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Saúde Coletiva Saúde Saúde foi dita, na 8ªConferência nacional de Saúde, como “resultante, entre outras, de condições de habitação, alimentação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, acesso à terra e a serviços de saúde”. Estes podem ser vistos como determinantes/ fatores de saúde A Constituição Federal instituiu que “saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas. Estas visam a redução do risco de doenças e outros agravos, o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde” Associando os dois conceitos, pode-se dizer então que é dever do Estado garantir habitação, alimentação, educação, meio ambiente, bem como saneamento básico, acesso a medicamentos de alto custo, etc. a sua população Mesmo o Brasil sendo a 8ª maior economia do mundo, a desigualdade predomina, e o retorno por meio de serviços à população, dado o pagamento de impostos, não acontece como deveria ● “Doença é um desajuste ou falha dos mecanismos de adaptação do organismo, ou uma ausência de reação a estímulos”. ● “Uma doença é um sinal de uma alteração no equilíbrio homem meio ambiente, estatisticamente relevante e precocemente calculável, produzida por transformações produtivas, territoriais, demográficas ou culturais” *Os determinantes permitem uma visão epidemiológica da pessoa ●Segundo a OMS, “saúde é um estado de completo bem- estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”. Essa definição não engloba apenas fatores genéticos, vícios e hábitos, etc. leva em conta também o ciclo de amizade, a estruturação familiar e o acesso aos determinantes já citados Determinantes de Saúde ●Segundo a lei 8080, no seu artigo 3º, “a saúde tem como fator determinantes e condicionantes a alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, transporte, acesso a saúde, lazer, e outros serviços essenciais. Os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país” Determinantes em saúde são o conjunto de atributos/ fatores que condicionam a saúde aos indivíduos influenciando nela. É indispensável lembrar que os determinantes atuam em conjunto, nunca isoladamente. Eles têm interações complexas que repercutem profundamente na saúde Por exemplo: um paciente que mora em uma cidade e trabalha em outra reclama que não tem dinheiro nem para a passagem de ida e volta para o trabalho. Esse paciente não tem condições de comprar determinadas medicações, então é um dever do médico instruí-lo sobre o acesso a medicamentos gratuitos pelo SUS para que, assim, o paciente possa aderir de forma correta e integral ao tratamento. Esse exemplo mostra a importância de se conhecer os determinantes de saúde dos pacientes. Quando se estuda determinantes em saúde, pode-se prever o adoecimento de determinada população ou indivíduo. Ao conhecer os determinantes de saúde de determinada pessoa, pode-se prever possíveis doenças que essa pessoa pode ter e isso permite que uma prevenção seja planejada a fim de evitar a manifestação da doença. Conhecendo os determinantes de saúde de alguém, torna-se mais fácil controlar, tratar ou curar doenças que essa pessoa tenha. Sobre o processo saúde-doença, deve-se compreender que ele está em constante mutação, com isso, ao mesmo tempo que o paciente está saudável, ele pode estar caminhando em direção ao adoecimento Conforme se afastam do centro, a influência no processo saúde-doença diminui, mas continua existindo Pode-se englobar os determinantes em 4 grupos: Biológicos (idade, sexo e fatores hereditários), Ambientais (inclui o ambiente sócio econômico, social e familiar), Econômicos (compreende o acesso a saúde, trabalho e educação) e Sociais. . Referência: https://www.goconqr.com/p/13635487-Determinantes-sociais- de- Saude---Medicina-Est-cio-Jaragu--flash_card_decks *Os biológicos são afetados pelos ambientais, os ambientais são afetados pelos econômicos (e culturais também), os econômicos são afetados (e afetam) pelos sociais Redes sociais e o grupo de convivência do paciente, bem como família, amizade, amigos de trabalho, etc. Condições de vida e trabalho levam em conta os ambientes de trabalho e onde o paciente passa mais tempo. Deve-se investigar insalubridade, etc. Observações ●Idade, sexo e fatores hereditários são determinantes intrínsecos da pessoa, são características do indivíduo. ●O estilo de vida pode ser chamado de determinantes proximal. Já as redes sociais e comunitárias compreendem a sociedade ativa (é visto na prática pela participação popular buscando mudanças e o exercício de sua cidadania) ●As condições socioeconômicas, culturais e ambientais são os macro-determinantes ou determinantes distais. Todos os outros determinantes são chamados de intermediários e são influenciados pela população em geral e pelo governo (por políticas públicas de saúde) ----------------------------------------------------------------------------- SUS Os principais problemas do Sistema Único de Saúde são a demora no atendimento (especialmente nas especialidades, na atenção básica nem tanto), a falta de verbas (leva a falta de equipamentos e uma infraestrutura insuficiente), baixa remuneração e má gestão Sobre os pontos positivos, existe o acesso a vacinação e a medicamentos de alto custo gratuitamente, é um sistema gratuito e é o melhor país do mundo no quesito transplantes de órgãos (gratuitos) É importante retornar à criação e ao passado do SUS para compreender seu funcionamento atual. Onde se localiza a saúde no país? Ela se encontra no capítulo denominado “Seguridade Social” da Constituição Federal, do artigo 194 a 200. O SUS é financiado pelo pagamento de impostos e pagamento de impostos de renda. 5 meses são trabalhados por pessoa para pagar impostos. O problema nisso tudo é o retorno. Sobre o financiamento do SUS, é importante ressaltar que ele é tríplice, uma vez que é feito pelos municípios, Estados e o Governo Federal (aplica um percentual menor que os outros se comparar com a sua arrecadação). O Federal fica com cerca de 60% dos impostos e investe apenas 43% do seu capital na saúde, os Estados ficam com cerca de 25% dos impostos e investem 27% do seu capital, já os municípios ficam com apenas 15% dos impostos e financiam 30% do SUS Quando se observa os 10 países mais ricos do mundo (em termos de PIB), o Brasil é o 5º maior em população e a 8ª maior economia, esses fatores associados são um problema, além dos desvios de dinheiro, etc. O IDH do Brasil é o 79º melhor. Percebe-se então que o dinheiro é importante, mas uma gestão adequada é essencial. O investimento do PIB no SUS é muito baixo, e isso é fruto de uma má gestão federal Sobre isso, é válido ressaltar que o percentual do PIB aplicado na saúde nem sempre é maior nos países com mais recursos na área pois os resultados dependem principalmente da aplicação do dinheiro, ou seja, uma boa gestão é indispensável. O SUS é indispensável para regulação do meio ambiente (água, esgoto, lixo, etc.), de ambientes de trabalho, fornecimento de alvará para clínicas e hospitais, controle de indústrias farmacêuticas, vigilância sanitária, controle do sistema de vacinação, de transplante de órgãos e controle das doenças infectocontagiosas Saúde A política pública em resposta à necessidade de vida e saúde da população foi o SUS. A ideia dele surge na década de 70, quando o ministro da saúde do Canadá (Relatório Lalonde) na época (1974) foi o primeiro a instituir um movimento público com um conceito ampliado de saúde. Ele dizia que a saúde tinha 4 elementos: ●Biológico (20% de influência, mais um pouco maior que a ambiental): idade, sexo e fatores hereditários ●Ambiental (20% de influência): inclui o ambiente sócio econômico, social e familiar ●Estilo de Vida (50% de influência): higiene pessoal, dieta, atividade física, comportamento sexual,entre outros . ●Assistência/ Sistema de Saúde (10% de influência): compreende o acesso ao sistema de saúde, que permite um diagnóstico precoce e tratamentos. Esse fato ampliou o conceito de saúde que, até então, só englobava o elemento biológico No processo saúde doença, mesmo se tiver uma assistência perfeita (se o SUS fosse perfeito), não se pode garantir que as pessoas serão saudáveis pois a saúde não depende só da assistência. A saúde não é só responsabilidade do Estado uma vez que o estilo de vida é individual. O esqueleto do SUS é: Saúde é multifatorial, deve-se priorizar os maiores riscos e as pessoas tem responsabilidade conjunta com o poder público na promoção a saúde Vale ressaltar que antigamente, doenças infecciosas eram as principais preocupações com o SUS, as mortes por elas eram grandes e os gastos do SUS com elas era baixo. Atualmente, doenças como diabetes e hipertensão arterial são muito mais frequentes e o paciente demora para morrer, com isso, seu tratamento e longo e gasta-se muito com ele. A prevenção dessas doenças, feita pela atenção primária, é essencial Conferência de Alma-Ata (URSS- 1978) Sendo a primeira conferência sobre os cuidados primários em saúde, a partir dela se percebeu que o único caminho para a promoção mais adequada de saúde, é voltando a atenção à “atenção primária”, uma vez que ela promove a prevenção e a educação em saúde (já hospitais são prioritariamente curativos) Para se evitar os problemas de saúde mais prevalentes, deve-se focar na atenção primária. Com base nisso tudo, o Brasil vê a necessidade de criar o SUS a fim de universalizar a atenção primária Artigos Importantes da Constituição Artigo 194 Diz que uma Seguridade Social é o conjunto integrado de ações dos poderes públicos e da sociedade, para assegurar os direitos relativos à saúde, previdência e assistência social Pode-se dizer que a previdência é um direito de quem contribui, a assistência é de quem precisa e a saúde é um direito de todos. Para conseguir cumprir essa condição, boas políticas públicas devem ser criadas e executadas Política pública é a resposta do governo para uma necessidade da população. *A expectativa/ desejo da grande maioria da população é longevidade associada de saúde Artigo 197 São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Artigo 198 É o artigo da constituição que define “saúde como direito de todos e dever do Estado, garantido por políticas sociais e econômicas a fim de se reduzir os riscos de adoecimento e com acesso universal’’. A saúde tem uma perspectiva universal e integral (promoção, proteção e recuperação) Artigo 199 Quando a constituição foi criada, sabia-se que o SUS poderia não conseguir se sustentar sem a iniciativa privada (pois apenas 35% dos serviços de saúde eram públicos), então, nesse artigo, institui-se que ela pode fazer parte do SUS. Preferencialmente ele é público, mas ações complementares podem ser realizadas por iniciativas privadas Existem 2 tipos de iniciativas privadas, as lucrativas (“particulares”), que compreende pessoas físicas ou planos de saúde, e as filantrópicas Em torno de 25% da população utiliza planos de saúde Quando o SUS compra um serviço privado, ele terceiriza somente a execução, mas a regulamentação e fiscalização dos serviços ainda é feita por ele Para se contratar um serviço privado, primeiro oferece ele ao serviço público, somente se ele não financiar totalmente, recorre-se ao privado (pode-se oferecer apenas uma porcentagem do serviço para as inciativas privadas). Quando se oferece a privada, primeiro é para as filantrópicas e só depois para as lucrativas ----------------------------------------------------------------------------- Aula 2 História Natural da Doença É o curso da doença desde o início até a sua resolução, na ausência de intervenção (por isso o “natural” do nome). É como a doença começa, se desenvolve e termina. É o modo próprio de evoluir que tem toda doença ou processo quando se deixa seguir seu próprio curso. O início é marcado pela exposição de um hospedeiro suscetível a um agente causal, já o término acontece com a recuperação, deficiência ou óbito do portador. . O papel do médico está na prevenção para que a HND não aconteça, dessa forma, existem níveis de prevenção que impedem o curso da HND interferindo em períodos diferentes dela Pré-patogênico A HND começa com um indivíduo suscetível ao adoecimento, graças aos seus fatores condicionantes e determinantes de saúde favoráveis. Ele passa por uma exposição a um patógeno e é contaminado. *Quando os fatores interagem negativamente ou estão em desequilíbrio, a pessoa fica mais suscetível a adoecer Patogênico Refere-se a implantação e evolução da doença no homem. Se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado. Seguem-se então as perturbações fisiológicas que evoluem a defeitos permanentes ou crônicos, morte ou a cura da doença *Os níveis da evolução da doença nesse período são: interação estímulo-suscetibilidade (contaminação), alterações fisiológicas, sinais/ sintomas, e defeitos permanentes/ cura Do momento da exposição ao patógeno até o surgimento das primeiras alterações fisiológicas imperceptíveis causadas pelo patógeno, é o chamado Período de Latência. Do momento da exposição até o surgimento dos sinais e sintomas, é o chamado Período de Incubação (engloba o período de latência) *Até aqui se tinha uma doença subclínica pois não se observavam sinais e sintomas Do momento em que aparecem os sintomas até a recuperação, deficiência ou morte é o Período Sintomático. Pouco antes de começarem os sintomas até pouco antes do final do Período Sintomático, é o chamado de Período Infeccioso *Quando surgem os sintomas a doença se torna clínica Geralmente, após o surgimento dos sinais e sintomas se tem o diagnóstico usual e o início do tratamento da doença. Níveis de Prevenção A evolução da doença é totalmente influenciada pelo tratamento e diagnóstico precoce ou não. Serve tanto para doenças infectocontagiosas quanto para crônicas para retardar seu aparecimento Os níveis de prevenção mostram como o médico pode interferir para interromper a HND, ou evitando seu início, ou realmente interrompendo ela para evitar danos maiores ao paciente. Os níveis de prevenção preveem as complicações e atuam de acordo com o estágio da doença para evitar que essas complicações aconteção. ●Prevenção Primária: Acontece no período pré-patogênico por meio da promoção a saúde e proteção específica daqueles que são mais suscetíveis a determinada doença para evitar a exposição aos fatores patogênicos A educação em saúde, moradia adequada, alimentação adequada, acesso a educação, distribuição de preservativos e campanhas de vacinação são componentes importantes da prevenção primária. O controle de vetores, higiene pessoal, aconselhamento genético e saúde ocupacional também se encaixam nesse tipo de prevenção ●Prevenção Secundária: Acontece no período patogênico por meio do diagnóstico precoce, exames periódicos, isolamento (para evitar a propagação) e tratamento imediato para garantir a limitação das complicações da doença. *Quando o diagnóstico é tardio, geralmente já é necessária a medida de prevenção terciária ●Prevenção Terciária: Acontece como medida de reabilitação após a doença ter gerado alguma complicação. É a intervenção feita com auxílio de outras especialidades da saúde, não só o médico. ●Prevenção Quaternária: sendo o quarto e último tipo de prevenção, não se relaciona ao risco de doenças e sim ao risco de adoecimento iatrogênico (estado de doença, efeitos adversos ou complicações causadas por ou resultantes do tratamento médico), aoexcessivo intervencionismo diagnóstico e terapêutico e a medicalização desnecessária. Fatores que influenciam no período pré-patogênico Se houver uma alteração em qualquer um desses fatores, a saúde será afetada. Não é em todos eles que o profissional de saúde pode atuar, mas é importante compreender a influência deles. ●Fatores Socioeconômicos: os grupos sociais economicamente privilegiados estão menos sujeitos à ação dos fatores ambientais. . *Mais dinheiro, mais acesso à informação e à assistência, menos exposição a fatores ambientais e mais saúde consequentemente ●Fatores Sociopolíticos: englobam decisões políticas, a participação da população, o exercício da cidadania, a transparência das ações governamentais e o acesso à informação ●Fatores Socioculturais: compreendem preconceitos, hábitos culturais, crenças, comportamentos e valores que atuam como fatores pré-patogênicos contribuindo para a difusão de doenças *ex. testemunhas de Jeová ●Fatores Psicossociais: se referem a marginalidade, falta de apoio no contexto social, condições de trabalho, transtornos econômicos, falta de cuidado materno na infância e carência afetiva ●Fatores Ambientais: existem os agressores ambientais, exposição inadequada ao sol, a industrialização crescente e o aumento da exposição a substâncias carcinogênicas, entre outros fatores. ●Fatores Genéticos: determinam a maior ou menor suscetibilidade da pessoa quanto à aquisição de doenças. O estilo de vida vai determinar a doença ou não. ----------------------------------------------------------------------------- Escala de Risco de Coelho e Savassi A justificativa da criação da escala foi “O princípio da EQUIDADE, que na prática significa tratar desigualmente os desiguais, exige que se estabeleça critérios de prioridades no atendimento domiciliar e na atenção à população. Com esse intuito foi criada a Escala de Risco de Coelho e Savassi” O que é a ERCS? É uma escala que analisa o risco familiar, não o individual, que é aplicada nas ESFs (obrigatoriamente) para determinar o risco social (refletindo o potencial de adoecimento de cada núcleo familiar) a fim de direcionar o atendimento na atenção primária. Foi elaborada para organizar quais famílias devem ser visitadas primeiro, e privilegiar famílias de maior risco sem prejudicar as de menor risco. É um método científico para avaliar o risco de adoecer em cada núcleo familiar acompanhado pela ESF Deve se atentar ao uso dessa escala pois, como ela não se atenta aos riscos individuais, pode-se ignorar uma pessoa com alto risco por ela não estar em um núcleo de alto risco também. A escala não é de risco individual, não é estática (o escore de cada família deve ser atualizado anualmente), não é completa (deixa passar fatores que podem ser considerados importantes no processo de adoecimento) e não aborda a dinâmica familiar (relações entre os familiares) A escala é baseada nos chamados “Sentinelas de Risco”, que são fatores/ marcadores de risco de adoecimento de valores variados que, quando somados, determinam um escore para cada núcleo familiar. *Deve se multiplicar o escore de determinado sentinela caso exista mais de uma pessoa no núcleo que se encaixe nele. Deve se pontuar por indivíduo, e não por presença., exceto as baixas condições de saneamento que se considera apenas uma casa *Um escore igual a 5 ou 6 é de risco leve (R1), igual a 7 ou 8 é moderado (R2) e igual a 9 ou mais é de risco grave (R3) Explicação de alguns termos ●Deficiência: é um defeito ou condição física ou mental de duração longa ou permanente que, de alguma forma, dificulta ou impede uma pessoa de realizar determinadas atividades cotidianas, escolares, de trabalho ou de lazer. *Inclui desde situações em que o indivíduo consegue realizar sozinho as atividades que necessita, porém com dificuldade ou através de adaptações, até aquelas em que o indivíduo necessita de ajuda nos cuidados pessoais e outras atividades. ●Acamado: Toda pessoa restrita ao seu próprio domicílio, por qualquer inabilidade e /ou incapacidade de locomover-se por si só a qualquer centro de atenção à saúde *Uma depressão muito grave pode deixar o paciente acamado ●Baixas condições de saneamento: Dá 3 pontos se existir ao menos uma das seguintes situações: lixo a céu aberto (deve-se recolher o lixo 2 vezes por semana pelo menos), . água sem tratamento (nem a da rua é clorada nem a família ferve ou filtra a água antes de usar) e esgoto a céu aberto. ●Drogadição: Utilização compulsiva de drogas lícitas (medicamentos, benzodiazepínicos, barbitúricos, tabaco, álcool, etc.) e/ou ilícitas, com potencial de dependência química ●Desemprego: Para se entender o desemprego deve se entender “ocupação”, que é um tipo de trabalho exercido, independente da profissão ou de remuneração. Desemprego é quando não se tem uma ocupação/ trabalho e está em busca de um A realização de tarefas domésticas caracteriza o trabalho doméstico, ainda que este não seja remunerado. Se realiza bicos também não está desempregado *Se o indivíduo referir mais de uma ocupação, anotar aquela a que ele dedica o maior nº de horas na semana ●Analfabetismo: Quem apenas assina o nome não é considerado alfabetizado (indivíduo que sabe ler e escrever no mínimo um bilhete.). Considera somente aqueles que tem idade a partir da idade escolar (6/ 7 anos) ●Desnutrição grave: Percentil menor que 0,1 e peso muito baixo para a idade. ●Hipertensão Arterial Sistêmica: Pressão arterial sistólica maior ou igual a 140mmHg e pressão arterial diastólica maior ou igual a 90mmHg, em indivíduos que não usam medicação anti-hipertensiva ●Diabetes Mellitus: Grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos. ●Menor de 06 meses considera até o dia anterior do bebê completar 6 meses, maior que 70 anos considera a partir do dia em que se completou 70 anos ●Relação morador/cômodo: contar todos os cômodos do domicílio, inclusive banheiro e cozinha e os da parte externa do prédio, desde que sejam parte integrante do domicílio, com exceção de corredores, alpendres, varandas abertas e outros cômodos utilizados para fins não residenciais como garagens, depósitos etc. Percebe-se que fica muito mais fácil direcionar o atendimento e as visitas domiciliares após a realização da escala para que os mais necessitados tenham prioridade ----------------------------------------------------------------------------- A história da saúde pública no Brasil É importante conhecer a história para identificar onde surgiram os erros que duram até os dias atuais. Muitos dos problemas atuais são resultados de decisões erradas no passado. “Um país colonizado, basicamente por degredados e aventureiros desde o descobrimento até a instalação do império, não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde da população e nem mesmo o interesse, por parte do governo colonizador (Portugal), em criá-lo” Brasil Colonial Durante muito tempo, não havia interesse na metrópole em oferecer saúde para a população pois a maioria daqueles que vieram de Portugal (assim como os índios e aventureiros) eram desinteressantes à metrópole. Em 1530 começa a se perceber o interesse de vários países em obter uma colônia para explorar ela, com isso, Portugal teve que colonizar toda a costa brasileira para preservar sua riqueza. Nesse momento haviam muitas missões religiosas no país que visavam a “medicina da alma”. ●Somente em 1543 surge a primeira instituição de saúde do Brasil, a Santa Casa de Santos, que era sem fim curativo e não tinha médicos. Era uma casa que funcionava como depósito de pessoas que incomodavam a sociedade como tuberculosos, hansenianos, moribundos e outros. Funcionava para amparar os doentes para a morte e prepara-los para a vida eterna. ●A partir de 1550 começou a política escravagista, começa a chegar a maior população que vai ocupar o Brasil colônia,que são os escravos. Eles eram “mercadoria barata”, por isso era mais fácil substituir um escravo doente do que investir em hospitais para tratar ele. Nesse momento, era exercida a “Medicina Popular”, que engloba conhecimentos empíricos/ populares, como a ervanaria, o xamantismo, o curandeirismo e etc., para tratar a grande massa da população Posteriormente, no período das grandes navegações, vários países começaram a buscar mais ainda terras para conquistar e colonizar. Muitas invasões aconteciam, então foi necessário criar fortes por toda a costa do Brasil. ●Os conflitos deixavam muitos feridos, então, entre 1768 e 1769, criam-se os Hospitais Reais Militares (próximos dos fortes, principalmente em Salvador e Rio de Janeiro), que eram instituições com universalidade seletiva, isto é, somente alguns grupos da sociedade podem ser atendidos, são eles os militares, altos funcionários da corte e os navegantes (eram mantidos em quarentena por interesses econômicos). Nessas instituições, que passam a ter fins curativos, se tinham médicos e cirurgiões A Primeira Lógica de Saúde no Brasil foi a “Lógica da Caridade”, na qual os médicos eram empregados do rei para atender apenas uma população selecionada. Caso o médico quisesse atender mais pessoas, estaria realizando caridade
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