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Peça prático profissional Alberto,(RECLAMANTE) residente e domiciliado em Anápolis-GO, foi contratado em 27/04/18 (INÍCIO DO CONTRATO DE TRABALHO) por uma empresa como vendedor externo. A função de Alberto era apresentar e vender para farmácias e profissionais da área médica os mais novos medicamentos fabricados pela empregadora, a empresa AstroMed (RECLAMADO). Alberto fora contratado pela matriz da empresa, localizada em Goiânia-GO, para prestar serviço de venda de medicamentos nos estados de Goiás e Minas Gerais. Depois de dois anos trabalhando para a empresa, em 27/04/20, um colega admitido na mesma data que Alberto recebeu reajuste salarial, porém, para a surpresa de Alberto, o mesmo reajuste não foi concedido a ele. IMPUGNAÇÃO 1: as atividades e a função devem ser as mesmas para que a equiparação seja deferida. Em nenhum momento foi narrado pelo reclamante que as funções eram idênticas. Art. 461 da CLT. O ônus da prova cabe ao reclamante no que conceito aos fatos constitutivos de seu direito – Art. 818, I CLT. Dessa feita, o empregado procurou um advogado para dar início a ação na justiça do trabalho com o objetivo de cobrar as diferenças salariais resultantes da aplicação do índice de reajuste concedido ao colega, além de seus reflexos. Antes mesmo de ingressar em juízo, a intenção de Alberto chegou ao conhecimento do empregador, que o convocou para uma reunião, realizada na presença de outros empregados. Ao ser inquirido acerca de sua intenção de processar a empresa, Alberto confirmou seu propósito e alegou que se sentia preterido e injustiçado, já que sempre cumprira suas funções com o mesmo ânimo que o colega beneficiado. Após o encerramento da reunião, Alberto, firme em sua decisão de ingressar com reclamação trabalhista, foi informado que sua área de vendas seria alterada para o Distrito Federal. Visitando a nova sede da empresa a qual passou a estar subordinado, Alberto notou imediatamente que passaria a ser alvo de desprezo por parte de seus superiores, tendo em vista que já estavam cientes do desconforto ocorrido em Goiânia. Por desaprovarem a atitude de Alberto, seus novos superiores começaram a ignorá-lo e reduzir substancialmente suas atribuições, a ponto de o deixarem sem qualquer atividade de venda durante mais de dois meses, o que fez que as comissões do empregado fossem reduzidas a zero. Nesse período, Alberto aguardava ordens em sua residência, tendo em vista que fora contratado como vendedor externo e não havia um meio ambiente de trabalho fixo o qual pudesse ficar. Essa situação permaneceu inalterada por algum tempo. Em razão desse fato Alberto passou a ficar constrangido e desgostoso em relação ao seu trabalho, decidindo que não queria mais servir a empresa, passando a pensar na possibilidade de pedir demissão. Três meses após sua transferência, a empresa começa a passar por dificuldades financeiras e vem a encerrar suas funções em definitivo em todo Brasil. IMPUGNAÇÃO 2 – A REDUÇÃO DE TRABAHO SE DEU PELA CRISE ECONÔMICA DA EMPRESA. O TRATAMENTO DISCRIMINATÓRIO NÃO PASSA DE UMA IMPRESSÃO DO EMPRESAGO, TENDO EM VISTA QUE ALEGA QUE ERA IGNORADO PELOS SUPERIORES, PORÉM, NÃO EXISTE UM PARÂMETRO DE COMPARAÇÃO DE TRATAMENTO QUE O CONFUGURE COMO DISCRIMINATÓRIO, TENDO EM VISTA QUE O RECLAMANTE NEM EXERCIA SUAS ATIVIDADES NO ÂMBITO EMPRESARIAL. NÃO HOUVE COMPROVADA OFENSA A NENHUM JURÍDICO TUTELADO. NÃO ENCONTRA-SE JUSTIFICATIVA PERTINENTE PARA O PLEITO, TENDO EM VISTA QUE A INEXISTÊNCIA DOS REQUISTOS EXIGIDOS NOS ARTIGOS 223-A E SEGUINTES DA CLT. ÔNUS DA PROVA É DO RECLAMANTE – 818, I CLT. Imediatamente após o fechamento da empresa, Alberto procurou seu advogado para que fossem adotadas as medidas legais cabíveis para solicitação de indenização por assédio moral e equiparação salarial relativa ao ocorrido antes de sua transferência. O advogado junta todas as provas passíveis de provar os direitos de Alberto e protocola a reclamação em Brasília-DF. Como advogado da sociedade empresária, protocole a peça processual pertinente a defesa dos direitos da empresa, tendo em vista que a AstroMed foi notificada acerca da demanda movida por Alberto em 28/09/2021 (segunda-feira). Observação: Date a peça com o último dia do prazo para o protocolo. Ademais, toda e qualquer causa de defesa processual deve ser ensejada entes da defesa material que por ventura possa existir. AO JUÍZO DA ... DO TRABALHO DE BRASÍLIA-DF Processo nº. ... ASTROMED, sociedade empresária já qualificada nos autos da reclamação trabalhista movida por ALBERTO, também já devidamente qualificado, vem, respeitosamente, perante esse juízo, representado por seu advogado que essa subscreve, com procuração em anexo e escritório localizando no endereço..., apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no artigo 847 da Consolidação das Leis do Trabalho, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. DA SÍNTESE PROCESSUAL Trata-se de contestação trabalhista apresentada tempestivamente em razão da reclamação proposta por ALBERTO, contratado pela empresa em 27.04.2018, tendo sido demitido sem justa causa em..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor e que servem de base para impugnação específica. DA IMPUGNAÇÃO DE MÉRITO Da improcedência do pedido de equiparação salarial Nota-se pela própria narrativa do reclamante, que não há qualquer menção a similitude e, menos ainda, igualdade nas atividades desenvolvidas pelo ex empregado e seu paradigma. Ainda nesse sentido, o reclamante não menciona em nenhum momento que as funções desempenhadas eram idênticas. Assim, o requisito básico presente no artigo 461 da CLT não pode ser suprido, tendo em vista que exige que as atividades e/ou funções sejam idênticas para que o pleito da equiparação salarial seja inicialmente possível. Ademais, prevê o artigo 818, I da CLT que ônus da prova caberá a quem alegue possuir direitos. Assim, exige-se que, no mínimo, o reclamante prove a similitude das atividades, fato esse que não foi se quer mencionado e menos ainda provado. Por essas razões, pugna-se pela improcedência do pedido feito pelo reclamante sobre a equiparação salarial. Além disso, menciona-se a improcedência de direitos reflexos em razão a improcedência do pleito. Da improcedência dos danos morais Como se nota pela narrativa fática apresentada, existe incoerência entre os fatos e o pleito. Ocorre que que reclamante fora contratado como vendedor externo, ou seja, não havia controle de jornada e, além disso, não prestava serviços no espaço física da empresa, respondendo por demandas em seu próprio domicílio. A incoerência surge a partir do momento que ele alega tratamento discriminatório e que seus superiores o tratavam de forma díspare, o ignorando. Esse fato é de extrema contradição, tendo em vista que o reclamado não frequentava a empresa e nem mantinha contado com seus superiores de forma direta e/ou pública, não havendo qualquer demonstração de prova dos autos. Além disso, alega ócio excessivo, o que pode ser facilmente explicado pelo fato de que a empresa estava em grave crise econômica, tendo reduzido substancialmente suas demandas, razão pela qual a carga laboral diminuiu. Assim, não existem os fatos constitutivos do ensejo de dano extrapatrimonial presente nos artigos 223-A e seguintes da CLT, ou seja, não há prova de danos aos direitos da personalidade do reclamante (honra, moral, imagem, integridade). Em ato contínuo, lembra-se que o ônus dos fatos constitutivos dos direitos pleiteados é de quem alega, ou seja, do reclamante. Assim, pugna-se pela improcedência do pedido de indenização por assédio moral. Dos honorários Requer a condenação do reclamante ao pagamento dos honorários, conforme previsão do artigo 791-A da CLT, em seu valor máximo qual seja 15% do valor da causa. Da conclusão Diante o exposto, requer: Que seja notificada a parte reclamante para, querendo, apresentar a réplica. Que sejam considerados improcedentes os pleitos feitos pelo reclamante em relação a equiparação salarial e a indenização por danos extrapatrimoniais devido a ausência de provas. Que seja o reclamantecondenado ao pagamento de custas processuais e honorários. Termos em que, Pede deferimento. Local/data. Advogado/OAB