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Dinâmica e Estrutura Familiar

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Dinâmica e Estrutura Familiar- Isabel Araújo
Família
A Família são pessoas com quem se apresenta
um vínculo emocional, não propriamente as
pessoas com quem se partilha um vínculo
sanguíneo. É legal incluir animais no contexto de
família. A Família é quem eles dizem que são.
O conceito de família não pode ser limitado a
laços de sangue, casamento, parceria sexual ou
adoção, qualquer grupo cujas ligações sejam
baseadas na confiança, suporte mútuo e com um
destino comum.
➢ Legal: relações estabelecidas por laços
de sangue, adoção, tutela ou casamento
(legalização)
➢ Biológica: redes genéticas entre as
pessoas (procriação)
➢ Sociológica: grupo de pessoas que vivem
juntas (sociedade)
➢ Psicológica: grupo de pessoas com
fortes laços emocionais (emoção)
A Família é um grupo de seres humanos vistos
como uma unidade social ou um todo coletivo,
composta por membros ligados através da
consanguinidade, afinidade emocional ou
parentesco legal, incluindo pessoas que são
importantes para o cliente.
Grupo doméstico ligado por descendência: pai,
mãe, irmãos, tios, avós; algumas compostas
somente por pai, ou mãe, filhos de sangue ou não.
É a primeira unidade social à qual o indivíduo
pertence.
A família é um sistema social composto por
uma/duas ou mais pessoas que coexistem dentro
do contexto de algumas expectativas de afeição
recíproca, responsabilidade mútua e duração
temporária. A família caracteriza-se pelo
compromisso, tomada conjunta de decisões e
partilha de objetivos…
O que caracteriza atributos a uma família?
1. Durabilidade familiar- atualmente é
menor e menos estável
2. Resiliência familiar- capacidade de dar
resposta aos problemas que aparecem
3. Diversidade familiar- tipos de família
A família é um sistema complexo (teia relacional),
isto é, uma rede que liga as pessoas que vivem
debaixo do mesmo teto e a influência que a
sociedade onde estão inseridos lhes afeta, que
gera uma identidade familiar.
Como enfermeiros, o nosso trabalho é
compreender a:
● Estrutura (dentro da mesma casa)
● Função (ter atenção a idade do indivíduo
que vai influenciar a função familiar)
● Processo (como organizar e distribuir
tarefas dentro da casa)
Sendo enfermeiro como vejo a família?
➔ Cliente
A avaliação centra-se em todos os seus
membros. A família é vista como a soma dos seus
membros e o foco de atenção está centrado em
cada indivíduo. A família é alvo de cuidados,
família é 1º plano. Deve-se avaliar cada membro
que compõe a família.
➔ Contexto
Centra os cuidados a nível individual, a família é
tida como o contexto onde o indivíduo está
inserido. O indivíduo é colocado em 1º plano e a
família em 2º plano. Os cuidados devem ser
articulados com a família (Ligeiramente).
➔ Sistema
O alvo é a família como cliente, como sistema
interativo no qual o todo é mais que a soma das
suas partes. As interações entre familiares são o
alvo de intervenção. A abordagem centra-se no
indivíduo e na família. É um sistema aberto, que
interage com os sistemas que o rodeiam. Os
focos de enfermagem são os diagnósticos de
família: condição de vida, saúde e capacidade de
se orientar, forma de visão,...
➔ Componente da sociedade
O grupo é perspetivado como instituição, a família
é unidade básica primária do sistema sociedade.
Família como um todos interagem com as outras
instituições para receber, trocar, fornecer
comunicação e serviços.
Níveis de Cuidados
➢ Nível I
Ênfase mínimo na família. Poucos conhecimentos
ou capacidades para prestar cuidados. Contacto
com a família apenas se necessário por razões
práticas ou legais.
O enfermeiro serve apenas para questões básicas
e pontuais, por exemplo: Enfermeiro do serviço
de Urgências.
Tipo de família: CONTEXTO.
➢ Nível II
Informação e conselhos dados à família de forma
generalista. Contacto regular para obtenção de
informação e para Educação em Saúde.
Exemplo: Enfermeiro de Internamento
Tipo de família: CLIENTE
➢ Nível III
Relação e apoio emocional. O envolvimento é
baseado no conhecimento sobre o
desenvolvimento normal da família e as reações
ao stress. Encoraja a partilha de reações e apoia
esforços de coping. Cuidados mais direcionados à
situação familiar.
O enfermeiro deve avaliar a família e a sua
dinâmica (alteraç
oes que pode estar a sofrer)
Tipo de família: SISTEMA
➢ Nível IV
Avaliação sistemática e planeamento de
intervenções. Compreensão da família como um
todo. Ter conhecimento e habilidades para a ação.
Enfermeiro responsável por manter interação
entre Cliente e sociedade.
Tipo de família: COMPONENTE DA SOCIEDADE
A unidade familiar é um todo, é composta por
subsistemas interdependentes, formando juntos
uma unidade diferente da soma dos subsistemas
familiares. A família é um sistema aberto em
constante interação com o ambiente através da
troca de matéria e energia.
Subsistemas:
★ Conjugal- marido e mulher
★ Parental- pais e filhos
★ Fraternal- irmãos
As famílias são influenciadas continuamente por
informações do ambiente, e dependendo da
permeabilidade dos seus limites, estão
constantemente a responder a esta informação.
O sistema familiar está sujeito a mudanças dentro
do eixo de tempo e espaço e tem capacidade de
sentir, entender, fazer escolhas e reconhecer o
seu ambiente.
O desenvolvimento de cuidados centrados na
família requer dos enfermeiros a utilização de
uma abordagem sistematizada, uma estrutura
conceptual que conduza e oriente a avaliação da
família. A avaliação é a etapa inicial do processo
de enfermagem que evolui para diagnóstico,
planeamento, intervenção e avaliação de
resultados.
Modelo Calgary de Avaliação da Família-
MACF
Estrutura multidimensional com 3 categorias
principais para se realizar a avaliação da família:
● Estrutural
● Desenvolvimento
● Funcionamento
Cada categoria tem várias subcategorias. É
importante decidir quais são as subcategorias
para avaliação e intervenção de cada família
naquele momento.
Apoia-se em fundamento teóricos:
➢ Teoria dos sistemas
➢ Cibernética
➢ Comunicação
➢ Mudança
➢ Biologia da cognição
A fase do ciclo vital da família é definida pela
idade do filho mais velho.
A estrutura é avaliada por Genograma e
Ecomapa.
Deve-se garantir a privacidade e iniciar-se a
entrevista à família deve ser feita de forma
individualizada e só depois em grupo.
Avaliação da Família
“Saúde/Doença”-> é um assunto de família
porque todos os membros da família são
influência e influenciam a saúde/doença de forma
recíproca.
A avaliação de saúde familiar é um processo
sistemático que requer uma estrutura conceptual
e uma abordagem que forneça dados com
fundamento para a ação.
Métodos e Técnicas:
➢ Entrevista
Ingredientes Chave são
★ Boas Maneiras
As boas maneiras são essenciais para o
comportamento social pois são visto como atos
de educação e cortesia, mostrando respeito e
gentileza. É necessário contacto visual para
explicar procedimentos.
As bases das boas maneiras começam pela
apresentação pessoal (maneira como nos
vestimos e aparecemos perante os outros).
Como enfermeiros devemos personalizar o
utente e a família (tratar pelo nome), orientar os
familiares para o objetivo e prioridades.
★ Conversação terapêutica
Pode ajudar a família a expressar as suas
preocupações, a pensar de forma diferente sobre
o problema, a mudar as suas expectativas, nas
suas circunstâncias particulares. A conversação
terapêutica está relacionada com preocupações
individuais ou do grupo.
Como enfermeiros devemos manter um discurso
terapêutico intencional para reforço, informação,
a troca de informação e o envolvimento do
indivíduo e a família na tomada de decisão são
partes integrantes do processo desenvolvimento.
★ Perguntas terapêuticas
As questões são diferentes em função da área de
cuidados (expectativas, desafios, preocupações,
problemas mais importantes …)
“Quem? Como ? Onde? O quê? Qual é ? De que
forma? Com quem?”
★ Elogios
Como preparar a entrevista com a família?
através de encontros formais ou informais entre o
enfermeiro e a família. Deve-se definir a finalidade
da entrevista, compreender contexto da família
porque após se definir e encontrarestes
contextos geram entrevistas diferentes.
O local onde a entrevista se irá realizar pode gerar
vantagens e desvantagens por isso deve ser
devidamente escolhido consoante a finalidade da
mesma respeitando o espaço e a privacidade da
família. Pode ser realizado em casa ou nas
instituições (hospital, consultório, centro de
saúde, outros).
Quem está presente?
Discussão da família e o enfermeiro porque
devem estar todos os que vivem na mesma casa
mas nem sempre é possível e passa-se aos que
podem colaborar na resolução do problema. Deve
ter-se sempre que quantos mais indivíduos maior
a probabilidade de reunir informação,
promovendo a parceria e o diálogo.
1º Contacto
No 1º contacto, o enfermeiro deve transmitir uma
mensagem importante dando significado a cada
elemento da família e orientando os elementos a
compreender e lidar com o problema.
A marcação deve ser por contacto direto ou
telefónico, num horário conveniente para a
família, informando uma estimativa de tempo de
duração da entrevista. Deve explicar a finalidade
de marcar, os seus objetivos e estimular a
participação de todos. O enfermeiro deve mostrar
flexibilidade para o horário da mesma.
➢ Genograma
O que é?
É um instrumento simplificado de avaliação
familiar que descreve a estrutura e composição
familiar. Utiliza siglas representadas em
diagramas, assinalando: tipo de união
matrimonial, nº de descendentes por
consanguinidade ou adoção, nº de uniões
matrimoniais, separações ou divórcios, presença
de gestações, membros de convivência, vínculos
familiares, idade, profissão, doenças dos
membros de convivência debaixo do mesmo teto.
É um formato para desenho de uma árvore
genealógica, que regista informação acerca dos
membros da família e das suas relações ao longo
de gerações (3 gerações). É uma fonte rica de
informação para planear estratégias de
intervenção porque proporciona uma visão geral
e rápida das complexidades da família.
Utiliza-se para saber o tipo de família, fase do
ciclo vital, para determinar o tipo de intervenções
de promoção, prevenção, tratamento ou
reabilitação a aplicar à família. Este instrumento
deve construir-se com a família na 1ª entrevista e
se necessário completar nas seguintes.
Pode ser utilizado para reestruturar
comportamentos, relacionamentos e vínculos no
tempo com as famílias, assim como remover e
normalizar as perceções das famílias sobre elas
mesmas, para dar informações úteis sobre o
desenvolvimento e funcionamento da família,
para a família e para o enfermeiro.
Um genograma de 2 gerações pode ser mais
conveniente para família que necessita de
cuidados de saúde preventivos. O nome e a idade
devem ser anotados do lado de dentro do
quadrado ou círculo, do lado de fora do símbolo
ficam dados significativos (profissão, doenças …)
Simbologia:
Idade
Data de Nascimento
Data de Morte
Profissão
Nome
Acontecimento relevante
Relações Afetivas
➢ Ecomapa
É uma representação visual da unidade familiar
em relação com a comunidade que a rodeia,
descreve a comunicação da família com o meio
ambiente próximo (escola, centro saúde, igreja,
trabalho, família alargada, amigos …) e permite
compreender a rede social extra familiar. O
objetivo do ecomapa é representar os
relacionamentos dos membros da família com os
sistemas mais amplos.
O genograma da família é colocado no círculo
central. Os círculos externos representam
pessoas, órgãos ou instituições no contexto
familiar, são desenhadas linhas entre a família e
os círculos externos para indicar a natureza dos
vínculos afetivos existentes e podem ser
desenhadas setas ao longo das linhas para indicar
o fluxo de energia e os recursos.
O ecomapa permite uma visão geral da família na
sua situação, retratando tanto as ligações
importantes de cuidar como a de produzir stress
entre a família e o meio ambiente, é um
instrumento que permite organizar uma grande
quantidade de informação que pode ser usada
para estabelecer objetivos com indivíduos e as
organizações de uma comunidade.
Simbologia:
O ecomapa permite ao enfermeiro ter uma
perceção mais holística e integrada da situação
familiar, permite relatar a situação atual e pode
também ser usado para estabelecer os serviços
da comunidade.
➢ Cartas familiares
É um esquema organizacional e representa a
riqueza de um território familiar num determinado
momento. É possível recolher dados para análise
das relações entre os elementos da família.
➢ Apgar familiar
Fornece dados quantitativos sobre
funcionamento familiar e pode ser utilizado como
complemento da entrevista. É de
autopreenchimento, pode ser por um dos
membros ou pelos vários membros da família e
pode ser implementado em diferentes momentos
do ciclo vital da família.
O indivíduo seleciona uma de cada opção, a que
corresponde a quase sempre-2, algumas vezes-1
e quase nunca-0. O somatório do total das cinco
questões pode ser entre 7 a 10 que sugere família
altamente funcionante, de 4 a 6 da família
moderadamente disfuncionante ou 0 a 3 de uma
família com disfunção.
➢ Faces- coesão e adaptabilidade…
Descreve a Família.
1. Os membros da sua família
pedem ajuda uns aos outros
2. Para resolver os problemas são
seguidas as sugestões dos
filhos
3. Aprovamos os amigos de cada
um dos membros da família
4. Os filhos têm uma palavra a
dizer no que diz respeito à sua
educação
5. Gostamos de fazer as coisas
com a nossa família mais
chegada
6. Na nossa família pessoas
diferentes agem como líderes (
que toma as decisões)
7. Os membros da família
sentem-se mais próximos de
outros membros da família do
que das pessoas de fora
8. A nossa família pode mudar a
maneira de executar as tarefas
9. Os membros da família gostam
de ocupar o tempo livre uns com
os outros
10. Os pais e filhos discutem os
castigos conjuntamente
11. Os membros da família
sentem-se muito próximos uns
dos outros
12. Na nossa família são os filhos
que tomam as decisões
13. Quando a nossa família se junta
para alguma actividade toda a
gente está presente
14. As regras podem mudar a nossa
família
15. Podemos facilmente pensar
sobre coisas que a família possa
fazer em conjunto
16. Podemos trocar a
responsabilidade das tarefas
domésticas de uma pessoa para
a outra
17. Os membros da família
consultam outros membros da
família sobre as suas decisões
18. É difícil identificar quem manda
na nossa família
19. A união familiar é muito
importante
20. É difícil dizer quem faz cada uma
das tarefas domésticas
Para avaliar a família, o enfermeiro pode utilizar as
diferentes categorias, estrutural, de
desenvolvimento e funcional para obter uma
macroavaliação das forças e problemas da
família.
● Após avaliação o enfermeiro decide se é
necessário intervenção
● O agir do enfermeiro deve provocar uma
resposta da família
Durante a avaliação não se deve dar opiniões ou
conselhos (utilizar formas ativas de escuta), deve
identificar-se os sentimento (utilizar linguagem
corporal aberta), perguntar se há mais alguma
coisa, para além do proferido, pedir que conte
mais ( dar atenção contínua, e às necessidades
não expressas) e questionar sobre possíveis
resoluções, sugestões, medidas a adotar, que
provoquem um resultado positivo no entrevistado
(usar expressões faciais que dêem a entender
que se preocupa, falar suavemente, usar tom de
voz firme e escrever o plano a pôr em prática).
Estrutura, Função e Processos
Familiares
A família é a unidade primária de cuidados de
saúde, podemos avaliar a sua componente
estrutural, de desenvolvimento e funcional. A
alteração na estrutura leva a alteração no sistema
familiar e as alterações no seu funcionamento
levam a necessidade de intervenção.
➢ Estrutura
Conjunto de relações entre os diferentes
elementos da família e da mesma com outros
sistemas sociais. Existem vários tipos de
estruturas familiares. Cada família tem pontos
fortes e fracos que afetam a saúde individual e da
família. Refere-se às características (sexo, idade,
agregado familiar…) e repesenta as posições
ocupadas pelos indivíduos, as suas interações e
relações.
COMPOSIÇÃO
Podem ser compostas por: Pai, Mãe, Irmãos,Tios,
Amigos, Cunhados, Avós, Primos,
Madrasta/Padrasto, Ninguém… os que amamos,
pessoas significativas.
Quem é a família???
Escolhemos- FAMÍLIA NUCLEAR (passado,
presente, futuro)
Pertencemos- FAMÍLIA ALARGADA
(compreender o passado é entender o presente e
consolidar o futuro)
TIPOLOGIA
★ Nuclear
No mínimo duas pessoas que vivem debaixo do
mesmo teto. Pode ou não ter filhos.
★ Alargada
Família que não vive debaixo do mesmo teto com
que se partilham laços sentimentais.
★ “Pas de Deux”
São duas pessoas com relação fusional-
Patológica; inseparáveis e que realizam todas as
atividades juntos, centralização de um no outro.
★ Unipessoal
Novas famílias, o membro que está a morar
sozinho e pode vir a pertencer a uma família
reconstruída.
★ Três Gerações
Debaixo do mesmo teto vivem avós, pais e filhos,
com necessidade de apoios externos em casos
de dependência de algum dos membros.
★ Com Suporte
Uma empregada que viva na casa dos patrões, a
pessoa em questão tem quarto e casa de banho
próprios e folga ao fim de semana.
★ Acordeão
A família “estica e encolhe”, um dos membros
vive e trabalha no estrangeiro ou mora longe.
★ Flutuantes
Famílias nómadas, que mudam de local de
residência com frequência. Exemplo: famílias do
circo.
★ Hóspedes
Família que acolhe alguém exterior ao agregado
familiar e com quem cria laços sentimentais.
★ Reconstruídas
Por algum motivo muda-se a tipologia da família
(entram ou saem membros da mesma).
★ Com um Fantasma
Família que perdeu algum dos seus membros
(faleceu) mas continua a engloba-lo na dinâmica
do dia a dia caseiro ( patológica).
★ Psicossomáticas
Famílias oportunistas que vivem às custas dos
subsídios e da sociedade.
★ Homossexuais
Pouca informação existe sobre esta tipologia mas
sabe-se que existe grande ligação entre os
membros da mesma.
★ Múltiplas
Várias famílias vivem debaixo do mesmo teto.
★ Monoparental
Um adulto com filhos ( em caso de divórcio ou
morte do companheiro).
REDE SOCIAL.
A rede social familiar fornece apoio instrumental
e expressivo. As famílias alargadas são uma
grande fonte de apoio social, este suporte é
importante para as crianças e idosos. Para
determinar a viabilidade de uma rede social
familiar é necessário avaliar a evolução do tipo de
apoio, proximidade da rede e interação da rede.
➢ Função
É o objeto que a família serve em relação ao
indivíduo a outros sistemas sociais e à sociedade.
A família deve satisfazer pré-requisitos
funcionais: adaptação, objetivos, integração,
manutenção de padrões e controlo de tensão.
Todas as famílias têm funções que são
desempenhadas para manter a integridade da
unidade familiar e dar respostas às suas
necessidades e expectativas da sociedade.
➔ ECONOMIA
➔ REPRODUTORA
➔ SOCIALIZAÇÃO dos FILHO
➔ ESTABILIZAÇÃO da
personalidade dos ADULTOS
Uma das funções básicas é proteger a saúde dos
seus membros e dar apoio e resposta durante o
período de doença. A forma como a família
desempenha as suas responsabilidades de
cuidados de saúde e a sua habilidade para o fazer
é influenciada por fatores como estrutura, divisão
do trabalho, estatuto socioeconómico e etnia…
➢ Processo
É a interação contínua entre os membros da
família através do qual, realizam as suas tarefas
instrumentais e expressivas. É o que torna as
famílias únicas. Tem efeito sobre o estado de
saúde da família.
O funcionamento familiar envolve os processos
usados pela família na consecução dos seus
objetivos.
PAPÉIS
➔ O papel de provedor
➔ Prestador de cuidados à criança
e dona de casa
➔ O papel de socialização
➔ O papel sexual
➔ O papel terapêutico
➔ O papel recreativo
➔ O papel de parente
Ao interagir uns com os outros, os membros da
família têm de negociar e decidir sobre as suas
expectativas comportamentais.
Os papéis tradicionais culturalmente derivados
dos homens, mulheres e crianças nas famílias
têm sido e continuam a ser modificados para se
adaptarem a novas realidades e desafios. O poder
e padrões de comunicação têm sofrido grandes
alterações. Os papéis familiares têm mudado em
resultados de mudanças tecnológicas e da
participação das mulheres no trabalho fora de
casa.
A estrutura mais frequente é a do casal em que
ambos trabalham->mudança de atitudes em
relação à atribuição de papéis.
Cada família tende a modificar os papéis
familiares e os comportamentos esperados de
um papel tendo em conta a estrutura e as forças
internas e externas à unidade familiar. O
enfermeiro que trabalha com famílias tem de ter
conhecimentos sobre papéis e funções familiares
e os seus fatores de mudança.
COMUNICAÇÃO
A negociação de papéis familiares exige
comunicação eficaz. A comunicação saudável é
caracterizada por regras claras, flexíveis, que
geram comunicação verbal e não verbal.
As dificuldades na comunicação são o problema
mais comum nas famílias que necessitam de
melhorar a sua interação.
PODER
O poder é um dos mais importantes processos
familiares, pois o exercício do mesmo é um
processo dinâmico e multidimensional. O poder
varia em função do contexto estrutural e
características dos membros do grupo.
Fontes de Poder: processo de socialização,
contrato nupcial, recursos económicos,
educação…
TOMADA DECISÃO
A tomada de decisão deve ser um esforço
coletivo, com auxílio da comunicação e do poder.
Numa família saudável o equilíbrio do poder
reside na coligação paternal
(complementaridade/recíproco).
SATISFAÇÃO CONJUGAL
A qualidade de interação conjugal está
relacionada com a partilha das responsabilidades
intra e extra familiares. A satisfação com a divisão
das tarefas domésticas tornou-se importante
para a satisfação do casal e as restrições de
tempo são um fator importante na relação entre a
satisfação conjugal e cuidar dos filhos, trabalho
doméstico e trabalho.
ESTRATÉGIAS COPING
São esforços cognitivos e comportamentais para
lidar com exigências internas ou/e externas que
sobrecarregam ou excedem os recursos da
pessoa/ família. Cada família tem as duas
estratégias de coping, que podem ou não ser
adequadas ao momento de stress.
A estrutura, função e processo da família, os
recursos de tempo, energia, conhecimento e
capacidades influenciam o coping. As famílias
funcionais podem ter dificuldades em lidar com
stress acumulado.
Implicações para a Enfermagem
Sequelas da estrutura e nível funcional das
famílias, podem levar a alterações no processo
familiar-> Intervenção de Enfermagem.
Uma família com uma doença aguda/ crónica
passa por alterações no desempenho de papéis,
no poder. Para ajudar a família a adaptar-se às
mudanças, o enfermeiro deve facilitar a
comunicação, aumentar a tomada de decisão,
promover o coping e reduzir a tensão do papel.
Ciclo Vital da Família
As famílias, tal como os indivíduos, mudam e
crescem ao longo do tempo. Todas as famílias
têm um padrão básico e uma semelhança em
experiências, resultando em fases previsíveis.
cada fase do desenvolvimento tem os seus
próprios desafios, necessidades, recursos, que
inclui tarefas que tem de ser completadas, antes
da família passar, com sucesso para a fase
seguinte.
O desenvolvimento familiar reporta-se à
mudança da família enquanto grupo, e às
mudanças individuais de cada membro. A
concetualização do ciclo vital da família, e as suas
diferentes etapas, tem como referência a família
nuclear tradicional.
1. Eleição de Parceiro
Jovem adulto separa-se da família de origem sem
rotura total. Escolhem emocionalmente o que
levam da família de origem e o que vão criar
sozinhos. Os problemas normalmente centram-se
na dificuldade dos seus pais os reconhecerem
como “novos adultos” pseudo-independentes.
O casal faz-se de três elementos: EU, TU, NÓS.
Surge o subsistema conjugal. Autonomia, partilha
e negociação são instrumentos fundamentais de
articulação. A complementaridade torna-se o
modelo de excelência.
2. Família com filhos pequenos
Com o nascimento do 1º filho surge o subsistema
parental e os adultos avançam uma geração e
tornam-se cuidadores da geração mais nova. Há
um ajuste do sistema conjugal para criar espaço
para os filhos e surgem as tarefas de educação
dos filhos, as tarefasfinanceiras e domésticas. O
cultivo com a família alargada para incluir papéis
de pais e avós.
Existe dificuldade na distribuição de
responsabilidades (cuidados criança, tarefas
domésticas), no comportamento parental (limites
em exercer autoridade necessária), conflitos,
crianças negligenciadas, férias reduzidas,
disfunção sexual, depressão. Os avós passam a
posição secundárias ou a autoridades paternas
principais.
O tempo conjugal é vulnerável, pode ser anulado
ou interrompido, por decisão de um ou ambos os
cônjuges, mas é-se mãe e pai para toda a vida. O
relacionamento passa de Díade à Tríade com
abertura para o exterior.
3. Família com filhos na escola
Estabelecimento de relações com outros
sistemas com ocasião para crescimento ou
desenvolvimento familiar e individual. Na família e
na escola existem relações verticais e horizontais,
com cooperação, separação e autonomização às
tarefas da família.
4. Família com adolescentes
Modificação dos relacionamentos entre
progenitor- filho para o adolescente
movimentar-se para dentro e fora do sistema. A
nova definição dos filhos dentro da família e dos
papéis dos pais em relação aos seus filhos
torna-as mais flexíveis e promovem a
independência. Os adolescentes abrem a família
para um novo cortejo de valores.
Existem ajustes no que toca a família alargada
(avós, tios,...) que leva a um evento central do
casal: “crise do meio da vida” de um ou ambos os
cônjuges.
Problemas comuns: abuso de drogas, gravidez
adolescente, delinquência ou comportamento
psicótico.
É importante respeitar os sentimentos , os
valores, as atitudes e os comportamentos dos
adolescentes Os adolescentes são muito
sensíveis à verdade e coerência, e lutam para
alcançar a sua autonomia e identidade.
O grupo de pares tendem a ser iguais, a ter as
mesmas dúvidas, energias, certezas, desafios,
medos, por isso os adolescentes "sentem-se em
casa”, num ambiente mais confortável perante o
conhecimento de que o outro é como ele. Gestão
de poder: os pais temem perdê-lo e os jovens
querem alcançá-lo.
5. Família adulta
Fase mais nova e mais longa= a mais
problemática!
Ocorre o maior nº de entradas e saídas de
membros da família e o desenvolvimento de
relacionamentos adulto/adulto entre filhos
crescidos e os pais. O relacionamento passa a
incluir parentes por afinidade e netos e passa-se a
ter de lidar com incapacidades e morte dos seus
pais (cuidadores informais).
Com o passar dos anos, com a perda de algumas
capacidades, com o eventual desaparecimento
dos cônjuges ou com uma situação de doença, os
elementos da família. Algum tempo depois saem
de novo, temporariamente (hospitalização) ou
definitivamente (morte).
“Geração de sanduíche” vê os filhos partir e os
pais chegarem.
Famílias ligadas aos filhos ou aparecimento de
sentimentos paternos de vazio e depressão.
Menor responsabilidade financeira (viagens,
hobbies, novas carreiras), como 2ª oportunidade
de consolidar ou expandir explorando novos
papéis.
6. Família idosa
Homens e mulheres respondem de forma
diferente aos seus papéis e existe espaço para
partilha de sabedoria e experiências vividas entre
ambos. Insegurança quanto a independência de
cada um e uma perda substancial de amigos e
parentes.
Perda de cônjuge= reorganização da vida sozinho
e reajuste à reforma.
Manter o funcionamento e os interesses próprios
do casal em fase de declínio fisiológico
(envelhecimento ativo), aceitarem aparecimento
de incapacidades físicas ou cognitivas do
cônjuge. Aceitar a mudança dos papéis
geracionais, lidar e preparar-se para a sua própria
morte.
Mudanças no CVF
Índice de natalidade menor
Maior longevidade
Alteração no papel feminino
Crescente índice de divórcio e
recasamento
Aparecimento de novos tipos de famílias
(monoparentais, adoções …)
Casais a viverem juntos sem casar
Crescente nº de filhos a nascer fora do
casamento
Mais casais homossexuais
Mobilidade de um dos progenitores
Crescente concordância de diferentes
modelos de vida conjugal
As novas famílias obrigam a pensar em contextos
familiares que mais não são que variantes do ciclo
vital.
Uma mesma doença diagnosticada em diferentes
etapas de desenvolvimento tem distintas
implicações no tratamento, aspeto físico,
emocional e social.
Crises na família
Normativa
● Acontecimentos esperados, eventos
previsíveis (casamento, nascimento de
filhos …)
● Pode surgir períodos de dificuldade ou
crise
Não Normativa
● Acontecimentos não previsíveis ou
esperados, podem ocorrer sem qualquer
aviso (doença crónica, morte, acidente,
desemprego...)
● Desequilíbrio, confusão, angústia até que
os novos padrões de papéis e das
responsabilidades sejam estabelecidas
Modelo de Intervenção de Calgary na
Família
Após a avaliação da família é necessário definir
como intervir de forma a facilitar a mudança. O
MICF é uma estrutura organizada para
conceptualizar a interseção entre um domínio
particular do funcionamento da família e a
intervenção proposta pela enfermagem. O MICF
foca a promoção, procura melhorar o
funcionamento familiar no domínio cognitivo,
afetivo e comportamental.
As intervenções podem promover, melhorar ou
sustentar o funcionamento familiar num ou nos
três domínios. Uma alteração num domínio altera
os restantes.
O enfermeiro propõe intervenções para resolução
do problema e a recetividade da família à
intervenção pode mudar consoante a sua história,
as interações entre os membros ou o
relacionamento entre enfermeiro e família. O
MICF ajuda a determinar o domínio familiar que
necessita de mudança e a intervenção mais
adequada para aquela família.
★ Cognitivo
São intervenções que oferecem novas ideias,
opiniões, crenças, informações ou educação
sobre um problema ou risco de saúde particular. O
objetivo é mudar a maneira como uma
determinada família vê e acredita nos problemas
de saúde, de forma que os seus membros
possam descobrir novas soluções para o seus
problemas.
Intervenções
● Elogiar as forças da família e dos
indivíduos
Elogiar as forças da família
promove um contexto para a
mudança, leva a que as famílias
descubram soluções para os
seus problemas.
● Oferecer informações e
opiniões
A informação mais solicitada
pelas famílias refere-se a
questões de desenvolvimento,
promoção da saúde e
tratamento de doenças. Em
situações de doença crônica o
enfermeiro pode capacitar as
famílias para obter informação
sobre recursos e apoios, para
diminuir o impacto que as
doenças provocam na família.
★ Afetivo
São intervenções destinadas a reduzir ou
aumentar emoções intensas que podem bloquear
a família de solucionar problemas
Intervenções
● Validar ou normalizar as
respostas emocionais
Ajudar os membros a fazer a
ligação entre a doença de um
deles e a resposta emocional de
todos.
● Incentivar a narrar história da
doença
Criar ambiente para expressão
de sentimentos, dar
oportunidade de expressar o
impacto da doença sobre a
família.
● Estimular o apoio familiar
Incentivar os diferentes
membros a ouvirem as
preocupações e sentimentos de
cada um.
★ Comportamental
Ajudam os membros da família a interagir e a
comportar-se de modo diferente em relação uns
aos outros. A mudança ocorre convidando alguns
ou todos os membros da família a participar em
tarefas específicas, podendo algumas ser
iniciadas no 1º contato e outras podem ser
experimentadas noutras visitas.
Intervenções
● Incentivar os membros da
família a serem cuidadores
Retirar medos e receios a todos
os membros que possam
colaborar no cuidar.
● Incentivar ao descanso
Diminuir sobrecarga do
cuidador principal.
● Planear rituais
Sugerir rituais terapêuticos que
não foram observados pela
família (folgas, festas, leituras…)

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