando 
conforme o relógio biológico estudado anteriormente.
A seguir, veremos o trajeto geral de cada meridiano, sua função e principais 
características. O primeiro será o canal de energia principal do pulmão. 
O meridiano do pulmão apresenta 11 pontos, tem seu trajeto a partir do tórax, 
seguindo pela face anterolateral do braço, antebraço, até chegar no ângulo radial do 
polegar. Seu trajeto tem ligação interna com o intestino grosso.
É bastante utilizado para doenças do trato respiratório, obstruçãonasal, tosse, 
dispneia, asma, angina de peito, palpitações, dores de garganta; problemas no trajeto do 
canal, como dores no ombro, cotovelo e mão e dor na região medial do braço (FOCKS; 
MÄRZ, 2018).
FIGURA 15 – MERIDIANO DO PULMÃO
FONTE: <https://bit.ly/3oeBgpM> Acesso em 27 out. 2021.
28
O canal do intestino grosso tem ligação interna com o pulmão, tendo 
20 acupontos, que iniciam no ângulo radial do dedo indicador, percorrem a face 
posteroradial do antebraço e braço, região anterior do pescoço, passando pela face 
até o lado contralateral do nariz. Suas principais funções são no tratamento de boca, 
dentes, faringe; distúrbios gastrointestinais, como diarreia; dores em geral; problemas 
no punho, cotovelo, ombro, sinusite e rinite; dores abdominais, urticária e tranquilizador 
da mente (FOCKS; MÄRZ, 2018).
FIGURA 16 – MERIDIANO DO INTESTINO GROSSO
FONTE: <https://bit.ly/3uec9XS> Acesso em: 27 out. 2021.
FIGURA 17 – MERIDIANO DO ESTÔMAGO
FONTE: <https://bit.ly/3rgLV5l> Acesso em 27 out. 2021.
29
O estômago tem início na margem infraorbital, percorre a face, a região anterior 
do pescoço, o tórax, o abdome, a região anterior da perna até o seu término, no ângulo 
lateral do segundo dedo do pé. Possui 45 pontos e tem ligação interna com o BP. 
O BP utilizado para: doenças oculares, edemas de face, neuralgias e paresias 
da face, pode beneficiar dentes e maxilar, enxaquecas, problemas de garganta, 
tosse, dispneia, dores abdominais, inapetência, problemas gastrointestinais (diarreia, 
constipação), aliviar vômitos, distúrbios de micção e uroginecológicos, dores e restrições 
de movimento no membro inferior (coxa, joelho e pé) (FOCKS; MÄRZ, 2018). 
FIGURA 18 – MERIDIANO DO BAÇO-PÂNCREAS
FONTE: <https://bit.ly/3s9TCcN>. Acesso em: 27 out. 2021.
30
Este meridiano (BP) inicia no ângulo medial o hálux, percorre a face medial 
do membro inferior, segue lateral à linha mediana do corpo, chegando ao tórax e 
terminando na lateral do tórax sobre a linha axilar média. Possui 21 pontos e ligação 
interna com o E. Tem ações para conter sangramentos, dores no hálux, vômitos, diarreia, 
dores abdominais, tranquilizar a mente, retirar umidade, problemas no triplo aquecedor 
inferior, regular menstruação, problemas no joelho, refluxo, dor e sensação de pressão 
na lateral das costelas, tosse, asma, entre outros (FOCKS; MÄRZ, 2018).
FIGURA 19 – MERIDIANO DO CORAÇÃO
FONTE: <https://bit.ly/3udmgMu>. Acesso em: 27 out. 2021.
O meridiano do coração tem nove pontos, inicia na axila, percorre a face medial 
do braço até chegar ao ângulo radial do dedo mínimo. Tem conexão interna com o 
intestino delgado e tem efeitos sobre dores na região das costelas, peito, trajeto do 
canal pelo braço, palpitações, distúrbios psíquicos, sobre a língua, transpiração noturna, 
ansiedade, problemas no trato urogenital, entre outros (FOCKS; MÄRZ, 2018).
O canal de energia do intestino delgado tem conexão interna com o coração 
e possui 19 pontos. Tem início do ângulo ulnar do dedo mínimo e término na região 
anterior da orelha, tendo como algumas de suas funções liberar os sentidos, analgesia 
nas dores articulares dos dedos, restrição de movimento cervical, beneficia ombros e 
escápulas, beneficia garganta, orelhas e voz (FOCKS; MÄRZ, 2018). 
31
FIGURA 20 – MERIDIANO DO INTESTINO DELGADO
FONTE: <https://bit.ly/35EJEII>. Acesso em: 27 out. 2021.
FIGURA 21 – MERIDIANO DA BEXIGA
FONTE: <https://bit.ly/35EJS2w>. Acesso em: 27 out. 2021.
32
FIGURA 22 – MERIDIANO DO RIM
FONTE: <https://bit.ly/3gbl97R>. Acesso em: 27 out. 2021.
O meridiano da bexiga é muito importante na MTC, possui ligação interna com 
o rim e 64 pontos, iniciando no ângulo medial do olho e terminando no ângulo lateral do 
dedo mínimo do pé. Mas como você pode ver na Figura 21, esse meridiano apresenta 
subidas, descidas e retornos às ligações anteriores. Beneficia olhos, nariz, fortalece a 
defesa do organismo, trabalha doenças do trato respiratório e uroginecológico, analgesia 
das costas (torácicas e lombares), beneficia os intestinos e toda parte posterior dos 
membros inferiores (FOCKS; MÄRZ, 2018).
O meridiano do rim tem conexão interna direta com a bexiga, possui 27 pontos 
e tem localização na região anterior do corpo, início na região plantar do pé e término na 
fossa infraclavicular. Suas principais funções são: aquecer o TA inferior e rim, fortalecer 
região lombar, auxiliar menstruação e micção, dores nos membros inferiores, infertilidade 
e regular qi do pulmão e do estômago (FOCKS; MÄRZ, 2018). 
O pericárdio também possui o nome de circulação-sexualidade em alguns livros. 
Possui nove pontos e conexão interna com TA. Inicia no tórax e termina na ponta do 
dedo médio da mão, tendo como efeitos: abrir o tórax, beneficiar as mamas, aliviar dores 
ao longo do trajeto do braço, atua em distúrbios gastrointestinais (náuseas e vômitos), 
elimina muco, entre outros (FOCKS; MÄRZ, 2018).
33
FIGURA 23 – MERIDIANO DO PERICÁRDIO
FONTE: <https://bit.ly/3g9R9t6>. Acesso em: 27 out. 2021.
FIGURA 24 – MERIDIANO DO TRIPLO AQUECEDOR
FONTE: <https://bit.ly/3ofKtOx>. Acesso em: 27 out. 2021.
34
FIGURA 25 – MERIDIANO DA VESÍCULA BILIAR
FONTE: <https://bit.ly/32MR8s7>. Acesso em: 27 out. 2021.
O triplo aquecedor tem seu meridiano começando no dedo anular e terminando 
na parte lateral do supercílio. Possui 23 pontos e age sobre dores no trajeto do canal, 
beneficia ouvidos e língua, problemas na articulação temporomandibular, entre outros, 
além de fazer conexão interna com o pericárdio (FOCKS; MÄRZ, 2018).
O meridiano da vesícula possui 44 pontos, em conexão direta com o fígado. 
Este canal inicia no ângulo lateral do olho e vai até o ângulo lateral do 4º dedo do pé. 
Dentre suas funções, estão: beneficiar olhos e ouvidos, tratar enxaquecas, distúrbios 
da articulação temporomandibular, dores na região cervical, beneficia tendões e ossos, 
dores no trajeto de todo seu canal, entre outras (FOCKS; MÄRZ, 2018).
35
FIGURA 26 – MERIDIANO DO FÍGADO
FONTE: <https://bit.ly/3HjclZJ>. Acesso em: 27 out. 2021.
O meridiano do fígado tem funções de regular a menstruação, beneficiar o TA 
inferior, distúrbios do trato urogenital, relaxar tendões, entre tantas outras funções. 
Possui 14 pontos e ligação direta internamente com a VB, iniciando no ângulo lateral do 
hálux e terminando no 6º espaço intercostal (FOCKS; MÄRZ, 2018). 
Todos os canais possuem os acupontos, pontos onde inserimos as agulhas ou 
realizamos algum outro estímulo. Ainda há mais canais de energia e pontos extras que 
podem ser utilizados, mas esses são os principais. 
A acupuntura e outras práticas da MTC são reconhecidas pela Organização 
Mundial de Saúde (OMS) e estão inseridas dentro das medicinas tradicionais, 
complementares e integrativas (MTCI). Em 2006, foi criada a Política Nacional de Práticas 
Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) e se refere às práticas realizadas por 
profissionais de saúde e ofertadas no sistema de saúde brasileiro (BRASIL, 2006). 
36
Algumas das práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) 
incluídas nessa política são: MTC/ Acupuntura; Homeopatia; Plantas Medicinais e 
Fitoterapia; Arteterapia; Ayurveda; Biodança; Dança Circular; Meditação; Musicoterapia; 
Osteopatia; Quiropraxia; Reflexoterapia; Reiki; Yoga; Aromaterapia; Constelação familiar; 
Cromoterapia, entre outras.
As pesquisas referentes às terapias complementares ainda são em pouca 
quantidade quando comparadas às da medicina ocidental. No entanto, já se observa o 
aumento das pesquisas nessa área. Há algumas dificuldades ao pesquisar sobre MTC, 
por exemplo, já que pela medicina chinesa, consideramos cada indivíduo como um 
ser único e complexo e para o tratamento observamos cada ser e não apenas uma 
doença em específico, como a maioria das pesquisas é realizada. Além disso, estamos 
manipulando a energia do corpo, forma não mecânica, o que dificulta a observação de 
alguns resultados. 
Na base de dados de pesquisa do Pubmed, encontramos alguns resultadospositivos da acupuntura na dismenorreia (WOO et al., 2018), neuropatia periférica 
(DIMITROVA; MURCHISON; OKEN, 2017), dores relatadas do câncer (CHIU, HSIEH, TSAI, 
2017) e outros resultados incertos devido à baixa qualidade dos estudos, como em 
insônia, dores musculares, osteoartrite, entre outros.
4 O USO DA ELETROACUPUNTURA PELA MTC
A eletroacupuntura nada mais é que, através das agulhas, utilizar a corrente 
elétrica para envio de estímulos ao corpo. Esta é considerada uma técnica moderna, 
pois começou a ser estudada na década de 1980 e utiliza tecnologia que está em 
constante aperfeiçoamento. Na Figura 27, podemos verificar os cabos de um aparelho 
conectados às agulhas que estão inseridas em pontos do canal da bexiga nas costas, 
enviando estímulos elétricos para elas.
FIGURA 27 – ELETROACUPUNTURA
FONTE: <https://bit.ly/3IVyYUb>. Acesso em 28 out. 2021.
37
Essa técnica começou a ser utilizada pelos chineses para que pudessem 
atender mais pacientes ao mesmo tempo, sendo possível, ao invés de manter a 
manipulação manual das agulhas, manter um estímulo de forma automática. Um dos 
principais pesquisadores da área é o Dr. Ji Sheng Han, que escreveu o livro base da 
eletroacupuntura (The Neurochemical Basis of Pain Relief by Acupuncture, em 1987).
Os mecanismos de ação da eletroacupuntura se dão através do estímulo das fibras 
nervosas simpáticas e parassimpáticas, ocorrendo a liberação de neurotransmissores, 
que atuam como analgésicos e anti-inflamatórios. A eletroacupuntura é um 
potencializador do efeito das agulhas, atuando como vasodilatador, excitomotor e 
analgésico.
Sua prática apresenta algumas vantagens em relação à acupuntura tradicional, 
como o aumento do limiar de dor do paciente, reação analgésica mais potente, não 
ser dolorosa, não desgastar o acupunturista, estimulação forte e contínua, diminuição 
do tempo de aplicação de cada sessão, além de ter a definição clara dos parâmetros 
utilizados para sedação e tonificação dos pontos, o que manualmente é impreciso, pois 
não se consegue quantificar. 
A eletroacupuntura é indicada para as mesmas situações que a acupuntura 
tradicional, pode ser utilizada nos pacientes que não se obtêm respostas com a 
acupuntura sistêmica, porém é contraindicada para pessoas que utilizam marcapasso, 
a aplicação próxima a regiões do corpo que possuem próteses metálicas e necessita de 
maiores cuidados com a aplicação dos parâmetros corretos. Deve-se verificar todos os 
parâmetros antes de iniciar os procedimentos e explicar para o paciente as sensações 
que irão acontecer durante a aplicação. 
Os aparelhos mais utilizados na eletroacupuntura são o laser e o TENS 
(Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation).
FIGURA 28 – LASER EM ACUPONTO DA FACE
FONTE: <https://bit.ly/32KjS4y>. Acesso em: 28 out. 2021.
38
O laser tem sido usado com eficiência na estimulação de pontos de acupuntura, 
substituindo a aplicação de agulhas, principalmente em crianças e em pessoas que 
apresentam medo das agulhas. Apresenta baixa potência (3 e 500 mW) e podem ser de 
Laser He-Ne, Arsenieto de Gálio e Alumínio, entre outros. 
O laser ativa a produção de fibras de colágenas, estimula a drenagem linfática 
e angiogênese, promove aumento da síntese de DNA e proteínas, tem ação analgésica 
e anti-inflamatória de superfície (acne, lesões cutâneas), efeito bactericida (infecções 
cutâneas, micoses), realiza síntese de colágeno, diminuiu rugas e linhas de expressão, 
estimula os acupontos, além de ter ação analgésica e bioestimulante de tecidos mais 
profundos (tendões, músculos).
As indicações são as mesmas da acupuntura, as contraindicações são relativas 
para pacientes com marca-passo e epilepsia, não se deve realizar em epífises ósseas e 
olhos, ou em pessoa com histórico de fotossenssibilidade, câncer na região ou região 
do abdome durante gravidez.
Pode ser realizado juntamente com a inserção das agulhas ou sozinho, necessita 
os mesmos cuidados de um laser utilizado para outras práticas, como a utilização dos 
óculos de proteção, tanto pelo paciente quanto pelo acupunturista. É necessário ajustar 
alguns parâmetros antes de sua utilização: comprimento de onda, dose, frequência 
e potência; sendo que frequências mais baixas (até 3 Joules) geram tonificação e 
frequências mais altas (5-8 Joules) geram sedação.
FIGURA 29 – LASER EM AURICULOTERAPIA
FONTE: <https://bit.ly/3L9wLXs>. Acesso em: 28 out. 2021.
39
Os parâmetros utilizados no TENS são: potência, frequência, tipo da estimulação 
(contínua, burst e mista), largura de pulso, polarização, formato de onda, intensidade, 
tempo total, sendo que aparelhos mais atuais já possuem alguns protocolos prontos 
para serem utilizados.
Para o uso de eletrodos em agulhas, utilizamos 10 mA e 30, e 40 ou 80 mA 
para uso com eletrodos transcutâneos. Isso quer dizer que podemos utilizar o TENS 
tanto conectado às agulhas, quanto estimular diretamente em cima do acuponto com 
o eletrodo transcutâneo.
Utilizamos baixa frequência de 0,5 a 5 Hz para tonificação, pois estimula 
a produção de encefalinas que promovem analgesia de baixa intensidade e longa 
duração, ligando-se aos receptores Mu e Delta. Já a alta frequência, 80 a 100 Hz causa 
a dispersão, estimulando a produção de dinofirnas, que promovem analgesia mais forte 
e de curta duração. Além disso, seguindo o raciocínio da MTC, temos: tonificação no 
tempo de duração de estímulos de 10 a 15 minutos e de sedação/dispersão: 20 a 30 
minutos; para harmonização: 15 a 20 minutos.
Para a aplicação da eletroacupuntura, o ideal é que você realize cursos, 
aprofunde-se mais para saber os parâmetros corretos que deve utilizar, quais aparelhos 
comprar, quais métodos mais eficazes, entre outras questões. Para isso, existem vários 
cursos nas escolas de acupuntura do Brasil.
FIGURA 30 – TENS MAIS ANTIGO PARA ELETROACUPUNTURA E AO LADO TENS ATUAL
FONTE: <https://bit.ly/3gb6v0i> e <https://bit.ly/3uefJ4g>. Acesso em 28 out. 2021.
Assista ao vídeo da biomédica acupunturista Letícia Aguirra Lopes sobre 
eletroacupuntura no link: https://bit.ly/343X1Sh. 
Veja a reportagem do R7 sobre a laseracupuntura e eletroacupuntura 
de 2011 no link: https://bit.ly/3GkbwhM. 
DICA
40
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Há diferenças entre a MTC e a medicina ocidental, a principal delas é que a MTC 
observa o ser humano como um todo, constituído de físico, mental, emocional e 
espiritual, o foco não está na doença e sim no indivíduo.
• Yin e Yang são energias presentes em tudo que há no Universo, de características 
opostas, mas também, complementares, o que faz com que essas duas energias 
se integrem; para manter a saúde, é necessário que o equilíbrio dinâmico dessas 
energias se estabeleça.
• A teoria dos cinco elementos é muito importante nas práticas chinesas, por utilizar os 
elementos da natureza para dar sentido a todos os fenômenos existentes e explicar 
os desequilíbrios/desarmonias que podem ocorrer no nosso corpo; os elementos são 
o fogo, a terra, o metal, a água e a madeira. Esses elementos possuem um ciclo 
de geração e controle que, em equilíbrio, mantém as funções fisiológicas do nosso 
organismo em funcionamento; já se adotarem padrões de dominância ou contra 
dominância um sobre o outro, existe a doença.
• As substâncias fundamentais são: xue, jin ye, shen e qi, e precisam estar em equilíbrio 
para que haja harmonia e saúde.
• O uso das agulhas promove inúmeros benefícios, podendo ser utilizadas em muitas 
patologias; para isso, você precisa conhecer os canais de energia e onde estão 
localizados os acupontos.
• A eletroacupuntura é uma forma mais moderna de acupuntura, normalmente 
utilizando laser ou TENS, produz efeitos adicionais à acupuntura tradicional, pode ser 
utilizada sozinha ou juntamente com as agulhas.
RESUMO DO TÓPICO 1
41
1 Yin e Yang são energias presentes em tudo que há no Universo, de características 
opostas, mas também, complementares. Com base na teoria chinesa do Yin e Yang, 
assinale a alternativaCORRETA:
a) ( ) A energia Yin corresponde ao feminino, lento, à noite e está presente nos órgãos; 
já a energia Yang corresponde ao masculino, ao movimento, ao dia e está 
presente nas vísceras.
b) ( ) A energia Yang é uma energia de movimento e está predominante nos órgãos 
internos, já a energia Yin é mais lenta e está predominante nas vísceras.
c) ( ) Yin e Yang são qualidades opostas e, por isso, repelem-se, não podem se 
transformar uma na outra.
d) ( ) São energias que se complementam e são de qualidades iguais, por isso, ao 
manter-se em equilíbrio, produzem a saúde do corpo.
2 A teoria dos cinco elementos nos traz muitas correspondências que podem guiar um 
bom diagnóstico. Durante a avaliação do paciente, é preciso estar presente e atento a 
todas as informações que você vê, ouve e sente. Acerca dos zang fu e seu elemento 
e emoção correspondente, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Fogo.
II- Terra.
III- Metal.
IV- Água.
V- Madeira.
( ) Raiva.
( ) Medo.
( ) Euforia.
( ) Tristeza.
( ) Preocupação.
( ) Rim e bexiga.
( ) Baço-pâncreas e estômago.
( ) Coração e intestino delgado.
( ) Fígado e vesícula biliar.
( ) Pulmão e intestino grosso.
( ) Triplo aquecedor e pericárdio.
AUTOATIVIDADE
42
Assinale a alternativa com a sequência CORRETA:
a) ( ) II – IV – III – I – V – I – IV – II - IV – III – II.
b) ( ) IV – III- II – IV – I – IV – I – II – I – III – V.
c) ( ) V – IV – I – III – II – IV – II – I – V – III – I. 
d) ( ) II – III – I – IV – V – I – III – V- I – II – IV. 
3 Existe uma complexidade para o funcionamento dos nossos órgãos (chamados de 
Zang) e vísceras (chamadas de Fu), e as substâncias as quais percorrem nosso corpo. 
Quanto às substâncias fundamentais, classifique V para as sentenças verdadeiras e F 
para as falsas:
( ) O fígado armazena xue. 
( ) O Qi é governado pelos pulmões.
( ) Jin Ye corresponde aos fluidos corporais (suor, saliva, lágrimas, entre outros).
( ) O shen tem vários significados, um deles é consciência e fica armazenado no baço-
pâncreas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – F.
b) ( ) V – V – V– F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – V.
4 A acupuntura é uma técnica milenar, que produz inúmeros benefícios ao corpo 
humano. A inserção das agulhas produz efeitos em cascata de analgesia pela liberação 
de neurotransmissores e anti-inflamatório. Disserte sobre a punção e inserção das 
agulhas.
5 Além da agulha, a eletroacupuntura utiliza outros meios físicos para a estimulação de 
acupontos. Disserte sobre sua utilização e benefícios em relação à aplicação de agulhas.
43
MOXABUSTÃO, CONE CHINÊS E 
VENTOSATERAPIA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos sobre diferentes técnicas da MTC, sendo 
a primeira moxabustão, mais uma das técnicas milenares da MTC, muito utilizada 
atualmente, que com a promoção de calor nos acupontos, derivada da combustão 
da erva artemísia, tem efeitos benéficos para o equilíbrio dos canais energéticos do 
corpo. Aprenderemos seus efeitos, suas indicações, benefícios e contraindicações. É 
necessário cuidado durante a aplicação dessa técnica, para que não haja lesão na pele 
pelo excesso de calor.
Após, falaremos de maneira geral sobre o cone chinês, também chamando 
de cone hindu, que utiliza da termoterapia (calor) para o tratamento de doenças, 
em sua maioria do trato respiratório; veremos sua aplicação, benefícios, indicações 
e contraindicações. Para sua produção, é utilizada cera de abelha, o que confere 
característica especial a esta terapia. Assim como a moxabustão, também é necessário 
cuidados para que não haja ferida na pele do paciente durante ou após a terapia.
Ao final, falaremos sobre a ventosaterapia, que ficou bastante conhecida durante 
as Olímpiadas, já que muitos atletas são adeptos desta técnica chinesa. As ventosas 
realizam a sucção local na região a ser tratada e promovem melhora da circulação local, 
relaxamento da musculatura da região, liberação de toxinas, entre outras. Veremos, 
também, suas indicações e contraindicações e como podem ser utilizadas.
2 MOXABUSTÃO
A moxabustão combina a prática de fitoterapia e termoterapia em uma só, realiza 
o aquecimento dos acupontos por meio da queima de artemísia, uma erva terapêutica 
(FOCKS; MÄRZ, 2018). Ao queimar o material com a folha de artemísia moída e preparada 
sob a forma de cone de algodão, ela inflama e ao mesmo tempo é aromática, o fogo 
que é gerado, é moderado, suave e apropriado para o tratamento; o calor desprendido 
penetra profundamente nos músculos e traz uma sensação confortável; seus óleos 
essenciais ficam na fumaça da moxa e também causam efeitos terapêuticos (BAIXIAO 
ZHAO, 2011).
Sua origem foi na sociedade primitiva, com a descoberta do uso do fogo. Naquela 
época, o fogo era o único meio para aquecer, e a partir da observação, descobriram que 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
44
podia também eliminar algumas dores através de queimaduras. Durante muito tempo, 
a aplicação na China era com o objetivo de gerar queimaduras, cicatrizes e bolhas 
(BAIXIAO ZHAO, 2011). Sobre os efeitos terapêuticos da artemísia vulgaris L., como é 
conhecida, temos:
Como fitoterápico é utilizado tradicionalmente como tônico aperitivo, 
regulador e provocador da menstruação, para dores de pós- parto, 
abortiva, aromática, estimulante, carminativa, antifebril, sudorífica, 
contra o ardor na micção, debilidade dos nervos, digestão difícil, 
enfermidades do intestino, estômago e rins, tosse, ventosidades, 
para diarreia, emoliente, embaraços gástricos, cólica renal, areia nos 
rins, úlcera, tosse convulsiva, reumatismo, anemia, coréia, enterite, 
epilepsia, flatulência, gastrite, hidropisia, nervosismo, nevralgia, 
icterícia, lombrigas, mucosidades, tônico para a circulação sanguínea, 
nas formas de emplastro, infusão, folhas amassadas, xarope, extrato 
fluído, maceração e compressas. Também tem utilização como 
inseticida. (REVILLA, 2002 apud FRAGOSO, 2014, p. 23).
O efeito da moxabustão pela MTC é de fortalecer o Yang (já que a artemísia 
é de natureza Yang), secar a umidade, expulsar o frio e circular o qi e xue. É indicada 
para pessoas com predisposição a infecções, bronquite, cefaleia tensional, gastrite, 
diarreia, lombalgia, enurese noturna e fraqueza crônica (FOCKS; MÄRZ, 2018, p. 675). 
É contraindicada em síndrome de calor, doenças febris e agudas, hemorragias, em 
crianças pequenas pela pele sensível, gravidez na região do hipogástrio, regiões da pele 
infectadas e em distúrbios de hiposensibilidade como a diabetes (FOCKS; MÄRZ, 2018). 
Nas regiões em que a musculatura é mais fina, como o dorso dos pés e sobre ossos 
superficiais, são indicadas estimulações térmicas menores do que onde o músculo é 
mais espesso.
A moxabustão pode atuar de forma preventiva para regular e melhorar as funções 
imunológicas do corpo, fortalecendo (wei qi) sua capacidade de resistência contra as 
enfermidades. O ponto mais utilizado de moxa é o ponto VC-8, que fica exatamente no 
umbigo, a utilização nesse ponto aumenta a energia vital e prolonga a vida do indivíduo.
FIGURA 31 – MOXABUSTÃO DE FORMA DIRETA
FONTE: <https://bit.ly/3GcQDVO>. Acesso em: 28 out.2021.
45
FIGURA 33 – MOXA COM CAMADA INTERMEDIÁRIA DE SAL E GENGIBRE
FIGURA 32 – MOXABUSTÃO DE FORMA INDIRETA
FONTE: <https://bit.ly/3ggwRy4>. Acesso em 28 out. 2021.
FONTE: <https://bit.ly/3KUAFDr>. Acesso em 28 out.2021.
A moxa realizada de forma direta sobre a pele (como na Figura 31) é contraindicada 
no ocidente, por provocar lesões de pele. Normalmente, realizamos a moxa de forma 
indireta, ou seja, sem contato direto com a pele, essa forma é mais segura, como mostra 
na Figura 32, um bastão de moxa sendo segurado perto do acuponto nas costas (FOCKS; 
MÄRZ, 2018). A terapêutica pode ser realizada com uma distância igual durante todo o 
tempo de aplicação, realizando movimentos circulares ou em “bicadas”. É necessário 
estar sempre atento ao feedback do paciente, paraque não ocorra lesões na pele, e 
disso também dependerá o tempo de sua aplicação, em geral de 5 a 10 minutos. 
A moxabustão pode ser utilizada também com uma camada intermediária entre 
ela e a pele, comumente, utilizam o gengibre, o alho ou o sal, como mostra na Figura 33, 
sendo bastante utilizada dessa forma no umbigo. Outra forma de aplicação é associá-la 
às agulhas de acupuntura (Figura 34), pode-se usar um fragmento de 1-2 cm de bastão 
de moxa no cabo da agulha e acendê-lo para que o calor penetre o corpo do paciente 
através do corpo da agulha. Assim como as agulhas, o bastão de moxa e outros tipos 
podem ser adquiridos por sites de lojas de acupuntura na internet.
46
FIGURA 34 – MOXA ASSOCIADA A AGULHA
FONTE: <https://bit.ly/3ofdhH2>. Acesso em: 28 out. 2021.
A utilização da caixa de moxa é bastante praticada na China. A técnica se dá 
com a queima da moxa dentro de uma caixinha de metal ou madeira que possui orifícios, 
a caixa é movida de um lado para outro na região a ser tratada (FOCKS; MÄRZ, 2018), 
assim como no bastão.
Acadêmico! É importante que você saiba o local adequado que poderá utilizar 
esta técnica, pois apresenta um cheiro forte e característico, além disso, nem todos os 
pacientes irão tolerar o cheiro e a fumaça, então, sempre converse com seu paciente 
antes da escolha da técnica.
Durante a pandemia da Covid-19, foi recomendada pela Federação Mundial 
das Sociedades de Acupuntura e Moxabustão (DIRETRIZES [...], 2020) a autoaplicação 
domiciliar da moxabustão por pacientes diagnosticados com a doença e nas sequelas 
de pós infecção por Covid-19.
Assista à videoaula da aplicação da moxabustão do canal Portal Educação, 
pelo fisioterapeuta e acupunturista Carlos Ruas Filho: https://bit.ly/3KUBr3j. 
DICA
47
FIGURA 35 – CONE CHINÊS
FONTE: <https://bit.ly/32Nx7S3>. Acesso em 28 out. 2021.
Para Silveira (2018), o cone normalmente mede 20 cm, é feito de algodão, 
revestido com cera de abelha ou parafina, sendo mais indicada a cera por ter ação 
terapêutica adicional; a ponta mais fina é encaixada no ouvido (como mostra a Figura 
34), enquanto na outra ponta se acende uma chama, que deve queimar até 75% do cone. 
A fumaça entra pelo ouvido e mobiliza o muco existente, que normalmente está preso 
nas passagens internas, então, o resto de muco de infecções recentes e até antigas e o 
excesso de cera são eliminados.
Usa-se toalhas para melhor segurança do paciente, de modo que cabeça e 
ombros fiquem protegidos. É recomendado para labirintite, sinusite, rinite, bronquite, 
asma e zumbido nos ouvidos (SILVEIRA, 2018).
Além de promover a eliminação das secreções acumuladas, o cone chinês ajuda 
a preservar a energia vital do indivíduo, já que está atuando nos ouvidos, os quais são as 
janelas dos rins, aquecendo mutuamente o meridiano dos rins (SILVEIRA, 2018).
3 CONE CHINÊS
Assim como a moxa, o cone chinês ou hindu utiliza o calor para promover o 
realinhamento do fluxo de energia do corpo e promover a cura. É aplicado principalmente 
na região do ouvido e trato respiratório. O cone é fabricado de algodão, cera de abelha 
e óleos essenciais, com uma extremidade mais fina e outra mais grossa, que é acesa 
com fogo.
48
Acadêmico, você lembra que os rins armazenam a nossa essência 
congênita e que está ligado com a emoção do medo, com as vias das 
águas do organismo e com a constituição óssea? Então, ao realizar a 
técnica do cone chinês nos ouvidos, você fortalecerá todo canal de 
energia dos rins! 
ATENÇÃO
4 VENTOSATERAPIA
A ventosaterapia é um método de tratamento da MTC, que utiliza o processo 
de sucção, através de utensílios chamados de ventosas. Ela gera uma congestão local 
quando o vácuo parcial é criado no interior das cúpulas aplicadas na pele, que, ao sugar 
os tecidos subjacentes, formam uma estase sanguínea.
Existem vários tipos de ventosas, como em bambu, argila, vidro, plástico, 
borracha e a mais utilizada hoje em dia, que é a de acrílico. Também podem ser 
encontradas nos mais diversos tamanhos, sendo selecionadas de acordo com a área de 
aplicação do corpo. Pode ser aplicada em várias partes do corpo, utilizando intensidade 
fraca (puxar a bomba uma vez), média (puxar a bomba duas vezes) ou intensidade forte 
de três a quatro vezes.
Os efeitos da técnica são a purificação do sangue, das hemácias, aumento de 
leucócitos, melhora do metabolismo de cálcio no sangue, aumento do potencial de 
autocura do organismo, ativação da circulação sanguínea local e tem efeito térmico 
(calor) pela vasodilatação local. Ela provoca equimoses (Figura 36), já que a pressão 
negativa imposta pelo copo da ventosa consegue sugar os gases tóxicos e o sangue 
ácido da profundidade, que provoca enfermidades nos locais em que se acumula. Sua 
aplicação é indicada para o tratamento de doenças do aparelho locomotor, neuralgias, 
doenças das vias respiratórias, parestesias locais e doenças dos órgãos internos, como 
dismenorreia e distúrbios gastrointestinais (FOCKS; MÄRZ, 2018). 
É contraindicada em casos de febre alta, distúrbios de coagulação, lesões 
abertas na pele, regiões da pele com pós-radiação, não deve ser aplicada diretamente 
sobre os ossos; durante a gravidez, é contraindicada a aplicação no abdome, em 
indivíduos com epilepsia, em pessoas com insuficiência energética e esgotamento 
(FOCKS; MÄRZ, 2018).
49
As equimoses (extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos da pele que 
se rompem formando uma área de cor roxa) que se formam no local, Figura 36, geram 
irritação no ponto de acupuntura, influenciando também os zang fu correspondentes 
internos desses pontos.
Existem dois tipos de ventosaterapia, a seca e a sangrenta. A seca tem efeito 
tonificante e aquecedor, sendo a mais utilizada. Já a sangrenta é utilizada em estados 
de calor, estagnação do qi ou xue, nesta, uma parte da pele é puncionada e, em seguida, 
coloca-se a ventosa. Com a sucção, retira-se o sangue expurgado (FOCKS; MÄRZ, 2018). 
Na retirada destas, é necessário cuidado no contato com o sangue do indivíduo, sendo 
importante manter um protocolo de higienização e esterilização das ventosas.
Além disso, pode ser utilizada ventosa sobre agulha de acupuntura, a 
ventosa é colocada após a inserção da agulha, é utilizada para hérnias de disco e 
doenças dermatológicas (FOCKS; MÄRZ, 2018). Com a ventosa aplicada, pode-se 
FIGURA 36 – VENTOSATERAPIA EM PONTOS DA BEXIGA
FIGURA 37 – EQUIMOSE APÓS VENTOSATERAPIA
FONTE: <https://bit.ly/3L3xMAj>. Acesso em: 29 out.2021.
FONTE: <https://bit.ly/3s6Cftg>. Acesso em: 29 out. 2021.
50
realizar deslizamentos em reta e circulares, apenas deixando no local por um tempo 
determinado. Lembrando que o tempo máximo de permanência no mesmo local deve 
ser de 3 minutos para idosos (devido à fragilidade da pele) e de 5-15 minutos em adultos, 
a depender da intensidade da sucção. 
Uma das técnicas que também é utilizada é chamada de flash e consiste em 
colocar e retirar rapidamente a ventosa, seguindo para o ponto de estimulação seguinte. 
É uma técnica muito agradável ao paciente.
As ventosas também podem ser encontradas nos sites de loja de acupuntura.
Veja a matéria sobre ventosaterapia nos atletas olímpicos, publicada em 
julho de 2021: https://bit.ly/3rk8p56. 
Assista ao vídeo sobre o uso da ventosaterapia, publicado em 2018 pelo 
fisioterapeuta Marcos Minello: https://bit.ly/3IToJQy. 
Acadêmico! Faça a palpação da região a ser estimulada antes de aplicar 
a técnica e você perceberá a diferença após sua realização.
DICA
INTERESSANTE
FIGURA 38 – EXEMPLO DE KIT DE VENTOSATERAPIA
FONTE: <https://bit.ly/35zLoTn>. Acesso em: 29 out.2021.
51
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A moxabustão era realizada desde os tempos primitivos. Utiliza-se a erva de artemísia 
e o calor para obter resultados de desobstrução dos canais energéticos.
• O cone chinês também pode ser chamado de cone hindu, é produzido com cera de 
abelha e óleos essenciais, que, através do calor, produzem efeitos benéficosao corpo, 
principalmente relacionados a problemas respiratórios. Normalmente, é aplicada nos 
ouvidos, trazendo benefícios para o canal de energia principal do rim.
• A ventosaterapia é uma técnica que utiliza da sucção de ventosas na pele para 
eliminação de estagnações de sangue e toxinas do corpo, normalmente utilizada em 
pontos da bexiga na região dorsal do tronco ou no abdome. As ventosas possuem 
diferentes tamanhos e podem ser aplicadas em diferentes intensidades. 
• Geralmente, a utilização das ventosas gera equimoses, que são reabsorvidas pelo 
corpo durante alguns dias após a aplicação da técnica.
52
1 Durante a pandemia da Covid-19 foi recomendada pela Federação Mundial das 
Sociedades de Acupuntura e Moxabustão (DIRETRIZES [...], 2020) a autoaplicação 
domiciliar da moxabustão por pacientes diagnosticados com a doença e nas sequelas 
de pós infecção por Covid-19. Sobre a terapia complementar de moxabustão, assinale 
a alternativa CORRETA.
FONTE: DIRETRIZES sobre intervenção na acupuntura e moxabustão para COVID-19. INCISA / IMAM, Belo 
Horizonte, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3IU7QoN. Acesso em: 27 out. 2021.
a) ( ) A moxabustão tem mais de uma propriedade física que atua na restauração do 
equilíbrio energética, são o calor e as propriedades das ervas utilizadas.
b) ( ) A moxabustão não tem nenhuma propriedade física atuante no reestabelecimento 
do equilíbrio energético do corpo.
c) ( ) A moxabustão direta é bastante utilizada e não causa nenhum prejuízo para o 
paciente que recebe essa técnica.
d) ( ) A moxabustão é indolor, não apresenta odor e pode ser utilizada em qualquer 
espaço.
2 O cone chinês tem sua principal aplicabilidade nos ouvidos. Acerca dos benefícios 
dessa técnica nesse local, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O cone chinês melhora o retorno venoso, traz calma e tranquilidade ao paciente 
e auxilia na desintoxicação do organismo.
b) ( ) O cone chinês tem como propriedade física o calor, que quando aplicado nos 
ouvidos, produz efeitos no canal energético do rim, além de eliminar muco e cera 
em excesso dos ouvidos.
c) ( ) O cone chinês, que é aplicado nos ouvidos, é fabricado em cera de abelha, sendo 
que esta não tem nenhuma propriedade que beneficie o paciente.
d) ( ) O cone chinês é aceso em sua ponta mais grossa e deve ser queimado até o final.
3 Existem vários tipos de ventosas, como em bambu, argila, vidro, plástico, borracha e 
a mais utilizada hoje em dia, que é a de acrílico. Sobre a ventosaterapia, classifique V 
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A ventosaterapia utiliza da propriedade física das ventosas, que podem ser de vidro 
ou acrílico.
( ) As ventosas possuem vários tamanhos e podem ser aplicadas em diferentes 
intensidades.
( ) Em um paciente idoso, é indicado deixar a ventosa por pelo menos 20 minutos na 
região a ser tratada.
AUTOATIVIDADE
53
( ) As equimoses geradas pela aplicação das ventosas ocorrem devido à intensidade 
da aplicação destas. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – F – V – V.
c) ( ) V –V – F – F.
d) ( ) V – F – F – V. 
4 A técnica de ventosaterapia está sendo bastante utilizada por atletas. Disserte sobre 
os benefícios da técnica que podem auxiliá-los.
5 Existem diferentes técnicas da MTC, sendo a primeira moxabustão, depois o cone 
chinês e por mim, a ventosaterapia. Descreva brevemente uma indicação e uma 
contraindicação das técnicas de moxabustão, do cone chinês e da ventosaterapia.
54
55
TÓPICO 3 - 
CRANIOACUPUNTURA E 
QUIROACUPUNTURA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos sobre os microssistemas da MTC que 
utilizam a acupuntura. Os chineses observaram há milênios que a estimulação de 
algumas regiões do corpo, como a orelha, a cabeça e as mãos, gerava resposta em 
outras partes do corpo, devido ao mecanismo de ação reflexa do tronco cerebral, e 
passaram a estudar sobre essas regiões mais especificamente. Muitas vezes, essas 
técnicas acabam sendo mais utilizadas pela sua praticidade e fácil localização. Não se 
esqueça que elas seguem as mesmas teorias da MTC, vistas no Tópico 1, e vão possuir os 
mesmos efeitos da aplicação das agulhas da acupuntura sistêmica, como a analgesia, a 
pró inflamatória, a liberação de neurotransmissores, entre outras.
No início do Tópico 3, falaremos sobre a Cranioacupuntura, realizada no 
microssistema da cabeça. Observaremos as duas abordagens mais conhecidas, a 
técnica chinesa e a técnica japonesa, e aprenderemos quais suas indicações, como 
funcionam, como avaliar e tratar com essas terapias e quais as correspondências de 
cada área da cabeça.
Aprenderemos também sobre a quiroacupuntura, que é a acupuntura realizada 
no microssistema das mãos, uma técnica milenar coreana. Veremos que através da mão 
podemos tratar todos os tipos de desarmonia da energia do corpo humano, promovendo 
o seu equilíbrio; veremos suas regiões de correspondência, como utilizá-las e suas 
indicações.
Lembrando que todos os microssistemas dão suporte ao terapeuta, caso 
se depare com algum paciente na prática clínica que não obtém respostas com a 
acupuntura sistêmica tradicional ou que possui alguma dificuldade com relação à 
inserção de agulhas no corpo. 
2 CRANIOACUPUNTURA
 
A cranioacupuntura, craniopuntura ou escalpo acupuntura foi criada por um 
médico neurologista chamado Jiao Shunfa. Através dos seus conhecimentos em 
neuroanatomia, dr. Jiao iniciou os estudos associando a acupuntura para o tratamento 
de pacientes com quadro de paralisias, e escolheu o crânio pela proximidade com o 
cérebro, sendo considerada como método de tratamento em 1971.
UNIDADE 1
56
 Em suas pesquisas, ele defendia a hipótese de que o estímulo de pontos do 
couro cabeludo teria maior proximidade com o córtex cerebral, e isso produziria um 
efeito mais rápido sobre as doenças cerebrais.
2.1 CRANIOACUPUNTURA PELA MEDICINA TRADICIONAL 
CHINESA 
A cranioacupuntura pela MTC é a escalpo acupuntura criada por Jiao Schunfa, 
tendo como princípio básico que se alguma parte do cérebro está danificada, então a 
superfície do crânio pode ser estimulada exatamente sobre a área lesada do cérebro.
As zonas de tratamento foram determinadas após vários estudos de 
neuroanatomia funcional, relacionando as áreas superficiais do crânio com áreas 
funcionais do córtex cerebral, unindo ao estímulo das agulhas pela acupuntura, que 
já era praticada de forma sistêmica. No início da sua prática, era realizada apenas 
em pessoas com sequelas de lesões cerebrais, como acidente vascular encefálico, 
traumatismo medular, traumatismo cranioencefálico, entre outros, e, após alguns anos, 
começou a ser praticada também em pessoas com outros problemas, como doenças 
psicossomáticas e de órgãos internos.
Hoje, a cranioacupuntura é indicada para as mais diversas doenças, como 
Parkinson, coréia, esclerose múltipla, diabetes, incontinência urinária, alopecia, 
paralisia facial, hipertensão, cefaléia, surdez, zumbido, labirintite, neuralgia do trigêmeo, 
contraturas musculares, herpes zoster, dor ciática, doenças ginecológicas, dermatites, 
entre outras.
A técnica precisa ser aplicada com o paciente sentado ou deitado, consiste 
em inserir agulhas no crânio conforme as zonas reflexas que estudaremos a seguir. A 
utilização das agulhas de acupuntura sistêmica e sua inserção será sempre oblíqua e 
superficial, já que o crânio se encontra logo abaixo da camada da pele. O tempo máximo 
de aplicação é de 10 minutos. Realizamos a manipulação da agulha para obter o de qi 
da mesma forma que na acupuntura sistêmica, porém, em indivíduos com hipertensão 
arterial, não se realiza as manipulações, apenas a inserção da agulha. A região do crânio é 
sensível, portanto, a intensidade do estímulo elétrico será baixa, não deve gerar grandes 
desconfortos ao paciente, que deve sempre ser consultado sobre tais estímulos.
Há várias áreas utilizadas nos tratamentos, são elas: área motora, área sensorial,área de controle de tremor e coréia, área de vasodilatação e vasoconstrição, área 
auditiva e de enjoo, segunda área da fala, terceira área da fala, área de aplicação, área 
sensitiva-motora do pé, área visual, área do equilíbrio, área do estômago, área do fígado 
e da vesícula biliar, área torácica, área genital e área intestinal.
57
Essas áreas são homólogas e estão no lado direito e esquerdo. Não há 
necessidade de tratar as duas simultaneamente. Caso sejam parestesias, tetraplegias, 
ou seja, se o problema estiver em ambos os lados, o tratamento só será bilateral. Se o 
problema for somente de um dos lados do corpo, é necessário tratar a zona cortical 
contralateral.
A seguir, veremos as áreas referenciadas para o tratamento da cranioacupuntura.
A área motora no seu quinto superior é utilizada para tratamentos no membro 
inferior contralateral, nos 2/5 médios tratamento do membro superior contralateral 
e tronco e nos 2/5 inferiores para cabeça, face, sendo a primeira área da fala (para 
paralisia facial, afasia, distúrbios da fala). 
A área sensorial fica 1,5 cm atrás da área motora e tem função principal para 
tratamento de dor, dividida nas mesmas cinco partes que a área motora 1/5 superior: 
trata dor, parestesia do lado contralateral das costas e da perna, cefaleia occipital, 
dor no pescoço e nuca e zumbido; nos 2/5 médios: trata dor e parestesia do membro 
superior contralateral; e nos 2/5 inferiores: trata parestesia e dor do lado contralateral 
da cabeça e face.
FIGURA 39 – ÁREAS: MOTORA, SENSORIAL, DA FALA, AUDITIVA, DE CONTROLE DE TREMORES E DE VASO-
DILATAÇÃO E CONSTRIÇÃO
FIGURA 40 – ÁREAS: DO PÉ, 2ª ÁREA DA FALA, VISUAL E DE EQUILÍBRIO
FONTE: <https://bit.ly/3L255DS>. Acesso em: 29 out. 2021.
FONTE: <https://bit.ly/3L4sTa8>. Acesso em: 29 out. 2021.
58
FIGURA 41 – ÁREAS: TORÁCICA, ESTÔMAGO, GENITAL, INTESTINOS E FÍGADO
FONTE: <https://bit.ly/3Hn4yKq>. Acesso em: 29 out. 2021.
De maneira geral, a área de controle de tremores trata movimentos involuntários; 
a área de vasodilatação e vasoconstrição trata hipertensão arterial e edemas; a área 
auditiva e de enjoo trata vertigem, zumbido, hipoacusia e náuseas. Já a segunda 
área da fala continua tratando os distúrbios da fala, como afasia nominal, e a terceira 
área da fala a afasia sensorial. Na área de aplicação, o tratamento é para melhora da 
coordenação dos movimentos.
Na área sensitivo-motora do pé, trata-se todos os problemas envolvendo o pé, 
além de problemas urinários e diarreia. A área visual trata os distúrbios da visão, a área 
genital trata os distúrbios urogenitais, a área do estômago trata as gastrites, a área 
dos intestinos trata as dores abdominais e a área de fígado e vesícula trata as dores no 
hipocôndrio.
Como são áreas (regiões) e não pontos específicos, o acupunturista deve realizar 
a palpação da área na cabeça e sentir pela palpação ou resposta do paciente qual ponto 
está mais sensível, dolorido ou edemaciado, pois é nesse ponto que será inserida a 
agulha. 
Na prática, há uma preferência pelo uso das agulhas menores, utilizadas na 
acupuntura estética, pela sua praticidade e também pela diminuição da tensão do 
paciente, que ao ver uma agulha grande a ser inserida na cabeça fica mais receoso. 
Lembre-se, também, de manter algodão por perto, pois ao retirar as agulhas pode haver 
pequenos sangramentos e será necessário limpar rapidamente para que o sangue não 
escorra pela cabeça.
59
FIGURA 42 – APLICAÇÃO CRANIOACUPUNTURA COM AGULHAS DE TAMANHO MÉDIO
FONTE: <https://bit.ly/3rfkCYV>. Acesso em 29 out. 2021.
Há uma versão para download de craniopuntura, segundo a MTC, 
apresentando a teoria e a técnica de forma detalhada, acesse em: 
https://bit.ly/34sA2zX. 
Você já imaginava que poderiam existir tantas técnicas de acupuntura? 
A cranioacupuntura tem uma aplicação mais rápida e o tempo 
de sessão é menor, possuindo os mesmos efeitos da acupuntura 
sistêmica; porém, alguns pacientes vão responder melhor a uma ou 
outra terapêutica, por isso é importante entender todos os conceitos 
da MTC, como fizemos no Tópico 1, para termos maior propriedade e 
assertividade no nosso tratamento.
DICA
INTERESSANTE
2.2 CRANIOACUPUNTURA DE YAMAMOTO
Como você já pode estar imaginando, esta técnica foi desenvolvida por 
Toshikatsu Yamamoto, no Japão, em 1973. Apesar de serem ambas as técnicas na 
cabeça, a interpretação anatômica dos locais de aplicação, os princípios e até o modo 
de inserção das agulhas é diferente (ARTIOLI; AZEVEDO; BERTOLINI, 2018). 
60
A técnica chinesa tem a maioria dos seus pontos na lateral da cabeça, já 
em Yamamoto, a maioria dos pontos estão na fronte. Na técnica japonesa, apenas o 
início da agulha é inserido; e na chinesa, penetra-se mais profundamente. Ambas as 
técnicas são indicadas para múltiplos diagnósticos, mas a japonesa parece ter um efeito 
analgésico maior (ARTIOLI; AZEVEDO; BERTOLINI, 2018).
Conforme essa técnica, é necessário realizar previamente um diagnóstico para 
determinar os pontos para o tratamento. Esse diagnóstico pode ser realizado no próprio 
local de aplicação, pela palpação de pontos dolorosos no crânio ou em outros locais, 
como no abdome (Figura 42). 
Na Figura 42, referem-se às siglas de: fígado (F), rins (R), baço-pâncreas (BP), 
coração (C), triplo aquecedor (TA), intestino delgado (ID), intestino grosso (IG), vesícula 
biliar (VB), estômago (E), duodeno (D), bexiga (B), pulmão (P), pericárdio (PC) e cérebro 
e cerebelo (Ce).
Ao observar sensibilidade aumentada nessa palpação do abdome, já sabemos 
em quais órgão e pontos deveremos focar nosso tratamento. As zonas de tratamento 
estão localizadas na cabeça e divididas em pontos básicos, sensoriais, cerebrais, pontos 
“Y” e pares cranianos (ARTIOLI; AZEVEDO; BERTOLINI, 2018).
FIGURA 43 – DIAGNÓSTICO ABDOMINAL
FONTE: Adaptada de Yamamoto, Yamamoto e Yamamoto (2007).
61
Os pontos básicos são apresentados na região Yin, dispondo ao nível da linha 
anterior de implantação do cabelo; na região Yang, sua representação está situada 
um pouco acima da sutura lambdoide. São usados em distúrbios locomotores e dor. 
Os pontos básicos podem ser subdivididos em segmentos menores. O ponto deve ser 
palpado e fixado com o polegar rente a ele, introduzindo-se a agulha de forma oblíqua.
Os pontos A são indicados para cervicalgias, cefaleias tensionais, enxaqueca, 
traumas cervicais, sequelas secundárias à trombose cerebral e dores nos trajetos dos 
nervos cervicais. 
Os pontos B são indicados para dores pós-traumáticas do ombro, dores pós-
operatórias, síndromes de ombro, braço e mão e hemiplegias. 
Os pontos C são indicados para dores e parestesias de membros superiores, 
epicondilites, luxações, contusões, pós-fraturas, Síndrome de Raynaud e Síndrome do 
túnel do carpo. 
Os pontos D representam as vertebras lombares e extremidades inferiores. 
Pontos lombares estão situados perto dos pontos D (perto do pavilhão auricular) e são 
indicados para qualquer tipo de dor lombar. 
Continuando, os pontos E são indicados para condições pós-operatórias e pós-
traumáticas do tórax, neuralgia intercostal, herpes, angina, palpitações, asma, dispneia, 
hiperventilação e bronquite. 
FIGURA 44 – PRINCIPAIS PONTOS DA CRANIOPUNTURA DE YAMAMOTO
FONTE: <https://bit.ly/3AOUPKl>. Acesso em 29 out.2021.
62
Os pontos F são utilizados para dor lombar aguda e dores isquiáticas. Os pontos 
G servem para problemas no joelho, inflamações, reumatismos, torções, luxações, 
artrites e fraturas de patela. 
Pontos H e I são acessórios, potencializam os efeitos dos demais pontos 
escolhidos. Os pontos J representam o dorso do pé e os pontos K a planta do pé. 
Os pontos sensoriais são localizados na testa e occipício, sendo os pontos do 
olho, nariz, ouvido e boca. São indicados para tratamentos dessas regiões e de todos os 
problemas que podem afetá-las. Veja na Figura 45.
São três os pontos cerebrais: cérebro, cerebelo e gânglios da base e estão 
localizados no topo da cabeça, servem para tratar hemiplegias,enxaquecas, Parkinson, 
tonturas, distúrbios do sono, depressão, entre outras patologias.
FIGURA 45 – VISÃO LATERAL DOS PONTOS BÁSICOS
FONTE: Adaptada de Yamamoto, Yamamoto e Yamamoto (2007).
FIGURA 46 – PONTOS SENSORIAIS YAMAMOTO
FONTE: <https://bit.ly/3AOUPKl>. Acesso em 29 out.2021.
63
Os pontos “Y” representam os nossos 12 zang fu e estão localizados na região 
temporal da cabeça. São indicados para qualquer tratamento de disfunções dos órgãos 
internos e suas correspondências. Estão demonstrados na Figura 46. 
Para utilizar os pontos Y, é necessário antes testar os pontos abdominais. Lembre-
se de que os pontos básicos e pontos sensoriais são utilizados de forma homolateral ao 
lado doente, com exceção dos casos de hemiplegia. A inserção da agulha se faz de 
maneira firma e ao mesmo tempo delicada, sendo uma inserção sempre oblíqua, sem 
importar a direção, desde que atinja o ponto corretamente.
A técnica é promissora, apresenta efeitos benéficos nas condições de dor lombar, 
principalmente do tipo aguda inespecífica, sendo os pontos A-I os mais utilizados. 
Lembrando que é uma técnica de baixo custo e viável no dia a dia do profissional que 
trabalha em qualquer área da saúde.
FIGURA 47 – PONTOS Y DA CRANIOACUPUNTURA JAPONESA
FONTE: <https://bit.ly/3ojEeJH>. Acesso em: 29 out. 2021.
O livro escrito por Yamamoto, está traduzido pela editora Roca. Encontre 
nas livrarias on-line: Nova Craniopuntura de Yamamoto – NCY, editora 
Roca, 2007. Há também como adquirir mapas do microssistema para 
colocar no seu espaço de trabalho: https://bit.ly/3AO4HUw. 
DICA
64
FIGURA 48 – CRANIOPUNTURA JAPONESA
FONTE: <https://bit.ly/3gi7JHb>. Acesso em 29 out. 2021.
No estudo de caso, a cranioacupuntura foi utilizada no tratamento de osteoartrite 
de joelho e foi efetiva no alívio da dor, na amplitude de movimento, qualidade de vida e 
funcionalidade de paciente com osteoartrite de joelho (SILVA et al., 2011).
Um profissional que aprende a técnica chinesa não necessariamente sabe e 
desenvolve a técnica japonesa, pois são formações diferentes uma da outra. Procure 
saber mais antes de realizar curso de formação nesta área, para entender qual técnica 
será estudada.
3 QUIROACUPUNTURA
Do latim quiro + acus + punctura, puncionar com agulhas as mãos; também 
chamada de técnica coreana das mãos ou Koryo Sooji Chin. Foi desenvolvida por Tae Woo 
Yoo, em 1971. Koryo Sooji Chin foi um acupunturista que há anos já estudava os sistemas 
reflexos, baseando-se nos conhecimentos de microssistemas, compreendendo que a 
mão também representa um microssistema onde todo corpo humano está representado 
(SIMÕES, 2013).
Em 1988, essa técnica foi trazida para o Brasil, em São Paulo, por uma dona de 
casa coreana que praticava a técnica para a melhora dos seus familiares. Acredita-se 
que a parte dorsal da mão corresponde a parte posterior do nosso corpo e a palma da 
mão corresponde a parte anterior do nosso corpo. 
Outra referência base é que as mãos estão totalmente conectadas ao cérebro, 
e por esse motivo, ao aplicar estímulos nas mãos, eles repercutem nas atividades 
cerebrais; através das mãos, é possível acessar indiretamente os órgãos e tratá-los 
(SIMÕES, 2013). Apresenta algumas vantagens em relação a acupuntura sistêmica, 
como o baixo custo, método simples, não precisa expor o paciente, resposta rápida, 
diminuição dos riscos de acidentes com agulhas, além de necessitar de pouco espaço 
físico para sua aplicação (SIMÕES, 2013). 
65
FIGURA 49 – MERIDIANOS DA MÃO
FONTE: <https://bit.ly/3ggo2V5>. Acesso em 29 out. 2021.
Para o diagnóstico, utiliza-se dos mesmos conceitos da MTC, teoria do Yin e 
Yang, teoria dos cinco elementos e zang fu. Para o tratamento, preferencialmente, 
utilizam-se as agulhas pequenas de 0,18 mm x 8 mm; além das agulhas, podem ser 
utilizadas lancetas, canetas de eletroestimulação, cromopuntura (uso da irradiação da 
luz das cores nos pontos de acupuntura), moxabustão, entre outras.
 
O primeiro estudo será dos meridianos da mão (Figura 48). Dá mesma forma 
que na acupuntura sistêmica, nas mãos percorrem os canais de energia, sendo que 
A (canal vaso concepção), B (canal vaso governador), C (pulmão), D (intestino grosso), 
E (estômago), F (baço-pâncreas), G (coração), H (intestino delgado), I (bexiga), J (rim), 
K (pericárdio), L (triplo aquecedor), M (vesícula biliar) e N (fígado). Podem ser utilizados 
para as mesmas patologias que estudamos sobre os canais de energia regulares.
Outra forma mais básica de tratamento é pelo método de correspondência 
demonstrado na Figura 49, em que as partes do corpo representadas na mão são 
estimuladas para gerar reações reflexas de autocura dessas partes.
Existem poucas pesquisas com a quiroacupuntura, dificultando a comprovação 
científica de seus efeitos. Como você já sabe, pesquisas em MTC são difíceis de ser 
realizadas. Porém, acredita-se que essa técnica possui efeitos rápidos e imediatos, 
devido à presença de fibras do tipo A-delta, que apresentam condução nervosa rápida. 
66
FIGURA 50 – CORRESPONDÊNCIAS NA MÃO
FONTE: <https://bit.ly/3L2sp45>. Acesso em 29 out. 2021.
Devido a isso, também não é necessário aumentar a profundidade de inserção 
das agulhas, que ocorre de maneira mais superficial. O tempo máximo da terapia é de 20 
minutos. A técnica vem sendo bastante utilizada para analgesia (SIMÕES, 2013).
67
EFEITOS DA ACUPUNTURA NA FIBROMIALGIA: REVISÃO INTEGRATIVA
Heloísa Salvador dos Santos Pereira
Mariangela da Silva Nunes
Caíque Jordan Nunes Ribeiro
Maria do Carmo de Oliveira Ribeiro
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: a fibromialgia causa dor musculoesquelética constante 
e sensibilidade generalizada, com presença de hiperalgesia e/ou alodínia, fadiga, 
distúrbios de sono e problemas cognitivos. Muitas vezes o tratamento farmacológico 
não é suficiente para aliviar a dor e os pacientes optam por terapias integrativas como a 
acupuntura em razão da boa tolerância e baixo risco de efeitos adversos. O objetivo foi 
realizar uma revisão integrativa sobre o uso da acupuntura na analgesia em pacientes 
com fibromialgia. CONTEÚDO: foi realizada revisão integrativa em quatro bases de dados 
(Scopus, Pubmed, CINAHL e Bireme), com uso dos descritores “analgesia”, “acupuncture” 
e “fibromyalgia” unidos pelo operador booleano AND, com a inclusão de publicações 
de janeiro de 2009 a dezembro de 2019. Após a leitura e análise, sete artigos foram 
selecionados. CONCLUSÃO: os estudos sugerem que a acupuntura seja eficaz para o 
tratamento da dor em pacientes com fibromialgia, com melhora na qualidade de vida e 
interferência positiva no sono.
Descritores: Acupuntura; Analgesia; Dor Crônica; Fibromialgia; Manejo da dor
INTRODUÇÃO
A fibromialgia (FM) é uma síndrome idiopática caracterizada por quadro crônico 
de dor musculoesquelética e sensibilidade generalizada, além de fadiga, distúrbios do 
sono, rigidez matinal, parestesias de extremidades, sensação subjetiva de edema e 
distúrbios cognitivos. 
Pode ocorrer também depressão, ansiedade, síndrome da fadiga crônica, 
síndrome miofascial, problemas digestivos, como a síndrome do cólon irritável, e doença 
do refluxo gastroesofágico, síndrome uretral inespecífica, enxaqueca ou cefaleias 
tensionais, dor pélvica e disfunção temporomandibular.
LEITURA
COMPLEMENTAR
68
A dor pode ser acentuada com frio, umidade e distúrbios emocionais, 
contribuindo para o sofrimento e a piora da qualidade de vida dos pacientes. Nos EUA e 
na Europa, a prevalência é de até 5% da população e ultrapassou 10% dos atendimentos 
em clínicas reumatológicas. No Brasil, ocorre em até 2,5%, em especial em mulheres 
entre 35 e 44 anos.
A dor na FM pode ser percebida de diversas formas e modificada pela condição 
emocional. Hiperalgesia e/ou alodínia em razão do baixo limiar na percepção da dor, 
possivelmente pela amplificação da dor central ou neuropática. A falta de consenso na 
etiologia da FM dificulta o tratamento e o controle da dor com terapias farmacológicas 
e não farmacológicas.A acupuntura produz efeito analgésico central, particularmente sobre o tálamo, 
que tem um papel importante no processamento da informação sensitiva. Além disso, 
libera endorfinas no cérebro que pertencem ao grupo dos opioides, que integram o 
mecanismo natural de supressão da dor.
O objetivo foi realizar uma revisão integrativa do uso da acupuntura na analgesia 
em pacientes com FM.
CONTEÚDO
Trata-se de uma revisão integrativa que buscou responder a seguinte questão: 
quais as evidências sobre a eficácia da acupuntura como método não farmacológico 
para alívio da dor em pacientes com FM?
Foi utilizado o método de Cooper com as seguintes etapas: formulação do 
problema, coleta dos dados, avaliação dos dados, análise e interpretação e apresentação 
pública. Foram realizadas buscas nas bases de dados Scopus, Pubmed, CINAHL e 
Bireme, utilizando os descritores controlados “analgesia”, “acupuncture” e “fibromyalgia” 
unidos pelo operador booleano AND.
Utilizou-se como critérios de inclusão manuscritos publicados no período de 
janeiro de 2009 a dezembro de 2019, cujo texto completo estivesse disponível nos 
idiomas inglês, espanhol ou português e que investigassem a eficácia analgésica da 
acupuntura em pacientes fibromiálgicos. 
Foram excluídos da busca pesquisas envolvendo menores de 18 anos, pesquisas 
realizadas com modelo animal, estudos e séries de caso, editoriais, cartas ao editor, 
comentários, relatos de experiência e revisões narrativas, integrativas e sistemáticas.
Foram encontrados 194 artigos dos quais 110 tinham o texto completo 
disponível e 11 foram excluídos por duplicidade, totalizando 99. Inicialmente, 22 artigos 
foram selecionados por título e, em seguida, 19 pela leitura do resumo. Ao final, foram 
selecionados sete artigos pela leitura do texto completo (Figura 1).
69
FIGURA 1 – FLUXOGRAMA DE IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE ARTIGOS
FONTE: Os autores
Os artigos incluídos na análise final estão apresentados na Tabela 1, sendo 
classificados de acordo com os níveis de evidência da Oxford Centre for Evidence-
Based Medicine – OCEBM (2011), que avalia os artigos em níveis de um a cinco, sendo 
o primeiro nível o de maior relevância. Em seguida, foi realizada a análise crítica dos 
resultados através da síntese descritiva dos estudos.
Foram encontrados sete artigos em inglês, todos eram ensaios clínicos 
randomizados (ECRs), sendo classificados no nível um com base na OCEBM.
Neste estudo, sete ECRs compararam a acupuntura verdadeira (verum) com 
placebo (sham), e comprovaram que a primeira apresenta mais resultados positivos 
com redução da dor em pacientes com FM. A técnica sham é um controle placebo 
no qual alguns pesquisadores usaram dispositivos como uma agulha simulada, 
podendo tratar-se de uma agulha com dimensões menores que a da agulha da técnica 
verdadeira, que pode exercer um efeito semelhante à acupuntura ou pode até simular 
agulhamento ou usar agulhas superficiais em não pontos de acupuntura ou pontos 
de acupuntura inadequados de acordo com a MTC. Para tanto, é comum optarem por 
vendar os pacientes ou separá-los, para que não saibam qual a terapêutica usada. Na 
técnica verum são utilizadas as agulhas nos pontos-gatilhos (PG), de acordo com o 
estabelecido pela MTC.
70
O número de pacientes que receberam a técnica verum variou entre 20 e 82, 
enquanto o número de pacientes que receberam tratamento PG variou entre 6 e 18. 
As sessões foram de 1 a 12, com duração entre 20 e 30 minutos. Apesar de a amostra 
ser pequena, as análises estatísticas dos sete estudos revelaram que a acupuntura 
proporcionou diminuição significativa nos escores de dor pelas escalas utilizadas, tanto 
a longo como em curto prazo, mesmo com poucas sessões de até 30 minutos.
A acupuntura demonstrou, em curto prazo, aumento no potencial de ligação 
aos sistemas antinociceptivos opioides endógenos e receptores µ-opioides (MORs) em 
várias regiões de dor e processamento sensorial, bem como realizou em longo prazo o 
potencial de ligação ao MOR em algumas das mesmas estruturas encefálicas. 
Ela pode ter efeito nos neuromediadores, como serotonina e substância P, o 
que pode explicar efeitos benéficos que existem em pacientes com FM. Adicionalmente, 
foi identificado que os efeitos imediatos e de longo prazo não se limitam somente à 
redução da dor, mas também reduzem os sintomas como insônia e depressão, além 
de melhorar o bem-estar dos pacientes. Um dos estudos revelou que a acupuntura foi 
mais eficaz e com menos efeitos adversos que fármacos comumente utilizados para o 
tratamento da FM, como a pregabalina e a duloxetina, e que o efeito benéfico persistiu 
por até um ano.
Corroboram esta pesquisa estudos que identificaram que o tratamento com 
acupuntura foi eficaz no alívio da dor em pacientes com FM em termos de qualidade 
de vida e questionário de impacto da FM, melhorando outros sintomas como fadiga e 
ansiedade. Nesse aspecto, acredita-se que a acupuntura atua, além da melhora da dor, 
no bem-estar, produtividade, humor e demais aspectos da vida diária. Além disso, a 
acupuntura vem se destacando por oferecer um tratamento rápido e eficaz, com efeitos 
adversos leves, tais como desconforto e hematomas nos locais de inserção da agulha, 
sendo praticamente indolor.
Métodos não farmacológicos para o alívio da dor, tais como TENS, exercícios 
físicos, terapia cognitivo-comportamental, dieta, suplementos nutricionais e fitoterapia 
têm sido recomendados para o manejo da FM. A acupuntura se destaca por ser menos 
onerosa e de mais fácil aplicação quando comparada ao tratamento tradicional, pois 
este último envolve a participação de vários especialistas, a realização de muitos 
exames e uso de fármacos que, muitas vezes, são de alto custo e possuem vários 
efeitos adversos. São necessários novos estudos com alta qualidade metodológica e 
amostra maior e mais significativa que compare a acupuntura sham com a verum, pois 
há algumas divergências quanto a sua eficácia.
Este estudo evidenciou que a acupuntura pode ser utilizada em grande variedade 
de pacientes, em especial, na atenção primária, com efeitos que vão além da analgesia. 
Pode reduzir os gastos com ambulatórios e internações hospitalares devido às crises 
de dor nesses pacientes. A acupuntura é de baixo custo, eficaz e pode ser utilizada 
71
em diversos serviços de saúde, tendo em vista que pode promover alívio da dor e, por 
conseguinte, melhorar a qualidade de vida do paciente e a realização das atividades 
de vida diária. O desafio é ampliar o acesso a essa prática, em especial nos pacientes 
que sofrem de sintomas dolorosos e criar um protocolo para seu uso combinado ou 
individualizado no tratamento da FM.
CONCLUSÃO
Os estudos sugerem que a acupuntura foi eficaz para o tratamento da dor em 
pacientes com FM, melhorando a qualidade de vida e o sono.
TABELA 1 – DESCRIÇÃO DOS ARTIGOS INCLUÍDOS NESTE ESTUDO
Autores Nível de evidência
Tipos de 
pesquisa Objetivos Amostra Resultados
Yüksel 
et al. 1 ECR
Avaliar os efeitos 
das aplicações 
de acupuntura e 
estimulação elétrica 
transcutânea de 
nervos (TENS) na 
avaliação quantitativa 
nas alterações na 
eletroencefalografia 
(qEEG) e avaliar seus 
efeitos terapêuticos em 
pacientes com FM.
n=42 
pacientes 
com FM (n=21 
para TENS 
e n=21 para 
acupuntura) 
e n=21 
pacientes 
saudáveis
A aplicação da TENS e 
da acupuntura parece 
ser benéfica em 
pacientes com FM.
Harris et 
al. 1 ECR
Comparar os efeitos 
a curto e longo 
prazo do tratamento 
com acupuntura 
tradicional chinesa 
(ATC) versus tratamento 
com acupuntura falsa 
(AF).
n=20 
pacientes 
com FM
A acupuntura evocou 
aumentos de curto 
prazo no potencial 
de ligação ao MOR, 
em várias regiões de 
dor e processamento 
sensorial, incluindo 
o cíngulo (dorsal e 
subgenual), ínsula, 
núcleo caudado, 
tálamo e amígdala. 
Também evocou 
no longo prazo o 
potencial de ligação ao 
MOR em algumas das 
mesmas estruturas, 
incluindo o cingulado 
(dorsal e perigenual), 
caudado e amígdala. 
Os efeitos decurto 
e longo prazo 
estavam ausentes 
no grupo falso, 
no qual pequenas 
reduções foram 
observadas, efeito 
mais consistente com 
os estudos anteriores 
com PET de placebo. 
Aumentos em longo 
prazo na MOR BP após 
ATC também foram 
associados a maiores 
reduções na dor 
clínica.
72
Autores Nível de evidência
Tipos de 
pesquisa Objetivos Amostra Resultados
Vas et 
al. 1 ECR
Avaliar a eficácia 
de um protocolo 
de acupuntura 
individualizado para 
pacientes com FM.
n=164 
pacientes 
com FM
O tratamento 
individualizado com 
acupuntura em 
pacientes com FM 
na atenção primária 
mostrou-se eficaz 
no alívio da dor, em 
comparação com 
o placebo. O efeito 
persistiu durante 
um ano, e os efeitos 
adversos foram leves 
e pouco frequentes. 
É recomendado o 
uso de acupuntura 
individualizada em 
pacientes com FM.
Ugurlu 
et al. 1 ECR
Determinar e comparar 
a eficácia da acupuntura 
real com acupuntura 
falsa no tratamento da 
FM.
n=50 
pacientes do 
sexo feminino 
com FM
A acupuntura 
melhorou 
significativamente 
a dor e sintomas 
de FM. Embora o 
efeito simulado 
seja importante, o 
tratamento real com 
acupuntura parece ser 
eficaz no tratamento 
da FM.
Stival et 
al. 1 ECR
Avaliar a eficácia 
da acupuntura no 
tratamento da FM, 
considerando-se como 
desfecho primário a 
resposta imediata da 
escala analógica visual 
(EAV) para avaliação 
da dor.
n=36 
pacientes 
com FM
A acupuntura, aplicada 
nos moldes da 
Medicina Tradicional 
Chinesa (MTC) causa 
redução imediata da 
dor em pacientes com 
FM quando comparada 
à acupuntura 
simulada.
Zucker 
et al.  1 ECR
Verificar se a 
sensibilidade à dor por 
pressão classificaria 
diferencialmente a 
resposta do tratamento 
ao verum e à 
acupuntura simulada 
em pacientes com FM.
n=114 (sendo 
59 verum e 
55 sham/
simulada)
A eficácia da 
acupuntura na 
FM pode estar 
subestimada e 
tratamento mais 
personalizado para a 
FM também pode ser 
possível.
Karatay 
et al. 1 ECR
Avaliar os efeitos 
do tratamento com 
acupuntura nos níveis 
séricos de serotonina e 
substância P (SP), bem 
como nos parâmetros 
clínicos em pacientes 
com FM.
n=75 
mulheres 
randomizadas 
em três 
grupos: 
acupuntura 
real (AcG), 
acupuntura 
simulada 
(ShG) e 
acupuntura 
simulada (SiG)
A acupuntura, 
ao contrário da 
acupuntura simulada 
ou placebo, pode 
melhorar em longo 
prazo os resultados 
clínicos e os valores 
do neuromediador 
da dor. Alterações 
nos níveis séricos de 
serotonina e SP pode 
ser uma explicação 
para os mecanismos 
de acupuntura no 
tratamento da FM.
• ECR = ensino clínico randomizado.
FONTE: Os autores
FONTE: PEREIRA, H. S. S. et al. Efeitos da acupuntura na fibromialgia: revisão integrativa. 
Revista BrJP, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 68-71, jan./mar., 2021. 
73
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A cranioacupuntura é a inserção de agulhas no crânio, é realizada com base no 
microssistema da cabeça e pode ser realizada de duas formas diferentes.
• A craniopuntura pela MTC tem mais pontos na lateral da cabeça e possui zonas de 
tratamentos, áreas que correspondem a regiões do corpo.
• A técnica de Yamamoto é mais utilizada, tem mais pontos na região frontal da cabeça 
e possui pontos mais específicos das regiões do corpo, como os órgãos, por exemplo. 
As duas técnicas apostam na ação reflexa dos pontos do crânio.
• A quiroacupuntura é a utilização de estímulos no microssistema das mãos. Podem 
ser utilizadas agulhas pequenas, de maneira superficial, e as mãos contam com todos 
os meridianos regulares (assim como no corpo) e com as zonas reflexas do corpo 
correspondente nas mãos.
74
1 A cranioacupuntura, também conhecida como escalpo acupuntura de Yamamoto teve 
origem no Japão, de forma acidental durante uma tentativa de bloqueio neural feito 
pelo médico Toshikatsu Yamamoto. Com base nos seus conhecimentos sobre a 
cranioacupuntura, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O ideal é que se escolha uma técnica para utilizar na prática clínica, já que existem 
duas formas diferentes de realizar esta técnica.
b) ( ) É realizada nas mãos, utilizando dos meridianos presentes no microssistema 
para aplicação dos estímulos.
c) ( ) Foi criada para tratar dores articulares e, após anos de pesquisas, descobriu-se 
seus benefícios em outras patologias.
d) ( ) A cranioacupuntura não faz parte das técnicas utilizadas pela medicina tradicional 
chinesa.
2 A cranioacpuntura japonesa é bastante utilizada pelos acupunturistas atualmente e 
apresenta inúmeros benefícios. Sobre essa técnica, analise as sentenças a seguir:
I- Yamamoto foi um chinês que inventou a técnica de cranioacupuntura baseando-se 
nos conceitos de meridianos de energia. 
II- Conforme essa técnica, é necessário realizar previamente um diagnóstico para 
determinar os pontos para o tratamento.
III- As zonas de tratamento estão localizados na cabeça e divididas apenas em pontos 
básicos e sensoriais.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 A quiroacupuntura é a acupuntura coreana, com aplicação somente nas mãos. Sobre 
a técnica de quiroacupuntura utilizada pela medicina tradicional chinesa, classifique 
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) As mãos possuem canais de energia que passam por elas e podemos realizar o 
estímulo de acupontos desses canais através das mãos.
( ) Nessa técnica, o uso de agulhas é imprescindível, sendo que agulhas maiores 
produzem efeitos melhores na dor.
( ) A quiroacupuntura é de difícil realização e de alto custo, por isso é pouco utilizada 
na prática.
AUTOATIVIDADE
75
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V.
b) ( ) V – F – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 A craniopuntura tem efeitos benéficos nas mais diversas patologias, é de fácil acesso 
e produz efeitos imediatos sobre o paciente. Disserte sobre como é realizada a 
aplicação das agulhas e os cuidados que são utilizados para evitar danos ao paciente.
5 Há pouco estudo sobre a quiroacpuntura, mas acredita-se que pelas mãos terem 
conexão direta com o cérebro, os estímulos realizados nesse microssitema tem 
resposta rápida e efeitos no organismo. Cite alguns benefícios da quiroacupuntura.
76
77
REFERÊNCIAS
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meudicionario.org/acuponto. Acesso em: 5 de out. 2021.
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Yamamoto. São Paulo: Roca, 2007. 
YAMAMURA, Y. Acupuntura tradicional: arte de inserir. 2. ed. São Paulo: Editora 
Roca, 2001. 
79
AURICULOTERAPIA
UNIDADE 2 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar as estruturas da orelha;
• conhecer os diferentes embasamentos teóricos da auriculoterapia;
• diferenciar a auriculoterapia pela biomedicina, pela MTC e pela reflexologia;
• avaliar a orelha;
• saber de forma básica como aplicar a auriculoterapia.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – AURICULOTERAPIA SEGUNDO A BIOMEDICINA
TÓPICO 2 – AURICULOTERAPIA SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
TÓPICO 3 – AURICULOTERAPIA SEGUNDO A REFLEXOLOGIA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
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UNIDADE 2!
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TÓPICO 1 — 
AURICULOTERAPIA SEGUNDO 
A BIOMEDICINA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos o assunto da auriculoterapia, prática 
bastante utilizada dentro das terapias complementares. Essa prática utiliza meios físicos 
como sementes, cristais, agulhas para estimulação do pavilhão auricular (a orelha), com 
o objetivo de produzir respostas em todo o organismo.
A auriculoterapia utiliza o pavilhão auricular como um microssistema para o 
tratamento dos mais diversos problemas e é conhecida pela sua fácil aplicação, baixo 
custo e segurança (TESSER; NEVES; SANTOS, 2018). Trata-se de uma técnica terapêutica 
que por meio de estímulos nos pontos localizados na orelha (microssistema que tem 
todo organismo representado), promove a regulação psíquico-orgânica do indivíduo 
(SANTA CATARINA, 2021).
É indicada principalmente para pessoas com ansiedade, insônia, dores crônicas, 
fibromialgia, obesidade, tabagistas, indicada nos mesmos casos das indicações de 
acupuntura, utilizada como terapia complementar a outras técnicas, podendo ser 
utilizada como adjuvante nas sessões terapêuticas. Não tem contraindicações absolutas, 
mas questões que merecem maiores cuidados, como em grávidas em que se deve evitar 
estimular pontos da região abdominal e ginecológica; em bebês ou crianças o cuidado 
é em relação ao local de aplicação na orelha, para que o meio físico escolhido não caia 
dentro do pavilhão auditivo; e, por último, não colocar pontos em cima de feridas que 
possam existir na orelha do indivíduo.
 
Diferentes visões e mapas auriculares foram elaborados na abordagem da 
auriculoterapia devido a experiências práticas e teóricas terem sido realizadas em 
diferentes países, como França, China e Alemanha (TESSER; NEVES; SANTOS, 2018). 
Seguindo a partir disso, no Tópico 1, aprenderemos a auriculoterapia na visão 
da biomedicina. A biomedicina significa “medicina ocidental contemporânea”, “medicina 
científica” ou “medicina alopática”, esta tem posição dominante e estabelecida no mundo 
atual, tendo princípios baseados nos fundamentos biológicos das doenças (TESSER; 
NEVES; SANTOS, 2018).
A partir de 1980, os estudos científicos da área se intensificaram na busca 
por correlacionar os estímulos no pavilhão auricular com possíveis mecanismos 
neurofisiológicos na dor e inflamação (TESSER; NEVES; SANTOS, 2018), trazendo 
algumas conclusões que abordaremos no decorrer deste tópico.
82
2 ANATOMIA DA ORELHA
A orelha é dividida em três partes: externa, média e interna. A auriculoterapia é 
aplicada na parte externa da orelha, também chamada de pavilhão auricular. Na Figura 1, 
podemos ver as localizações das partes da orelha externa, sendo as principais a hélice, 
antélice, fossa triangular, trago, lóbulo, antitrago, concha e escafa.
A hélice começa na cavidade da concha da orelha, na raiz da hélice, margeia 
a circunferência do pavilhão e termina na parte superior do lóbulo da orelha. A raiz 
da hélice constitui o extremo ínfero anterior da hélice e divide a concha da orelha em 
concha cimba (parte superior) e concha cava (parte inferior). 
A antélice ascende paralelo ao segmento posterior e se divide na parte superior 
em dois ramos (ramos da antélice: o superior e o inferior), sendo que a fossa triangular é 
a depressão formada entre esses ramos. Já a fossa escafoide ou escafa está localizada 
entre a hélice e a antélice. O trago é a proeminência triangular que fica anterior à concha 
e inferior à hélice. A incisura superior do trago é a depressão entre a hélice e o bordo 
superior do trago. Já a incisura intertrágica é a depressão inferior formada entre o trago 
e o antítrago. 
O antítrago é a proeminência triangular situada abaixo da antélice e oposto ao 
trago. O lóbulo da orelha é a porção carnosa inferior, onde geralmente temos o furo para 
colocar brincos; a concha é mais profunda, sendo dividida em duas partes pela raiz da 
antélice, a superior que é estreita e chamada de concha cimba e outra inferior e mais 
larga chamada de concha cava.
FIGURA 1 – ANATOMIA DO PAVILHÃO AURICULAR
FONTE: Netter (2008, p. 93)
83
FIGURA 2 – VASCULARIZAÇÃO DA ORELHA
FONTE: <https://bit.ly/3s85An8>. Acesso em: 27 nov. 2021.
A orelha é constituída de cartilagem elástica, inervada e vascularizada, sendo 
que o lóbulo não apresenta cartilagem, apenas de tecido adiposo. A forma e aparência 
da orelha é diferenteem cada indivíduo, no adulto geralmente apresenta cerca de seis 
centímetros (FARIAS; SILVA, 2018). Acadêmico, é importante saber a localização das 
partes da orelha, pois os pontos de auriculoterapia estarão localizados nessas partes e 
serão referenciados adiante conforme a anatomia da orelha.
A vascularização da orelha se dá pela artéria temporal superficial e pela artéria 
auricular posterior, ambas são ramos da artéria carótida externa (artéria importante 
localizada no pescoço), como representado na Figura 2.
Além disso, a orelha é inervada por três nervos principais e por outros em menor 
escala, os principais são: o nervo auricular maior, o nervo vago (ramo auricular, 10º par 
craniano) e o ramo auriculotemporal do nervo trigêmeo (5º par craniano) (FARIAS; SILVA, 
2018). Essa inervação é demonstrada na Figura 3.
Acadêmico, saiba mais sobre a anatomia da orelha externa assistindo ao 
vídeo: “Anatomia da orelha externa 3D”: https://bit.ly/3ur0DZ8.
DICA
84
FIGURA 3 – ÁREAS DE INERVAÇÃO DA ORELHA
FIGURA 4 – MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DA ORELHA
FONTE: Farias e Silva (2018, p. 14)
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3HlDsTX>. Acesso em: 27 nov. 2021.
O nervo auriculotemporal e o nervo auricular maior têm maior ação no controle 
da dor, já o nervo vago tem maior ação no controle da inflamação e processamento das 
emoções (MORÉ; TEIXEIRA; MARTINS, 2018). 
O tratamento com auriculoterapia promove o estímulo dessas regiões de 
terminações nervosas e esses estímulos são transmitidos ao sistema nervoso central.
Além de vascularização e inervação, a orelha também é formada por músculos 
intrínsecos, que conectam as diferentes partes da orelha, e extrínsecos (Figura 4), que 
conectam a orelha ao crânio e couro cabeludo.
Os músculos extrínsecos são o auricular anterior, auricular superior e o auricular 
posterior e podem ser observados na Figura 4; os músculos intrínsecos são o músculo 
maior da hélice, músculo menor da hélice, músculo do trago, músculo do antítrago, e 
músculo transverso e oblíquo da orelha.
85
3 NEUROFISIOLOGIA
Diversos estudos experimentais evidenciaram os efeitos neurobiológicos de 
estímulos no pavilhão auricular para o controle das disfunções fisiológicas (OLESON, 
2005), a essa visão que a biomedicina tenta explicar os efeitos da auriculoterapia, pois 
embora não se tenha total esclarecimento sobre todos os mecanismos envolvidos, 
pesquisas demonstram que estes têm atuação no controle da dor e no controle da 
inflamação (OLESON, 2005).
3.1 CONTROLE DA DOR
Uma das principais explicações para o controle da dor é que assim como na 
acupuntura, o estímulo com auriculoterapia pode aumentar a atividade dos neurônios de 
áreas relacionadas às vias inibitórias descendentes da dor (MORÉ; TEIXEIRA; MARTINS, 
2018). 
Juntamente com o mecanismo da teoria da comporta da dor (que explica 
como ocorre a modulação da dor no nosso organismo), existe uma complexa via neural 
descendente que se origina no sistema nervoso central e que quando ativada, leva à 
liberação de neurotransmissores opioides endógenos (neurotransmissores produzidos 
pelo nosso próprio organismo) na medula espinhal. Essa liberação de opioides acaba 
gerando a inibição da transmissão do impulso doloroso às regiões superiores do sistema 
nervoso central; esta é chamada de via inibitória descendente da dor (MORÉ; TEIXEIRA; 
MARTINS, 2018).
Esses opioides endógenos, como endorfinas, encefalinas e dinorfinas, quando 
liberados se ligam aos mesmos receptores que a morfina (medicamento que tem uma 
potente ação analgésica), e conseguem realizar efeito analgésico semelhante ao da 
morfina. 
A partir dessa descoberta, vários estudos demostraram que o efeito analgésico 
da acupuntura era causado pela liberação dessas substâncias opioides no organismo 
após o estímulo com as agulhas, e, posteriormente, cientistas verificaram que a 
auriculoterapia também libera os mesmos opioides endógenos (MORÉ; TEIXEIRA; 
MARTINS, 2018).
As endorfinas são a classe de opioides mais conhecida; além de terem o efeito 
analgésico, estão associadas a uma sensação de relaxamento, bem-estar e podem 
ser liberadas de diversas formas, entre elas, através da auriculoterapia, acupuntura e 
exercício físico (MORÉ; TEIXEIRA; MARTINS, 2018).
As encefalinas atuam como neuromoduladores dos sinais de dor e as 
dinorfinas modulam a resposta neural à dor, às emoções, entre outras. Atualmente, são 
neurotransmissores bastante estudados pelos cientistas.
86
Para que você, acadêmico, saiba e entenda mais sobre o assunto da modulação 
da dor no organismo, assista ao vídeo que explica a teoria das comportas e 
outras teorias atuais, pelo professor Rafael Alaiti: https://bit.ly/3GgVB3P.
DICA
3.2 CONTROLE DA INFLAMAÇÃO
Os estímulos realizados no pavilhão auricular podem aumentar a atividade do 
reflexo colinérgico, um potente mecanismo endógeno de controle da inflamação (MORÉ; 
TEIXEIRA; MARTINS, 2018). 
O nervo vago, como vimos anteriormente, inerva uma boa parte da orelha, 
sendo o principal nervo da parte parassimpática do sistema nervoso autônomo do 
nosso organismo. 
O sistema parassimpático é responsável por estimular ações que permitem ao 
nosso organismo responder a situações de calma, como se acalmar após situações de 
estresse, a saciedade, o repouso, entre outros. O nervo vago é importante no controle 
da função das vísceras e dos processos inflamatórios (MORÉ; TEIXEIRA; MARTINS, 2018) 
O sistema nervoso central recebe pelas terminações nervosas do nervo vago as 
informações de inflamação no organismo, pela liberação de substâncias que sinalizam 
essa inflamação. Então, através de fibras do nervo vago, que levam a informação 
do centro para a periferia, são enviados sinais para liberação do neurotransmissor 
acetilcolina (reflexo colinérgico).
A acetilcolina inibe a liberação de substâncias inflamatórias produzidas por 
células do sistema imune, ajudando a controlar a inflamação (MORÉ; TEIXEIRA; MARTINS, 
2018), ou seja, é um importante anti-inflamatório endógeno.
A orelha é uma das poucas áreas do corpo onde o nervo vago pode 
ser diretamente estimulado de forma não invasiva. Estudos recentes 
demonstram que os estímulos de regiões do pavilhão auricular 
inervadas pelo nervo vago potencializam o reflexo colinérgico. Assim, 
podemos notar que a auriculoterapia pode ser utilizada como um 
ativador da resposta anti-inflamatória natural, ou seja, uma forma 
de ativação fisiológica endógena (não farmacológica) de controle de 
processos inflamatórios (MORÉ; TEIXEIRA; MARTINS, 2018, p. 15).
Além desses efeitos, a acupuntura e a auriculoterapia atuam sobre a modulação 
do sistema límbico (sistema que regula nossas emoções e reações comportamentais 
ligadas à memória de informações). Pesquisas ainda estão sendo realizas com intuito 
de comprovar através de quais mecanismos essas terapias atuam.
87
Então, acadêmico, vimos de maneira breve e resumida alguns dos efeitos 
neurobiológicos que a auriculoterapia produz. A seguir, veremos como se dá a atuação 
da auriculoterapia pela visão biomédica e algumas evidências científicas que embasam 
o seu uso.
3.3 OS PONTOS AURICULARES PELA VISÃO DA BIOMEDICINA
Acadêmico, estudaremos os pontos auriculares mais profundamente no Tópico 
2 e 3 desta unidade. Dessa forma, o que você precisa entender agora é que, pela visão 
da biomedicina, todos os pontos localizados nas áreas inervadas da orelha pelos nervos 
auriculotermporal e auricular maior (relembre da Figura 3), agirão predominantemente 
no controle da dor (pela via neural descendente da dor). Já os pontos que estiverem 
localizados na área de atuação do nervo vago, terão ações mais voltadas para o controle 
da inflamação e o processamento das emoções. A seguir, na Figura 5, você verá a 
imagem dos pontos auriculares de uma forma geral. 
O nervo vago tem atuação predominante na região da concha cimba e concha 
cava, o nervo auriculotemporal tem atuação maior na região superior da orelha, fossa 
triangular, região superior da hélice, antélicee escafa, e o nervo auricular maior tem 
atuação predominante na região do lóbulo, metade inferior da hélice e antítrago.
FIGURA 5 – PONTOS AURICULARES
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3GlWHLR>. Acesso em: 15 nov. 2021.
88
3.4 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
Em 1980, Oleson, Kroening, e Bresler realizaram um estudo em que se examinou 
alguns pacientes para determinar quais áreas do corpo havia dor musculoesquelética 
e, após esse exame, outro avaliador examinava a orelha dos pacientes e identificava 
quais pontos estavam doloridos ou com aumento da condutividade elétrica da pele. 
Eles descobriram que a concordância entre as áreas de dor do corpo e orelha foi de 
75%. Esse estudo, juntamente com os estudos sobre o controle da dor e inflamação, 
despertou o interesse de vários pesquisadores. Porém, ainda hoje, os estudos 
apresentam muita heterogeneidade entre si (estudos com características muito 
diferentes), dificultando a mensuração da efetividade da auriculoterapia e das terapias 
integrativas e complementares em saúde no geral.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) reconhece a auriculoterapia por 
produzir um impacto positivo na regulação das funções corporais e reconhece que há 
áreas mais pesquisadas, como na cessação do tabagismo, na lombalgia, na cervicalgia, 
na constipação, na dor pós-operatória, na cefaleia, na dismenorreia, na insônia, nos 
sintomas de estresse, entre outras (WHO,1990). 
O tratamento da dor exige uma abordagem multidisciplinar, com recursos 
farmacológicos, terapias físicas, abordagens psicológicas e terapias complementares. 
Alguns estudos demonstraram efeitos promissores da auriculoterapia para lombalgia 
(VAS et al. 2014), para dor após fratura de quadril (BARKER; KOBER; HOERAUF, 2006), 
para dor relacionada ao câncer (YEH et al. 2015), para dismenorreia (WANG et al. 2009; 
YEH et al. 2013) e para dor pós-operatória (HE et al. 2015). Sendo que os pontos mais 
utilizados para dor foram o shen men, subcórtex e pontos sensíveis de acordo com 
a sintomatologia. Já para dismenorreia, os pontos mais utilizados foram shen men, 
fígado, rim, genitais e endócrino (MORÉ; TEIXEIRA; MARTINS, 2018). Para cessação 
do tabagismo, os mais escolhidos foram shen men e pulmão, presente em todas as 
pesquisas (MORÉ; TEIXEIRA; MARTINS, 2018).
É importante ressaltar que por mais segura que a terapêutica seja, existem 
riscos de efeitos adversos, os mais comentados pelas pesquisas são: tontura logo após 
a aplicação, irritação no local da pele, desconforto e dor local e maior sensibilidade no 
local da estimulação (MORÉ; TEIXEIRA; MARTINS, 2018).
Na pesquisa realizada por Tan e colaboradores (2014), observou-se que 
os estudos que realizaram a estimulação dos pontos auriculares por agulhamento 
obtiveram resultados positivos em favor do tratamento. Da mesma forma, os estudos 
que realizaram o estímulo por acupressão (com sementes, por exemplo) obtiveram os 
mesmos resultados favoráveis à prática. Logo, pelo menor risco potencial de efeitos 
adversos com a acupressão e sua efetividade ser igual a de utilização das agulhas, 
indica-se utilizar a acupressão por não ser invasiva e pelo risco-benefício ser melhor. 
Deve-se permanecer atento e atualizado às evidências científicas da área, pois estão 
em constante atualização e, se possível, auxiliar no futuro em pesquisas de qualidade 
na área da auriculoterapia. 
89
FIGURA 7 – AGULHAS UTILIZADAS EM AURICULOTERAPIA
FONTE: <https://bit.ly/34ZDJh5>; <https://bit.ly/3258qAc>; <https://bit.ly/33H482D> Acesso em: 16 nov. 2021.
4 MATERIAIS
Há vários materiais que podem ser utilizados na estimulação por auriculoterapia, 
o primeiro que iremos ver é por agulhamento, podendo ser utilizadas agulhas filiformes 
ou intradérmicas (Figura 7), bastante utilizado na prática de acupunturistas. 
No estímulo por acupressão, o mais difundido e simples é o uso de sementes (a 
mais utilizada é a semente de mostarda), esferas de cristais e esferas de metais, sempre 
observando se o paciente tem ou já teve alguma alergia aos metais (ouro, prata), nesse 
caso, dar preferência pelas sementes (Figura 8). Deve-se ter cuidado com a intensidade 
da acupressão, para não irritar ou machucar a pele, principalmente em idosos (MORÉ; 
TEIXEIRA; MARTINS, 2018).
As vantagens da utilização das sementes são a manipulação simples, método 
não invasivo, baixo risco de infecção, melhor aceitação dos pacientes, o paciente pode 
retirar em casa e os efeitos podem durar até sete dias (FARIAS; SILVA, 2018).
Para a aplicação da auriculoterapia, você precisará de: agulhas/sementes/
esferas, esparadrapo de boa qualidade para melhor fixação no paciente, placa ponto 
para auriculoterapia, algodão, álcool 70%, pinça anatômica e apalpador, para verificar os 
pontos mais sensíveis (veja nas imagens da Figura 9). Muitos materiais já são vendidos 
em kits, para facilitar o início da prática pelo terapeuta.
FIGURA 8 – OUTROS MATERIAIS UTILIZADOS EM AURICULOTERAPIA
FONTE: <https://bit.ly/3qvLJyx>, <https://bit.ly/324nSwq>. Acesso em: 16 nov. 2021.
90
5 AVALIAÇÃO DA ORELHA
Após realizar a anamnese e diagnóstico do paciente, passamos para a avaliação 
da orelha através da inspeção e palpação, exatamente nessa ordem para que o toque 
não altere as condições da orelha. Observamos o formato da orelha (regular, irregular, 
pequena ou grande), a cor (coloração normal, avermelhada, amarelada), presença 
de oleosidade em excesso (indicando umidade nos órgãos), inspecionamos pontos 
sensíveis (pontos que pela palpação estão doloridos) e sempre devemos avaliar as duas 
orelhas (direita e esquerda), a fim de realizarmos comparações.
FIGURA 9 – EXEMPLO DE MATERIAIS PARA AURICULOTERAPIA
FONTE: <https://bit.ly/3HmB5Ag>; <https://bit.ly/3gemk6H>. Acesso em: 16 nov. 2021.
Neste vídeo, o professor Thiago Nishida mostra os materiais essenciais para 
iniciar a prática de auriculoterapia e os mais avançados que você pode adquirir 
depois que já estiver trabalhando com essa terapia: https://bit.ly/3s2p1xC. 
DICA
91
FIGURA 10 – ALTERAÇÃO DE ARANHAS VASCULARES NA PARTE SUPERIOR DA ORELHA
FONTE: <https://bit.ly/3GIHK7G>. Acesso em: 19 nov. 2021.
Acadêmico, no Tópico 2 desta unidade, iremos aprofundar a avaliação da 
orelha pela visão da medicina tradicional chinesa, entendendo o que as 
alterações presentes na orelha podem nos indicar.
ESTUDOS FUTUROS
Uma pessoa saudável tem a orelha de tamanho proporcional ao tamanho da 
sua cabeça. Apresenta um volume cheio, relativa umidade e flexibilidade; além disso, 
sua cor é harmoniosa e a produção de cera é normal. Não mostra vasos sanguíneos ou 
alteração de cor e sensibilidade (SENNA; SILVA; BERTAN, 2012).
Se há alterações como descamações, pápulas (caroço pequeno elevado na pele), 
aranhas vasculares (pequenos vasos sanguíneos dilatados), alterações de cor, excesso 
de oleosidade, crescimento anormal de pelos, marcas de nascença, espinha, cravos, 
assimetrias, estas podem indicar que há alteração na região correspondente no corpo.
A avaliação pode ser realizada com o paciente deitado, para um relaxamento 
máximo; na posição sentada ou em pé. Pessoas podem apresentar alterações na 
orelha e não apresentar sintomas ou queixas dessa área do corpo, neste caso associe 
a palpação com o instrumento para investigar melhor. A intensidade da pressão para a 
palpação vai ser de acordo com a sensibilidade do paciente.
92
Neste vídeo, o professor fisioterapeuta Marcos Minello explica a importância 
da avaliação da orelha como diagnóstico de pacientes: https://bit.ly/344AiFR.
DICA
Após a anamnese, realiza-se o diagnóstico terapêutico, a avaliação da orelha e, 
caso necessário, a palpação. Você pode iniciar a aplicação da auriculoterapia nos pontos 
que achar mais indicado. Lembre-se de fazer uma breve explicação ao paciente sobre 
essa terapia complementar, como funciona, seus benefícios e porque a recomenda. Ao 
iniciar, retire a oleosidade da pele com algodão embebido em álcool 70%, para a limpeza 
da região e aumento da absorção do produto com a pele;espere secar e então inicie a 
aplicação.
93
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A auriculoterapia é uma técnica de estímulos realizados no microssistema da orelha 
para realizar algum efeito desejado de melhora no organismo do indivíduo.
• A orelha é formada por: hélice, antélice, escafa, trago, antítrago, lóbulo, fossa triangular, 
possui vascularização e é inervada principalmente por três nervos principais: o nervo 
auriculotemporal, o nervo vago e o nervo auricular maior.
• Na visão da biomedicina, já existem pesquisas que comprovam os efeitos da 
auriculoterapia, e que ela age através de dois mecanismos principais: o mecanismo 
do controle da dor e do controle da inflamação, pela ativação nervosa e pela ativação 
de neurotransmissores opioides no organismo.
• É importante avaliar a orelha observando suas características, alterações e inspecionar 
os pontos sensíveis. Isso pode, inclusive, ajudar no seu diagnóstico terapêutico ou 
complementá-lo.
94
1 A orelha é formada por três partes: orelha interna, orelha média e orelha externa, 
possui partes definidas, é formada por tecido cartilaginoso, possui vascularização 
e inervação. Quanto à constituição anatômica da orelha, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) A orelha externa é chamada de pavilhão auricular, dividida em escafa, lóbulo, 
hélice, antélice, trago, antítrago e fossa triangular. É inervada pelo nervo vago, 
auriculotemporal e auricular maior.
b) ( ) A orelha externa é formada por tecido cartilaginoso e adiposo. Dividida apenas 
em três partes: escafa, hélice e trago. Possui rica vascularização e inervação, 
várias são as origens das terminações nervosas que chegam até a orelha, sendo 
que as principais são nervo auriculotemporal, nervo vago e auricular maior.
c) ( ) A orelha é formada principalmente de tecido cartilaginoso, dividida em 
escafa, lóbulo, hélice, antélice, trago, antítrago e fossa triangular. Não possui 
vascularização e nem inervação, pois o tecido cartilaginoso é o único presente.
d) ( ) A orelha externa é chamada de pavilhão auricular, dividida em escafa, lóbulo, 
hélice, antélice, trago e antítrago. O nervo vago é que realiza a inervação da 
orelha externa, atuando, principalmente, na região do lóbulo e escafa.
2 Pesquisas científicas vêm cada vez mais explicando os mecanismos de ação e 
efetividade da auriculoterapia. Algumas das explicações estão embasadas na teoria 
de controle da dor e da inflamação no organismo. Sobre essas explicações, analise as 
sentenças a seguir:
I- O mecanismo de controle da dor  revela que, ao realizar um estímulo na orelha, 
acontece a ativação da via inibitória descendente da dor. Ao ser ativada, essa via leva 
estímulos até o sistema nervoso central, que automaticamente realiza a liberação de 
opioides endógenos na medula, bloqueando o estímulo doloroso e diminuindo a dor.
II- Os opioides endógenos são neurotransmissores que têm ação anti-inflamatória; os 
principais são a morfina, endorfina e dinorfina.
III- O mecanismo de controle da inflamação revela que, ao realizar um estímulo na 
orelha, acontece a ativação do sistema colinérgico. Esse sistema libera acetilcolina 
no organismo, que diminui a liberação dos neurotransmissores inflamatórios, ou 
seja, controla a inflamação.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
95
3 Alguns materiais são necessários para a aplicação da auriculoterapia pelo terapeuta. 
Eles podem variar conforme a afinidade e conhecimento do terapeuta com os 
materiais. De acordo com os estudos deste tópico, sobre os materiais que podem e 
devem ser utilizados e os cuidados necessários ao aplicar a auriculoterapia, classifique 
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) As agulhas filiformes e intradérmicas podem ser utilizadas na auriculoterapia e têm 
efeito superior quando comparada a aplicação com sementes. 
( ) Os estímulos auriculares podem ocorrer através de agulhas, sementes de mostarda, 
cristais e esferas de metais, sendo sempre necessário questionar o paciente sobre 
alergias prévias a algum desses materiais.
( ) É preferível utilizar as sementes do que a aplicação das agulhas, devido à aplicação 
com sementes ser não-invasiva, dispor de riscos menores de gerar feridas e dor na 
orelha.
( ) Para iniciar os atendimentos, são necessários os seguintes itens: a placa com 
sementes, um apalpador e uma pinça. Além disso, é importante realizar a observação 
e inspeção da orelha.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F –V.
b) ( ) F – V – V – V.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – F.
4 A biomedicina, ou também chamada de medicina ocidental contemporânea, medicina 
científica ou medicina alopática, tem posição dominante e estabelecida no mundo 
atual e seus princípios são baseados nos fundamentos biológicos das doenças. 
Disserte sobre a importância dessa visão de medicina na auriculoterapia.
5 A avaliação da orelha serve como complemento da anamnese e pode auxiliar no 
diagnóstico do paciente, já que, ao perceber alterações e regiões sensíveis, podemos 
identificar que há alterações na área correspondente do corpo. Disserte sobre quais 
itens podem ser observados na avaliação da orelha e como se constitui uma orelha 
saudável.
96
97
AURICULOTERAPIA SEGUNDO A 
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos a técnica da auriculoterapia pela visão 
da medicina tradicional chinesa. Para isso, vamos precisar recordar alguns conceitos 
estudados na Unidade 1 sobre a MTC, como as teorias dos zang fu e dos cinco elementos, 
e entender como essa ideia se aplicará na auriculoterapia.
 
Neste tópico, aprofundaremos a avaliação da orelha, utilizando os conhecimentos 
milenares chineses, veremos o mapa auricular pela visão chinesa e exemplos práticos 
desde a avaliação ao tratamento de pacientes.
Mas por que aprender a auriculoterapia segundo a MTC? É importante ressaltar 
que nas últimas décadas, no ocidente, expandiu-se uma revalorização das práticas 
integrativas complementares em saúde, com uma maior procura das populações por 
cuidados não biomédicos, em paralelo ao uso continuado da biomedicina. Isso se deve 
ao movimento ecológico e sua crítica à sociedade industrial e de consumo, que acredita 
que práticas tradicionais ou “mais naturais” devem ser resgatadas e incentivadas, ao 
invés da farmacoterapia utilizada em larga escala pela biomedicina (TESSER; NEVES; 
SANTOS, 2018). 
Há motivos interligados para o aumento dessa procura, o primeiro está associado 
a insatisfações com a biomedicina atual e o outro aos méritos próprios das práticas 
integrativas complementares, pois nestas há uma maior proximidade e solidariedade 
entre curador e doente. As formas de cuidados costumam ser mais brandas e sem 
efeitos colaterais, possuem um efeito de estimular a autocura de dentro para fora, em 
abordagem holística, entre outras características (TESSER; NEVES; SANTOS, 2018, p. 11).
Outra contribuição dessas práticas e saberes é o enriquecimento 
interpretativo e terapêutico dos profissionais de saúde: muitos 
adoecimentos “não enquadráveis”, que recebem fármacos 
sintomáticos após consultas especializadas e exames 
complementares infrutíferos, tornam-se compreensíveis na leitura 
de uma medicina alternativa complementar ou prática integrativa 
complementar, admitindo tratamento possivelmente eficaz e 
acessível. Assim, elas podem contribuir para a ampliação da clínica 
e dos recursos de cuidado (TESSER; NEVES; SANTOS, 2018, p. 12).
UNIDADE 2 TÓPICO 2 - 
98
2 RELEMBRANDO A MTC
Neste tópico, vamos recordar a medicina tradicional chinesa e suas teorias, que 
já estudamos na Unidade 1. 
Acadêmico, você lembra da teoria do Yin e Yang? Todas as coisas são formadas 
por duas energias opostas e complementares,que estão em constante movimento. 
Uma representa o claro, o movimento, o dia, o sol, o calor (yang); outra representa a 
escuridão, o repouso, a noite e o frio (yin). Quando há desarmonia entre essas energias, 
há o adoecimento. Essa teoria nos ajuda a pensar que temos algumas doenças em que 
predominam o Yin e outras o Yang é predominante, como, por exemplo: um quadro 
de crise hipertensiva tem predominância de Yang, demonstrado por uma face mais 
vermelha, cefaleia e agitação; já um quadro de edema nas pernas tem característica 
Yin, em que os sintomas estão presentes na parte inferior do corpo, podendo apresentar 
extremidades mais frias (TESSER; NEVES; SANTOS, 2018, p. 23).
Em auriculoterapia também podemos pensar que uma orelha mais pálida e/ou 
fria representa a predominância de Yin, já uma orelha com coloração avermelhada e/ou 
mais quente indica predominância da energia Yang.
2.1 ZANG FU 
Acadêmico, vamos relembrar: a teoria dos Zang Fu, que nos ensina que possuímos 
6 Zang, os órgãos, e 6 Fu, as vísceras, como apresentado no Quadro 1. Diferente da 
medicina ocidental, a medicina chinesa enxerga que esses órgãos e vísceras têm papel 
funcional e emocional no nosso organismo, já que o corpo e mente são um só. Estes 
trabalham de forma “acoplada”, um órgão influenciando no funcionamento de uma víscera 
e vice-versa, além disso, estão relacionados também à teoria dos cinco elementos.
QUADRO 1 – OS ZANG FU
FONTE: A autora
ZANG FU
CORAÇÃO INTESTINO DELGADO
PERICÁRDIO TRIPLO AQUECEDOR
BAÇO-PÂNCREAS ESTÔMAGO
PULMÃO INTESTINO GROSSO
RINS BEXIGA
FÍGADO VESÍCULA BILIAR
99
Os Zang têm a função de armazenar a energia Qi (energia universal que percorre 
nosso organismo e o mantém em pleno funcionamento) e o transformar em outras 
substâncias que são vitais ao nosso organismo, têm característica de predominância 
Yin; e os Fu têm a função de digerir e transportar os alimentos, além de eliminar seus 
resíduos, tendo característica de predominância Yang. Zang Fu liberam suas energias 
nos canais principais que possuem seu mesmo nome e percorrem todo o organismo 
do indivíduo. Por isso, pela MTC uma dor na parte anterior do ombro pode estar sendo 
gerada pelo zang-pulmão, já que seu canal principal passa nessa região. 
Na unidade anterior, no tópico de acupuntura, vimos os doze canais principais, 
ou também chamados de meridianos de acupuntura sistêmica; destes, seis têm relação 
direta com a orelha, sendo eles: triplo aquecedor, intestino delgado, estômago, vesícula 
biliar, bexiga e pericárdio. Os demais, intestino grosso, pulmão, coração, rim, fígado e 
baço-pâncreas, estão relacionados indiretamente com o pavilhão auricular através dos 
meridianos de ligação dos Vasos Maravilhosos (SOUZA, 2001).
Além das funções fisiológicas, as emoções estão interligadas aos órgãos, 
lembrando que as emoções só afetam os órgãos quando estão em excesso; sendo que 
a euforia afeta o coração, a raiva afeta o fígado, a tristeza afeta os pulmões, o medo afeta 
os rins e a preocupação afeta o baço-pâncreas; afetando também seus respectivos Fu 
acoplados.
Os órgãos estão ligados também aos sentidos, o coração está ligado ao paladar, 
o fígado à visão, o pulmão ao olfato, o baço também ao paladar e os rins à audição. 
Lembre-se que eles se manifestam (abrem-se) em regiões do corpo. Coração manifesta-
se na língua, fígado nos olhos, pulmão no nariz, baço-pâncreas na boca e os rins nos 
ouvidos.
Isso quer dizer que, em auriculoterapia, ao identificarmos que o indivíduo 
apresenta uma tristeza reprimida em relação a um fato familiar, uma dor na região 
anterior do ombro que passa pelo meridiano do pulmão (anosmia), um dos pontos 
O termo “Vasos Maravilhosos” refere-se na MTC a vasos extraordinários, 
extras, que funcionam como fonte de energia para os canais principais, 
tendo trajetos diferenciados, mas possuem pontos dos próprios canais 
principais. São em número de 8, e os mais conhecidos são chamados de 
Vaso Concepção e Vaso Governador.
NOTA
100
que poderemos utilizar por essa visão em MTC será o pulmão e seu acoplado intestino 
grosso. São diferentes situações, que podem estar associadas ou não no indivíduo, mas 
que poderão ser tratadas com os mesmos pontos.
2.2 CINCO ELEMENTOS
Vamos relembrar agora a teoria dos cinco elementos ou cinco movimentos, 
ou, em chinês Wu Xing, pela MTC, todas as coisas do universo consistem em cinco 
elementos básicos presentes na natureza: fogo, terra, metal, água e madeira, de seus 
movimentos e de suas transformações. Através de suas observações, os chineses 
associaram a natureza à vida humana e suas relações.
Em escritos do Imperador Amarelo, encontra-se o exemplo de que a terra é 
onde nascem os dez mil seres, a água e o fogo são as coisas que as pessoas comem 
e bebem, o metal e a madeira são as coisas com que as pessoas trabalham. Pela MTC, 
todos os elementos estão em uma relação de interdependência.
Cada elemento tem suas características e funções, como exemplo, segundo 
Maciocia (1996), a terra representa a estabilidade, a neutralidade, permite a disseminação, 
o crescimento, a nutrição e a colheita; o fogo tem chama em ascendência, queima, 
aquece, movimenta; a madeira representa o movimento expansível e exterior em 
todos as direções, pode ser dobrada e esticada, representa, também, a harmonização, 
a geração; o metal representa a purificação, solidez, vibração, a contração, pode ser 
moldado e endurecido; a água umedece em descendência, limpa, refresca, penetra.
Além disso, os elementos possuem associação com as emoções, com os zang 
fu, com os sentidos, estações do ano, entre outros. A seguir, podemos relembrar essas 
associações: 
• O fogo está ligado ao coração e intestino delgado, mais ainda ao pericárdio e triplo 
aquecedor; a cor que o representa é vermelha, sabor amargo, manifesta-se na língua; 
no corpo, rege os vasos sanguíneos, sua emoção é a euforia, estado de calor, controla 
a mente consciente e o sono. 
º O coração é considerado o Imperador de todos os órgãos e vísceras, abriga a 
consciência (shen) e governa o xue, está relacionado com a fala e o sono.
º O intestino delgado recebe o alimento, extrai, absorve e transporta a parte sólida 
para o intestino grosso e a parte líquida para a bexiga.
º O pericárdio é o “escudo” do coração, recebe as informações dos órgãos e as 
metaboliza para enviar ao coração.
º O triplo aquecedor é como se fosse nosso metabolismo, local onde os três Jiao 
se comunicam: o aquecedor superior com a função cardiopulmonar, o aquecedor 
médio com a função digestiva e o aquecedor inferior com a função geniturinária.
101
• A terra está ligada ao baço-pâncreas e ao estômago, à umidade, à cor amarela, ao 
sabor doce; rege a “carne”/músculos, sua emoção é a preocupação, pensamentos 
obsessivos; manifesta-se na boca.
º O estômago é considerado o Fu mais importante, já que dá passagem aos 
nutrientes transformados pelo baço, ajudando a produzir Qi.
º O baço-pâncreas tem funções essenciais pela visão da MTC, entre elas: a digestão 
e assimilação dos nutrientes vindos dos alimentos, mantém o sangue dentro 
dos vasos, mantém os órgãos em seus lugares, governa os quatro membros, 
rege o tecido conjuntivo dando sustentação e forma à carne, além de manter a 
concentração e a memorização.
• A madeira está ligada ao fígado e vesícula biliar, à cor verde, ao vento, ao sabor azedo; 
rege os tendões/tecido conjuntivo, manifesta-se nos olhos e unhas, sua emoção é a 
raiva. 
º O fígado conduz harmonicamente o Qi pelo organismo, armazena o xue, rege 
tendões, músculos e unhas, leva o xue para que os músculos possam se mover, 
abriga a alma etérea, o planejamento e sentido da vida.
º A vesícula biliar tem função digestiva, armazena a bile, é considerada a única 
víscera que armazena uma substância pura, atua em nível emocional com função 
de decisão e coragem.
• O metal está ligado aos pulmões e intestino grosso, sua emoção é a tristeza, está 
ligado à secura; rege a pele e pelos, manifesta-se no nariz, na cor brancae no sabor 
picante. 
º Os pulmões governam o Qi e a respiração, impulsionam o Qi nos vasos sanguíneos, 
controlam toda a superfície da pele, a saída do suor e a abertura dos poros, realizam 
a proteção contra agentes patógenos externos, como o frio e calor; abrigam a 
alma corpórea instintiva.
º O intestino grosso tem a função de excretar o que recebe do intestino delgado 
pelas fezes e trabalhar na imunidade corporal.
• A água está relacionada à cor preta ou à azul escuro; ligada aos rins e bexiga, ao sabor 
salgado, ao frio; sua emoção é o medo, rege os ossos e abre-se nos ouvidos.
º Os rins armazenam a nossa essência herdada (Jing), governam o nascimento, 
crescimento e reprodução, nutrem os ossos, a coluna, os dentes e o cabelo, 
controlam os orifícios inferiores e abrigam a nossa força de vontade.
º A bexiga possui a função de reservatório da urina.
Ao integrar a teoria dos Zang Fu com a teoria dos cinco elementos, conseguimos 
observar manifestações destes nos nossos pacientes e podemos realizar o estímulo de 
pontos ligados a essas teorias. Exemplo: um paciente com hipertensão arterial pode ter 
fogo em excesso e, com isso, podemos utilizar os pontos de água para controlar esse 
fogo, ou pode ter elemento madeira em excesso, gerando fogo em excesso e, nesse 
caso, quem controla madeira é o metal, podemos, então, utilizar pontos ligados ao metal 
para esse controle. Por isso, a anamnese e diagnóstico do seu paciente é fundamental 
e a teoria dos cinco elementos pode ser útil tanto no diagnóstico como no tratamento.
102
FIGURA 11 – RESUMO CINCO ELEMENTOS CICLO DE GERAÇÃO E CONTROLE
FONTE: <https://bit.ly/3ghYWW0>. Acesso em: 22 nov. 2021.
Na Figura 11, as setas externas indicam o ciclo de geração, em que cada elemento 
dá origem ao seu seguinte, chamados de mãe-filho; as setas internas da figura indicam 
o ciclo de controle, em que cada elemento controla e é controlado por outro elemento, 
chamado avó-neto. 
Lembre-se! Esses ciclos são naturais e fisiológicos, viram patologia quando há 
desequilíbrio nessas transformações e movimentos. O símbolo do Tai está representado 
no meio da Figura 11, por indicar o equilíbrio entre as energias. Quando há fluidez entre 
os elementos, há equilíbrio entre Yin e Yang.
Se fizermos uma analogia com a biomedicina, estes dois ciclos (geração e dominância) 
podem ser considerados como o sistema simpático e o parassimpático, em que os sistemas 
controlam um ao outro e, juntos, estão em equilíbrio (TESSER; NEVES; SANTOS, 2018).
Assista ao vídeo do professor fisioterapeuta Marcos Minello, em “Como criar um 
protocolo em Auriculoterapia usando os cinco elementos”, de forma resumida: 
https://bit.ly/3ofERDN. 
DICA
103
FIGURA 12 – MERIDIANOS EM LIGAÇÃO COM A ORELHA
FONTE: <https://bit.ly/3ATINPG>. Acesso em: 24 nov. 2021.
3 MAPA AURICULAR CHINÊS E UTILIZAÇÃO DOS PONTOS
A seguir, veremos o mapa auricular chinês por partes, baseado nos estudos 
de Huang Li Chun. Lembre-se que há muitos mapas disponíveis nos sites e livrarias e, 
dependendo da teoria que seguem, os pontos podem estar levemente deslocados ou 
até localizados em região diferente da orelha, conforme cada teoria e mapa.
Além dessas teorias contemplarem a auriculoterapia, ainda temos a relação dos 
próprios canais regulares/meridianos com a orelha, como representado na Figura 12, 
os canais do intestino delgado (vermelho escuro), triplo aquecedor (laranja), intestino 
grosso (preto), bexiga (azul claro), vesícula biliar (verde) e estômago (amarelo) chegam 
diretamente na orelha, os demais canais têm relação indireta com a orelha através de 
outros colaterais, os Vasos Maravilhosos.
Para iniciar sua prática, é interessante ter por perto um modelo de mapa 
auricular resumido e em tamanho ampliado, para auxiliar na localização 
dos pontos, como no exemplo da Figura 13.
INTERESSANTE
104
FIGURA 13 – MAPA AURICULAR CHINÊS
FONTE: <https://bit.ly/3gjXaU0>. Acesso em: 24 nov. 2021.
• Lóbulo: os principais pontos desta região são dente (usado para o tratamento de 
odontalgias e periodontites), língua (para tratamento de afecções da língua, glossite, 
fissuras linguais), maxilar (para tratamento das odontalgias, artrite e subluxação da 
articulação temporomandibular), neurastenia (tratamento dos estados de neurastenia 
e transtornos do sono, despertar fácil, pesadelos e sonhos excessivos), olho (para 
o tratamento de qualquer problema oftalmológico, como conjuntivite, glaucoma), 
ouvido interno (para tratamento de hipoacusia, tinidos, otite, vertigem), amígdala (no 
tratamento da amigdalite e faringite) e ansiedade (para tratamento de ansiedade, 
depressão, estresse e fadiga).
105
• Antítrago (parte externa): os principais pontos são a parótida (para tratamento de 
dermatites em geral), asma (tratamento da asma), temporal ou tai yang em algumas 
literaturas (em enxaquecas e cefaleias temporais), frontal (para enxaquecas e 
cefaleias frontais, fortalece a mente, perdas de memória), occipital (acalma a vertigem 
e tontura produzida por transtornos do ouvido interno, função hipotensora e para 
cefaleia occipital, acalma o pânico e a convulsão), hipófise (utilizada em transtornos 
ginecológicos devido ao sistema endócrino, amenorreia, menstruação irregular, 
diabetes, hemorragia uterina), área de neurastenia (área que pode ser estimulada 
para alívio da insônia como potencializador dos efeitos dos demais pontos).
• Antítrago (parte interna): tálamo (atua no controle da temperatura corporal, problemas 
endócrinos-metabólicos, edemas, sonolência, letargia), testículo (trata impotência, 
esterilidade masculina, prostatite), ovário (trata desordens menstruais, esterilidade 
feminina), subcórtex (utilizado para doenças do sistema nervoso, digestivo e 
cardiovascular), tronco cerebral (tem ação sedativa, estimula a mente e acalma o 
espírito, síndrome do pânico, epilepsia, neurose).
• Incisura intertrágica: ouvido externo (para problemas no ouvido, surdez, tinido, 
hipoacusia, lesões dermatológicas, neuralgias do pavilhão auricular, vertigem).
• Trago: os principais pontos são ápice do trago (ação anti-inflamatória, antitérmico, 
sedante e analgésica, tratamento de febre), suprarrenal (ativa as glândulas 
suprarrenais, antitérmico, controla tônus vasomotor, contra indicado em pacientes 
com hipertensão e hemorragias), nariz externo (trata doenças da área do nariz, 
inflamações, acne), sede (regula o mecanismo da sede, diabetes, enurese), fome 
(regula o apetite, ajuda na obesidade e polifagia), órgão coração (tratamento da 
taquicardia e fibrilação) e nervo auriculotemporal (para neuralgias do trigêmeo, 
enxaquecas, vertigens).
• Fossa escafoide ou escafa: falanges (para o tratamento de todos os problemas nos 
dedos das mãos, entorses, luxações, parestesia, dermatites), articulação do punho 
(tenossinovites de punho, síndrome do túnel do carpo), cotovelo (problemas na região 
como epicondilite, traumas, entorses), ombro (artrite de ombro, subluxações), alergia 
(asma, rinite, dermatite atópica), nervo auricular maior (trata dor cervical, tensão 
cervical, dores em geral).
• Fossa triangular: hipotensor (para tratamento de hipertensão), pelve (inflamações 
pélvicas, dores no baixo ventre), shen men (ação analgésica e sedante, utilizado 
como potencializador de outros pontos, acalma o espírito), genitais internos ou útero 
(trata dismenorreia, endometrioses e disfunções sexuais), articulação coxofemoral 
(inflamações na região inguinal, algias da região), constipação (tratamento da 
constipação).
106
• Antélice: cervical (transtornos da região cervical), torácica ou dorsal (dores na região 
torácica), lombar (para o tratamento de lombalgias de qualquer etiologia), sacro 
(trata sacrolombalgias), tórax (angina, sensação de opressão torácica, neuralgias 
intercostais), abdome (constipação, dores no abdome), tireoide (tratamento dos 
distúrbios da tireoide), glúteo (algias da região glúteo, sacro e ciatalgias), nervo ciático 
(para dores de origem ciática), nervo simpático (regula o sistemaneurovegetativo, 
acalma dores de órgãos internos).
• Região superior da antélice: artelhos (tratamento dos problemas dos dedos dos 
pés, entorses, micoses, traumas), calcâneo (esporões, dores), joelho (problemas nos 
joelhos, entorses, artrite, artrose), tornozelo (para afecções do tornozelo), quadril 
(problemas na articulação do quadril e ciatalgias).
• Raiz da hélice: principais pontos são o ouvido central (regulação dos órgãos internos, 
sistema digestivo e cardiovascular e enurese noturna), diafragma (libera espasmos 
do diafragma, trata problemas dermatológicos).
• Pontos que circundam a raiz da hélice: boca (problemas na cavidade bucal, laringe, 
faringe, traqueíte), esôfago (esofagite, disfagia), cárdia (trata o refluxo gastroesofágico, 
náuseas), estômago (tratamento de gastrites, úlceras gástricas, cefaleia frontal), 
duodeno (úlceras duodenais), intestino delgado (dispepsia, diarreias, constipação, 
distensão abdominal), intestino grosso (transtornos intestinais, dermatites, distensão 
abdominal).
• Concha cimba: principais pontos são rim (para manutenção e conservação do estado 
de saúde, estados de debilidade geral, enfermidades crônicas, nefrite, dor lombar e 
dos joelhos, dor no calcâneo, neurastenia, transtornos neurovegetativos, artralgias, 
tinido e hipoacusia, enfermidades oftalmológicas, alopecia, edema), bexiga (regula a 
atividade funcional da bexiga, elimina a umidade calor patogênica da mesma, trata 
polaciúria, disúria, retenção urinária), fígado (favorece a atividade funcional do fígado 
e a drenagem da vesícula biliar, fortalece a função do baço e do estômago; controla a 
região intercostal, desobstrui os canais e acalma a dor, utilizado para hepatite crônica, 
sequelas de hepatite, afecções das vias biliares, gastrite crônica e da distensão 
abdominal, afecções ginecológicas, hipertensão, fleuma, vertigens, paralisia facial, 
enfermidades dos olhos, ativa a circulação de sangue e tonifica a energia), vesícula 
biliar na orelha direita e pâncreas na orelha esquerda (pancreatite, diabetes, gosto 
amargo na boca, rigidez de nuca).
• Concha cava: os principais pontos são coração (fortalecimento da atividade funcional 
do coração, regula a pressão arterial, acalma o espírito, ativa a circulação de sangue, 
trata enfermidades cerebrovasculares, cardiopatias, transtorno do sono, hiperidrose, 
disartria), pulmão (inferior é homolateral, superior é heterolateral, trata dispneia, 
tosse, bronquite, asma, pneumonias, resfriados, rinite, faringite, sinusite, afonia, 
dermatites, alopecia, constipação, diverticulose), baço (usado para tratamento 
107
dos transtornos digestivos, diarreia, constipação, eczema de pele, hemorragias, 
prolapsos, algia e perda de força dos quatro membros), endócrino (trata disfunção da 
tireoide, diabetes, artrite reumatoide, lúpus eritematoso, alergias, edemas de origem 
endócrina, obesidade).
• Hélice: o ponto ápice da orelha (tem função anti-inflamatória, hipotensora, antialérgica, 
clareia a visão), os pontos hélice/helix de um a seis (tem efeito potencializador 
anti-inflamatório e para condições febris), nervo occipital menor (efeito sedante 
e analgésico, trata cefaleia occipital, neuralgia do nervo occipital menor e dor do 
pavilhão auricular), há uma área intitulada área de tumor que serve apenas como 
diagnóstico.
Acadêmico, os pontos serão escolhidos conforme a sintomatologia do paciente, 
ao realizar a anamnese e o diagnóstico, elencamos os pontos principais que podem ser 
utilizados já na primeira consulta. Recomenda-se o uso, em média, de seis a oito pontos, 
para que o estímulo não seja excessivo, mas quanto mais assertivo seu diagnóstico, 
menos pontos serão necessários. 
 
Antes de colocar os pontos, pode-se realizar a inspeção com o apalpador, para 
análise da região a ser estimulada, o ponto mais sensível à palpação é onde deve-se 
colocar a semente, desde que a região esteja hígida. Pode ser realizada a palpação 
direta com o dedo (digital) ou indireta com o apalpador, com instrumento pontiagudo, 
como o apalpador com ponta esfera e metálica. Após, higieniza-se a orelha com algodão 
embebido em álcool 70% para retirar a oleosidade superficial da pele e, depois que secar, 
coloca-se a semente no ponto escolhido.
Pela MTC, os pontos principais para utilização são: rim, vesícula biliar, fígado, 
bexiga, intestino grosso, intestino delgado, estômago, pulmão, coração, triplo aquecedor 
e baço. Esses pontos são indicados para a melhora do funcionamento fisiológico 
dos órgãos, da fisiologia energética dos Zang-Fu (beneficiando também os tecidos e 
emoções) e para manter o livre fluxo de Qi e Xue nos canais, para tratar as sintomatologias 
no trajeto do respectivo meridiano (TESSER; NEVES; SANTOS, 2018).
3.1 AVALIAÇÃO DA ORELHA PELA MTC 
A avaliação da orelha inicia na observação dela, não se deve tocar antes de 
observar. Na observação, procura-se por pequenas diferenças sobre uma região ou 
um ponto (AMARAL; MEJIA, 2015). Pela MTC, a cor branca indica um padrão de frio, 
cor azulada ou preta indica dor, vermelha indica ascensão do Yang do fígado, pessoa 
que se irrita facilmente; orelha cinza indica problemas pulmonares, orelha amarelada 
indica problemas no estômago e baço-pâncreas, orelha esverdeada indica problemas 
no fígado. 
108
Os lóbulos são um indicador de prognóstico, já que se estão brilhantes e 
levemente úmidos indicam bom prognóstico, e secos e murchos indicam prognóstico 
ruim. A orelha edemaciada indica fator patogênico, padrão de excesso; orelha fina pode 
indicar deficiência de Qi ou xue (MACIOCIA, 2007).
Na Figura 14, podemos observar que a cor vermelha está presente em quase 
toda a orelha, isso pode indicar a ascensão do Yang do fígado, como uma hipertensão 
arterial, por exemplo. Nesse caso, provavelmente essa pessoa se irrita facilmente, além 
disso, na imagem, é possível visualizar uma pápula avermelhada na região do antítrago, 
perto do ponto frontal, subcórtex, podendo indicar pontos sensíveis nessa região.
Orelhas proporcionais e lóbulos fartos indicam boa constituição energética, 
pequena indica constituição energética fraca. Orelhas muito grandes indicam deficiência 
dos rins, por isso é comum a orelha crescer com o envelhecimento. É comum aparecer 
descamação em doenças degenerativas. Orelha com corte na diagonal do lóbulo indica 
desequilíbrio no meridiano do coração, orelha torta ou com qualquer tipo de deformidade, 
pessoa muito irritável. Se a orelha for “craquelada”, com a consistência parecida com a de 
um isopor, indica problemas de pulmão causados pelo cigarro (AMARAL; MEJIA, 2015).
FIGURA 14 – ORELHA COM COR VERMELHA
FIGURA 15 – ORELHA DE UM IDOSO
FONTE: <https://bit.ly/3B0g108> Acesso em: 25 nov. 2021.
FONTE: <https://bit.ly/34sCdnt> Acesso em: 26 nov. 2021.
109
Na orelha da Figura 15, pode-se observar um aumento do tamanho da orelha, 
um corte em diagonal no lóbulo indicando desarmonias no meridiano do coração, um 
ponto mais escurecido na região do ponto temporal, frontal, um leve edema na região 
lateral do lóbulo, na região do ponto ouvido interno e o murchamento da orelha, o que é 
comum acontecer com o passar da idade, assim como o aumento da orelha que também 
pode ser observado na figura.
A presença de aranhas vasculares ou cordões vasculares indica energia 
estagnada, assim como presença de muitos cravos. Orelha com antélice colada na 
hélice pode significar doença autoimune (AMARAL; MEJIA, 2015).
Na Figura 16, é possível observar aranhas vasculares na região dos pontos do quadril 
e sacro (marcados dentro do círculo), presença de cravos indicando estagnação de energia 
na região de pulmão e tálamo, uma região avermelhada e edemaciada perto do ponto do 
baço e umidade maior (oleosidade) na região de fígado, pâncreas e vesícula biliar.
Como podemos observar, existem muitos formatos, tamanhos, cores e constituições 
de orelhas. Na prática dia a dia, você consegue perceber as alterações mais comuns e prever 
pontos sensíveis ou regiões em que há problemas correspondentesno organismo. 
Lembre-se de pedir para o seu paciente retirar os adereços da orelha antes da 
avaliação e para o tratamento, depois poderá recolocar. Os adereços que não forem de 
fácil remoção, permanecem, lembrando que pontos perfurados não recebem estimulação, 
nem positiva e nem negativa, pois, no decorrer do tempo, a área perde a inervação daquele 
ponto e aquele item não gera mais estímulos, o corpo se adaptou a ele.
FIGURA 16 – ORELHA COM ARANHAS VASCULARES E ESTAGNAÇÃO
FONTE: A autora
110
FIGURA 17 – DIFERENTES CONSTITUIÇÕES DE ORELHAS
FONTE: <https://bit.ly/3HmE6kb> Acesso em: 26 nov. 2021.
4 RESOLVENDO CASOS E PRÁTICA
Neste subtópico, iremos refletir sobre alguns casos práticos, para que possamos 
aplicar o tratamento com auriculoterapia pelas visões que já aprendemos até agora, 
sendo a biomedicina e a MTC. Se necessário, retorne nas páginas anteriores para 
visualizar os pontos e suas funções.
CASO 1: um paciente com 36 anos, profissão programador de computador, 
chega com dor cervical e nota rigidez cervical há três anos, sem história de trauma e 
com piora nos períodos de estresse emocional. Não há nenhuma alteração visível na 
inspeção da orelha; à palpação, nota-se sensibilidade aumentada na região cervical e 
ponto ansiedade. 
Neste caso, pela visão da biomedicina, iríamos aplicar a auriculoterapia no 
ponto da cervical e nos pontos da região inervada pelos nervos auriculotermporal e 
auricular maior, podendo ser aplicado o próprio ponto nervo auricular maior. Já pela 
MTC, podemos colocar o ponto do fígado, já que a dor piora com estresse, e o fígado 
está relacionado aos músculos e tendões, auxiliando no relaxamento muscular e no 
controle emocional.
CASO 2: paciente jovem apresenta tosse produtiva, acompanhada de obstrução 
nasal e dispneia. O quadro permanece há uma semana, porém ela já apresentou vários 
episódios no passado. Na inspeção da orelha, observa-se coloração normal, com cravos 
presentes na região do ponto do pulmão e leve edema no ponto do baço. Neste caso, 
pela visão da biomedicina, iríamos aplicar algum ponto da região inervada pelo nervo 
vago, podemos aplicar o ponto do pulmão, já que apresenta sintomas respiratórios. Pela 
111
visão da MTC, poderíamos adicionar o baço, para ajudar a retirar a umidade em excesso 
representada pela obstrução nasal. Podemos, também, utilizar o intestino grosso, que é 
acoplado do pulmão e pode ser adicionado o ponto do tórax.
CASO 3: uma paciente de 27 anos, estudante, com queixa de cólica menstrual 
importante, fluxo escuro e com coágulos. Ela relata que sempre sentiu essas cólicas 
durante o ciclo menstrual, mas houve agravamento dos sintomas nos últimos dois anos, 
vida sexual ativa, sem queixas. Na avaliação da orelha região com aranhas vasculares 
no ponto fígado, sem outras alterações, dor à palpação da região do útero. Neste caso, 
podemos utilizar, pela visão da biomedicina, o útero e nervo auricular maior ou pontos da 
região inervada pelo nervo auriculotemporal. Pela MTC, precisamos trabalhar o fígado, que 
ajuda a regular o ciclo menstrual, pode ser colocado o ponto do abdome ou shen men. 
A seguir, veremos uma checklist de como realizar a prática em auriculoterapia:
• Anamnese.
• Diagnóstico pela MTC.
• Observação da orelha.
• Palpação da orelha.
• Limpeza da orelha com álcool 70%.
• Aplicação da semente nos pontos escolhidos.
• Estímulo de acupressão da semente.
• Orientações ao paciente.
Ao realizar a anamnese, é importante anotar as queixas principais do paciente 
e qual o objetivo do tratamento, o que o paciente quer melhorar, quais são suas 
expectativas em relação ao tratamento. Perguntar sobre o histórico da doença, quando 
iniciou, de que forma, se houve algum outro acontecimento importante na época; se a 
queixa estiver relacionada à dor, caracterizar o local da dor, tempo de duração, como ela 
se apresenta (pontada, queimação, contínua, entre outras), se é aguda ou crônica (mais 
de três meses de duração).
A estimulação auricular pode provocar reações de dor, calor e 
adormecimento da orelha. Já no corpo, pode provocar reações de calor, 
pontadas, adormecimento, dor, formigamento, garganta seca, peso, frio, 
movimentos peristálticos, sensação de vazio total do estômago. Todas 
essas reações são normais e tendem a passar em curto período. Se 
seu paciente apresentar reação alérgica ao uso de sementes, peça que 
as retire imediatamente e, após excluídas outras causas, não retorne 
a utilizar novamente. Cuide com o uso de agulhas semipermanentes 
em pacientes com dificuldade de cicatrização ou circulação, como os 
diabéticos, pois pode gerar uma ferida que custará a ser curada.
IMPORTANTE
112
Nesse momento, ter empatia e saber ouvir o paciente com atenção, são 
elementos fundamentais e que ajudarão na formação de um vínculo inicial. Todos os 
dados que o indivíduo trouxer devem ser anotados em uma ficha de avaliação que 
ficarão com o terapeuta para acessos futuros. Se você tiver conhecimento de outras 
avaliações que possam ajudá-lo a mensurar a melhora do paciente, você pode realizar 
nesse momento, para que, após as sessões realizadas, você possa mostrar ao paciente 
sua evolução e resultados do tratamento.
Durante o tempo que você ouve, questiona e anota os dados do paciente, já é 
necessário ir acessando em sua mente os possíveis diagnósticos do paciente. Não é 
necessário fechar um diagnóstico logo na primeira consulta, pois muitas vezes, durante 
as próximas sessões, o paciente traz mais informações que o ajudarão a fechar seu 
diagnóstico. É importante que você estude, revise quando necessário e consiga realizar 
o diagnóstico do paciente, pela MTC ou por qualquer outra racionalidade médica que 
você seguir.
A partir de então, explique ao seu paciente como funciona a auriculoterapia e 
seus benefícios. Você pode utilizar outras terapias complementares e, ao final, adicionar a 
auriculoterapia no seu paciente, ou pode realizar apenas a auriculoterapia. O importante 
é que o paciente saiba o que está fazendo e aceite realizar, no intuito de sua melhora.
Realizar a observação da orelha (direita e esquerda) anotando qualquer alteração 
existente e observando sua relação com as queixas. A seguir, pode ser realizada a 
palpação direta com o dedo (digital) ou indireta com o apalpador. Dirija a palpação para 
as áreas auriculares que você suspeita serem reativas por sua correspondência com as 
partes do corpo em que o paciente tem dor ou queixas relatadas.
A seleção de pontos deve ser criteriosa. Os pontos auriculares de maior efeito 
sobre os distúrbios serão os pontos que apresentarem alterações durante a avaliação 
(sensibilidade à palpação ou alterações na coloração, na morfologia ou vascularização), 
sendo então selecionados para o início de tratamento. Após a seleção, aplicar a semente 
no ponto escolhido. Lembre-se, o ideal é, no máximo, oito pontos para o estímulo não 
FIGURA 18 – ANAMNESE
FONTE: <https://bit.ly/3gkfLzA> Acesso em: 26 nov.2021.
113
ser em demasia, é necessário realizar a acupressão e pressionar a semente no local. 
Pedimos que o paciente também realize essa acupressão em casa, diariamente, 
enquanto durarem as sementes no local. A duração das sementes na orelha está ligada 
à oleosidade da pele, à qualidade do esparadrapo utilizado e à quantidade de vezes 
que molha e seca a orelha. O ideal é que durem de cinco a sete dias e que a sessão de 
auriculoterapia seja semanal.
Quanto à semente, há uma preferência pelo uso da semente de mostarda pelo 
seu formato redondo e tamanho, e pela cor amarela, por ficar mais discreta na orelha. A 
semente de cor preta fica mais visível à distância e algumas pessoas podem não gostar. 
Converse com seu paciente. O importante é que tenha uma superfície polida e a forma 
mais redonda possível.
Não há um consenso sobre qual lado da orelha aplicar; algumas teorias aplicam 
a auriculoterapia no lado que o corpo também está acometido, por exemplo: dor no pé 
direito, aplica-se na orelha direita. Já outras teorias, indicamque haja a troca semanal 
da orelha, para que o corpo compreenda que há novos estímulos diferentes; a aplicação 
deve ocorrer no lado de dominância do paciente (destro, lado direito; canhoto, lado 
esquerdo).
A auriculoterapia por ser um tratamento complementar em saúde não tem 
tempo máximo de duração que possa ser aplicada, mas o ideal é que sejam de 6 a 10 
semanas de tratamento. Na terceira sessão, é importante que seu paciente já esteja 
notando melhora, se isso não estiver acontecendo, você deve observar se os pontos 
estão sendo colocados na posição correta ou trocar por outros pontos que possam 
trazer mais benefícios.
Sobre a escolha dos pontos, você não precisar utilizar os mesmos pontos em 
todas as sessões, isso pode variar conforme sua reavaliação semanal dos sintomas do 
paciente. Mas procure trocar poucos pontos de uma semana para outra, para que você 
possa observar quais pontos estão fazendo a diferença naquele indivíduo. 
Ao final da sessão, relembre o paciente de realizar a acupressão em casa e realize 
orientações gerais conforme o diagnóstico daquele paciente (mudança de hábitos de 
vida, hábitos alimentares, higiene do sono, redução de estresse, entre outros). Lembre-
se que a melhora do paciente não depende só de você, aluno ou terapeuta, você é 
apenas o guia para que essa melhora ocorra.
Se você tiver um mapa auricular disponível, isto auxilia na escolha e aplicação 
dos pontos na prática diária. Além disso, você pode ter consigo resumos de pontos 
básicos para busca rápida, estes também se encontram disponíveis em alguns sites e 
livros, existem inúmeros protocolos que podem ser utilizados conforme as queixas do 
paciente, mas lembre-se que cada paciente é único e precisa ser tratado de maneira 
individualizada.
114
De maneira geral, pela visão da MTC, para distúrbios musculoesqueléticos os 
pontos mais utilizados são rim, fígado e baço. Para alterações emocionais, o fígado e o 
coração; para distúrbios digestórios, os mais utilizados são estômago, intestino delgado, 
fígado e baço; para distúrbios respiratórios, rim, baço e pulmões. Na saúde da mulher, 
os pontos mais utilizados são rim, fígado e baço. Nos distúrbios dermatológicos, são os 
pulmões, fígado e yang do fígado (TESSER; NEVES; SANTOS, 2018).
A auriculoterapia é uma terapia física de prática simples, de baixo custo, 
que pode ser realizada de forma não invasiva e com ótimos efeitos já comprovados 
cientificamente. Na Figura 19, foi realizada a primeira sessão de auriculoterapia para 
paciente com dor no joelho e dor lombar, e tratamento da ansiedade. 
Como exemplo, os pontos utilizados foram: ansiedade e neurastenia (no lóbulo), 
joelho (na região superior da antélice), lombar (na antélice), estômago (na raiz da 
hélice), rim (na concha cimba), intestino delgado (no bordo superior da raiz da hélice) 
e subcórtex (na região do antítrago). Nessa aplicação, foram utilizadas sementes de 
mostarda amarela. Foi orientada a acupressão diária pelo paciente em casa, e a nova 
sessão após sete dias.
Para estudos sobre o diagnóstico na MTC, é indicado o livro Fundamentos 
da Medicina Chinesa, de Giovanni Maciocia, da editora Roca, 2021.
DICA
FIGURA 19 – EXEMPLO AURICULOTERAPIA COM SEMENTES
FONTE: A autora
115
FIGURA 20 – RESUMO DA PRÁTICA EM AURICULOTERAPIA
FONTE: Farias e Silva (2018, p. 47)
116
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A visão da MTC adiciona à auriculoterapia, as explicações conforme as teorias do 
Yin e Yang, Zang Fu, cinco elementos e canais regulares de energia. Sendo que os 
órgãos têm sua função fisiológica e, também, emocional.
• A teoria dos cinco elementos nos auxilia no diagnóstico pela MTC, já que estes 
elementos (fogo, água, terra, metal e madeira) devem estar sempre em movimento 
dinâmico no nosso organismo para a manutenção da saúde. Quando ocorrem 
estagnações, excessos ou faltas desses elementos, há o desequilíbrio que gera 
doenças. Além disso, há canais regulares que passam diretamente pela nossa orelha 
e outros que se ligam indiretamente a ela.
• O mapa auricular chinês mostra muitos pontos de utilização em cada parte da orelha. 
É necessário estudá-lo e saber a função dos pontos e a sua localização correta para 
a aplicação.
• É necessário realizar a avaliação da orelha através da observação e palpação, sabendo 
que pequenas alterações podem demonstrar alterações orgânicas do paciente, 
sem esquecer de uma boa anamnese e diagnóstico. Após, realizar a aplicação e a 
acupressão (estímulo) dos pontos escolhidos.
• A MTC traz conhecimentos adicionais e complementares à visão da biomedicina e 
podemos utilizar os dois em nossa prática clínica.
117
1 A teoria dos cinco movimentos nos revela que tudo que existe no universo, 
inclusive o corpo humano, é composto de cinco elementos que estão em constante 
transformações, são eles: o fogo, a terra, o metal, a água e a madeira. Esses elementos 
geram uns aos outros e, também, controlam uns aos outros e essa harmonia reflete 
no equilíbrio e na saúde. Sobre a teoria dos cinco movimentos, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) O movimento do fogo é acender, sua característica principal é o calor. Está ligado 
ao coração e ao pericárdio, o sabor ao qual está relacionado é o picante.
b) ( ) A água escorre e descende, está relacionada aos pulmões e sua emoção é o 
medo. Está ligada também à bexiga e gera o elemento madeira.
c) ( ) A madeira cresce e se expande, está relacionada ao fígado e à vesícula biliar. 
Sua emoção principal é a raiva e é o combustível que gera o elemento fogo. 
Consegue controlar a terra e pode estar relacionada aos problemas tendíneos.
d) ( ) O metal é contraído e não consegue controlar a madeira, gera a água e está 
relacionado aos rins e ao intestino grosso.
2 O mapa auricular chinês é composto de inúmeros pontos em todas as regiões da orelha 
externa, esses pontos têm suas funções e podem ser utilizados através de estímulos 
com agulhas, sementes e laserterapia. Entre os benefícios da auriculoterapia, estão 
a redução da ansiedade, a melhora do sono, a melhora da dor, a regulação do ciclo 
menstrual, a diminuição de crises de enxaqueca, entre outros. Sobre a auriculoterapia 
e o mapa auricular, analise as sentenças a seguir:
I- Os principais pontos utilizados pela visão da MTC são rim, vesícula biliar, fígado, 
bexiga, intestino grosso, intestino delgado, estômago, pulmão, coração, triplo 
aquecedor e baço. Esses pontos são indicados para a melhora do funcionamento 
fisiológico dos órgãos, da fisiologia energética dos Zang-Fu, equilíbrio das emoções 
e para manter o livre fluxo de Qi e Xue nos canais energéticos do corpo.
II- Pontos utilizados para ansiedade são o ponto ansiedade e o ponto neurastenia, 
estes estão localizados na concha cimba. Além desses pontos, podemos utilizar os 
pontos do coração e intestino delgado.
III- Os pontos da coluna estão localizados na antélice e podemos utilizá-los para queixas 
de dor na coluna. Além deles, podemos utilizar para essa queixa os pontos rim e 
fígado, que estão presentes na concha cimba.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. 
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
118
3 A avaliação da orelha é importante para uma escolha de pontos assertiva e um 
tratamento que resulte em efeitos positivos. Fazem parte da avaliação da orelha: 
a observação, a inspeção e a palpação. Sobre essa avaliação, classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Pela MTC, orelhas grandes indicam perda da essência do rim, como acontece com 
os idosos, ela vai crescendo com o passar dos anos. 
( ) A presença de aranhas vasculares pode indicar estagnações, principalmente de 
xue; na área em que estiver presente, corresponde no organismo. Já a presença de 
descamações, pode indicar doenças pulmonares presentes no organismo.
( ) Uma orelhacom aspecto poroso, como de um isopor, indica pessoa com problemas 
pulmonares devido ao uso do cigarro. É necessário ter cuidado ao realizar a palpação 
desta, pois fica mais propensa a feridas mesmo com toques leves.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Pela MTC, temos inúmeros pontos contidos na orelha que podem ser estimulados 
para a melhora do desequilíbrio orgânico do indivíduo. Os pontos mais utilizados 
pela MTC são os pontos dos Zang Fu (órgãos e vísceras), pois atuam não somente 
no trajeto todo do canal respectivo do órgão como também no aspecto emocional 
relacionado a este. Acerca da imagem apresentada a seguir, identifique quais os 
pontos estão representados nesta orelha e disserte sobre a função destes e para que 
tipo de desordem poderiam ser utilizados.
FONTE: A autora
5 Na prática clínica, é importante seguir alguns passos para darmos o melhor 
atendimento para o nosso paciente/cliente. Estar presente, prestar atenção no que 
o paciente traz em consulta faz parte do processo de avaliação. Sobre a avaliação 
inicial, descreve os passos que devem ser seguidos.
119
TÓPICO 3 - 
AURICULOTERAPIA SEGUNDO A 
REFLEXOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, estudaremos a auriculoterapia pela visão da reflexologia. 
A reflexologia é bastante estudada pelas escolas francesas, baseia-se na correlação 
entre as partes do corpo com o pavilhão auricular através do estudo da embriologia.
A hipótese está ligada à embriologia, em que os órgãos e tecidos se desenvolvem 
a partir de camadas germinativas do feto, o endoderma, ectoderma e mesoderma. 
A orelha é uma das poucas estruturas que é constituída por todas essas camadas 
encontradas no embrião, e assim é formada uma rede neural na orelha do feto e do 
adulto (FARIAS; SILVA, 2018).
Neste tópico, estudaremos os fundamentos que norteiam essa visão, como 
realizar o tratamento do paciente baseando-se nesta e em como unir as visões já 
estudadas nos tópicos anteriores, MTC e biomedicina com reflexologia.
2 EMBRIOLOGIA
A embriologia estuda o processo de formação dos embriões, da fecundação 
até a formação dos seres vivos. Após a formação do ovo pela fecundação, inicia-se 
o processo de multiplicação celular que irá formar o embrião (Figura 21). Na fase de 
blástula, as células formam uma estrutura oca, cheia de líquido e inicia a diferenciação 
de algumas células.
UNIDADE 2
FIGURA 21 – DIVISÃO CELULAR EMBRIONÁRIA
FONTE: <https://img2.docero.com.br/image/l/cc88nn.png> Acesso em: 28 nov. 2021.
120
A diferenciação das células continua e é no processo de gastrulação que são 
formadas as três camadas germinativas primitivas, ou também chamadas de folhetos 
embrionários, o endoderma, ectoderma e mesoderma. 
Cada uma dessas camadas, pela sua multiplicação, vai dar origem a partes do 
organismo humano: o endoderma formará a maioria dos órgãos internos, o fígado, 
pâncreas, sistema respiratório, urinário, tireoide (exceto coração e rins) e o epitélio 
de revestimento do tubo digestivo; a ectoderma formará a epiderme (pele), sistema 
nervoso, medula espinal, nervos, cabelos, unhas, dentes, córnea, mucosa do nariz; 
a mesoderma formará os músculos esqueléticos e lisos, cartilagens, ossos, tecidos 
conjuntivos, vasos sanguíneos, glândulas endócrinas, órgãos urogenitais, tecido 
linfático, entre outros (FARIAS; SILVA, 2018) 
O que acontece é que o pavilhão auricular é uma das partes do corpo que é 
formada pelas três camadas germinativas e isso faz com que ele tenha ligação com 
todas as partes do corpo. Você lembra da inervação da orelha, vista no Tópico 1 desta 
unidade? Cada camada germinativa está ligada a uma região inervada da orelha, como 
representado Figura 23. 
Segundo Farias e Silva (2018), as camadas germinativas dão origem às estruturas 
anatômicas que compõem o corpo, sendo a orelha uma região de convergência 
complexa que é capaz de gerar reação reflexa em várias partes do corpo. Essa teoria 
da ligação das camadas germinativas com a inervação da orelha pode explicar a reação 
reflexa que ocorre pela auriculoterapia.
FIGURA 22 – CAMADAS GERMINATIVAS
FONTE: <https://bit.ly/3uhWdnp> Acesso em: 28 nov. 2021.
121
3 ZONAS REFLEXAS DO PAVILHÃO AURICULAR
As zonas reflexas ocorrem a partir da teoria da representação embriológica 
em conjunto com a inervação da orelha. Nesse microssistema auricular, encontram-
se todas as partes do corpo (FARIAS; SILVA, 2018). Essa representação corresponde à 
posição de um feto invertido (Figura 24), ou representada por um homúnculo, que foi 
proposto pelo pesquisador francês dr. Paul Nogier.
Logo, no lóbulo são os pontos relacionados à face e à cabeça. Na escafa, os 
membros superiores; na antélice, o sistema musculoesquelético; os órgãos internos 
estão na concha, e na fossa triangular, pelve e genitais. Há muitas representações das 
zonas auriculares e essas vão estar relacionadas às teorias que seguem.
FIGURA 23 – EMBRIOLOGIA E INERVAÇÃO DA ORELHA
FIGURA 24 – POSIÇÃO REFLEXA DO FETO INVERTIDO 
FONTE: Farias e Silva (2018, p. 16)
FONTE: <https://bit.ly/3qxyugU> Acesso em: 28 nov. 2021.
122
FIGURA 25 – MAPA AURICULAR REFLEXOLOGIA
FONTE: <https://bit.ly/3sbxwq7>. Acesso em: 28 nov. 2021.
123
Os pontos ou zonas auriculares reflexas são locais específicos situados na 
superfície do pavilhão auricular, estão integrados à atividade funcional do organismo 
como um todo e a refletem. Portanto, como já vimos anteriormente, os pontos ou áreas 
reflexas auxiliam na avaliação diagnóstica e são utilizados também no tratamento das 
enfermidades (FARIAS; SILVA, 2018). 
Os pontos reflexos correspondem às partes do corpo e cada parte do corpo 
(músculo, osso, órgão interno ou vaso sanguíneo) corresponde a um ponto específico 
localizado na orelha. Esse ponto geralmente recebe o mesmo nome da parte do corpo 
ou área que corresponde e tem uma ação reflexa. Por exemplo, o ponto joelho é utilizado 
para tratamento de dor no joelho (FARIAS; SILVA, 2018).
Alguns pontos também podem ser identificados pela sua ação específica no 
organismo, não atuando somente em uma parte localizada do corpo, mas produzindo 
efeitos gerais nas funções corporais. Nesse caso, o nome do ponto faz uma referência 
ao seu efeito dominante, como o ponto alergia, que é usado para tratamento de alergias 
e outras indicações (FARIAS; SILVA, 2018). 
Além disso, no pavilhão auricular, encontram-se pontos referentes ao sistema 
endócrino, genito-urinário, sistema nervoso, normalmente tendo mais de uma ação, por 
exemplo o ponto hipófise, referente ao sistema endócrino, que pode ser utilizado nos 
casos de menstruação irregular e para equilíbrio dos níveis hormonais, o ponto cérebro 
atua em casos de cefaleia e, também, na deficiência cognitiva (FARIAS; SILVA, 2018).
A terapêutica mais utilizada é a combinação de pontos, com intenção de 
potencializar a resposta e eficácia do tratamento (FARIAS; SILVA, 2018). A seguir, 
veremos sobre a função de alguns pontos principais, segundo a reflexologia.
O ponto ansiedade, localizado no canto interno e inferior do lóbulo da orelha, 
tem ação sobre a ansiedade, agitação, insônia, estresse emocional e irritabilidade. 
Atualmente, é um dos pontos mais associados no tratamento de pacientes.
O ponto San Jiao (metabolismo), que está localizado na concha cava, é utilizado 
para constipação, indigestão, anemia, obesidade, enxaqueca, vertigens e dores 
intercostais. 
Os pontos dos pulmões, também localizados na concha cava, são bastante 
utilizados para transtornos do trato respiratório e da pele, resfriados, laringites, tosse, asma, 
dermatite, urticária e acne. O ponto do coração é usado para o tratamento de palpitações, 
taquicardia, hipertensão, ansiedade, insônia e dispneia (FARIAS; SILVA, 2018).
O ponto do baço, localizado na margem superior e bordo posterior da concha 
cava, tem ações sobre a indigestão, gastrite, dispepsia, constipação e transtornos 
hematológicos. 
124O ponto da vesícula biliar tem ação sobre cálculos biliares, insegurança, dispepsia, 
e para retirar o gosto amargo da boca. Já o ponto do rim, que está localizado na concha 
cimba, tem funções nos transtornos do trato urogenital, problemas articulares, tensão pré-
menstrual, enxaqueca e no tratamento de dependência química (FARIAS; SILVA, 2018).
O ponto do intestino delgado, que está localizado no bordo superior da raiz da 
hélice, tem ações nas queixas gastrointestinais, como constipação, diarreia, indigestão 
e distensão abdominal; assim também, o ponto do intestino grosso atua na constipação, 
diarreia, flatulência e queixas gastrointestinais. O estômago trata os problemas gástricos, 
estomatite, vômitos, inapetência e náuseas (FARIAS; SILVA, 2018).
Um ponto bastante utilizado é o ápice da orelha, na hélice, esse ponto tem 
ações sobre hipertensão, alergias, analgesias e harmonização emocional. 
O ponto fome, localizado na região anterior do trago, atua sobre a obesidade, 
compulsão alimentar, inapetência e anorexia nervosa. 
O ponto subcórtex atua nas algias, ansiedade e depressão, já o tálamo atua em 
lombalgias e cervicalgias (FARIAS; SILVA, 2018). Os pontos relacionados às partes do corpo 
vão atuar na sua área corresponde (ombro, cotovelo, punho, joelho, quadril, calcanhar). 
A área cervical, localizada na antélice atua em cervicobraquialgias, torcicolos, 
hérnia de disco cervical e paresia dos membros superiores. 
A área torácica atua em dorsalgias, hérnias de disco torácicas, artrose e neuralgia 
intercostal, ainda na antélice, a área lombar tem ações sobre as lombalgias, ciatalgias, 
hérnias de disco lombares, paralisia dos membros inferiores e artrose; a área sacral vai 
atuar na síndrome do piriforme e ciatalgias (FARIAS; SILVA, 2018).
Outro ponto bastante utilizado na prática clínica é o Shen men, que fica 
localizado na fossa triangular e tem ações sobre a ansiedade, distúrbios mentais, ajuda 
na estabilização emocional, em condições de dor e possui atividade anti-inflamatória 
(FARIAS; SILVA, 2018).
3.1 INTEGRAÇÃO DAS VISÕES
Como podemos ver, os pontos auriculares têm várias ações e funções no 
organismo e cada uma das visões de entendimento da auriculoterapia, a biomedicina, a 
MTC e a reflexologia nos trazem os benefícios de cada ponto. 
Assim, ao utilizar um ponto, estamos estimulando aquela área ou atividade 
correspondente no organismo e ao mesmo tempo trabalhando as inúmeras funções 
dele, como já vimos nesta unidade.
125
Ao conhecer as três teorias principais que embasam os efeitos da auriculoterapia, 
você pode optar por especializar-se em uma das visões ou em aplicar a auriculoterapia 
através da junção de todos estes conhecimentos. Todas as visões têm sua lógica 
correspondente e nos comprovam os efeitos dessa terapia complementar.
Ao realizar o atendimento de um paciente que busca pela auriculoterapia, pode-
se utilizar de todos esses conhecimentos para a avaliação mais completa e diagnóstico 
assertivo, visto que é visível as convergências e semelhanças de cada uma dessas 
visões.
4 NA PRÁTICA
Na prática, vale ressaltar que podemos utilizar a auriculoterapia no tratamento 
das mais diversas doenças. Essa terapêutica já foi implementada pelo Ministério da 
Saúde e vem sendo aplicada, inclusive, na atenção básica do Sistema Único de Saúde 
(SUS), com o intuito de diminuir os gastos em farmácia e gerar um atendimento integral 
ao paciente.
A auriculoterapia pode ser utilizada em consultas individuais de urgência ou de 
rotina, pelos mais diversos profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, 
terapeutas ocupacionais, nutricionistas, entre outros). Também pode ser realizada em 
grupos terapêuticos, como grupo de tabagistas, grupos de alongamentos, grupos de 
gestantes e grupos em saúde mental, neste caso, é necessário a escolha de pontos que 
serão aplicados de forma generalizada em todos os participantes.
A auriculoterapia pode ser realizada de forma pontual, atendimento único, em 
uma unidade de saúde por exemplo, ou de forma segmentar, em atendimentos semanais. 
É necessário respeitar a autonomia do paciente em decidir participar ou não da terapia. 
Dessa forma, o profissional deve desenvolver habilidades de comunicação para poder 
oferecer a técnica de forma mais adequada e incorporada, como uma ferramenta de 
cuidado a ser cogitada pelo próprio paciente, quando este busca pelo atendimento em 
saúde (ZONTA, R. 2018).
Há uma série de possibilidades para o uso da auriculoterapia e podemos oferecer 
aos pacientes para o tratamento de condições agudas, como dor lombar aguda, cefaleia 
primária, torcicolo, nervosismo ou ansiedade, dores articulares, dores pós trauma 
externo, dor por procedimentos odontológicos, cólicas abdominais. 
Além disso, se trabalhamos em uma equipe de profissionais, podemos oferecer 
a auriculoterapia como forma de cuidado em saúde do trabalhador. Sabemos que 
a sobrecarga emocional e física contribui no adoecimento dos trabalhadores e o 
tratamento com auriculoterapia pode auxiliar nessas questões.
126
Na prática, a procura pelo tratamento com auriculoterapia é na maioria dos 
casos por condições crônicas. As condições crônicas que podemos auxiliar com essa 
terapia complementar são: as dores crônicas, a depressão, a ansiedade, a insônia, a 
obesidade, os sintomas do climatério, o tabagismo, a constipação e a asma. Sendo que 
o tratamento da auriculoterapia para dor ajuda a reduzir o consumo de analgésicos e 
anti-inflamatórios (ZONTA, R. 2018). 
Outra observação é que, na maioria dos casos, os pacientes possuem 
multimorbidades, dificilmente a procura por terapia em saúde complementar se dá por 
uma única queixa, na maioria das vezes são múltiplas queixas. Por isso, é necessário 
definir na primeira consulta, em conjunto com o paciente, quais os objetivos principais 
que se quer alcançar com a terapia complementar e o que esse indivíduo já está fazendo 
pela sua melhora.
Pacientes que sofreram infecção por COVID-19 e ficaram com sequelas como 
anosmia e augesia, polimialgias, dispneia, entre outros sintomas têm apresentado ótimos 
resultados com o tratamento em auriculoterapia, alguns dos pontos mais utilizados são 
pulmão, intestino grosso, amidalas, alergia, rim, shen men e pontos para ansiedade: 
ansiedade, coração e shen men.
Na Figura 26, é possível visualizar mais uma das formas de representações das 
zonas reflexas pensadas pelo dr. Nogier, chamada de homúnculo (homem pequeno). E, 
na Figura 27, encerramos a unidade sobre a auriculoterapia, fazendo a associação do 
rim com a orelha e a figura do feto invertido.
Lembrando que a orelha é onde abre-se o rim, pela visão da MTC, por isso os 
dois têm tantas semelhanças físicas. Além disso, pela reflexologia, temos a figura de um 
feto invertido posicionado na orelha, lembrando que todas as camadas germinativas 
do embrião estão presentes na orelha e fazem conexão com sua inervação, mandando 
informações para todo o corpo. 
Pela visão da biomedicina, ao estimular os pontos no pavilhão auricular, temos a 
liberação de opioides endógenos e de neurotransmissores anti-inflamatórios.
FIGURA 26 – HOMÚNCULO NA ORELHA
FONTE: <https://bit.ly/3IUPvrG>. Acesso em: 29 nov. 2021.
127
FIGURA 27 – SEMELHANÇAS RIM, ORELHA E FETO INVERTIDO
FONTE: <https://bit.ly/3GkpdNN>. Acesso em: 30 out. 2021.
128
EFEITOS DA AURICULOTERAPIA COM SEMENTES DE MOSTARDA NA DOR 
LOMBAR CRÔNICA DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
Ana Paula Gomes da Silva
Maria das Graças Rodrigues de Araújo
Marcelo Renato Guerino
RESUMO
Mais de 60% dos trabalhadores de enfermagem apresentam episódio de lombalgia 
durante um ano, provocando um impacto socioeconômico negativo, uma vez que é 
uma das maiores causas de faltas e afastamentos do trabalho. A auriculoterapia é uma 
técnica da acupuntura de baixo custo e não invasiva, que utiliza o pavilhão auricular 
como um microssistema do organismo humano mapeado por pontos que, estimulados, 
podem tratar diversas enfermidades. Sendo assim, o objetivodeste estudo foi verificar a 
eficácia da auriculoterapia com sementes de mostarda (Brassica juncea) na melhora da 
dor, na funcionalidade e na mobilidade lombar de profissionais técnicos e auxiliares de 
enfermagem do sexo feminino com dor lombar crônica. Foi realizado um ensaio clínico 
randomizado cego, dividido em dois grupos: um utilizou sementes de mostarda para 
acupressão nos pontos auriculares “Shen-Men”, “Rim”, “Simpático” e “Coluna Lombar” 
e o grupo placebo utilizou espuma de poliuretano de baixa densidade no lugar das 
sementes. Cada grupo realizou quatro sessões de auriculoterapia, uma vez por semana. 
Os grupos foram analisados por meio de termogramas infravermelhos e algometria por 
pressão para a dor, a medida dedo-chão para mobilidade e Questionário Roland-Morris 
para funcionalidade da coluna, com intervalo de confiança de 95%. A auriculoterapia com 
sementes de mostarda reduziu a temperatura média nos termogramas analisados em 
0,8°C, bem como, aumentou o limiar de dor à pressão na coluna lombar das voluntárias 
em 0,4 Kgf, o que demonstra uma melhora significativa da dor lombar. Portanto, a 
auriculoterapia com sementes de mostarda se mostrou eficaz na melhora da dor lombar.
Descritores: Dor Lombar; Auriculoterapia; Auxiliares de Enfermagem.
INTRODUÇÃO
A dor lombar é um distúrbio musculoesquelético que interfere diretamente na 
qualidade de vida no trabalho, sobrecarregando o sistema de saúde por conta dos altos 
índices de absenteísmo e afastamentos, um problema muito prevalente nos profissionais 
da enfermagem devido à natureza de suas atividades laborais. 
LEITURA
COMPLEMENTAR
129
Existem diversas abordagens não medicamentosas para o manejo da dor lombar, 
como exercícios físicos de fortalecimento e alongamento muscular, terapia manual, 
laserterapia de baixa potência, educação do paciente sobre o problema, programa 
de reabilitação multidisciplinar biopsicossocial, terapia cognitivo-comportamental e, 
dentro desse universo, temos a auriculoterapia, uma técnica da acupuntura que utiliza 
o pavilhão auricular para efetuar o tratamento de diversas enfermidades, trabalha com 
pontos situados na orelha que compreendem um microssistema do organismo humano, 
ou seja, a representação de todo o corpo está contida no pavilhão auricular.
Os materiais mais utilizados na auriculoterapia são as agulhas semipermanentes 
e as sementes de mostarda, que são fixadas na orelha por meio de adesivos, geralmente 
por um período mínimo de quatro dias, até o máximo de uma semana. O alívio da dor 
pela auriculoterapia também é explicado pela liberação de neurotransmissores que 
a aplicação nos pontos proporciona. O estímulo realizado num ponto de acupuntura 
promove resposta neuro-humoral do organismo, o que faz com que as células secretem 
substâncias opioides como a endorfina, serotonina e encefalina, que são analgésicos 
naturais que propiciam o alívio de dores e a sensação de bem-estar.
O presente estudo teve por objetivo investigar a auriculoterapia com sementes 
de mostarda (Brassica juncea), como um possível recurso terapêutico para a melhora 
da dor à pressão, da funcionalidade e aumento na mobilidade da coluna lombar e suas 
possíveis alterações termográficas em profissionais técnicos e auxiliares de enfermagem 
com dor lombar crônica.
METODOLOGIA
Este estudo é um ensaio clínico randomizado por “intenção de tratar” com 
cegamento simples da amostra, seguindo a checklist do CONSORT, de 2010, na 
extensão não farmacológica. As voluntárias foram devidamente esclarecidas sobre 
os procedimentos utilizados por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
(TCLE), sendo dessa maneira obtida a sua autorização para realização do estudo.
Foram analisados 23 profissionais de enfermagem do sexo feminino que 
afirmaram sentir dor lombar há pelo menos três meses e que trabalham nas enfermarias 
de adultos, prestando assistência de enfermagem direta aos pacientes internados. Foi 
realizado cálculo amostral, para a comparação dos resultados das avaliações entre os 
grupos “auriculoterapia” e “placebo”, considerando nível de significância (α) de 0,05. 
O tamanho do efeito foi calculado, todas baseadas nos resultados dos trabalhos de 
Hakgüder et al. e Imamura et al.
Assim, o tamanho amostral necessário foi estimado em 20 pacientes 
(poder=0,80), sendo 10 do grupo intervenção e 10 do grupo placebo. Os critérios de 
inclusão foram profissionais técnicos e auxiliares de enfermagem do sexo feminino 
das enfermarias de adultos do HC-UFPE e do HGV que prestam cuidados diretos aos 
130
pacientes internados, com IMC entre 18,5 e 29,9, faixa etária entre 20 e 60 anos, portadores 
de lombalgia crônica inespecífica (≥03 meses) sem diagnóstico prévio autodeclarado 
de hérnia discal, tumor maligno de qualquer tipo, doença degenerativa, infecciosa ou 
reumática (artrite reumatoide, espondilite anquilosante e osteoartrose) ou cirurgia prévia 
na coluna lombar. Como critérios de exclusão foram gestantes e lactantes, alérgicas a 
esparadrapo micropore, profissionais que exercem apenas atividades burocráticas que 
não o cuidado direto aos pacientes internados.
As participantes foram distribuídas por meio de aleatorização simples em dois 
grupos: Grupo 1 - Auriculoterapia, que recebeu tratamento com sementes de mostarda 
que estimularam os pontos terapêuticos do protocolo, e Grupo 2 - Placebo, que recebeu 
tratamento com espuma convencional de poliuretano de densidade 26kg/m3 no lugar 
das sementes de mostarda nos pontos do protocolo para a dor lombar. A espuma por ser 
flexível e de baixa densidade não fez a estimulação mecânica dos pontos auriculares. 
O cegamento foi possível devido à diferença entre a semente e a espuma não ser 
perceptível pelas voluntárias, ficando apenas a pesquisadora ciente dessa diferença. 
Nenhuma das participantes havia feito tratamento prévio com auriculoterapia e os 
grupos não tinham contato entre si.
Foi aplicado o Questionário de Incapacidade Roland-Morris para dor lombar 
validado para o Brasil, foi realizado o exame termográfico com câmera termográfica 
(FLIR Systems - E40, Suécia). A região examinada foi delimitada de acordo com o 
protocolo Glamorgan para a lombar. Para mensuração do limiar de dor à pressão foi 
utilizado algômetro de pressão (AP) e para avaliação da mobilidade lombar foi realizada 
a Medida Dedo-Chão, ou Finger-Floor Distance (FFD).
A intervenção utilizada foi a acupressão auricular com sementes de mostarda, 
por serem esféricas e rígidas, com cerca de 2mm de diâmetro, de baixo custo e orgânicas, 
produzindo ação mecânica sobre os pontos terapêuticos da orelha para dor lombar. A 
espuma de poliuretano foi utilizada no lugar das sementes para o grupo placebo, não 
estimulando os pontos do protocolo por serem flexíveis. Tanto as sementes como as 
espumas foram presas à orelha das participantes por esparadrapo micropore. Os pontos 
escolhidos foram direcionados segundo os descritos na Medicina Tradicional Chinesa 
(MTC): “Shen Men”, “Rim”, “Simpático” e “Coluna Lombar”. O último ponto foi estimulado 
com duas sementes, acompanhando o desenho da própria coluna lombar na orelha. A 
escolha dos pontos foi baseada em trabalhos sobre a auriculoterapia como os de Santos 
e Souza, que citam a mesma cartografia para a melhora de quadros álgicos lombares.
As participantes foram orientadas a estimularem as sementes, de forma suave, 
sobre os pontos em média três vezes ao dia (ao levantar-se, no meio da tarde e antes 
de dormir), com duração de um minuto em cada ponto. As sementes permaneceram na 
orelha até a sessão seguinte. Cada sessão foi iniciada pela orelha do lado dominante da 
participante (destro ou canhoto). A cada sessão semanal houve alternância entre orelhas 
direita e esquerda para evitar a saturação dos pontos até o final do ciclo de tratamento. 
131
Todas as participantes foram acionadas por aplicativo de mensagens instantâneas de 
celular como forma de reforçar as orientações para a auriculoterapia e avaliações da 
região lombar. Apenastrês participantes relataram queda das sementes/espuma sendo 
recolocadas pela pesquisadora em menos de 12 horas. 
Uma semana após o fim das sessões, foi realizada reavaliação da região lombar 
das voluntárias. Durante o período de estudo, as participantes foram orientadas a não 
utilizarem qualquer medicação (analgésico, anti-inflamatório e/ou relaxante muscular), 
bem como a não se submeterem a outro tipo de tratamento.
RESULTADOS
Conforme mostrado na Figura 1, das 54 participantes elegíveis, 31 foram excluídas 
pelo IMC ou por não realizarem os testes pré-intervenção, e 23 foram randomizadas em 
dois grupos, sendo 11 alocadas no grupo Placebo e 12 no grupo Auriculoterapia. Houve 
perda de seguimento de três participantes por não realizarem as quatro sessões de 
auriculoterapia, sendo uma por doença e outras duas por desistência.
FIGURA 1 – FLUXOGRAMA CONSORT
132
A Tabela 1 mostra os resultados dos grupos antes e depois das sessões de 
auriculoterapia para temperatura, limiar de dor à pressão, escore Roland-Morris e 
medida dedo-chão. O grupo placebo partiu de uma média de 9,9 ± 4,6 pontos do escore 
Roland-Morris, enquanto o grupo intervenção partiu de uma média de 9 ± 4,5 pontos. 
Já a variação para os grupos, após as sessões de auriculoterapia, foi de 1,4 ± 5,2 para 
o grupo placebo e de 1,8 ± 2,4 para o grupo intervenção, o que não mostrou diferença 
estatisticamente significativa.
Inicialmente, os dois grupos apresentaram limiares baixos à pressão ao 
estímulo doloroso. O limiar de dor inicial em quilograma-força para ambos os grupos foi 
em média 1,6, com desvio-padrão de ± 0,5 para o grupo placebo e ± 0,8 para o grupo 
intervenção. Após as sessões de auriculoterapia foi observado um aumento no limiar de 
dor do grupo Auriculoterapia e uma discreta diminuição desse limiar no grupo Placebo 
estatisticamente significantes. 
Os grupos não foram significativamente diferentes entre si para a medida dedo-
chão, tanto pré quanto pós-intervenção, e verificou-se mobilidade diminuída em ambos 
os grupos. Quando observamos os valores de temperatura após as intervenções, eles 
aumentaram no grupo Placebo e diminuíram no grupo Auriculoterapia. Ambos os grupos 
mostravam termogramas assimétricos da coluna lombar, onde as áreas em branco 
sobre a grande área vermelha representam as maiores temperaturas de superfície da 
pele, sendo respectivas aos pontos de dor que relatavam (Figura 2). Também visualizou-
se variações nos termogramas finais, mostrando diminuição de área branca (Figura 3), 
quando comparados aos termogramas iniciais.
TABELA 1 – VARIÁVEIS PRÉ E PÓS-INTERVENÇÃO NOS GRUPOS PLACEBO E AURICULOTERAPIA
FIGURA 2 – TERMOGRAMAS PRÉ-INTERVENÇÃO, GRUPOS PLACEBO E AURICULOTERAPIA
133
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
A auriculoterapia com sementes de mostarda demonstra ser uma forma 
interessante de se promover tratamento, aumentando o limiar de dor à pressão na 
coluna lombar dos voluntários investigados neste estudo. A proporção encontrada 
para sobrepeso e obesidade (62%) está acima do encontrado em estudos como o de 
Malta et al., que obteve 43,1% de sobrepeso e obesidade em uma população feminina 
entre 2006 e 2013, e de Citko et al., 48,44% em enfermeiros poloneses. Neste estudo as 
participantes com obesidade foram excluídas.
Em relação aos efeitos promovidos pela auriculoterapia na funcionalidade 
lombar, medida por meio do escore de Roland-Morris, os resultados foram semelhantes 
entre os grupos, não apresentando diminuição significativa desse valor concomitante 
à melhora da dor, assemelhando-se ao observado nos trabalhos de Ushinohama et 
al. que utilizaram pelo menos um dos mesmos pontos auriculares utilizados em neste 
trabalho. Já no estudo de Moura et al., houve melhora no escore de incapacidade de 
Roland-Morris, porém, esse estudo avaliou da mesma forma a dor na coluna lombar, 
torácica e cervical, além da população ter sido mista (homens e mulheres) e portadora 
de osteoartrite, aplicando cinco sessões de auriculoterapia ao invés de quatro sessões, 
conforme a metodologia deste estudo. Apesar dos resultados do questionário não 
serem estatisticamente diferentes entre os grupos do estudo, existe uma tendência 
de melhora clínica que não pode ser desprezada, corroborando o uso da terapêutica 
estudada para influência na funcionalidade lombar.
Imamura et al. constatou que pessoas saudáveis suportam em média 4,75 kgf 
nos dermátomos da região lombar. Em nosso estudo, que comparou apenas indivíduos 
já portadores de dor lombar, encontramos média de 1,6 kgf suportados pelas voluntárias 
na região lombar de ambos os grupos, mostrando que a dor lombar de fato diminui a 
quantidade de pressão suportada na região.
Em nosso estudo, a auriculoterapia fez com que o grupo de intervenção tivesse 
limiares de dor maiores em relação ao grupo placebo, resultados comparáveis aos de Yeh 
et al., que obtiveram melhora de 70% na dor medida em algômetro, eles também usaram 
sementes de mostarda como intervenção, mesmos pontos auriculares aplicados, além 
FIGURA 3 – TERMOGRAMAS PÓS-INTERVENÇÃO, GRUPOS PLACEBO E AURICULOTERAPIA
134
RESUMO DO TÓPICO 3da população estudada por eles ser majoritariamente feminina. Além da dor lombar, os trabalhos de Santoro et al. mostram o algômetro como instrumento de aferição de 
limiares de dor à pressão pós-tratamento para dor de ombro e dos dedos, sendo mais 
uma vez as sementes de mostarda utilizadas para a acupressão auricular, com melhora 
da dor dos indivíduos estudados em ambos os estudos.
Embora a termografia infravermelha não meça diretamente a dor e sim as 
alterações vasomotoras da região analisada, em nosso estudo essa relação entre dor 
e imagem infravermelha ficou estabelecida, como nos mostra as alterações pré e pós-
intervenção entre os grupos, medidas pelos termogramas (Figuras 2 e 3) e a variação dos 
limiares de dor à pressão, medidas pelo algômetro. A termografia não deve ser utilizada 
isolada e sim em conjunto a outras avaliações clínicas para buscar esclarecimento 
diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com dor.
A mobilidade lombar, medida por meio da distância dedo-chão, se mostra 
diminuída em profissionais de enfermagem com dor lombar do sexo feminino, como 
mostrado no estudo de Takenaka et al., quando avaliaram enfermeiras japonesas não 
submetidas a tratamento. Encontramos o mesmo resultado neste estudo. O sedentarismo 
registrado entre as participantes do nosso estudo pode ter contribuído para a diminuição 
dessa mobilidade como é mostrado por Takenaka et al., que observaram a melhora da 
mobilidade lombar após programa de exercícios de três meses.
Ainda em nosso estudo, não houve diferença significante pré e pós-
auriculoterapia entre os grupos estudados nas medidas de mobilidade lombar, 
semelhante ao estudo de Helmhout et al., que, em amostra de 141 participantes com 
dor lombar e tratados com fisioterapia, apresentou melhora da dor lombar, mas não da 
mobilidade, parâmetros que não necessariamente estão associados, embora a melhora 
da mobilidade com exercícios será maior em indivíduo sem dor. Tanto funcionalidade 
como mobilidade lombar não tiveram alterações significativas após a auriculoterapia, 
embora a dor tenha diminuído no grupo tratado.
A auriculoterapia vem sendo cada vez mais estudada, porém ainda faltam 
estudos conduzidos com amostras maiores e parâmetros melhor controlados. Zhao et 
al. em revisão sistemática da literatura, buscando a eficácia da auriculoterapia para a dor 
lombar, encontrou dois estudos, dentre 15 trabalhos, utilizaram sementes de mostarda. 
Nenhum desses trabalhos avaliou, conjuntamente à dor, a funcionalidade, a mobilidade 
ou termogramas infravermelhos.
Diante do exposto, o presente estudo mostrou que a auriculoterapia com 
sementes de mostarda para a dor lombar crônica em profissionais de enfermagem 
reduziu a temperatura média nos termogramas analisados e aumentou o limiar de dor à 
pressão em quilograma-força na coluna lombar das voluntárias de forma não invasiva 
e de baixo custo.FONTE: SILVA, A. P. G. da; ARAÚJO, M. das G. R. de; GUERINO, M. R. Efeitos da auriculoterapia com sementes 
de mostarda na dor lombar crônica de profissionais de enfermagem. Pesquisa Original, Recife, v. 28, n. 2, 
p. 136-144, abr./jun., 2021. Disponível em: https://bit.ly/3AVb3kZ. Acesso em: 16 jan. 2021. 
135
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A auriculoterapia pode ser estudada pela visão da reflexologia, que a explica através 
da embriologia e sua ligação com as terminações nervosas da orelha.
• Existem zonas reflexas da orelha que podem ser representadas pela posição do feto 
invertido ou do homúnculo.
• É possível a realização dessa terapia integrativa e complementar pela visão das 
três teorias, biomedicina, MTC e reflexologia, já que possuem semelhanças e 
convergências que levam à comprovação dos benefícios dessa técnica.
• Na prática, essa terapia pode ser utilizada para as mais diversas patologias, 
normalmente procurada por pacientes com multimorbidades, pode ser aplicada em 
consulta única ou multisessões semanais, pode ser aplicada em consulta individual 
ou em grupos terapêuticos.
136
1 A embriologia estuda como acontece o processo de formação dos seres vivos, através 
dela, a reflexologia tenta explicar os efeitos da auriculoterapia. Segundo essa teoria, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Durante o processo de formação do embrião, desenvolvem-se diferentes grupos 
de células que darão origem às diferentes partes do nosso corpo. As células do 
ectoderma vão gerar a pele e sistema nervoso, as células do endoderma irão 
gerar os órgãos, como o fígado; as células do mesoderma geram os músculos e 
ossos.
b) ( ) O pavilhão auricular é formado de células de duas camadas germinativas, o 
mesoderma e endoderma.
c) ( ) O pavilhão auricular é a única parte do corpo formada pelas três camadas 
germinativas, endoderma, mesoderma e ectoderma. 
d) ( ) As camadas germinativas que geram a orelha no feto fazem a conexão da orelha 
com todo o corpo, mas no adulto essa conexão é perdida.
2 A inervação da orelha está ligada com as camadas germinativas que a formam, o 
nervo auriculotemporal rege a área formada pela camada mesoderma, já o nervo vago 
rege a área formada pelo endoderma e o nervo auricular maior rege a área formada 
pelo ectoderma. Com base nessas definições da reflexologia, analise as sentenças a 
seguir:
I- As terminações nervosas presentes na orelha pelos nervos vago, auriculotemporal e 
auricular maior, ao serem estimuladas, levam a informação até o corpo pelo sistema 
reflexo e recebem pelo mesmo sistema a reação reflexa.
II- A representação do feto invertido na orelha não é explicada pela teoria da reflexologia, 
e sim pela teoria da medicina tradicional chinesa. 
III- As zonas reflexas existentes no pavilhão auricular e estão presentes em todas as 
partes do corpo.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
137
3 Ao utilizar um ponto do pavilhão auricular, estamos estimulando aquela área ou 
atividade correspondente no organismo e ao mesmo tempo trabalhando as inúmeras 
funções dele. Na prática, ao conhecer as três teorias principais que embasam os 
efeitos da auriculoterapia, você pode optar por especializar-se em uma das visões ou 
em aplicar a auriculoterapia através da junção de todos esses conhecimentos. Sobre 
a prática da auriculoterapia, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as 
falsas:
( ) O ponto da ansiedade pode ser aplicado em tratamentos de auriculoterapia para 
crise de ansiedade e para ansiedade crônica; além de irritabilidade, agitação, 
insônia e estresse emocional; é muito utilizado na prática clínica. O ponto shen 
men tem ações sobre a ansiedade, distúrbios mentais, estabilização emocional e 
em condições de dor.
( ) Não há o porquê unir as três teorias da biomedicina, medicina tradicional chinesa e 
reflexologia, pois todas elas têm conceitos diferentes, que demonstram benefícios 
da técnica de auriculoterapia e seus conhecimentos devem ser aplicados de forma 
separada.
( ) Na prática, é comum receber pacientes com múltiplas queixas e antes de iniciar o 
tratamento com auriculoterapia será necessário definir objetivos a serem atingidos 
com a técnica, que pode ser realizada de forma individual em consulta ou em 
grupos terapêuticos utilizando protocolos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 A auriculoterpia é uma terapia integrativa e complementar, utilizada em benefício 
de indivíduos que buscam a promoção e recuperação de saúde de forma mais 
natural. Disserte sobre como utilizar as três visões estudadas nesta unidade de forma 
integrada pela auriculoterapia e quais os benefícios da técnica.
5 A reflexologia auricular consiste na aplicação de pressão em pontos da orelha, para 
equilibrar a energia do corpo e evitar o surgimento de doenças e problemas de saúde. 
A reflexologia é um tipo de terapia complementar, realizada pelo reflexoterapeuta, que 
estuda os pontos reflexos do corpo e terminações nervosas presentes nos pés, mãos, 
nariz, cabeça e orelhas. Explique qual a visão da auriculoterapia pela reflexologia.
138
139
REFERÊNCIAS
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Estado da Saúde. Superintendência de Planejamento em Saúde. Diretoria de Atenção 
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ZONTA, R. Formação	em	auriculoterapia	para	profissionais	de	saúde	da	atenção	
básica. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2018.
141
OUTRAS TERAPIAS FÍSICAS
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o uso de pedras quentes e da cristaloterapia no equilíbrio energético;
• saber sobre os diferentes tipos de cristais;
• conhecer de uma maneira ampla como funciona a geoterapia;
• entender a reflexologia podal e como aplicá-la;
• saber sobre a prática milenar do tui na;
• saber como funciona a quiropraxia e suas indicações;
• entender o funcionamento da osteopatia;
• descrever como utilizar as cores através da luz na melhora da saúde;
• conhecer o uso do termalismo como benefício para a saúde.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PEDRAS QUENTES, CRISTALOTERAPIA E GEOTERAPIA
TÓPICO 2 – REFLEXOLOGIA PODAL, TUI NA E QUIROPRAXIA
TÓPICO 3 – OSTEOPATIA, CROMOTERAPIA E TERMALISMO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
142
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A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
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143
TÓPICO 1 — 
PEDRAS QUENTES, CRISTALOTERAPIA E 
GEOTERAPIA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, no Tópico 1 da Unidade 3, abordaremos diferentes assuntos. 
O primeiro assunto refere-se ao uso de pedras quentes na restauração da saúde e 
equilíbrio energético. 
Na Grécia, Hipócrates, considerado o pai da medicina, já indicava fricções 
e massagens com pedras quentes para tratamentos de dores e tensões, levando a 
longevidade pela melhora das dores e problemas articulares (PEREIRA, 2013). Trata-
se de uma terapia bastante utilizada em spas, pela sua característica relaxante e 
detoxificante. Veremos para que são utilizadas essas pedras, quais suas indicações e 
importância.
O segundo assunto refere-se ao uso terapêutico dos cristais para a restauração 
do equilíbrio do corpo, pode ser chamado de cristaloterapia, cristalterapia ou terapia dos 
cristais. Os cristais não são utilizados apenas na decoração, possuem propriedades que 
amplificam e purificam as energias, restaurando o equilíbrio energético do corpo ou do 
ambiente em que se encontram. Iremos aprender as propriedades de alguns cristais 
mais conhecidos e quais benefícios eles podem trazer para o nosso corpo. 
O último assunto refere-se à geoterapia, tratamento natural com os frutos 
advindos da terra, como argila e barro. Neste tópico, ficará evidente para que se utilizam 
as pedras e outros materiais da natureza, como eles auxiliam na restauração da 
harmonia corporal e o seu poder de cura através das transformações energéticas que 
proporcionam. Essas técnicas têm um histórico envolvendo mais as terapias alternativas 
esotéricas de tratamento, mas seus resultados têm atraído terapeutas holísticos e 
médicos naturalistas, e algumas pesquisas já vêm comprovando seus benefícios.
2 PEDRAS QUENTES
Para o uso de pedras quentes, utiliza-se pedras vulcânicas, plutônicas e 
sedimentares, que devem ser aquecidas para massagear determinadas regiões do 
corpo, tendo como principal objetivo o equilíbrio energético e o relaxamento do corporal 
(BERTOLLETTI; MATTA, 2006). 
144
Segundo Brilho (2003), a técnica de massagem com pedras quentes, quando 
aplicada no corpo por meio da massoterapia, proporciona efeito penetrante sobre o 
sistema muscular, chegando a corrigir disfunções de órgãos e vísceras; a energia que 
é originada das pedras penetra profundamente nos músculos, permitindo a limpeza, a 
desobstrução e a normalização dos fluxos de energia do corpo.
Essa técnica combina conhecimentos milenares de geoterapia (técnica com 
pedras que vêm da Terra), de termoterapia (técnica que utiliza as temperaturas: quente/
frio) e massoterapia (técnicas de massagem), conseguindo, através dessa sinergia, 
produzir reações fisiológicas e orgânicas que trazem benefícios ao ser humano. 
Pedras vulcânicas e sedimentares de tamanho, forma e composição 
especialmente escolhidos são os meios físicos de aplicação das 
temperaturas quentes e fria no corpo. A temperatura é adaptada 
individualmente a cada caso e as pedras deslizando sobre os 
músculos transmitem energia que religa a força interior, além disso 
gera movimento vascular no sistema circulatório da região ajudando 
o organismo a recompor-se. As pedras provocam adequadamente 
respostas sedativas e reenergizadoras no corpo (SILVA, 2021, s. p.).
FIGURA 1 – USO DAS PEDRAS QUENTES NA REGIÃO POSTERIOR DO CORPO
FONTE: <https://bit.ly/3rn8SUv>. Acesso em: 13 dez. 2021.
As rochas, que são agrupamentos de minerais, são divididas em três tipos quanto 
a sua origem, em pedras magmáticas, pedras sedimentares e pedras metamórficas. 
As rochas magmáticas se formam a partir do resfriamento e solidificação do magma 
da Terra (rocha fundida ainda presa ao subterrâneo), sendo chamadas de plutônicas 
quando formadas pelo resfriamento lento nas profundezas da Terra, dando origem a 
cristais relativamente grandes, como granito e diorito; ou de vulcânicas, que se formam 
pelo resfriamento e solidificação rápida do magma, pelas erupções vulcânicas, sem 
formação de macrocristais, como o basalto (TIPOS DE ROCHAS, 2021).
145
As rochas ou pedras sedimentares são formadas pela compactação de 
sedimentos da erosão, transporte e sedimentação de minerais, derivam de outras 
rochas que sofrem a ação do tempo, da água, do vento, de reações físicas e químicas, 
como o arenito, argila, carvão mineral. As rochas metamórficas são rochas que sofrem 
transformação pela ação do calor ou pressão no interior da Terra e adquirem outra 
estrutura, como o mármore, gnaisse e quartzito (TIPOS DE ROCHAS, 2021).
Os tipos de pedras mais utilizadas na terapia com pedras quentes são as 
vulcânicas, basalto e ágata, por serem pedras que retém o calor e mantém essa 
temperatura por mais tempo, e, como são as mais antigas na Terra, trazem uma conexão 
forte com a natureza. Algumas culturas acreditam que pedras, rochas e pedreiras 
guardam as lembranças de todos os eventos do planeta, que elas concordamem ajudar 
os humanos na sua própria caminhada de cura e transformação, aprimorando as nossas 
lembranças e nos permitindo ver a vida de modo mais equilibrado, nos mostrando que 
estamos sempre envoltos nas energias da Terra (MORAIS, 2017).
2.1 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
A terapia com pedras quentes é indicada para pessoas que precisam de 
relaxamento muscular, diminuição dos níveis de estresse e ansiedade, equilíbrio 
energético, fortalecimento da imunidade, entre outras. Não é indicado para grávidas, 
pessoas que possuem grandes feridas abertas na pele ou queimaduras e em áreas de 
grandes inflamações.
É possível sentir os efeitos da técnica logo na primeira sessão, como o aumento 
da circulação sanguínea no local, redução de pontos musculares de tensão, aumento 
do tônus muscular da região, proporciona relaxamento, melhora da mobilidade das 
articulações, melhora do fluxo de energia vital, alívio de dores, liberação de emoções 
reprimidas, além de trazer vitalidade (MORAIS, 2017).
2.2 SOBRE A TÉCNICA
Há pouca literatura sobre o tratamento com pedras quentes para as pessoas, 
a maioria dos tratamentos são passados oralmente de um terapeuta ou curandeiro a 
outro, mas sabe-se que variadas culturas e locais utilizam desse conhecimento, dentre 
eles: indígenas, monges japoneses, chineses e russos. Atualmente, pesquisadores 
começaram a se interessar pela técnica, e alguns estudos estão sendo realizados.
Para a sua prática, é necessário um kit de pedras que serão utilizadas nos 
pacientes, um aquecedor de pedras, toalhas e local apropriado. As pedras devem ser 
aquecidas no aquecedor com água entre 55°-60º ou elétrico, permitindo que você segure 
as pedras em suas mãos confortavelmente. É importante sempre observar a temperatura 
146
do aquecedor para não queimar você e seu paciente/cliente, já que a temperatura vai 
variar conforme a pedra escolhida. Também é importante não permanecer com a pedra 
tanto tempo no mesmo local para evitar queimaduras, a tolerância das pessoas ao calor 
varia, portanto, respeite-a (MORAIS, 2017).
As pedras podem ser utilizadas de maneira isolada (em uma região apenas) ou 
em amplas regiões com massagens. O uso de pedras quentes em uma área isolada 
leva sangue do órgão para o tecido daquela região, dessa forma, a pele fica quente 
e avermelhada (hiperemia), isso abre as portas para você, como terapeuta, trabalhar 
até mais fundo naqueles pontos gatilhos (de tensão) impenetráveis e músculos tensos 
(MORAIS, 2017).
A terapia com pedras quentes atua nos três níveis: físico, proporcionando 
relaxamento e alívio de dores; mental e espiritual, diminuindo o estresse, acalmando a 
mente e melhorando a autoestima; energético, promovendo a abertura e a ativação do 
fluxo energético, renovando a energia vital (MORAIS, 2017).
Para saber mais sobre a técnica de pedras quentes, assista à entrevista 
com a Fisioterapeuta Ádria Sadala, disponível em: https://bit.ly/34vgESV. 
DICA
FIGURA 2 – EXEMPLO KIT DE PEDRAS QUENTES E AQUECEDOR ELÉTRICO
FONTE: <https://bit.ly/3ARplmX>. Acesso em: 17 dez. 2021.
147
Sobre a terapia das cores, você saberá mais no Tópico 3, quando 
estudarmos a Cromoterapia, a qual pode se manifestar através das 
cores das pedras utilizadas.
ESTUDOS FUTUROS
Durante a massagem, uma das técnicas mais utilizadas é a de effleurage, que 
é basicamente uma forma de massagem envolvendo um movimento de acenamento 
circular feito com a palma da mão. Seus movimentos são lentos e suaves, essenciais 
para que a pessoa se acostume com o contato de suas mãos, também são utilizados 
para espalhar o óleo em todo o corpo antes da massagem com as pedras (VOCÊ SABE 
O QUE É EFFLEURAGE, 2017).
A propriedade de cura pelas pedras se dá pela temperatura (nesse caso, calor), 
pela cor das pedras que você escolher, pelo tipo de pedra (vulcânica, em contato 
milenar com a Terra) e a nível energético, pois as pedras trocam energias de cura com 
o organismo. Então, conforme vai sendo usada, cada cor e tipo de pedra reflete uma 
energia, finalidade e efeito de liberação no indivíduo.
Sobre o formato das pedras, as arredondadas representam o lado feminino e 
Yin do universo, as mais longas representam o lado masculino e Yang do universo, 
por isso são utilizados os dois tipos de pedras, equilibrando tanto Yin quanto Yang do 
indivíduo. A textura e a densidade correta das pedras são muito importantes para manter 
a temperatura necessária para fazer o tratamento, proporcionando uma sensação 
confortável nas mãos do terapeuta e no corpo do paciente (MORAIS, 2017).
2.3 CUIDADOS COM AS PEDRAS
Faz-se necessário a limpeza física e energética das pedras, já que estas ficam 
em contato com a pele e energias dos pacientes. É indicado realizar a limpeza das 
pedras com água fria entre um paciente e outro, se possível, com sabão. Ao final do 
dia, coloque as pedras em um balde de água, alvejante e sabão, limpe o aquecedor e 
as pedras com essa água, após, enxágue e seque as pedras. Isto removerá qualquer 
resíduo remanescente. 
Se você não quiser usar alvejante, terá que desinfetar as pedras e limpar o 
aquecedor no final de cada dia com algum tipo de desinfetante (MORAIS, 2017). Pela 
questão da limpeza, é mais fácil utilizar o aquecedor com água do que o elétrico.
148
O ideal seria que as pedras fossem lavadas nas águas correntes de um rio, mas 
poucos conseguem realizar isso. Quando suas pedras estiverem secas, coloque-as em 
uma cama de sais, usando sal amargo ou sal marinho, já que o sal tem propriedade 
para ajudar a limpar e recarregar as pedras para o próximo dia de trabalho. Quando 
possível, coloque as pedras ao sol ou ao luar, para serem recarregadas energeticamente 
(MORAIS, 2017).
As pedras possuem energia, frequências, assim como todas as substâncias. 
O uso de sais, sol, luar e água ajuda a repor a energia perdida durante o trabalho 
com as pessoas, deve-se limpar e guardar as pedras diariamente. Caso não realize 
o recomendado, você perceberá que as suas pedras perdem seu brilho e habilidade 
de reter calor e frio. Você e suas pedras ficarão cansados e perderão o estímulo para 
trabalharem conjuntamente (MORAIS, 2017).
3 CRISTALOTERAPIA
A cristaloterapia utiliza-se de cristais para o reequilíbrio energético do corpo. O 
cristal é um instrumento utilizado há muitos milênios por terapeutas das mais diversas 
culturas, a grande maioria dos cristais se forma pela adição repetida de matéria à massa 
cristalina em crescimento, a partir de porções de silício, oxigênio líquido e areia. 
Grupos de moléculas de dióxido de silício, ou sílica, juntam-se para compor 
espirais em uma estrutura tridimensional de forma geométrica precisa; cristais têm 
forma geometricamente regular. Essa estrutura em espiral é um canal de energia pelo 
qual a própria força cósmica se transmite na matéria (MORAIS, 2017).
Para Hall (2008, p. 14), “os cristais são o DNA da Terra”, sua estrutura cristalina 
pode absorver, conservar, concentrar e transmitir energia, principalmente por ondas 
eletromagnéticas, já que participaram de toda evolução e transformação do planeta 
Terra.
FIGURA 3 – MASSAGEM COM PEDRAS QUENTES
FONTE: <https://bit.ly/3rinmF0>. Acesso em: 17 dez. 2021.
149
3.1 FORMAS DE UTILIZAÇÃO 
Os cristais são utilizados na decoração, para equilíbrio, proteção dos ambientes 
e potencialização de energias positivas no ambiente, são muito utilizados pelo Feng 
Shui. São historicamente utilizados em joias, como demonstração de poder e proteção 
(amuletos). Alguns cristais como o quartzo enfumaçado e a turmalina negra têm a 
propriedade de absorver energias negativas e irradiar energia pura e limpa.
Como forma de cura em terapia, os cristais são bastante utilizados conforme 
a sua propriedade, energia e sintonia com os chakras (que significa círculo, centros de 
energia que servem para absorver a energia vital, distribuí-la no indivíduo, no corpo, na 
mente e no espírito, e liberá-la para o exterior), sendo que os cristais atuam por meio da 
ressonância e da vibração (HALL,2008). 
FIGURA 4 – QUARTZO EM FORMA DE AGLOMERADO
FONTE: <https://bit.ly/3skc2r6>. Acesso em: 04 fev. 2022.
Os cristais são identificados pela sua estrutura, do menor ao grande, eles 
terão a mesma estrutura interna que os identifica, o que muda é a presença de certos 
minerais que fazem com que as cores de cada um se diferenciem (HALL, 2008). Eles 
se apresentam em sete formas geométricas: triângulo, retângulo, hexágono, trapézios, 
losangos e paralelogramos, a forma externa dos cristais não interfere na sua estrutura 
interna (HALL, 2008).
Acadêmico, em outra unidade já falamos que o Feng shui é a harmonização 
dos ambientes de acordo com a cultura e tradição chinesa. Já os amuletos 
citados neste conteúdo, referem-se a objetos que um indivíduo acredita 
que podem trazer sorte ou proteção.
NOTA
150
Normalmente, são colocados sob os centros de energia do corpo conforme 
o objetivo terapêutico que deseja se atingir, ou em volta do corpo durante dez a 30 
minutos. A seguir, veremos alguns cristais e suas funções.
3.2 SOBRE OS CRISTAIS
A partir de agora falaremos de alguns tipos de cristais, suas propriedades e de 
que forma podem ajudar na cura do corpo físico, mental e espiritual. Existem cristais 
de todos tamanhos e cores, cada formato tem seus próprios atributos, por exemplo: o 
cristal de uma ponta (natural ou feito artificialmente) é bastante utilizado em trabalhos 
de cura, quando a ponta está voltada para o corpo, o cristal energiza para este; na 
posição contrária, o cristal retira energia do corpo (HALL, 2008). 
Cristais com formato de aglomerado irradiam energia para o ambiente a sua 
volta e, também, absorvem energias nocivas deste, são bons para purificar um cômodo 
ou outros cristais (deixar os cristais sobre o aglomerado durante à noite). Em formato 
de geodos, eles ampliam a energia dentro deles, difundem lentamente a energia 
amplificada de forma suave, são usados para proteção e estimulação do crescimento 
espiritual (HALL, 2008). 
Em formato de esferas, emitem energias em todas as direções, e movimentam 
a energia através do tempo, são considerados janelas para o passado e o futuro. Em 
formato de pirâmides, ampliam e focam sua energia através de seu ápice, podem ser 
usados para absorver as energias negativas e bloqueios dos chakras (HALL, 2008).
O formato gerador tem seis facetas e uma extremidade pontiaguda, pode ser 
grande ou pequeno e é ótimo para gerar energia. Potencializa a energia de cura e nos 
ajuda a focar (HALL, 2008). 
Os bastões focam a energia através de sua extremidade pontiaguda, são 
excelentes nos trabalhos de cura, sua capacidade torna-se maior quando programados 
com intenção (HALL, 2008). A seguir, veremos as propriedades de alguns cristais.
A ametista (Figura 5) estimula a produção hormonal, regularizando o sistema 
endócrino, fortalece os órgãos de excreção (intestinos), fortalecendo o sistema 
imunológico. É purificadora do sangue, alivia o estresse, dores de cabeça e tensão, 
trata a insônia. Limpa a aura (campo de energia extrafísica que envolve os seres vivos), 
transmuta a energia negativa e estimula os crakras da garganta e da coroa. Não deve 
ser usada em casos de paranoia ou esquizofrenia (HALL, 2008)
A cor é roxa a violeta-claro. Possui cristais pontiagudos, transparentes. É um 
dos cristais mais comuns que existe, tem origem em vários países incluindo o Brasil 
(HALL, 2008). Calmante natural, protege contra ataques psíquicos, bloqueia as energias 
151
negativas do ambiente. Ajuda-nos a ter mais foco, facilita o processo da tomada de 
decisões, é útil em insônia por mente hiperativa e protege de pesadelos recorrentes. 
Promove o centramento emocional, dissipa a raiva, medo e ansiedade, estimula a 
sabedoria espiritual, além de ser excelente para a meditação (HALL, 2008).
FIGURA 5 – DRUSA DE AMETISTA ROXA
FONTE: <https://bit.ly/3ur2FZm>. Acesso em: 04 fev. 2022.
Para saber mais sobre os chakras ou centros energéticos do corpo, 
assista ao vídeo disponível no canal NAMU: https://bit.ly/3ri5WIx. 
FONTE: <https://bit.ly/3rlzMvN>. Acesso em: 19 jan. 2022.
NOTA
152
O quartzo é incolor, possui cristais pontiagudos, transparentes e leitosos, de 
todos os tamanhos, tem origem no mundo todo. Quando as agulhas de acupuntura são 
revestidas de quartzo, os efeitos aumentam; quando seguramos um cristal de quartzo na 
mão, nosso campo biomagnético dobra de tamanho, ele dissipa a eletricidade estática. 
Pode ser usado em qualquer problema de saúde, estimula o sistema imunológico, alivia 
queimaduras e harmoniza os chakras. Se possuir cores, estas adicionam efeitos as suas 
propriedades genéricas (HALL, 2008).
Por exemplo, na Figura 4, o quartzo rosa, além das propriedades genéricas, é 
conhecido por “pedra do amor”, trabalha o amor-próprio, paz interior, os relacionamentos; 
pode ser utilizada no chakra cardíaco. Já o quartzo verde, fortalece a saúde, aumenta a 
disposição, é considerada a pedra da saúde e da vitalidade.
A selenita (Figura 6) pode ser encontrada na cor branca, laranja, azul, marrom e 
verde, de aparência translúcida com nervuras. Tem origem nos Estados Unidos, México, 
Rússia, entre outros. Pedra serena que transmite paz profunda, dissipa a confusão, 
alinha a coluna vertebral, melhora flexibilidade muscular, aumenta a lucidez, abre o 
chakra da coroa e leva à orientação superior. Aponta as lições e questão que ainda 
estamos trabalhando e como resolvê-las (HALL, 2008).
Os cristais (Figura 7) têm propriedades físicas e químicas que os fazem ser 
utilizados em várias tecnologias, como lasers, LEDs, relógios, balanças eletrônicas, 
computadores e câmeras. São utilizados pela técnica de Feng Shui para corrigir fluxos 
energéticos e curar “doenças” de uma casa. São potentes purificadores e energizadores, 
aceleram a cura física, abrem caminhos, fortalecem a aura e alinham os chakras.
A pirita é considerada pedra do sucesso, funciona como um imã para atrair 
coisas boas, novas oportunidades e bons negócios, traz prosperidade. O citrino favorece 
a digestão, atrai prosperidade, aumenta a força pessoal. Ágata é a pedra da saúde e 
proteção, protege o campo bioenergético e equilibra as forças Yin e Yang (utilizada na 
terapia com pedras quentes).
FIGURA 6 – BARRAS DE SELENITA
FONTE: <https://bit.ly/3rlVC2g>. Acesso em: 20 dez.2021.
153
FIGURA 7 – BASTÕES DE CRISTAL
FIGURA 8 – PEDRAS CORRESPONDENTES AOS 7 CHAKRAS
FONTE: <https://bit.ly/3ooT5Tf>. Acesso em: 04 fev. 2022.
FONTE: <https://bit.ly/3HDAbj7>. Acesso em: 20 dez. 2021.
A hematita fortalece a nossa coragem e disposição, desperta amor-próprio, 
ajuda na timidez e a superar vícios, traz proteção e fortalecimento pessoal. O ônix é a 
pedra do poder, afasta a depressão, ajuda a superar traumas e medos. O olho de tigre 
neutraliza as energias negativas, a pedra da lua aumenta o magnetismo e favorece a 
saúde das mulheres; já a pedra vassoura-de-bruxa é um amuleto de proteção, afasta as 
más influências, neutraliza inveja e purifica o ambiente (SANTIAGO, 2012).
No chakra da coroa, podemos utilizar as pedras: citrino, quartzo, jaspe roxo 
e safira roxa; no terceiro olho, a sodalita e lápis-lazúli; no chakra da garganta, utilizar 
azurita, ametista, água-marinha, topázio azul ou turmalina azul (HALL, 2008).
No chakra cardíaco, podem ser utilizados quartzo verde ou rosa, turmalina verde, 
safira verde e rubi. No plexo solar, podem ser utilizados malquita, olho de tigre, citrino e 
turmalina amarela; no sacral, jaspe vermelho, topázio e citrino; no chakra base, pedra-
do-sangue, turmalina negra, jaspe vermelho e quartzo esfumaçado (HALL, 2008).
3.3 INDICAÇÕES
Hall (2008) indica colocar o cristal apropriado sobre o órgão do corpo para 
reestabelecer seu equilíbrio. Por exemplo, para desordens no cérebro, utilizar: âmbar, 
turmalina verde ou azul-escura e ágata rendada azul; para desordens nos ouvidos, 
154
utilizar: âmbar, obsidiana vermelha e preta, celesita, rondonita e calcita laranja. Quando 
houver desordens nos olhos, utilizar água-marinha, safira,turmalina azul-escura, 
celestita, fluorita azul, olho-de-gato e calcita laranja.
Para problemas musculares, utilizar: magnetita e danburita; nos pulmões: berilo, 
turmalina cor-de-rosa, lápis-lazúli, turquesa, turmalina azul e esmeralda. Problemas 
no estômago: berilo e ágata-de-fogo; intestinos: celestita, fluorita verde; nos ossos: 
amazonita, azurita, calcita, ágata dendrítica e pirita de ferro (HALL, 2008). 
É indicado calcita, rondonita e magnetita para problemas articulares; para 
problemas de fígado: água-marinha, berilo e pedra-do-sangue; para problemas 
vasculares: variscita, pirolusita e obsidiana floco-de-neve. Para o sistema imunológico, 
a ametista, turmalina negra e lápis-lázuli. 
Você escolhe as pedras conforme a sua intuição e as propriedades que você 
deseja. Ao recebê-las, lembre-se que é importante realizar sua limpeza e energização, 
assim como indicado para as pedras quentes. Os mesmos cuidados de limpeza devem 
ser utilizados com os cristais, mas sempre tenha a referência do seu cristal, já que 
alguns não podem ser limpos ou (re)energizados em água. Nesse caso, utilizar fumaça 
(de incenso, por exemplo), outra pedra com propriedade limpante como a selenita ou 
reiki. 
Como normalmente são pedras menores, alguns terapeutas indicam que haja a 
limpeza energética das pedras entre um paciente e outro. O uso dos cristais é seguro, 
mas não deve ser feito de forma aleatória, pois existem alguns cristais que são tóxicos 
e prejudiciais à saúde. Se utilizados de forma incorreta, de forma prolongada, pode 
trazer mudanças de humor e de ânimo e provocar desconforto. Além disso, saiba a 
procedência das suas pedras, já que há um mercado clandestino nessa área, além da 
venda com nome de cristais, quando na verdade não são.
4 GEOTERAPIA
A palavra geoterapia é resultante das palavras em grego, Geo (terra, lama, barro) 
e terapia (tratamento com princípio), sendo uma prática natural que já era utilizada há 
milênios por muitos povos, para fins estéticos e de saúde. 
Muitos animais tomavam banho de argila quando estavam doentes, através 
dessa observação, humanos começaram a utilizar a argila; os indígenas a utilizam para 
se proteger dos raios solares e para cicatrização de feridas, sendo utilizada como prática 
complementar em saúde há algum tempo (JORGE, 2017). 
A geoterapia é considerada uma medicina natural, que utiliza a terra como 
agente físico no tratamento e prevenção de doenças, a argila tem a capacidade de 
155
Se realizado estímulo de calor (35° a 40°) tem efeito relaxante, se o estímulo for 
frio (15° a 20°) tem ação estimulante e tonificante. Para sua aplicação, é necessário um 
material de boa procedência, colher de madeira ou de porcelana e recipiente de vidro. 
É necessário bater a massa de argila com água, para que o atrito de quartzo gere carga 
elétrica, devendo ficar homogênea (JORGE, 2017). É indicada em casos de inflamações, 
dores, estresse, distúrbios gastrointestinais, desintoxicação, obesidade e homeostase 
energética. É contraindicada em casos de feridas abertas, micoses, queimaduras, 
pessoa com marcapasso ao utilizar no tórax, no inverno evitar aplicar com temperatura 
fria (JORGE, 2017).
O corpo absorve os sais minerais da argila durante a aplicação, por isso é 
importante que a argila não seque, já que a condução é feita pela água. A argila faz a 
reposição mineral, estimulação de algumas enzimas e consegue reter em suas moléculas 
substâncias que são tóxicas para o nosso organismo, absorve as impurezas, ativa a 
circulação, revigora tecidos e, por isso, também é utilizada na área estética (TRUPPEL; 
MARAFON; VALENTE, 2020).
produzir reequilíbrio térmico no organismo e transmitir energia vital (JORGE, 2017). 
Na terapêutica, podem ser utilizados vários tipos de argila, sendo que cada uma tem 
suas características físico-químicas, podem ser utilizadas em diferentes temperaturas, 
técnicas de aplicações e tempo de permanência (TRUPPEL; MARAFON; VALENTE, 2020).
Os principais efeitos dessa terapia são a ação analgésica, sedativa, normalizadora 
da digestão e excreção, anti-inflamatória, cicatrizante, antisséptica, revitalizante e 
desintoxicante. É composta por quartzo, feldspato (grupos de minerais) e mica (grupo 
de minerais de filossilicatos), logo, tem efeito mineralizante, troca minerais com o corpo. 
Além disso, possui propriedade térmica (refrescar), propriedade osmótica de 
equilíbrio de líquidos com o corpo, propriedade antimicrobiana e vitalizante (promove a 
hidratação) (JORGE, 2017). Segundo Delfino, Medeiros e Schlindwein (2020), a geoterapia 
com argila verde aplicada na região lombar foi efetiva na redução da intensidade da dor 
lombar crônica inespecífica
FIGURA 9 – APLICAÇÃO TERAPÊUTICA DE ARGILA
FONTE: <https://bit.ly/3gjatnR>. Acesso em: 21 dez. 2021.
156
FIGURA 10 – APLICAÇÃO ESTÉTICA DE ARGILA
FONTE: <https://bit.ly/3ulV7r4>. Acesso em 21 dez. 2021.
A argila possui diferentes cores e composições, é importante saber sua 
procedência, já que deve ser escolhida e examinada por meio de culturas microbiológicas, 
para investigar a presença de fungos, leveduras, bactérias ou qualquer outro tipo de 
contaminação (TRUPPEL; MARAFON; VALENTE, 2020).
Quanto aos tipos, existe a argila branca, verde, rosa, preta e cinza dependendo 
das suas características físico-químicas de formação. A branca é misturada com 
outras cores para suavizar seus efeitos, é cicatrizante e antisséptica, suaviza rugas e 
linhas de expressão; a argila verde é a mais utilizada atualmente, atua na regulação 
da oleosidade da pele, favorece o efeito da drenagem, redutora de celulite e flacidez e 
acalma (TRUPPEL; MARAFON; VALENTE, 2020). 
Argila rosa é comum na estética, promove a elasticidade e tonificação da pele, ativa 
a circulação e melhora o sistema imunológico. A argila preta atua no rejuvenescimento 
da pele, melhora da circulação sanguínea e dormência das extremidades do corpo; a 
cinza, tem ação na terapia capilar, além de auxiliar na reconstrução da pele (TRUPPEL; 
MARAFON; VALENTE, 2020).
Quando aplicada em camadas mais finas, tem fins estéticos; em camadas mais 
grossas, tem fins terapêuticos. Segundo Claudino (2010), a geoterapia pode tratar as mais 
diversas doenças, como: acnes, artrites, dores na coluna vertebral, dores musculares e de 
cabeça, estrias, manchas de pele, peles oleosas, queimaduras, varizes, entre outras. Por 
exemplo, para hidratar peles oleosas, Claudino (2010) recomenda aplicar argila branca 
com clara de ovos durante 60 minutos, todos os dias até o problema ser resolvido. Para 
dores de coluna, utilizar pasta de argila verde aquecida, aplicar uma camada bem grossa 
por toda a coluna, deixando agir por 90 minutos, na remoção, usar água de gengibre 
aquecida (CLAUDINO, 2010).
Para artrite, usar compressa levemente aquecida de argila branca, aplicar no 
local afetado, nos dois pés e nas mãos (cobrir os dedos) durante 90 minutos, de duas 
a três aplicações por dia, até quando o problema persistir (CLAUDINO, 2010). Pode ser 
157
FIGURA 11 – EMPLASTRO DE ARGILA
FONTE: <https://bit.ly/35KYFJ2>. Acesso em: 21 dez. 2021.
realizada por meio de banhos terapêuticos, máscaras faciais e emplastros (Figura 11). 
Alguns terapeutas recomendam abrir gazes, umedecê-las e aplicar a argila por cima da 
gaze. Após o tratamento, retirar as gazes com argila e limpar com algodão e água o que 
ainda restar na pele.
No canal Saúde Zen, mostra-se de forma sucinta a aplicação da 
geoterapia, disponível em: https://bit.ly/3gobNWk.
DICA
158
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Quando aplicada no corpo por meio da massoterapia, a terapia com pedras quentes 
proporciona efeito penetrante sobre o sistema muscular, chegando a corrigir 
disfunções de órgãos e vísceras. 
• Os cristais são bastante utilizados conforme a sua propriedade, energia e sintonia 
com os chakras e eles atuam por meio da ressonância e da vibração. 
• A geoterapia é considerada uma medicina natural, que utiliza a terra comoagente 
físico no tratamento e prevenção de doenças, a argila tem a capacidade de produzir 
reequilíbrio térmico no organismo e transmitir energia vital. 
• Terapia com pedras quentes, cristaloterapia e geoterapia, utilizam dos agentes físicos 
da Terra para ajudar o ser humano, sendo que estes agentes são os mais antigos na 
Terra, trazem a conexão com a natureza e toda potência energética para auxiliar na 
prevenção e tratamentos de doenças.
159
1 Com base no que você aprendeu sobre a terapia com pedras quentes, que promove 
os efeitos da termoterapia no maior órgão do corpo humano, a pele, é importante 
lembrar que o tratamento é de natureza profunda e penetrante, o poder dessas pedras 
influencia os receptores dos sentidos, fazendo com que ocorra uma comunicação 
intercelular e uma reorganização da conexão do corpo com a mente. Sobre o exposto, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A terapia com pedras quentes promove uma influência positiva sobre a saúde do 
organismo, proporcionando equilíbrio energético.
b) ( ) O calor das pedras penetra nos tecidos de maneira superficial, ficando restrito a 
pele, aumenta a circulação sanguínea na região.
c) ( ) Diminui tensões musculares e fadiga, diminui a rigidez articular, produz efeito 
relaxante apenas no nível físico, já que não atinge o nível mental e emocional.
d) ( ) Para o uso de pedras quentes, utiliza-se pedras vulcânicas, plutônicas e 
sedimentares, sendo que as mais utilizadas são as sedimentares.
2 As rochas, que são agrupamentos de minerais, são divididas em três tipos quanto a sua 
origem: as rochas magmáticas se formam a partir do resfriamento e solidificação do 
magma da Terra, sendo chamadas de plutônicas quando formadas pelo resfriamento 
lento nas profundezas da Terra, como granito; ou de vulcânicas, que se formam pelo 
resfriamento e solidificação rápida do magma, pelas erupções vulcânicas, como o 
basalto. As pedras sedimentares, derivam de outras rochas que sofrem a ação do 
tempo, da água, do vento, de reações físicas e químicas, como o arenito, argila, carvão 
mineral. Já as rochas metamórficas, são rochas que sofrem transformação pela ação 
do calor ou pressão no interior da Terra e adquirem outra estrutura, como o mármore, 
gnaisse e quartzito. Sobre as pedras quentes, analise as sentenças a seguir:
I- Os tipos de pedras mais utilizadas na terapia com pedras quentes são as vulcânicas, 
como basalto e ágata, por serem pedras que retém o calor e mantém essa 
temperatura por mais tempo, e como são as mais antigas na Terra, trazem uma 
forte conexão com a natureza.
II- Durante a massagem com pedras quentes, uma das técnicas que pode ser utilizada 
é a effleurage, uma forma de massagem envolvendo um movimento feito com a 
palma da mão e seus movimentos são rápidos e intensos.
III- As pedras quentes atuam nos três níveis: físico, proporcionando relaxamento e 
alívio de dores; mental e espiritual, diminuindo estresse, acalma a mente e melhora 
da autoestima; energético, promove abertura e ativação do fluxo energético, 
renovando a energia vital.
AUTOATIVIDADE
160
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 Os cristais são utilizados na decoração, para equilíbrio, proteção dos ambientes e 
potencialização de energias positivas no ambiente, são utilizados em joias, como 
demonstração de poder e proteção. Alguns cristais, como quartzo enfumaçado e 
turmalina negra, tem a propriedade de absorver energias negativas e irradiar energia 
pura e limpa por exemplo. Sobre o uso terapêutico dos cristais e sua utilização 
conjunta com os chakras, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as 
falsas:
( ) No chakra da coroa, podemos utilizar as pedras: citrino, quartzo, jaspe roxo e safira 
roxa; no terceiro olho, sodalita e lápis-lazúli. 
( ) No chakra da garganta, podemos utilizar quartzo verde ou rosa, turmalina verde, 
safira verde e rubi. 
( ) No plexo solar, malquita, olho de tigre, citrino e turmalina amarela; no sacral, jaspe 
vermelho, topázio e citrino; no chakra base, pedra-do-sangue, turmalina negra, 
jaspe vermelho e quartzo esfumaçado.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Na reportagem “Cristaloterapia: cristais como ferramentas de resgate do bem-estar”, 
da Revista Medicina Integrativa, em 03/09/2020, fala: “Cristaloterapia é a terapia em 
que se utilizam cristais como principais ferramentas para o tratamento do cliente, 
cuja forma de aplicação e duração serão determinadas pelo terapeuta, de acordo com 
a análise realizada previamente. O uso dos cristais, quando indicado e prescrito por 
um profissional especialista na área, é seguro. Não deve ser feito de forma aleatória, 
pois existem alguns cristais que são tóxicos e prejudiciais à saúde. E, mesmo que 
não haja toxicidade, a utilização prolongada de um cristal pode trazer mudanças de 
humor e de ânimo e provocar reações ou desconforto, sem o conhecimento por parte 
de quem o esteja usando. Por exemplo: um cristal indicado para cuidar de fadiga ou 
desânimo, se usado no período de dormir, pode trazer insônia ou efeitos ainda mais 
severos”. Sobre a utilização dos cristais como forma de cura, cite três cristais e suas 
funções e descreva quais cuidados são necessários com estas pedras.
FONTE: <https://bit.ly/3IVDjqH>. Acesso em: 21 dez. 2021.
161
5 A geoterapia com argila verde aplicada na região lombar foi efetiva na redução da 
intensidade da dor lombar crônica inespecífica, além disso, a argila verde é aplicada 
em casos de desequilíbrio e em quadros de doenças crônicas e/ou dor, como em dores 
articulares, pelas suas propriedades analgésicas, anti-inflamatória, equilibradora e 
auxiliadora da homeostase. Defina a geoterapia e descreva para que ela pode ser 
utilizada.
162
163
REFLEXOLOGIA PODAL, TUI NA E 
QUIROPRAXIA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos a reflexologia podal, o tui na e a 
quiropraxia. A reflexologia podal que iremos estudar neste tópico vai relembrar alguns 
conceitos da reflexologia que vimos na Unidade 2 deste livro; assim como a orelha tem 
conexões com todo o corpo, os pés também apresentam esta conexão, que veremos no 
decorrer desta unidade. 
O Tui na ou tui ná é uma das mais antigas técnicas de massagem presentes na 
China, o meio físico de aplicação são as mãos do terapeuta, que realiza massagens pelo 
corpo com a intenção de melhorar o fluxo de energia dos canais. É bastante utilizado 
com outras terapias da MTC, como a acupuntura e moxabustão que vimos na Unidade 
1 deste livro.
A quiropraxia é uma terapia integrativa, presente na lista de práticas integrativas 
em saúde do SUS desde 2017, refere-se ao diagnóstico e tratamento de condições do 
sistema neuromusculoesquelético, principalmente da coluna vertebral, seu meio físico 
de atuação também é as mãos do terapeuta. Através do tratamento manual, como a 
terapia de tecidos moles e a manipulação articular ou "ajustamento", são realizados 
ajustes na coluna vertebral e em outras partes do corpo.
2 RELEMBRANDO A REFLEXOLOGIA
Acadêmico, vamos relembrar! A reflexologia baseia-se na correlação entre 
as partes do corpo com o pavilhão auricular, as mãos e os pés, através do estudo 
da embriologia. A hipótese está ligada em que os órgãos e tecidos se desenvolvem 
a partir de camadas germinativas do feto, o endoderma, ectoderma e mesoderma, e 
essa ligação permanece pelo resto da vida. Cada uma dessas camadas vai dar origem 
pela sua multiplicação a partes do organismo humano, o endoderma formará a maioria 
dos órgãos internos, o fígado, pâncreas, sistema respiratório, urinário, tireoide (exceto 
coração e rins) e o epitélio de revestimento do tubo digestivo; a ectoderma formará 
a epiderme (pele), sistema nervoso, medula espinal, nervos, cabelos, unhas,dentes, 
córnea, mucosa do nariz; a mesoderma formará os músculos esqueléticos e lisos, 
cartilagens, ossos, tecidos conjuntivos, vasos sanguíneos, glândulas endócrinas, órgãos 
urogenitais, tecido linfático, entre outros (FARIAS; SILVA, 2018)
UNIDADE 3 TÓPICO 2 - 
164
Segundo Farias e Silva, (2018), as camadas germinativas dão origem às 
estruturas anatômicas que compõem o corpo, sendo que algumas partes do corpo são 
capazes de gerar reação reflexa em várias outras partes do corpo.
2.1 ANATOMIA DO PÉ 
O pé compreende os ossos do tarso, os ossos do metatarso e as falanges 
(ossos dos dedos do pé). Possui duas funções importantes que são: suportar o peso do 
corpo e atuar como uma alavanca para impulsionar o corpo para a frente durante uma 
caminhada ou corrida (ANATOMIA DO PÉ, 2018). Possui ligamentos, músculos, veias, 
artérias e nervos. Sobre a inervação, veremos a seguir na Figura 12.
Lembre-se que o pé é dividido em região plantar (região onde estarão a maior 
parte das zonas reflexas) e dorsal (é o que enxergamos quando olhamos nosso pé de 
cima). Pelas imagens é possível observar que a planta do pé é inervada principalmente 
pelo nervo tibial e suas ramificações; e a parte dorsal do pé pelo nervo fibular e suas 
ramificações. Os pés possuem uma vasta quantidade de terminações nervosas, que 
fazem com que os estímulos sejam rapidamente enviados ao resto do corpo.
FIGURA 12 – INERVAÇÃO CUTÂNEA DO PÉ
FONTE: Netter (2008, p. 541-542)
165
2.2 REFLEXOLOGIA PODAL 
Iniciaremos com o estudo das zonas longitudinais, que foram descritas por dr. 
Fitzgerald, são zonas que sobem pelos pés, corpo, cabeça, até chegar às mãos. Há cinco 
zonas no lado direito do corpo e cinco no lado esquerdo, sendo que em seu interior, há 
um fluxo de energia que flui nessa zona (HALL, 1997).
Dessa forma, a via longitudinal é representada no pé. Ao realizarmos estímulos 
nessa zona, atingiremos toda a zona respectiva no corpo. É importante ressaltar que as 
zonas longitudinais não são as mesmas dos meridianos, conforme a MTC. 
Podemos olhar os estímulos no pé através da MTC, mas, nesse caso, os 
pontos e áreas utilizadas serão baseados nos 12 meridianos principais de energia, que 
estudamos na Unidade 1, estes não são iguais as zonas longitudinais. Por isso, ao aplicar 
a reflexologia podal é importante escolher uma base de estudos.
Além das zonas longitudinais, existem as zonas transversais, que se referem 
à cintura escapular, à cintura e à cintura pélvica. Na Figura 14, observe que três linhas 
transversais separam as regiões do corpo nos pés.
FIGURA 13 – SISTEMA ZONAL LONGITUDINAL
FONTE: <https://bit.ly/3uilldS>. Acesso em 24 dez. 2021.
Para se aprofundar mais na anatomia dos pés, veja o link: https://
bit.ly/3ojQji5. 
DICA
166
FIGURA 13 – SISTEMA ZONAL LONGITUDINAL
FIGURA 15 – MAPA REFLEXOLOGIA PODAL
FONTE: <https://bit.ly/3rvHVhv>. Acesso em 25 dez. 2021.
FONTE: <https://bit.ly/3J2xZlt>. Acesso em 25 dez. 2021.
É possível ainda considerar braços e pernas como zonas correlatas, ou seja, 
as zonas longitudinais passam ao longo do corpo descendo por pernas e braços, e 
algumas áreas têm correlação especial, como ombro e quadril, cotovelo e joelho, pulso 
e tornozelo e mão e pé quando do mesmo lado do corpo (HALL, 1997). Isso significa que, 
pela reflexologia, pode-se atuar na área correlata para se atingir a área correspondente.
O desenvolvimento da reflexologia demonstrou que determinadas regiões do corpo, 
os plexos nervosos (terminações nervosas sensíveis a dor que indicam quais partes do 
corpo estão em desequilíbrio), têm ligação claramente determinada com órgãos, sistemas 
e estados emocionais. Por serem interligados a uma área específica, quando estimulados 
corretamente, os plexos nervosos enviam e recebem informações dos órgãos a que são 
ligados, restabelecendo o seu funcionamento ideal (LOURENÇO, 2002).
167
2.3 TRATAMENTO
Antes de iniciar o tratamento, é necessário realizar a avaliação com histórico 
detalhado do caso do paciente, tudo o que houver para saber a respeito de sua saúde, 
sintomas físicos, estado emocional e horas de sono (HALL, 1997). 
O ideal é sentar seu paciente numa cadeira reclinável para que você tenha 
melhor acesso aos pés. Após realizar limpeza dos pés com panos umedecidos, para 
remover a sujeira superficial e refrescar, realizar uma massagem geral nos pés para que 
o paciente se acostume com o toque (HALL, 1997).
O tratamento compreende a aplicação de pressão com a ponta do polegar nos 
pontos das zonas reflexas precisos, essa pressão é firme, mas não forte, e a partir das 
reações ou grau maior ou menor de desconforto na região, é possível saber que partes 
correspondentes do corpo estão em desequilíbrio (HALL, 1997). 
O tratamento é realizado nos dois pés, os estímulos podem ser aplicados 
também com objetos ou suportes. Quando aplicados com os dedos, o reflexologista 
não deve ter unhas compridas, pois podem causar lesões na pele do paciente (GALETTI; 
GUERRERO; BEINOTTI, 2015).
O tratamento é concentrado exclusivamente nos pontos de reflexos equivalentes 
a cada região afetada e ajuda no tratamento de dores de cabeça, coluna, fígado, ouvido, 
seios nasais, pescoço, olhos, garganta, baço, coração, pulmão, entre outros órgãos 
(GALETTI; GUERRERO; BEINOTTI, 2015). Pode ser usada também para manter o corpo 
em bom funcionamento, atuando preventivamente. 
A reflexologia pode ter um feito profundo na nossa saúde e no 
nosso bem-estar ao reequilibrar, limpar e renovar o nosso sistema 
energético interno. Quando a energia vital está bloqueada, lenta ou 
desequilibrada, os tratamentos regulares de reflexologia têm o efeito 
de dissolução natural, aumentando a qualidade da energia até ao 
ponto mais saudável que o nosso corpo e a nossa mente permitam 
(VENNELLS, 2003, p. 20). 
 
O paciente irá sentir relaxamento, poderá sentir desconforto em pontos 
dolorosos, alívio ou pontadas agudas que passam rápido. A terapia possui algumas 
contraindicações, tais como: gravidez, fraturas ou lesões recentes nas áreas, varizes 
expostas, quadros de dermatite, quadro crônico de doença degenerativa, complicações 
da diabetes e cardiopatias com uso de marca-passo (LOURENÇO, 2002). Segundo 
Silva e colaboradores (2017), tem efeitos comprovados para tratamentos de patologias 
músculo esqueléticas, na redução da pressão arterial e frequência cardíaca, na melhora 
da qualidade do sono e para diminuição do nervosismo e estresse.
168
Acadêmico, lembre-se que a reflexologia podal é parecida com a auriculoterapia 
e com a quiroacupuntura, pois são áreas específicas do corpo (pés, mãos, orelhas) que 
se conectam energeticamente e representam o organismo em sua totalidade, além 
disso, são áreas do corpo que possuem terminações nervosas em grande quantidade, o 
que as fazem receber e levar os estímulos mais facilmente pelo corpo.
3 TUI NA
A MTC traz com o Tui na mais uma de suas técnicas integrativas em saúde. 
O meio físico de estimulação do Tui na são as pressões dos dedos do terapeuta, 
podendo ser utilizados também os cotovelos e palma das mãos, e podendo associar 
com alongamentos. Consiste na manipulação de acupontos e meridianos (estudados 
brevemente na Unidade 1), com diversas técnicas de massagem, todo o tratamento é 
fundamentado nas bases da MTC.
É indicada para as mais diversas patologias e contraindicada em casos de 
tumores malignos, doenças infecciosas, fadiga extrema, em processo recente de 
digestão ou em jejum, na região lombar ou abdominal de grávidas, ou no período da 
menstruação (evitar). Tem o objetivo de fazer o Qi circular, desbloqueando o que está 
impedindo (TSÉ, 2015)
O termo Tui quer dizer “empurrar” enquanto Na quer dizer “agarrar”. Durante os 
tempos antigos, o povo chinês sabia que palpar, pressionar ou bater nas partes do corpo 
afetadas podia aliviar a dor e melhorar alguns sintomas, e então iniciaram os estudos 
nessa área.
O vídeo a seguir é a demonstração de uma aula prática de reflexologia 
podal pelo professor Marcelo Doi,publicado em 2021, no canal 
Massoterapeuta de Sucesso: https://bit.ly/32TglkH. 
DICA
169
FIGURA 16 – PRÁTICA MILENAR DO TUI NA
FIGURA 17 – MANOBRAS UTILIZADAS NO TUI NA
FONTE: <https://bit.ly/3IYgaUp>. Acesso em: 25 dez. 2021.
FONTE: <https://bit.ly/3477VH5>. Acesso em: 25 dez. 2021.
A técnica é aplicada com toques leves que vão se intensificando, atuando 
da superfície para o interior do corpo, em movimentos ritmados, alternando lentidão 
e rapidez. Nessa massagem chinesa, são utilizadas várias manobras, que possuem 
nomenclaturas chinesas; no entanto, falaremos nas nomenclaturas em português, sendo 
as manobras: pressionar, movimento linear, movimento circular, empurrar-girar, beliscar-
agarrar, vibrar, bater, inserir. Ainda podem ser utilizadas técnicas de movimentação dos 
membros rapidamente com empurrar-puxar, girar, oposição, levantar e sacudir.
A aplicação da técnica melhora a circulação de Qi e xue no organismo, remove 
estagnações, elimina a dor, gera calor, combate ação de fatores patogênicos, aumenta 
a resistência imunológica e previne doenças e promovendo o relaxamento psíquico. 
Acredita-se que melhora a microcirculação do sangue e do sistema linfático, 
além de trazer recuperação mais rápida para as várias lesões dos tecidos moles 
(músculos, tecido conjuntivo, entre outros) (YA-LI, 1999).
170
A técnica é bastante realizada nos pontos do canal principal de energia da 
bexiga, localizados na região posterior do corpo, próximo aos processos transversos das 
vértebras da coluna, como demonstrado na Figura 18.
Após realizar a avaliação completa do paciente conforme os fundamentos da 
MTC, inicia-se a prática do Tui na. Esta é a prática mais escolhida para ser utilizada no 
tratamento em conjunto com a acupuntura (PRITCHARD, 2010). O terapeuta tem uma 
demanda física e energética ao realizá-la e necessita praticar diariamente. Além das 
manobras utilizadas, é necessário a movimentação do Qi do próprio terapeuta, e por isso 
é recomendado muita dedicação nos estudos dessa técnica (PRITCHARD, 2010). 
Devido seus benefícios, há muitos estudos dessa prática na literatura. Já há 
comprovação na melhora da dor cervical, para espasticidade após acidente vascular 
cerebral, melhora de dor crônica lombar, entre outras.
Veja mais sobre a técnica do Tui na no canal Centro de Medicina 
Chinesa, com a Dra. Raquel Terra. Neste vídeo, ela utiliza as manobras 
de Tui na para tratamento de cervicalgia: https://bit.ly/3okOjGa. 
Efeitos do Tui na também são demonstrados nos seguintes artigos: 
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/acn3.759. e https://
bit.ly/3ghyv2m. 
DICA
FIGURA 18 – CANAL DA BEXIGA E TUI NA
FONTE: <https://bit.ly/3HqmdAH>. Acesso em: 26 dez. 2021.
4 QUIROPRAXIA
A quiropraxia é uma terapia complementar em saúde, que também utiliza 
das mãos do terapeuta como meio físico de atuação no corpo. Essa prática lida 
com o diagnóstico, tratamento e prevenção das desordens do sistema neuro-
musculoesquelético e de seus efeitos na saúde em geral (LOPES et al. 2015).
171
Através de técnicas manuais, como o ajuste e manipulação articular, o 
quiropraxista utiliza as mãos para que o corpo volte a funcionar de forma plena, sem 
o uso de medicamentos ou cirurgias (LOPES et al. 2015). O tempo de recuperação das 
lesões depende de vários fatores, como idade, estilo de vida, duração do problema, tipo 
de trabalho, dieta, atitude e cooperação do paciente. Inicialmente, é necessário ir com 
maior frequência, de uma a três vezes por semana, e essa frequência vai reduzindo com 
a progressão do quadro clínico, é comum os tratamentos durarem em torno de três 
meses (LOPES et al. 2015).
O criador da técnica é Daniel David Palmer, que em 1895 já estudava e definia 
a quiropraxia, “prática com as mãos” (BRACHER; BENDICTO; FACCHINATO, 2013), 
como representado na Figura 19. Os Estados Unidos concentram o maior número de 
profissionais quiropraxistas, estes, mesmo após muitos anos de surgimento da técnica, 
continuam fiéis à prática não-invasiva e baseada em terapias manuais para a melhora 
da saúde dos pacientes (BRACHER; BENDICTO; FACCHINATO, 2013).
As principais procuras pelo tratamento são as algias lombares e pélvicas, 
cervicalgias, cefaleias, condições de membros inferiores e superiores, entre outros. 
Igualmente às outras terapias, inicialmente é realizada uma anamnese completa 
do indivíduo, passando para o exame físico que consiste na avaliação dos sistemas 
locomotor e neurológico periférico (BRACHER; BENDICTO; FACCHINATO, 2013). Alguns 
métodos de avaliação quiroprática normalmente são utilizados, como a avaliação 
postural, a análise da marcha, a palpação articular estática e dinâmica e a avaliação da 
amplitude de movimento das articulações afetadas BRACHER; BENDICTO; FACCHINATO, 
2013).
O tratamento com quiropraxia baseia-se em técnicas de ajustes quiropráxicos, 
que devolvem os micromovimentos normais à coluna vertebral, reduzindo a compressão 
neural responsável pela sintomatologia dolorosa daquele determinado dermatómo 
FIGURA 19 – CRIADOR DA QUIROPRAXIA
FONTE: <https://bit.ly/3HDSkgJ>. Acesso em: 26 dez. 2021.
172
(SILVA et al. 2012). A principal técnica utilizada é a terapia de manipulação articular 
(TMA), a manipulação pode ser definida como a movimentação passiva de uma vértebra, 
com alta velocidade e baixa amplitude, além da amplitude de movimento fisiológico e 
dentro do limite de ajuste anatômico (BRACHER; BENDICTO; FACCHINATO, 2013).
A manipulação articular é normalmente acompanhada por uma onda 
sonora, percebida como um estalido. Esta onda sonora ocorre devido 
ao mecanismo de cavitação articular que acontece durante uma 
manobra de manipulação. A cavitação é um fenômeno físico, cujas 
propriedades podem ser replicadas em várias articulações do corpo 
e ela pode ser explicada da seguinte forma: quando a articulação 
é submetida a uma força de tração, a separação das superfícies 
articulares leva à redução da pressão intra-articular do líquido 
sinovial. Como o conteúdo do espaço articular não é expansível, 
observa-se a penetração da cápsula articular e a redução da pressão 
intra-articular, esta queda da pressão abaixo da pressão parcial de 
dissolução do gás carbônico determina a formação de bolhas de 
gás carbônico neste espaço. Isto determina ruptura da força de 
coaptação entre as superfícies articulares opostas, gerando uma 
rápida separação entre elas. Esta rápida separação leva ao súbito 
tensionamento da cápsula articular. Isto determina a vibração dos 
tecidos periarticulares, o que gera a emissão de uma onda sonora, o 
estalo (BRACHER; BENDICTO; FACCHINATO, 2013, p. 177).
Acadêmico, provavelmente você deve reconhecer a prática da quiropraxia pelos 
estalos durante as manipulações, que são muito comuns. Muitas pessoas relaxam 
apenas com a emissão da onda sonora do estalido, que pode gerar a sensação de alívio. 
Durante o período da pandemia, em 2020, foi bastante procurada pelos 
indivíduos, já que proporciona alívio e bem-estar, pois a manipulação provoca efeitos 
fisiológicos locais e sistêmicos (BRACHER; BENDICTO; FACCHINATO, 2013).
Segundo o Manual MSD Versão Saúde Para a Família, dermátomo 
é área específica superficial da pele; é a área da pele onde todos 
os nervos sensoriais vêm de uma única raiz nervosa. Os nervos 
sensoriais transportam informações sobre coisas, como tato, dor, 
temperatura e vibração, desde a pele até a medula espinhal: https://
msdmnls.co/3tCaqvj. 
NOTA
173
Entre os benefícios dessa técnica, podemos destacar a diminuição da 
intensidade da dor, o aumento da amplitude de movimento articular, o aumento do 
limiar de dor à pressão, a diminuição da tensão muscular e da atividade elétrica da 
musculatura, o aumento do fluxo sanguíneo periférico, maiores níveis plasmáticos 
de beta-endorfina e o aumento da atividade metabólica dos neutrófilos (BRACHER; 
BENDICTO; FACCHINATO, 2013).
Algumas contraindicações estão ligadas à presença de déficit neurológico 
progressivo, fratura ou luxações em fasede consolidação, instabilidade segmentar das 
articulações vertebrais, uso de anticoagulantes e fraqueza óssea (BRACHER; BENDICTO; 
FACCHINATO, 2013).
Pode haver efeitos adversos que devem passar em até 48 horas e que 
ocorrem com pouquíssima frequência, entre eles: desconforto no local, dor irradiada, 
contratura muscular, tontura, cansaço, dor de cabeça e náusea (BRACHER; BENDICTO; 
FACCHINATO, 2013). Algumas manobras de manipulação são mais perigosas e, por isso, 
essa prática integrativa exige curso em nível de pós-graduação ou formação completa 
em nível de graduação.
A quiropraxia é um tratamento natural, que preconiza a relação entre todos 
os tecidos musculoesqueléticos do corpo, fáscias, músculos, ligamentos e o sistema 
nervoso, de forma integrada. Cabe ao quiropraxista restaurar a normalidade dos tecidos 
e permitir a adaptação do corpo, sendo a coluna vertebral um dos principais pontos 
de atuação nessa prática. O bom funcionamento do sistema nervoso indica uma boa 
capacidade do corpo em se adaptar e restaurar-se (VASCONCELOS, 2008).
FIGURA 20 – MANOBRA DA QUIROPRAXIA
FONTE: <https://bit.ly/35y9aPF>. Acesso em: 26 dez. 2021.
174
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A reflexologia podal, atua de forma semelhante à auriculoterapia, é uma prática 
que realiza estímulos nos pontos correspondentes do corpo nos pés. Assim como 
a orelha, os pés possuem milhares de terminações nervosas que fazem com que 
estímulos dessa região sejam recebidos no sistema nervoso central e espalhados 
pelas regiões específicas a tratar.
• Existem zonas reflexas longitudinais e transversais que ligam principalmente os 
órgãos e tecidos que estão presentes nessas regiões. Podemos tratar um problema 
na cabeça com o ponto correspondente nos pés.
• O tui na é uma técnica de massagem chinesa, que conta com várias manobras, como 
amassar, deslizar, pressionar, deslizamentos circulares, entre outras. É realizada em 
todo corpo, mas principalmente nas costas, com movimentos rítmicos e precisos, 
pelas mãos do terapeuta, que pode utilizar os dedos, a palma das mãos e o cotovelo 
para aplicação da técnica. 
• Tui na tem sua base fundamentada nos conceitos da MTC, é uma técnica que exige 
atenção e dedicação com muita prática e estudo, já que demanda muita energia do 
terapeuta.
• A quiropraxia é uma técnica que também utiliza as mãos do terapeuta para restaurar 
as desordens do organismo, é aplicada principalmente na coluna vertebral, pois 
considera-se que esta está em ligação com todo o sistema neuro-musculo-
esquelético. A ligação de todos os tecidos musculares com o sistema nervoso é que 
fundamenta as teorias da quiropraxia.
• A quiropraxia é bastante conhecida pelos estalidos que gera durante suas manobras 
de manipulação, sendo que a principal utilizada pelos quiropraxistas é a terapia de 
manipulação articular.
175
1 A reflexologia podal consiste em pressionar e massagear os pontos reflexos dos pés, 
pois estes conseguem representar todo o corpo. A reflexologia ensina que existe uma 
energia vital que percorre os órgãos do corpo, permeando todas as células e tecidos, 
ao estimular um ponto reflexo no pé, estimulamos toda a sua zona reflexa. Sobre as 
zonas reflexas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Existem cinco zonas longitudinais em cada hemicorpo, e também três zonas 
transversais que representam a região da cintura escapular, o abdome e a cintura 
pélvica.
b) ( ) Existem três zonas longitudinais por onde circula energia vital no corpo, estas 
estão presentes no lado direito e esquerdo do corpo; as zonas transversais 
dividem a região plantar e região dorsal do pé.
c) ( ) Existem zonas longitudinais presentes tanto no lado direito quanto esquerdo 
do corpo, e zonas reflexas transversais que dividem o pé em zonas reflexas da 
cabeça, membros superiores e membros inferiores.
d) ( ) Pelas cinco zonas reflexas longitudinais presentes em cada hemicorpo, flui a 
energia vital; pelas zonas reflexas transversais não há fluxo de energias, apenas 
representação reflexa.
2 “Uma massagem, quando bem aplicada, pode promover grande relaxamento em seu 
corpo, e levar à sensação de bem-estar em diversos níveis. Mas se for uma Tui Na, 
massagem que faz parte da ampla gama de terapias da Medicina Tradicional Chinesa, o 
efeito vai muito além do relaxamento”. Sobre esse tema, analise as sentenças a seguir:
FONTE: <https://bit.ly/34djlcb>. Acesso em: 17 jan. 2022.
I- O tui na é uma massagem chinesa que utiliza os dedos, palma das mãos, cotovelos do 
terapeuta na aplicação de técnicas manuais para restauração da saúde do organismo.
II- Essa forma de massagem traz benefícios de relaxamento, alívio de dores agudas e 
crônicas, bem-estar psicológico, equilíbrio energético e prevenção de problemas de 
saúde.
III- É bastante realizada nos pontos do canal principal de energia da bexiga, localizados 
na região posterior do corpo e tem origem na cultura ocidental.
IV- É uma técnica que demanda bastante energia do terapeuta, precisa ser bem 
estudada e muito praticada.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
176
c) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença I está correta.
3 As práticas integrativas em saúde são recursos terapêuticos que buscam a 
prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, 
no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o 
meio ambiente e a sociedade. De acordo com os conhecimentos adquiridos sobre 
reflexologia podal, tui na e quiropraxia, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Quiropraxia.
II- Reflexologia Podal.
III- Tui na.
( ) A aplicação da técnica melhora a circulação de Qi e xue no organismo, remove 
estagnações, elimina a dor, gera calor, combate ação de fatores patogênicos, 
aumenta a resistência imunológica e previne doenças, promovendo o relaxamento 
psíquico.
( ) Conduz ajustes na coluna vertebral e outras partes do corpo, visando a correção 
de problemas posturais, o alívio da dor e favorecendo a capacidade natural do 
organismo de auto cura.
( ) Prática terapêutica que utiliza estímulos em áreas reflexas – os microssistemas 
e pontos reflexos do corpo existentes nos pés, mãos e orelhas, para auxiliar na 
eliminação de toxinas, na sedação da dor e no relaxamento.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I – II – III. 
b) ( ) II – I – I.
c) ( ) III – II – I.
d) ( ) III – I – II.
4 Segundo a Política Nacional de Práticas Integrativas em Saúde, a quiropraxia é uma 
terapia que atua no diagnóstico, tratamento e prevenção das disfunções mecânicas do 
sistema neuro-musculo-esquelético e seus efeitos na função normal do sistema nervoso 
e na saúde geral. Esta enfatiza o tratamento manual, como a terapia de tecidos moles e a 
manipulação articular ou "ajustamento", que conduz ajustes na coluna vertebral e outras 
partes do corpo, visando a correção de problemas posturais e o alívio da dor. Disserte 
sobre quais são os benefícios, indicações e contraindicações da quiropraxia.
5 A reflexologia podal pode ser aplicada tendo como base a medicina tradicional 
chinesa, mas também a base do dr. Fitzgerald, que nos traz as ligações de todo o 
corpo nas zonas reflexas longitudinais e transversais. Quando aplicada pelas mãos 
de um terapeuta holístico, essa terapia produz inúmeros efeitos e benefícios. Nesse 
contexto, disserte sobre os benefícios da reflexologia podal e sobre suas indicações 
e contraindicações.
177
TÓPICO 3 - 
OSTEOPATIA, CROMOTERAPIA E 
TERMALISMO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos primeiramente a Osteopatia, terapia 
complementar em saúde que, assim como a quiropraxia, é realizada com as mãos 
do terapeuta, prática de técnicas manuais criada por Andrew Taylor Still, nos Estados 
Unidos, que preconiza a autocura do corpo.
Na continuidade, abordaremosa Cromoterapia, uma forma complementar de 
tratamento em saúde que se aplica através dos feixes luminosos das cores. Normalmente, 
essa técnica é utilizada juntamente com outras técnicas, como cristaloterapia, reiki, 
reflexologia podal, auriculoterapia, entre outras. 
E, por último, abordaremos o Termalismo, também considerada prática 
complementar em saúde, essa terapia age através dos efeitos da água no nosso 
organismo. Vamos observar os diferentes tipos de termalismo e como beneficiar a saúde 
integral do indivíduo com essa terapia.
2 OSTEOPATIA
 
A osteopatia é uma terapêutica utilizada para tratar problemas biomecânicos, 
através de manobras manuais, considera que toda disfunção tem alterado alguns 
princípios (lei da artéria, hipo e hipermobilidade, unidade corporal, estrutura governa 
a função), produzindo processos inflamatórios crônicos, que levam a disfunções 
somáticas (FERREIRA, 2015).
As disfunções somáticas são alterações nos impulsos neurológicos, que 
alteram as funções correspondentes, que estão relacionadas às estruturas anatômicas, 
arteriovenosas, articulares, viscerais e pele (FERREIRA, 2015).
O termo vem do grego osteon- “ossos” e pathos- “doença, experiência, 
sofrimento”. Porém, a osteopatia vai muito além da sua definição literal, ela se baseia 
no princípio de que todos os sistemas do corpo estão relacionados no desenvolvimento 
das suas funções, princípio da unidade corporal (VASCONCELOS, 2008).
UNIDADE 3
178
Para o criador da técnica, as doenças se originam de distúrbios presentes nas 
estruturas corporais (ossos, músculos, pele, glândulas, entre outras) (VASCONCELOS, 
2008). Uma das principais estruturas estudadas nessa técnica é a fáscia, que nada mais 
é que o envoltório de tecido conectivo que todo o corpo internamente está envolvido, 
ela faz o suporte, conexão e cria espaços, hidrata e gera informação, sendo o maior 
órgão sensorial em extensão (VASCONCELOS, 2008).
Como o corpo humano está em constante movimento, acredita-se que toda 
desordem no sistema miofascioesquelético e/ou visceral leva à desorganização das 
fáscias, comprometendo o bom funcionamento dos sistemas (VASCONCELOS, 2008).
A Escola de Osteopatia de Madrid define a osteopatia como terapia manual que 
ajuda a aliviar, corrigir e recuperar lesões musculoesqueléticas e patologias orgânicas 
(QUE ES LA OSTEOPATIA, 2022). 
A intervenção osteopática realiza um diagnóstico funcional a partir da qual utiliza 
um conjunto de métodos e técnicas com finalidade terapêutica e/ou preventiva, que 
aplicados manualmente sobre os tecidos musculares, articulares, conjuntivos, nervosos, 
obtém reações fisiológicas que equilibram e normalizam as diferentes alterações 
musculares, osteoarticulares, orgânicas e funcionais, melhorando ou resolvendo o 
quadro clínico e atuando especialmente em suas manifestações dolorosas.
Além disso, como a Osteopatia atua em diferentes tecidos corporais, foi 
classificada por alguns métodos em três grandes divisões de técnicas: Osteopatia 
Estrutural (direcionada ao sistema musculoesquelético), a Osteopatia Visceral (atua 
sobre os tecidos que participam nas funções das vísceras, em todos os tecidos que 
asseguram o funcionamento orgânico) e a Osteopatia Craniana (e terapia crânio saral, 
que atuam na liberação e facilitação da micromobilidade do crânio através das meninges 
e líquor).
FIGURA 21 – FÁSCIA, RECOBRINDO TECIDOS MUSCULARES
FONTE: <https://bit.ly/3sheTB8>. Acesso em: 27 dez. 2021.
179
2.1 BENEFÍCIOS, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
A osteopatia é indicada principalmente para indivíduos com dores de 
coluna, hérnias de disco, dor ciática, dores de cabeça e pescoço, dores de tensão 
muscular, problemas articulares, problemas viscerais, como constipação e refluxo. As 
contraindicações são relativas e as mesmas que para qualquer mobilização articular, 
deve-se ter cuidado em casos de hipermobilidade, derrame articular e inflamação.
A técnica estimula a atividade biológica do líquido sinovial presente nas 
articulações, aumentando a amplitude de movimento, reestabelecendo o equilíbrio 
visceral, proporcionando ao corpo maior estabilidade para o seu processo de autocura.
Atualmente, no Brasil, a formação em osteopatia exige graduação em Fisioterapia, 
mas em escolas de outros países é necessário, pela regulamentação, comprovar uma 
carga horária mínima de mil horas de aulas presenciais teórico-práticas e, no mínimo, 
quinhentas horas de atividades práticas supervisionadas. Estudos demonstram que 
a intervenção osteopática em idosos, por exemplo, melhora o componente físico 
na avaliação da qualidade de vida (POVOA et al. 2011), melhora a dor e a função de 
indivíduos com dor lombar aguda e crônica não específica (FRANKE; FRANKE; FRYER, 
2014) e melhora dor crônica de origem não cancerígena (REHMAN et al. 2020).
FIGURA 22 – TÉCNICA MANUAL DE OSTEOPATIA
FONTE: <https://bit.ly/3glHBeG>. Acesso em: 27 dez. 2021.
Para saber mais sobre a técnica, assista ao vídeo publicado pelo Dr. 
Alexandre Mota: https://www.youtube.com/watch?v=__1Y-uakOU4. 
No vídeo a seguir, do Dr. Fábio Bastos, ficam evidentes as diferenças 
entre osteopatia e quiropraxia: https://bit.ly/3HuCqFa. 
DICA
180
3 CROMOTERAPIA
É uma abordagem complementar em saúde que utiliza dos comprimentos de 
onda visíveis ao olho humano (cores) para aplicação na restauração e equilíbrio da 
saúde, diferentes colorações de luzes são utilizadas para suprir a falta energética (seja 
ela física, emocional, mental ou espiritual) (NEVES, 2014, p. 9).
A cromoterapia utiliza a vibração das cores do espectro solar para restaurar 
o equilíbrio físico-energético em áreas do corpo que apresentam alguma disfunção. 
As propriedades terapêuticas de cada cor vão agir nos campos energéticos (chakras), 
corrigindo e reativando o campo vibratório celular.
3.1 AS CORES E SEUS EFEITOS
Ondas eletromagnéticas visíveis estão dentro do espectro 0,74 mícron e 0,38 
mícron de comprimento de onda, e cada comprimento e frequência irá resultar em uma luz 
diferente, determinando cada cor (NEVES, 2014). Veja na Figura 24 o espectro visível da luz.
FIGURA 23 – APLICADORES COM PONTA EM CRISTAL PARA CROMOTERAPIA
FONTE: <https://bit.ly/3J5gnp5>. Acesso em: 28 dez. 2021.
FIGURA 24 – ESPECTRO LUZ VISÍVEL (nm)
FONTE: <https://bit.ly/34fOcVx>. Acesso em: 28 dez. 2021.
181
No Quadro 1, podemos observar as diferentes frequências e comprimentos de 
ondas das cores (a palavra “ciano” refere-se a azul claro). Quando estivermos realizando 
a terapia com cores, estaremos enviando frequências de onda para o corpo do 
indivíduo, que farão a recuperação celular. No nosso cérebro, as cores podem despertar 
certas sensações e, por isso, as cores têm significados diferentes. A seguir, veremos os 
significados de cada cor.
• Vermelho: significa paixão, excitação, energia, é uma cor quente e estimulante. 
Associada ao poder, guerra, perigo e violência. Cor do elemento fogo, representando o 
coração e o sangue. Representa sentimento de amor e paixão, estimula a sexualidade. 
Estimula o sistema nervoso, a circulação sanguínea e traz energia ao corpo, eleva a 
autoestima. Em excesso, essa cor pode provocar inquietação, nervosismo e confusões 
(CORES E SEUS SIGNIFICADOS, 2021).
• Laranja: significa vitalidade, alegria, sucesso, prosperidade, é uma cor quente e, 
associada à criatividade, desperta a mente, auxilia na assimilação de novas ideias, 
representa energia, entusiasmo, comunicação e espontaneidade. Associada também 
ao verão, calor, diversão, liberdade. Em excesso, pode gerar nervosismo, ansiedade, 
descontentamento (CORES E SEUS SIGNIFICADOS, 2021).
• Amarelo: significa luz, calor, descontração, alegria, otimismo, simboliza o sol, 
verão, prosperidade. Cor inspiradora, estimula as atividades mentais e raciocínio, 
concentração e atenção. Em excesso, pode gerar ansiedade e distração (CORES E 
SEUS SIGNIFICADOS, 2021). Amarelo-ouro ou dourado representa riqueza, dinheiro, 
nobreza, inteligência, luxo (CORES E SEUS SIGNIFICADOS, 2021).• Verde: significa esperança, liberdade, saúde e vitalidade. Simboliza a natureza, o 
dinheiro, juventude, associado ao crescimento e renovação. É uma cor que acalma, 
trazendo equilíbrio ao corpo e espírito. É considerada uma cor neutra, mas não se 
aconselha utilizá-la em excesso com cores como vermelho e amarelo, pois pode 
gerar sentimentos de inveja, posse ou raiva (CORES E SEUS SIGNIFICADOS, 2021).
• Rosa: significa romantismo, ternura, ingenuidade, culturalmente associada ao 
feminino, representa beleza, suavidade, delicadeza, fragilidade. Tons de rosa claro 
são associadas ao amor e romantismo, os tons mais escuros à sensualidade e 
sedução. É a cor das emoções, afetos, compreensão, amor verdadeiro (CORES E 
SEUS SIGNIFICADOS, 2021).
QUADRO 1 – FREQUÊNCIA E COMPRIMENTO DE ONDAS DAS CORES
FONTE: <https://bit.ly/3uoGUJG>. Acesso em: 28 dez. 2021.
182
• Azul: significa tranquilidade, serenidade, harmonia, espiritualidade, é uma cor fria, 
associado também à frieza, monotonia e depressão. Simboliza água, céu e infinito. 
Diminui a circulação sanguínea, reduz a temperatura corporal, baixa a pressão 
arterial, favorece o exercício intelectual, e possui diversos tons. Tons mais escuros 
estão ligados às profundezas, tons mais claros associados à higiene e frescor (CORES 
E SEUS SIGNIFICADOS, 2021).
• Roxo ou púrpura: ligado ao mundo místico, significa espiritualidade, mistério, magia, 
introspecção. Estimula o contato com o lado espiritual, é a cor da transformação. Em 
excesso, pode se tornar melancólica e depressiva (CORES E SEUS SIGNIFICADOS, 
2021).
• Branco: significa paz, pureza, limpeza, inocência, espiritualidade, virgindade, reflete 
todas as cores do espectro visível, reestabelece o equilíbrio interior. Em excesso, 
pode transmitir frieza, vazio, impessoalidade (CORES E SEUS SIGNIFICADOS, 2021).
• Preto: cor mais escuro do espectro, simboliza respeito, morte, isolamento, solidão, 
medo. Ausência de cor ou de luz, representa o luto, ao mesmo tempo a elegância, 
dignidade, luxo e sofisticação. Também pode representar a nobreza e seriedade; 
absorve todas as cores do espectro.
O significado das cores e a sensação que é percebida pelo cérebro ao visualizá-
las são muito utilizados pelas empresas de marketing para aumentar o consumo de 
seus produtos. Esses significados e sensações também são utilizados para decoração 
de ambientes como no feng shui, no visagismo, para transmitir a personalidade da 
pessoa pelas cores das roupas que veste, maquiagem e cabelo que usa no dia a dia.
Além dos efeitos visuais, as cores, quando aplicadas através de seus 
comprimentos de onda por algum aparelho, são utilizadas na saúde para auxiliar no seu 
reestabelecimento. Algumas são utilizadas principalmente em associação aos chakras: 
vermelho – chakra básico; laranja – chakra umbilical ou esplênico; amarelo – chakra 
plexo solar; verde ou rosa – chakra cardíaco; azul claro – chakra laríngeo; azul escuro – 
chakra frontal; roxo/purpúra – chakra coronário.
FIGURA 25 – CROMOTERAPIA ASSOCIADA AOS CHAKRAS
FONTE: <https://bit.ly/3Gj4gTu>. Acesso em: 28 dez. 2021.
183
A partir do significado das cores, já podemos ter uma ideia de quais desordens 
elas poderão atuar. Por exemplo, a cor vermelha é bastante utilizada para dar energia, 
ânimo, motivação, autoestima, promover a circulação sanguínea, acelerar processos 
fisiológicos, utilizada em todos as desordens de glândulas suprarrenais, hormônio 
adrenalina, ossos, intestino grosso, pernas e pés e região pélvica. É necessário cuidar 
a intensidade de aplicação dessa cor em pessoas hipertensas, principalmente as 
descompensadas, e ansiosas.
A cor laranja é utilizada para auxiliar em processos criativos, tem efeito 
descongestionante e revigorante, está ligado às glândulas sexuais, sensação de prazer 
físico e alegria, rege os rins, sistema reprodutor, sistema circulatório e bexiga. 
A cor roxa ou púrpura tem ação detoxificante e calmante, realiza a melhora 
da clareza mental, conexão com nossa espiritualidade, com nossa consciência, 
transmutação de pensamentos, age no sistema nervoso, células e tecidos, ligado 
à glândula pineal, hormônio melatonina, auxilia na regulação do sono e age em todo 
nosso cérebro.
A cor azul índigo (azul escuro) está ligado à glândula pituitária (hipófise), hormônio 
endorfina, rege a região dos olhos, memória, nariz e cérebro, tem ação calmante, atua 
em desordens emocionais e mentais, auxiliando na intuição. Já a cor azul claro (ciano) 
está ligada à tireoide e paratireoide, que regulam o metabolismo do corpo, possui 
ação calmante, relaxante, reconstrutora, antisséptica, atua sobre os ombros, pescoço, 
garganta e pulmões, além de auxiliar na comunicação.
A cor verde está associada à glândula timo (sistema imunológico), rege os 
pulmões, coração, braços e mãos, equilibra nossas funções, trabalha os sentimentos 
de amor e compaixão. A cor amarela rege o pâncreas, sistema digestivo, fígado, baço, 
estômago e intestino delgado, trabalhando em qualquer desordem que venha desses 
órgãos, tem efeito estimulante no sistema linfático, intestinal e digestivo, auxilia no 
processamento das emoções.
3.2 MODOS DE APLICAÇÃO
É comum que a cromoterapia seja aplicada de forma combinada durante as 
sessões com outras terapias como acupuntura, reiki, reflexologia, entre outras. Há 
vários modos de aplicar a cromoterapia, desde a mentalização das cores até a aplicação 
com luzes em si, é importante estar atento a qual aparelho utilizar. Existem lâmpadas, 
bastões aplicadores e lanternas, é importante verificar no manual do instrumento se ele 
realmente aplica o comprimento de onda necessário para os efeitos terapêuticos. Sem 
esses, a aplicação terá efeitos apenas pela sensação psicológica que a cor transmite.
184
A forma de aplicação mais utilizada é com lâmpadas, que trocam os filtros de cor 
conforme a necessidade, são utilizadas numa distância de aproximadamente 10 cm do 
local a ser estimulado. Na Figura 26, observe a aplicação de luz azul sobre a região do 
joelho, isso se deve a ação calmante e relaxante da luz azul, que auxilia no tratamento 
de inflamações agudas, calor e dor locais agudos.
Quando o objetivo é tratar um problema mais específico e localizado, ou quando 
se deseja aplicar o tratamento sobre os chakras, a projeção de luz costuma ser feita por 
meio de instrumentos que permitam a aplicação bem focalizada e bem próxima do local 
a ser tratado. Se necessitar de uma aplicação com intensidade maior, permanecer a 5 cm 
de distância do local, se forem pessoas idosas, crianças ou pele lesionada, permanecer 
a 20 cm de distância (PORTAL DA LUZ, [20--?]).
Normalmente, a projeção é aplicada durante cinco a 15 minutos em cada local, 
e a escolha das cores dependerá da anamnese bem realizada no início do tratamento e 
das queixas do seu paciente. Deve-se evitar o uso de cores quentes na região pélvica 
de gestantes.
FIGURA 26 – CROMOTERAPIA IRRADIAÇÃO DE LUZ AZUL
FONTE: <https://bit.ly/3rruQFL>. Acesso em: 04 fev. 2022.
No canal NAMU, há uma explicação breve sobre a Cromoterapia: 
https://bit.ly/3gnc5gs. 
DICA
185
4 TERMALISMO
Esta terapia tem como meio físico as águas termais, minerais e naturais para 
manutenção e restauração da saúde. Quando chamada de termalismo social, tem o 
mesmo sentido, apenas refere-se ao seu acesso que deve ser universal (HELLMANN; 
RODRIGUES, 2017). A água pode ser empregada de diversas formas para melhoria da 
qualidade de vida e há várias formas de utilizá-la.
Há diferentes descritores para a mesma prática e meio físico: balneoterapia 
refere-se às práticas terapêuticas por meio de banhos quentes ou mornos em águas 
minerais naturais, geralmente na fonte; crenoterapia refere-se ao uso de água mineral 
através da ingesta direta na fonte; talassoterapia refere-se ao tratamento com água 
do mar e elementos marinhos, como areia, algas, brisa do mar e sais (HELLMANN; 
RODRIGUES, 2017).
Ainda há os termos crioterapia, que se refere ao uso da água como terapia em 
baixas temperaturas;e a hidroterapia, técnicas e exercícios realizados em água como 
meio de reabilitação por fisioterapeutas. Essas terapêuticas apresentam pequenas 
diferenças, por exemplo: a hidroterapia conta com qualidades físicas da água, como o 
empuxo, flutuação, densidade; já o termalismo, além das propriedades físicas, também 
conta com as propriedades químicas da água (HELLMANN; RODRIGUES, 2017).
4.1 PROPRIEDADES DA ÁGUA
A água possui propriedades físicas e químicas. Algumas delas são estudadas 
pela hidrostática (pressão, densidade e força de empuxo), hidrodinâmica (vazão, fluxo, 
velocidade da pressão), termodinâmica (transferências de energia/calor). Isso quer 
dizer que todas as propriedades fazem com que o suporte de flutuação na água ofereça 
alívio do peso (Figura 28) quando imerso, promovam o relaxamento mental e muscular, 
diminua o peso sobre as articulações, tornando os movimentos corporais mais fáceis e 
possíveis.
FIGURA 27 – TERMALISMO
FONTE: <https://bit.ly/3IY7bCI>. Acesso em: 28 dez. 2021.
186
FIGURA 28 – PROPRIEDADE DA ÁGUA: EMPUXO
FONTE: <https://bit.ly/35GqPEV>. Acesso em: 28 dez. 2021.
Além dessas propriedades, a imersão em água possui o efeito fisiológico 
de relaxamento muscular, diminuição da dor, melhora da flexibilidade, bem-estar 
psicológico, vasoconstrição periférica, concentração do sangue em áreas vitais como o 
tórax, redução de edemas, alívio do estresse e ansiedade.
A composição química das águas minerais e termais variam conforme a sua 
localização e origem, podendo apresentar algumas substâncias, como sulfureto ácido 
de sódio, sulfato de sódio, carbonato ácido de amônio, carbonato ácido de alumínio, 
nitrato de potássio, fosfato de ferro, sulfato de cálcio, sulfato de magnésio, ácido silícico, 
cloreto de sódio, sulfato de potássio, ácido carbônico dissolvido, oxigênio dissolvido, 
entre outras, e também podem apresentar substâncias radioativas (PIRES, 2006). 
Dependendo da concentração dessa composição, a terapêutica através da 
água pode ser voltada mais a uma ou outra doença.
Todas essas substâncias e propriedades ajudam a promover vasodilatação periférica 
pelas imersões em águas termais quentes, restabelecimento do equilíbrio acidobásico e 
mineral, ação sedativa levando a vasodilatação arterial e melhora da função cardiovascular, 
melhora da secreção gastro-pancreática, do peristaltismo intestinal, da função hepática 
com maior secreção de bile e da função renal como diurético (PIRES, 2006). 
Assista ao vídeo sobre os benefícios das águas termais: https://bit.ly/3gsshg9.
DICA
187
FIGURA 29 – TERMALISMO COM FLUXO DE ÁGUA
FONTE: <https://bit.ly/3Hm9HSS>. Acesso em: 28 dez. 2021.
Em estudo incluindo pacientes com artrite psoriática associada à fibromialgia, 
foram utilizadas duas modalidades de balneoterapia em dias alternados (banhos de 
lama e enxofre em piscina aquecida) e sessões diárias de talassoterapia (banhos 
de imersão no mar), durante quatro semanas. Ao final, observou-se a diminuição 
significativa no número de pontos de tensão dolorosos e melhora do limiar de dor, bem 
como diminuição da rigidez matinal e número de articulações dolorosas (SUKENIK; 
BARADIN; CODISH, 2001).
As águas termais são indicadas para as mais diversas doenças do sistema 
respiratório, digestivo, reumático, musculoesquelético, nefro-urinário e da pele. Os 
cuidados maiores devem ser realizados com indivíduos hipertensos.
É certo que até o próprio banho diário já causa um relaxamento geral, mas no 
caso do termalismo, a água tem propriedades terapêuticas (pelos seus componentes 
e propriedades), sendo comprovado que ao tentar realizar banhos de águas termais 
artificiais estas não tiveram a mesma eficácia que as águas naturais, por isso, é 
importante ter conhecimento das propriedades do local e da água em questão antes de 
realizar qualquer tratamento. 
Acadêmico, neste livro, conseguimos perceber a quantidade de práticas 
integrativas em saúde que utilizam meios físicos para sua aplicação, seja através das 
mãos, agulhas, cores, sementes, técnicas manuais ou instrumentais, essas práticas 
trazem sabedorias milenares, utilizadas nos tempos mais remotos do nosso universo. 
Podemos perceber que essas práticas trazem a conexão com as propriedades 
naturais, a conexão com a natureza e com nosso próprio corpo. Trazem o entendimento 
dos desequilíbrios que nós mesmos criamos em nosso dia a dia, pela ausência de períodos 
de descanso, noites mal dormidas, estresses acumulados, emoções despercebidas, 
traumas não trabalhados, falta de exercício físico, má-alimentação, entre tantos outros 
fatores.
188
E esses são motivos pelos quais as práticas integrativas em saúde estão 
em ascensão e continuarão, pois apesar de algumas requererem cuidados para sua 
aplicação, a maioria não possui efeitos adversos aos pacientes, ganhando espaço 
positivo quando comparado às medicações alopáticas.
Quando estamos em contato com esta energia através da oração, 
da meditação, de um passeio na natureza ou enquanto recebemos 
terapia, sentimo-nos menos «separados» e cada vez mais «totais» 
conosco mesmos e com o «todo» da criação. Experimentamos 
uma sensação de união. Tornamo-nos mais cientes do nosso 
posicionamento, ou do nosso papel no enquadramento geral, e, em 
simultâneo, sentimo-nos apoiados, seguros, abertos e confiantes 
na nossa capacidade de sermos tudo o que somos, sem dúvidas ou 
pedidos de desculpa (VENNELLS, 2003, p.19).
É evidente que precisamos de mais estudos e comprovações científicas na 
área e esse espaço já vem sendo ocupado inclusive no Brasil. Por isso, em qualquer 
oportunidade de apoiar qualquer pesquisa, apoie, sendo voluntário, participante ou 
pesquisador. Através destas, conseguiremos ter mais propriedade e segurança ao 
relatar os benefícios e efeitos das técnicas.
E já que existem muitas técnicas, efeitos e cuidados, é necessário estudar 
profundamente as técnicas que você tiver mais afinidade, para atender com segurança 
e conhecimentos os seus pacientes/clientes.
189
A EFETIVIDADE DO TRATAMENTO OSTEOPÁTICO NA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL: 
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Janimara Rocha do Vale
Hanna Flávia Borges de Carvalho
Vera Lúcia Ângelo Andrade
Laís Cristina Almeida
INTRODUÇÃO 
A obstipação ou constipação intestinal (CI) é considerada uma disfunção 
gastrointestinal frequente, caracterizada pela dificuldade na defecação, seja pela 
necessidade de esforço e/ou diminuição na frequência das evacuações. Segundo o 
Consenso de Roma IV, a definição da CI se baseia na presença de dois ou mais dos 
seguintes critérios, em mais de 25% das defecações: esforço ao evacuar, fezes 
endurecidas ou fragmentadas (Bristol Stool Scale Form), sensação de evacuação 
incompleta, sensação de obstrução ou bloqueio anorretal, manobras manuais para 
facilitar as evacuações e menos de três evacuações por semana (pelo menos uma vez 
por semana durante pelo menos três meses, sendo que os sintomas não podem ser 
atribuídos a outra condição médica). 
Configura-se como um problema sanitário importante, já que apresenta um 
contundente impacto nos serviços de saúde, constituindo a queixa principal em 3% 
das consultas na pediatria e em 25% das visitas ao gastroenterologista pediátrico. É 
responsável por cerca de 2,5 milhões de visitas médicas por ano, pelo gasto de vários 
milhões de dólares com laxantes e, indiretamente, por 92 mil hospitalizações anualmente 
nos Estados Unidos. Além disso, a constipação propriamente dita pode ser um sintoma 
inicial de doenças graves, como, por exemplo, o câncer colorretal, que é o quinto câncer 
mais frequente entre os homens e o quarto entre as mulheres no Brasil.
A CI pode ser de origem orgânica, quando é secundária a alguma doença, ou 
funcional, quando está relacionada a hábitos alimentares impróprios, hábitos sedentários, 
inibição do reflexo de evacuação e outros costumes comportamentais inadequados e 
adquiridos. Geralmente, é marcada pela diminuição dos movimentos peristálticos, pela 
obstrução causada por alterações morfológicas,anatômicas ou de desordem funcional. 
A elevada prevalência da constipação intestinal crônica vem sendo considerada como 
um problema de saúde pública.
LEITURA
COMPLEMENTAR
190
A redução do aleitamento materno, o consumo maciço de alimentos como 
açúcar, pão e refrigerantes e a baixa ingestão de fibras constituem alguns dos inúmeros 
fatores desencadeantes. Podendo estar acompanhados de fatores agravantes, 
como envelhecimento, redução da aptidão física, história de abuso sexual, baixo 
nível socioeconômicos e educacional. O tratamento e a prevenção da constipação 
funcional devem ser individualizados, considerando, inicialmente, as orientações 
comportamentais, incluindo a mudança na dieta alimentar, na ingestão hídrica e na 
prática de exercícios físicos, além da possível intervenção farmacológica ou de terapias 
alternativas, como a osteopatia. O objetivo do tratamento para esses pacientes é o alívio 
dos sintomas e a normalização da motilidade gastrointestinal. 
As complicações relacionadas com a CI crônica também preocupam, 
destacando-se infecções do trato urinário, incontinência fecal, dor abdominal crônica 
recorrente, sangramento retal, diverticulose, obstrução intestinal, fissura anal e prolapso 
retal, além de repercussões no âmbito psicológico, como ansiedade, depressão, baixa 
autoestima e os consequentes problemas de relacionamento e socialização. O objetivo 
deste trabalho é realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o tratamento 
osteopático na constipação intestinal, fornecendo dados que contribuam para uma 
prática baseada em evidências. 
METODOLOGIA 
Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados do Portal CAPES, 
Bireme, Cochrane Library, Lilacs, Medline, PubMed e Scielo utilizando os seguintes 
descritores: “osteopatia”; “manipulação osteopática”; “fáscia”; “constipação intestinal’; 
“obstipação”. A investigação adotou os seguintes critérios de inclusão: publicações no 
período de 1989 a 2017; escritos em português, inglês e espanhol; artigos apresentados 
na íntegra, sem restrições sobre o tipo de estudo ou amostra. Foram excluídos os 
trabalhos que não se enquadraram nos critérios descritos anteriormente e resumos. 
A análise dos dados foi realizada por meio da revisão crítica dos conteúdos, sendo 
os resultados apresentados descritivamente sem a possibilidade de realização de 
metanálise, em função da variedade metodológica. 
RESULTADOS 
Foram encontradas 5.033 publicações, sendo selecionados, a partir dos critérios 
de inclusão, apenas 112 artigos. A abordagem osteopática para as vísceras abdominais, 
particularmente o intestino grosso e o cólon sigmoide, tem sido aplicada no tratamento 
da constipação intestinal crônica, tendo como objetivo a melhora do funcionamento do 
intestino, influenciando, assim, no tônus do músculo liso e na mobilidade visceral. 
Além disso, pode envolver a identificação e o tratamento de disfunções pélvicas 
a fim de melhorar a função gastrointestinal e, indiretamente, normalizar o suprimento 
nervoso autonômico para a víscera. De acordo com a revisão da literatura de Alcântara et 
191
al (2011), as intervenções médicas tradicionais são geralmente ineficazes na abordagem 
da cólica intestinal, e o potencial dano das intervenções farmacológicas motiva os pais 
a procurar cuidados alternativos, sendo a osteopatia o mais popular para as crianças. 
Além disso, atualmente, não há provas suficientes para sustentar que o tratamento com 
laxante é melhor do que o placebo em crianças com constipação.
Embora a causa exata da cólica, secundária à constipação intestinal, ainda não 
seja clara, há inúmeras hipóteses, os fatores fisiológicos gastrointestinais (relacionados 
à intolerância ao leite de vaca, a imaturidade do sistema gastrointestinal, imaturidade do 
sistema nervoso central, motilidade intestinal descoordenada, alteração na microbiota 
intestinal, excesso de gases, alterações hormonais) e os fatores não fisiológicos (como 
temperamento difícil, ansiedade materna, tabagismo materno, problemas na interação 
pais-criança). Além disso, fatores mecânicos podem desempenhar um papel importante 
na gênese da cólica, o que justifica a abordagem osteopática em seu tratamento. 
Acredita-se que a cólica possa ser resultado da irritação do nervo vago devido a padrões 
de tensão no tecido da base do crânio (regiões petrosa, occipital e mastoidea), que 
podem ocasionar compressão direta do nervo ou reduzir o suprimento sanguíneo ou os 
impulsos nervosos, gerando a irritação vagal. 
Vários estudos prospectivos corroboram o uso da manipulação osteopática para 
o alívio da cólica, decorrente da obstipação intestinal. A hipótese que explica essa melhora 
é a do reflexo somatovisceral, já que ocorre o bloqueio do funcionamento normal das 
vísceras (intestino) devido a problemas músculo-esqueléticos. Contudo, a hipótese mais 
provável, e que justificaria a abordagem osteopática nessa condição gastrointestinal, é 
a estimulação dos mecanorreceptores das fáscias, via manipulação osteopática, 
que induziria um relaxamento das fibras musculares lisas intrafasciais relacionadas. 
O estudo conduzido por Wiberg et al (1999), avaliou a resposta dos indivíduos sob 
tratamento osteopático (n=25) comparado com os submetidos ao uso farmacológico 
da dimeticona (n=16). Baseando no diário dos pais e avaliando as horas de choro, os 
indivíduos do grupo da osteopatia apresentaram uma resposta significativamente 
melhor. Em outro ensaio clínico randomizado, foi avaliada a resposta dos indivíduos 
à manipulação da coluna espinal (n=22) com a descompressão occipito-sacral (n=21). 
Inicialmente, as crianças choravam em média de 3 horas por dia. Ao final da primeira 
semana de tratamento, a média de horas de choro foi reduzida para 2,1 horas por dia no 
grupo da manipulação da coluna e para 2 horas por dia para o grupo da descompressão 
occipito-sacral. Depois de quatro semanas do início da abordagem osteopática, 82% 
do grupo de manipulação da coluna e 67% do grupo da descompressão occipito-sacral 
apresentaram resolução da cólica intestinal. Dada a relativa segurança da manipulação 
osteopática da coluna espinal, essa abordagem complementar de tratamento é eficaz 
para a criança com cólica.
 
Dependendo da técnica, a massagem abdominal proporciona: o aumento ou 
diminuição da pressão intra-abdominal; o aumento do peristaltismo intestinal, reduzindo 
o tempo de trânsito colônico; o aumento da microcirculação local, estimulando o 
192
relaxamento de pontos de tensão na parede abdominal e, indiretamente, os pontos 
gatilhos ao longo do trato digestório; a mobilização dos gases, proporcionando a 
sua eliminação, além do estímulo de mobilização do bolo fecal ao longo do intestino 
grosso, facilitando assim a evacuação. Corroborando com a hipótese já citada de 
transmissão de força mecânica proporcionada pela fáscia. O efeito é uma combinação 
de estimulação e relaxamento, via mecanorreceptores faciais. Ou seja, a pressão direta 
sobre o conteúdo abdominal comprime e/ou depois libera regiões do trato digestório, 
distorcendo brevemente o tamanho do lúmen dos órgãos, ativando os receptores que 
podem reforçar o reflexo gastrocólico, desencadeando a contração intestinal e retal. 
A manobra pode desencadear a defecação não só através do estiramento desses 
receptores intestinais, mas também pelo estímulo reflexo somato-autonômico, no qual 
o tempo de trânsito do cólon pode ser reduzido por esse mecanismo. A massagem 
abdominal pode atuar na constipação por outro mecanismo que é o de estimular o 
sistema nervoso parassimpático, diminuindo assim a tensão muscular abdominal, 
aumentando a motilidade dos músculos do trato digestório, aumentando as secreções 
digestivas, relaxando, consequentemente, os esfíncteres. Esta pode ser empregada com 
um toque rítmico, realizado em um ambiente propício para o relaxamento. A sua eficácia, 
a falta de efeitos colaterais e o baixo custo (especialmente se autoadministrado) fazem 
da manobra abdominal uma opção notratamento da constipação crônica.
Ferreira (2010) avaliou a eficácia da manipulação osteopática em seis pacientes 
com fibromialgia que apresentavam a constipação intestinal previamente ao tratamento. 
O intervalo entre as evacuações variou de 5,6 dias pré-atendimento para 1,6 dias pós-
tratamento.
DISCUSSÃO 
A constipação intestinal é uma síndrome definida por sintomas intestinais, 
que pode ocorrer isoladamente ou secundária a outra doença de base.Um estudo 
populacional demonstrou que o conceito mais comum de constipação era a necessidade 
de ingerir laxantes (57% dos participantes). Acredita-se que pode resultar de alterações 
estruturais, mecânicas, metabólicas ou funcionais que afetem o desempenho do 
cólon ou anorreto, direta ou indiretamente. A constipação subdivide-se em primária 
e secundária. A primária é atribuída a desordens funcionais, como hábitos dietéticos 
inadequados, inatividade física, nível socioeconômico e alterações psicológicas. 
A secundária está relacionada a doenças endócrinas, neurológicas ou ao uso 
inadvertido de substâncias obstipantes, ou a um transtorno de evacuação associado a 
uma contração paradoxal ou espasmo involuntário do esfíncter anal, que pode resultar de 
um transtorno adquirido do comportamento defecatório que ocorre em dois terços dos 
pacientes. Ainda pode ser iatrogênica devido ao uso prolongado e exagerado de laxantes 
e de drogas, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), opioides, psicotrópicos, 
anticonvulsivantes, anticolinérgicos, dopaminérgicos, diuréticos, bloqueadores de canais 
de cálcio, sais de ferro, antiácidos à base de cálcio e alumínio, dentre outras. 
193
As principais funções do cólon são absorver água e eletrólitos, conduzir as 
fezes a partir do intestino delgado e armazenar as fezes, especialmente no cólon 
sigmoide, antes da evacuação. Após as refeições podem ocorrer contrações colônicas 
de grande amplitude, denominadas reflexo gastro cólico, que se propagam a partir do 
sigmóide proximal em direção a sua porção terminal, empurrando a massa fecal para 
o interior do reto. A continência fecal e as evacuações dependem do funcionamento 
perfeito da musculatura pélvica. Os esfíncteres interno e externo envolvem o ânus, 
quando as fezes chegam ao reto, receptores sensíveis ao estiramento determinam o 
relaxamento reflexo do esfíncter interno do ânus, permitindo que o conteúdo retal, ao 
atingir a região anodérmica, seja percebido de modo discriminado para gases, líquidos 
ou fezes pastosas. Nesse momento, o indivíduo pode decidir pela eliminação de flatos 
ou pela contração voluntária do esfíncter externo até chegar ao local apropriado para a 
defecação. 
Para a defecação, a posição ideal é a de cócoras, com contração da musculatura 
abdominal, relaxamento do esfíncter externo do ânus e a contração do músculo 
elevador do ânus, que o mantém corretamente posicionado além de tracioná-lo contra 
o bolo fecal. A coordenação desses mecanismos começa a ficar sob controle voluntário 
a partir do segundo ano de vida. Se a defecação é retida, o esfíncter externo do ânus 
adapta-se à distensão e ao aumento do volume. A dor e o desconforto, somadas às 
alterações musculares ou à imotilidade das vísceras podem ser a causa da constipação 
e a motivação para o tratamento osteopático. A ingestão de fibra dietética inadequada, 
excessiva ingestão de leite de vaca, a desidratação e a doença inflamatória do intestino 
são outras causas de constipação funcional. 
A restauração da função articular através do ajuste da osteopatia visa reduzir a 
atividade simpática. Anatomicamente, o nervo vago passa posteriormente ao processo 
transverso do atlas, bilateralmente. Um desalinhamento ou subluxação do atlas pode 
resultar em irritação mecânica e vascular compressiva da medula espinal e dos nervos 
espinhais, afetando assim a função do nervo vago. 
Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma profissão 
independente na área da saúde, a osteopatia se dedica à prevenção, ao diagnóstico e ao 
tratamento de alterações do sistema musculoesquelético e os efeitos desses distúrbios 
sobre o sistema nervoso e a saúde geral do indivíduo, abordando a propedêutica do 
paciente como um todo, e não apenas limitado ao processo patológico. O uso da medicina 
complementar e alternativa (MCA) aumentou consideravelmente nos últimos anos não 
apenas em países em desenvolvimento, mas, também, em países já desenvolvidos, 
como Canadá, França, Alemanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos. A utilização cada 
vez maior da MCA nos adultos também reflete no tratamento das crianças, ou seja, 
os adultos usuários da medicina alternativa são três vezes mais propensos a utilizar 
essa abordagem complementar para os seus filhos. Pesquisa em relação às terapias 
utilizadas, a mais comum foi o ajuste osteopático; entretanto, existe uma grande 
variedade de outras técnicas que podem ser usadas, sendo a educação do paciente a 
mais comumente relatada. 
194
A osteopatia visceral é um conjunto de técnicas manuais com o objetivo de 
diagnosticar e normalizar as disfunções osteopáticas das vísceras e órgãos do corpo. 
Em osteopatia, as relações entre as vísceras e as vísceras com os tecidos conectivos 
são consideradas como articulações. E, segundo Souza, a direção e a amplitude dos 
movimentos de uma víscera dependem dos sistemas de sustentação e do contato 
desta víscera. Esses sistemas são compostos pelas fáscias, pelos ligamentos, pelo 
turgor visceral e pressão intracavitária, pelo mesentério e pelo sistema omental. Tais 
sistemas mantêm as vísceras ligadas entre si e/ou ao sistema musculoesquelético, 
atuando como verdadeiras membranas de tensão recíproca, enquanto garantem 
liberdade para acomodação posicional. Conceitualmente, a fáscia é geralmente 
definida como um tecido conjuntivo composto por fibras de colágeno, elastina e o 
ácido hialurônico dispostos em um arranjo irregular, permitindo o desempenho das 
funções de revestimento, contenção e resistência às forças tensionais. A fáscia é 
inervada por mecanorreceptores intrafasciais de Paccini, Paciniforme e Ruffini, os 
quais são encontrados em tendões, ligamentos, cápsulas articulares e membranas de 
revestimento. Ao estimular esses sensores mecânicos, o sistema nervoso autônomo é 
ativado, provocando mudanças como alteração do tônus das células musculares lisas 
intrafasciais, como a diminuição da tonicidade simpática e uma mudança na viscosidade 
do tecido local. Desse modo, os resultados obtidos com técnicas osteopáticas viscerais 
não poderiam ser explicadas exclusivamente pelas propriedades mecânicas, mas sim 
pela associação das características mecânicas, neuromusculares e autonômicas. 
O corpo humano deve ser considerado como uma unidade funcional, já que todas 
as estruturas corporais estão envolvidas pelo tecido conectivo fascial, determinando 
uma continuidade estrutural que dá forma e funcionalidade aos tecidos e/ou órgãos. 
Devido à continuidade fascial, os nociceptores sintetizam alguns neuropeptídeos que 
podem alterar o tecido circundante e gerar um ambiente inflamatório, evoluindo para 
dor. 
Todas as camadas fasciais precisam de ácido hialurônico para realizar o 
deslizamento entre si. Porém, se a quantidade diminui ou há uma distribuição irregular, 
a propriedade de deslizamento local ou sistêmica do tecido conjuntivo é comprometida. 
Há alguns pesquisadores que sugerem fortemente que alterações na viscoelasticidade 
do sistema fascial ativa os nociceptores e o ácido hialurônico, tornando-o menos 
adesivo e lubrificante, alterando as linhas de forças nos vários compartimentos fasciais.
Pelo menos dois mecanismos podem explicar a redução dos sintomas após o 
tratamento osteopático. Primeiramente, o ajuste sacral afeta diretamente os nervos 
esplâncnicos pélvicos ou as suas raízes na emergência do forame sacral pélvico, já que 
o desalinhamento do sacro pode ocasionar a tração desses nervos ou das suas raízes, o 
que pode resultar em espasmo do cólon sigmoide e produzir a constipação.Em segundo 
lugar, a facilitação segmentar pode ser considerada como um potencial mecanismo 
para a gênese da constipação, ou seja, uma disfunção somática pode influenciar o 
funcionamento das vísceras inervadas pelas mesmas raízes desse segmento. 
195
CONCLUSÃO 
A abordagem osteopática é um tratamento complementar para a constipação 
intestinal, já que demonstrou a melhora dos sintomas, com o seu desaparecimento 
completo em alguns casos. Além da redução da gravidade dos quadros de constipação, 
interferiu no tempo de trânsito colônico, na motilidade intestinal e na qualidade de vida 
dos pacientes. Apesar da eficácia terapêutica, nós encorajamos mais pesquisas a fim de 
correlacionar a acurácia osteopática na constipação intestinal.
FONTE: Adaptada de VALE, J. R. et al. A efetividade do tratamento osteopático na constipação intestinal: 
uma revisão sistemática. GED gastroenterol. endosc. dig. v. 36, n. 2, p. 68 – 76, 2017. Disponível em: 
https://bit.ly/3Gv3F0R. Acesso em: 29 dez. 2021. 
196
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A osteopatia é uma terapêutica utilizada para tratar problemas biomecânicos, através 
de manobras manuais, utiliza diagnóstico próprio e leva em consideração o indivíduo 
como um todo; é indicada principalmente para indivíduos com dores musculares, 
dores de cabeça, constipação, entre outras.
• A cromoterapia é a utilização da frequência e comprimento de onda das cores na 
restauração e manutenção da saúde, vimos que os diferentes comprimentos de onda 
formam as diferentes cores, que têm efeitos diferentes sobre o nosso organismo.
• O termalismo é a utilização das águas naturais e minerais quentes para a melhora 
das condições de saúde do indivíduo. Além da propriedade térmica, a água possui 
características físicas e químicas que proporcionam o relaxamento corporal, 
diminuição da carga de peso do corpo sobre as articulações, melhora da circulação 
sanguínea, melhora da mobilidade gastrointestinal, entre outros benefícios.
• Todas as práticas integrativas em saúde que estudamos precisam de dedicação 
e estudos que levem ao terapeuta o conhecimento teórico e prático, para que o 
paciente sinta confiança e receba um tratamento baseado em escolha da melhor 
terapêutica para o seu problema de saúde, todas as práticas trazem conhecimentos 
milenares e estão sendo cada mais estudadas pelos pesquisadores, já que trazem 
muitos benefícios e poucos efeitos adversos.
197
AUTOATIVIDADE
1 A osteopatia é uma prática terapêutica que adota uma abordagem integral no 
cuidado em saúde e utiliza várias técnicas manuais, entre elas, a da manipulação 
do sistema musculoesquelético (ossos, músculos e articulações) – para auxiliar no 
tratamento de doenças, considera que a capacidade de recuperação do corpo pode 
ser aumentada pela estimulação das articulações. Sobre essa técnica, assinale a 
alternativa CORRETA:
a) ( ) A osteopatia atua apenas em alguns tecidos corporais como sistema 
musculoesquelético e atua sobre os tecidos que participam nas funções das 
vísceras, em todos os tecidos que asseguram o funcionamento orgânico.
b) ( ) É indicada principalmente para indivíduos com dores de coluna, hérnias de disco, 
dor ciática, dores de cabeça e pescoço, e não atua em problemas viscerais (como 
constipação, refluxo e má digestão).
c) ( ) Sua aplicação é realizada com auxílio de instrumentos, visando reestabelecer a 
saúde e reajustar os tecidos que estejam causando desordens.
d) ( ) Nessa técnica, uma das principais estruturas estudadas é a fáscia, que nada 
mais é que o envoltório de tecido conectivo que todo o corpo internamente está 
envolvido, ela faz o suporte, conexão e cria espaços, hidrata e gera informação.
2 As práticas integrativas em saúde que utilizam meios físicos para sua aplicação, seja 
através das mãos, agulhas, cores, sementes, técnicas manuais ou instrumentais, 
trazem sabedorias milenares, utilizadas nos tempos mais remotos do nosso universo, 
esses conhecimentos foram trazidos e compartilhados e continuam sendo eficazes 
nos dias de hoje. Com base nas definições dos enfoques dessas terapias, associe os 
itens, utilizando o código a seguir:
I- Osteopatia.
II- Cromoterapia.
III- Termalismo.
( ) Utiliza da ação do comprimento e frequência de onda de luz visível, atua em nível 
físico e psicológico.
( ) Atua com técnicas manuais nos músculos, fáscias, articulações e vísceras.
( ) Tem efeito relaxante, de diminuição de dores, de melhora da mobilidade articular, 
de melhora da circulação sanguínea.
( ) Utiliza aparelhos como canetas, lâmpadas, feixes luminárias, preferencialmente 
aplicada a 10 cm de distância do local a ser estimulado.
( ) Tem propriedades físicas e químicas que atuam para restauração do equilíbrio do 
organismo.
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Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA:
a) ( ) I – II – III – I – II.
b) ( ) II – I – III – I – II.
c) ( ) II – I – III – II – III.
d) ( ) III – II – I – III – III.
3 Osteopatas tratam pessoas e não doenças, o osteopata busca equilibrar o corpo 
do paciente, para que o corpo tenha condições de se defender das doenças, busca 
favorecer os processos de cura que são inatos do corpo. De acordo com os princípios 
e conhecimentos adquiridos sobre a osteopatia, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) Foi criada por Andrew Taylor Still, que afirma que quando se reajustam as partes, 
a doença dá passagem à saúde, os reajustes são realizados através de técnicas 
manuais, após o diagnóstico funcional.
( ) Atua principalmente sobre as manifestações dolorosas, através de técnicas 
aplicadas manualmente sobre os tecidos musculares, articulares, conjuntivos, 
nervosos, obtendo reações fisiológicas que equilibram e normalizam o organismo.
( ) Pode ser dividida em osteopatia estrutural, que tem como principal objetivo o 
tratamento no sistema musculoesquelético, a osteopatia cranial, que realiza o 
tratamento sobre os tecidos que participam nas funções das vísceras, e a osteopatia 
visceral, que atua sobre a micro mobilidade do crânio.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Prática terapêutica que utiliza as cores do espectro solar para restaurar o equilíbrio 
físico e energético do corpo. Na cromoterapia, as cores são classificadas em quentes 
(luminosas, com vibrações que causam sensações mais físicas e estimulantes 
– vermelho, laranja e amarelo) e frias (mais escuras, com vibrações mais sutis e 
calmantes – verde, azul, anil e violeta). Disserte sobre o significado das cores e sobre 
quais efeitos causam no indivíduo, demonstre pelo menos um exemplo de desordem 
de saúde para que cada cor pode ser utilizada.
5 Águas que são provenientes de fontes, naturais ou artificialmente captadas, que 
possuem composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas 
das águas comuns, com características que lhes conferem ação terapêutica. Neste 
contexto, disserte sobre o termalismo, quais propriedades da água influenciam em 
seus efeitos terapêuticos e para que condições pode ser utilizada.
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