Buscar

TCC PÓS 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS - FACUNICAMPS 
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM - URGÊNCIA, 
EMERGÊNCIA E UTI 
 
 
 
ALANE JOQUEBEDE OLIVEIRA SANTOS 
ALEXANDRA EPAMINONDAS CARVALHO 
CAMILA GOMES DOS SANTOS 
FELIPE MARQUES DOURADO 
FERNANDA BRITO DOS SANTOS 
RAÍZA PEIXOTO GOMES 
 
 
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AOS CUIDADOS DOS 
PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS, COM 
ENFOQUE NA UTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA - GO 
2022/2 
 
2 
 
ALANE JOQUEBEDE OLIVEIRA SANTOS 
ALEXANDRA EPAMINONDAS CARVALHO 
CAMILA GOMES DOS SANTOS 
FELIPE MARQUES DOURADO 
FERNANDA BRITO DOS SANTOS 
RAÍZA PEIXOTO GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AOS CUIDADOS DOS 
PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS, COM 
ENFOQUE NA UTI 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como 
requisito para nota da disciplina de TCC, necessária 
para a pós graduação do curso de Enfermagem em 
Urgência, Emergência e UTI, da Faculdade Unida de 
Campinas - FACUNICAMPS. Orientação: Prof.ª 
Doutora Tanielly Paula Sousa. 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA - GO 
2022/2 
3 
 
SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS NA UTI 
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AOS CUIDADOS DOS 
PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS, COM 
ENFOQUE NA UTI 
 
RESPIRATORY SYNDROMES IN THE ICU 
THE NURSE'S PERFORMANCE IN THE CARE OF PATIENTS WITH 
RESPIRATORY SYNDROMES, WITH A FOCUS ON THE ICU 
 
CARVALHO1, Alexandra Epaminondas; DOURADO¹, Felipe Marques; GOMES¹, R. P.; 
SANTOS¹, Alane Joquebede Oliveira; SANTOS¹, Camila Gomes Dos; SANTOS¹, Fernanda 
Brito Dos; SOUSA2, Tanielly Paula. 
 
RESUMO 
Objetivos: Descrever a atuação do Enfermeiro nos cuidados prestados aos pacientes com diagnóstico de 
Síndrome Respiratória e relatar como é feito a classificação do paciente com agravo respiratório para Unidade de 
Terapia Intensiva (UTI). Método: Revisão de literatura com abordagem narrativa, através do levantamento de 
dados nas bases de dados Google acadêmico, Scielo e Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando as palavras-chave: 
Síndromes respiratórias, UTI, Covid-19, Enfermagem. Resultados: As patologias do trato respiratório afetam as 
vias aéreas superiores e inferiores podendo limitar a vida do indivíduo conforme a sua cronicidade. A UTI é um 
local preparado para estabilizar o paciente crítico. Na atuação diária, a equipe de enfermagem enfrenta, além dos 
fatores externos relacionado no atendimento ao próximo, fatores inerentes a si mesmo, o adoecimento 
psicoemocional desencadeado pelo estresse e sobrecarga laboral. Conclusão: as equipes tiveram que se adaptar à 
situação para que fosse possível realizar os cuidados de acordo com o que havia disponível a eles. Assim, a 
escassez de recursos deve ser tratada como ponto fundamental para a assistência de excelência aos pacientes, 
principalmente das UTIs que exigem recursos específicos e muita importância aos que necessitam. 
 
Palavras-chave: Síndromes respiratórias. UTI. Covid-19. Enfermagem. 
 
ABSTRACT: 
Objectives: To describe the role of nurses in the care provided to patients diagnosed with Respiratory Syndrome 
and to report how the classification of patients with respiratory distress to the Intensive Care Unit (ICU) is 
performed. Method: Literature review with narrative approach, through data collection in the databases Google 
 
1
Alexandra Epaminondas Carvalho, Enfermeira, cursando especialização em Terapia Intensiva e Urgência e 
Emergência. E-mail: Alexandra.alegc7@gmail.com 
Felipe Marques Dourado, Enfermeiro, cursando especialização em Terapia Intensiva e Urgência e Emergência. 
E-mail: fmd.enf.dourado@gmail.com 
Alane Joquebede Oliveira Santos, Enfermeira, cursando especialização em Terapia Intensiva e Urgência e 
Emergência. E-mail: alanejoquebede.2010@gmail.com 
Camila Gomes Dos Santos, Enfermeira, cursando especialização em Terapia Intensiva e Urgência e Emergência. 
E-mail: camilagdssantos@gmail.com 
Fernanda Brito Dos Santos, Enfermeira, cursando especialização em Terapia Intensiva e Urgência e Emergência. 
E-mail: fernandabritofofa2@gmail.com 
2 Dra. Tanielly Paula Sousa. Orientadora do estudo. Professora na Faculdade Unida de Campinas. E-mail: 
tanielly.sousa@facunicamps.edu.br 
4 
 
Academic, Scielo and Virtual Health Library, using the keywords: Respiratory Syndromes, ICU, Covid-19, 
Nursing. Results: Respiratory tract pathologies affect the upper and lower airways and may limit the individual's 
life according to their chronicity. The ICU is a place prepared to stabilize the critical patient. In daily 
performance, the nursing team faces, in addition to the external factors related to the care of others, factors 
inherent to itself, the psychoemotional illness triggered by stress and work overload. Conclusion: the teams had 
to adapt to the situation so that it was possible to perform the care according to what was available to them. 
Thus, the scarcity of resources should be treated as a fundamental point for the care of excellence to patients, 
especially ICUs that require specific resources and great importance to those in need. 
 
Keywords: Respiratory syndromes. ICU. Covid-19. Nursing. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 No ano de 2020, durante a pandemia da Covid-19, evidenciou-se uma carência voltada 
aos cuidados prestados aos pacientes com síndrome respiratória, principalmente nas unidades 
de terapia intensiva (UTI). A falta de preparo estrutural dos hospitais relacionada à quantidade 
de leitos, equipamentos de UTI (entre eles: o ventilador pulmonar), recursos humanos e ou 
materiais, fármacos e o desconhecimento da equipe de saúde sobre o agravamento das 
síndromes respiratórias, sobretudo relacionado às complicações pela Covid-19, dificultou a 
situação geral (HOLANDA; PINHEIRO, 2020; GOMES; SOUSA, 2021). 
 A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é caracterizada por Síndrome Gripal 
(SG) com dispneia/desconforto respiratório, pressão ou dor persistente no tórax, ou ainda 
saturação de oxigênio (O2) menor que 95% em ar ambiente ou cianose labial/facial 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021). Com o advento da pandemia da Covid-19 muitas pessoas 
desenvolveram Insuficiência Respiratória Aguda - IRpA, como complicação causada pelo 
vírus, além de outros agravos como a síndrome do desconforto respiratório agudo - SDRA, ou 
até mesmo a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) (OLIVEIRA et al., 2019; LIMA, 
2021). 
Tendo observado a necessidade de uma rápida intervenção dos profissionais de 
enfermagem, principalmente quanto aos cuidados com os pacientes portadores de síndromes 
respiratórias na UTI, é fundamental avaliar como o Enfermeiro atuou diante da pandemia da 
Covid-19 sem ter uma preparação adequada para lidar com as síndromes respiratórias, no que 
concerne ao agravo, às complicações e à fatalidade. 
Sendo assim, a relevância do aperfeiçoamento na atuação do enfermeiro e equipe de 
enfermagem, nos cuidados aos portadores das doenças respiratórias e suas especificidades, 
está na melhoria do atendimento a esses pacientes e no aumento de sua sobrevida. Dessa 
forma, para o aumento da qualidade na prestação do serviço ofertado pela equipe de 
5 
 
enfermagem, é necessário um preparo mais satisfatório e adequado frente aos episódios de 
instabilidade diante do imprevisível nos serviços de saúde. 
Os profissionais de enfermagem se desdobram na realização de suas funções para 
garantir o atendimento conforme as necessidades dos pacientes. O enfermeiro utiliza a 
ferramenta da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), realizando a anamnese e 
histórico completo do paciente. Além disso, deve estar preparado para lidar com as 
tecnologias no âmbito da UTI, ser habilidoso nas ações diretas ao paciente, e atuar com 
conhecimento e responsabilidade (OUCHI et al., 2018). 
Porém, não é necessário apenas conhecer, mas também ter autonomia no 
desenvolvimento das medidas cabíveis à prevenção, ao cuidado, evitando, inclusive,a piora 
no quadro de saúde desses pacientes, agindo com equilíbrio e foco, mesmo em situações 
adversas. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a atuação do Enfermeiro nos cuidados 
prestados aos pacientes com diagnóstico de Síndrome Respiratória. Como objetivo específico 
pretende-se demonstrar como é realizada a classificação do paciente com agravo respiratório 
no ambiente da Unidade de Terapia Intensiva. 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 Sistema respiratório humano 
 A imagem 1 abaixo relaciona os principais órgãos relacionados a anatomia do sistema 
respiratório humano. 
 
Imagem 1. Panorama do sistema respiratório; vista medial, assim como ventral 
6 
 
Fonte. Sobotta. Atlas de anatomia humana. Volume 1, Cabeça, Pescoço e Extremidade 
Superior. 21ª Edição, Editora Guanabara. 
 
Conforme Nascimento Jr. (p. 174, 2020), o sistema respiratório é dividido em vias 
aérea superiores (do nariz à laringe), vias aéreas inferiores (da traqueia aos alvéolos) e 
pulmões. 
O sistema respiratório é um dos sistemas importantes do nosso organismo, trabalha 
juntamente com o coração para enviar uma demanda de oxigênio para os tecidos, órgãos e 
células. No sistema respiratório acontece a hematose, a troca gasosa entre O2 (oxigênio) e 
Co2 (dióxido de carbono). Sua estrutura é formada pelas as narinas e cavidade nasal onde 
ocorre a filtração, o aquecimento e a umidificação na entrada do ar. Depois ele percorre pela 
laringe, traquéia se ramifica entre os dois pulmões, brônquios, bronquíolos e quando chega 
aos alvéolos acontece a hematose, o O2 entra nos capilares dentro das hemácias e o Co2 passa 
pelos os alvéolos para ser excretado para fora do organismo (ANATOMIA DO CORPO 
HUMANO, 2022, p. 138-150). 
 
2.2 Enfermidades do aparelho respiratório 
 As patologias do trato respiratório afetam as vias aéreas superiores e inferiores, 
podendo limitar a vida do indivíduo conforme a sua cronicidade. Entre as doenças 
respiratórias crônicas (DRC) prevalentes no mundo estão: asma, rinite alérgica e a doença 
7 
 
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), acompanhada pela atenção primária em saúde, na fase 
leve a moderada. O principal sintoma é a tosse persistente com ou sem outro sinal de alteração 
do padrão respiratório (BRASIL, 2010). 
 Uma inflamação prolongada nos brônquios, bronquíolos e parênquima pulmonar 
contribui para o desenvolvimento das DPOCs como: bronquite, bronquiolite obstrutiva e o 
enfisema pulmonar (GOMES et al., 2020). 
 Nas DPOCs os alvéolos são comprometidos dificultando o fluxo aéreo, podendo 
aumentar a secreção nos brônquios alargando suas paredes, levando à bronquite crônica. Os 
poluentes contidos no ar atmosférico são sua principal causa, principalmente o tabagismo, 
sendo agravado porque o tabagista não se atenta para a dificuldade respiratória, provocando a 
evolução da doença com incapacidade pulmonar e com pouca chance de reversão 
(MARIOTTO; IETSUGU, 2018). Já no enfisema pulmonar, o órgão perde a elasticidade de 
retração e a expiração fica prejudicada (PORTO, 2010), situação também agravada com o 
tabagismo. 
 Qualquer doença pulmonar pode desencadear a Insuficiência Respiratória (IRp), 
agravo relacionada à falha na hematose pulmonar, comprometendo a Pressão Arterial de 
Oxigênio (PaO2) e a Pressão Arterial de Dióxido de Carbono (PaCO2). Essa falha acontece 
devido ao desgaste muscular sofrido no aparelho respiratório, em constante sobrecarga, 
provocando obstruções e a hiperinsuflação dos pulmões (LIMA, 2021). 
 Nas pneumonias ocorre um “processo inflamatório do parênquima pulmonar, 
compreendendo várias condições clínicas: pneumonia, pneumonite, broncopneumonia, 
pneumonia atípica, pneumonia nosocomial, pneumonia viral, fúngica, bacteriana entre outras” 
(PORTO, 2010, p. 751). 
Com a progressão da doença, na diminuição de ventilação nos alvéolos, favorece-se a 
hipercapnia e o déficit de compensação de oxigênio, estabelecendo-se o quadro de 
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA). O padrão respiratório sofrerá alterações com sinais 
clínicos visíveis, levando o paciente à incapacidade inspiratória (LIMA, 2021). 
 Outro agravante da IRpA é o coronavírus, assim nomeado por possuir aparência de 
coroa em visualização microscópica, sendo o mais recente causador da pandemia encontrado 
no território chinês no final de 2019. Dentre os coronavírus identificados, destacam-se o 
“SARS-CoV (causador da síndrome respiratória aguda grave ou SARS), MERS-CoV 
(causador da síndrome respiratória do Oriente Médio ou MERS) e o SARS-CoV-2” causador 
da COVID-19 (LIMA, 2020). 
8 
 
O vírus da SARS-Cov-2 é o causador de uma das síndromes respiratória aguda grave 
por conter uma proteína S que se conecta a enzima ACE 2 (enzima de conversão angiotensina 
tipo 2) presente nas células do pulmão humano. Um dos primeiros casos do novo coronavírus 
foi identificado em Wuhan, na província de Hubai na China. A origem da SARS-Cov 2 ainda 
vem sendo pesquisada, pois não se sabe ao certo como surgiu. Alguns estudos evidenciam a 
semelhança com o coronavírus pangolins Manisjavanica (pangolins malaio) ou coronavírus 
de morcego, mas são necessários ainda novos estudos para definir o principal progenitor da 
SARS Cov-2 (NOGUEIRA; SILVA, 2020). 
Alguns pesquisadores especulam que a origem do coronavírus veio dos morcegos por 
serem reservatório dos vírus SARS-CoV, o SARS-CoV-2 e o MERS-CoV 14. Nesse sentido, 
a SARS-CoV 2 está relacionada com o BatCoVRaTG 13, detectado nos morcegos na 
província de Yunnan na China, sendo a principal hipótese, uma vez que a hipótese 
relacionada à origem no mercado de Wuhan foi descartada, pois nesse local não havia a 
comercialização de morcegos. Portanto, esses estudos acreditam que os morcegos tenham 
transmitido o vírus para os pangolins (mamíferos que vivem em zonas tropicais da Ásia e da 
África) e posteriormente ao homem (BRITO et al., 2020). 
 A fisiopatologia do coronavírus no organismo pode provocar também a Síndrome do 
Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), caracterizada por opacidades bilaterais, edema 
pulmonar não cardiogênico e hipoxemia com pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de 
oxigênio (PaO2/FiO2) < 300 com pressão positiva expiratória final (PEEP) > ou = 5cmH2O 
(OLIVEIRA; TEIXEIRA; ROSA, p. 555, 2019). 
Para tratar a SDRA, foi adotado como medida terapêutica o uso do decúbito ventral ou 
posição prona, com a finalidade de melhorar a ventilação/perfusão, o que deve ser feito nas 
primeiras 48 horas do início dos sintomas. A posição prona deve ser utilizada em pacientes 
com grandes dificuldades de trocas gasosas, possibilitando um maior conforto respiratório da 
oxigenação, promovendo alívio da tensão pulmonar, quando em decúbito ventral (BORGES 
et al., 2020). 
A qualificação da equipe de saúde nos próprios centros hospitalares, com treinamentos 
e quantidade adequada de profissionais (que pode variar de 3 a 5 pessoas), pode ajudar a 
desenvolver um atendimento especializado para o cliente que precisa dessa terapia. Por meio 
do exame de gasometria, após uma hora de ter realizado a manobra, é avaliado se o paciente 
poderá ser mantido em pronação. Este mesmo exame deve ser realizado 4 horas depois que 
retornar o paciente à posição supina, para reavaliar a necessidade de continuar ou não na 
posição prona (BORGES et al., 2020). 
9 
 
 
2.3 Cuidados da Enfermagem 
A enfermagem atua com base nos preceitos éticos e legais da categoria, por meio dos 
protocolos organizados da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que visa 
organizar o processo de trabalho da equipe de enfermagem, devendo se apossar ainda de um 
olhar de integralidade para com o paciente, respeitando sua singularidade (NUNES et al., 
2019). 
Utilizando-se do processo de enfermagem (PE) conforme a resolução COFEN 
358/2009, organizado em cinco etapas: Coleta de dados de enfermagem; Diagnóstico de 
enfermagem; Planejamento de enfermagem; Intervençãode enfermagem e Avaliação de 
enfermagem, o enfermeiro é direcionado na elaboração das suas rotinas para o atendimento 
qualificado. O PE é um instrumento que permite o julgamento clínico e a reavaliação dos 
cuidados prescritos, possibilitando ao enfermeiro uma percepção dos resultados do seu 
próprio trabalho. As taxonomias padrão da enfermagem como: North American Nursing 
Diagnosis Association (NANDA), Nursing Outcomes Classification (NOC), Nursing 
Interventions Classification (NIC) e a Classificação Internacional para a Prática de 
Enfermagem (CIPE) também se somam a esta etapa, conforme OLIVEIRA et al. (2019, p. 6). 
Dentro do seu processo de trabalho, enfermeiro ainda precisa monitorar 
constantemente e atentar aos sinais de instabilidade do paciente. A UTI é um local preparado 
para estabilizar o paciente crítico, que além dos equipamentos materiais, conta também com 
uma equipe multiprofissional que se esforça para oferecer suporte adequado (ZIN et al., 
2021). 
A enfermagem atua ainda, na promoção, prevenção e reabilitação do paciente, 
cuidando e intervindo quando necessário. Além disso, cria e recria rotinas e se readapta de 
acordo a necessidade do momento (MARQUES, et al., 2021). 
Outra ferramenta da enfermagem é a Semiologia e a Semiotécnica utilizadas na 
consulta de enfermagem, usando os métodos propedêuticos: inspeção, ausculta, palpação e 
percussão. Através da observação e avaliação torácica ou na avaliação tegumentar no 
paciente, é possível adquirir informações sobre o estado respiratório. Achados como: cianose 
de extremidades, taquipneia, tiragem intercostal, frêmito diminuído ou aumentado, o tipo de 
emissão do som pulmonar, trazem clareza sobre o estado respiratório, permitindo ao 
Enfermeiro o levantamento dos diagnósticos de enfermagem (RÉGINO et al., 2020), sinais e 
10 
 
sintomas fundamentais para a compreensão da clínica do paciente com síndromes 
respiratórias, possibilitando intervenções adequadas em tempo hábil. 
 
2.4 Manejo 
O primeiro atendimento aos pacientes com problemas respiratório inicia-se na atenção 
primária em saúde, passando, preferencialmente, pela equipe da Estratégia Saúde da Família 
(ESF). Indivíduos que apresentam Síndrome Gripal leve são tratados na unidade de saúde 
com manejo terapêutico e isolamento domiciliar, e os casos graves necessitam de 
encaminhamento aos centros de referência, urgência/emergência ou hospitais (MINISTÉRIO 
DA SAÚDE, 2020). 
O indivíduo com sintomas de febre, tosse ou dor de garganta, e mais um dos sintomas 
de: mialgia, cefaleia ou artralgia, é caracterizado como portador de Síndrome Gripal. Havendo 
dispneia, desconforto respiratório, saturação de oxigênio menor que 95% ou piora de uma 
doença preexistente, o paciente é classificado com Síndrome da Respiratória Aguda Grave 
(SRAG), podendo evoluir com insuficiência respiratória, instabilidade hemodinâmica, 
disfunção de órgãos vitais e choque. Nesse caso deve-se avaliar a necessidade de internação 
na UTI, realizar o acompanhamento e notificar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). 
 
3. METODOLOGIA 
 Trata-se de uma revisão de literatura do tipo narrativa. O levantamento de dados foi 
realizado em plataformas de dados indexadas digitalmente, sendo elas: Google acadêmico, 
Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). 
Para a seleção dos estudos, considerou-se estudos dos últimos cinco anos, utilizando as 
seguintes palavras-chave: Síndromes respiratórias, UTI, Covid-19, Enfermagem, utilizando o 
operador boleano AND. A busca dos estudos iniciou no mês de abril do ano de 2022. Como 
critério de exclusão, adotou-se estudos no idioma inglês e espanhol, além de artigos que não 
estavam disponíveis na sua íntegra de forma gratuita (livre acesso). 
Foram priorizados artigos que trouxessem uma visão do período pandêmico, voltado 
para o agravamento das síndromes respiratórias e a atuação do enfermeiro na Unidade de 
Terapia Intensiva. 
 
11 
 
4. RESULTADO E DISCUSSÕES 
Diante dos desafios do cuidado com os pacientes, os profissionais de enfermagem 
estão mais propensos a desenvolver problemas psicológicos. O emocional fica abalado e o 
corpo cansado e, é preciso atender ao outro e lidar consigo mesmo (MARQUES, et al., 2021). 
Mesmo se deparando com a falta de recursos, escassez de leitos, jornada de trabalho 
prolongada, desfalque de profissionais e novos protocolos em modificação frequente, a 
enfermagem permanece no desempenho da sua função. Na atuação diária, a equipe de 
enfermagem enfrenta, além dos fatores externos – relacionados ao atendimento ao próximo –, 
fatores inerentes a si mesma, como o adoecimento psicoemocional desencadeado pelo estresse 
e sobrecarga laboral. Além de contribuir assistencialmente, o enfermeiro desempenha função 
de liderança, gerindo equipes e criando mecanismos para a solução de problemas, o que eleva 
ainda mais seu nível de responsabilidade (ZIN et al., 2021). 
Na pandemia da Covid-19, os profissionais de enfermagem precisaram modificar o 
atendimento. Até o tempo gasto no banho do paciente, precisou ser reduzido. Os cuidados e a 
atenção nos procedimentos tiveram que ser redobrados. Muitos indivíduos perderam a vida 
por falta de internação, desprovimento de ventilador mecânico ou até mesmo em 
consequência da disponibilidade de leito de UTI (MARQUES, et al., 2021). 
Pelos estudos foi identificado que os pacientes na posição prona tiveram melhora na 
oxigenação e o tempo de permanência também interferiu na melhora da saturação de 
oxigênio, otimizando as trocas gasosas (BORGES et al., 2020). 
Porém, existem diversos fatores que influenciam na adesão da posição, como por 
exemplo, a falta de profissionais treinados e qualificados para realização dessa manobra, ou 
até mesmo, as contraindicações que podem ser absolutas ou relativas, ou mesmo devido à 
pressão cutânea ocasionada no paciente pela posição (BORGES et al., 2020). 
Dentro das indicações da pronação do paciente sabemos que ela deve ser utilizada de 
preferência nas primeiras 24 horas em pacientes que estejam de forma grave dentro do quadro 
da Síndrome Respiratória Aguda Grave para melhora na saturação do nosso paciente. Como 
todos os tipos de procedimento feitos, também existe as contraindicações dessa modalidade 
que é a pronação (BORGES et al., 2020). 
Nas contraindicações temos: arritmias graves, fraturas pélvicas, difícil manejo das vias 
aéreas, politrauma com fraturas não estabilizadas, entre outros. Quando realizada a posição de 
prona em um paciente pode acontecer de haver alguns tipos complicações, como por exemplo, 
as lesões por pressão. Para realização da manobra com sucesso, é necessário de 3 a 5 
12 
 
profissionais extremamente capacitados, o que infelizmente, relacionada à capacitação dos 
profissionais, como já citado, é um problema, pois quase não se tem profissionais capacitados 
para realizar a mesma (BORGES et al., 2020). 
Estudos apontam que a SAE pode auxiliar de forma positiva dentro do quadro desses 
pacientes, trazendo maior segurança nas ações em saúde e podendo prevenir vários tipos de 
eventos adversos nos pacientes hospitalizados (ANDRADE et al., 2021). 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conclui-se que a pandemia da Covid-19, nos últimos tempos, foi crucial para 
evidenciar a carência de recursos existente no sistema de saúde. Os pacientes acometidos por 
síndromes respiratórias durante esse tempo recorreram ao sistema e presenciaram a falta de 
preparo das equipes e unidades de saúde, falta de equipamentos e leitos necessários. A 
assistência prestada aos casos de maior gravidade foi realizada nas unidades de terapia 
intensiva, e durante a pandemia, em que a demanda acabou sendo muito maior do que a 
oferta, a carência desses recursos gerou um quadro de superlotação e caos. 
A abordagem do tema é de suma importância, pois essa escassez de recursos é vivida 
dia a dia durante a assistência à saúde e nãoapenas durante a pandemia, e deve ser tratada 
como ponto fundamental para a assistência de excelência aos pacientes, principalmente das 
UTIs, que exigem recursos específicos e muita importância aos que necessitam. 
Durante os estudos, podemos observar que, durante a assistência, as equipes tiveram 
que se adaptar à situação para que fosse possível realizar os cuidados de acordo com o que 
havia disponível a eles. Esse fato torna muito visível a falta de recursos e condições às 
equipes. Podemos usar como exemplo a necessidade de redução do tempo nos banhos dos 
pacientes para que fosse possível realizar em todos os pacientes internados nas UTIs devido à 
superlotação das mesmas. 
Dá-se por conclusão que a pesquisa teve a intenção de evidenciar que as discussões 
sobre atender as demandas dos recursos necessários não deve ser feita apenas devido à 
pandemia, mas de forma recorrente buscando amenizar as falhas e trazer a assistência devida 
ao paciente como um todo. 
 
 
 
13 
 
REFERÊNCIAS 
BORGES, D. L.; et al. Posição prona no tratamento da insuficiência respiratória aguda na 
COVID-19. ASSOBRAFIR Ciência. Vol. 11, n. 1, p. 111-120, 2020. 
BRASIL. Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional ESPII. Protocolo de 
Manejo Clínico de SRAG e Protocolo de Vigilância Epidemiológica da Influenza Pandêmica 
(H1N1) Notificação, Investigação e Monitoramento. Governo do Estado do Pará. Versão IV, 
Belém - PA, 2010. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças Respiratórias Crônicas. Caderno de Atenção Básica, 
n. 25. Brasília - DF, 2010. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (COVID-19) na 
Atenção Primária à Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS). Versão 7. Brasília 
– DF, 2020. 
BRITO, S. B. P. et al. Pandemia da COVID-19: o maior desafio do século XXI. Revista Visa 
em debate, sociedade, ciência e tecnologia. Vigilância sanitária em debate. Volume 8, n. 2, 
p. 54-63, 2020. 
GOMES, R. V., et al. Análise do perfil epidemiológico das internações hospitalares de 
pacientes com DPOC no SUS em Sergipe: do ano de 2018. Cadernos de Graduação. Ciências 
Biológicas e de Saúde Unit. Aracaju, Volume 6, n. 2, p. 23-36, 2020. 
GOMES, R. N. F.; SOUSA, M. N. A. Gestão hospitalar em tempos de pandemia: dificuldades 
e estratégias de enfrentamento. BioethicsArchives, Managementeand Health. Volume 1, n. 
1, p. 89-101, 2021. 
HOLANDA, M. A.; PINHEIRO, B. V. Pandemia por COVID-19 e ventilação mecânica: 
enfrentando o presente, desenhando o futuro. Jornal Brasileiro de Pneumologia. Vol. 46, n. 
4, 2020. 
LIMA, F.V.S.O. Análise dos fatores prognósticos do uso da ventilação não-invasiva em 
pacientes com diagnóstico de tumores sólidos em insuficiência respiratória aguda. 
Universidade de Brasília - UnB. Brasília - DF, 2021. p. 20-23. 
LIMA, C. M. A. O. Informações sobre o novo coronavírus (COVID-19). Radiologia 
Brasileira, Vol. 53, n. 2, p.V-VI, 2020. 
MARIOTTO, G. S.; IETSUGU, M. do V. Métodos de diagnóstico por imagem do Enfisema 
Pulmonar. VII JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica da Fatec de Botucatu. 
São Paulo, 2018. 
MARQUES, A. C. C.; et al. Dilemas vividos pela equipe de enfermagem no cuidado ao 
paciente com Covid-19 na UTI: Revisão integrativa. Research, SocietyandDevelopment. 
Vol. 10, n. 12, 2021. 
MUNIZ, G. Anatomia do corpo humano. São Paulo: Pae Editora, 2022. 
NASCIMENTO JR. B. J. Anatomia Humana Sistemática Básica. Primeira edição. 
UNIVASF, Petrolina – PE, 2020. 
14 
 
NOGUEIRA, J. V. D.; SILVA, C. M. Conhecendo a origem do SARS-COV-2 (COVID-19). 
Revista Saúde e Meio Ambiente - RESMA. Três Lagoas, Volume 11, n. 2, p. 115-124, 
2020. 
NUNES, M.R. A atuação do enfermeiro em unidade de terapia intensiva na Pandemia de 
COVID-19: relato de experiência. Revista Eletrônica Acervo Saúde. Porto Alegre, Porto 
Alegre - RS, Vol. 11 n. 12, 2020. p. 1-6. 
OLIVEIRA, A. N. et al. Instrumentos para o processo de enfermagem em unidade de terapia 
intensiva: uma revisão integrativa. Revista eletrônica Acervo Saúde, p. 1-8, 2019. 
OLIVEIRA, R.P.; TEIXEIRA, C.; ROSA, R.G. Síndrome do desconforto respiratório agudo: 
como estão os pacientes após a unidade de terapia intensiva? Revista Brasileira de Terapia 
Intensiva. Vol. 31, n. 4, p. 555-560, 2019. 
OUCHI, J. D. et al. O papel do enfermeiro na unidade de terapia intensiva diante de novas 
tecnologias em saúde. Revista Saúde em Foco – Edição nº 10, 2018. 
PORTO, CelmoCeleno; coeditor PORTO, Arnaldo Lemos. Vademecum de Clínica Médica. 
3ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 
RÉGINO, H. A. F. et al. Elaboração de instrumento de coleta de dados para o exame físico do 
aparelho respiratório. Revista Saúde Coletiva. Volume 10, n. 55, 2020. 
ZIN, C. F. F. et al. Atuação de acadêmicos de enfermagem em uma unidade de terapia 
intensiva covid-19: um relato de experiência. BrazilianJournalofHealth Review, Curitiba. 
Volume 4, n. 6, p. 25770-25784, 2021.

Continue navegando