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DEFINIÇÃO 
A História Contemporânea da Educação como determinante das transformações sociais e 
suas influências até os tempos atuais. 
 
PROPÓSITO 
Demonstrar que a História é um discurso do presente que olha para o passado para entender 
melhor as dinâmicas de seu tempo. Com isso, você verá as inovações trazidas por essas 
iniciativas, sem perder de vista os desafios de pensar a Educação no contexto da globalização 
e das desigualdades sociais. 
 
OBJETIVOS 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO DO TEMA 
Tente por um segundo imaginar uma grande inovação tecnológica. No mundo contemporâneo, 
o que mais emblematicamente mostraria um mundo em transformação? Durante séculos, 
homens usaram seus pés, animais, carroças e barcos para se locomoverem. Até que o 
desenvolvimento de sistemas, máquinas com engrenagens, vapor e caldeiras aceleraram o 
mundo. A velocidade mudou quando colocamos a máquina a vapor nos caminhos marcados 
com ferro e dormente. O mundo ficou menor, mais veloz. A integração entre as pessoas tornou-
se cada vez mais rápida, as trocas de mercadorias e informações aceleraram. Precisávamos 
aprender mais, ter novas possibilidades. O trem, que estampa a nossa imagem de abertura, é 
um ícone da sociedade contemporânea e seus avanços. Passamos a ser supervelozes, andar 
por baixo da terra e até mesmo por baixo do mar. A metáfora do trem serve para toda a Era 
Contemporânea, carregada de conhecimentos cada vez maiores, mais velozes e intensos. O 
trem da tecnologia é o trem do conhecimento e da Educação, que, sem dúvida alguma, marcou 
os séculos XIX, XX e XXI. Sigamos viagem! 
Módulo 1 
Identificar as transformações 
da Educação no mundo 
contemporâneo 
Módulo 2 
Comparar as perspectivas 
futuras da Educação a partir 
de modelos educacionais 
brasileiros e de outros países 
Módulo 3 
Reconhecer como a História 
da Educação nos prepara 
para os desafios da 
sociedade tecnológica 
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INTRODUÇÃO 
Neste módulo, você será apresentado ao mundo contemporâneo e sua relação com a 
História da Educação, para que as discussões não pareçam ter surgido de um momento 
para o outro. 
Este é um dos grandes desafios da disciplina: tirar a face de algo cristalizado para 
mostrar que está viva e presente. A História é um exercício de discurso, uma reflexão 
sobre o presente, só que o presente não existe sem essa memória, sem a reflexão sobre o 
passado. 
A verdade depende do ponto de vista, das influências que você tem, das escolhas que 
você faz, pois a verdade não é uma realidade indiscutível. Em especial, nas Ciências 
Humanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A DIVISÃO DO TEMPO 
Provavelmente, você já ouviu dizer que determinada 
pessoa é alguém à frente do seu tempo. Mas será 
que existe alguém que viva fora do seu próprio 
tempo? A resposta é não. Todos nós somos, sem 
exceção, frutos da nossa própria época. Talvez você 
esteja se perguntando: “Eu aprendi na escola que a 
Idade Contemporânea começou após a Revolução 
Francesa, lá no século XVIII. Como é possível, então, 
que a gente ainda seja contemporâneo?”. 
 
 
Dessa forma, o tempo foi dividido em: 
 
A visão de tempo europeia visava exaltar o que eles entendiam como seu auge: do 
desenvolvimento da escrita em áreas próximas ao Mediterrâneo – com gregos e romanos, 
incluindo as civilizações reconhecidas como poderosas, como os egípcios –, passando 
por um período considerado pouco produtivo para o homem – Idade Média –, quando 
retoma o seu caminho de crescimento, na Era Moderna, até atingir o ápice, no início da Era 
Contemporânea. 
Antes de falarmos mais sobre isso, faremos uma provocação... 
 
E se o tempo fosse contado de outra forma? 
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Maias, astecas, chineses e muçulmanos, por exemplo, têm calendários bem diferentes, 
em formato circular ou espiral*. 
*Calendário circulares ou em espiral: O tempo para a tradição cristã ocidental é sempre 
linear, com um início e um fim, mas há culturas marcadas por modelos de tempo circular, 
em ciclos, principalmente as orientais. 
Outra forma de contar o tempo tem relação com o modelo solar, muito usado no ocidente, 
e o lunar, que é presente, por exemplo, nas culturas tupi e islâmica. 
 
Como vimos, a vitória da visão europeia construiu o conceito de um calendário, uma 
vivência e, consequentemente, um mundo ocidental. Dessa forma, em sua divisão do 
tempo, tudo o que estava após o seu auge passa a ser chamado de contemporaneidade. 
Em outras palavras, essas divisões cronológicas da História foram pautadas 
pelos acontecimentos ocorridos na Europa e por sua forma de pensar os acontecimentos 
históricos, ou seja, a História da humanidade ficou restrita, durante muito tempo, às 
definições dos historiadores europeus. 
A HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA 
Agora que já entendemos a História como um fenômeno ativo, dinâmico e, sobretudo, 
presente, que não é apenas um amontoado de fatos e pessoas do passado, daremos o 
próximo passo. Se alguém lhe perguntar em qual século estamos neste momento, a 
resposta é simples: século XXI! Se a mesma pessoa disser que nós somos 
contemporâneos dos homens e das mulheres que viveram no século XIX, por exemplo, 
você saberia responder o que isso significa? 
A contemporaneidade nada mais é do que a ideia de estar em seu próprio tempo. Estar no 
seu tempo é perceber que a História é viva. Alguns dizem que é a recuperação da imagem 
de Cronos* – dos gregos – e o tempo que engole seus filhos. Mas, aqui, no 
nosso cronotopo*, ele é constantemente recriado. 
*Cronos: Titã grego, pai dos deuses gregos, Zeus, Poseidon e Hades. Em 
grego, cronos significa tempo. 
*Cronotopo: Formas de ver e interpretar o tempo em sua sociedade. 
 
O que chamamos de contemporaneidade em História é a junção de dois grandes 
eventos europeus: 
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1 Revolução Francesa 
Nome dado ao levante da burguesia contra a nobreza e a Igreja no final do século XVIII. 
Seu principal resultado é a mudança dos regimes políticos, com impactos no mundo 
inteiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ferdinand Delacroix (1798-1863) “Liberdade nas barricadas” (1830). Reprodução do álbum ilustrado “Delacroix”, 
publicado em Budapeste, Hungria, 1963. / Ferro e Carvão, de William Bell Scott (1855-60). 
 
2 Revolução Industrial 
Fenômeno inglês do século XVIII. Representa o desenvolvimento das corporações de 
ofício e a multiplicação do uso de maquinário. No início, o desenvolvimento é pautado em 
máquinas a vapor e carvão mineral, e o foco era a indústria têxtil. É seguido pelo 
desenvolvimento dos transportes e pela mudança de todo o regime econômico. 
A contemporaneidade é nosso tempo, nossa Era. Ela começa com uma leve aceleração, 
mas, ao longo do século XX, a velocidade só aumentou: 
 
 
 
 
 
 
6 / 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O fim do século trouxe muitas mudanças: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por que estamos falando de tudo isso? 
Para chamar sua atenção para o fato de que a compreensão europeia da História e da 
divisão do tempo também esteve presente de forma marcante na maneira de fazer e 
pensar a Educação. Essas ideias não estão soltas ou desconectadas no tempo e espaço. 
 
As Revoluções Industriais 
mudam economicamente o 
mundo, criando novos 
padrões comerciais, 
sedimentando o capitalismo 
que dominaria o século XX, 
além da mudança dos 
modelos políticos, com a 
ascensão de repúblicas, 
democracias e federações. 
O resultado da mudança é um 
incremento de trocas 
comerciais em todo o planeta 
e disputas intensas por 
mercados, que fomentaram 
conflitos mundiais fortes, a 
Primeira e a Segunda Guerra 
Mundial, e ajudaram a 
consolidar novas potências, 
como França, Inglaterra, 
Estados Unidos e União 
Soviética. 
Após os conflitos mundiais, as 
guerras não cessaram, mas se 
tornaram mais locais, dentro 
de novas modalidades de 
comércio e disputa por 
hegemonia mundial, entreUnião Soviética (URSS) e 
Estados Unidos (EUA). 
O Muro de Berlim cai, 
marcando o fim da Guerra 
Fria. Mais do que isso, 
consolida-se a ideia de 
globalização e trocas 
comerciais que se 
materializam em todo o 
mundo. 
As guerras não cessaram e 
continuaram definindo nosso 
cotidiano. Alguns exemplos de 
conflitos são: Guerra do Golfo, 
Guerra do Iraque, Guerra da 
Síria, conflitos nos Balcãs, na 
África e na América Latina, 
além da presença do 
terrorismo. 
A tecnologia é o grande 
marco, levando-nos para a Era 
da Informação, com 
microcomputadores, redes de 
Internet, multiplicação de 
mídias e difusão de 
informações. 
7 / 48 
 
Já reparou como a escola vem mudando? Será? Repare abaixo os modelos que herdamos 
dos europeus e como elas modernizam, mas o formato é sempre muito parecido... 
 
As matérias que nós costumamos estudar, a implementação de linhas educacionais 
adotadas nas escolas, as formas de construir a Pedagogia e a Didática e suas principais 
teorias: tudo isso foi produzido por europeus ou intelectuais influenciados pelo 
pensamento eurocêntrico*. 
*Pensamento eurocêntrico: Voltado para o ponto de vista da Europa como centro do 
pensamento mundial. Um excelente exemplo é o modo como os mapas mundi ainda são 
apresentados, com Greenwich, na Inglaterra, como o meridiano zero. 
É claro que o mundo já mudou muito, que não seguimos mais cegamente o modelo 
europeu, pois cada país tem buscado desenvolver novas formas de pensar, de educar, de 
aproximar as pessoas de sua forma de ver o mundo. Sempre houve sociedades que 
resistiram mais a essa influência, como o mundo muçulmano, mas também é inegável 
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que os anos de dominação econômica europeia, depois expandida pela continuidade da 
dominação estadunidense, marcaram o mundo. 
A noção de mundo ocidental contemporâneo é um processo de expansão de valores 
europeus. 
Esse impacto está vivo na Educação. 
 
 
Hoje, o mundo inteiro tende a dividir o processo de formação em: 
 
Não restam dúvidas de que o eurocentrismo, que marcava isoladamente a nossa cultura 
nas últimas décadas, de 1980 em diante, sofreu a influência de novos fenômenos: 
a globalização*, com maior integração tecnológica, política e econômica, e o 
encurtamento de distâncias favoreceu esse movimento. Mas qual é a origem desse 
modelo? 
*Globalização: Globalização é um contexto criado para definir o conjunto de movimentos 
vividos ao fim da Guerra Fria. Neste contexto, a ideia de velocidade da informação, de 
troca política e comercial acelerada, passou a marcar interações que nunca existiram. O 
sentido original de aldeia global foi substituído por mundo integrado pela tecnologia da 
informação. Hoje, o termo é utilizado como sinônimo das dinâmicas sociais entendidas 
como pós-modernas. 
9 / 48 
 
Podemos dizer que, atualmente, o mundo inteiro tem adotado uma Educação mais 
técnica. Esse modelo é bastante antigo, veio do grande movimento das industrializações, 
quando precisavam preparar funcionários para assumir cargos e funções técnicas. Os 
primeiros eram empiristas*, olhavam, tentavam, erravam e acertavam, e, se acertavam 
mais do que erravam, viravam grandes técnicos, e passavam a treinar e formar aqueles 
que os substituiriam. 
*Empiristas: Fil. Toda doutrina (mas esp. as dos ingleses Locke e Hume) para a qual o 
conhecimento só pode ser alcançado mediante a experiência sensorial, opondo-se assim 
a todo racionalismo e a toda transcendência metafísica. 
Fonte: Aulete Digital 
Atente para o fato de que o capitalismo* transformou a Educação em um bem para o 
trabalhador. Acreditava-se que as nações só iriam se desenvolver plenamente nesse novo 
urbano com a formação de mão de obra mais qualificada. 
*Capitalismo: Conceito econômico adotado para quando as relações econômicas 
passaram a ser fundamentadas em lastros financeiros. 
 
 
 
Durante o período da Primeira e da Segunda 
Guerra Mundial – entre 1914 e 1945 –, a 
Educação passa a ganhar um novo papel: 
atender aos anseios nacionalistas. 
Fascistas e nazistas apostavam no papel da 
Educação como um importante instrumento 
de convencimento das massas, trabalhando 
de maneira incisiva a ideia de que o jovem 
precisava estar integrado à noção de país, 
civilidade e nacionalismo. Tais valores 
deveriam ser estimulados e mantidos na 
escola. 
Do lado da URSS e de seus signatários, a 
Educação também era fomentada. Ali, seu 
papel era afastar os jovens dos valores tradicionais da sociedade – entendidos como 
atrasados – para que atendessem aos anseios do Partido e da Ideologia norteadora. 
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Uma reflexão interessante é notar que a Educação se tornou vital para os governos como 
estratégias políticas. Note que até mesmo regimes bem diferentes tinham uma coisa em 
comum: viam a Educação como algo vital. Repare: 
 
 
 
 
 
Essas influências se espalharam pelo mundo e não devem ser entendidas de forma 
fechada, mas de uma maneira dinâmica e com constantes adaptações. 
Em outras palavras, será que isso é engessado e cada um faz de um jeito? Claro que não. 
Percebemos que a Educação se tornou um bem, um objeto governamental, parte do 
mundo do trabalho, uma marca do mundo contemporâneo. 
TENDÊNCIA: O MUNDO EM CONTESTAÇÃO 
A Educação, ao mesmo tempo em que representa diálogo com o governo e manutenção 
da ordem, também pode ser a base da luta contra determinadas estruturas políticas. É 
isso que visamos apresentar com as tendências. 
Com a Guerra Fria*, eclodiram uma série de guerras locais na África, Ásia e América 
Latina. Entre as décadas de 1950 e 1960, o mundo assistiu ao surgimento de movimentos 
de contestação da ordem política. Toda essa efervescência também se fez sentir no 
campo educacional. 
*Guerra Fria: Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, duas grandes potências 
passaram a disputar a hegemonia política, econômica e militar do mundo. De um lado, 
Estados Unidos representando os interesses do capitalismo. De outro, a socialista União 
Soviética. Entre os anos 1947, início da Guerra Fria, e 1989, fim da guerra, com a queda do 
Muro de Berlim, o mundo se viu numa constante polarização ideológica entre as duas 
potências. 
Vamos conhecer alguns desses movimentos: 
 
 
Socialistas 
Formar para atender aos 
anseios da sociedade e 
do governo. 
Fascistas/nazistas 
Formar para despertar 
paixão, ordem e respeito 
pela nação. 
Capitalistas 
Formar para o mundo do 
trabalho. 
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Levante de Paris 
 
Um dos movimentos mais famosos é o Levante de 
Paris. Em maio de 1968, os estudantes 
parisienses se levantaram contra as formas 
tradicionais de ensino. Os temas abordados eram, 
em especial, o modo como as academias de 
Ciências Sociais e Economia davam base a novas 
formas de pensar, visando uma nova forma de 
fazer a Educação. 
O movimento também recebeu apoio dos 
trabalhadores e teve como marco a proposta de 
uma Universidade popular para abrir espaço para 
novos segmentos na Educação universitária. 
 
Movimentos sociais – Direitos Civis 
 
 
Provavelmente você já deve ter assistido a algum filme em que as pessoas negras, nos 
Estados Unidos, não podiam frequentar os mesmos espaços públicos que as pessoas 
brancas. As chamadas leis de segregação racial deixaram marcas que são sentidas até 
hoje na sociedade norte-americana. Mas, sobretudo após os anos 1950, foram muitos 
os ativistas que lutaram e se insurgiram contra essas leis. 
 
 
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O pastor protestante Martin Luther King* foi uma dessas personalidades que passaram 
a denunciar os graves crimes que atingiam a população negra. Além dele, destacam-se 
Malcom X*, líder da luta contra opressão e racismo, e a resistente e silenciosa luta de 
Rosa Parks*. 
A Educação também foi atingida em cheio pelas leis de segregação racial, já que 
existiam escolas separadas para pessoas negras e brancas. Todos esses líderes foram 
formados em tais espaços. 
Sobre a relação entre o Direitos Civis e a Educação, também podemos falar de Linda 
Brown*. 
*MartinLuther King Jr: Pastor protestante e ferrenho ativista político contra a 
discriminação racial nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960. Ele defendia a 
paz, a luta pacífica e o amor ao próximo. Em função da atuação de King e de outros 
ativistas, a população negra nos Estados Unidos passou a ter o direito de frequentar 
lugares públicos, como lanchonetes e bibliotecas. Em janeiro, nos EUA, é celebrado o 
Dia de Martin Luther King. 
*Malcom X: Ativista dos direitos dos negros, defendia que as máculas construídas ao 
longo de séculos de escravidão tornaram a relação entre negros e brancos inconciliável. 
Sendo assim, a proposta de Malcom X incluía a reivindicação de território independente 
para os grupos afrodescendentes. Sua posição em relação ao cristianismo era, na 
mesma medida, irrevogável, pelo fato de a religião cristã – de qualquer vertente – 
legitimar a escravização de seus ancestrais. 
*Rosa Parks: Em um ônibus durante o regime de segregação nos Estados Unidos, 
brancos se sentavam na frente, e “coloridos” ficavam em cadeiras piores no fundo do 
transporte. Rosa se sentou em um lugar vazio, na frente, e exigiram que se levantasse. 
Ela não se levantou, acabou presa e virou símbolo da resistência. 
*Linda Brown: Linda é reconhecida como uma importante ativista que lutou pela 
igualdade na Educação desde criança. Quando estava na terceira série, ela não 
conseguiu se matricular na Sumner School em Topeka, no Kansas, devido a sua raça. 
Seu pai, um reverendo protestante, entrou na justiça para que ela tivesse o direito de se 
matricular nessa escola que era mais perto de casa. Venceram e isso foi um marco para 
derrubar a doutrina segregadora. 
 
Protesto da Praça da Paz Celestial 
 
Durante a organização do modelo comunista na China, intelectuais foram perseguidos. 
No entanto, com a chegada de Deng Chao Pin ao poder, o modelo chinês assumiu 
características reformistas. 
Neste contexto, Yaobang chega ao governo. As medidas políticas passaram a afastar 
os líderes mais radicais do reformismo, e o secretário-geral foi afastado. Os estudantes 
iniciam um movimento lento de ocupação da praça Tian'anmen* para pressionar o 
governo a desistir de suas ações. Liderados por estudantes, os protestos foram 
ganhando simpatizantes até a ocupação do local e a decisão do governo de impor lei 
marcial contra os protestos. 
 
13 / 48 
 
 
Esse movimento, apesar de ter sido registrado 
pelas câmeras do mundo inteiro, foi negado 
pela China em diversos momentos de sua 
história. Isso mostra que, mesmo em regimes 
diversos, como o chinês, a Educação e os 
estudantes são vistos como uma forma de 
negação ao poder estabelecido. 
 
 
 
 
 
O que destacamos aqui é a contradição central da Educação Contemporânea, pois seu 
crescimento é uma ação e responsabilidade de Estados. No entanto, ela está envolta em 
projetos políticos e econômicos em que a Educação pode funcionar como negação, 
libertação e crítica ao cotidiano social. 
IMAGENS EMBLEMÁTICAS 
Algumas imagens ficaram marcadas na História como símbolos dos importantes 
movimentos que influenciaram a Educação, como estas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A pequena Ruby Bridges, 
em 1960, em Nova 
Orleans, foi escoltada por 
oficiais para ter o direito 
de frequentar uma escola, 
por meio de mandado 
judicial. 
Protestante resistindo aos 
tanques enviados pelo 
governo para debelar os 
protestos na praça 
Tian'anmen (praça da Paz 
Celestial), em Pequim, em 
4 de junho de 1989. 
Estudantes franceses no 
protesto de maio de 1968, 
conhecido como Levante 
de Paris. 
Inspirados pelo 
movimento dos Panteras 
Negras, atletas que 
ganharam a medalha de 
ouro e bronze nas 
Olimpíadas do México, em 
1968, foram punidos e 
perderam suas medalhas 
pelo gesto de punho 
cerrado. 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. A relação entre contexto histórico e Educação pode ser percebida quando observamos 
a questão da Industrialização, pois: 
 
a) Os modelos de divisão do trabalho se relacionam às divisões e às escalas 
educacionais. 
b) As escolas se organizam no século XX aos moldes das fábricas e do mundo do 
trabalho. 
c) A Educação passa a ser um capital passível de ser adaptado e instrumentalizado para 
as empresas. 
d) Os trabalhadores da Educação lhes ofertam a possibilidade de lutar contra o sistema. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
A Revolução Industrial é o fenômeno central, mas precisamos perceber a relação entre a 
mudança da Educação e esse fenômeno. Historicamente, todas as relações descritas nas 
alternativas acontecem em alguma medida. No entanto, como relação direta entre 
contexto histórico e Educação, o fenômeno correto é a letra C, pois, a partir da 
industrialização, temos uma verdadeira explosão das fronteiras educacionais para que 
trabalhadores possam atingir as fábricas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 / 48 
 
2. História da Educação serve para perceber que não existe um passado inquestionável. 
Por exemplo: a Educação estadunidense era apresentada como modelo no Brasil pelo 
ideal tecnicista. No entanto, aparece como algo atrasado e crítico durante a crise dos 
Direitos Civis. A relação entre Direitos Civis e História da Educação pode ser 
compreendida a partir: 
 
a) Do discurso de Martin Luther King sobre igualdade em Washington. 
b) Da resistência de Rosa Parks ao se levantar da área segregada do ônibus. 
c) Do levante da praça da Paz Celestial contra a corrupção do governo. 
d) Da luta pelo fim da segregação e ação na justiça movida por Linda Brown. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
Todas as opções têm relação com o contexto, mas a referência específica à História da 
Educação pela ruptura que representa no sistema americano está representada por Linda 
Brown. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
Ao nos debruçarmos sobre os modelos e as estratégias pedagógicas adotadas no Brasil e 
no mundo nas últimas décadas, notamos que muita coisa mudou para melhor. Isso 
significa que o trabalho está terminado e que o Brasil pode ser considerado um modelo 
quando o assunto é Educação? 
Provavelmente, não. Apesar da Constituição de 1988 determinar que se trata de um direito 
inalienável, o Brasil ainda conta com altas taxas de analfabetismo, evasão escolar, falta 
de infraestrutura etc. Precisamos caminhar bastante para chegar a um patamar em que a 
Educação de qualidade seja considerada um direito de todos. 
Uma das vantagens do encurtamento de distâncias promovido pelo processo de 
globalização em curso é pensar como podemos aprender com outros modelos ao redor 
do mundo. E ensinar também. Por isso, este módulo é um convite para pensarmos a 
Educação brasileira contemporânea inserida em um contexto mais global de iniciativas. 
Afinal de contas, uma das grandes características do mundo em que vivemos é 
justamente a construção de redes que interligam pessoas e ideias. Sem dúvidas, a 
Internet é um fator fundamental nesse processo. 
 
 
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O Brasil está inserido no contexto mundial, ou seja, todas as principais mudanças que 
acontecem no mundo, de alguma forma, chegam até nós. 
Veja a linha do tempo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 / 48 
 
 
CONCEITOS 
Qual é o grande ícone de “mundialização” da Educação Contemporânea? Sem dúvida, 
podemos indicar dois documentos, a saber: 
 
 
 
 
 
19 / 48 
 
 
Declaração Universal dos Direitos 
Humanos 
No ano de 1948, no contexto do final da 
Segunda Guerra Mundial, foi aprovada a 
Declaração Universal dos Direitos 
Humanos. Naquele momento, o mundo 
teve conhecimento dos campos de 
concentração (nazistas e soviéticos), 
responsáveis pela morte de milhões de 
pessoas. Assim, essa declaração nasceu 
como uma forma de negar a guerra e 
todas as formas de violência. Outro ponto 
de destaque presente na declaração é 
justamente a ideia que “toda pessoa tem 
direito à Educação”. 
Declaração Universaldo Direito das 
Crianças 
Essa declaração representa o 
reconhecimento da criança como um ente 
com os mesmos direitos, mas com 
especificidades. O direito ao cuidado, ao 
desenvolvimento, à proteção e à 
segurança acabam criando um pacto 
mundial nesse sentido. Alguns países, no 
entanto, demoram a ser signatários 
desses documentos. O Brasil só vai 
reconhecer e transformar seus 
fundamentos em lei em 1988, com a 
Constituição Cidadã. 
 
A despeito do proposto, veja estes números: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 / 48 
 
 
De 1988 para cá, houve muitas discussões, como: 
 
Além de outros documentos que pensavam a formação do professor, estrutura das 
escolas, entre outros. Mas qual é o resultado? Como podemos pensar a 
contemporaneidade em termos de Educação? 
Como é possível imaginar, os desafios para melhorar os índices educacionais estão 
presentes no mundo inteiro, não apenas no Brasil. Dessa forma, com o aprofundamento 
do processo de globalização, cada vez mais presenciamos a necessidade de uma reflexão 
conjunta sobre como alcançar a justiça social e a convivência harmoniosa entre os povos. 
 
 
21 / 48 
 
As ações praticadas pela Unesco*, por exemplo, 
têm essa perspectiva: contribuir para o 
estabelecimento da paz entre os povos, a 
erradicação da pobreza, o desenvolvimento de 
políticas públicas para a Educação, o estímulo à 
diversidade cultural etc. 
*Unesco: A Organização das Nações Unidas para a 
Educação e Cultura (Unesco) foi criada em 1945 e 
conta com 195 países membros. 
Podemos perceber até aqui que desafio é a palavra-
chave para todos aqueles que assumem a 
Educação, profissionalmente ou não, como algo 
com grande relevância na vida das pessoas. É neste mesmo contexto de desafios a 
serem enfrentados que somos levados a percebê-los também como perspectivas e 
oportunidades. 
 
 
 
“EDUCAÇÃO: UM TESOURO A 
DESCOBRIR” 
Tomemos como ponto de partida o 
documento Educação: um tesouro a descobrir, relatório 
para a UNESCO da Comissão Internacional sobre 
Educação para o século XXI. Esse relatório, publicado 
em 1996, foi solicitado à equipe de educadores de 
várias parte do mundo, liderada por Jacques Delors, 
para que pudesse refletir os caminhos da Educação nos 
países ligados à ONU. 
Esse documento influenciou de forma intensa e 
definitiva os rumos da Educação, reforçando ou 
questionando ações já realizadas e propondo novas 
22 / 48 
 
ações a fim de alcançar seus objetivos. Este, aliás, é um ponto de convergência: o mundo 
precisa dialogar aos moldes dos congressos que levaram à formação do documento. A 
Educação deve considerar o indivíduo, mas ainda é pensada como um fenômeno social. 
No documento, Delors traz o conceito de que a Educação é baseada em quatro Pilares: 
 
Juntos, esses pilares servem de base para a transmissão da informação e da 
comunicação adaptada à sociedade. 
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 
Um importante passo para a Educação brasileira foi a 
preparação e publicação da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC). Pelo menos dois aspectos são 
fundamentais para compreendermos melhor a 
importância da BNCC: 
 
 
 
23 / 48 
 
1 
 
Foi pensada na esteira da LDB/96, dos PCN e das DCNEB, portanto faz sentido pensar 
todos esses documentos conjuntamente, como se um auxiliasse e completasse o 
outro. 
 
2 
 
É mais do que um documento que estabelece como, quando e por que determinados 
conteúdos serão ensinados. Assim, o que importa é construir um projeto educacional 
que contemple todas as dimensões do desenvolvimento humano, como os aspectos 
cognitivo e socioemocional, o desenvolvimento físico, cultural etc. A ideia é que o aluno 
consiga aplicar o conhecimento aprendido no seu cotidiano. O objetivo é formar o 
indivíduo para a vida cidadã, por meio da transmissão de valores que permitam a boa 
convivência social. 
 
 
Nesse sentido, o Projeto Político-Pedagógico de cada escola ganha destaque no cenário, 
pois será preciso que toda comunidade seja reunida para discutir, refletir e planejar os 
rumos do processo de ensino-aprendizagem. Os professores também terão a 
incumbência de elaborar seus planos de aula de acordo com a BNCC. Outro ponto 
importante a ser destacado é que a BNCC não é uma medida vinculada a determinado 
governo ou partido. Ela é uma política de Estado, prevista no Plano Nacional de Educação, 
na LDB/96 e na Constituição de 1988. 
COMPETÊNCIAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 
A palavra-chave da Base Nacional Comum Curricular é competências. Na Introdução da 
BNCC, competência é definida como: 
 
Percebeu que aqui aparecem novamente, assim como está nos PCN, a importância das 
três dimensões da condição humana: estudo, cidadania e trabalho? 
24 / 48 
 
A BNCC propõe o desenvolvimento de dez competências distribuídas nas disciplinas 
curriculares e que devem, por meio do desenvolvimento das diversas habilidades, serem 
respondidas pelas atitudes concretas do aluno em todos os locais de sua convivência. 
Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem 
concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, 
que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de 
aprendizagem e desenvolvimento. Assim, cada área do conhecimento tem competências 
específicas que foram traçadas a partir das dez competências gerais. As competências 
específicas devem influenciar diretamente as habilidades que se pretendem formar ao 
estudar os componentes curriculares. 
Mas quais são essas dez competências gerais? Vamos conferir! 
Competências Gerais – BNCC 
Confira as dez Competências Gerais da Educação Básica (Ensinos Infantil, Fundamental e 
Médio): 
 
1 
Conhecimento 
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo 
físico, social, cultural e digital 
 
PARA 
 
Entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a 
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 / 48 
 
 
2 
Pensamento científico, crítico e criativo 
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, 
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade 
 
PARA 
 
Investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar 
soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes 
áreas. 
 
 
3 
Senso estético 
Valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais 
PARA 
Fruir e participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 
 
 
4 
Comunicação 
Utilizar diferentes linguagens — verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e 
escrita), corporal, visual, sonora e digital —, bem como conhecimentos das 
linguagens artística, matemática e científica. 
 
PARA 
 
Expressar-se e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em 
diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 
 
26 / 48 
 
5 
Argumentação 
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de 
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo 
as escolares). 
 
PARA 
 
Comunicar-se, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, 
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 
 
 
6 
Cultura Digital 
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de 
conhecimentos e experiências. 
 
PARA 
 
Entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao 
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, 
consciência crítica e responsabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 / 48 
 
7 
Autogestão 
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis. 
 
PARA 
 
Formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que 
respeitem e promovam os direitos humanos,a consciência socioambiental e o 
consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento 
ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 
 
 
8 
Autoconhecimento e autocuidado 
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional. 
 
PARA 
 
Compreender-se na diversidade humana e reconhecer suas emoções e as dos 
outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 
 
 
9 
Empatia e cooperação 
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação. 
 
PARA 
 
Fazer-se respeitar e promover o respeito ao outro e aos direitos humanos, com 
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus 
saberes, suas identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de 
qualquer natureza. 
28 / 48 
 
10 
Autonomia 
Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, 
resiliência e determinação. 
 
PARA 
 
Tomar decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, 
sustentáveis e solidários. 
 
 
Agora veja quais são as cinco Áreas de Conhecimento, de acordo com o Parecer 
CNE/CEB nº 11/201025: 
 
As competências previstas devem ser desenvolvidas nas atividades que serão realizadas 
nas salas de aula. Dessa forma, haverá uma sintonia entre o que se espera alcançar a 
longo prazo e a curto prazo. Por isso, a BNCC aponta os eixos estruturantes das práticas 
pedagógicas e as competências gerais da Educação Básica. 
Todas as competências são igualmente importantes. 
Por se tratar de um documento novo, as diretrizes da BNCC podem parecer, em um 
primeiro momento, algo muito difícil de ser implementado e realizado. A mudança de 
hábitos não é um processo fácil, sobretudo quando envolve tantas pessoas ao mesmo 
tempo, não é mesmo? Porém, o importante é dar o passo inicial. Para os professores, é 
essencial ler a BNCC em sua totalidade para pensar como introduzir as mudanças no 
contexto da sala de aula. Os desafios são muitos, e a renovação passa por toda a 
comunidade escolar. 
Para entendermos melhor, veremos uma linha do tempo começando na Lei de Diretrizes e 
Bases (Lei n° 9394/96) e finalizando na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 
 
29 / 48 
 
 
30 / 48 
 
 
A proposta das competências do BNCC já estava sendo gestada e aplicada em outros 
países. Talvez o caso mais emblemático seja o Common Core (Currículo Comum) dos 
Estados Unidos. Lançado em 2010, chegou a receber apoio de 90% da população e de 
80% dos professores. Hoje, uma década após sua implantação, este índice caiu pela 
metade nos dois casos. Uma reflexão sobre isso pode nos ajudar a olhar de forma 
perspectiva para a situação nacional. 
O exemplo americano é importante para que tenhamos uma compreensão clara do que 
significa uma Base Comum, seus limites e suas perspectivas positivas. 
MODELOS TRADICIONAIS DE EDUCAÇÃO X MODELOS 
INOVADORES 
Um ponto bastante atual é a contradição (aparente ou não) entre os modelos tradicionais 
de Educação e aqueles considerados inovadores. Esta é uma situação presente em 
grande parte do mundo. Veja alguns exemplos: 
 
 
 
31 / 48 
 
EUA 
 
Nos EUA e em outras partes do Mundo, algumas expressões assumiram um papel 
bastante emblemático, como, por exemplo, “Educação centrada no aluno”. Talvez essa 
seja, atualmente, a grande perspectiva da Educação Contemporânea. EUA, México, 
Espanha, entre outros países, têm assumido uma postura reflexiva, que busca caminhos 
para inserir o aluno de forma mais efetiva no processo de aprendizagem. 
É importante perceber que isso faz parte não somente de projetos oficiais desses 
países, mas de organismos e fundações que buscam auxiliar a Educação no mundo. 
Um exemplo é o Google For Education. 
 
Brasil 
 
No Brasil, de forma muito mais sutil, parece que o interesse pela chamada Educação 
Clássica está aumentando. Seja porque percebemos os fracassos sucessivos do país 
nas avaliações internacionais, seja a revolução midiática já apontada, que permite o 
contato e acesso – na maioria das vezes de forma gratuita – a uma literatura específica 
sobre o tema. Por esses ou outros motivos, acreditamos que a Educação está viva na 
História, e não podemos negligenciar a oportunidade de entender esse processo e o 
quanto isso poderá beneficiar, ou não, a Educação no país. 
 
França 
 
A França, berço do Iluminismo – com a Revolução Francesa, como você já viu – e, 
consequentemente, de um modelo educacional baseado nos ideais liberais burgueses, 
fundamentados em grande parte no modelo tecnicista-meritocrático, que nasceram 
para combater o ensino clássico, parece estar recuando. Ou pelo menos assim 
podemos interpretar, quando o Ministério da Educação francês assume a postura de 
proibir celulares em sala de aula, além do retorno de línguas como latim e grego nas 
escolas. 
Esta é uma situação no mínimo curiosa. Seu histórico, inclusive filosófico, de um perfil 
revolucionário e de abandono das raízes que constituíram a Europa, permite que, ao 
menos, estranhemos tais medidas. 
 
Finlândia 
 
A Finlândia tem seu modelo educacional reconhecido mundialmente, e, cada vez mais, 
32 / 48 
 
há pesquisadores e políticos do mundo todo buscando fazer intercâmbios para 
compreender como uma escola com curta jornada de estudo, quase ausência total 
de tarefas escolares para casa, pouquíssimas provas e preocupação mínima 
com ranking internacional (o que contraria a maioria das tendências educacionais 
atuais) pode ter tanto sucesso. 
 
Japão 
 
Parte da Ásia tem mantido as primeiras posições no ranking internacional por vários 
anos seguidos, assumindo uma posição mais centrada na disciplina e em longas horas 
de estudo. Historicamente, o Japão se destaca de forma emblemática. 
 
 
 
*Inger Enkvist: Professora de literatura espanhola na Universidade de Lund, na Suécia. Já 
publicou estudos sobre Miguel de Unamuno, José Ortega y Gasset, Mario Vargas Llosa e 
outros, além de vários livros sobre educação, em sueco e em espanhol. Nestas obras, 
critica as bases ideológicas da nova pedagogia, demonstra seus maus resultados e suas 
consequências malignas para a cultura ocidental como um todo, e apela para a 
recuperação de elementos da pedagogia tradicional, como o valor do conhecimento, da 
dedicação do aluno e da autoridade do professor competente. 
Fonte: Ecclesiae. 
 
TENDÊNCIAS 
Para que não percamos a percepção do que isso significa, levantamos um 
questionamento simples: 
O que é uma Educação de sucesso? 
 
 
33 / 48 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com publicação do jornal O Globo, os países nórdicos e asiáticos possuem 
altas taxas de suicídio. Isso nos leva a perguntar por que, nos locais onde a Educação é 
mais bem-sucedida e nos países que possuem as maiores rendas per capta* do mundo, 
as pessoas se matam? Essa reflexão é relevante para que busquemos um modelo 
educacional que, além da formação técnica do indivíduo, possa formá-lo de forma 
integral. 
*Renda per capta: Valor representativo da distribuição da riqueza de um determinado 
país. É resultado da divisão do PIB (Produto Interno Bruto) pela população. 
IMAGENS EMBLEMÁTICAS 
Vejamos algumas imagens representativas de importantes acontecimentos relacionados 
à Educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Malala Yousafzai foi baleada na cabeça por 
Talibãs ao sair da escola. Ela lutava para que as 
meninas paquistanesas tivessem o direito de 
estudar. 
Massacres cometidos por estudantes que 
retornam à escola em que estudaram têm se 
multiplicado. Isso mostra como o ambiente 
escolar pode ser marcado pela exclusão e 
violência. Casos famosos, como Columbine, nos 
Estados Unidos, e Suzano, em São Paulo, 
mostram a continuidade do problema. 
Protesto e organização de estudantes em prol de 
uma escola pública de qualidade em 2015. 
O filme O aluno é baseado em fatos. Em 2003, 
após ouvir uma propaganda do governo que dizia 
que a escola era para todos, Kimani Ng'ang'a 
Maruge começa a lutarpara poder estudar. 
34 / 48 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. No ano de 1996, foi publicado o relatório “Educação: um tesouro a descobrir”, no âmbito 
da UNESCO. Esse documento foi importante porque sistematizou que a Educação deveria 
estar ancorada em quatro grandes pilares. Ao comparar a influência no Brasil e no 
restante do mundo, podemos apontar que: 
 
a) A Educação não deve se centrar no exercício de mera transmissão, mas pautar-se no 
retorno a elementos clássicos, exercícios que historicamente se mostraram eficientes. 
b) A Educação se tornou um elemento primordial para a formação de uma sociedade mais 
justa e equilibrada, que permita aos sujeitos atingirem seu potencial. 
c) A Educação no século XXI precisa refletir sobre si e o papel que deve assumir para 
atingir as demandas sociais do mundo contemporâneo. 
d) A Educação, no século XXI, deve pautar-se na necessidade do aluno. A busca do 
desenvolvimento da Educação depende do interesse individual de cada sujeito e deve se 
orientar de acordo com essa perspectiva. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
Os pilares organizados por Delors devem ser tratados como um documento histórico, 
sendo mais uma das reflexões necessárias sobre os desafios da Educação. Porém, tendo 
em vista que não existe uma fórmula mágica, definitiva. Por isso, seu papel lida, ainda, 
com demandas sociais em que o sujeito está inserido, não em demandas focadas 
exclusivamente no sujeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 / 48 
 
2. Na comparação entre o Brasil e o mundo em termos de Educação na 
contemporaneidade, em especial pensando nas influências da UNESCO, podemos 
destacar como uma busca de integração com as propostas mundiais: 
 
a) Base Nacional Comum Curricular. 
b) Constituição de 1988. 
c) Declaração Universal do Direito dos Homens. 
d) Adoção do modelo Common Care. 
e) Retomada conversadora nos fundamentos da Educação. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa A está correta. 
A Base Nacional Comum Curricular é um debate histórico no Brasil, um país de dimensões 
continentais que precisa ofertar condições básicas para sua Educação, partindo de um 
atraso difícil de lidar. Evoluímos, mas, mesmo com planos nacionais, estaduais e 
municipais, faltava a modernização, que foi buscada de acordo com a linha de habilidades 
e competências proposta a partir da BNCC. Todos os demais movimentos aqui 
mencionados influenciam, mas somente a BNCC significa esta transformação. Muitas das 
ideias presentes no relatório da Unesco podem ser visualizadas nas competências da 
BNCC. Por exemplo, o estímulo ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos 
indivíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 / 48 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
A partir das diversas leis, medidas e dos decretos estruturados para o âmbito educacional, 
é possível entender que uma das grandes inovações nas últimas décadas é a ampliação 
dos currículos escolares para além do desenvolvimento das habilidades cognitivas. Isso 
significa que o espaço escolar não tem como finalidade apenas transmitir conhecimento, 
mas proporcionar instrumentos para que as potencialidades dos alunos sejam 
exploradas. 
 
 
 
ANTES 
DEPOIS 
37 / 48 
 
Afinal de contas, qual é o papel do ambiente escolar e de seus profissionais em 
um mundo globalizado? 
O século XXI é marcado por muitas contradições. Imaginamos, de forma geral, o futuro do 
mundo e da Educação da seguinte forma: 
O desenvolvimento de tecnologias velozes e poderosas. 
 
 
Mas na prática o mundo ainda é marcado por: 
 
 
 
Desigualdades 
O agravamento das desigualdades sociais, 
sobretudo em regiões periféricas. 
Consumo sustentável acelerado 
Aceleração da sociedade de consumo 
descartável em todos os sentidos. 
38 / 48 
 
Essa nova ordem mundial causou e ainda causa impactos profundos no ambiente 
escolar. Uma das dúvidas colocadas para os educadores é como lidar com os 
chamados “novos desafios do mundo contemporâneo”, que envolvem o conhecimento de 
tecnologias e a crescente competitividade no mercado de trabalho. 
Nas bases legais dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, temos a 
reafirmação constante de que a Educação não deve ser estruturada a partir do acúmulo 
de conhecimentos, mas a partir da preparação do aluno para o desenvolvimento da 
capacidade de lidar com os desafios da sociedade tecnológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Portanto, neste módulo, vamos buscar as respostas para as seguintes perguntas: 
 
Qual é o papel da História 
da Educação na 
observação do mundo 
contemporâneo em 
permanente processo de 
mudança? 
Será que a História não 
deve observar isso? 
Devemos esperar esses 
movimentos ficarem mais 
velhos para analisá-los? 
 
A História é uma ciência humana que estuda a relação de homens e sociedade, utilizando 
o tempo como seu objeto de referência. Mas isso não a transforma em uma ciência do 
passado, pois seu objeto e suas práticas estão no presente. Usamos o passado para 
refletir sobre nossa própria sociedade, com o passado nos iluminando, permitindo 
debates. Se imergíssemos na contemporaneidade, poderíamos nos afastar dessas 
reflexões. 
39 / 48 
 
 
OS PERSONAGENS DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI 
Antes de mais nada, é preciso ter em mente que todos os modelos e as experiências 
pedagógicas que vimos até agora são fundamentais para compreender o papel da 
Educação atualmente. O desafio é pensar como o ambiente escolar e os profissionais que 
nele atuam estão respondendo a tantas mudanças estruturais e éticas. 
Durante muito tempo, a transmissão do conhecimento se dava da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Precisamos provocar o olhar sobre esses personagens presentes na escola e avaliar 
nossa responsabilidade como educadores. 
O compromisso das ciências humanas é 
compreender como os estudos sobre a 
Educação nos fornecem ferramentas para 
enfrentarmos os desafios da sociedade 
contemporânea e refletirmos sobre o futuro. 
PROFESSOR 
O detentor do conhecimento, que 
passava o conteúdo para os alunos 
sem muita crítica ou embasamento. 
 
ALUNO 
Absorvia o conteúdo sem 
questionamento sobre o que era 
transmitido pelo docente. 
40 / 48 
 
 
Ainda assim, muitos educadores olham para as transformações com certa desconfiança. 
De fato, sair da zona de conforto e se abrir para novas possibilidades não é tarefa fácil. O 
uso de tecnologias em sala de aula, por exemplo, depara-se com a falta de habilidade do 
professor em dominar as tecnologias e suas linguagens: web, podcast, software, 
armazenar na nuvem, Google, Facebook etc. Ou seja, é cada vez mais difícil supor que o 
docente em sala de aula seja o único detentor do conhecimento. Com a explosão 
tecnológica, a um clique de distância, o aluno tem acesso a uma quantidade infinita 
de informações de todos os tipos possíveis. Ao mesmo tempo, sabemos que, na Era da 
Informação, não faltam conteúdos falsos ou notícias com fontes desconhecidas. São as 
famosas fake news! 
No âmbito das novas propostas pedagógicas adotadas pela legislação brasileira, a ideia é 
que a Educação forneça instrumentos para que o aluno construa seu próprio 
conhecimento e tenha curiosidade sobre tudo aquilo que o rodeia. A formação de um 
indivíduo para a vida cidadã parte, em primeiro lugar, da sua atuação como sujeito ativo. 
Segundo Paulo Freire (1985): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse cenário não mudou completamente, 
mas podemos afirmar que o ambiente 
escolar não é o mesmo. Ele vem sendo 
reciclado continuamente. 
41 / 48 
 
A formação de sujeitos críticos implica, portanto, a revisão das práticas 
educativas. 
 
Como já vimos, uma das propostas presentes na BNCC é a formação por competências. A 
ideia é que o aluno tenha autonomia para decodificar determinada informação, pesquisar 
outras referências, comparar fontes e saber estabelecer conexões entre o passado e o 
presente. 
 
A Educação do futuro tem como pressuposto 
incentivaro aluno a construir seu próprio 
conhecimento, associando o conteúdo ensinado 
na escola à sua trajetória de vida. Nesse sentido, 
a tecnologia, quando usada de modo correto, é 
um instrumento bastante eficaz na 
democratização da informação e do 
conhecimento. O importante é capacitar o 
educador para que conheça as potencialidades e 
os limites dos recursos virtuais. 
 
 
 
QUE CAMINHOS SEGUIR? 
Você provavelmente deve se recordar do seu tempo de escola. Se estudou em um colégio 
privado, mais tradicional, ou mesmo em alguma escola pública que sofria em razão dos 
problemas de infraestrutura e escassez de profissionais mais qualificados, deve lembrar 
que muitas aulas se resumiam a copiar o que o professor escrevia no quadro. 
Você considera que o projeto “Escola sem 
Partido” se encaixa nesse tipo de abordagem 
que supõe a autonomia dos indivíduos na 
construção do conhecimento? 
42 / 48 
 
Os espaços de discussão não eram incentivados, quase não havia dinamismo nas aulas, e 
era muito comum que o corpo docente não entendesse por que os alunos pareciam tão 
pouco interessados em prestar atenção no conteúdo. 
A História da Educação está atenta a esse debate e, hoje, nota que tem se discutido a 
possibilidade de que muitos desses problemas poderiam ser resolvidos a partir da adoção 
de modelos pedagógicos ativos. Ou seja, colocar o aluno como agente central no 
processo de aprendizagem. 
Como isso pode ser feito na prática? 
A despeito das ferramentas utilizadas, a noção é sempre a mesma: incentivar a 
autonomia, reconhecer e respeitar a diversidade no ambiente escolar e estimular a 
cooperação e integração entre alunos, estimulando a construção de projetos em grupos. 
Veja alguns exemplos: 
 
A ideia é que cada vez mais os projetos educacionais adotem a chamada 
metodologia ativa de aprendizagem. 
METODOLOGIA ATIVA DE APRENDIZAGEM 
O psiquiatra americano William Glaser*, a partir de suas pesquisas no campo da 
Educação, construiu uma pirâmide que avalia como aprendemos. 
*William Glasser: Psiquiatra norte americano conhecido por diversos estudos a respeito 
de saúde mental e comportamento humano. 
Segundo a teoria de Glaser, aprendemos mais com a metodologia ativa de aprendizagem. 
Mas você já ouviu falar nesse termo? Talvez esse seja um conceito novo para você, mas 
que já faz parte do seu cotidiano. 
 
 
 
43 / 48 
 
Como aprendemos 
 
A modalidade EaD (Ensino a Distância) é um ótimo exemplo da adoção da 
metodologia ativa de aprendizagem. 
 
Essa metodologia parte da ideia de que o 
aluno é o principal responsável pela sua 
própria aprendizagem. O ideal é que ele seja 
estimulado a aprender a partir de exemplos 
concretos, que tenham correspondência 
com seu cotidiano. 
A transmissão de conhecimento levando em 
consideração a vivência do estudante 
confere mais dinamismo e interatividade. 
Segundo essa lógica, a simples 
memorização de conteúdos não seria 
eficiente. 
 
TEMAS TRANVERSAIS 
Os chamados temas transversais não são disciplinas curriculares, mas debates de cunho 
social e político presentes na sociedade contemporânea, como meio ambiente, ética, 
consumo etc. A função dos temas transversais é conduzir o professor, em sua ação 
educativa, a sintonizar o cotidiano do aluno com a aprendizagem cognitiva. 
44 / 48 
 
 
 
IMAGENS EMBLEMÁTICAS 
Conheça algumas das escolas mais inovadoras da atualidade. 
 
 
 
 
 
Os temas transversais anunciaram a 
responsabilidade de formar o indivíduo para 
a vivência cidadã em todas essas 
dimensões. A ética é compreendida como o 
principal tema, que permeia os demais. 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. (Adaptada de SEPLAG-MG, 2015) O uso das novas tecnologias na Educação pode 
promover algumas mudanças na abordagem pedagógica, tornando o processo de 
transmissão de conhecimento mais dinâmico e criativo. Diversas habilidades podem ser 
praticadas no ensino escolar para facilitar os tipos de comunicação e interação entre os 
professores e os alunos. A única alternativa que não se adequa ao uso das novas 
tecnologias na escola é: 
 
a) Oportunizar ao professor diferentes formas e recursos de ensino e aprendizagem. 
b) Estabelecer novas relações com o saber. 
c) Envolver os alunos para novas descobertas. 
d) Contribuir para as práticas educacionais. 
e) Utilizar o computador somente como fonte de informação. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa E está correta. 
A utilização de recursos tecnológicos no ambiente escolar pode significar importantes 
ganhos. Além de aproximar o professor dos alunos, pode enriquecer a aula com suas 
experiências prévias, além de estimular a autonomia e integração coletiva. A tecnologia, 
usada de modo responsável, pode contribuir de diversas formas na construção do 
conhecimento. 
Consegue pensar em uma escola sem salas, 
sem séries, sem separações, sem turmas, com 
aulas sendo pensadas e trocadas por projetos 
feitos pelos próprios alunos? Leia sobre a 
Escola da Ponte. 
E se as atividades da escola fossem feitas a 
partir de jogos? O tempo todo, os alunos estão 
praticando, trocando e construindo com base em 
jogos e níveis de interações diferentes. Duvida? 
Conheça a Quest to Learn, em Nova York. 
Escolas para recuperação de alunos, ou, ainda, 
para jovens infratores, crianças em condição de 
rua. É preciso muita disciplina para controlar os 
alunos, certo? Não! Você precisa conhecer a 
Escola Meninos e Meninas do Parque... 
“Em locais pobres, é impossível desenvolver 
centros de tecnologia”. Sugata Mitra discorda 
dessa afirmação e, a partir da tecnologia, 
desenvolveu na Índia a busca de um novo 
modelo. Sua proposta consiste em leitura de livre 
aprendizagem, sem a presença de uma 
autoridade, e pelo computador... 
46 / 48 
 
2. Os temas transversais, que constam nos PCN, estão inseridos no contexto de 
renovação das práticas de ensino e dos modelos pedagógicos nas últimas décadas. Qual 
alternativa melhor descreve a função dos temas transversais? 
 
a) Educação de cunho tecnicista. 
b) A orientação sexual não é considerada um tema transversal. 
c) Valorização da individualidade. 
d) Foram criados para substituir os currículos escolares. 
e) O professor como mediador do processo de aprendizagem. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa E está correta. 
Os temas transversais estão inseridos num movimento maior (incluindo a LDB/96, os PCN 
e a BNCC) de renovação das práticas pedagógicas, que valoriza a participação ativa dos 
alunos no processo de aprendizagem, cabendo ao professor atuar como mediador nesse 
contexto. O aluno é compreendido como um indivíduo complexo e dotado de habilidades 
e competências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A Educação Contemporânea dialoga com a História Contemporânea. Quer dizer, a partir 
do momento em que foi identificada a ascensão do mundo capitalista, a Educação 
passou por profundas transformações. Ao longo do século XX, o mundo começou a 
defender uma Educação mais popular, mais disseminada. Os motivos são muitos: 
industrialização, crescimento das cidades, desenvolvimentos dos estados – olhando pelo 
prisma do governo –, mas que geram linhas de resistência, isto é, Educação que liberte, 
Educação que fortaleça disputas, Educação como um bem individual. 
Diante dessas transformações, chegamos ao século XXI ricos em debates, mas sem 
conseguir resolver muitas de nossas mazelas históricas. Ainda que países como o Brasil 
tenham se fortalecido em termos legislativos e de sistema de Educação, trata-se de uma 
discussão que não cessa, como aponta a BNCC no Brasil, e ainda existem divergências 
profundas mundo afora. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALMEIDA, M. E. B.; VALENTE, J. A. Tecnologias Digitais, Linguagens e 
Currículo: investigação, construção de conhecimento e produção de narrativas. São 
Paulo: Coleção Agrinho, 2012. 
ANTUNES, Celso. Como desenvolver competências em sala de aula. Petrópolis: Vozes,2001. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Base 
Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Consultado em meio eletrônico em: 10 
set. 2018. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e 
Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília: 
MEC, 1999. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e 
Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental: referentes 
às quatro primeiras séries da Educação Fundamental. Brasília: MEC, 1997. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e 
Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000. 
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Consultado em meio eletrônico em: 10 set. 2018. 
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DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir (Relatório para UNESCO da 
Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI). São Paulo: Cortez, UNESCO e 
MEC, 2001. 
FERACINE, Luiz. O professor como agente de mudança social. São Paulo: EPU, 1990. 
FERRETI, C. et al. Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar. 
Petrópolis: Vozes, 1994. 
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? São Paulo: Paz e Terra, 1985. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 10. ed. 
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. 
FREITAS, Lourival C. de. Mudanças e inovações na educação. 2. ed. São Paulo: EDICON, 
2005. 
 
EXPLORE+ 
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CONTEUDISTA 
Pamela de Almeida Resende

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