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Modelo Contestação Trabalhista

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AO JUÍZO DO TRABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE 
PRUDENTE/SP 
 
 
 
Processo n° 0002235.00.2022.5.05.0072 
 
 
 
 
 
LANCHONETE LOUCOS POR LANCHE LTDA, pessoa jurídica de direito privado, 
inscrita no CNPJ nº __, sediada na Rua __, nº __, Bairro ___, CEP: ___, Álvares 
Machado/SP, com endereço eletrônico ________, por seu representante legal __, 
brasileiro, solteiro, empresário, portador da cédula de identidade de RG nº __ e 
inscrito no CPF sob nº __, nos autos da demanda em epígrafe proposta por CARLOS 
DANIEL SILVA, já qualificado nos autos, por seus advogados, que esta subscreve, 
com escritório profissional na Rua ___________, bairro _________, cidade ________ , 
onde recebe intimações e notificações de praxe, vem à presença de Vossa Excelência, 
com base no artigo 847, da CLT e 335 do NCPC, apresentar CONTESTAÇÃO, pelos 
fatos e fundamentos que passa a expor: 
 
1. DA SÍNTESE FÁTICA 
Carlos Daniel Silva foi admitido a prestar serviços de entrega para a 
parte requerida em 15/10/2015, no que concerne à entrega de lanches e outros tipos 
de aperitivos a domicílio aos clientes da empresa, a qual se encontra localizada no 
município de Álvares Machado/SP. 
Alega a parte requerente que nunca foi devidamente registrada, ou seja, 
sua carteira de trabalho nunca foi assinada. Tal fato, porém, em nada afeta a relação 
de trabalho entre Autor e Requerida, vez que não se trata de relação de emprego, 
mas sim de contrato de prestação de serviços entre as partes. 
Não obstante, a parte autora defende que trabalhava das 18 horas até 
as 3 horas e 40 minutos. Não mencionou, todavia, que 40 minutos desse tempo era 
reservado para refeições, e além disso, o período de tempo ao qual o Autor se disporia 
a prestar serviços para a Requerida foi fixado pelas partes, bem como sua retribuição, 
conforme as regras do art. 596, do CC. O Autor fazia em média 10 entregas em seu 
turno de trabalho, e normalmente recebia R$ 1,00 de bonificação espontânea de cada 
cliente, gerando uma média de R$ 200,00 (duzentos reais) mensais. Carlos Daniel 
exercia suas funções durante seis dias na semana e, como aceitou prestar serviços 
tendo folga às 2ª feiras, logicamente não possuía folga aos domingos. 
A parte requerente também deixou de mencionar que a remuneração 
do Autor era paga por item entregue (conforme dito no parágrafo anterior), no valor 
de R$ 4,50 no ano em que começou a prestar serviços à parte requerida, e no valor 
de R$ 6,50 após o ano de 2021. Não obstante, em razão da atividade que 
desempenhava, o Autor podia escolher diariamente um item do cardápio do 
estabelecimento da requerida para lá se alimentar, sem precisar pagar pelo produto. 
Diz o Requerente, segundo o disposto em sua petição inicial, na parte 
referente aos fatos, que em setembro de 2021 realizou uma suposta entrega de um 
lanche na casa de um cliente. Informa, ainda, que o cliente em questão era alérgico 
a molho de pimenta. Ocorre que, segundo o Autor, o cozinheiro teria se confundido 
no preparo e colocado molho de pimenta no lanche (informação esta cuja procedência 
pode ser questionada, vez que provém, por hora, única e exclusivamente da parte 
autora). 
Ainda, alega o Autor que, na entrega, o cliente teria sentido o cheiro do 
suposto molho de pimenta e, vendo ele que o pedido estava, em tese, errado, teria 
desferido xingamentos e ameaças contra o Requerido, o qual supostamente teria 
tentado se defender, dizendo ser apenas o entregador. Entretanto, o cliente, em 
teoria, teria soltado seus cães (quatro Rottweilers) no intuito de ferir a parte 
requerente (isto é, segundo ela mesma). Disso, argue o Autor ter sido gravemente 
ferido e lesado com “forte” cicatriz. 
Disso, há de se arguir alguns questionamentos. Ainda que o cozinheiro 
seja funcionário da empresa e que esta pudesse ser responsabilizada pelo suposto 
lanche errado, o que tem a ver um lanche errado com um sujeito que soltou cães em 
outra pessoa? Um mero lanche errado não é, normalmente, motivo para esse tipo de 
atitude. Este lanche, segundo o que se pode deduzir dos fatos da própria parte 
autora, nem mesmo foi ingerido pelo consumidor, que só se limitou a sentir o cheiro 
da pimenta, ou seja, pode ser que o lanche errado sequer tenha causado ao agressor 
efeito alérgico, vez que também não disseram nada sobre isso nos fatos. Não é culpa 
da empresa, pois além do que já disse neste parágrafo, não tinha como ela saber que 
um sujeito violento seria o cliente. Também, considerando que toda essa situação 
não tenha sido forjada, não haveria culpa do entregador, pois, AINDA que ele tivesse 
se machucado enquanto estava em serviço, não é empregado, pois não passa de mero 
prestador de serviço; ele não se machucou exercendo uma função perigosa dentro 
da empresa e nem se machucou devido a mal funcionamento de algum equipamento 
fornecido pela empresa. Ah, e sem falar que todas essas informações quanto ao 
suposto acontecimento vêm somente da parte autora, e isto, na visão da parte 
requerida, torna possível o chamamento de testemunha, tal qual o próprio 
cozinheiro, para que este dê o seu parecer. 
Em razão disso, argumenta o Autor que ficou afastado de suas 
atividades por 30 dias, sem ter recebido nenhum valor à luz dos dias trabalhados. 
Também alega que teve de arcar com o custo de pomadas e vacinas necessárias para 
sua recuperação (situação esta em que, pela lógica, caberia à parte autora requerer 
indenização em face do dono dos cães, mas não em face da empresa requerida). 
Por fim, após o tempo afastada, a parte requerente retornou às 
atividades e, em 20 de janeiro de 2021, defende que, sem evidências ou indícios, foi 
comunicada de forma repentina acerca de sua demissão da empresa, não tendo 
recebido nenhuma verba. 
Eis a síntese do necessário. 
 
2. DA TEMPESTIVIDADE DA CONTESTAÇÃO 
A reclamada se encontra dentro do prazo legal para apresentar a 
contestação. A decisão de fls. XX-XX estabelece o prazo de 15 dias úteis para 
apresentar defesa, a partir da data da publicação da decisão. 
Sendo assim, considera-se a data da publicação no dia 05 de setembro de 
2022, de modo que o prazo fatal para apresentar a presente peça se dará no dia 26 
de setembro de 2022. 
Portanto, estando demonstrada a tempestividade da contestação, passo 
para a análise do mérito. 
 
3. PRELIMINARMENTE 
3.1 PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE DE PARTE 
Em que pese o narrado pelo autor, a ré é totalmente ilegítima para figurar 
no polo passivo da presente demanda, uma vez que não é, de qualquer maneira, 
responsável pelos acontecimentos em questão, tampouco por qualquer espécie de 
dano que a parte autora afirma. Nesta senda, carece este litigante de legitimidade 
passiva no que toca exclusivamente aos danos supostamente sofridos. 
Com efeito, é importante consignar que a legitimidade figura como uma 
das condições da ação no Direito Processual Civil brasileiro, ou seja, para que o 
mérito seja passível de análise, faz-se mister que os sujeitos processuais sejam 
titulares da relação jurídica da qual provém a demanda. É o que disciplina o art. 17, 
caput, do Código de Processo Civil. 
Malgrado tem-se admitido em larga escala na doutrina e jurisprudência a 
teoria in status assertionis da verificação das condições da ação, é patente o 
reconhecimento da ilegitimidade passiva da reclamada pelos danos supostamente 
sofridos já neste momento processual. Assim o é tendo em vista a flagrante e absoluta 
ausência de nexo entre a alegação de dano causado e qualquer conduta da 
reclamada. Ressalte-se que não se exige a análise probatória de tal fato ou do mérito 
de tais pedidos, bastando a nítida percepção de falta de nexo lógico a partir da leitura 
da exordial. 
Desta feita, impende consignar que salta aos olhos a impropriedade de se 
admitir esta reclamada como legitimada para figurar no polo passivo desta demanda, 
exclusivamente quanto aos danos supostamentesofridos. Ademais, mesmo numa 
longínqua hipótese de se discutir eventual vínculo empregatício, tais fatos não podem 
ser considerados como acidentes de trabalho, na medida em que foge da alçada da 
reclamada a responsabilidade por comportamentos deste tipo. 
De outra banda, não houve um acidente automobilístico por ocasião da 
entrega de lanches desta reclamada a seus clientes, mas sim um ato ilícito 
perpetrado exclusivamente pelo dono dos cães, devendo este ser demandado no juízo 
cível. O nexo causal da responsabilidade civil encontra limitação na Teoria dos Danos 
Diretos e Imediatos (art. 403, caput, do Código Civil) e não se pode admitir sua 
extensão deliberada para todo e qualquer evento que o antecedeu. Em resumo, a 
mera prestação de serviço para esta reclamada não fundamenta a pretensão por 
reparação por danos patrimoniais e extrapatrimoniais oriundos dos fatos narrados 
por esta empresa. 
Logo, o que se requer é a EXTINÇÃO PARCIAL DO PROCESSO SEM 
JULGAMENTO DE MÉRITO pela falta de uma das condições da ação, qual seja, a 
de ilegitimidade passiva. 
 
3.2 PREJUDICIAL DE MÉRITO - PARCIAL OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO 
Sem delongas, faz-se mister consignar que a pretensão veiculada não é 
atingida pela prescrição bienal/total que consta no art. 7º, XXIX da Constituição 
Federal e art. 11 da Consolidação das Leis do Trabalho. 
Em contrapartida, é possível vislumbrar a ocorrência da prescrição 
quinquenal/parcial no tocante às prestações periódicas dos direitos trabalhistas aos 
quais a reclamante SUPOSTAMENTE faz jus. 
Nesta toada, a equiparação salarial (Súmula 6/TST), o adicional de horas 
extras, o adicional noturno, as férias não gozadas em dobro, o FGTS (Súmula 
362/TST) e demais verbas e multas postuladas, devem respeitar o prazo 
prescricional de cinco anos a partir da data do ajuizamento desta reclamação, e 
consequentemente, não podem ser postuladas aquelas alcançadas pela prescrição, 
às vistas de que o vínculo empregatício, em tese, iniciou-se em 15/10/2015, como 
alinhavado na exordial. 
 
4. DO MÉRITO 
4.1. DA INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO 
É preciso que sejam cumpridos seis requisitos para que se configure uma 
relação de emprego proveniente de uma relação de trabalho. Exorta Ricardo Resende: 
 
Relação de emprego é a relação de trabalho 
subordinado. Utilizando o conceito de relação de trabalho 
mencionado acima, pode-se dizer que a relação de emprego é o 
vínculo de trabalho humano sob subordinação. Entretanto, a 
subordinação não é o único requisito para a caracterização da 
relação de emprego. Também o são a prestação de trabalho por 
pessoa física, a pessoalidade, a onerosidade e a não 
eventualidade. 
Isto posto, só será empregado o trabalhador que 
reunir todos esses requisitos na relação que mantém com o 
tomador de seus serviços. (g.n.). 
(>RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho. São Paulo: Grupo 
GEN, 2020. E-book. ISBN 9788530989552. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885309
89552/. Acesso em: 10 set. 2022.<) 
 Para fins de esclarecimento quanto ao sexto requisito, diz ainda Ricardo 
Resende: 
A alteridade é fundamental na caracterização da relação 
de emprego. Se não houver alteridade, haverá autonomia, e, 
logo, mera relação de trabalho. Não obstante este fato, também 
é comum na doutrina que não seja mencionado tal requisito, 
principalmente pelo fato de que o mesmo se encontra implícito 
no art. 2º da CLT, que compõe o conceito de empregador, e não 
no art. 3º, o qual conceitua empregado. (g.n.). 
(>RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho. São Paulo: Grupo 
GEN, 2020. E-book. ISBN 9788530989552. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885309
89552/. Acesso em: 10 set. 2022.<) 
 Do caso em questão, apesar de a relação de trabalho entre as partes 
aparentar cumprir todos os requisitos que poderiam enquadrá-la em uma relação de 
emprego, observa-se que não é o caso, porquanto não cumpre o preceito da 
pessoalidade. 
 Basicamente, defende a parte requerida que, por vezes, eram terceiros 
que realizavam algumas das entregas que a parte autora se sujeitava a realizar 
(independente de quais motivos a requerente tinha para fazer isso). Vale dizer, claro, 
que pela relação de trabalho entre partes não se tratar de relação de emprego, tais 
entregas feitas por terceiros era algo que a empresa requerida permitia o Autor a 
fazer. 
 Importante dizer que a defesa da falta de pessoalidade da parte autora 
pela parte requerida não é sem fundamento, vez que há várias testemunhas que, 
caso precisem ser arroladas no caso de possível audiência, podem dar testificar 
acercas das situações onde viram a parte autora deixar determinadas entregas que 
eram de sua responsabilidade a cargo de terceiros, inclusive várias mediante 
permissão da parte requerida (dentre as testemunhas, não apenas empregados do 
local, como também clientes que estavam presentes). 
 
4.2. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER E CARTEIRA ASSINADA 
Dispõe o art. 13 da CLT: 
Art. 13 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social é 
obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de 
natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o 
exercício por conta própria de atividade profissional 
remunerada. (g.n.). 
Em suma, o artigo acima evidencia que a CTPS é obrigatória para o 
exercício de qualquer emprego, ou seja, qualquer relação de trabalho que também 
configure uma relação de emprego. Entretanto, defende a empresa requerida, no 
tópico anterior, a não existência de vínculo empregatício entre ela e a parte autora, 
pela falta de pessoalidade e pela relação de trabalho entre as partes ser decorrente 
de prestação de serviços. 
Logo, seguindo a lógica, se não é necessária a CTPS para o exercício de 
um trabalho que não possua natureza de emprego, tampouco serão as anotações que 
não foram feitas na CTPS. 
 
4.3 DO SALÁRIO 
Conforme mencionado anteriormente, o autor da presente ação nada mais 
é que um mero prestador de serviços da empresa, uma vez que não preenche os 
requisitos para formalizar o vínculo empregatício. 
Assim, aponta o autor ter direito a salário fixo, bem como vale alimentação 
com caráter salarial. 
Contudo, as alegações do autor não merecem prosperar, uma vez que seu 
salário era de maneira variável e sua alimentação era apenas um lanche por dia, 
tendo em vista o contrato verbal celebrado entre as partes que garantia ao prestador 
de serviço o direito de uma refeição por dia. 
Vale destacar que o requerente prestava serviços para terceiros, o que o 
impedia de chegar à empresa, não realizando as refeições que eram de seu direito, 
ou por vezes até comparecia, mas realizava suas refeições em outro lugar. 
Posto isto, o caráter da remuneração do autor é variável, pois é um tipo 
de remuneração que adota um método de reconhecimento por recompensa pelo alto 
desempenho do colaborador, se enquadrando perfeitamente no caso concreto e não 
sendo uma espécie de salário in natura. 
Frisa-se que os pagamentos feitos ao requerente não eram mensais, mas 
sim diários. Assim, caso a parte reclamante comparecesse para prestar seus serviços, 
recebia pela contraprestação, caso não comparecesse, nada recebia. 
Cumpre ressaltar que a remuneração não consiste tecnicamente em 
salário, mas sim uma contraprestação pelos serviços eventualmente desenvolvidos 
pelo reclamante. 
Ademais, caso o reclamante não comparecesse na sede da reclamada, 
apenas deixaria de receber sua diária e obviamente as taxas de entrega, havendo 
outro motoboy para substituí-lo. 
Destarte, a presente reclamatória não merece melhor sorte, devendo ser 
julgados improcedentes todos os pedidos referentes aos valores apontados pelo 
reclamante. 
 
4.4. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 
O reclamante busca o pagamento do adicional de periculosidade, pois 
entende que na condição de motociclista faria jus ao pagamento desse adicional. Noentanto, Carlos não possui vínculo empregatício com a empresa, o que torna esta 
parcela indevida, uma vez que o §1º do art. 193 da CLT dispõe que o adicional de 
periculosidade é assegurado ao empregado, in verbis: 
Art. 193, § 1º, CLT. O trabalho em condições de 
Periculosidade assegura ao empregado um Adicional de 30% 
(trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes 
de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da 
empresa. 
 
Ainda, há entendimentos que analisam exceções da exigência de adicional 
de periculosidade do art. 194, §4º, pedido pelo reclamante na inicial, sendo um deles 
o da não obrigatoriedade do empregador de que o empregado utilize este meio de 
transporte (motocicleta) para desempenhar a atividade. 
A utilização de motocicleta não era fator imprescindível ao desempenho 
das atividades do empregado. A reclamada nunca exigiu que o reclamante fizesse as 
entregas da lanchonete exclusivamente com sua motocicleta, pelo contrário, há 
outros entregadores que realizam prestação de serviços para ela utilizando outros 
meios, conforme o transporte que cada um possui. 
Sendo assim, comprovado a não necessidade da utilização de motocicleta 
ao desempenho das suas atividades, não deve ser aplicado o adicional de 
periculosidade para o reclamado. 
Assim, postula-se pelo indeferimento do pedido. 
 
4.5. DO ADICIONAL NOTURNO 
Alega o reclamante nunca ter recebido adicional noturno durante toda a 
contratualidade. 
Impugna-se a jornada declinada na petição inicial, uma vez que, não 
corresponde à realidade. 
Toda a jornada de trabalho do ex-funcionário é registrada nas planilhas 
de horas, que foram acrescentadas neste momento. Vale lembrar também que a 
cidade em que o mesmo trabalhava é pequena, normalmente não tem um número 
muito grande de pedidos durante a semana, diferente dos finais de semana, nos 
quais há uma incidência maior, porém o reclamante recebia por isso, bem como as 
gorjetas. 
Vale destacar que, o reclamante jamais laborou nos horários 
compreendidos para a configuração do adicional noturno, que são entre as 22:00 
horas e às 05:00 horas da manhã do dia seguinte, sendo mais um motivo para a não 
indenização por adicional noturno. 
Desta forma, o acréscimo pretendido é controverso, pois a afirmação não 
tem base legal ou tradicional, pois o instrumento normativo que o acompanha não 
se aplica a esse caso. 
 
4.6. DAS HORAS EXTRAS 
Expõe o reclamante que sua jornada de trabalho excede o previsto em lei, 
8 horas diárias. 
Tal alegação é errônea, visto que, é quase impossível ter uma jornada de 
9 horas trabalhadas, pois o estabelecimento não tem uma quantidade fixa de pedidos 
por dia, ou seja, haverá dias com um maior fluxo, onde se exige uma carga horária 
a mais do reclamante e dias com um menor fluxo, o que faz com que o mesmo 
trabalhe menos. 
Por isso entende-se que o reclamante durante seu período do contrato de 
trabalho, sempre laborou em jornada de trabalho variada, uma vez que não tinha 
vínculo empregatício. 
Destaca-se que todas as horas extras laboradas pelo reclamante foram 
pagas ou compensadas durante todo o período trabalhado, levando-se em 
consideração o percentual e quantidade correta, não havendo o que se discutir. 
Por todos os motivos expostos, não procede o pedido de pagamento de 
trabalho suplementar. 
 
4.7. DO INTERVALO PARA ALIMENTAÇÃO 
Com base no princípio da eventualidade, tendo em vista que falta ao caso 
sub judice os requisitos necessários à caracterização do vínculo empregatício que a 
CLT alude, este tópico se faz necessário ao esclarecimento do pleito do reclamante. 
Com efeito, o reclamante capciosamente altera a verdade dos fatos, tendo 
em vista que é pouco crível que uma minúscula e familiar empresa de lanche tenha 
tamanha escala de trabalho numa cidade tão pequena quanto Álvares Machado/SP. 
Consigne-se que a inverdade da inicial é tão grande que se torna incrédula 
a versão dos fatos narrados. Nem mesmo aos finais de semana, que há maior volume 
de pedidos, tem-se uma jornada de trabalho tão grande como alinhavada na peça 
inicial: nem mesmo a maior lanchonete da cidade inicia o horário de funcionamento 
às 18h e encerra às 03:40h, horário este que foge da normalidade, na em que poucas 
pessoas fazem uma refeição neste horário da noite. 
Assim, não há que se falar em aplicação do art. 71 da CLT, à vista de que 
o reclamante não cumpria a carga horária de seis horas que o dispositivo faz menção. 
Como já explanado na presente, o horário de prestação de serviços era 
variável e dependia única e exclusivamente do volume de pedidos de lanche. 
Ressalte-se que houveram dias que o reclamante sequer entregou algum lanche, 
porque não houve pedido. 
Não prospera a alegação de sua carga horária e, muito menos, a 
condenação do período suprimido acrescido de 50%, pelo que se requer, desde já, 
sua improcedência. 
 
4.8. DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA 
A respeito do suposto acidente envolvendo o reclamante e os cachorros do 
cliente da empresa reclamada, o autor afirma que o episódio guarda nexo de 
causalidade com as atividades laborativas exercidas por ele, sendo de obrigação da 
empresa reclamada garantir estabilidade provisória por consequência de um suposto 
acidente de trabalho. 
Primeiramente, é importante ressaltar que a atitude do cliente, em tese, 
resulta de uma mera irregularidade na entrega do alimento, contrariando o gosto do 
freguês. Tal tipo de irregularidade é extremamente comum quando se trata de 
empresas alimentícias, sendo elas facilmente resolvidas (a empresa estava mais do 
que disposta a refazer o pedido e beneficiar o cliente com brindes). O erro na entrega 
do lanche não justifica, sob nenhuma hipótese, instigar os cachorros a atacar o 
entregador. 
Não há de se discutir os danos que o reclamante sofreu, no entanto, não 
há que se falar em responsabilidade civil da empresa, visto que o nexo de causalidade 
foi rompido por culpa exclusiva de terceiro. 
Constatado o rompimento do nexo de causalidade envolvendo a empresa, 
resta claro que o acidente em questão é de responsabilidade civil do dono dos animais 
(BITTAR, 1994, p. 561): 
“O lesionamento a elementos integrantes da esfera jurídica alheia 
acarreta ao agente a necessidade de reparação dos danos provocados. É a 
responsabilidade civil, ou obrigação de indenizar, que compele o causador a 
arcar com as consequências advindas da ação violadora, ressarcindo os 
prejuízos de ordem moral ou patrimonial, decorrente de fato ilícito próprio, ou de 
outrem a ele relacionado”. 
No caso em tela, o acidente envolvendo o reclamante trata-se de 
responsabilidade objetiva do dono do animal (GONÇALVES, Carlos Roberto, 2022, p. 
134): 
“A responsabilidade do dono do animal é, portanto, objetiva. Basta que 
a vítima prove o dano e a relação de causalidade entre o dano por ela sofrido e 
o ato do animal. Trata-se de presunção vencível, suscetível de prova em 
contrário”. 
Observa-se o artigo 936 do Código Civil: 
“O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se 
não provar culpa da vítima ou força maior”. 
Desse modo, todos os prejuízos causados pelo acidente envolvendo o 
entregador, não são de responsabilidade da empresa, mas sim do cliente dono dos 
cachorros, afastando qualquer obrigação da reclamada no que diz respeito à 
estabilidade provisória. 
 
4.9. DAS VERBAS TRABALHISTAS 
4.9.1. FÉRIAS 
O reclamante alega nunca ter gozado das férias que supostamente teria 
direito, e afirma ser de obrigação do empregador o pagamento referente a seis férias 
remuneradas, que deveriam ser pagas em dobro. 
Ressalta-se a falta de pessoalidade nos serviços prestados pelo 
reclamante, visto que, no caso em tela, a pessoa física responsável pelas entregas é 
absolutamente insignificante, já que em situações onde o reclamante não pudesse 
comparecer para efetuar as entregas, o mesmo poderiaser facilmente substituído, 
de modo que outro entregador exercesse sua função, sem que isso resultasse em 
qualquer tipo de penalidade que pudesse recair sob o reclamante, desse modo, 
observa-se (Comentários à CLT, Sérgio Pinto Martins, 15ª edição, Editora Atlas, pág. 
17.): 
“A prestação de serviços deve ser feita com pessoalidade. O contrato 
de trabalho é feito com certa pessoa, daí se dizer que é intuitu personae. O 
empregador conta com certa pessoa específica para lhe prestar serviços. Se o 
empregado faz-se substituir constantemente por outra pessoa, como por um 
parente, inexiste o elemento pessoalidade na referida relação”. 
 Dito isso, resta claro que não se trata de uma relação de emprego, 
excluindo o dano por parte da empresa quanto ao não pagamento das verbas 
rescisórias previstas no artigo 137 da CLT: 
“Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 
134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração” 
 O objetivo do reclamante é criar uma falsa realidade, onde confunde-se 
mera prestação de serviços com relação de emprego, com intuito de submeter a 
empresa a arcar com deveres de um vínculo empregatício inexistente. 
 
4.9.2. AVISO PRÉVIO 
Reconhecendo-se a inexistência do vínculo empregatício, e a não 
obrigação da empresa reclamada em arcar com a estabilidade provisória, os 
fundamentos do reclamante com relação ao aviso prévio não devem prosperar, 
tampouco o fundamento amparado na CLT: 
Art. 487, CLT § 1º - “A falta do aviso prévio por parte do empregador dá 
ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, 
garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço”. 
 
Tomando como base os fundamentos já ressaltados anteriormente, uma 
vez não constatada a relação de emprego, não se pode obrigar a reclamante a arcar 
com as verbas rescisórias estabelecidas pela CLT. 
 
4.9.3. GRATIFICAÇÃO SALARIAL 
Alegou o reclamante, em sua petição inicial, o direito ao recebimento de 
gratificações natalinas (13º salário), associando a sua condição com a garantida no 
art. 1º da Lei 4090/62. 
Inverídica é essa argumentação, uma vez que, como já esclarecido neste 
documento, o reclamante não possuía vínculo empregatício, e é sabido que é devido 
o pagamento do 13º salário para aqueles que estão sob o regime da CLT (Lei 
5.425/1943). 
O reclamante não era empregado da empresa e não precisava cumprir 
jornada de trabalho, outrossim, exercia sua função de entregador apenas quando era 
de seu interesse. Por vezes, inclusive, se ausentava quando a empresa o questionava 
se ele poderia fazer as entregas – o que não era um problema, dado que a empresa 
tem vínculo com outros prestadores de serviço que fazem suas entregas. 
Dado que o cálculo do 13º salário se dá pela divisão da remuneração 
integral por 12 e a multiplicação do resultado pelo número de meses trabalhados, 
seria inexequível sua operação. O reclamante não tinha um salário fixo quando 
prestava serviços para a empresa e sua remuneração variava conforme a quantidade 
de entrega feita no dia. 
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das 
relações de trabalho prescreve em cinco anos para os 
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a 
extinção do contrato de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 
13.467, de 2017) (Vigência). 
Em atenção ao princípio da eventualidade, caso entenda-se ser direito do 
reclamante a gratificação natalina, cabe mencionar que o valor pretendido dos anos 
2015 e 2016 não é devido, conforme o artigo 11 da CLT. 
Assim, postula-se pelo indeferimento do pedido. 
 
4.9.4. FOLGA SEMANAL 
Considerando o pedido de pagamento dos valores das folgas semanais 
remuneradas, ressalvo que o reclamante não possuía vínculo empregatício, e, por 
esse motivo, não tem esse direito assegurado pela lei, conforme determina o art. 67 
CLT. 
Art. 67. Será assegurado a todo empregado um 
descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o 
qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade 
imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo 
ou em parte. 
A lei determina que os colaboradores registrados em regime CLT tenham 
direito a um dia de folga na semana, o que não configura a situação do reclamante, 
uma vez que este não era empregado. 
Caso entenda-se ser direito do reclamante o recebimento dos valores das 
folgas semanais no caso em questão, cabe mencionar que a reclamada 
LANCHONETE LOUCOS POR LANCHE LTDA. fica localizada no Município de Álvares 
Machado/SP, uma cidade satélite de poucos habitantes. 
Nesse sentido, deve-se ter em consideração que, devido ao número baixo 
de habitantes na cidade onde se encontra o estabelecimento, e o costume dos 
brasileiros de fazer pedidos de comida apenas aos finais de semana, não é possível 
acolher a ideia de que o requerente tinha jornadas de trabalho superiores a 4 horas, 
no máximo. 
Ainda, não é razoável o entendimento de que o público de uma cidade 
satélite, isto é, com moradores que acordam cedo para viajar para o centro urbano 
(de Presidente Prudente), consuma lanche e outras comidas ricas em gordura na 
lanchonete em questão após às 2h30 (duas e meia da manhã). 
A jornada de trabalho apresentada pelo requerente, portanto, está 
equivocada. As entregas não começam tão cedo e nem terminam tão tarde como foi 
alegado na petição inicial e, reiterando o que foi discutido no tópico anterior, Carlos 
exercia sua função de entregador apenas quando era de seu interesse. 
Assim, postula-se pelo indeferimento do pedido. 
 
4.10. DOS DANOS 
4.10.1 DO DANO MORAL 
Com base no princípio da eventualidade, ad argumentandum tantum, na 
remota hipótese de se entender pela responsabilidade desta reclamada, verifica-se 
que a reparação do dano moral não subsiste. 
No dizer de Pontes de Miranda, o que se há de exigir como pressuposto 
comum da reparabilidade do dano não patrimonial, incluído, pois, o moral, é a 
gravidade, além da ilicitude. Se não tiver gravidade o dano, não se há pensar em 
indenização. Deminimis non curat praetor” (Tratado de Direito Privado, tomo 26, § 
3.108, n.2). 
Para a configuração de dano moral, há necessidade de prova de uma lesão 
ou "(...)agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando fundadas 
aflições ou angústias no espírito de quem ela se dirige'' (REsp. n° 215.66 - RJ, 4a 
Turma do Superior Tribunal de Justiça, v. un., Rei. Min. César Asfor Rocha, em 
21/6/01, DJ de 29/10/01, pág. 208). 
Simples dissabores não são indenizáveis. 
Nessa linha, recomenda Sérgio Cavalieri, com razão, que só se deve 
reputar como dano moral: 
"a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, 
interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe 
aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Mero dissabor, aborrecimento, 
mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral, 
porquanto, além de fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no 
trânsito, entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e 
duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo." (Programa de 
Responsabilidade Civil. 2a edição. Malheiros Editores. São Paulo. 2000. Pág. 78). 
Grifamos. 
Em caso de eventual condenação no presente pleito, no ato de quantificar 
o montante do valor a ser indenizado pela reclamada, fundamentais critérios já 
sedimentados pela jurisprudência devem ser levados em consideração pelo nobre 
julgador. 
Verdade insofismável é que o valor buscado na inicial se mostra excessivo, 
desproporcional e exprime verdadeira pretensão de enriquecimento, não condizente 
com a realidade e parâmetros sociais brasileiro. 
Não se quer dizer com isso que está sendo subestimada eventual dor, a 
angústia e a tristeza da parte. 
Porém, em se entendendo pela condenação, cabe ao julgadorapreciar a 
matéria com cuidado, impossibilitando que tal procedimento se torne regra a 
incentivar a indústria de indenizações, como se mostra o presente caso. 
 
4.10.2 DO DANO ESTÉTICO 
Ao analisar os documentos anexados aos autos, verifica-se que é caso de 
uma cicatriz temporária, não podendo configurar dano estético. 
Veja, o dano estético configura-se por lesão à saúde ou integridade física 
de alguém, que resulte em constrangimento. São lesões que deixam marcas 
permanentes no corpo ou que diminuem as suas funcionalidades. 
Como podemos analisar, a cicatriz evidenciada do reclamante é apenas 
uma cicatriz temporária, que com o tempo será apagada e não deixará marcas em 
seu corpo. 
Posto isto, a eventual cicatriz não diminui a funcionalidade do reclamante 
e não interfere em suas atividades habituais e laborais, não sendo caso de dano 
estético, uma vez que para caracterizar o dano estético deve haver lesões pertinentes 
e irreversíveis, o que não configura no caso em tela. 
O reclamante aponta que a cicatriz causa sentimento vexatório, ficando o 
mesmo, com vergonha de sair em público devido a cicatriz. 
Contudo, o autor tenta se vitimizar, tendo em vista que sua cicatriz 
ocorreu na perna, local este que não é visível e não traz sentimento vexatório, não 
ficando exposta e não sendo um lugar de fácil visibilidade. 
Portanto, requer que seja julgado totalmente improcedente o pedido de 
indenização por dano estético. 
 
4.10.3 DO DANO MATERIAL 
O reclamante menciona ser responsabilidade da reclamada arcar com 
todos os custos em decorrência do acidente, na compra de vacinas e pomada para 
cicatrização. 
Contudo, é de suma importância destacar que a reclamada se torna 
ilegítima neste caso, uma vez que não foi ela que deu causa aos acontecimentos 
sofridos pelo autor. 
Conforme disposto em lei, aquele que causar dano a outrem, é obrigado a 
repará-lo, o que não ocorreu no presente caso, tendo em vista que o causador do 
dano em si, foi o dono do animal, possuindo total responsabilidade pelos danos 
suportados pelo autor. 
O artigo 936 do Código Civil nos traz o entendimento da responsabilidade 
do detentor do animal, sendo ele perigoso ou não, nos casos de ataque. 
“Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este 
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.” 
Assim, é clarividente o afastamento da responsabilidade da reclamada, 
uma vez que não era detentora do animal, não podendo o reclamante recair e 
transferir a responsabilidade pelo ressarcimento das despesas suportadas por ele 
para a reclamada. 
Posto isto, requer que seja julgado totalmente improcedente o pedido de 
dano material, tendo em vista a ilegitimidade da reclamada no presente tópico. 
 
5. DOS PEDIDOS 
Ante todo exposto, requer-se: 
a) Julgar parcialmente extinto o processo sem julgamento do mérito em 
razão da ilegitimidade de parte quanto aos danos patrimoniais e extrapatrimoniais; 
b) Revogar o benefício da justiça gratuita já concedido a Requerente; 
c) Julgar totalmente improcedente o pedido da Requerente no que tange 
ao pedido de indenização por danos morais, visto que não há qualquer fato ou 
justificativa para tal pedido; e subsidiariamente, caso tenha entendimento diverso, 
que seja aplicado os princípios da razoabilidade e proporcionalidade na fixação do 
valor do dano moral; 
d) Requer a condenação da Requerida ao pagamento das custas 
processuais e honorários advocatícios sucumbenciais sobre o valor da causa; 
e) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas lícitas admitidas 
em direito, inclusive prova documental e testemunhal; 
f) Julgue improcedente o pedido de reconhecimento de vínculo 
empregatício, bem como de necessidade de anotação na carteira do trabalho e 
previdência social; 
g) Julgue improcedente o pedido de estabilidade provisória, visto que, 
conforme já explicado acima, tal questão seria e é de responsabilidade do cliente. 
h) Julgue improcedente o pedido de verbas trabalhistas amparado na 
defesa do não reconhecimento do vínculo empregatício. 
i) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em 
direito, especialmente pelos documentos que acompanham a presente, documentos 
novos, depoimento pessoal do réu, oitiva de testemunhas a ser oportunamente 
arroladas, perícias, e demais meios que se fizerem necessários ao longo da demanda. 
Por fim, requer-se que todas as intimações sejam realizadas em nome do 
advogado XXXXXXX, sob pena de nulidade do ato. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Presidente Prudente, 10 de setembro de 2022. 
 
ADVOGADO 
OAB/SP nº

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