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ACUPUNTURA E AURICULOTERAPIA APOSTILA

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Acupuntura e 
Auriculoterapia 
Professor Esp. Leandro Mocci do Nascimento
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Jéssica Eugênio Azevedo
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
2022 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2022 Os autores
Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
N244a Nascimento, Leandro Mocci do 
 Acupuntura e auriculoterapia / Leandro Mocci do 
 Nascimento. Paranavaí: EduFatecie, 2022. 
 77 p. : il. Color. 
 
 
1. Medicina chinesa. 2. Acupuntura. 3. Massagem terapêutica. 
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação 
 a Distância. II. Título. 
 
 CDD: 23 ed. 615.892 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTOR
Professor Esp. Leandro Mocci do Nascimento
● Graduação em Enfermagem;
● Pós Graduado em Enfermagem Cardiologia;
● Pós Graduado em acupuntura e técnicas complementares.
Formado em Enfermagem pela UniCesumar, Pós graduado em Enfermagem em 
cardiologia pela Uningá. Pós graduado em acupuntura e técnicas complementares pela 
UniCesumar. Com projetos de extensão intitulados Identificação e Acompanhamento da 
Ocorrência de Pediculose e Escabiose em Crianças de Creches e Escolas da Periferia de 
Mandaguari-PR e Acompanhamento de pessoas com câncer e suas famílias. Realização 
de estudos na área de saúde coletiva e enfermagem psiquiátrica: Conhecendo o Apoio 
social a famílias preservadas do uso de drogas em uma comunidade vulnerável; Razões 
para o não uso de drogas em famílias que convivem com elevada circulação de drogas; O 
Desvelar do Cuidado Paliativo na Dinâmica da família: Um relato de experiência.
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/4640840656914678
http://lattes.cnpq.br/4640840656914678 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), fico muito contente de ter você aqui cursando esta disciplina 
tão importante para a sua formação profissional. Serei seu guia dentro dos conhecimentos 
sobre as bases da acupuntura dentro da Medicina Tradicional Chinesa e Auriculoterapia. 
Iremos iniciar nossa viagem neste tema pela Unidade I, no qual iremos compreender 
a História da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e o seu conceito básico. Estudaremos 
também sobre a lei do Yin-Yang, junto a essa teoria vamos associar também os cinco 
elementos que são fundamentais para compreensão de qualquer distúrbio energético e 
vital. E finalizaremos essa unidade com a teoria de Zang e Fu (Órgãos e vísceras).
Com todos esses conceitos bem definidos, partiremos para a Unidade II, na qual 
compreenderemos os meridianos e pontos de acupuntura. Dessa forma, analisaremos os 
doze pares de meridianos principais, conheceremos também o nascimento dos meridianos 
extraordinários, assim como a introdução sobre os pontos Shu antigos, e finalizaremos 
essa unidade com a moxaterapia. 
Já na Unidade III, seguiremos nossa jornada abordando temas importantes para nós 
da área de atuação, que seria a auriculoterapia. Trazendo junto a essa unidade a história 
dessa terapia tão importante no seguimento de trabalho de terapia integrativa. Vamos 
compreender também o processo de saúde-doença segundo a MTC, apreenderemos a 
morfologia do pavilhão auricular, e finalizaremos com a Somatotopia auricular.
Para concluir nossa viagem, na Unidade IV, trabalharemos com atuação clínica 
em auriculoterapia. Focando nas indicações e contra indicações dessa técnica, todo o 
seu mecanismo de ação do procedimento, compreenderemos quais os métodos para um 
diagnóstico auricular e seus princípios terapêuticos.
Todo este material será um companheiro indispensável durante sua preparação e 
desenvolvimento para a vida profissional. Cuide dele com carinho e aproveite ao máximo!
Muito obrigado e bons estudos! 
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
História da Medicina Tradicional Chinesa
UNIDADE II ................................................................................................... 17
Meridianos e Pontos de Acupuntura
UNIDADE III .................................................................................................. 37
Introdução á Auriculoterapia
UNIDADE IV .................................................................................................. 54
Clínica em Auriculoterapia 
3
Plano de Estudo:
● Conceito Básico Da Mtc;
● Lei Do Yin Yang;
● Cinco Elementos;
● Teoria Zang-fu (As Vísceras E Os Órgãos).
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender de forma básica os conceitos da MTC;
● Conhecer a fundamentação do QI e a lei do Yin Yang;
● Absorver a teoria dos cinco elementos e a teoria do Zang-fu.
UNIDADE I
História da Medicina 
Tradicional Chinesa
Professor Esp. Leandro Mocci do Nascimento
4UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
INTRODUÇÃO
Prezado aluno, nesta unidade vamos conhecer os conceitos e características 
de forma clara, e objetiva sobre as alterações das práticas da MTC, vamos também 
compreender a lei do Yin Yang e os cinco elementos que forma a estrutura e a base de toda 
medicina chinesa. Veremos também as classificações dos elementos e a lei de dominância 
sobre eles.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e venha a contribuir 
ainda mais para os estudos desta prática.
Bons estudos!
5UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
1. CONCEITO BÁSICO DA MTC
A MTC (Medicina Tradicional Chinesa) teve seus primórdios em uma sociedade 
não civilizada e foi formada durante a longa era feudal da China. Nessa época, a MTC 
também foi entusiasmada pela relação cultural com a época ao qual se vivia, tendo 
referencias associadas com o budismo, a medicina muçulmana, os mongóis e, no final 
do século XVI, pela cultura ocidental. Com toda essa influência, a MTC conservou sua 
identidade e características básicas, evoluindo para o que conhecemos hoje, sendo um 
sistema independente, como conhecemos atualmente.
Cintra e Pereira (2012) explica que a carência de medicina experimental, a 
MTC empregou os conceitos filosóficos clássicos chineses para formular suas teorias e 
presunções, que foram verificadaspor meio de sua aplicação na pratica.
Estes conceitos tem origem de aproximadamente 5 mil anos atrás, tendo 
surgimento através de observações, pelos chineses, levando em consideração a natureza 
em comparação com o homem em propósito de entender os princípios que regem os 
universos, internos e externos do ser humano. 
Em contrapartida, sabendo que a vida do homem e o próprio homem fazem parte 
desse universo, compreende-se os princípios que regem o homem nesse planeta. E foi assim 
que os chineses começaram a formular a teoria da medicina chinesa, reparando a natureza 
e a comparando em relação com o homem, desse modo foi possível entender a fisiologia do 
ser humano comparada com a fisiologia do universo. Ressaltar a importância que o homem 
precisa respeitar as leis do universo para que possa viver com saúde, e fica claro que quando 
essas leis são desrespeitadas existe uma grande tendência de o homem adoecer. 
6UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
Na prática, é notado que se o homem não respeita o dia e a noite com os seus 
ciclos, ao longo dos dias ele começará a adoecer. Essa linha de raciocínio segue se não 
respeitar as estações do ano, havendo grande possibilidade de ele sofrer a quebra de 
sua concordância e apresentar desequilíbrio energético, ao qual pode desencadear um 
procedimento de doença energética que levará a lesão orgânica. Com esses exemplos, 
temos a disponibilidade de compreender que o ser humano realmente necessita compreender 
a observar as leis da natureza e aprender a respeita-la.
A filosofia chinesa observou e desenvolveu conhecimento sobre três pilares básico 
da natureza: Yin Yang; Os 5 elementos e Zang-fu.
1.1 Qi
Em uma forma de elaborar uma ponte de comunicação e compreensão, o ocidente 
teve um enorme desafio em traduzir os conceitos chineses em expressões atual, e sem 
perder a essência do conhecimento oriental. Por não existir uma tradução correta dos 
termos e conceitos, os jesuítas por exemplo traduziram o termo Qi em “energia vital”.
Para entendermos melhor, Ximenes (2014) explica que o Qi tem uma definição 
muito maior e muito mais complexa do que isso. A escritura do Qi concebe um conceito em 
que mostra um cereal cru na parte de baixo, e uma fumaça em cima, simulando o vapor que 
sobe do arroz enquanto cozinha. Trata-se de uma referência à interdimensionalidade sobre 
o que é palpável e o que não é, sendo algo entre matéria e energia. Envolve tudo o que há 
no mundo, a beleza por trás de todas as coisas dos elementos encontrados na natureza 
e no universo das emoções humanas. Aliás, para referenciar ao ser humano, a insígnia Qi 
tem por fim em interpretação como essência das substancias digeridas e transformadas na 
vitalidade de que o organismo precisa viver e realizar suas atividades. 
Na MTC o conceito do Qi tem como característica em apresentar a vitalidade do 
corpo derivado da nutrição que circula por todos os tecidos corporais, cada órgão produz 
um padrão de energia que contribui para a vitalidade geral do organismo (XIMENES, 2014).
7UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
SAIBA MAIS
“A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) tem seus primeiros registros datados de 5000 
a.C. São livros antigos, com informações codificadas, muitas vezes em forma de poesia, 
música, imagens. São conceitos diferentes que implicam numa mudança do estilo de 
vida, em que se ressalta como papel fundamental a prevenção. Para isso é essencial a 
difusão de informações, fazendo-se necessário um constante “movimento” em relação 
aos hábitos e costumes. A abordagem de cada paciente é global, envolvendo corpo, 
mente, espírito e ambiente.”
Fonte: ABE, G. C. Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Revista Neurociências, v. 14, p. 80-85, 2006. 
Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8777/6311 Acesso em: 
10 mai. 2022.
https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8777/6311
8UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
2. LEI DO YIN YANG
O termo Yin/Yang vem com a representação da união de duas partes opostas que 
apontam afinidade mútua no meio natural. Bucho (2016) aponta que essa teoria representa 
de fato dois feitios em função de coexistência no mesmo ambiente. 
Nessa linha de raciocínio, Wang e Zou (2011) apontam que não existe um Yin sem 
um Yang, no qual há um Yin também está o seu oposto, o Yang. Yin é representado pela 
Lua, enquanto o Yang pelo Sol. Dessa forma, ao analisarmos em questão de classificação 
no sexo, também são considerados como feminino e o masculino. Outras classificações 
referentes ao Yin e Yang são: o escuro e o claro; o sombrio e o luminoso; o repouso e o 
movimento; interior e exterior; descendente e ascendente; frio e quente; material e funcional; 
respectivamente tudo é Yin e Yang. 
Gomes (2018) explica que não existe o Yin absoluto e nem o Yang absoluto, pois 
que um pode, em certas condições, podendo se transformar em seu oposto. Por exemplo, 
se analisarmos essa afirmativa, vemos que o dia é dividido em claro e escuro, sendo ele o 
dia e a noite. 
Portelinha et al. (2018) confirmam essa citação em que o período da manhã é 
Yang, podendo coexistir dentro do Yang, já o período da tarde é Yin dentro do Yang. Dando 
continuidade no período do dia, é visto que antes da meia noite é Yin dentro do Yin e o 
horário após a meia noite já é considerado Yang dentro do Yin.
Esta análise entre o Yin e o Yang encontra-se em qualquer revelação, expressando 
se principalmente por um condicionamento e uma oposição mútuos. 
9UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
E é sempre pela aversão que um dos dois aspectos tem um efeito de subordinação 
sobre o outro aspecto. Ambos são fortes, porém se um prevalece sobre o outro, ocorrendo 
um desequilíbrio de um ou do outro, então acontece a doença. 
Vieira e Mejia (2014) apontam que o Yin é mais forte quando o Yang está doente. 
O Yang é o mais forte quando o Yin é que está doente. Em um corpo saudável, os dois 
aspectos opostos do Yin e do Yang não se apresentam de modo pacífico e sem relação de 
um sobre o outro. 
Seguindo essa linha de raciocínio, Alves (2016) explica que, se eles se confrontam 
e gera afastamento entra as duas partes, cria um desequilíbrio dinâmico e causa o 
desenvolvimento e a transformação de patologias. 
SAIBA MAIS
“(...) Para a MTC, o desequilíbrio entre as entre as energias Yin-Yang ponde afetar o 
organismo de todas as formas, através de doenças e emoções. Assim, um indivíduo que 
não se movimenta, permanece sedentário, abriga dentro de si um excesso de energia 
Yin, dessa forma o corpo não produz calor, ou seja, gera uma deficiência de Yang, 
promovendo assim um desequilíbrio energético”.
Fonte: MARTINI, L; CARDOSO, M; SANTOS, M. C. Medicina Tradicional Chinesa no tratamento da obe-
sidade. Pós-graduação em acupuntura – Faculdade Ávila, 2009.
10UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
3. CINCO ELEMENTOS
A teoria do Movimento dos Cinco Elementos, ampara que todos os itens do 
universo são constituídos de cinco elementos básicos da natureza e de seus movimentos 
e transformações. Segundo Neto e Alves (2019) estes são: madeira, fogo, terra, metal e 
água. Circulação e mudança do mundo material são vistas como semelhanças de geração 
e dominância entre os cinco elementos. Na MTC, a teoria dos cinco elementos não apenas 
apresenta a fisiologia e a doença do corpo humano, mas também a consideração da inter-
relação do ser humano com o ambiente exterior. Além disso, essa teoria serve como um 
instrumento no diagnóstico e no tratamento das doenças.
3.1 Classificação dos Cinco Elementos
Na antiga China, um feito era classificado de acordo com suas características, suas 
funções e sua formação, isto é, os artefatos eram afastados e classificados conforme as 
particularidades dos cinco elementos. Esse raciocínio demonstra um método indutivo. Os 
predicados de diferentes elementos ouobjetos são alinhados e generalizados por termos 
contemplativos, sendo respectivamente correspondentes às características dos cinco 
elementos (NETO e ALVES, 2019).
11UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
3.2 Lei da Geração e Dominância
As relações correspondentes entre os cinco elementos são explicadas pela lei de 
geração e dominância. A lei da geração tem como referência o cultivo. Já a lei da dominância 
vem como resultado a restrição e o controle mútuos. As duas leis, a geração e dominância 
são as atividades normais de movimento e mudança na natureza. Essas atividades são 
responsáveis pela manutenção do equilíbrio da natureza e do equilíbrio fisiológico no corpo 
humano (LOSEKANN, 2016).
Sendo dividida em categoria de sequência diferenciada uma lei da outra. Sendo-as:
A sequência de geração: madeira gera fogo; fogo gera terra; terra gera metal; 
metal gera água; e água, por sua vez, gera madeira. Desse modo, os cinco elementos 
criam um ciclo generativo infindável.
A sequência de dominância: madeira domina a terra; terra domina a água; água 
domina o fogo; fogo domina o metal e o metal domina a madeira. Assim, os cinco elementos 
criam um ciclo restritivo infindável (LOSEKANN, 2016).
SAIBA MAIS
“Segundo Morant (1994), a interação entre as funções dos cinco elementos também 
comporta um ciclo de dominância que existe simultaneamente ao primeiro, no qual um 
elemento dominante possui efeito regulador sobre seu dominado. Nessa relação, Mann 
(1998) observa que a madeira domina a terra, pois as raízes das plantas podem partir 
as rochas e perfurar o solo; a terra domina a água, pois as margens de um rio impedem 
a água de fluir fora de seu leito; a água domina o fogo, pois a água lançada sobre um 
fogo o fará extinguir-se; o fogo domina o metal, pois o leva à fusão; e o metal domina a 
madeira, pois pode cortá-la”.
Fonte: COUTINHO, B. D; DULCETTI, P. G. S. O movimento Yīn e Yáng na cosmologia da medicina chi-
nesa. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 22, p. 797-811, 2015. Disponível em: https://www.scielo.
br/j/hcsm/a/YWRvdMQ73bgFzvSp7SCKryM/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 10 mai. 2022.
https://www.scielo.br/j/hcsm/a/YWRvdMQ73bgFzvSp7SCKryM/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielo.br/j/hcsm/a/YWRvdMQ73bgFzvSp7SCKryM/?format=pdf&lang=pt
12UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
4. TEORIA ZANG-FU (AS VÍSCERAS E OS ÓRGÃOS)
O Qi circula pelo organismo através dos 12 principais meridianos. Sendo classificado 
como cinco órgãos e cinco vísceras. Para que exista uma relação em harmonia e equilibrada, 
os 12 meridianos são divididos em classificação da Lei YinYang, 6 são Yang e 6 são Yin. 
As vísceras (Fu) são Yang e os órgãos (Zang), Yin. O alimento ingerido é transformado 
pelas vísceras, que por esta razão recebem o nome de órgãos tesouros (YAMAMURA, M. 
e YAMAMURA, Y., 2015).
Segundo Gomes (2018) na classificação Yang, as vísceras são: estômago, intestino 
delgado, intestino grosso, vesícula biliar e bexiga; a sexta é uma função e não uma víscera: 
triplo aquecedor, expressão de uma tripla função: sendo visto a função cardiorrespiratória, 
a digestiva e geniturinária., trata-se do conhecido sistema neurovegetativo. 
Ainda assim, Yamamura M. e Yamamura Y. (2015) apontam que os órgãos Yin, tem 
a função de purificar e armazenar o sangue produzido pela transformação dos alimentos, 
que teve origem nas vísceras. Por este motivo, recebem o nome de órgãos tesouros. 
São denominados: pulmão, baço, coração, rim e o fígado. O sexto é uma função, 
chamada circulação-sexualidade que outros chamam “os vasos” ou “mestre do coração” e 
ainda “pericárdio”; e por isso também denominado Pericárdio. 
Passos et al. (2009) referem que, o triplo aquecedor Yang, corresponde ao Sistema 
Nervoso Simpático da medicina tradicional, e a circulação sexualidade é o polo interno. Já 
o Yin corresponde ao Sistema Nervoso Parassimpático.
13UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
Segundo Lima e Raposo (2020) os Zang apresentam características Yin, são mais 
sólidos e internos e os responsáveis pela formação e regulação e liberação do Qi, Xue, 
Ching, Jin Ye e Shen. Os Fu apresentam características Yang, sendo mais ocos e mais 
externos e tem a responsabilidade de receber e armazenar comidas e bebidas.
SAIBA MAIS
“Os principais órgãos envolvidos no processo de formação da asma, de acordo com 
a Medicina Tradicional chinesa são o Pulmão, Rim e Baço-Pâncreas. O Pulmão tem 
como funções governar o Qi (que para ele é o ar) e controlar a respiração e, dessa 
forma, regula a passagem de água, nutrindo pele e cabelos. Durante a respiração há a 
inspiração do Qi para nutrir o corpo e na expiração, o exalar do Qi excedente”.
Fonte: RODRIGUES, G. M. Visão da medicina tradicional chinesa sobre asma. Revista Liberum Acces-
sum, v. 9, n. 3, p. 38-51, 2021. Disponível em: http://revista.liberumaccesum.com.br/index.php/RLA/arti-
cle/view/107/103 Acesso em: 10 mai. 2022.
REFLITA
“Para realizar o seu sonho, você tem que querer realizá-lo da mesma intensidade que 
você quer respirar, caso contrário não é um sonho, e sim um desejo”.
Fonte: O autor (2021).
http://revista.liberumaccesum.com.br/index.php/RLA/article/view/107/103
http://revista.liberumaccesum.com.br/index.php/RLA/article/view/107/103
14UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos analisar e afirmar que a separação de corpo e mente não tem sentido, nem 
é a separação de emoção e emoção, objetividade e subjetividade, Yin e Yang. Precisamos de 
razão, lógica, objetividade e análise, mas também precisamos de sensibilidade e simbolismo, 
criatividade e fantasia. Diante das demandas do mundo em que vivemos, precisamos de 
pessoas cada vez mais produtivas, inovadoras e solucionadoras de problemas que possam 
intervir com intuição, sensibilidade e imaginação. 
Portanto, trago a necessidade de perceber a importância de lidar com os problemas 
de uma forma dialética e dialética, e perceber que a polaridade em conjunto constitui o todo, 
a existência criativa, o criador e o criado, um todo, o universo.
15UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa
LEITURA COMPLEMENTAR
VISÃO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA SOBRE ASMA
A asma é uma doença respiratória de característica crônica que pode ser ocasionada 
por vários tipos de padrões de desequilíbrio energético como invasão de Vento-calor ou 
Vento-Frio, Fleuma, padrões de deficiência de Pulmão, Baço-Pâncreas e Rim, e fatores 
emocionais relacionados aos órgãos citados. Objetivos: Identificar os principais padrões 
que tem como consequência a instalação da asma, descrever o processo de desequilíbrio 
energético e listar algumas possibilidades iniciais de tratamento obedecendo o entendimento 
oriental. Metodologia: Revisão crítica de literatura, levando em consideração referências 
bibliográficas atuais escritas em língua nacional e estrangeira e literatura clássica da 
Medicina Tradicional Chinesa. Resultados: O tratamento para asma depende do tipo de 
padrão de desequilíbrio energético que levou ao surgimento da doença. Alguns pontos 
devem ser combinados com cautela para otimizar a resposta do corpo. Conclusão: Pode 
ser tratada com pontos de acupuntura que fortalecem a energia do Pulmão, que resolvem 
Vento-Calor e Vento-Frio e Fleuma, devolvem a capacidade depurativa do Pulmão e fortaleça 
a imunidade. O acupunturista não pode incentivar o não uso da medicação solicitada pelos 
médicos. Palavras-chave: Vento-Calor, Vento-Frio, Fleuma.
Fonte: RODRIGUES, G. M. Visão da medicina tradicional chinesa sobre asma. 
Revista Liberum Accessum, v. 9, n. 3, p. 38-51, 2021. Disponível em: http://revista.liberu-
maccesum.com.br/index.php/RLA/article/view/107/103 Acesso em: 10 mai. 2022.
http://revista.liberumaccesum.com.br/index.php/RLA/article/view/107/103
http://revista.liberumaccesum.com.br/index.php/RLA/article/view/107/103
16UNIDADE I História da Medicina Tradicional ChinesaMATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Acupuntura e Medicina Integrativa
Autor: Mário Sérgio Rossi Vieira.
Editora: MG, 2017.
Sinopse: Reconhecida como especialidade médica no Brasil 
desde 1995, a acupuntura vem sendo cada vez mais procurada 
por pacientes que desejam obter o alívio de diversos sintomas. 
Utilizada como tratamento complementar das mais variadas 
enfermidades – de insônia e depressão a infertilidade e lombalgia 
–, ela oferece o melhor da sabedoria milenar oriental aliada à 
segurança e à eficácia da medicina ocidental. Nesta obra, o 
médico fisiatra Mário Sérgio Rossi Vieira aborda, em linguagem 
clara e direta, os princípios que compõem a medicina tradicional 
chinesa, as evidências de que a acupuntura funciona, os vários 
tipos de tratamento, as principais indicações do agulhamento, os 
benefícios da técnica e as dúvidas mais comuns dos leigos. Além 
disso, mostra como a acupuntura está alinhada com uma nova 
visão de medicina, baseada na prevenção, na busca do equilíbrio 
do organismo, na qualidade de vida e no respeito ao paciente.
FILME/VÍDEO 
Título: Heal - o poder da mente
Ano: 2019.
Sinopse: Uma jornada espiritual e científica através da natureza 
do corpo humano e sua extraordinária capacidade de curar. 
Entrevistando cientistas, líderes espirituais e acompanhando três 
indivíduos em jornadas de cura, a diretora Kelly Noonan explora 
o impacto que pensamentos, crenças e emoções têm na saúde 
humana.
17
Plano de Estudo:
● Os Doze Pares De Meridianos Principais; 
● Meridianos Extraordinários;
● Pontos Shu Antigos;
● Moxaterapia.
Objetivos da Aprendizagem:
● Introdução dos 12 pares de meridianos principais;
● Conhecer os pontos extraordinários e maravilhosos;
● Absorver a teoria dos pontos Shu antigos e sua teoria de fluxo energético;
● Compreensão da Moxaterapia de forma direta e indireta.
UNIDADE II
Meridianos e Pontos de Acupuntura
Professor Esp.Leandro Mocci do Nascimento
18UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 18UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
INTRODUÇÃO
Prezado aluno, nesta unidade vamos conhecer os meridianos principais do nosso 
corpo, seu trajeto e suas características. Vamos também compreender os meridianos 
extraordinários e os canais antigos. Veremos também a técnica de transação de calor, de 
forma terapêutica e eficaz, estou falando da moxaterapia.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e venha a contribuir 
ainda mais para os estudos desta prática.
Bons estudos!
19UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 19UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
1. OS DOZE PARES DE MERIDIANOS PRINCIPAIS
O Qi, é a energia que circunda por todo o corpo, porém há trajetos em que a 
energia está mais concentrada, são os chamados meridianos, ou canais de energia. Mas 
mesmo nestes canais, há locais cujo a energia se concentra mais, formando pequenos nós 
de concentração de energia, que são os pontos dos meridianos. Um meridiano é seguido 
por outro, formando um todo maior por onde circula a maior parte de energia. São os 
conhecidos meridianos principais (12 meridianos).
Quando há uma concentração acumulada de energia, ela para em algum ponto 
especifico do meridiano, inibindo a livre circulação por todo o organismo, surgindo a 
patologia que está relacionada a este meridiano e ao seu ponto em específico.
Para a MTC, uma das principais causas para o adoecimento e que são avaliadas 
de origem interna são os aspectos psicológicos e as emoções. Condições estressantes 
podem levar a uma má repartição energética nos meridianos, órgãos e vísceras, gerando 
doenças físicas, mentais e emocionais. A MTC busca alcançar e tratar o indivíduo em sua 
complexidade e como um todo, situando diagnósticos energéticos prévios e utilizando um 
conjunto de técnicas orientais podendo ser de forma exclusiva ou integrada, tais técnicas 
são: Acupuntura, Moxabustão, Acupressura, Fitoterapia, Exercícios físicos, Auriculoterapia, 
Reflexologia dos pés, Craniopuntura entre outros (LU et al., 2004).
20UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 20UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
1.1 Meridiano do pulmão
O meridiano do pulmão é de caráter Yin e apresenta-se unido ao meridiano do 
intestino grosso que é Yang. Absorve a energia do meridiano do fígado e a conduz ao 
meridiano do intestino grosso. Ao associarmos aos cinco elementos, apresenta ter relação 
ao elemento metal de Yin, sendo sua Mãe do elemento Terra (o meridiano do baço-pâncreas) 
e seu Filho de Água (o meridiano dos rins). Seus meridianos apresentam onze pontos de 
cada lado (WEN, 2014).
1.1.1 Trajetória
Nascendo no nível do centro do abdômen, atravessa o diafragma, entra nos 
pulmões e alcança as axilas, onde se localiza o ponto Zhongfu. A partir desse 
ponto, o primeiro dos nove pontos intermediários do meridiano do pulmão 
desce ao longo da face radial e palmar do braço; segue pelo antebraço, para 
terminar ao nível da unha polegar. Desse modo, o número total dos pontos 
desse meridiano principal dos pulmões. (WEN, 2014, p. 58)
1.2 Meridiano do Intestino Grosso
Este meridiano é Yang, conectado com o meridiano do pulmão, que é de categoria 
Yin. Diferente do pulmão, esse meridiano recebe sua energia do meridiano do pulmão, 
transmitindo ao meridiano do estômago. Ao analisarmos na categoria dos cinco elementos, 
tem como classificação o Metal de Yang, ao qual sua mãe do elemento Terra (o meridiano 
do estômago) e seu filho de Água (o meridiano da bexiga). Sendo vinte pontos de cada lado 
(WEN, 2014).
1.2.1 Trajetória
O meridiano do intestino grosso se inicia na ponta do dedo indicador, dando 
continuação do fluxo energético do meridiano do pulmão. O meridiano do 
intestino grosso sobe pelo dedo indicador dorso-radial da mão, passa pelo 
músculo do primeiro interósseo, a seguir pela face dorso radial do antebraço, 
dando continuidade entre os músculos extensores longo e curto do polegar; 
sobe até o dorso lateral do cotovelo, na borda lateral do músculo bíceps 
e tríceps do braço, chegando ao ombro. Desse ponto, se separa em um 
ramal pelo espaço mediastino que desce para o abdômen, ligando-se com 
o intestino grosso. Do espaço mediastinal inicia-se uma conexão que se 
liga aos pulmões. Da fossa supraclavicular, o meridiano é direcionado pela 
borda lateral do músculo esternocleidomastóideo do pescoço até a região 
mandibular pelo lado da boca chegando ao lado oposto à asa do nariz, 
cruzando na altura do lábio. (WEN, 2014, p. 63)
21UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 21UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
1.3 Meridiano do Estômago
Dando sequência aos meridianos, chegamos no meridiano do estômago que recebe 
o Qi do meridiano do intestino grosso, dando sequência a direção energética ao meridiano 
do baço-pâncreas. Tal meridiano é de característica Yang, sendo unido com o meridiano do 
baço-pâncreas, ao qual tem característica Yin. Analisando tal característica em relação aos 
cinco elementos, este é de Terra, sendo sua mãe de fogo e seu filho de metal. Possuindo 
assim 45 pontos de cada lado (WEN, 2014).
1.3.1 Trajetória
Wen (2014) expõe que o meridiano do estômago inicia seu curso aos dois lados 
do nariz e, apresentam uma comunicação com o meridiano da bexiga também na raiz 
do nariz, passando pelo arco dentário superior e saindo pela pálpebra inferior do olho. 
Dando continuidade no meridiano, descendo pelo ângulo da boca para a mandíbula. Nesse 
momento, o meridiano sobe pelo arco zigomático na frente do ouvido chega na região 
frontal da cabeça, rumo na borda do couro cabeludo. 
O mesmo autor relata que o meridiano do estômago desce pela mandíbula, 
passando pelo lado anterolateral do pescoço ao longo do lado medial do músculo 
esternocleidomastóideo até a fossa supraclavicular. A partir desse momento, o meridiano 
do estômago divide-se em duas partes, sendo um profundo e outro superficial.
Agora, o trajeto profundo do meridiano se direciona ao longo do esôfago,passando 
pelo diafragma até a região do estômago, aonde se liga aos órgãos do baço-pâncreas. 
Em análise do seu trajeto superficial Wen (2014) explica que:
O meridiano do estômago, sua linha desce pela linha do mamilo; passa na 
borda costal; atravessa a lateral do músculo reto-abdominal até a região 
inguinal na lateral do osso púbico; descendo pela borda medial da artéria 
femoral; depois seguindo pelo lado anterolateral da coxa, na origem dos 
músculos sartório e tensor da fáscia lata, continuando descendo pela borda 
lateral do músculo reto-femural ao longo da rótula dos joelhos; chegando 
então no lado anterolateral da tíbia e o lado do músculo da tíbia anterior 
até o dorso do pé, passando entre o segundo e o terceiro metatarsos até o 
segundo dedo do pé. (WEN, 2014, p. 70)
22UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 22UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
1.4 Meridiano do Baço-pâncreas
É de natureza Yin sendo conectado ao meridiano do estômago, que é de natureza 
Yang. O Meridiano baço-pâncreas adquire a energia do meridiano do estômago, e o mesmo 
transmite a energia ao meridiano do coração. O baço-pâncreas tem relação ao elemento 
terra de Yin, enquanto sua mãe é de fogo, de Yin (o meridiano do coração) e seu filho é 
de metal, de Yin (o meridiano do pulmão). Sendo assim, esse meridiano tem 21 pontos de 
cada lado (WEN, 2014).
1.4.1 Trajetória
Este meridiano começa na falange distal do membro inferior, retornando de forma 
anatômica ao longo do lado medial do dedão, passa pelo primeiro metatarso ao maléolo 
medial. Continua ao longo da margem póstero-medial da tíbia; atravessando pelo lado 
medial do joelho, direciona seu percurso pela região medial da coxa, alcançando a região 
da virilha, segue pela região anterolateral do abdômen e pelo lado lateral do peito até a 
axila. O ramo profundo região inguinal, chega ao abdômen, se ligando ao meridiano do 
baço-pâncreas e ao do estômago, dessa forma, passa pelo músculo do diafragma, contorna 
o esôfago chegando à língua. Este meridiano possui mais um outro trajeto, se ramifica 
saindo do estômago, passa pelo diafragma e se ligando então ao coração (WEN, 2014).
1.5 Meridiano do Coração
Sendo de natureza Yin, apresenta-se unido ao meridiano do intestino delgado, 
ao qual tem característica Yang. Recebe sua energia do meridiano do baço-pâncreas, 
transmitindo-a ao meridiano do intestino delgado. Ao analisarmos a sua relação aos cinco 
elementos, esse meridiano pertence ao Fogo de Yin, sendo sua Mãe o meridiano do fígado, 
de característica Madeira, e seu Filho o meridiano do baço-pâncreas terra. Esse meridiano 
tem nove pontos de cada lado (WEN, 2014).
1.5.1 Trajetória
A energia deste meridiano tem de início do coração, realizando sua trajetória 
pelo caminho do nervo autônomo do sistema cardiovascular; descendo, 
passando pelo diafragma, comunicando-se com o intestino delgado. O canal 
principal sai do coração e sobe pelo pulmão, atingindo a axila. Atravessa 
então ao longo do lado medial e ulnar do braço e desce pelo epicôndilo medial 
do cotovelo e pelo lado medial dos músculos flexores ulnar carpal. Cruza pelo 
pulso dentre o quarto e quinto metacarpo da mão e chega ao ponto do dedo 
mínimo. O ramal colateral fundo sobe do coração ao longo do esôfago, junto 
da faringe e da raiz da língua, passando atrás do nariz, e por entre os olhos, 
comunicando-se com os seus tecidos. (WEN, 2014, p. 89)
23UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 23UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
1.6 Meridiano do Intestino Delgado
Este meridiano é de natureza Yang, se apresenta conectado ao meridiano do 
coração, que é Yin. Ganha a energia do meridiano do coração, E transmite para o meridiano 
da bexiga. Se estudarmos a relação aos cinco elementos, podemos perceber que esse 
meridiano pertence ao elemento Fogo de Yang, sua Mãe, o meridiano da vesícula biliar, 
de característica de madeira, e seu Filho o meridiano do estômago, ao qual é Terra. Esse 
meridiano tem dezenove pontos de cada lado do corpo (WEN, 2014).
1.6.1 Trajetória
A energia desse meridiano tem por início o ponto do quinto dedo da mão, 
sobe pelo lado ulnar da mão, passa pelo punho, segue ao longo do lado ulnar 
dos músculos extensor carpo-ulnar do carpo e flexor carpo-ulnar, continua 
seu curso pelo cotovelo passa pelo lado medial do olecrânio, mantendo seu 
percurso subindo pelo lado do músculo tríceps braquial até a borda posterior 
e lateral do ombro. Ao chegar no ombro, o meridiano sobe ao longo do osso 
omoplata e da fossa supraclavicular, se conectando ao coração. Nesse 
momento, desce e cruza o músculo do diafragma e o abdômen, chegando 
assim ao intestino delgado. (WEN, 2014, p.93)
Dando continuidade, o autor da citação anterior explica que o meridiano se divide 
nesse momento, sendo assim, um de seus canais sobe pela fossa supraclavicular ao longo 
do lado do pescoço do músculo esternocleidomastóideo passa ao lado do rosto até o ângulo 
lateral do olho, dando continuidade então para trás do ouvido. A outra parte do meridiano da 
divisão anterior, da continuidade do ponto de divisão, desce pela lateral do rosto passando 
pela parte inferior do olho até seu ângulo medial.
1.7 Meridiano da Bexiga
Como vimos anteriormente, este meridiano então recebe a energia do meridiano 
do intestino delgado e a presta ao meridiano dos rins. Sua natureza é Yang, e se apresenta 
conectado ao dos rins que é Yin. Diz respeito ao elemento Água, sendo sua Mãe é do 
elemento Metal e seu Filho é de Madeira, o meridiano da vesícula biliar. Por sua vez, o 
meridiano da bexiga tem 67 pontos de cada lado, sendo então um dos mais complexos 
(WEN, 2014).
24UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 24UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
1.7.1 Trajetória
O meridiano da bexiga inicia seu percurso no canto interno do olho, sobe pela 
região frontal, parietal e occipital da cabeça. Apresenta uma parte energético 
que desce da região parietal para o ouvido, retorna ao trajeto principal na 
fossa suboccipital. Possui outra divisão que, se desconecta da parte mais alta 
e superficial da cabeça, entra no cérebro, retorna ao trajeto principal na fossa 
suboccipital. A partir do pescoço, passando pelos músculos paravertebrais, 
o trajeto desce pelas costas até a região sacroilíaca, passa pela nádega, 
continua por trás da coxa, até a fossa poplítea. Nesse momento há uma nova 
divisão do percurso, um ramo passa pelas costas que se liga aos rins e depois 
à bexiga, desce pelo lado da virilha e por detrás da coxa até o poplíteo. Da 
nuca sai outra parte do meridiano, que por sua vez seu percurso desce pelo 
lado medial da omoplata e pelo lado dos músculos ílio-costais até chegar à 
nádega, se ligando com o meridiano da vesícula biliar, passa atrás da região 
trocanteriana, desce pelo músculo bíceps femoral até o poplíteo. Chegando 
à fossa poplítea, o meridiano da bexiga então desce entre os músculos atrás 
da perna pelo lado do tendão do calcâneo, chega à borda do maléolo lateral 
do pé, até a lateral do quinto dedo do membro inferior. (WEN, 2014, p. 99)
1.8 Meridiano dos Rins
Este meridiano é de natureza Yin, se apresenta unido ao meridiano da bexiga, ao 
qual tem característica Yang, transmite seu Qi ao meridiano do pericárdio. Se analisarmos 
esse meridiano em comparação aos cinco elementos, é de Água; sua Mãe é o meridiano 
do pulmão, sendo metal e seu filho o meridiano do fígado, que é madeira. Tem 27 pontos 
de cada lado (WEN, 2014).
1.8.1 Trajetória
“O meridiano dos rins começa na planta do pé e ascende, pelo lado 
ínferomedial da cabeça do primeiro metatarso, seguindo pelo lado medial 
do osso cubóide, região póstero-inferior do maléolo medial e ao longo da 
borda medial do músculo gastrocnêmio, na região póstero-medial do joelho 
e, medialmente à coxa, ao longo dos músculos adutor e grácil, entre a pélvis 
e ventralmente às vértebras até o rim. O trajeto tem seu início no rim, desce 
pelo lado do músculopsoas até a pélvis e a bexiga. Saindo da pélvis, corre 
ao longo do lado medial do músculo reto-abdominal (ao lado da linha alba) 
e do externo até a frente do pescoço. Há um ramal que sai do rim, sobe, 
passando pelo diafragma e segue paralelo ao pulmão, ao longo da traqueia 
e da garganta, até a raiz da língua. Outro ramal sai do pulmão, une-se ao 
coração e, passando pelo peito, liga-se ao pericárdio, de onde transmite 
energia ao meridiano do pericárdio” (WEN, 2014, p. 115).
1.9 Meridiano do Pericárdio
O meridiano do pericárdio tem como característica Yin. Recebe sua energia do 
meridiano dos rins, e transmite para o meridiano do triplo-aquecedor ao qual tem como 
característica Yang. Em analogia aos elementos, este meridiano é de caráter de fogo. 
25UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 25UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
Ao analisar em semelhança com as estações do ano, o mesmo é considerado Yin 
no período de outono e inverno, e de Água durante a primavera e verão. Tem nove pontos 
de cada lado (WEN, 2014).
1.9.1 Trajetória
“A energia deste meridiano inicia no peito, passa pelo diafragma e se liga a 
todas as partes do triplo-aquecedor. Uma parte do meridiano sai do ponto 
central da axila e corre ao longo da borda medial do músculo bíceps do braço, 
entre o meridiano do pulmão e do coração, chega até o cotovelo. Nesse 
momento, o meridiano desce ao longo dos tendões do músculo longo da 
palma e do músculo flexor carpo-radial da mão. Focando na mão, o meridiano 
passa entre o terceiro e o quarto metacarpos do terceiro dedo. Finalizando 
seu trajeto ao quarto dedo” (WEN, 2014, p. 123).
1.10 Meridiano do Triplo-Aquecedor
Este meridiano é de natureza Yang, e vem associando ao meridiano do pericárdio, 
que lhe fornece energia e transmite para o meridiano da vesícula biliar. Em relação aos 
cinco elementos, é de elemento fogo, sendo Yang durante o outono e inverno, alterando 
para elemento água na primavera e verão. Tendo 23 pontos de cada lado (WEN, 2014).
1.10.1 Trajetória
“Este meridiano começa no ponto do quarto dedo da mão, sobe pelo lado 
dorsal da mão, entre o quarto e o quinto metacarpos, passa pelo punho 
no meio do lado dorsal do punho e do antebraço, entre os ossos rádio e 
ulnar. Sobe, passa pelo olecrano e lado radial do músculo tríceps no lado 
posterior do ombro. O fluxo passa atrás do ombro, sobe pela supra-escapular 
e atrás da nuca da região auricular até chegar à região lateral do supercílio, 
onde se conecta ao meridiano da vesícula biliar. Há um ramal que sai da 
supraclavicular, entra no tronco do corpo, declina pelo mediastino e se liga ao 
pericárdio e à pleura. Descendo, passa pelo diafragma indo até a cavidade 
abdominal, ligando-se ao peritônio e à serosa intestinal, visceral e pélvica” 
(WEN, 2014, p. 126).
1.11 Meridiano Vesícula Biliar
É de natureza Yang, se liga ao meridiano do fígado, que é de natureza Yin. Recebe 
energia do meridiano do triplo-aquecedor, e transmite para meridiano do fígado. Em 
comparação aos cinco elementos, é de madeira de Yang, sendo, sua Mãe o meridiano da 
bexiga e seu Filho o meridiano do intestino delgado. Esse meridiano possui 44 pontos de 
cada lado (WEN, 2014).
26UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 26UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
1.11.1 Trajetória
O meridiano da vesícula biliar tem início na lateral do olho, sobe para a região temporal 
da cabeça, desce por trás do ouvido, ao lado da nuca pela frente do meridiano triplo-aquecedor 
até chegar na fossa supraclavicular. Nesse momento há um trajeto que passa por trás e entra 
no ouvido, sai pela frente da orelha no ângulo lateral do olho. Nesta parte do meridiano, sai 
outro ramal que vai pelo lado medial da mandíbula, cruzando a região maxilar inferior do olho, 
e desce pelo pescoço até a fossa supraclavicular (WEN, 2014). 
Dando continuidade, o autor anterior frisa que nesse momento a outra divisória 
do meridiano, desce pelo mediastino, passa pelo músculo do diafragma e se conecta com 
o fígado e a vesícula biliar. Sai então da vesícula biliar, desce pela lateral do abdômen 
e chega na região inguinal, faz uma curva por trás, na região trocantérica. O meridiano 
principal sai do ângulo lateral do olho, passa na frente da orelha pela lateral da cabeça, e 
desce pela lateral do músculo trapézio na região supraescapular. 
Mantendo a mesma linha de raciocínio, Wen (2014) refere que o mesmo meridiano 
segue seu trajeto pela frente do ombro, ao lado da região do peitoral, desce pelo lado 
do tronco na região trocantérica, se prende com o meridiano da bexiga na região da 
nádega. Continua seu percurso descendo pela borda lateral da coxa, na perna e pela parte 
anterolateral do tornozelo até chegar no lado dorsal do pé. Passa então entre o quarto e o 
quinto metatarsos no quarto dedo do pé. 
Há uma outra divisória do meridiano, que se separa no lado dorsal do pé, passando 
entre o primeiro e o segundo metatarsos até o lado do dedão do pé, ao qual esse canal 
nesse momento se conecta com o meridiano do fígado.
1.12 Meridiano do Fígado
Este meridiano é de natureza Yin, acoplado ao meridiano da vesícula biliar, que 
é Yang. Recebe a energia do meridiano da vesícula biliar, e a transmite ao meridiano 
do pulmão. Em relação aos cinco elementos, é Madeira, de Yin; sua Mãe é de Água (o 
meridiano dos rins) e seu Filho é de Fogo (o meridiano do coração). Possui quatorze pontos 
de cada lado (WEN, 2014).
1.12.1 Trajetória
“Este meridiano começa no dedão do pé, pelo lado do pé entre o primeiro e 
o segundo metatarsos, passando no ponto Zhongfeng (F4), l tsun na frente 
do maléolo medial. Cruza com o meridiano do baço-pâncreas no ponto 
Sanyinjiao (BP6) acima do maléolo medial, e sobe pelo lado ântero-medial 
da perna na borda medial da tíbia. Segue pelo lado medial do joelho e coxa 
para a região genital externa e suprapúbica, onde se junta com o meridiano 
do Ren-Mo. Continuando sua trajetória, sobe pelo lado do abdômen, até a 
reborda costal, ligando-se ao fígado e à vesícula biliar. Este meridiano possui 
um ramal que sobe atravessando o diafragma pelo lado posterior do tórax, 
esôfago, laringe; passa pela região naso-faringeal e liga-se aos olhos. Desse 
ramal, sai dos olhos atingindo a região maxilar ao redor dos lábios. O ramal 
do fígado passa pelo diafragma e pulmão ligando-se ao meridiano do pulmão” 
(WEN, 2014, p. 144).
27UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 27UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
SAIBA MAIS
“Estudos controlados sugerem que a acupuntura é efetiva para o tratamento da dor 
orofacial. Assim, a acupuntura é considerada como uma valiosa alternativa/complemento 
ao tratamento convencional da Disfunção Temporomandibular (DTM).”
Fonte: ZOTELLI, V. L. R et al. Efeito da acupuntura na disfunção temporomandibular e no equilíbrio ener-
gético dos meridianos. Acupuncture effect in temporomandibular dysfunction and in the energy balance of 
meridians. Piracicaba, 2017. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/296887844.pdf Acesso em: 
10 jul. 2022.
https://core.ac.uk/download/pdf/296887844.pdf
28UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 28UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
2. MERIDIANOS EXTRAORDINÁRIOS
Os meridianos extraordinários consistem em um grupo de oito meridianos: Du Mai, 
Ren Mai, Chong Mai, Dai Mai, Yin Wei Mai, Yang Wei Mai, Yin Qiao Mai e Yang Qiao. Destes 
meridianos, somente Du Mai e Ren Mai são classificados de meridianos extraordinários por 
não terem uma afinidade direta com os meridianos os 12 meridianos principais. Em contra 
partida exercem influência nesses meridianos principais (LARRE, 1997).
Gomes (1994) relata que à relação entre a consideração dos meridianos 
extraordinários e a embriologia. Em visão das características do desenvolvimento 
embrionário, sendo: 
● crescimento; morfogênese e diferenciação, parecem estar subentendidas na 
estrutura dos vasos maravilhosos.
A organização do Du Mai e do Ren Maicorrespondem à formação do disco 
embrionário com duas camadas, sendo de fato: o epiblasto voltado para a cavidade 
amniótica, e o hipoblasto. A linha do Du Mai, conhecido também como, meridiano vaso 
governador, estende-se pela linha média posterior do corpo, ao qual regula o Yang e nutre 
o cérebro. Já a linha Ren Mai, também denominada de vaso concepção, percorre pela linha 
média anterior, adéqua o Yin e sustenta o útero.
Na terceira semana de gestação com o início da morfogênese, o disco embrionário 
bilaminar é transformado em disco trilaminar ao surgir a linha primitiva, uma condensação 
do epiblasto que dá origem a células mesenquimais. 
29UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 29UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
Estas células estão situadas entre o epiblasto e o hipoblasto. Então o epiblasto 
passa a ser chamado de ectoderma do embrião e o hipoblasto de endoderma do embrião. 
Nesse fato, as células mesenquimais produzidas pela linha primitiva constituem uma tercei-
ra camada germinativa, chamada de: mesoderma intraembrionário. 
Tanto Gomes (1994) como e Botasaris (1994), ambos relatam que o terceiro folheto 
germinativo ao surgimento do Chong Mai, chamado de vaso encruzilhada ou mar de sangue, 
com função de regular o sangue e o QI.
Os primeiros meridianos bilaterais a tomarem forma são os Qiao Mai Wen (2018) afirma 
que Qiao Mai têm origem comum no centro do calcanhar, sendo dividido em dois trajetos:
● Yin Qiao Mai estende-se pela parte medial. 
● Yang Qiao Mai pela parte lateral do corpo até o bordo medial dos olhos onde 
voltam a se encontrar, estabelecendo um circuito.
Wen (2018) finaliza sua explicação referindo ao respeito dos pontos de Wei Mai, 
que tem o papel de manter o corpo unido garantindo a união entre o Yin e o Yang, dividido 
em dois, sendo:
● Yin Wei Mai, reúne e influencia os principais meridianos yin;
● Yang Wei Mai os principais meridianos yang.
SAIBA MAIS
“Os Meridianos Extraordinários também conhecidos como Vasos Maravilhosos 
agem como reservatórios de energia em relação aos canais principais, os quais são 
comparados a lagos. Todos os Vasos Extraordinários derivam direta ou indiretamente do 
Rim e retêm a Essência (Jing) nele armazenada. Eles circulam a Essência ao redor do 
corpo, contribuindo assim para integrá-la a circulação do Qi Nutritivo e do Qi Defensivo. 
O Vaso Governador, Diretor e Penetrador, originam-se no Aquecedor Inferior, no espaço 
entre os rins.”
Fonte: MENEZES, R. A. Tratamento da dor: acupuntura, técnicas associadas e bloqueios analgésicos. 
Brazilian Journal of Anesthesiology, v. 32, n. 5, p. 317-338, 2020. Disponível em: https://app.periodikos.
com.br/article/5f9c9dc48e6f1a40018b4696/pdf/rba-32-5-317.pdf Acesso em: 01 jul. 2022.
https://app.periodikos.com.br/article/5f9c9dc48e6f1a40018b4696/pdf/rba-32-5-317.pdf
https://app.periodikos.com.br/article/5f9c9dc48e6f1a40018b4696/pdf/rba-32-5-317.pdf
30UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 30UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
3. PONTOS SHU ANTIGOS
Deadman, Al-Khafaji e Baker (1998) relatam que os pontos Shu Antigos, são 
localizados nos doze canais principais de energia, sendo encontrados entre os dedos das 
mãos e os cotovelos ou até mesmo entre os dedos dos pés e os joelhos. Sendo assim 
considerados um dos grupos de pontos mais importantes da acupuntura. 
Os Chineses diziam que a passagem do Qi por esses pontos é como fluxo de um 
rio, sendo iniciado pelo ponto Poço (Jing) na ponta dos dedos das mãos ou dos dedos 
dos pés, até alcançar o ponto mar (He), sendo localizado no cotovelo ou no joelho. Dando 
sequência, o QI. Inicia no ponto poço (Jing), passa gradualmente pelo ponto nascente, 
chaga no ponto do riacho e desboca no Mar (DEADMAN; AL-KHAFAJI; BAKER, 1998). 
Os canais Yin das mãos tem fluxo em direção aos dedos, e os canais Yang das 
mãos já apresentam um fluxo em direção ao tórax. Comparando com um rio, a nascente na 
ponta dos dedos e seus cotovelos aplica-se igualmente aos canais Yin e Yang. Exatamente 
o mesmo é aplicado aos canais das pernas (DEADMAN; AL-KHAFAJI; BAKER, 1998) 
Como estes meridianos se localizam mais superficialmente que os demais 
meridianos, a sua energia é muito mais dinâmica do que a dos outros pontos de acupuntura, 
sendo justificado uso frequente desses pontos em atendimentos clínicos. Além disso, esses 
pontos representa a conexão entre o organismo e o meio ambiente. Por essa análise, os 
pontos desse canal estão diretamente relacionados com as estações do ano, sendo eles 
frente o seu ciclo e são suscetíveis a entrada dos fatores patogênicos exteriores, como frio, 
umidade e vento (GIOVANNI, 2014).
31UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 31UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
SAIBA MAIS
“A acupuntura é um grande aliado em tratamentos onde a sensibilidade a fármacos 
presente, no entanto a pesquisa se o fará através de uma técnica de intervenção não 
medicamentosa, como acupuntura, sendo difícil estabelecer modelos de controles. Os 
objetivos desta revisão foram descrever os efeitos da analgesia por acupuntura como 
preparação para a técnica odontológica de biocompatibilização, utilizando acupontos 
auriculares e sistêmicos para que se possa comprovar o benefício da técnica (...)”
Fonte: FERNADEZ, R. G; SANTOS, M. C. M; TORRES, O. S. A eficácia do uso de analgesia em proce-
dimentos odontológicos de biocompatibilização baseados na medicina tradicional chinesa–Relatos de um 
estudo de caso. Faculdade Ávila, p. 1-22, 2011. Disponível em: https://silo.tips/download/fernadez-renart-
-goda-santos-michelle-cristiane-melo-dos-torres-onizia-dos-santos Acesso em: 01 jul. 2022.
https://silo.tips/download/fernadez-renart-goda-santos-michelle-cristiane-melo-dos-torres-onizia-dos-santos
https://silo.tips/download/fernadez-renart-goda-santos-michelle-cristiane-melo-dos-torres-onizia-dos-santos
32UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 32UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
4. MOXATERAPIA
A técnica de Moxabustão é uma prática que utiliza plantas como por exemplo, a 
Artemisia, sendo associado à sua queima, na geração de calor para prevenção de doenças, 
controle patológico e tratamento da dor. Assim, melhorando a resposta imunológica de 
tratamento de várias doenças agudas e crônicas.
A prática incide na aplicação de uma planta seca e processada, que é acesa sobre 
a pele, para que a energia penetre no interior do corpo e produz estímulos com o intuito de 
ajustar as funções fisiológicas. A deficiência de Q.I. e Xue propicia a penetração de Frio e 
Umidade, e nesse caso, a Moxaterapia vem para eliminá-los (YAMAMURA, 2001). 
Conforme mencionado anteriormente a aplicação desta técnica, tem como intuito 
de aquecer o Q.I. e o Xue dos Canais de Energia Principais e Secundários a partir do 
aumento da velocidade da circulação energética dos Canais potencializando a nutrição e a 
circulação de energia, e a atividade dos Zang Fu e das Vísceras Curiosas, pela regularização 
da circulação do Fogo orgânico (YAMAMURA, 2001).
4.1 Técnica Direta
Myasava e Alcântara (2020) explicam que na técnica direta, o cone de Moxabustão 
é colocado de forma diretamente sobre a pele, sendo associado nos pontos de acupuntura, 
obtendo efeito imediato, enquanto a técnica indireta tem efeito demorado com duração 
analgésica ou terapêutica mais curta.
33UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 33UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
A aplicação de Moxabustão de forma direta em cicatriz, tem a tendência de curar 
algumas doenças crônicas refratárias (MYASAVA e ALCÂNTARA, 2020). 
De acordo com Park et al. (2020) a técnica de aplicação de Moxabustão indireta 
deve ser de uma distância de 3 cm, essa distância não é somente adequada para alcançar 
a eficácia do tratamento, mas também é mais segura, pois evita danos térmicos e dor.
4.2 Técnica Indireta
A técnica indireta é realizada com a colocação de uma substância medicamentosa(rodelas de gengibre, sal grosso, alho, cebolinha, cebola, acônito, entre outros) entre o cone 
de Moxabustão e a pele, ou então utiliza-se bastões de Artemísia prontos (YAMAMURA, 
2001). São exemplos de técnicas indiretas a fumigação com fumaça ou vapor, Moxabustão 
com a utilização de 
aquecedores, caixas ou “thermies”, Moxabustão na agulha de acupuntura, 
Moxabustão suspensa com bastões ou cigarrete de Artemísia e Moxabustão na casca de 
noz (WILCOX, 2008).
SAIBA MAIS
“De acordo com Piñana (2018), vários estudos têm sido realizados com relação à 
moxabustão e a imunidade e alguns dos efeitos importantes são: aumento da produção 
de leucócitos; aumento da atividade fagocitária; aumento da produção de hemácias e 
hemoglobina; aumento do nível de sedimentação das hemácias; aumento da velocidade 
de coagulação; aumento do nível de cálcio no sangue; aumento dos complementos 
séricos; aumento da capacidade de produção dos anticorpos”
Fonte: Myasava e Alcântara (2020).
REFLITA
As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao 
mau cheiro.
Fonte: PROVÉRBIO Chinês. Pensador. Disponível em: https://www.pensador.com/frase/MzAy/ Acesso 
em: 01 jul. 2022.
https://www.pensador.com/frase/MzAy/
34UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 34UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Olá, chegamos ao fim de mais uma apostila. No nosso estudo, foi possível 
compreender que a energia circula por todo o corpo, porém há caminhos por onde a energia 
está mais concentrada, são os chamados meridianos, os canais de energia, ou vasos. 
Mesmo nestes canais, há locais em que a energia se concentra mais, formando pequenos 
nós de concentração de energia, que são os pontos dos meridianos. Um meridiano é 
seguido por outro, formando um todo maior por onde circula a maior parte de energia. São 
os conhecidos meridianos principais.
Ao chegarmos na segunda unidade, estudamos um pouco mais a fundo sobre os 
meridianos extraordinários consistem num grupo de oito meridianos: Du Mai, Ren Mai, 
Chong Mai, Dai Mai, Yin Wei Mai, Yang Wei Mai, Yin Qiao Mai e Yang Qiao Mai, descritos 
de forma sistemática pela primeira vez no Nan Jing. Destes meridianos, apenas Du Mai e 
Ren Mai são chamados de meridianos extraordinários por não terem uma relação direta 
com os meridianos principais
Ao nos depararmos com o próximo assunto, chegamos à conclusão que os pontos 
de transporte conhecido como Pontos Shu Antigos, ao qual são localizados nos doze canais 
principais de energia, entre os dedos das mãos e os cotovelos ou entre os dedos dos pés e 
os joelhos, são um dos grupos de pontos mais importantes da acupuntura. São também os 
Pontos dos Cinco Movimentos
Terminamos nosso estudo falando sobre a Moxabustão é uma prática que utiliza 
plantas como por exemplo, a Artemisia, sendo associada a queima da planta, na geração 
de calor para o controle e tratamento da dor. Assim, melhorando a resposta imunológica de 
tratamento de várias doenças agudas e crônicas. 
A técnica incide na aplicação de uma planta seca e processada, que é acesa sobre 
a pele, para que a energia penetre no interior do corpo e produz estímulos com o intuito de 
ajustar as funções fisiológicas. A deficiência de Q.I. e Xue propicia a penetração de Frio e 
Umidade, e nesse caso, a Moxaterapia vem para eliminá-los
Dessa forma, me despeço de você meu querido aluno(a) com um abraço, Sucesso 
a você!
Até a próxima!
35UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 35UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
LEITURA COMPLEMENTAR
Uso da acupuntura no manejo da dor em pacientes com alterações na articulação 
temporomandibular (ATM)
A acupuntura, técnica bastante difundida devido às suas propriedades anti-
inflamatórias, ansiolíticas, miorrelaxantes e ativadoras da função imunológica no organismo 
humano, tem sido muito utilizada como terapia coadjuvante em diversas especialidades 
odontológicas. O objetivo deste trabalho é apresentar o caso clínico de uma paciente com 
Disfunção Temporomandibular (DTM), tratada com acupuntura, e os resultados obtidos por 
essa técnica terapêutica no serviço odontológico da Faculdade de Odontologia de Piracicaba 
(FOP-UNICAMP). A paciente VASN, 34 anos, com queixa de dor na ATM, mais intensa no 
lado direito, com diagnóstico clínico de DTM e bruxismo, foi submetida ao tratamento por 
acupuntura. De acordo com a MTC (Medicina Tradicional Chinesa), foi encontrado o padrão 
de desequilíbrio energético da mesma e foi estabelecido um protocolo de tratamento que se 
demonstrou efetivo para redução dos sintomas.
Fonte: ZOTELLI, V. L. R; MEIRELLES, M. P. M. R; DE SOUSA, M. L. R. Uso da acupun-
tura no manejo da dor em pacientes com alterações na articulação temporomandibular (ATM). 
Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, v. 22, n. 2, p. 185-188, 2017. 
Disponível em: https://arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odontolo-
gia/pdf/maio_agosto_2010/unicid_22_02_185_8.pdf Acesso em: 05 jul. 2022.
https://arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odontologia/pdf/maio_agosto_2010/unicid_22_02_185_8.pdf
https://arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odontologia/pdf/maio_agosto_2010/unicid_22_02_185_8.pdf
36UNIDADE I História da Medicina Tradicional Chinesa 36UNIDADE II Meridianos e Pontos de Acupuntura
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Manual Terapêutico De Acupuntura
Autor(A): Tom Sintan Wen.
Editora: Manole.
Sinopse: Aos 72 anos, Dr. Tom Sintan Wen apresenta a sua 
obra-prima: o Manual Terapêutico de Acupuntura. Incansável 
pesquisador, rigoroso nos detalhes de difícil compreensão da 
Medicina Tradicional Chinesa, sem perder a visão moderna e 
dos avanços da medicina convencional, dedicou a sua vida ao 
ensino de Acupuntura aos seus discípulos. É lembrado pelos 
pacientes até hoje, pelo seu jeito simples de transmitir confiança, 
segurança e capacidade nos seus atendimentos, com resultados 
tão maravilhosos e de difícil reprodutibilidade. A obra é concisa e 
ao mesmo tempo completa, rica para os iniciantes e repleta de 
detalhes para os já experientes. Descreve a experiência clínica do 
autor, que classifica e trata de acordo com a Medicina Tradicional 
Chinesa 65 doenças ocidentais comumente observadas na prática 
clínica. Apresenta conteúdo nunca antes publicado, direcionado 
especialmente para os médicos acupunturistas. Apresenta um 
autêntico e prático manual de Acupuntura, com uma linguagem 
clara e precisa com abrangência e profundidade.
FILME/VÍDEO 
Título: O Último Imperador
Ano: 1987.
Sinopse: A saga de Pu Yi (John Lone), o último imperador da 
China, que foi declarado imperador com apenas três anos e viveu 
enclausurado na Cidade Proibida até ser deposto pelo governo 
revolucionário, enfrentando então o mundo pela primeira vez 
quando tinha 24 anos. Neste período se tornou um playboy, mas 
logo teria um papel político quando se tornou um pseudoimperador 
da Manchúria, quando esta foi invadida pelo Japão. Aprisionado 
pelos soviéticos, foi devolvido à China como prisioneiro político em 
1950. É exatamente neste período que o filme começa, mas logo 
retorna a 1908, o ano em que se tornou imperador.
37
Plano de Estudo:
● Introdução;
● O processo saúde-doença na perspectiva da MTC;
● Morfologia do pavilhão auricular;
● Somatotopia auricular.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer a história da Auricoloterapia e sua trajetória;
● Compreender o conceito de saúde/doença frente a visão da MTC;
● Observar a diferença entre patologias de causas internas e causas externas;
● Aprender a morfologia auricular e somatotopia frente o tratamento.
UNIDADE III
Introdução á Auriculoterapia
Professor Esp. Leandro Mocci do Nascimento
38UNIDADE III Introdução á Auriculoterapia
INTRODUÇÃO
Prezado aluno, nesta unidade vamos conhecer a trajetória e a história da 
Auriculoterapia, visando uma linha de tempo sobre uma breve apresentação da suaevolução. 
Veremos também o processo de saúde e doença de MTC, compreendendo assim 
em qual questão inicia-se a fase patologia, sabendo diferenciar as causas internas, as 
externas e as causas patológicas mistas. Aprenderemos a visão anatômica auricular e a 
somatotopia ao tratamento.
Portanto, esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e venha a 
contribuir ainda mais para os estudos desta prática.
Bons estudos!
39UNIDADE III Introdução á Auriculoterapia
1. INTRODUÇÃO
A história da Auricoloterapia, ou como é popular conhecido por acupuntura auricular, 
inicia-se em um passado distante, com a história da acupuntura sistêmica como é conhecida 
no Brasil. Trata-se de uma prática milenar que fora aplicada pelos povos egípcios, indianos, 
chineses entre outros povos da antiguidade. No período paleolítico, as agulhas eram feitas 
de pedra, osso e bambu e eram aplicadas na aurícula e outras partes do corpo.
Com o desenvolvimento humano, buscou-se produzir materiais de estímulo corporal 
mais resistentes e menos desagregantes, passando-se a utilizar cerâmica para produção 
das agulhas, seguida de metais como o bronze, ouro e a prata. 
Neves (2009) explica que, por volta do ano IV a.C, Hipócrates fazia sangria em 
pontos auriculares, e no século XVII, fazia-se a cauterização auricular a fim de tratar dor 
ciática. Posteriormente a acupuntura desenvolveu bastante no Egito, na Pérsia e na China. 
Foi a partir de 1951 com o Dr. Paul Nogier, que houve uma compreensão que 
a orelha pode ser tratada como um microssistema e zona reflexa, Nogier foi quem de 
fato sugeriu, usando seus estudos que a orelha representaria um feto de cabeça para 
baixo. Entre seus anos de dedicação destacava-se a busca e registro de regiões hiper 
sensibilidades e álgicas na orelha de seus pacientes, em que o mesmo buscava associar as 
queixas apontadas pelos seus pacientes com a região mais sensível no pavilhão auricular 
(ROMOLI, 2009).
40UNIDADE III Introdução á Auriculoterapia
Acredita-se que a desarmonia no mapeamento da Auriculoterapia que se depara 
hoje no Brasil e no mundo é associado em conflitos históricos, a imigração de mestres que 
geravam escolas chinesas, francesas e coreanas de acupuntura. Junto a tudo isso, ainda, 
a informalidade em que a acupuntura foi por muitos anos ensinada, de mestre para aluno 
de forma apenas verbal. Muitas vezes era só a experiência clínica que justificava fazer de 
uma maneira ou outra. Dependia muito do olhar atento do estudante, de sua compreensão 
e interpretação das técnicas (LOPES e SEROISKA, 2013).
Se analisarmos a linha histórica da MTC, podemos iniciar na década de 80, sendo 
um marco histórico para a Auriculoterapia, pois temos já um início terapêutico. 
Já García (2003), aponta uma lista de marco histórico para a MTC, sendo-a:
● Em 1982, fundado o Grupo Nacional de Trabalho em Auriculoterapia, instituindo-
se um organismo para o estudo do método. 
● Em novembro de 1984, em Kun Ming Shao, realizou-se a Assembleia Nacional 
para o estudo da Auriculoterapia e a Craniopuntura. 
● Já em 1987, ficou instituído na cidade de Na Hui o Grupo nacional para a 
investigação em Auriculoterapia, desenvolvendo-se um Congresso onde ficou 
estabelecido o Mapa Estandardizado dos Pontos Auriculares. 
● Em outubro de 1989, realizado em Pequim o Primeiro Congresso Internacional 
de Auriculoterapia. 
No Brasil, por volta de 1985 a acupuntura tornou-se uma possibilidade de técnica 
e depois de especialidade da fisioterapia com a resolução nº 60 do Conselho Federal 
de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO, 2002). Dando assim origem nos anos 
seguintes para mais 10 conselhos de classe da área da saúde.
SAIBA MAIS
“Auriculoterapia é oriunda do latim, em que auris significa orelha, auricula significa 
pequena orelha, e do grego therapien, que significa tratamento. Trata-se de uma terapia 
que é realizada mediante o estímulo de pontos específicos encontrados na superfície da 
orelha externa, empregada para o tratamento de enfermidades (JÚNIOR, 1994).” 
Fonte: SOUSA, E. M. D.; TRINDADE, A. K. F; PEREIRA, I. C. Auriculoterapia: terapia milenar e eficiente 
no tratamento de enfermidades. Ricardo de Figueiredo Lucena, p. 90, 2014.
41UNIDADE III Introdução á Auriculoterapia
2. O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA NA PERSPECTIVA DA MTC
O termo de manutenção, prevenção e recuperação da saúde, na perspectiva 
oriental, da MTC, está vinculado ao desequilíbrio energético, gerando assim alterações 
patológicas. Entendido como a estabilização entre Yin e Yang no organismo garantido pelo 
livre circular do Qi.
O sistema do corpo humano é arquitetado como uma união que é visto nos níveis 
físico, psíquico, emocional e espiritual em relação dinâmica com o meio ambiente, como um 
sistema energético e funcional (KUREBAYASHI, 2007).
Portanto, de acordo com Ross (1994), as alterações orgânicas são vistas como 
desequilíbrios energéticos, ou até mesmo uma quebra da harmonia das funções orgânicas, 
ou até mesmo com o espiritual. Quando isso acontece, gera assim uma desordem ou 
bloqueio do fluxo de Qi no organismo, as extensões entre Yin e Yang se alteram, o equilíbrio 
energético é rompido e assim gerando patologias orgânicas, psíquicas e/ou enérgicas.
Ainda seguindo a linha de raciocínio da referência anterior, o corpo é a base 
para a vida física, emocional, mental e espiritual e está constituído em uma estrutura 
organizacional formada pelas substâncias vitais, canais e colaterais (Jing Luo), órgãos e 
vísceras (Zang Fu) e pelos tecidos. Dentre os componentes básicos do processo saúde-
doença na compreensão clássica da MTC estão o corpo, os fatores de doença e o padrão 
de desarmonia. 
42UNIDADE III Introdução á Auriculoterapia
Analisando o corpo, vemos que é a representação física do microcosmo presente 
no universo, assim sendo, sobre ele se abate diretamente as influências da natureza e das 
relações situadas pelo homem com o universo, ou seja, com os macrocosmos. A partir de 
uma relação lógica os processos de organização, desorganização, equilíbrio e desequilíbrio, 
harmonia e desarmonia terão seus aspectos físicos desenvolvidos sobre o corpo, o que nos 
permite compreender os fatores de doenças como os originadores ou precipitadores do 
processo de desarmonia sobre o corpo.
As causas dessas desarmonias podem ser consideradas de classificação: internas, 
externas e mistas. Isto é, associadas com a energia ancestral e hábitos de vida. 
2.1 Causas Internas
As causas internas se relacionam com as emoções intensas e persistentes, ou 
na hipersensibilidade a determinados agentes que prejudicam os Zang-Fu. Atualmente 
percebemos o reflexo destes fatores sobre a saúde da população, sobretudo na sociedade 
no qual estamos vivendo, onde fatores emocionais parecem ganhar lugar de destaque na 
relação antipática entre o corpo e as energias Yin-Yang. O estresse da vida diária anexa 
à sobrecarga de trabalho e a construção de relações cada vez mais ilusórios entre os 
indivíduos.
Maciocia (2005) explica que dentre os fatores emocionais desencadeadores da 
alteração no equilíbrio Yin-Yang do organismo situam-se a fúria, a euforia, a tristeza ou 
melancolia, a preocupação ou abstração, o medo e o choque. 
A autora ainda explica que a fúria faz o Qi ascender e afeta o fígado; a euforia 
faz o Qi fluir lentamente e afeta o coração; a melancolia dissolve o Qi e afeta o pulmão; 
a preocupação e excesso de abstração paralisam o Qi e afetam o baço; o medo faz o Qi 
descender e afeta o rim; e o choque que dispersa o Qi afetando o rim e o coração. Um 
exemplo dessas relações pode ser visto em questões de queixas como artralgia, mialgia, e 
cefaleias sem origem aparente ou sem diagnóstico. 
2.2 Causas Externas
As causas externas abrangem as variações climáticas para além da capacidade 
de adaptação do organismo. Para uma melhor compreensão, o tempo somente se torna 
uma causa patológica quando o equilíbrio entre o organismoe o meio ambiente é afetado 
referente ao fator climático. 
43UNIDADE III Introdução á Auriculoterapia
Maciocia (2005) apresenta que os fatores patogênicos penetram no organismo 
através da pele, nariz e boca, podendo assim atuar isoladamente ou em associação com 
outros fatores, como, por exemplo, fatores climáticos. 
Sendo assim, os seis fatores climáticos de acordo com Pereira e Alvim (2013) são: 
o vento, o frio, o calor de verão, a umidade, a secura e o fogo, conforme descrito:
“1.O vento, fator yang, típico da primavera, ataca a porção superior do corpo 
provocando dores de cabeça, obstrução nasal, irritabilidade, dores migrantes, 
sintomas que aparecem e desaparecem como artrite, urticárias, espasmos, 
tremores, paralisia facial.
2. O frio, fator Yin, ocorre no inverno, consome Qi e Yang. Caracteriza-se por 
contração e estagnação, retardamento da circulação de Qi e Xue, que pode 
se manifestar como sensação de dormência nas extremidades, arrepios, 
calafrios, membros frios, palidez, produção e acúmulo de secreções nos 
pulmões e vias áreas, diarreia com alimentos não digeridos nas fezes, urina 
límpida com aumento de volume. Em comparação às explicações ocidentais, 
reside aqui uma das explicações da MTC para o aumento das doenças 
respiratórias nos períodos de inverno.
3. O calor de verão, fator yang, consome yin, tem direção ascendente e 
perturba a mente, provoca transpiração, sede, respiração ofegante, cansaço, 
urina concentrada, febre alta, inquietação, pele avermelhada, delírio que 
costuma associar-se à umidade causando tontura, cabeça pesada, sensação 
de sufoco no peito, náusea, falta de apetite, diarreia e lentidão. As queixas 
de desânimo e esgotamento físico vivenciado por muitas pessoas no período 
do verão, sobretudo em dias de altas temperaturas também encontram nesta 
relação, a explicação para tais eventos segundo as concepções da MTC.
4. A umidade é um fator etiológico típico da canícula, época das chuvas, ocorre 
o aumento da viscosidade dos líquidos corporais provocando estagnação. 
Manifesta-se como indolência, sensação de distensão na cabeça, tonturas, 
cansaço geral, opressão do epigástrio, náusea, vômito, viscosidade e sabor 
adocicado na boca, abcessos, úlceras, leucorreia de natureza purulenta com 
odor, urina turva, doenças prolongadas, artrite reumatoide, encefalite.
5. A secura, fator patogênico do outono, consome os líquidos, principalmente 
yin do pulmão, afeta a pele provocando ressecamento, rugas e rachaduras. 
Provoca, ainda, secura na boca, nariz e garganta, constipação intestinal, 
irritabilidade e tosse seca.
6. O fogo, fator Yang, danifica o Yin, perturba a mente, incita o vento, provoca 
distúrbio no sangue e esgota o yin do fígado. Manifesta-se como febre alta, 
coma, delírio, convulsão, rigidez no pescoço, hemorragia, hematêmese, 
epistaxe, erupções e infecção na pele, edema, calor, dor, furúnculos e úlcera” 
(PEREIRA e ALVIM, 2013, p. 6-7).
44UNIDADE III Introdução á Auriculoterapia
2.3 Causas Mistas
Além das emoções e dos fatores climáticos, as moléstias podem ser causadas por 
invasores que causam patogenicidades de classes variadas como a presença debilitada 
herdada dos pais ou decorrente de intercorrências na concepção e no nascimento 
(YAMAMURA, 2004).
Para Pereira e Alvim (2013) essa relação com a condição de saúde dos pais, bem 
como outros fatores como a idade dos pais à época da fecundação dos filhos, seus hábitos 
alimentares e estilo de vida, adoecimentos durante a gestação e dificuldades durante o 
parto, são determinantes importantes para a manutenção e preservação da saúde dos 
indivíduos. 
Seguindo a linha de raciocínio dos autores, os alimentos e os hábitos alimentares, 
o excesso ou a falta de atividades físicas, as lesões traumáticas e o excesso de atividade 
mental e sexual estão incluídos como fatores doença variados e também abrangem grande 
importância na manutenção, e recuperação da saúde segundo a MTC.
Outro aspecto verificado nas explicações do processo saúde-doença segundo 
esta filosofia é que na ocorrência da invasão do corpo pelos fatores de doenças, as 
relações de harmoniosa do Yin-Yang e por consequência os cinco movimentos se tornam 
desequilibrados, produzindo sobre os Zang-Fú as desarmonias energéticas, explicadas 
por meio de síndromes (conjunto de fatores patológicos de origem interna ou externa ao 
organismo), denominadas de padrões de desarmonia (ROSS, 1994; MACIOCIA, 2005).
SAIBA MAIS
“A saúde mental é um dos grandes desafios do século XXI. Neste sentido, estudo revelou 
que 30% dos paulistanos da região metropolitana sofriam de algum tipo de perturbação 
mental.”
Fonte: KUREBAYASHI, L. F Sato et al. Auriculoterapia para redução de ansiedade e dor em profissionais 
de enfermagem: ensaio clínico randomizado. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 25, 2017. 
Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/dXT34Ys9QphvTj9NPRhsW3p/?format=pdf&lang=en Acesso 
em: 10 jul. 2022.
https://www.scielo.br/j/rlae/a/dXT34Ys9QphvTj9NPRhsW3p/?format=pdf&lang=en
45UNIDADE III Introdução á Auriculoterapia
3. MORFOLOGIA DO PAVILHÃO AURICULAR
Analisando a anatomia auricular, o pavilhão da orelha é uma lâmina dobrada sobre 
si mesma, em diversos sentidos, oval, com uma extremidade superior espessa. O pavilhão 
auricular está composto por um tecido fibrocartilaginoso, sustentando suas estruturas 
anatômicas, composto por ligamentos, tecido adiposo e músculos. A parte inferior do 
pavilhão é rica em nervos, vasos sanguíneos e linfáticos, mas os terços superiores deste 
estão formados, basicamente, por cartilagem.
A pele do pavilhão é de forma mais espessa, atribuindo-se as glândulas sebáceas, 
sudoríparas, vasos capilares, conjuntos de nervos e vasos linfáticos. O tecido adiposo e as 
glândulas sebáceas são mais abundantes nas imediações do conduto auditivo. (GARCÍA, 2003). 
A superfície do pavilhão auricular está dividida em várias áreas de acordo com sua 
anatomia e relevo. As principais áreas de atuação terapêutica na Aurículo Acupuntura são a 
região da Escalfa, cujo se localizam os membros superiores, a região da Cruz Superior da 
Anti-helix, onde apresentam os pontos que correspondem aos membros inferiores, a coluna 
vertebral na região da Anti-helix. O Sistema Nervoso Central (SNC) está localizado na Helix, 
a cabeça na região do Lóbulo, a cavidade torácica na região da Concha Cava e a cavidade 
abdominal na região da Concha Cimba, com seus órgãos e vísceras. (ENOMÓTO, 2015).
Os nervos cranianos são subdivididos em nervo aurículo temporal e o ramo auricular 
do vago. O nervo vago é considerado o mais importante pela sua inervação parassimpática 
que age praticamente em todos os órgãos internos (HIATT, 2011). 
Na visão de Souza (2013) dope ser explicado alguns acidentes anatômicos do 
pavilhão auricular e sua correlação com o corpo humano na seguinte análise:
46UNIDADE III Introdução á Auriculoterapia
“1. Raiz da hélix – Eminência originada do centro da orelha, que dá origem 
ao hélix e corresponde ao sistema digestivo, diafragma, cardíaco e apêndice. 
2. Hélix – Eminência de aspecto ovoide que circunda a periferia da orelha, 
possuindo pontos de ação anti-inflamatória. 
3. Tubérculo de Darwin – Eminência localizada na parte póstero-superior da 
hélix, tem ação sensitiva e age sobre a mesoderme e a endoderme, tratando 
perturbações dos membros. 
4. Escafa – Localizado entre a hélix e o ante-hélix, correspondendo aos MMII, 
clavícula, ombros e suas articulações. 
5. Anti-hélix – Eminência que se localiza frente ao hélix, de bifurcação em 
formato de cruz, correspondendo à coluna, vértebras, tronco, pescoço, peito, 
abdômen, tireóide, mamas e tórax. 
6. Y da anti-hélix (braço superior) – Parte mais superior da anti-hélix, 
correspondendo aos pés, pernas, joelhos e quadril. 
7. Y da anti-hélix (braço inferior) – Bordo inferior é ligado à concha superior e 
seu bordo superior à fossa triangular, corresponde região glútea, simpático, 
ciático, cóccix e cavidade

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