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Polêmicas do Cristianismo- Carlos Rodrigues

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1 
 
POLÉMICAS DO CRISTIANISMO 
 
 
 
 
Tratando das polémicas do Cristianismo, este livro é uma compilação de artigos encontrados na Internet , 
devidamente revistos e acrescentados através da pes quisa em várias fontes, focando vários temas que 
têm dividido a humanidade ao longo dos séculos, com cisões, guerras e mal entendidos, e que pretende 
esclarecer o leitor sobre esses assuntos. 
 
Carlos Rodrigues 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este livro sobre as polémicos do Cristianismo é fei to através de uma compilação de artigos 
encontrados na Internet, exaustivamente revistos e acrescentados. Envolveu muitos meses de pesquisa e 
selecção e pretende ser isento e independente. 
 
Sendo que a história dos acontecimentos narrados, f oi na maioria das vezes adulterada pela 
ignorância, fanatismo ou intolerância de quem criou essas polémicas, ficou difícil encontrar a verdade dos 
factos e dos ensinamentos a transmitir. 
Para diminuir a influência daqueles defeitos humano s, procurou-se, em geral, encontrar sobre os 
diferentes assuntos, principalmente nos mais polémi cos aqui tratados , os pontos de vista de duas ou t rês 
correntes de pensamento; daí que surgem algumas rep etições que, servem para clarificar o que é comum. 
 
Penso que assim, poderá o leitor posicionar-se com espírito aberto sobre cada questão, lendo e 
reflectindo sobre dados que eventualmente serão dif erentes daquilo em que sempre acreditou e que, 
possivelmente, poderão não corresponder à verdade. 
 
À falta da prova da realidade, pelo menos poder-se- á ter conhecimento de outras tendências, uma 
vez que, como irão verificar durante a leitura, qua se tudo foi inventado ou interpretado por homens, u mas 
vezes honestamente, mas muitas vezes devido ao dese jo de poder e supremacia sobre os outros, mesmo 
que agindo conscientemente contra os Mandamentos, o s ensinamentos de Cristo, a Ética e o Amor ao 
próximo. 
Esta livro, não tem uma sequência obrigatória. Assi m, pode-se consultar qualquer tema 
aleatoriamente. 
 
 
 
 
 
Carlos Rodrigues 
 
Tregosa - Portugal, 2010 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Índice 
 
1 – Origem do catolicismo … 10. 
Cristianismo…10. 
Tanack (Antigo Testamento)…10. 
Principais crenças…10. 
Monoteísmo…10. 
Jesus…11. 
A salvação…11. 
A vida depois da morte…11. 
A Igreja…11. 
Diferenças nas crenças…12. 
O Credo de Niceia…12. 
Outros textos considerados sagrados…12. 
Origem…13. 
Nazaré…15 
Talmude…16 
Denominações Cristãs…17. 
A história das Testemunhas de Jeová…18. 
Anabaptistas…19. 
Origem…19. 
Anabaptistas hoje…20. 
Doutrina…20. 
Concepções religiosas e filosóficas do Cristianismo…21. 
Formas de culto…21. 
Símbolos…21. 
Calendário litúrgico e festividades…22. 
Visita Pascal…22. 
O Cristianismo no mundo de hoje…23. 
Os desvios do Catolicismo…23. 
Datas importantes para a Igreja Católica…24. 
Calendário Juliano e Gregoriano…25. 
Qual foi o erro da Era Cristã?...27. 
A Igreja não sabe se o Natal é no dia 25 de Dezembro?...27. 
Natal em 25 de Dezembro…28. 
Pai Natal…29. 
Árvore de Natal…29. 
Porque é que a Igreja estabeleceu as festas móveis?...30. 
2 – Dogmas da Igreja Católica … 32. 
3 – Maria, mãe de Deus? … 35. 
Adoração…35. 
Mariologia…35. 
Mariolatria…35. 
Assunção de Maria…35. 
Culto a Maria…35. 
4 – Datas de acontecimentos … 37. 
 Gnosticismo…39. 
 Heresia…40. 
 Transubstanciação…40. 
 Teses…40. 
 Canon…40. 
 Apócrifo…40. 
 Inquisição…40. 
 Doutrina…40. 
 Ortodoxo…340. 
5 – Datas da História do Cristianismo (outra fonte) … 41. 
 5.1 Cronologia Histórica da Apostasia do Cristianismo e surgimento do Catolicismo…42. 
 5.2 Cronogia histórica dos Pais da Igreja Primitiva Cristã…43. 
 5.3 Cronogia dos Pais da Igreja Reformada Cristã…43. 
6 – Concílios ecuménicos … 44. 
 Lista de todos os Concílios Ecuménicos realizados…44. 
 Concílios e Sínodos…45. 
 A partir de Belarmino (1621) a Igreja Católica reconhece 21 Concílios Universais…45. 
 Cronologia dos Concílios Ecuménicos (outra fonte)…48. 
 
5 
7 – Arianismo (ver também o capítulo 12). … 50. 
 Quarto século…50. 
 Reforma e Iluminismo…50. 
 Paralelos modernos (Testemunhas de Jeová) (Espíritas),etc…51. 
 Apostasia…51. 
 Apostasia da Fé Cristã…51. 
 As Igrejas Cristãs Trinitárias…51. 
 Anticristo…52. 
 Considerações gerais…52. 
 Visões através da história…52. 
 Confissão de Fé Irlandesa(1615)…53. 
 Confissão de Fé Westminster(1647)…53. 
 Confissão de Fé Londrina(1689)…53. 
 A Reforma Protestante…53. 
 Lutero…53. 
 Thomas Cranmer…53. 
8 – Diferenças entre a Religião Católica e a Igreja Ort odoxa. … 54. 
 Qual é a diferença entre Igraja Católica e Ortodoxa…55. 
 Dissidências de uma mesma crença…55. 
9 – Purgatório … 56. 
 Resposta dada por Católico…56. 
 Céu, Inferno e Purgatório por Cristão, não Católico…56. 
 Medite nestes textos…57. 
 Céu…58. 
 Inferno…59. 
 Purgatório…60. 
10 – Igreja Ortodoxa … 62. 
 Grega de Antioquia…62. 
 O Cisma e a Reconciliação…64. 
 Os primeiros seis Concílios Ecuménicos (325-685)…64. 
 Niceia: I Concílio Ecuménico…65. 
 I Constantipolitano: II Concílio Ecuménico…65. 
 Éfeso: III Concílio Ecuménico…66. 
 Calcedónia: IV Concílio Ecuménico…67. 
 As cinco Igrejas: Roma; Constantinopla; Alexandria; Antioquia; Jerusalém…67. 
 V e VI Concílios Ecuménicos…69. 
 Igrejas Cristãs…69. 
 Patriarcado de Alexandria…71. 
 Patriarcado de Antioquia…71. 
 Patriarcado dos Assírios…71. 
 Igreja Maronita…71. 
 Os Gregorianos…71. 
 Patriarcado de Jerusalém…71. 
 Patriarcado Russo…72. 
 Patriarcado da Geórgia…72. 
 Patriarcado da Sérvia…72. 
 Patriarcado da Roménia…72. 
 Patriarcado da Bulgária…72. 
 A Igreja de Chipre…72. 
 A Igreja da Grécia…73. 
 A Igreja da Albánia…73. 
 A Igreja da Polónia…73. 
 A Igreja da Tchecoslováquia…73. 
 A Igreja da Ucránia…73. 
 A Igreja Oxtodoxa Russa…74. 
 A Igreja Oxtodoxa do Egipto…74. 
 A Igreja Oxtodoxa Etíope…74. 
11 – Jesus teve irmãos? … 75. 
 Ponto de vista Protestante…75. 
 Origens dessa doutrina…75. 
 Analisando o Evangelho de Mateus…76. 
 O que diz o Novo Testamento…76. 
 Resposta a um suposto argumento…77. 
 Um argumento de fácil refutação…77. 
 O significado de irmãos na Bíblia…77. 
 
6 
 Termos do Novo Testamento para irmãos e primos…78. 
 Argumentos contrapruducentes…79. 
 Irmãos e Irmãs de Jesus (visão Católica e Ortodoxa)…79. 
 Outros pontos de vista…84. 
 Os irmãos de Jesus (visão Evangélica…86. 
 Igreja Evangélica …86. 
12 – Jesus era Deus? … 89. 
 Cristologia…89. 
 A natureza de Cristo…89. 
 Cristologia Ortodoxa…90. 
 Cristologia Monofisista…90. 
 Cristologia Ariana…90. 
 Jesus era Deus? (visão Católica)…90. 
 A Divindade de Jesus (visão Católica)…92. 
 Jesus não é Deus (visão de um Espírita)…95. 
 Jesus não é Deus (visão de um Espírita)…96. 
 Jesus era humano ou divino? (visão Islâmica)…99. 
 Jesus é Deus? (visão Islâmica)…101. 
 Jesus era Deus? (visão Espírita de Allan Kardec)…107. 
 I – Fonte das provas da natureza do Cristo…107. 
 II – A divindade de Cristo está provada pelos milagres?...108. 
 III - A Divindade de Jesus está provada pelas suas palavras?...110. 
 IV - Palavras de Jesus depois da sua morte…115. 
 V – Dupla natureza de Jesus…116. 
 VI – Opinião dos Apóstolos…117. 
 VII – Predições dos Profetas concernentes a Jesus…119. 
 VIII – O Verbo se fez carne…120. 
 IX – Filho de Deus e filho de homem…121. 
13 – Reencarnação ou Ressurreição … 124. 
 Reencarnação na Bíblia…124 
 Ressurreição, o significado bíblico…125. 
 a) Voltar à vida no mesmo corpo…131. 
 b) Vortar à vida em outro corpo…132. 
 c) Ressurgir em Espírito…132. 
 d) Ressurgir em Espírito influenciando outra pessoa…133. 
 Conclusão…133. 
 Ressurreição ou Reencarnação – Antigo Testamento…136. 
 Novo Testamento…137. 
 Reencarnação no contexto histórico…140. 
 Reencarnação no Concílio de Constantinopla (Orígenes versus Teodora)…143. 
 O que vários autores falam disto…144. 
 1. José Reis Chaves como Católico à época…144.O V Concílio de Constantinopla II (553)…145. 
 2. Edward Wriothesley Russel (repórter norte americano) - O caso Teodora…146. 
 3. Elizabeth Clare Phophet – Preexistência, reencarnação ou ambos?...147. 
 4. Holger Kersten…150. 
 5. Hernani Guimarães Andrade…151. 
 6. Giovani Reale Dario Antiseri…152. 
 7. Léon Denis…152. 
 8. Jayne Andrade (ex-Pastor)…153. 
 9. Francisco Cajazeiras…154. 
 10. Outros autores citando outros autores…155. 
 10.1 – José Reis Chaves…155. 
10.2 – Hermínio C. Miranda…156. 
Conclusão…157. 
Ressurreição dos mortos (visão Católica) …157. 
14 – Protestantismo … 164. 
 Definição…164. 
 Ramos…164. 
 Principais ramos do protestantismo…166. 
 Movimentos teológicos de origem protestante…167. 
 Reforma Protestante…167. 
 Pré-Reforma…167. 
 Reforma…168. 
 Na Alemanha, Suíça e França…168. 
 No Reino Unido…171. 
 
7 
 Nos Países Baixos e na Escandinávia…172. 
 Em outras partes da Europa…173. 
 Consequências…174. 
 Contra-reforma…174. 
 Comparação entre o Catolicismo e o Protestantismo no séc. XVI…175. 
 João Huss…176. 
 Martinho Lutero…177. 
 João Calvino…181. 
 Controvérsias no Protestantismo…182. 
 Catolicismo e Protestantismo…182. 
 Testemunhas de Jeová…182. 
 História e actividades básicas…183. 
 O seu nome distintivo…185. 
 Divulgação das suas doutrinas…186. 
 Modo de vida…186. 
 Serviço voluntário das Testemunhas de Jeová…187. 
 Conceiro sobre outras religiões…188. 
 Oposição às Testemunhas de Jeová…188. 
 Posições controversas das Testemunhas de Jeová…189. 
15 – Espiritismo, uma contribuição para a verdade … 190. 
 O que é o Espiritismo?...190. 
 Quais são seus pontos fundamentais?...190. 
 Prática Espírita…191. 
 O Espiritismo é uma religião?...191. 
 Uma proposta pedagógica Espírita…193. 
16 - Agostinho de Hipona (Santo Agostinho) e Orígenes … 195. 
 Agostinho e os Judeus…196. 
 Influência como teólogo e pensador…197. 
 Pensamento de Agostinho e influência de S. Ambrósio…198. 
 A exegese…198. 
 O problema do mal…198. 
 A moral…194. 
 A terra é de todos…194. 
 Santo Agostinho (outra fonte) – A vida e as Obras…195. 
 O Pensamento: A Gnosiologia…196. 
 A Metafísica…196. 
 A Moral…202. 
 O Mal…203. 
 A História…203. 
 Pecado original…204. 
 Maniqueísmo…206. 
Orígenes…207. 
 Biografia …207. 
 Orígenes (visão reencarnacionista)…207. 
 Orígenes (visão Católica)…210. 
 Santíssima Trindade…210. 
 Maria no Cristianismo…211. 
 Primado de Pedro…211. 
 Baptismo…211. 
 Estoicismo…211. 
 Logos…212. 
17 – Turquia e o Cristianismo … 213. 
 Ararat…214. 
 Éfeso…214. 
Niceia – Iznik…215. 
Tarso…215. 
São João e a Virgem Maria…215. 
História final de Éfeso…216. 
18 – A Inquisição … 218. 
 Origem e histórico…218. 
 Fogo…220. 
 A Inquisição espanhola…221. 
 Procedimentos…222. 
 A Inquisição em Portugal e no Brasil…222. 
 Censura literária…224. 
 Extinção da Inquisição…224. 
 
8 
 Catarismo…224. 
 As ideias do Catarismo…225. 
 A criação do mundo…225. 
 A salvação é uma responsabilidade individual…225. 
 Os Cátaros e o Santo Graal…226. 
A heresia cátara…226. 
Cruzada albigense…226. 
Cronologia…230. 
Heresia…232. 
Heresia no Cristianismo…232. 
Heresia no Cristianismo primitivo…232. 
Heresias importantes na história…233. 
Gnosticismo…233. 
Paralelos com religiões orientais…236. 
Gnosticismo e psicologia…236. 
Monotelismo…236. 
Nestorianismo…237. 
Sodomia…237. 
Apostasia…239. 
Apostasia da Fé Cristã…240. 
Apostasia no Catolicismo Romano…240. 
Mancia…240. 
História dos Valdenses…240. 
A doutrina dos Valdenses…242. 
A persiguição dos Valdenses…242. 
Picardos…243. 
Metempsicose…243. 
A Santa Inquisição (outra fonte)…244. 
As persiguições…245. 
A Inquisição (visão Católica)…246. 
Antecedentes da Inquisição…246. 
As origens da Inquisição…247. 
Procedimentos da Inquisição…249. 
A Inquisição Protestante (visão Católica)…253. 
Alemanha, Holanda, Suíça, Suécia, Dinamarca, Escócia, Irlanda, Inglaterra…253 a 254. 
A Infância Negra do Protestantismo (visão Católica)…255. 
A Inquisição Protestante (visão Católica)…255. 
João Calvino (1509-1564) – Em Genebra…256. 
Eis alguns episódios particulares…257. 
O Anglicanismo …259. 
APÊNDICE - O branqueamento Católico da Inquisição…261. 
1. O Inquisidor…261. 
2. As penas e o seu abrandamento…262. 
19 – Islão … 265. 
 Etimologia…265. 
 O nascimento do Islão…266. 
 Contexto político, social e religioso…266. 
 Maomé…267. 
 Os quatro califas “correctamente guiados” (632-661)…268. 
 Origem dos Xiitas…269. 
 Os Omíadas (661-750)…270. 
 Os Abássias (750-1258)…271. 
 Os três Impérios…272. 
 O Império Mongol…272. 
 O Império Otomano…272. 
 O Império Safávida…273. 
 O século XIX…273. 
 O século XX…273. 
 Crenças…273. 
 Deus…274. 
 Os Anjos…274. 
 Os Livros Sagrados…274. 
 Os Profetas…274. 
 O dia do Julgamento Final…275. 
 A predestinação…276. 
 Os cinco pilares do Islão…275. 
 A profissão de Fé (Chahada)…276. 
 
9 
 O Salá (a oração)…276. 
 A contribuição de purificação (Zakat)…276. 
 O jejum no Mês do Ramadão (Saum)…277. 
 A peregrinação (Hajj)…277. 
 Jihad…277. 
 O Alcorão…278. 
 Conteúdo temático do Alcorão…279. 
 O Alcorão na vida dos Muçulmanos…279. 
 Autoridade religiosa…280. 
 Ramos do Islão…280. 
 Movimentos recentes…281. 
 Misticismo…281. 
 Comemorações…282. 
 Lugares sagrados…282. 
 Lei Islâmica (Xariá)…283. 
 Adultério e Lapidação…283 
 O Islão no mundo contemporâneo…286. 
 Perspectiva Islâmica de outras religiões…287. 
 Comparação entre Cristianismo e doutrina Islâmica (visão católica)…287. 
 Cristianismo e Islamismo – A coexistência é possível…291. 
 A Igreja e o Islão (visão católica)…293. 
 As preposições do Islão…294. 
 A expansão do Islamismo…295. 
 Resposta Cristã (católica) à afirmação Islâmica de que Maomé foi profetizado na Bíblia…297. 
 Analisando os versículos…297. 
 Maomé – Islamismo (visão Espírita)…301. 
 A doutrina Espírita…303. 
20 – Iluminismo …304. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
1 - Origem do Catolicismo 
 
Cristianismo 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
 
O Cristianismo é uma religião monoteísta baseada na vida e nos ensinamentos de Jesus, tais 
como estes se encontram recolhidos nos Evangelhos, parte integrante do Novo Testamento. 
Os Cristãos acreditam que Jesus é o Messias e como tal referem-se a ele como Jesus Cristo. 
Com cerca de 2.13 mil milhões de adeptos (a Terra tem mais de 6 mil milhões de habitantes), o 
Cristianismo é hoje a maior religião mundial, adoptada por cerca de 33% da população do 
mundo. É a religião predominante na Europa, América, Oceania e em grande parte de África e 
partes da Ásia. 
 
O Cristianismo começou no século I como uma seita do judaísmo, partilhando por isso textos 
sagrados com esta religião, em concreto o Tanakh, que os Cristãos denominam de Antigo 
Testamento (AT). Os primeiros cinco livros do AT chamam-se Peutateuco ou Torá . 
 
(Tanakh ou Tanach é utilizado dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, 
sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia Judaica. O conteúdo do Tanakh é equivalente ao 
Antigo Testamento, porém com outra divisão). 
À semelhança do Judaísmo e do Islão, o Cristianismo é considerado uma religião abraâmica. 
A primeira designação dos seguidores de Jesus era “Os homens do Caminho ”. Segundo o 
Novo Testamento, os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez "Cristãos " em 
Antioquia (Actos 11:26). 
Principais crenças 
Embora existam diferenças entre os Cristãos sobre a forma como interpretam certos aspectos 
da sua religião, é também possível apresentar um conjunto de crenças que são partilhadas 
pela maioria deles. 
 
 
Os ensinamentos de Jesus influenciaram o surgimento do Cristianismo e de várias outras religiões. 
Monoteísmo 
O Cristianismo herdou do judaísmo a crença na existência de um único Deus, criador do 
universo e que pode intervir sobre ele. Os seus atributos mais importantes são por isso a 
omnipotência, a omnipresença e omnisciência. 
 
11 
Outro dos atributos mais importantes de Deus, referido várias vezes ao longo do Novo 
Testamento, éo amor: Deus ama todas as pessoas e estas podem estabelecer uma relação 
pessoal com ele através da oração. 
A maioria das denominações Cristãs professa crer na Santíssima Trindade (criada em 325 no 
1º Concílio em Niceia), isto é, que Deus é um ser eterno que existe como três pessoas eternas, 
distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 
 
A doutrina das denominações Cristãs difere do monoteísmo judaico visto que no Judaísmo não 
existem três pessoas na Divindade, há apenas um único Deus , e o Messias que virá, será um 
homem , descendente do rei David. 
A doutrina que crê na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser eterno que existe como 
três pessoas eternas, distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo, foi criada no 
Concílio de Niceia no ano de 325 D.C. pelas Igreja Católica Apostólica Ortodoxa e Igreja 
Católica Apostólica Romana (Ver:"Concílios ecuménicos"). 
Existem ainda outras denominações que crêem em duas pessoas da Divindade, o Pai que 
deve ser adorado e o Filho que não tem nenhum direito na Divindade em adoração. 
Jesus 
Outro ponto crucial para os Cristãos é o da centralidade da figura de Jesus Cristo. Os Cristãos 
reconhecem a importância dos ensinamentos morais de Jesus, entre os quais salientam o 
amor a Deus e o amor ao próximo, e consideram a sua vida como um exemplo a seguir. O 
Cristianismo reconhece Jesus como o Filho de Deus que veio à Terra libertar os seres 
humanos do pecado através da sua morte na cruz e da sua ressurreição, embora variem entre 
si quanto ao significado desta salvação e como ela se dará. Para a maioria dos Cristãos, Jesus 
é completamente divino e completamente humano. Há no entanto, uma recorrente discussão 
sobre a divindade de Jesus. Aqueles que questionam a divindade de Cristo argumentam que 
ele jamais teria afirmado isso expressamente. Os que defendem a divindade de Cristo, por sua 
vez, valem-se de versículos que, através da postura de Jesus e dentro do próprio contexto 
cultural judaico da época, deixariam clara sua condição divina. 
A salvação 
O Cristianismo acredita que a fé em Jesus Cristo proporciona aos seres humanos a salvação e 
a vida eterna, mas vale lembrar que biblicamente, as obras não são capazes de dar a uma 
pessoa a Vida Eterna, a única maneira de alcançar a Salvação é dando crédito à obra da cruz 
realizada pelo que os Cristãos acreditam ser o filho de Deus, a saber Jesus Cristo. 
A vida depois da morte 
A visão de determinadas religiões Cristãs sobre a vida depois da morte envolve, de uma 
maneira geral, a crença no céu e no inferno. A Igreja Católica considera que para além destas 
duas realidades existe o purgatório, um local de purificação onde ficam as almas que morreram 
em estado de graça, mas que cometeram pecados. 
A Igreja 
O Cristianismo acredita na Igreja (ekklesia), palavra de origem grega que significa 
"assembleia", entendida como a comunidade de todos os Cristãos e como corpo místico de 
Cristo presente na Terra e sua continuidade. As principais igrejas ligadas ao Cristianismo são: 
a Igreja Católica, as Igrejas Protestantes e a Igreja Ortodoxa. 
 
 
12 
Diferenças nas crenças 
O Credo de Niceia 
O Credo de Niceia, formulado nos concílios de Niceia e Constantinopla, foi ratificado como 
credo universal da Cristandade no Concílio de Éfeso de 431. Os Cristãos Ortodoxos orientais 
não incluem no credo a cláusula Filioque (Filioque significa "e do Filho", para explicitar que o Espírito 
Santo procede do Pai e do Filho), que foi acrescentada pela Igreja Católica mais tarde. 
As crenças principais declaradas no Credo de Niceia são: 
 
 
 
 
 
Percentagem do Cristianismo por país. 
• A crença na Trindade; 
• Jesus é simultaneamente divino e humano; 
• A salvação é possível através da pessoa, vida e obra de Jesus; 
• Jesus Cristo foi concebido de forma virginal, foi crucificado, ressuscitou, ascendeu ao 
céu e virá de novo à Terra; 
• A remissão dos pecados é possível através do baptismo (br-batismo); 
• Os mortos ressuscitarão. 
Na altura em que foi formulado, o Credo de Niceia procurou lidar directamente com crenças 
que seriam consideradas heréticas, como o Arianismo, que negava que o Pai e Filho eram da 
mesma substância, ou o Gnosticismo. 
A maior parte das igrejas Protestantes partilham com a Igreja Católica a crença no Credo de 
Niceia. 
Outros textos considerados sagrados 
Alguns Cristãos consideram que determinados escritos, para além dos que fazem parte da 
Bíblia, foram divinamente inspirados. Os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos 
 
13 
Últimos Dias atribuem a três livros a qualidade de terem sido inspirados por Deus; esses livros 
são o Livro de Mórmon, a Doutrina e Convénios e a Pérola de Grande Valor. Para os 
Adventistas do Sétimo Dia os escritos de Ellen G. White são uma manifestação profética que, 
contudo, não se encontra ao mesmo nível que a Bíblia. 
Origem 
Segundo a religião judaica, o Messias, um descendente do Rei David, iria um dia aparecer e 
restaurar o Reino de Israel. Na Palestina, por volta de 26 D.C., Jesus Cristo, nascido na cidade 
de Belém na Galileia começou a pregar uma nova doutrina e atrair seguidores, sendo 
aclamado por alguns como o Messias. Jesus foi rejeitado, tido por apóstata pelas autoridades 
judaicas. Foi condenado por blasfémia e executado pelos romanos como um líder rebelde. 
Seus seguidores enfrentaram dura oposição político-religiosa, tendo sido perseguidos e 
martirizados, pelos líderes religiosos judeus, e, mais tarde, pelo Estado Romano. 
Com a morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos, principais testemunhas da sua vida, 
reúnem-se numa comunidade religiosa composta essencialmente por judeus e centrada na 
cidade de Jerusalém. Esta comunidade praticava a comunhão dos bens, celebrava a "partilha 
do pão" em memória da última refeição tomada por Jesus e administrava o baptismo aos novos 
convertidos. A partir de Jerusalém, os apóstolos partiram para pregar a nova mensagem, 
anunciando a nova religião inclusive aos que eram rejeitados pelo judaísmo oficial. Assim, 
Filipe prega aos Samaritanos, o eunuco da rainha da Etiópia é baptizado, bem como o 
centurião Cornélio. Em Antioquia, os discípulos abordam pela primeira vez os pagãos e 
passam a ser conhecidos como Cristãos. 
Paulo de Tarso não se contava entre os apóstolos originais, ele era um judeu fariseu que 
perseguiu inicialmente os primeiros Cristãos. No entanto, ele tornou-se depois um Cristão e um 
dos seus maiores, senão o maior missionário depois de Jesus Cristo. Boa parte do Novo 
Testamento foi escrito ou por ele (as epístolas) ou por seus cooperadores (o evangelho de 
Lucas e os actos dos apóstolos). Paulo afirmou que a salvação dependia da fé em Cristo. Entre 
44 e 58 ele fez três grandes viagens missionárias que levaram a nova doutrina aos gentios e 
judeus da Ásia Menor e de vários pontos da Europa, entre eles Roma. 
Nas primeiras comunidades Cristãs a coabitação entre os Cristãos oriundos do paganismo e os 
oriundos do judaísmo gerava por vezes conflitos. Alguns dos últimos permaneciam fiéis às 
restrições alimentares e recusavam-se a sentar-se à mesa com os primeiros. Na Assembleia 
de Jerusalém, em 48, decide-se que os Cristãos ex-pagãos não serão sujeitos à circuncisão, 
mas para se sentarem à mesa com os Cristãos de origem judaica devem abster-se de comer 
carne com sangue ou carne sacrificada aos ídolos. Consagra-se assim a primeira ruptura com 
o judaísmo. 
 
 
 
 
 
 
Peixe - Símbolo Cristão Primitivo, 2.º Século D.C. - Hoje símbolo principal das denominações da Igreja Evangélica 
Na época, a visão de mundo monoteísta do judaísmo era atractiva para alguns dos cidadãos 
do mundo romano, mas costumes como a circuncisão, as regras de alimentação incómodas, e 
 
14 
a forte identificação dos judeus como um grupo étnico (e não apenas religioso) funcionavam 
como barreiras dificultando a conversão dos homens. Através da influência de Paulo, o 
Cristianismo simplificou os costumes judaicos aos quaisos gentios não se habituavam 
enquanto manteve os motivos de atracção. Alguns autores defendem que essa mudança pode 
ter sido um dos grandes motivos da rápida expansão do Cristianismo. 
Outros autores entendem a ruptura com os ritos judaicos mais como uma consequência da 
expansão do Cristianismo entre os não judeus do que como sua causa. Estes invocam outros 
factores e características como causa da expansão Cristã, por exemplo: a natureza da fé Cristã 
que propõe que a mensagem de Deus destina-se a toda a humanidade e não apenas ao seu 
povo escolhido; a fuga da perseguição religiosa empreendida inicialmente por judeus 
conservadores, e posteriormente pelo Estado Romano; o espírito missionário dos primeiros 
Cristãos com sua determinação em divulgar o que Cristo havia ensinado a tantas pessoas 
quantas conseguisse. 
A narrativa da perseguição religiosa, da dispersão dela decorrente, da expansão do 
Cristianismo entre não judeus e da subsequente abolição da obrigatoriedade dos ritos judaicos 
pode ser lida no livro de Actos dos Apóstolos. De resto, os Cristãos adoptam as regras e os 
princípios do Antigo Testamento, livro sagrado dos Judeus. 
Em Junho do ano 66 inicia-se a revolta judaica. Em Setembro do mesmo ano a comunidade 
Cristã de Jerusalém decide separar-se dos judeus insurrectos, seguindo a advertência dada 
por Jesus de que quando Jerusalém fosse cercada por exércitos a desolação dela estaria 
próxima, e exila-se em Pela, na Transjordánia, o que representa o segundo momento de 
ruptura com o judaísmo. 
Após a derrota dos judeus em 70, Cristãos e outros grupos judeus trilham caminhos cada vez 
mais separados. Para o Cristianismo o período que se abre em 70 e que segue até 
aproximadamente 135 caracteriza-se pela definição da moral e fé Cristã, bem como de 
organização da hierarquia e da liturgia. No Oriente, estabelece-se o episcopado monárquico: a 
comunidade é chefiada por um bispo, rodeado pelo seu presbitério e assistido por diáconos. 
Gradualmente, o sucesso do Cristianismo junto das elites romanas fez deste um rival da 
religião estabelecida. Embora desde 64, quando Nero mandou supliciar os Cristãos de Roma, 
se tivessem verificado perseguições ao Cristianismo, estas eram irregulares. As perseguições 
organizadas contra os Cristãos surgem a partir do século II: em 112 Trajano fixa o 
procedimento contra os Cristãos. Para além de Trajano, as principais perseguições foram 
ordenadas pelos imperadores Marco Aurélio, Décio, Valeriano e Diocleciano. Os Cristãos eram 
acusados de superstição e de ódio ao género humano. Se fossem cidadãos romanos eram 
decapitados; se não, podiam ser atirados às feras ou enviados para trabalhar nas minas. 
Durante a segunda metade do século II assiste-se também ao desenvolvimento das primeiras 
heresias. Tatiano, um Cristão de origem síria convertido em Roma, cria uma seita gnóstica que 
reprova o casamento e que celebrava a eucaristia com água em vez de vinho. Marcião 
rejeitava o Antigo Testamento, opondo o Deus vingador dos judeus, ao Deus bondoso do Novo 
Testamento, apresentado por Cristo; ele elaborou um Livro Sagrado feito a partir de passagens 
retiradas do Evangelho de Lucas e das epístolas de Paulo. À medida que o Cristianismo criava 
raízes mais fortes na parte ocidental do Império Romano, o latim passa a ser usado como 
língua sagrada (nas comunidades do Oriente usava-se o grego). 
A ascensão do imperador romano Constantino representou um ponto de virada para o 
Cristianismo. Em 313 ele publica o Édito de Tolerância (ou Édito de Milão) através do qual o 
Cristianismo é reconhecido como uma religião do Império, e concede a liberdade religiosa aos 
Cristãos. A Igreja pode possuir bens e receber donativos e legados. É também reconhecida a 
jurisdição dos bispos. 
 
15 
A questão da conversão de Constantino ao Cristianismo é um tema de profundo debate entre 
os historiadores, mas em geral aceita-se que a sua conversão ocorreu gradualmente. 
Constantino estipula o descanso dominical, proíbe a feitiçaria e limita as manifestações do culto 
imperial. Ele também mandou construir em Roma uma basílica no local onde, supostamente, o 
apóstolo Pedro estava sepultado e, influenciado pela sua mãe, a imperatriz Helena, ordena a 
construção em Jerusalém da Basílica do Santo Sepulcro e da Igreja da Natividade em Belém. 
Constantino quis também intervir nas querelas teológicas que na altura marcavam o 
Cristianismo. Luta contra o Arianismo (há estudiosos que afirmam que Constantino, mais tarde se 
converteu ao Arianismo), uma doutrina que negava a divindade de Cristo, oficialmente condenada 
no Concílio de Niceia (325), onde também se definiu o Credo Cristão. 
Mais tarde, nos anos de 391 e 392, o imperador Teodósio I combate o paganismo, proibindo o 
seu culto e proclamando o Cristianismo religião oficial do Império Romano. 
O lado ocidental do Império cairia em 476, ano da deposição do último imperador romano pelo 
"bárbaro" germánico visigodo Odoacro, mas o Cristianismo permaneceria triunfante em grande 
parte da Europa, até porque alguns bárbaros já estavam convertidos ao Cristianismo (embora 
Arianos) ou viriam a converter-se nas décadas seguintes. O Império Romano teve desta forma 
um papel instrumental na expansão do Cristianismo. 
 
(Caso do Papa João I (523-526). O Papa Hormisdas (antecessor do Papa João I) e o imperador Justino 
(Imperador Romano do Oriente) tinham feito cessar o cisma entre Roma e Constantinopla, que iniciara em 484, 
com o então imperador Zenão (Imperador Romano do Oriente), através do que parecia impossível: um acordo 
entre Católicos e Arianos. Com esse esquema obtivera bons resultados políticos, pois os godos eram Arianos. 
Porém, no final de 524, o imperador Justino publicou um decreto ordenando o encerramento das igrejas arianas 
de Constantinopla e a exclusão dos Arianos de toda a função civil e militar. 
Roma era então governada pelo imperador Teodorico, o grande, o rei dos bárbaros Arianos que tinha invadido a 
Itália. Ele obrigou o Papa João I a viajar a Constantinopla para solicitar ao imperador Justino a revogação daquele 
decreto. 
Apesar de o imperador Justino ter-se ajoelhado perante o primeiro Sumo Pontífice a pisar em Constantinopla, 
João I não conseguiu demovê-lo da perseguição aos Arianos. A solicitação foi atendida apenas em parte; o 
imperador concordou em devolver as igrejas confiscadas aos Arianos, mas manteve o impedimento dos Arianos 
convertidos ao catolicismo, poderem retornar ao Arianismo. 
Com o fracasso de sua missão, o Papa João I despertou a ira do imperador Teodorico. Assim, quando colocou os 
pés em Roma foi detido e aprisionado em Ravena, onde morreu no dia 18 de maio de 526. Foi então declarado 
mártir da Igreja). 
Do mesmo modo, o Cristianismo teve um papel proeminente na manutenção da civilização 
europeia. A Igreja, única organização que não se desintegrou no processo de dissolução da 
parte ocidental do império, começou lentamente a tomar o lugar das instituições romanas 
ocidentais, chegando mesmo a negociar a segurança de Roma durante as invasões do século 
V. A Igreja também manteve o que restou de força intelectual, especialmente através da vida 
monástica. 
Embora fosse unida linguisticamente, a parte ocidental do Império Romano jamais obtivera a 
mesma coesão da parte oriental (grega). Havia nele um grande número de culturas diferentes 
que haviam sido assimiladas apenas de maneira incompleta pela cultura romana. Mas 
enquanto os bárbaros invadiam, muitos passaram a comungar da fé Cristã. Por volta dos 
séculos IV a X, todo o território que antes pertencera ao ocidente romano havia se convertido 
ao Cristianismo e era liderado pelo Papa. Missionários Cristãos avançaram ainda mais ao norte 
da Europa, chegando a terras jamais conquistadas por Roma, obtendo a integração definitiva 
dos povos germânicos e eslavos. 
 
NAZARÉ 
 
Não há certeza se Nazaré existia no tempo de Jesus e portanto se esta era a sua terra natal. 
 
16 
Parece ter existido uma seita (no bom sentido)chamada Nazarenos que também é referida por 
Allan Kardec em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", o qual também faz referência aos 
Nazarenos. 
 
Desde o tempo de Eusébio de Cesaréia até o século XX especula-se que a etimologia de 
Nazaré deriva de netser, um "ramo" ou "broto", enquanto o Evangelho de Felipe (apócrifo) 
deriva o nome de nazara, que significa "verdade". Há ainda especulações e indícios bíblicos de 
que nazareno, significando "da vila de Nazaré", era confundido com "nazireu", que significava 
um judeu "separado", que fez um voto de silêncio. 
 
Alguns historiadores colocaram em dúvida a tradicional associação da cidade com a vida de 
Jesus, sugerindo que o que era originalmente um título, Nazareno, acabou transformando-se 
por tradição, no nome da sua cidade natal. Alfred Loisy, por exemplo, em “O Nascimento do 
Cristianismo” afirma que “Iesous Nazarene” não significava "de Nazaré", mas sim que, seu 
título era “Nazareno”. 
 
Além isso, existem indicações bíblicas de que Nazareno foi uma tradução imprecisa de 
Nazarita, uma pessoa que havia feito um voto de santidade e, assim, se separava das massas. 
Mateus 2:23 afirma sobre Jesus, "E ele veio e morou numa cidade chamada Nazaré: para que 
se cumpra o que foi dito pelos profetas, Ele será chamado de Nazareno." Como não existem 
menções anteriores a 'Nazareth' nas escrituras hebraicas, diversas Bíblias de referência 
sugerem que a profecia citada neste versículo está se referindo ao versículo do “Livro dos 
Juízes” que descreve Sansão como um Nazarita. 
 
Frank Zindler, editor da American Atheist Press, afirma que Nazaré não existia no século I. 
Seus argumentos incluem: 
Nenhum "historiador ou geógrafo da Antiguidade menciona [Nazaré] antes do início do século 
IV". 
Nazaré não é mencionada no Velho Testamento, no Talmude, nem nos Evangelhos apócrifos 
ou na literatura rabínica. 
Nazaré não foi incluída na lista de lugares colonizados pelas tribos de Zebulom ([Josué] 19:10-
16), que menciona doze cidades e seis aldeias. 
Nazaré não consta entre as 45 cidades da Galileia mencionadas por Flávio Josefo (37-100 
D.C.). 
Nazaré também não se encontra entre as 63 cidades da Galileia mencionadas no Talmude. 
O ponto de vista de Zindler é historicamente plausível se Nazaré tiver vindo a existir na mesma 
época em que os Evangelhos do Novo Testamento estivessem sendo escritos e redigidos. A 
maioria dos estudiosos situa esta actividade literária entre as duas guerras judaicas (70-132 
D.C.). 
 
James Strange, um arqueólogo americano, ressalta que “Nazaré não é mencionada nas fontes 
antigas judaicas antes do século III D.C.. 
 
Joan Taylor escreve: "É possível concluir agora que existiu em Nazaré, a partir da primeira 
parte do século IV, uma igreja pequena e incomum que abrangia um complexo de cavernas. A 
cidade foi judaica até o sécuo VI. 
 
Talmude é um registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto 
central para o judaísmo rabínico, perdendo em importância apenas para a Bíblia hebraica. 
O Talmude tem dois componentes: a Mixná (200 D.C.), o primeiro compêndio escrito da Lei Oral judaica; e o Guemará (500 
D.C.), uma discussão da Mixná e dos escritos tanaíticos que frequentemente abordam outros tópicos, e são expostos 
amplamente no Tanakh. 
O Mishná foi redigido pelos mestres chamados Tannaim ("tanaítas"), termo que deriva da palavra hebraica que significa 
"ensinar" ou "transmitir uma tradição". Os tanaítas viveram entre o século I e o III D.C. A primeira codificação é atribuída a Rabi 
Akiva (50 – 130), e uma segunda, a Rabi Meir (entre 130 e 160 D.C.), ambas as versões tendo sido escritas no actual idioma 
aramaico, ainda em uso no interior da Síria. 
 
 
17 
Denominações Cristãs 
(ver as denominações, pela cor do texto, por baixo do gráfico). 
Os mais importantes ramos do Cristianismo 
 
Pretendido Cristianismo original independente (linha tracejada). 
Restauracionismo do Cristianismo original (começou no séc XVII). 
 
Anabaptistas. 
Protestantismo. 
Anglicanismo. 
Igreja Católica (Rito latino). 
Igreja Católica (Ritos orientais). 
Igreja Ortodoxa. 
Igreja Ortodoxa Oriental. 
Nestorianismo (Inclui a Igreja Assíria Oriental). 
 
Marcos (da esquerda para a direita). 
Concílio de Éfeso ano 431 (Nestorianismo). 
Concílio de Calcedónia ano 451 (Primeiros litígios de Roma e Constantinopla – Cristologia Ortodoxa, Monofisismo 
e Patriarcado dos Assírios). 
Grande Cisma ano 1054 (Ortodoxos). 
Reforma (Protestantismo século XVI). 
 
No Cristianismo existem numerosas tradições e denominações, que reflectem diferenças 
doutrinais por vezes relacionadas com a cultura e os diferentes contextos locais em que estas 
se desenvolveram. Segundo a edição de 2001 da World Christian Encyclopedia existem 33 830 
denominações Cristãs. Desde a Reforma o Cristianismo é dividido em três grandes ramos: 
• Catolicismo : composto pela Igreja Católica Apostólica e que hoje congrega o maior 
número de fiéis; 
• Ortodoxia : originária da primeira grande cisma Cristã é constituída por duas grandes 
igrejas Ortodoxas - a grega e a russa - que apresentam algumas diferenças entre si, 
nomeadamente a língua usada na liturgia. Há ainda um terceiro ramo, a igreja de rito 
Copta, que surgiu no Norte de África; 
• Protestantismo : originária da segunda grande cisma Cristã (Reforma Protestante) de 
Martinho Lutero, no século XVI, e engloba grande número de movimentos e 
denominações distintas. Actualmente a Igreja Protestante (também chamada Igreja 
Evangélica) pode ser dividida em três vertentes: 
o Denominações Históricas : resultado directo da reforma protestante. Destacam-
se nesta vertente os luteranos, anglicanos, presbiterianos, metodistas e baptistas. 
 
18 
o Denominações Pentecostais : originárias em movimento do início do século XX 
é baseando na crença na presença do Espírito Santo na vida do crente através 
de sinais, denominados por estes como dons do Espírito Santo, tais como falar 
em línguas estranhas (glossolalia), curas, milagres, visões etc. Destacam-se 
nesta vertente a Assembleia de Deus, O Brasil para Cristo, Congregação Cristã, 
Igreja Cristã Maranata e a Igreja do Evangelho Quadrangular. 
o Denominações Neopentecostais : originárias na segunda metade do século XX 
de avanço das igrejas pentecostais, não configuram uma categoria homogénea 
possuindo muita variedade nesse meio. Algumas possuem aceitação de músicas 
de vários estilos, outras adquiriram o formato G-12. Destacam-se nesta vertente a 
Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Igreja 
Internacional da Graça de Deus, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, 
Igreja Evangélica Cristo Vive, Igreja Cristo Vive, Manancial Vida, Igreja de Nova 
Vida, Comunidade Cristã, Igreja Bola de Neve e a Igreja Unida. É o ramo que 
mais cresce no Brasil e no mundo. 
Além desses três ramos maioritários, ainda existem outros segmentos minoritários do 
Cristianismo. Em geral se enquadram em uma das seguintes categorias: 
• Restauracionismo : são doutrinas surgidas após a Reforma Protestante cujas bases 
derrogam as de todas as outras tradições Cristãs, basicamente tendo como ponto em 
comum apenas a crença em Jesus Cristo. A maioria deles não se considera 
propriamente "protestante" ou "evangélico" por possuírem grandes divergências 
teológicas. Nesta categoria estão enquadradas a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos 
Últimos Dias, a Igreja Adventista do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová, entre 
outras denominações. Quanto às Testemunhas de Jeová, embora afirmem ser Cristãs, 
também não se consideram parte do protestantismo. Os testemunhas aceitam a Jesus 
como criatura, de natureza divina, seu líder e resgatador, rejeitando, no entanto a crença 
na Trindade e ensinando que Cristo é o filho do único Deus, Jeová, não crendo que 
Jesus é Deus. 
A história das Testemunhas de Jeová (ver também pág. 182). 
Os seguidores da seita Testemunhas de Jeová não gostam muito de falar de suas origens,isto porque elas estão 
cheias de contradições e problemas de moralidade de seus fundadores. 
As Testemunhas de Jeová foram fundados por um norte americano do estado da Pensilvânia, chamado Charles T. 
Russell ( 1854-1916 ). Russell frequentava igreja evangélica, mas depois de ser fortemente influenciado pelos 
ensinos adventistas, acabou por conceber ideias diferentes quanto à segunda vinda de Cristo. Russell então 
abandona de vez os contactos adventistas e funda a “ Torre de Vigia de Sião”. 
Charles Russell teve sérios problemas com a justiça, ora sendo acusado por sua esposa de maus tratos, ora por 
problemas com pastores da época, ou então em escândalos financeiros. Chegou a ser levado aos tribunais a fim 
de provar seus supostos conhecimentos da língua grega. A única coisa que foi provada é que ele não sabia 
reconhecer nem mesmo o alfabeto grego. 
Charles Russell teve por sucessor o juiz J. F. Rutherford, que fundou a tão conhecida Despertai, revista de 
estudos dos TJs. Pelas suas atitudes, o juiz Rutherford parecia ser um recalcado cidadão contra o seu país. Fora 
preso várias vezes por ter se envolvido em atitudes anti patriotas em plena 1ª Grande Guerra. Com a morte do juiz 
Rutherfod, assume a presidência da organização o Sr. Nathan Knorr. 
As TJs são talvez a seita que mais têm crescido nestes últimos tempos. Eles são agressivos na sua evangelização 
e têm um bem elaborado sistema de perguntas direccionadas que levam os menos desavisados a respostas que 
apontam para os seus ensinamentos. 
As Testemunhas de Jeová dizem basear na Bíblia a sua recusa na utilização e consumo de sangue, humano ou 
animal. Entendem que esta proibição foi dada à humanidade em geral visto que foi transmitida por Deus a um 
homem que a Bíblia apresenta como ancestral de todos os homens, Noé. Além disso, reforçando esta aplicação 
geral, a ordem teria sido dada na ocasião em que Noé, tal como o primeiro homem Adão, iria dar um novo início à 
sociedade humana. Esta mais antiga referência bíblica ao uso de sangue diz o seguinte: 
 
19 
Génesis 9:3-5 
"Tudo o que se move e vive vos servirá de alimento; eu vos dou tudo isto, como vos dei a erva verde. 
Somente não comereis carne com a sua alma, com seu sangue (algumas traduções dizem que a alma-
espírito está no sangue). Eu pedirei conta de vosso sangue, por causa de vossas almas, a todo animal; e 
ao homem que matar o seu irmão, pedirei conta da alma do homem." 
A Lei mencionava o que um caçador devia fazer com um animal morto: 
Levítico 17:13, 14 
"Ele deve derramar o seu sangue e cobri-lo de terra. Não deveis tomar o sangue de carne alguma, pois a 
vida de toda carne é o seu sangue. Qualquer pessoa que tomar dele será cortada." (versão judaica 
Tanakh). 
Após a morte de Jesus, os apóstolos reuniram-se para decidir que aspectos da antiga Lei de Israel deveriam ser 
adoptados pelos Cristãos. A sua decisão foi a seguinte: 
Actos dos Apóstolos 15:28, 29 
"O Espírito Santo e nós próprios resolvemos não vos impor outras obrigações além destas, que são 
indispensáveis: abster-vos de carnes imoladas a ídolos, do sangue, de carnes sufocadas e da 
imoralidade. Procederei bem, abstendo-vos destas coisas." 
 
• Cristianismo primitivo : são as Igrejas cujas bases são anteriores ao estabelecimento 
do catolicismo e da ortodoxia. É o caso das igrejas não-calcedonianas e da Igreja 
Assíria do Oriente (Nestoriana). 
• Cristianismo esotérico : é a parte mística do Cristianismo, e compreende as escolas 
Cristãs de mistérios e sincretismo religioso. A este ramo pertence o Gnosticismo que é 
uma crença com raízes antecedentes ao próprio Cristianismo e que tem características 
da ciência egípcia e da filosofia grega. O Rosacrucianismo também se enquadra nessa 
vertente sendo uma ciência oculta Cristã que ressalta as boas acções por meio da 
fraternidade. 
• Espiritismo : algumas vezes é contestado como sendo uma vertente do Cristianismo. 
Os simplesmente Espíritas não acreditam que uma pessoa ou ser, como Jesus Cristo, 
pode redimir "os pecados" de uma outra, contudo para a maior parte dos adeptos do 
Espiritismo a obra de Allan Kardec constitui uma nova forma de Cristianismo, ou então 
um resgate do Cristianismo primitivo, que não inclui os dogmas adicionados pela Igreja 
Católica em seus diversos Concílios. Inclusive, um dos seus livros fundamentais é 
denominado de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Esse livro apresenta uma 
reinterpretação de aspectos da filosofia e moral Cristã, crendo em parte na Bíblia 
Sagrada. 
Anabaptistas 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
 
Anabaptistas ("re-baptizadores", do grego "ana" e "baptizo") são Cristãos da chamada "ala radical" da Reforma 
Protestante. São assim chamados porque os convertidos eram baptizados em idade adulta, desconsiderando o 
até então baptismo obrigatório da igreja romana. Assim, rebaptizavam todos os que já tivessem sido baptizados 
em criança, crendo que o verdadeiro baptismo só tem valor quando as pessoas se convertem conscientemente a 
Cristo. 
 
Origem 
 
Os primeiros Anabaptistas que surgiram na Historia do Cristianismo foram assim denominados pelo Bispo de 
Roma Estêvão I Papa Estêvão I que descobriu que cerca de 87 bispos haviam realizado o 2º Concílio de Cartago, 
em 225 D.C., para legalizarem o rebaptismo dos fiéis vindos de outras Igrejas que adoptavam o "baptismo 
regenerador". Esses bispos discordavam que as "águas baptismais" eram as águas mencionadas no Evangelho 
de João Cap.3 e que a graça de Deus independia do Baptismo. Nos sínodos da Frígia, em 225 d.C., esses bispos 
excomungaram a Igreja Romana. O Papa Estêvão I tomou conhecimento e invalidou esses sínodos e 
 
20 
excomungou todos os bispos no 2º Concílio de Roma que participaram, declarando que o rebaptismo 
(Anabaptismo no grego) era uma heresia. 
 
A Reforma Protestante do século XVI reacendeu os princípios bíblicos da justificação pela fé e do sacerdócio 
universal foram novamente colocados em foco. Contudo, enquanto Lutero, Calvino e Zuínglio mantiveram o 
baptismo infantil e a vinculação da igreja ao Estado, os anabaptistas liderados por Georg Blaurock, Conrad 
Grebel e Félix Manz ansiavam por uma reforma mais profunda. 
Os anabaptistas fundaram então sua primeira igreja no dia 21 de Janeiro de 1525, próxima a Zurique, na Suíça, 
de acordo com a doutrina e conduta Cristãs pregadas no Novo Testamento e testemunharam alegremente de sua 
nova vida em Cristo. 
 
Em "In nomine Dei", José Saramago retrata um conhecido episódio na história do movimento anabaptista que teve 
lugar na cidade de Munster (no norte da Alemanha), onde entre 1532 e 1535 foi estabelecida uma teocracia nas 
linhas das orientações desta denominação. Ver a Rebelião de Munster. 
 
Anabaptistas Hoje 
 
Depois de serem massacrados na Guerra dos Camponeses, os Anabaptistas sobreviveram na sua forma pacifista, 
como a Igreja Mennonita. Originalmente concentrados no vale do rio Reno, desde a Suíça até a Holanda, os 
anabaptistas conquistaram adeptos de cultura germânica. Perseguidos pelo Estado e guerras, tiveram imigração 
em massa para a Rússia e América do Norte. No final do século XIX e começo do XX surgiram colónias na 
América do Sul (Paraguai, Argentina, Brasil, Bolívia), onde mantêm suas culturas e fé. 
Muitos Anabaptistas conservadores vivem em comunidades rurais isoladas e desconfiam do uso de tecnologia. 
As principais denominações hoje Anabaptistas são: os Mennonitas; Amish, famosos pelo estilo de vida 
conservador; Hutteritas, que defendem um comunitarismo, rejeitando propriedade individual. 
Os Anabaptistas influenciaram ainda outras denominações religiosas, como os Quakers; Baptistas; Dunkers e 
outras denominações Protestantes que afirmam a necessidade de uma adesão voluntária à Igreja. 
 
Doutrina 
 
As doutrinas enfatizadas pelos anabaptistas são: 
A Bíblia, principalmente a ética do Novo Testamento, devem ser obedecidas como a vontade de Deus, embora 
não sistematizando sua teologia, mas aplicando-as no dia-a-dia. A interpretaçãoda Bíblia é realizada nos cultos e 
reuniões da igreja. Essa posição de evitar querelas teológicas evitou divisões de carácter doutrinários nas 
denominações anabaptistas. 
Credos e confissões são somente documentos para demonstrar aquilo que se crê em comum, assim não 
requerem a adesão formal a eles. Aceitam, portanto, em essência os Credos históricos do Cristianismo, mas não o 
professam. 
A Igreja é uma comunidade voluntária formada de pessoas renascidas. A Igreja não é subordinada a nenhuma 
autoridade humana, seja ela o Estado, ou hierarquia religiosa. Assim evitam participar das actividades 
governamentais, jurar lealdade à nação e participar em guerras. 
 
A Igreja não é uma instituição espiritual e invisível, mas uma colectividade humana e real, marcada pela 
separação do mundo e do pecado e uma posição afirmativa em seguir os mandamentos de Cristo. 
A Igreja celebra o Baptismo adulto por infusão como símbolo de reconhecimento e obediência a Cristo, e a Santa 
Ceia em memória da missão de Jesus Cristo. 
A Igreja tem autoridade de disciplinar seus membros e até mesmo sua expulsão, a fim de manter a pureza do 
indivíduo e da igreja. 
Como pode ser notado, a teologia anabaptista é massivamente eclesiológica (Eclesiologia (do grego ekklesia) é o 
ramo da teologia Cristã que trata da doutrina da Igreja: seu papel na salvação, sua origem, sua disciplina, sua 
forma de se relacionar com o mundo, seu papel social, as mudanças ocorridas, as crises enfrentadas, suas 
doutrinas, a relação com outras denominações e sua forma de governo), baseada na vida comunitária e Igreja. 
 
Quanto à salvação, o Anabaptismo crê no livre-arbítrio, o ser humano tem a capacidade de se arrepender de seus 
pecados e Deus regenera e ajuda-o a andar em uma vida de regeneração. 
O que é único na Teologia Anabaptista, principalmente depois de Menno Simons, é a visão sobre a natureza de 
Cristo, possui uma doutrina semi-nestoriana, crendo que Jesus Cristo foi concebido miraculosamente pelo Espírito 
Santo no ventre de Maria, mas não herdou nenhuma parte física dela. Maria, seria portanto um instrumento usado 
por Deus, para cumprir o Seu plano, mas não Theotókos (Mãe de Deus). 
 
A essência do Cristianismo consiste em uma adesão prática aos ensinamentos de Cristo. 
A ética do amor rege todas as relações humanas. 
Pacifismo: Cristianismo e violência são incompatíveis. 
 
 
21 
Concepções religiosas e filosóficas do Cristianismo 
O Cristianismo prega o amor a Deus e ao próximo como o seu fundamento espiritual. De facto 
estas atitudes não constituem dois mandamentos separados (1º a Deus e 2º ao próximo), mas 
sim um só em que nenhuma das partes pode ser excluída. A salvação espiritual é oferecida 
gratuitamente a quem deseja aceitá-la buscando a Deus na figura de seu filho Jesus e que a 
busca de Deus é uma experiência transformadora da natureza humana. 
Podemos considerar três períodos que definem a concepção e filosofia do Cristianismo: 
1. Cristianismo primitivo: caracterizado por uma heterogeneidade de concepções; 
2. Patrística: ocorrida no período entre os séculos II e VIII, com a transformação da nova 
religião em uma Igreja oficial do Império Romano fundada por Constantino e a formação 
de um clero institucionalizado, e cujo doutrinário expoente foi Santo Agostinho; 
3. Escolástica: a partir do século VIII e cujo expoente foi São Tomás de Aquino, que 
afirmou que fé e razão podem ser conciliadas, sendo a razão um meio de entender a fé. 
A partir do protestantismo, é necessário fazer uma diferenciação entre a história e concepção 
da Igreja Católica e das diversas denominações evangélicas que se formaram. 
Formas de culto 
As formas de culto do Cristianismo envolvem a oração, a leitura de passagens da Bíblia, o 
canto de hinos, a cerimónia da eucaristia (Católicos e Ortodoxos) e a audição de um sermão 
dito pelo sacerdote ou ministro. A maioria das denominações Cristãs considera o Domingo 
como dia dedicado ao culto (há minorias que consideram o Sábado). É um dia dedicado ao 
descanso, no qual os Cristãos reúnem-se para o culto, embora a devoção e oração individual 
em qualquer outro dia da semana sejam também valorizadas no Cristianismo. 
Os Católicos e os Ortodoxos interpretam as formas de culto (ou missa, para o catolicismo) 
Cristãs em termos de sete sacramentos, considerados como graças divinas: 
• Baptismo 
• Eucaristia 
• Matrimónio 
• Confirmação ou crisma 
• Penitência 
• Extrema unção ou Unção dos enfermos 
• Ordem 
Os Protestantes não têm os sacramentos pelo catolicismo, mas eles utilizam de passagens 
bíblicas para os cultos, como: 
• Baptismo (para a maioria das denominações, apenas em adultos); 
• Santa Ceia (não aceitando a eucaristia, voltando ao padrão bíblico "PÃO" E "VINHO", 
ambos aceitos apenas como símbolos). 
• Etc. 
 
Símbolos 
O símbolo mais reconhecido do Cristianismo é sem dúvida a cruz, que pode apresentar uma 
grande variedade de formas de acordo com a denominação: crucifixo para os Católicos, a cruz 
de oito braços para os Ortodoxos e uma simples cruz para os Protestantes evangélicos. 
 
22 
Outro símbolo Cristão, que remonta aos começos da religião. é o Ichthys ou peixe estilizado (a 
palavra Ichthys significa peixe em grego, sendo também um acrónimo de Iesus Christus Theou 
Yicus Soter, "Jesus Cristo filho de Deus Salvador"), hoje sempre visto no protestantismo. 
Outros símbolos do Cristianismo primitivo, por vezes ainda utilizados, eram o Alfa e o Ómega 
(primeira e última letras do alfabeto grego, em referência ao facto de Cristo ser o princípio e o 
fim de todas as coisas), a âncora (representando a salvação da alma chegada ao bom porto) e 
o "Bom Pastor", a representação de Cristo como um pastor com as suas ovelhas. 
Calendário litúrgico e festividades 
Os Cristãos atribuem a determinado dias do calendário uma importância religiosa. Estes dias 
estão ligados à vida de Jesus Cristo ou à história dos primórdios do movimento Cristão. 
O calendário litúrgico Cristão inclui as seguintes festas: 
• Advento: período constituído pelas quatro semanas antes do Natal, entendidas como 
época de preparação para a celebração do nascimento de Jesus Cristo; 
• Natal: celebração do nascimento de Jesus; 
• Epifania: para os Católicos, celebra a adoração de Jesus Cristo pelos Reis Magos, 
enquanto que para os Cristãos Ortodoxos o seu baptismo. Acontece doze dias após o 
Natal; 
• Sexta-feira Santa: morte de Jesus; 
• Domingo de Páscoa: ressurreição de Jesus; 
 
Visita Pascal (Origem) - Santo Atanásio (séc. IV) recomendava o uso dos salmos 29 e 126 para a bênção 
duma casa nova. Na Idade Média abundavam as bênçãos para afastar o mal e atrair o bem. Na Alemanha 
estabeleceu-se este costume pela Epifania. A festa da Páscoa impôs-se ao Cristianismo no século XII. No 
ocidente europeu, de influência litúrgica romana, impôs-se a bênção das casas pela Páscoa, no contexto da 
Páscoa original no Egipto quando os Hebreus se libertaram do jugo do Faraó - o Anjo Exterminador poupou as 
casas dos Hebreus marcadas com o sangue do cordeiro (Êx. 12,13-14). A bênção das casas pela Páscoa foi 
consagrada por Paulo V, em 1614, estendido a toda a Igreja. A sua execução revestia características 
especiais conforme a diversidade dos lugares. E foi isso que aconteceu em Portugal sobretudo no Entre Douro 
e Minho. Daí nasceu a típica Visita Pascal do pároco, o célebre Compasso minhoto. Assim, pela Páscoa, o 
padre ia a casa dos seus fiéis, benzer a casa e levantar o folar. Também há documentos em Coimbra, de 
1436, que se referem a tal prática). 
 
• Ascensão: ascensão de Jesus ao céu. Acontece quarenta dias após o Domingo de 
Páscoa; 
• Pentecostes: celebração do aparecimento do Espírito Santo aos Cristãos. Ocorre 
cinquenta dias após o Domingo de Páscoa. 
Alguns dias têm uma data fixa no calendário (como o Natal, celebrado a 25 de Dezembro), 
enquanto que outros se movem ao longo de várias datas. O período mais importante do 
calendário litúrgico é a Páscoa,que é uma festa móvel. Nem todas denominações Cristãs 
concordam em relação a que datas atribuir importância. Por exemplo, o Dia de Todos-os-
Santos é celebrado pela Igreja Católica e pela Igreja Anglicana a 1 de Novembro, enquanto 
que para a Igreja Ortodoxa a data é celebrada no primeiro Domingo depois do Pentecostes; 
outras denominações Cristãs não celebram sequer este dia. De igual forma, alguns grupos 
Cristãos recusam celebrar o Natal uma vez que consideram ter origens pagãs. 
 
 
 
23 
O Cristianismo no mundo de hoje 
O Cristianismo é actualmente a religião com maior número de adeptos, seguida do Islão. 
Presente em todos os continentes, apresenta tendências de desenvolvimento diferente em 
cada um deles. 
No início do século XX, a maioria dos Cristãos estava concentrada na Europa; por volta da 
década de setenta do século XX, tinha diminuído consideravelmente o número de Cristãos na 
Europa, sendo actualmente a América Latina e África os dois centros mundiais do Cristianismo. 
O Cristianismo chegou ao continente americano com as conquistas espanholas e portuguesas 
do século XVI. Os primeiros missionários Católicos na América, preocupados com a conversão 
das populações, não se importaram com as culturas locais indígenas, que foram devastadas. 
No século XIX a independência dos países latino-americanos em relação a Espanha e 
Portugal, foi acompanhada de uma redução gradual da influência da Igreja Católica. Contudo, 
durante o século XX o catolicismo desempenhou um papel político na América Latina, 
detectável em movimentos como a Teologia da Libertação. Actualmente, o catolicismo perde 
terreno na América Latina a favor de movimentos Protestantes de carácter pentecostalista. 
Na África o Cristianismo tem raízes mais antigas. Antes do surgimento do Islão no século VII, o 
norte de África estava religiosamente integrado na esfera Cristã. O Islão e o Cristianismo 
tiveram dificuldades em penetrar completamente na África Negra. Foi, sobretudo no século 
XIX, com o estabelecimento de missões Protestantes (anglicanas e metodistas) em África, que 
o Cristianismo penetrou no continente. Na segunda metade do século XX seria a vez do 
catolicismo. Hoje em dia, o catolicismo é a denominação com maior número de adeptos na 
maioria dos países africanos, com uma população de mais de 150 milhões de pessoas. No 
continente africano também surgiram igrejas Cristãs independentes das tradições europeias, 
que misturam elementos do Cristianismo com elementos da cultura local, como o culto dos 
antepassados, a feitiçaria e a poligamia. 
 
 
Os desvios do Catolicismo 
 
Ao Lermos o livro dos Actos, verificamos que os discípulos cumprindo determinações do 
Senhor Jesus Cristo ( Actos 01.18), de não se ausentarem de Jerusalém até que do alto 
fossem revestidos de poder, tiveram a magna experiência da descida do Espírito Santo, 
capacitando-os com o poder do alto (Actos 02. 01-13). A partir daquele momento, estava 
organizada a Igreja Cristã Primitiva, porque fizeram parte da mesma os apóstolos e todo o 
Cristianismo hoje existente. 
 
Essa Igreja originalmente pura, em termos doutrinários, mereceu elogios de Paulo (Romanos 
01.08); todavia, como as demais, experimentou problemas doutrinários de várias ordens, 
basta-nos mencionar os grupos heréticos que já permeavam as Igrejas daquela época, que são 
OS GNÓSTICOS, OS NICOLAíTAS, OS JUDAISANTES, sem falar nos diversos grupos 
pagãos que "convertidos" exerceram forte influência sobre a Igreja e assim, aos poucos, a 
Igreja de Roma assimilou crenças alheias à Igreja Primitiva fundada por Jesus, admitindo no 
seu seio membros que não confessavam a conversão. 
 
A Igreja Católica que entretanto foi surgindo (um dos vários ramos - Igrejas - em que os 
Cristãos se foram dividindo), começou a ensinar a salvação através do baptismo, do baptismo 
infantil, etc..., chegando até mesmo a aceitar o pagão Imperador Constantino como seu chefe 
supremo, no ano de 313 D.C. e assim agora associada ao Estado, cheia do Poder Temporal, 
estabeleceu uma forte aliança, tendo como cabeça o Papa. 
 
Muitos estudiosos afirmam que a Igreja Católica pouco tem a ver com a Igreja Cristã Primitiva. 
A hierarquia romana passou a ser exercida através do bispo Anacreto, entre 154-165 D.C. A 
 
24 
partir daí, possuidora do poder político-temporal, começou a subjugar as demais Igrejas que a 
ela se submetiam. Porém, existiam Igrejas que não permitiam esse domínio, ou seja, não se 
curvaram diante da toda "Poderosa Igreja Romana", por isso veio uma tremenda perseguição. 
 
DATAS IMPORTANTES PARA A IGREJA CATÓLICA. 
 
Deve-se considerar que, ainda hoje, alguns acontecimentos históricos do Cristianismo são 
debatidos quanto à precisão de suas datas , ou seja, os subsídios cronológicos aqui expostos 
estão amparados por uma tolerância relevante para obtenção de dados fidedignos. 
 
180 D.C. - A Igreja dispensou, como qualificação, para o baptismo, a conversão. 
313 - Constantino (312-337), assina em Milão, o edito de tolerância, terminando a perseguição 
oficial do cristianismo, no Império Romano, ainda como príncipe regente. 
323 - Constantino assume o poder e torna - se o primeiro imperador romano cristão. 
325 - Concílio de Niceia; a Santíssima Trindade é oficializada por pressão de Constantino. 
370 - Foi quando Basílio de Cesareia e Gregório de Nazianzo introduziram o culto aos santos. 
380 - O Cristianismo torna-se oficialmente a religião do império. 
395 - Teodósio fez a separação oficial do império romano entre o império ocidental (Latino) e 
império Grego (oriental), sendo Roma capital do ocidente e Constantinopla capital do oriente. 
400 - É introduzida na Igreja , a oração pelos mortos e o sinal da cruz. 
401 - Ano em que Maria foi proclamada a MÃE DE DEUS. 
405 - As imagens dos santos Mátires são introduzidas e reverenciadas nos templos. Tradução 
da bíblia em latim por Gerónimo. 
440 - O bispo Leão I é considerado pelos historiadores como sendo o primeiro Papa. 
451 - Concílio de Calcedónia, Roma assume o primeiro lugar como sede do cristianismo e 
Constantinopla o segundo lugar início da ascensão do poder papal. 
476 - Queda do império romano ocidental, sobre a liderança do Visigodo Oduacro Rei dos 
Herulos. 
519 - Papa Felix III (ocidental) excomunga o Patriarca Acácio (oriental). 
593 - Papa Gregório I (Magno ou Grande) teoriza a existência do Purgatório. 
600 - O Papa Gregório I institui a Missa e o Latim como língua oficial nas Missas. 
604- O Papa Gregório I destaca a doutrina do purgatório e da missa. 
609 - Começa o papado com poder central. 
632 - Morte de Maomé e a expansão do Maometismo, na época do Papa Onório. Maomé 
achava que os Judeus e os Cristãos se tinham afastado dos ensinamentos de Deus, contidos 
no Antido Testamento e nos Evangelhos. 
758 - Entra no oriente com dogma a confissão de pecados, conhecida como confissão 
Auricular. 
789 - Neste ano o concílio de Niceia II introduziu as imagens de escultura e relíquias religiosas. 
819 - Ano da ascensão de Maria, isto é , Maria teria subido ao céu em forma corpórea. 
880 - Ano da introdução da canonização. 
998 - Por decreto papal é estabelecido o dia de finados. 
1000 - É estabelecido o canon da Missa. 
1074 - Ano que o Papa GregórioVII proíbe: casamento dos padres e o divórcio entre os casais. 
1090 - Ano que Pedro o Eremita encaixa o rosário. 
1095 - O Papa estabelece as indulgências, isto é, paga-se para ser perdoado. 
1100 - O Papa decreta a missa paga. 
1100 - O culto aos anjos. 
1115 - A confissão auricular passa a ser artigo de fé. 
1125 - Surge a ideia da Imaculada Conceição de Maria pelo cónegos de Lion. 
1186 - Neste ano surgiu a maior aberração de toda História, a mal falada " Santa Inquisição", 
promovida pelo concílio de Verona na Itália. 
1200 - Uso obrigatório do rosário, por São Domingos, chefe supremo da já denominada Santa 
Inquisição. 
1215- Quarto concílio de Latrão, estabelecimento do dogma da transubstanciação (a hóstia e o 
vinho transformam-se no corpo e sangue de Cristo).25 
1220 - Surge a adoração à hóstia. 
1229 - Realiza-se o concílio de Toloza e proíbem a leitura da Bíblia. 
1264 - Foi implantado o Sagrado Coração de Jesus. 
1303 - A Igreja Católica declara que somente nela há salvação. 
1317 - O Papa João XXII ordena a oração da Avé Maria. 
1414 - Ano em que ficou definido que a hóstia seria para o povo e a partir daí o vinho ficou 
restrito aos sacerdotes. 
1439 - Ano que por decreto do Papa o dogma do purgatório (criado em 593 pelo Papa Gregório 
I) passa a ser artigo de fé. 
1546 - O Papa mais uma vez deixa a sua Igreja mais distante de Deus, conferindo à tradição a 
mesma autoridade da Bíblia. 
1547 - O concílio de Trento transforma em lei os setes sacramentos. 
1562 - A missa é declarada propiciadora, ou seja, com o poder de perdoar. 
1562 - O culto aos santos. 
1563 - Volta a se reunir o concílio de Trento e confirma a doutrina do purgatório. 
1573 - A Bíblia sofre outro ataque: são-lhe acrescentados os livros Deuterocanónicos ou 
apócrifos, os quais são Tobias, Judite, Macabeu I, Macabeu II, Sabedoria, Eclesiástico e Baruk. 
1854 - Define-se o dogma da Imaculada Conceição de Maria. 
1864 - Em concílio realizado no Vaticano faz-se a declaração da autoridade papal sobre toda 
Igreja. 
1870 - O Papa torna-se infalível. 
1950 - A Igreja transforma em artigo de fé a assunção de Maria. 
 
 
Calendário Juliano e Gregoriano 
 
1 - O CALENDÁRIO JULIANO foi introduzido por Júlio César, o qual recorreu a Sosígenes, 
astrónomo grego de Alexandria, no ano 46 A.C. para apresentar a reforma do calendário 
romano. Sosígenes baseou-se nos trabalhos de outro sábio, Eratóstenes, tendo concluído que 
o ano terrestre tinha 365 dias e 6 horas, pelo que era necessário acrescentar 1 dia de quatro 
em quatro anos, o que levou aos anos bissextos de 4 em 4 anos. 
A reforma apresentada por Sosígenes entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 45 A.C. e tal 
calendário passa a chamar-se de Juliano. 
 A aplicação do calendário Juliano não foi imediata e no caso Português (mais propriamente, 
da chamada península hispânica ou ibérica) a adesão só foi feita no ano 38 A.C. 
 
2 - Convém salientar que o ano de 365,25 dias do calendário juliano é cerca de 11 m 14 s mais 
longo do que o ano trópico. A acumulação desta diferença ao longo dos anos representa um 
dia em 128 anos e cerca de três dias em 400 anos. 
 Sem entrar em detalhes relativamente ao ano trópico, convém dizer que é este que regula o 
retorno das estações e que intervém nos calendários solares. 
 
3 - Por aquela época, tiveram lugar na Terra Santa os mistérios da Vida, Paixão, Morte e 
Ressurreição de Jesus Cristo, o advento do Cristianismo e a difusão desta doutrina. Tal 
ocorrência acabaria por ter bastante influência na evolução do calendário juliano: a fixação das 
regras para a determinação da data da Páscoa e a adopção oficial da semana no calendário 
romano. 
Os Cristãos da Ásia Menor celebravam a Páscoa Cristã no dia 14 da primeira Lua que 
começasse em Março, qualquer que fosse o dia da semana em que ocorresse essa data. Pelo 
contrário, os Cristãos do Ocidente celebravam-na no domingo seguinte a esse dia. Esta 
discrepância entre os Cristãos do Oriente e do Ocidente na comemoração de tão importante 
acontecimento, deu origem a sérias polémicas entre os altos dignitários das duas Igrejas. 
 
4 - Desta questão se encarregou o Papa João I (outros afirmam o seu antecessor, o Papa 
Hormisdas em 520) provavelmente em 525, na época de Justiniano, que pediu ao monge 
 
26 
DIONÍSIO, o Pequeno ou o Exíguo, para que preparasse uma cronologia Cristã da história 
humana baseada na data da natividade de Cristo. 
Ou seja, era preciso determinar qual era o ano do nascimento de Cristo, segundo a data da 
fundação de Roma “ ab urbe condita” de Marcos Terêncio Varrão. 
E a partir daqui passa a ter importância a data do ano do nascimento de Cristo. 
Dionísio, O Exíguo, situou, então, o nascimento de Jesus a 25 de Dezembro do ano 753 da 
fundação de Roma. 
Desta forma, o ano 753 da fundação de Roma, tornou-se, no ano 1 antes de Cristo e o dia 1 de 
Janeiro do ano de 754 da fundação de Roma tornou-se no primeiro dia do ano 1 depois de 
Cristo, iniciando-se a partir daqui a era Cristã. 
Convencionou-se, desta forma, os anos antes de Cristo e os anos depois de Cristo. 
 
5 - A ideia que se devia começar a contar os anos a partir da proposta de Dionísio revolucionou 
todo o calendário, mas o seu uso não foi imediato. 
Só se impôs de maneira gradual em França e na Inglaterra no Século VIII; na Germánia no 
Século IX. Em Roma, nos actos públicos aparece pela primeira vez em 968 no tempo do Papa 
João XIII e em Espanha até ao Século XIV. 
 
6 - Em PORTUGAL só no dia 22 de Agosto de 1460 (era de César) é que o Rei D. João I, o de 
Boa Memória, passou a utilizar a Era de Cristo, por carta régia emitida de Óbidos “ … manda 
el-rei a todos os tabeliães e escrivães do seu reino e senhorio que daqui em diante em todos 
os contratos e escrituras que fizerem ponham Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus 
Cristo, assim como antes punham Era de César. E isto lhes manda que façam sob pena de 
privação de ofícios. Assim, o corrente ano é o de 1460 pela Era de César e o de 1422 pela Era 
de Cristo”. 
Ora tal adopção levou, em termos históricos, à redatação ou à reformulação das datas 
subtraindo 38 anos. Ou seja, um documento emitido com uma data anterior a 22 de Agosto de 
1460 da era de César, deveria e deve ser redatado para a Era de Cristo, com menos 38 anos. 
 
7 - É o caso das actas das vereações de Loulé editadas pela Câmara Municipal de Loulé e 
referentes ao Século XIV, que foram coligidas e redatadas pelo historiador Humberto Baquero 
Moreno. 
 
8 - Atrás, no ponto 2, referiu-se que o calendário juliano é cerca de 11 m 14 s mais longo do 
que o ano trópico. Desta forma, a introdução de mais um dia de 4 em 4 anos, nos anos 
bissextos, não resolveu a questão, uma vez que continuam a haver divergências entre o tempo 
real e o tempo do calendário, causando várias preocupações à Igreja durante toda a Idade 
Média, visto que tal atraso poderia dar origem a novas discrepâncias sobre a data da Páscoa. 
O problema foi tratado em vários Concílios e inclusivamente no Concílio de Trento (1545-1563) 
chegou a ser discutido um projecto de reforma o qual não pode ser concretizado apesar dos 
esforços do Papa Pio IV. 
 
9 - Mas o sucessor do Papa Pio IV, o Papa Gregório XIII não deixou adormecer a ideia e em 
1576 criou e encarregou uma Comissão de Sábios com a tarefa de apresentar uma reforma 
que resolvesse definitivamente aquele problema. 
 
10 - Naquela Comissão teve papel preponderante o célebre padre jesuíta alemão e eminente 
matemático Cristóvão Clavius, que estudara matemática em Coimbra com Pedro Nunes. 
Aquela Comissão de sábios liderada por Clávius verificou que o atraso do calendário com o 
tempo real era de 10 dias, pelo que tinham que ser suprimidos 10 dias ao calendário. 
O novo calendário entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 1582, sendo que, definitivamente, foi 
proclamado que o ano começava a 1 de Janeiro. 
A Comissão propôs que nesse ano, para se determinar correctamente a data da Páscoa, o 
Equinócio da Primavera ocorresse a 11 de Março em vez do dia 21. 
Os 10 dias em causa foram sacrificados no mês de Outubro. Assim, ao dia 4 de Outubro, 5ª 
Feira, seguiu-se o dia 15, 6ª Feira. 
 
27 
 
11 - Desta forma, com a supressão dos 10 dias, o Equinócio da Primavera regressou a 21 de 
Março, nos anos seguintes. 
 Para evitar no futuro a repetição da diferença, foi estabelecido que os anos seculares de 
terminação em duplo zero (1600, 1700, 1800, 1900, 2000, etc.), só seriam bissextos se fossem 
divisíveis por 400. Foi o que aconteceu nos anos de 1600 e 2000. 
 
12 - Resta dizer que Portugal, Espanha e Itália foram os únicos países que aceitaram de 
imediato a reforma do calendário. 
Qual foi o erro da Era Cristã? 
Nossa era erra quando por volta do ano 520 o Papa Hormisdas (antecessor do Papa João I 
que outros afirmam ter sidoJoão I que tomou esta iniciativa em 525) decidiu estabelecer, como 
primeiro ano da Era Cristã, o ano do nascimento de Jesus. Ele encarregou Dionísio o Exíguo, 
assim chamado por ser de pequena estatura, de fazê-lo. E o pequeno Dionísio calculou mal. 
Ele deduziu que Jesus nascera no ano 753 da fundação de Roma, quando na verdade isto se 
deu em 748. Pelo actual calendário o Rei Herodes aquele que os Reis Magos visitaram e que 
desejava matar Jesus teria morrido quatro anos antes de Jesus nascer! Há muitos estudos 
históricos e astronómicos sobre isso. Em resumo: se quiser saber há quantos anos Jesus 
nasceu, agregue cinco anos aos dois mil e tantos de seu calendário. 
A Igreja não sabe se o Natal é no dia 25 de Dezembr o? 
Não, ela não sabe. Nem se é no dia 24. O Evangelho de Lucas informa: o nascimento de Jesus 
ocorreu em Belém de Judá, terra do Rei David (Lc 2,4-7). Diz onde, mas não diz quando. Muito 
cedo, os Cristãos buscaram um dia para festejar o nascimento de Jesus. Era um aniversário 
que merecia uma festa. Cada comunidade eclesial o festejava numa data, segundo suas 
tradições. Na tentativa de unificar a celebração do Natal, no início do século IV, a Igreja 
Católica já havia fixado o dia 25 de Dezembro para festejar o nascimento de Jesus. A Igreja 
Católica não afirma, nem nunca afirmou, que Jesus nasceu nesse dia. Ela apenas fixou um dia 
para que os Cristãos, na unidade, celebrassem o nascimento de Jesus. A data pegou. 
Documentos indicam essa data já sendo festejada em Roma no ano 336. 
Os antigos ignoravam que existisse uma parte da Terra onde houvesse o Verão enquanto os 
europeus e asiáticos viviam o Inverno. Julgavam que o Solstício de Inverno marcava a época 
da mais longa noite para a Terra inteira. 
 
Em seus mitos solares, faziam nascer o deus Sol no Solstício de Inverno, no momento em que 
os dias começavam a crescer. A sua juventude era no Equinócio da Primavera. No Solstício de 
Verão raiava em todo o esplendor da sua força, e depois do Equinócio de Outono, na 
regressão da sua idade, envolvia-se num escuro invasor. 
 
Entre os povos do Oriente, o Sol nascente era representado por um menino no colo de uma 
Virgem celeste, sua mãe. Os egípcios, em especial, celebravam todos os anos, no Solstício de 
Inverno, o nascimento do pequeno Horus, filho da virgem Isis, e sua imagem era exposta, num 
presépio à adoração do povo. 
 
A grande imperfeição do velho calendário romano, chamado de Numa, apesar das 
intercalações periódicas, feitas pelos padres, de um mês completo de tamanho variável, no 
tempo de Júlio César o ano estava atraso mais de 60 dias da época em que devia ter início. O 
ditador chamou o astrónomo alexandrino Sosígenes para refazer a diferença. 
 
Para este a duração do giro da Terra em volta do Sol era de 365 dias e 6 horas, dando então 
origem ao ano de 365 dias com a reserva de 6 horas excedentes para formar um tricentésimo 
sexagésimo sexto dia a juntar cada 4 anos. Propunha ainda o começo do ano no Solstício de 
 
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Inverno. Mas César, para não chocar os demais habitantes romanos, preferiu que o 1 de 
Janeiro do ano da reforma Juliana fosse colocado não no Solstício mesmo mas no dia da Lua 
nova imediata. Ora, nesse ano, a Lua recaía 8 dias depois do Solstício de Inverno. Isso deu 
resultado a que, no calendário Juliano, o Solstício correspondesse não ao 1 de Janeiro, mas a 
25 de Dezembro. 
 
O dia 25 de Dezembro tornou-se, então, no novo calendário imposto ao império romano, como 
data oficial da festa que celebrava por toda a parte o nascimento do Sol, de Horus egípcio, do 
Mirtha persa, do Phebo grego e romano, etc. 
 
A Igreja ao sentar-se no trono imperial com Constantino, cerca de um século após a época de 
Júlio César, aproveitou a festa do Solstício de Inverno, do menino Horus nos braços da Virgem 
Isis para transformá-lo em festa do Natal, que se comemora até aos nossos dias das formas 
mais extravagantes, possíveis e imagináveis. " 
 
Natal em 25 de Dezembro 
Como mencionado, nem sempre o dia 25 de Dezembro foi dia de Natal. A origem da 
celebração deste dia é muito antiga mas a filiação mais directa provêm, como tantas outras 
coisas, dos Romanos. Estes celebraram durante muito tempo uma festa dedicada ao deus 
Saturno que durava cerca de quatro dias ou mais. Nesse período ninguém trabalhava, 
ofereciam-se presentes, visitavam-se os amigos e, inclusivamente, os escravos recebiam 
permissão temporária para fazer tudo o que lhes agradasse, sendo servidos pelos amos. Era 
também coroado um rei que fazia o papel de Saturno. Esta festa era chamada Saturnália e 
realizava-se no Solstício de Inverno. 
O Solstício de Inverno (dia mais pequeno do ano no hemisfério Norte), era uma data muito 
importante para as economias agrícolas – e os Romanos eram um povo de agricultores. Fazia-
se tudo para agradar os deuses e pedir-lhes que o Inverno fosse brando e o sol retornasse 
ressuscitado no início da Primavera. Como Saturno estava relacionado com a agricultura é fácil 
perceber a associação do culto do deus ao culto solar. 
Mas outros cultos existiam também, como é o caso do deus Apolo, considerado como "Sol 
invicto", ou ainda de Mitra, adorado como Deus-Sol, a luz protectora do Império. Este último, 
muito popular entre o exército romano, era celebrado nos dias 24 e 25 de Dezembro data que, 
segundo a lenda, correspondia ao nascimento da divindade. Em 273 o Imperador Aureliano 
estabeleceu o dia do nascimento do Sol em 25 de Dezembro: Natalis Solis Invicti (nascimento 
do Sol invencível). Uma luz e um Deus que os romanos importaram da Pérsia e contaminou o 
Cristianismo. 
Para além de ter " emprestado " a Jesus , o dia de nascimento, deu também nome ao mais 
importante símbolo papal: a Mitra. 
 
As festividades de Inverno eram já comuns na Europa antes da celebração do Natal a 25 de 
Dezembro se ter imposto no mundo Cristão. 
Muito antes do nascimento de Jesus, já as populações pagãs, nomeadamente as de origem 
Celta, celebravam a chegada da luz e dos dias mais longos que anunciavam o fim do Inverno. 
Esta era uma festividade sem data fixa, celebrada em diferentes dias, em diferentes regiões. 
 
No século IV D.C., o Papa Julius I fez história ao instituir o dia 25 de Dezembro como data 
para as celebrações praticadas por esses adoradores do Sol que, nessa altura do ano, 
prestavam culto à fecundidade da Mãe-natureza. Substituíam-se, assim, os rituais pagãos do 
Solstício de Inverno por uma festa Cristã: o nascimento de Jesus. 
 
O facto de esta data coincidir com a Saturnália dos romanos e com as festas germânicas e 
célticas do Solstício de Inverno, sendo todas estas festividades pagãs, a Igreja viu aqui uma 
 
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oportunidade de cristianizar a data, colocando em segundo plano a sua conotação pagã. 
Algumas zonas optaram por festejar o acontecimento em 6 de Janeiro, contudo, gradualmente 
esta data foi sendo associada à chegada dos Reis Magos e não ao nascimento de Jesus. 
 
No ano de 1752, quando os Cristãos abandonaram o calendário Juliano para adoptar o 
Gregoriano, a data da celebração do Natal foi antecipada 11 dias, caindo em 25 de Dezembro. 
No entanto alguns sectores da Igreja Católica, os chamados “calendaristas”, ainda hoje 
festejam o Natal na sua data original, que actualmente corresponde ao dia 7 de Janeiro. 
 
É somente durante o século IV que o nascimento de Cristo começa a ser celebrado pelos 
Cristãos, mas no dia 6 de Janeiro, com a Epifania. Até aí, a festa principal dos primeiros critãos 
era a Páscoa. 
 
(A Epifania do Senhor é uma festa religiosa Cristã que celebrava-se no dia 6 de Janeiro, ou seja, doze dias após 
o Natal, porém, a partir da reforma do calendário litúrgico em 1969 passou a ser comemorada 2 domingos após o 
Natal. A Epifania representa quando o filho do Criador dá-se a conhecer ao Mundo, perante os magos do oriente, 
como está relatado em Mateus 2, 1-12). 
 
Quando, em 313, Constantino se converte e oficializa o Cristianismo a Igreja Romana procura 
uma base de apoio ampla, procurando confundir

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