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9 Farmacologia do Sistema Digestório

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Ana Fernanda Leal - @medicina.resume 
 
@medicina.resume 
Farmacologia 
Farmacologia do Sistema Digestório 
Revisão: 
 
• Suco gástrico 
o possui HCl que diminui o pH e ativa a 
pepsina. 
o Muco 
o Fator intrínseco: atua na absorção 
de vitamina B12 no íleo 
• A gastrina (receptor CCK), e acetilcolina 
(receptor muscarínico) e a histamina 
(Receptor H2) são fatores hormonais 
que regulam a secreção gástrica 
• A célula parietal tem uma bomba de 
pŕotons que secreta H+ no estômago → 
estimulada pela gastrina, acetilcolina e 
histamina. 
• Célula epitelial superficial: secreta muco 
e bicarbonato → regulado pelas prosta-
glandinas // reduz a secreção de áci-
dos. 
 
→ Tratamento: fármacos que diminuem a secre-
ção de ácidos: 
• Antagonistas muscarínicos = desuso de-
vido aos efeitos colaterais 
• Antagonistas dos receptores H2 → Todos 
os fármacos dessa classe terminam com 
“tidina” → Ranitidina 
• Inibidor de H+/ K+ ATPase: Ex: omeprazol 
 
Gastrite: Inflamação da mucosa gástrica, 
aguda ou crônica. 
 
• É utilizado bomba de prótons porque, 
quando é reduzida a acidez, é facili-
tado o processo de cicatrização 
 
• Causada por: 
o Aumento da secreção gástrica 
o Diminuição da produção de tam-
pão bicarbonato 
o Diminuição do fluxo sanguíneo 
o Ruptura da camada mucosa ade-
rente e dano direto 
 
• Fatores agressores da mucosa: ácido 
gástrico, pepsina, estresse, álcool, AINEs, 
H,Pylori 
 
• Fatores defensivos da mucosa: muco, bi-
carbonato, fluxo sanguíneo, renovação 
celular, PGs, fatores de crescimento 
 
 
1. Antagonistas de H2 
 
CImetidina, ranitidina e famotidina 
→ Mecanismo de Ação: 
 
Cimetidina: inibe a secreção basal e estimu-
lada 
o ginecomastia 
o galactorreia 
o disfunção sexual (rato) 
 
• Afinidade por receptores androgênicos 
• Inibição da hidroxilação do estradiol 
(CYP): aumenta estradiol 
• Aumento de prolactina 
• Associada a confusão em idosos 
• Atravessa a placenta 
• Possui muitas interações: varfarina, feni-
toína. 
 
 
B. Ranitidina e famotidina: indicados para ges-
tantes, melhor tolerabilidade 
 
→ Efeitos colaterais: 
• Diarreia 
• Tonturas 
• Cefaleia 
• Constipação 
• Dores musculares 
• Alopecia 
• Hipergastrinemia 
• Citopenias 
 
Tolerância e Rebote: 3 dias (hipergastrinemia) 
Rebote: redução gradativa 
 
→ Usos: 
• Gastrite 
• Úlceras 
• DRGE 
 
→ Farmacocinética: 
• Pequena ligação às proteínas plasmáti-
cas 
• Pouca metabolização hepática 
• Excreção renal 
• Ajuste de dose em pacientes nefropatas 
 
→ Duração do efeito: 
• Cimetidina: 6h 
• Ranitidina: 8h 
• Famotidina: 12h 
 
2) Inibidores de Bomba de Prótons (IBP): 
 
Omeprazol, Lansoprazol, Pantoprazol, Rabepra-
zol, Esomeprazol 
 
• Faz uma inibição irreversível da bomba 
de prótons 
• Requerem a presença do ácido dentro 
das células parietais para serem ativados 
(pró-fármacos) 
Ana Fernanda Leal - @medicina.resume 
 
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• Os inibidores de bomba de prótons ini-
bem enzimas da CYP → interação medi-
camentosa 
• Em pacientes que tomam clopidogrel, a 
melhor escolha é o pantoprazol 
• Devem ser tomados em jejum → o ali-
mento reduz a biodisponibilidade. 
• Os inibidores de bomba de prótons de-
vem ser administrados em formulações 
gastro resistentes → ao entrar em contato 
com o ácido o medicamento é modifi-
cado quimicamente 
• Não deve-se associar antagonistas de H2 
+ IBP 
• Tempo de meia-vida: 1h; (omeprazol: 
0.5h-1h; esomeprazol: 1,2-1,5h) 
• Redução na acidez: 2-3 dias 
 
→ Efeitos Colaterais: 
• Cefaleia, diarreia, rashs, ginecomastia, 
impotência; 
• Fraturas, dores musculares e articulares; 
• Cautela em hepatopatas, grávidas e 
lactantes. 
• Cautela em idosos 
 
→ Risco do uso prolongado de IBPs: 
• Aumento do risco de fraturas → reduz a 
absorção de cálcio 
• Redução na absorção de vitamina B12 
→ a redução da acidez diminui a absor-
ção de B12 (Não faz parte da deficiência 
de fator intrínseco) 
• Alterações cognitivas 
• Diarreia por Clostridium difficile 
• Pneumonia em pacientes internados 
• Hipergastrinemia (raro) 
• Pode mascarar câncer gástrico 
• Hipomagnesemia: tetania, arritmias, con-
vulsões 
 
→ Erradicação de H.Pylori - Primeira linha: 
 
• Inibidor de bomba de prótons (qualquer) 
• Amoxicilina 
• Claritromicina 
 
3) Antiácidos e Associações: 
 
Agentes destinados a neutralizar e remover o ex-
cesso de acidez do conteúdo gástrico. 
 
→ Antiácidos sistêmicos: 
• NaHCO3: 
o Eleva pH gástrico acima de 7,4 
o Libera CO2: eructação, gastrina (re-
bote ácido) 
o Alcalose sistêmica 
o Cuidado com sódio e uso prolon-
gado 
o Cólica e vômitos 
 
→ Antiácidos não sistêmicos: 
 
• CaCO3: carbonato de cálcio 
o Rebote ácido (gastrina) 
o Síndrome do leite-álcali: hipercal-
cemia, alcalose e cálculos renais 
 
• Mg(OH)2: hidróxido de magnésio 
o Forma cloreto de magnésio no es-
tômago 
o Sem alcalose sistêmica 
o Diarreia 
 
• Al(OH)3: hidróxido de alumínio 
• Forma cloreto de alumínio no es-
tômago: constipação 
• Eleva pH gástrico a 4,0 
• Adsorve pepsina 
• Liga-se ao fosfato no TGI 
 
3) Antiflatulentos: 
 
Simeticona e dimeticona 
 
• Surfactantes, impedem formação de es-
puma 
• Aliviam distensão abdominal e flatos 
• Combinados a antiácidos 
 
A simeticona é uma mistura composta de 93% a 
96% de dimeticona com 4% a 7% de sílica ou sí-
lica gel. 
 
4) Alginato: 
 
• Aumentam a viscosidade e a aderência 
do muco à mucosa esofágica, formando 
barreira protetora. 
• Utilizado para refluxo 
• Associado a antiácidos, útil na preven-
ção da DRGE (doença do refluxo gastro-
esofágico 
 
5) Citoprotetores: 
 
5.1) Sucralfato (carafato): 
 
Hidróxido de alumínio + sacarose sulfatada → 
polimerizam formando um gel viscoso. 
 
• Na presença da acidez ele produz um 
polímero que reveste a mucosa 
• Impede hidrólise de proteínas da mucosa 
pela pepsina 
• Adere à parede gástrica por 6 hs ou mais. 
• Estimulação local de PGs e fator de cres-
cimento epidermal (FCE). 
• Deve-se ser usado com uma distância de 
1h30 das refeições para permitir o reves-
timento da mucosa pelo fármaco 
 
 
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→ Efeitos adversos: 
• Constipação (2%) 
• Diminuição da biodisponibilidade de ou-
tros fármacos 
 
→ Usos clínicos/Sucralfato: 
• Úlceras gástrica, duodenal e oral 
• Profilaxia de úlcera de estresse (off label 
- fora da bula) 
• Hemorragia gastrintestinal 
 
→ Farmacocinética: 
• Administração: V.O. (1 g antes das refei-
ções) 
• Absorção: mínima/duração efeito: 6 hs 
 
5.2) Bismuto: 
 
Quelato de bismuto (subcitrato de bismuto coloi-
dal, dicitrato bismutato tripotássico), Salicilato 
de bismuto monobásico 
 
→ Mecanismo de ação: 
 
• Atividade antimicrobiana, anti-inflama-
tória antissecretora 
• Combina-se com glicoproteínas do 
muco, formando barreira protetora. 
• Reveste mucosa 
• Adsorve pepsina 
• ↑ PG local 
• ↑ bicarbonato 
 
→ Usos: 
• Em esquemas combinados para tratar 
H.pylori. 
• Alívio de sintomas gastrintestinais 
• Alívio e controle de diarreia 
 
→ Efeitos Colaterais: 
• Náuseas e vômitos 
• Escurecimento da língua e das fezes. 
• Baixa absorção, eliminação renal (ence-
falopatia) 
 
B.3) Misoprostol 
 
• Mecanismo de ação: análogo sintético 
da PGE1 (Análogo de prostaglandinas) 
• Abortivo 
• Outras ações: 
o Aumento da secreção de bicarbo-
nato 
o Diminuição de pepsina 
o Aumento da espessura da camada 
de muco 
o Aumenta fluxo sanguíneo na mucosa 
por vasodilatação 
o Melhora na regeneração da mucosa 
o Aumenta amplitude e frequência das 
contrações uterinas 
 
→ Efeito: 
• Redução da secreção ácida 
• Proteção da mucosa gástrica 
 
→ Farmacocinética: 
• Metabolismo: intensa 1a passagem- 
forma ativo: misoprostol ácido 
• Início: 2-3h; Duração: 3h; Pico: 14 minutos 
• Tempo demeia vida: 20-40 minutos 
• Excreção urinária 
 
→ Usos: 
• Prevenção de úlceras induzidas por AI-
NEs; 
• Finalização de gestações; 
• Off label: 
• indução de parto 
• profilaxia de úlcera de estresse 
• hemorragia pós-parto 
 
→ Efeitos colaterais 
• Diarreia 
• Dor abdominal 
• Dor de cabeça e outros 
 
 
6) Antieméticos: 
 
→ Fisiopatologia do vomito: 
 
A zona do gatilho se localiza na área postrema 
no assoalho do quarto ventrículo. 
 
Por localizar-se fora da barreira hematoencefá-
lica, recebe estímulo emetogênico da corrente 
sanguínea e do líquido cefalorraquidiano e pa-
rece ser rico em receptores relacionados ao vô-
mito. 
 
Estímulos para vómito: 
• Dor, visão e odor repulsivo, fatores emo-
cionais 
• Cinetose 
• Toxinas endógenos, fármacos 
• Estímulos da faringe e do estômago 
 
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Receptores: 
• Receptores 5-HT3 
• Receptores vestibulares 
• Receptores muscarínicos 
 
→ Principais fármacos antieméticos: 
 
1) Antagonistas H1: 
 
Dimenidrinato (Dramin), Cinarizina, ciclizina, 
meclizina, prometazina 
 
o Atuam nos aferentes vestibulares e no 
tronco encefálico 
o Usos: condições alergicas, nauseas e vo-
mitos, cinetose, distúrbios vestibulares, se-
dativos 
o Efeitos colaterais: sonolencia, sedação, 
prometazina (bloqueio dopaminérgico), 
efeitos anticolinérgicos (dimenidrato, 
meclizina, ciclizina) 
 
2) Antagonistas Dopaminérgicos (D2): 
 
o Mecanismo de ação: bloqueio de re-
ceptores D2 na zona do gatilho quimio-
ceptora 
o Metoclopramida, bromoprida, domperi-
dona 
o Antipsicóticos (clorpromazina, haloperi-
dol): para vômitos mais intensos 
 
 
• Metoclopramida (Plasil): 
 
o Antagonismo de receptores D2 (altas do-
ses) 
o Antagonismo de receptores 5-HT3 (zona 
do gatilho) 
o Estimula liberação de Ach no plexo mio-
entérico 
o Primeiro no tratamento de náuseas indu-
zidas por quimioterapia 
o Atividade pró-cinética, sem afetar secre-
ção: aumenta tônuse amplitude de con-
trações gástricas e acelera esvaziamen-
togástrico e trânsito intestinal 
o Efeitos Colaterais: sedação, sintomas ex-
trapiramidais, hiperprolactinemia 
 
3) Antagonistas Muscarínicos: 
o Escopolamina (Hioscina) 
 
4) Antagonistas Serotoninérgicos (5-HT3) 
o ondansetrona (Vonau) 
 
5) Antagonistas NK1 
o Canabinoides 
o Glicocorticoides 
o BZD

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